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Articulações entre docência, avaliação

e gestão na Pós-Graduação: desafios


experimentados por coordenadores de
programas em Educação
Discentes: Rayanne Rocha, Bruno Leão,
Thayse Freitas, Jaqueline Bastos Mendes,
Roseli Florencio.

Disciplina: Metodologia do Ensino Superior


Público-alvo: Coordenadores dos
Entrevistas programas de pós-graduação em
Educação
- PPGEd - UFRN
- POSEDUC - UERN

Relação professor-aluno e
1 ensino remoto

2 Avaliação quadrienal e carga


horária

Acúmulo de funções e
3 esgotamento físico e/ou
psicológico
Temas Levantados

01 02 03 04 05
Articulação de Avaliação Acesso e Relação e Docência na
demandas da
docência com a
coordenação
quadrienal
CAPES e coleta
de dados para a

permanência no
ensino superior
comunicação
professor-aluno
pandemia

plataforma
Sucupira

Organização por ordem de prioridade

Avaliação quadrienal 100%

Articulação das demandas 75%

Comunicação professor-aluno 50%

Docência na pandemia 25%


Acesso e permanência 25%
O papel dos coordenadores dos PPGs

A atividade de coordenação, de maneira geral, implica habilidades necessárias ao desempenho


da função. Entre as habilidades citam-se: capacidade de estruturar informações, organização,
espírito de equipe, liderança, capacidade de mediar conflitos e de negociação. Dessa forma, “a
inexperiência no desempenho das atividades, ou a não preparação do docente para ser
coordenador pode resultar em intervenções inadequadas, que podem ser transformadas em
experiência de pouca qualidade no cargo.” (MARCON, 2011, p. 3-4)
p a r a o
r m a ç ã o
Fo g e s t ã o
a r g o d e
c
Legislação Educacional
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394/96
Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção,
supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em
pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação,
a base comum nacional.

Resolução CNE/CP nº 1/2006 -Diretrizes Curriculares Nacionais para o


Curso de Graduação em Pedagogia
Art. 5º O egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto a:
XI - desenvolver trabalho em equipe, estabelecendo diálogo entre a área educacional e as demais
áreas do conhecimento; XII - participar da gestão das instituições contribuindo para elaboração,
implementação, coordenação, acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico; XIII - participar
da gestão das instituições planejando, executando, acompanhando e avaliando projetos e programas
educacionais, em ambientes escolares e não-escolares;
Regimento Geral UFRN Resolução N.º 006/2020 - CONSEPE

Art. 64. O Coordenador e o Vice-Coordenador de Art. 6º. A gestão de cada Curso ou Programa de Pós-
programa de Pós-Graduação stricto sensu são eleitos Graduação será exercida pela coordenação, órgão
simultaneamente pelos professores do quadro executivo, por comissões e órgãos deliberados pelo
permanente da Universidade que compõem o corpo Colegiado quando necessário.
docente do programa e pelos estudantes regularmente § 1º - Obrigatoriamente, o coordenador e o vice-
matriculadosno programa [...]. coordenador devem ser docentes permanentes do

Curso ou Programa, professores efetivos do quadro


§ 1º O mandato de Coordenador e de Vice-Coordenador da UERN com regime de trabalho de 40 horas ou DE.
§ 2º - Docentes que já possuem uma função administrativa
referido neste artigo é de 02 (dois) anos, permitida uma
na UERN não poderão assumir a coordenação de
única recondução consecutiva.
Programas de Pós-Graduação.
§ 2º O Coordenador e o Vice-Coordenador devem
Art. 7º - A coordenação dos Cursos ou Programas de Pós-
possuir o título de doutor e integrar o corpo
Graduação Stricto Sensu será eleita para um mandato de
docente do Curso.
dois anos, podendo ser reconduzida, uma única vez, para
§ 4º Somente podem concorrer às funções de
mais um mandato de igual período.
Coordenador e de Vice-Coordenador de programa de § 1º - Os docentes membros da coordenação dos Cursos
Pós-Graduação professores do quadro permanente ou Programas serão eleitos pelos corpos docentes,
da Universidade que estejam em regime de técnicos e discentes, seguindo as normas regimentais de
trabalho de 40 horas ou de dedicação exclusiva. cada Programa.
Formação dos Coordenadores
Identidade
A identidade não é um dado imutável. Nem externo que possa ser
adquirido. Mas, é um processo de construção do sujeito historicamente
situado (PIMENTA, 2005).
Identidade como a síntese inacabada entre subjetividade e
objetividade em um contexto social específico (MAHEIRE, 2002).
A Identidade profissional se constitui a partir da intercessão entre: o
mundo vivido do trabalho, a trajetória socioprofissional, a relação com
a sua formação - a maneira como aprenderam o trabalho que
realizam (DUBAR, 2005).
Ele continua sendo um professor, mas com uma nova identidade
profissional – a de coordenador.
Coordenador/Docente de
Pós-Graduação

Formação inicial Documentos e Subjetividade e Contextos - histórico,


e continuada diretrizes intersubjetividade econômico, político,
social e cultural.

A coordenação deve atuar no sentido de facilitar a organização, viabilizando o


crescimento da produção científica do corpo social do Programa, garantindo a
manutenção das tarefas do dia-a-dia e assumindo sua responsabilidade junto às
instâncias, dentro ou fora da estrutura da Universidade ou Instituição de
Pesquisa.
Desafios da avaliação para coordenadores
de Programas de Pós-graduação em
Educação

Avaliação Quadrienal da CAPES


O Sistema de Avaliação desenvolvido pela CAPES pode ser dividido em dois
processos distintos que se referem à entrada e permanência dos cursos de
mestrados e doutorados no SNPG:

Ambos os processos são conduzidos com base nos mesmos fundamentos:

Reconhecimento e confiabilidade fundamentada na qualidade


assegurada pela análise dos pares;
Critérios debatidos e atualizados pela comunidade acadêmico-científica
a cada período avaliativo;
Transparência firmada na ampla divulgação das decisões, ações e
resultados: no site da CAPES e nas páginas das áreas de avaliação.
Avaliação Quadrienal da CAPES
A Avaliação Quadrienal é parte do processo de Permanência, e é realizada em 49 áreas de avaliação, número vigente
em 2020, seguindo sistemática e conjunto de quesitos básicos estabelecidos no Conselho Técnico Científico da
Educação Superior (CTC-ES), seguindo o seguinte fluxo:

Os resultados da avaliação periódica de programas de pós-


graduação são expressos em notas, numa escala de 1 a 7,
que são atribuídas ao Programa após análise dos
indicadores referentes ao período avaliado. Esta análise é
conduzida nas comissões de área de avaliação e,
posteriormente, no CTC-ES, que homologa os resultados
finais. São estes resultados que fundamentam a
deliberação do Conselho Nacional de Educação - CNE/MEC
sobre quais cursos obterão a renovação de
reconhecimento para a continuidade de funcionamento no
período subsequente.

A CAPES por meio da sua Diretoria de Avaliação – DAV, libera a cada final de ano, o calendário das atividades da CAPES e dos
programas de pós-graduação Stricto Sensu para o ano seguinte. Este calendário é composto pelos prazos de envio do Coleta Capes,
submissão de propostas de cursos novos – APCN, solicitações de mudanças de área básica|área de avaliação|Modalidade.

Cada programa de pós-graduação Stricto Sensu deve prestar conta uma vez por ano relativo às atividades desenvolvidas pelo
programa no Ano Base anterior. Isto é o que chamamos de Coleta CAPES. O fechamento dessas avaliações ocorre a cada 4 anos e é a
Avaliação Quadrienal.
Ficha de Avaliação Aprovada na
182ª Reunião do CTC-ES
[...] O ponto crucial da sistemática da avaliação aqui
proposta é a mudança do foco do processo avaliativo: ao
invés da CAPES receber os resultados da autoavaliação
realizada pelos programas, a Agência deverá acompanhar
como os programas de pós-graduação estão conduzindo
suas autoavaliações. Desta maneira, cada programa
poderá propor um delineamento de auto avaliação apto
a captar aspectos pertinentes a sua missão e seus
objetivos, incluindo aqueles relativos à sua inserção no
contexto social/internacional e a suas escolhas científicas
específicas. (VERHINE, et al., 2019)
A Dimensão do Planejamento na Coordenação

[...] A média das idades médias, nas universidades, é de 44,2 anos; a idade
média mínima é de 37,5 e a idade média máxima é de 49,8. De modo geral,
os resultados desmentem a ideia de que professores mais novos são mais
produtivos cientificamente do que os mais velhos. Ao que tudo indica, leva
um bom tempo até que se consiga publicar com profusão, algo que
depende da lenta formação de uma rede de pesquisadores formada por
colegas e ex-orientandos. (VIEIRA; FUKAYA; KUNZ, 2015, p. 642).

[...] as universidades são um tipo peculiar de organização que, em tempos


recentes, vêm sendo instadas a promover seu desenvolvimento, tomando
por base um processo planejado que torne explícito o seu pensamento
estratégico, ancorado em missão e visão claramente definidas, além de
diretrizes norteadoras, aliando suas ações no ensino, na pesquisa e na
extensão. (GIULIANI et al., 2016, p. 227)

[...] Um dos grandes desafios dos coordenadores universitários tem sido o


de integrar o planejamento e a gestão estratégica, para que possam
responder às demandas internas e externas, e se manterem atuantes (...). E
o que tem sido observado é que as melhores estratégias, no caso das
universidades, são aquelas que permitem atender às necessidades e às
expectativas dos seus alunos e daqueles que irão usufruir de seus serviços
e produzir conhecimento relevante para a sociedade. (MARCON, 2011, p. 2)

Instrumentos de Gestão Processual: diagnósticos e possibilidades


Desafios
observados
Desafios observados mediante as entrevistas
Considerações finais
Adoção da autoavaliação como parte da avaliação dos PPG;

Perspectivas de impacto dos PPGs da Área na sociedade;

Perspectivas do processo de internacionalização dos PPGs;

Contexto de desmonte e "desregulação": crise institucional


da pós-graduação e paralisação da avaliação quadrienal.

Considerações finais
Já se percebe há algum tempo uma mudança qualitativa na gestão dos PPG na Área da Educação, com uma
compreensão mais alargada e operativa do conceito de planejamento. Os programas têm constituído ações de
planejamento articuladas tanto com os objetivos do SNPG, quanto dos Planos Nacionais de Pós-Graduação e de
Educação, no que se refere à expansão do sistema e do acesso à pós-graduação. No entanto, ainda é incipiente a
noção de antecipação. Embora busquem lidar com aspectos e problemas historicamente postos em suas
realidades, produzindo leituras de cenários e incorporando noções de previsão, os PPG, em geral, não tem
avançado na construção de um planejamento macro que considere o desenvolvimento futuro do ambiente no
qual os próprios programas estão inseridos, inclusive sua instituição e seu PDI.

Por outro lado, não se tem visto, de forma universal, a inovação em termos de planejamento e antecipação, de
modo que poucos programas de fato organizam seu planejamento considerando os objetivos locais ou regionais,
dialogando com o desenho institucional do programa dentro das instituições e das realidades às quais pertencem.
Referências
DUBAR, Claude. A socialização: construção das identidades sociais e profissionais. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.
HORTA, José Silvério Baia. Avaliação da Pós-graduação: com a palavra os
coordenadores de programas. Perspectiva, Florianópolis, v. 24, n. 1, p. 19-47, jan. 2006
MAHEIRIE, Kátia. Constituição do sujeito, subjetividade e identidade. Interações, v. 7, n.
13, p. 31-44, 2002.
PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores: identidade e saberes da docência.
In: PIMENTA, Selma Garrido (org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. 4. ed. São
Paulo: Cortez, 2005. p. 15-33.
SALGADO, Monica Santos. Desafios da Coordenação de um programa de pós-
graduação: relato de uma experiência. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v.
16, n. 35, p. 1-23, 2020.

Referências
GIULIANI, A. A. et al. Proposição de diretrizes estratégicas para elevar o conceito da
pós-graduação: estudo de caso do PPGGEO. RBPG, Brasília, v. 13, n. 30, p. 225-249,
jan./abr., 2016. Disponível em:
http://ojs.rbpg.capes.gov.br/index.php/rbpg/article/view/903. Acesso em: 10 jan. 2020.
MARCON, S. R. A. Atribuições dos cargos de coordenação e subcoordenação de cursos
de graduação. In: XI COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA
AMÉRICA DO SUL: GESTÃO UNIVERSITÁRIA, COLABORAÇÃO INTERNACIONAL E
COMPROMISSO SOCIAL, 2011, Florianópolis. Anais...Florianópolis: p. 1-12, 2011.
VERHINE, R. et al. Avaliação dos Programas de Pós-Graduação. Brasília, 2019.
Disponível em:
https://www.capes.gov.br/images/novo_portal/documentos/DAV/avaliacao/06032019_R
elatório_Final_Autoavaliação.pdf. Acesso em: 20 fev. 2020.

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