SBSE 2008 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos 2008 – Belo Horizonte – MG – 27 a 30 de abril 1

Metodologia para a Utilização de Inversores de

Freqüência em Sistemas de Bombeamento sob o
Enfoque da Eficiência Energética
R. A. Ferreira, S. F. de P. Silva, A. C. Delaiba, D. Bispo

Assim, o ponto principal deste trabalho é analisar, no que

Resumo--O objetivo deste trabalho é mostrar uma
metodologia de comparação do desempenho de sistemas de diz respeito à eficiência energética, o comportamento de uma
bombeamento controlados por válvulas de estrangulamento e a das cargas elétricas mais comuns na indústria, a bomba
utilização de inversores de freqüência no controle da vazão. hidráulica.
Adicionalmente, identificar a redução do consumo de energia Através da metodologia sugerida, as análises serão realizadas
elétrica bem como justificativas da escolha de um sistema em comparando a operação de um sistema de bombeamento
detrimento do outro. convencional com a de um outro sistema, sendo este último
dotado de equipamentos que proporcionem uma melhor
Palavras-chave--Sistemas de Bombeamento, Inversor de
economia de energia elétrica, tais como o motor de alto
Freqüência, Eficiência Energética.
rendimento e o inversor de freqüência.
I. INTRODUÇÃO
II. ESTRUTURA FÍSICA DO LABORATÓRIO
A NALISANDO o crescimento da produção de energia
elétrica e o respectivo consumo, observa-se uma função
exponencial a qual, admitindo um crescimento mundial anual
A Fig. 1.a descreve a estrutura física, apresentada
detalhadamente em [3], e os principais componentes
da ordem de 7%, por um período de 10 anos, implica na utilizados na aplicação da metodologia supramencionada.
obrigação de instalação de uma capacidade geradora igual à
que foi instalada desde o início da era tecnológica. 1
Este fato tem motivado programas governamentais, tais
como o Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica – PROCEL, que tem o intuito de promover a
racionalização da produção e do consumo de energia elétrica,
para que se eliminem os desperdícios e se reduzam os custos e
os investimentos setoriais.
Se for mantida a estrutura atual de uso da energia, projeta-
se uma necessidade de suprimento, em 2015, em torno de 780
TWh/ano, segundo dados da Eletrobrás. Estima-se também
que diminuindo os desperdícios, haverá uma redução anual de
até 130 TWh - produção aproximada de duas usinas de Itaipu
[1].
Atualmente, o setor industrial é responsável por 43% do
consumo anual de energia em nosso país e, dentro do setor, os
motores são os principais responsáveis por aproximadamente
55% deste consumo [2].

Agradecimento à Eletrobrás – Procel Indústria – pelo suporte financeiro para

a capacitação do Laboratório de Sistemas Motrizes da UFU, fornecendo também
as bolsas de Iniciação Científica.
R. A. Ferreira é aluno de graduação na Faculdade de Engenharia Elétrica da Fig. 1.a. Diagrama esquemático da estação de trabalho da bomba centrífuga.
Universidade Federal de Uberlândia – UFU (e-mail: ferreira.ufu@gmail.com).
S. F. de P. Silva é diretor da QUALITY Engenharia e Sistemas Ltda
(e-mail: sergio@qes.com.br). A bancada de ensaio utilizada consiste em um protótipo de
A. C. Delaiba é professor na Faculdade de Engenharia Elétrica da uma unidade de bombeamento fiel ao que se encontra na
Universidade Federal de Uberlândia – UFU (e-mail: delaiba@ufu.br).
D. Bispo é professor na Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade indústria – Fig. 1.b –, cuja finalidade é simular sistemas de
Federal de Uberlândia – UFU (e-mail: bispo@ufu.br). acionamento através de motores de indução trifásicos padrão
e de alto rendimento.
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VISTA DA BANCADA DA BOMBA

CENTRÍFUGA
RESERVATÓRIO SUPERIOR
Nas relações acima, o índice ( ‘ ) faz referência a novos
SENSOR DE PRESSÃO
valores dos parâmetros, obtidos através da mudança da curva
SENSOR DE NÍVEL ALTO
característica da bomba.
SENSOR DE VAZÃO SENSOR DE NÍVEL BAIXO

LED DE INDICAÇÃO DE
B. Motor de Alto Rendimento
BANCADA ENERGIZADA

O motor de alto rendimento (A.R.) é um motor que possui

VISOR DO MEDIDOR
DE ENERGIA
rendimento superior ao motor da linha padrão (L.P.), tem
MANÔMETRO

CHAVE
baixas perdas, reduzindo significativamente a elevação de
SELETORA BOMBA CENTRÍFUGA
VÁLVULA DE CONTROLE
temperatura nos enrolamentos, com conseqüente aumento de
BOTOEIRA DE EMERGÊNCIA
DINAMÔMETRO
vida útil, além de promover a racionalização do consumo de
energia elétrica, eliminando os desperdícios e reduzindo os
SENSORES
TÉRMICOS
MOTOR DE ALTO RENDIMENTO
custos. Por se tratar de algo já difundido atualmente, é
MOTOR DA LINHA PADRÃO RESERVATÓRIO INFERIOR
desnecessário qualquer comentário além.

III. OPERAÇÕES COM TURBO BOMBAS

Fig. 1.b. Foto detalhada da bancada de ensaio. A análise conjunta das curvas características da bomba e
do sistema define o ponto de operação ou o ponto de trabalho
A estrutura é contemplada com um sistema de medição da bomba. A Fig. 2 mostra as duas curvas associadas em um
completo, tanto para grandezas elétricas como tensões, mesmo gráfico.
correntes, potências ativa e reativa, fator de potência e
freqüência, como grandezas mecânicas, hidráulicas e
térmicas, tais como, temperatura ambiente e da carcaça do
motor, velocidade angular, indicador de posição, pressão,
vazão, velocidade angular, torque, entre outros.
Equipamentos de automação permitem que os ensaios sejam
realizados automaticamente, via supervisório, e os dados
registrados e armazenados em tempo real.
A. Bomba Centrífuga
Bombas são máquinas operatrizes hidráulicas que
fornecem energia ao líquido com a finalidade de transportá-lo
de um ponto a outro. Normalmente recebem energia mecânica
e a transformam em energia de pressão e cinética ou em
ambas [4]. Fig. 2. Curvas características da bomba e do sistema indicando o ponto de
Ao se projetar uma bomba visa-se, especificamente, o operação.
alcance de determinada vazão em certa altura manométrica
de modo a se obter o máximo rendimento. Deste modo, cada A interseção das duas curvas define o ponto de trabalho,
unidade de bombeamento possui uma curva característica que ou ponto de operação da bomba – a carga fornecida pela
determina seus pontos de operação. bomba é igual à exigida pelo sistema.
Entretanto, a unidade de bombeamento pode ter algum
parâmetro alterado, como é o caso de sistemas que estão A. Controle da Vazão por Estrangulamento de Válvula
sujeitos a variações na altura manométrica e na vazão. Estas O método da inserção de válvulas de estrangulamento ao
modificações provocam alteração da curva de operação, pois a longo da tubulação utiliza o conceito de perda de carga, uma
vazão, altura manométrica, velocidade, potência consumida e vez que a presença de válvulas provoca o aumento da perda
rendimento estão inter-relacionados como mostra as seguintes de carga à medida que a válvula é fechada. Portanto, a vazão
relações, conhecidas como “leis de afinidade”[4]: requerida é atingida com a mudança da curva característica
2 3
do sistema, ou tubulação.
Q ' n' H '  n'  P '  n'  O sistema proposto a seguir, apresentado na Fig. 3, ilustra
= ; =  ; =  (1)
Q n H n P n o controle da vazão por intermédio de válvulas de
estrangulamento.
Onde:
Q - Vazão.
P - Potência elétrica consumida.
H - Pressão.
n - Velocidade da bomba.
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H4
H3
H2
H1

Fig. 3. Controle da vazão por meio de válvulas de estrangulamento.

Com o fechamento da válvula de estrangulamento, a curva

Q4 Q3 Q2 Q1
do sistema passa a interceptar a curva da bomba no ponto
B(Q2;H2) e, a subtração ponto a ponto das duas curvas do
η4 η3
sistema representa o aumento da perda de carga proveniente
H4 η2
do fechamento da válvula. H3 η1
H2
A curva característica do sistema que passa por A (Q1;H1),
H1
desconsiderando-se o desnível geométrico, pode ser descrita
por: ht = k1Q 2 .
Já a curva do sistema que passa pelo ponto B, é uma
função do tipo: ht = k 2 Q 2 , sendo: k 2 > k1 .

B. Controle da Vazão pela Variação da Velocidade da Q4 Q3 Q2 Q1

Rotação
Diferentemente do método da válvula de estrangulamento, Fig. 5. Curva de pressão em função da vazão. (Fig. 5.a. Obtenção dos
o método da variação da rotação influencia na curva respectivos pontos de operação desejados a partir do uso de válvulas de
estrangulamento - VE; Fig. 5.b. Variação do rendimento ao longo da curva
característica da bomba e não na curva do sistema.
característica).
Pode-se observar na curva característica de uma bomba, a
influência causada ao modificarmos a velocidade de rotação. Determinando o valor da pressão a uma vazão específica
A diminuição da velocidade de rotação faz com que a bomba, (Fig. 5.a), obtém-se a potência hidráulica através de (2).
para um mesmo valor de vazão, entregue menos energia de
ρ .Q.H (2)
pressão ao líquido, conforme mostra a Fig. 4. Ph =
274
Onde:
Ph - Potência hidráulica (HP).
ρ - Densidade do fluido (g/cm³).
Q - Vazão (m³/h).
H - Pressão (mca).

De posse da potência hidráulica, calcula-se a potência

mecânica fornecida à bomba centrífuga.
Fig. 4. Influência da variação da rotação na curva característica da bomba.
Ph (3)
BHP =
η bomba
IV. METODOLOGIA DE ENSAIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Uma vez que as curvas do sistema e da bomba já são Onde:
conhecidas, bem como os valores nominais do processo Potência mecânica fornecida à bomba
BHP -
(vazão, densidade do fluido, etc.), pode-se calcular a energia (HP).
elétrica total consumida pelo sistema. η bomba - Rendimento da bomba.
A. Controle com Válvula de Estrangulamento: Determinação
Assim, a potência elétrica total consumida se dá pela razão
da pressão e do rendimento da bomba
entre a potência absorvida pela bomba e o rendimento do
Para o controle da vazão através de válvulas de
motor elétrico, conforme está exposto em (4).
estrangulamento, encontra-se o ponto de operação de acordo
com as curvas apresentadas na Fig. 5.
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BHP Fig. 6. Curva de pressão em função da vazão. (Fig. 6.a. Curva característica
Pe = ⋅ 0,746 (4) alterada pela ação do inversor de freqüência - IF; Fig. 6.b. Curvas de rendimento
η motor ⋅η acoplamento para os respectivos pontos de operação da bomba).

Onde:
V. ENSAIOS LABORATORIAIS
BHP - Potência elétrica total (kW).
η motor - Rendimento do motor. A. Descrição dos Ensaios
ηacoplamento - Rendimento do acoplamento. Foram realizados ensaios laboratoriais a fim de se
comprovar in loco os conceitos até aqui apresentados.
Determinada a potência elétrica total, têm se a energia A partir da estrutura apresentada na Fig. 1 e,
consumida em MWh: considerando, os casos ensaiados, brevemente descritos na
h ⋅ Pe Tabela I, parte-se para uma análise comparativa do
Energia = (5)
1000 desempenho de cada sistema.

Onde: TABELA I
Energia - Energia consumida (MWh). CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS ENSAIADOS
h - Quantidade de horas em funcionamento.
CASO MOTOR MÉTODO DE CONTROLE DA VAZÃO
01 L.P. Válvula de estrangulamento
Por fim, o custo de operação é dado por: 02 A.R. Válvula de estrangulamento
03 L.P. Inversor de Freqüência
Custo = Energia ⋅ Custo da energia (6) 04 A.R. Inversor de Freqüência

B. Controle com Inversor de Freqüência: Determinação da Para a realização dos ensaios, os diferentes sistemas
Pressão, Rendimento e Velocidade trabalharam segundo os seguintes pontos de operação,
Para o controle da vazão com a utilização do inversor de descritos na Tabela II.
freqüência, repetem-se os mesmos procedimentos usados
anteriormente, porém a vazão e pressão são obtidas por outras TABELA II
PONTOS DE OPERAÇÃO ENSAIADOS
curvas, relativas ao acionamento por inversor, já que este
provoca alteração na curva característica, de acordo com a Ciclo VAZÃO [m³/h] Ciclo VAZÃO [m³/h]
Fig. 6. 1 1,0 6 2,0
2 1,2 7 2,2
3 1,4 8 2,4
4 1,6 9 2,6
H4 5 1,8 10 2,8
H3
H2
H1 B. Resultados
Os resultados obtidos foram organizados
convenientemente e apresentados, de forma comparativa,
H’2
segundo as seguintes tabelas e curvas:
H’3
TABELA III
H’4
COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO ENTRE OS CASOS 01 E 02
Q4 Q3 Q2 Q1
Potência Ativa Potência Ativa
Vazão
Ciclo Total [W] Total [W] ECONOMIA
η’4 η’3 [m³/h]
η’2 η1 1º CASO 2º CASO
H4 1 1,0 912,0 871,0 4,5%
H3 2 1,2 925,0 886,0 4,2%
H2 1,4 950,0 907,0
3 4,5%
H1 1,6 966,0 924,0
4 4,3%
5 1,8 996,0 947,0 4,9%
6 2,0 1.009,0 965,0 4,4%
H’2 7 2,2 1.032,0 985,0 4,6%
8 2,4 1.052,0 1.009,0 4,1%
H’3
9 2,6 1.069,0 1.031,0 3,6%
H’4 10 2,8 1.088,0 1.055,0 3,0%

Q4 Q3 Q2 Q1
Através da Tabela III, pode-se observar que o motor de alto
rendimento proporciona uma economia energia independente
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do ponto de trabalho do sistema de operação, visto que a

diferença entre as potências ativas absorvidas é independente
da vazão e, se mantém em torno de 4%.
A Fig. 7 permite uma avaliação qualitativa entre as
potências ativas necessárias às operações entre o primeiro e
segundo casos.

Fig. 8. Comparação qualitativa entre as potências ativas do primeiro e terceiro

casos.

Na comparação entre o primeiro e quarto casos, Tabela V,

tem-se os dois sistemas bem discrepantes, sendo um sistema
convencional com controle de vazão por válvula e motor da
linha padrão (caso 01), com bastantes desperdícios, e de outro
lado, um sistema que aplica duas técnicas de redução do
consumo da energia elétrica e, portanto, mais viável do ponto
Fig. 7. Comparação qualitativa entre as potências ativas do primeiro e segundo
casos. de vista da eficiência energética.
Comparando agora o sistema do primeiro com o sistema
do terceiro caso, tendo em vista que estes se diferenciam TABELA V
COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO ENTRE OS CASOS 01 E 04
somente quanto ao método de controle da vazão (válvula de
estrangulamento e mudança da velocidade de rotação, Potência Ativa Potência Ativa
Vazão
respectivamente), os resultados obtidos podem ser observados Ciclo
[m³/h]
Total [W] Total [W] ECONOMIA
segundo a análise da Tabela IV. 1º CASO 4º CASO
1 1,0 912,0 127,0000 86,1%
TABELA IV 2 1,2 925,0 145,0000 84,3%
COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO ENTRE OS CASOS 01 E 03 3 1,4 950,0 196,0000 79,4%
4 1,6 966,0 278,0000 71,2%
Potência Ativa Potência Ativa 5 1,8 996,0 274,0000 72,5%
Vazão 6 2,0 1.009,0 374,0000 62,9%
Ciclo Total [W] Total [W] ECONOMIA
[m³/h]
1º CASO 3º CASO 7 2,2 1.032,0 429,0000 58,4%
1 1,0 912,0 170,0 81,4% 8 2,4 1.052,0 550,0000 47,7%
2 1,2 925,0 206,0 77,7% 9 2,6 1.069,0 643,0000 39,9%
3 1,4 950,0 259,0 72,7% 10 2,8 1.088,0 772,0000 29,0%
4 1,6 966,0 310,0 67,9%
5 1,8 996,0 385,0 61,3% A Fig. 9 elucida melhor essa diferença nas potências
6 2,0 1.009,0 475,0 52,9% ativas.
7 2,2 1.032,0 600,0 41,9%
8 2,4 1.052,0 696,0 33,8%
9 2,6 1.069,0 835,0 21,9%
10 2,8 1.088,0 1.028,0 5,5%

A Fig. 8, a seguir, representa uma análise mais palpável da

economia de energia que o terceiro caso proporciona em
relação ao primeiro.

Fig. 9. Comparação qualitativa entre as potências ativas do primeiro e quarto

casos.
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VI. CONCLUSÕES
A partir das comparações pode-se concluir que por mais
que se conheça o motor utilizado no acionamento é necessária
também pelo menos alguma noção de como se comporta a
carga mecânica, pois de acordo com que foi apresentado, um
dos maiores potenciais de economia, se não o principal, pode
estar sendo relacionado com o comportamento da bomba.
Contudo, através da comparação entre os primeiro,
segundo e quarto caso, percebeu-se que por mais que se tente
melhorar o rendimento dos equipamentos diretamente
relacionados com a energia elétrica, no caso o motor, o maior
ganho de energia ocorre quando se procura um “ponto ótimo”
de operação da carga mecânica.
Além disso, têm-se as seguintes considerações finais:
► O método aqui apresentado de controle da vazão por
meio da variação da velocidade da bomba se pôs, frente aos
resultados, de forma inquestionável quanto da sua eficácia no
controle preciso e sistemático da grandeza em questão,
mantendo o valor da grandeza praticamente invariável.
► No que diz respeito à eficiência energética, a técnica
aplicada proporcionou uma economia de até 86% da energia
elétrica consumida em um sistema de bombeamento
convencional. Entretanto, foi possível observar que esse
potencial de redução do consumo de energia elétrica está
diretamente relacionado com a proximidade do ponto de
trabalho nominal, ou seja, quanto mais próximo do ponto de
operação nominal do sistema, menor será a economia de
energia, sendo que neste ponto a economia é nula.
► A troca do motor de alto rendimento pelo motor da
linha padrão, diferente do novo método de controle da vazão
apresentado, proporcionou uma economia de energia elétrica
praticamente constante ao longo de todos os ciclos de
trabalho, independente da vazão recalcada.
► O equipamento responsável pelo acionamento
eletrônico, aqui muitas vezes citado como inversor de
freqüência, cumpriu, de fato, a função de controle da rotação,
permitindo uma manipulação ainda robusta e simplificada da
velocidade. Além disso, o controle preciso da velocidade,
graças a este equipamento, diminui a probabilidade de
defeitos relacionados com o fenômeno do golpe de aríete, o
qual é causado por uma variação brusca de pressão que está
relacionada, também, à variação brusca de velocidade.
► O emprego do inversor de freqüência, quando
programado para tal, funciona também com um dispositivo
auxiliar de partida do motor, permitindo uma partida suave e
eliminando a necessidade, por exemplo, de aquisição de um
Soft Starter. A partida suave é necessária primordialmente em
sistemas cuja constante de inércia considerável, uma vez que
a partida direta poderia ocasionar torções mecânicas ao de
rotores, além de danificar mancais e comprometer vedações.
► Um outro benefício do inversor de freqüência está
6
relacionado ao fator de potência. Devido à sua natureza
construtiva, a presença de um circuito retificador, faz com
que a corrente fique aproximadamente em fase com a tensão
e, consequentemente, o fator de potência próximo ao valor
unitário.
Por outro lado, o retificador distorce a forma de onda
da corrente de entrada do inversor, injetando componentes
harmônicas, fato este que pode comprometer a qualidade da
energia elétrica na qual está instalado.
VII. REFERÊNCIAS
[1] Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.) (2007). Programa
Nacional de Conservação da Energia Elétrica (Procel). Acedido em 15
de Julho de 2007, em: http://www.eletrobras/elb/procel.
[2] Shneider Eletric (2007). Eficiência Energética e Acionamento de
Motores. Acedido em 8 de Julho de 2007, em:
http://www.shneider.com.br.
[3] S. F. de P. Silva, A. C. Delaiba, D. Bispo, R. A. Pereira, R. Guimarães e A.
B. Zappelini, “Especificação para um Laboratório de Eficiência
Industrial”, apresentado no II Congresso Brasileiro de Eficiência
Energética – II CBEE, Vitória-ES, Brasil, 2007.
[4] Américo, M. Guia Avançado de Bombas, Procel Indústria, Rio de Janeiro,
2004.
[5] Fitzgerald, A. E., Kingsley Jr., C., Kusko, A., Máquinas Elétricas,
McGraw-Hill, 6ª Edição, São Paulo, 2003.
[6] EPE, Empresa de Pesquisa Energética. Estatística e Análise do Mercado de
Energia Elétrica. Ministério de Minas e Energia. Boletim Mensal, Março
de 2007, mês base Janeiro de 2007.
[7] R. Guimarães, “Comportamento Elétrico, Mecânico e Hidráulico de um
Sistema de Bombeamento Sob o Enfoque da Eficiência Energética”,
Dissertação de Mestrado, UFU, 2008.
VIII. BIOGRAFIAS
Rafael Alves Ferreira nasceu em Ituiutaba-MG,
Brasil. Atualmente cursa a graduação em Engenharia
Elétrica, com certificação em Sistemas de Energia
Elétrica, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
e trabalha no Laboratório de Sistemas Motrizes desta
instituição como pesquisador e aluno de iniciação
científica.
Sérgio Ferreira de Paula Silva nasceu em Ituiutaba-
MG, Brasil. Graduou-se em Engenharia Elétrica pela
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e obteve o
título de Mestre e de Doutor na área de Qualidade da
Energia Elétrica pela mesma instituição. Atualmente, é
diretor da QUALITY Engenharia e Sistemas Ltda,
empresa especializada no desenvolvimento de
ferramentas computacionais para análise de sistemas
elétricos de potência.
Antônio Carlos Delaiba nasceu em Botucatu-SP,
Brasil. Graduou-se em Engenharia Elétrica pela
Fundação Educacional de Barretos (FEB). Obteve o
título de Mestre em Engenharia Elétrica pela USP-SP
(São Carlos) e de Doutor pela USP-SP (capital).
(Atualmente, trabalha como pesquisador e professor na
Faculdade de Engenharia Elétrica na Universidade
Federal de Uberlândia UFU).
Décio Bispo nasceu em São Vicente-SP, Brasil.
Graduou-se em Engenharia Elétrica pela Universidade
Federal de Uberlândia (UFU). Fez Especialização em
Sistemas Elétricos de Potência na Universidade Federal
de Itajubá (UNIFEI). Obteve o título de Mestre e de
Doutor em Engenharia Elétrica pela Unicamp. Fez curso
de Especialização em Eficiência Energética pela
Procel/Eletrobrás. Atualmente trabalha como professor e
pesquisador na Faculdade de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU).