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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL

Cristiane da Silva Teles Coutinho - RGM 23948834


Karla Montenegro Silva - RGM 23306319
Maria Sueli de lima Ganster - RGM 22944826
Suzane Soares Aurélio - RGM 23855711
Teresinha Albino de Paiva - RGM 23345195

CARTAS A UM JOVEM TERAPEUTA


REFLEXÕES PARA PSICOTERAPEUTAS, ASPIRANTES E CURIOSOS

Brasília-DF
Junho de 2022
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Brasília-DF
Junho de 2022
Cristiane da Silva Teles Coutinho - RGM 23948834
Karla Montenegro Silva - RGM 23306319
Maria Sueli de lima Ganster - RGM 22944826
Suzane Soares Aurélio - RGM 23855711
Teresinha Albino de Paiva - RGM 23345195

RESENHA DO LIVRO CARTAS A UM JOVEM TERAPEUTA


REFLEXÕES PARA PSICOTERAPEUTAS, ASPIRANTES E CURIOSOS

Trabalho apresentado em cumprimento


às exigências acadêmicas parciais da
disciplina Psicoterapias Abordagem
Psicodinâmica – do curso de
Psicologia do Centro Universitário do
Distrito Federal (UDF).

Professor:
RAFAEL GONÇALVES

Brasília-DF
Junho de 2022
Sumário

1. APRESENTAÇÃO 3
2. AS CARTAS 3
4. CONCLUSÃO 6
5. REFERÊNCIAS 7
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1. Apresentação

Contardo Calligaris, psicanalista e escritor, nasceu na Itália, mas se


radicou no Brasil. Formou-se em Epistemologia e em Letras e Filosofia em Genebra,
na Suiça, e foi doutorando em de Roland Barthes em Semiologia. Formou-se na
Escola Freudiana de Paris (a Escola de Lacan). É doutor em Psicologia Clínica pela
Universidade de Provença, na França.
Na sua obra Cartas a um jovem terapeuta, o autor aborda temas
relevantes para iniciantes terapeutas, alunos de psicologia e o público em geral,
sobre a vida no consultório com os pacientes, elucidando sobre o perfil de um
psicoterapeuta.
O livro contém 16 capítulos, num total de 215 páginas, em formato de
cartas, escritas pelo autor.

2. Cartas a um jovem terapeuta


Calligaris inicia seu livro, fazendo uma reflexão sobre o caráter e a
personalidade que um terapeuta precisa ter e que não são adquiridos na formação.
Caso espere ser olhado com reconhecimento e agradecimento, ele aconselha a não
seguir a profissão de terapeuta.
Muito pertinente, o autor registrar que devemos trabalhar no sentido de
fazer com que o paciente tenha autonomia. Em controversa, o autor nos faz refletir
ao trazer que os tratamentos que nunca acabam e se tornam como uma espécie de
traição amorosa por parte do seu paciente.
Neste sentido, o autor nos faz refletir o motivo de escolhermos essa
profissão. Com base no que já foi explanado até aqui, o autor traz os traços de
caráter que Ele procuraria em um psicoterapeuta, são eles:
1) Um gosto pronunciado pela palavra e um carinho espontâneo pelas pessoas;
2) Uma extrema curiosidade pela variedade da experiência humano com o
mínimo possível de preconceito;
3) Que o futuro terapeuta tenha uma variedade de experiência humana;
4) Uma boa dose de sofrimento psíquico.
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No primeiro capítulo o autor responde quatro bilhetes sobre o início do


trabalho do terapeuta, no primeiro deles, responde à pergunta: “Poderia um travesti
ser psicoterapeuta ou psicanalista?” Nos fazendo refletir se a orientação sexual tem
relação com virtudes como honestidade, respeito, empatia, amor ao próximo etc. No
segundo bilhete: “E um pedófilo, poderia ser terapeuta ou analista?” a
A preferência sexual repulsiva, além de ser ilegal, trás objeção à ideia de ter
um terapeuta pedófilo. No terceiro bilhete: “Qual é seu limite? Qual é o paciente que
você recusaria e encaminharia alhures?” Essa pergunta envolve autoconhecimento.
No quarto bilhete: “Será que não deveríamos acrescentar, entre os traços de caráter
esperados num terapeuta, uma vontade de mexer com a vida dos outros, de ensiná-
los, influenciá-los?” O autor admite que no decorrer de uma terapia, há momentos
que o terapeuta aponta um caminho ou mesmo empurra o paciente na direção que
parece mais certa.
No segundo capítulo, Calligaris(2021) fala das condições do analista: Um
terapeuta não precisa ser um exemplo de normalidade nem sexual e nem mental, já
que o propósito da terapia não é de tornar alguém “normal”. O propósito da terapia é
levar alguém a descobrir e respeitar seu desejo; essa é a condição necessária tanto
para praticá-lo como para contê-lo e descartá-lo.
Em seguida, o autor responde a preocupação de uma mãe de uma jovem
que pretende se tornar psicoterapeuta, quanto ao retorno financeiro da profissão, se
vai compensar os custos durante a formação.
O autor nos faz acreditar que ninguém se torna psicoterapeuta ou
permanece na profissão para ganhar dinheiro. Cada um descobre suas razões, e o
dinheiro é raramente uma delas. É necessário encontrar prazer na profissão!
O autor ainda faz memória de quando começou a clinicar e de como
conseguiu seu primeiro paciente. Ele transmite a ideia de que não é necessário
aparentar experiência quando se começa na clínica, visto que o paciente escolhe o
terapeuta por motivos diversos e muito mais complexos do que o próprio paciente
possa compreender. Embora o primeiro paciente seja de certa forma, inesquecível, o
autor aconselha que nunca se deixe de lado a vontade de escutar e “ o calor de
quem, a cada vez, acha extraordinário que alguém lhe faça confiança.” (Calligaris,
2021, p. 76).
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Seguindo com as cartas, Calligaris tenta dar resposta sobre o que fazer
no caso do terapeuta se apaixonar pelo paciente. Ele discorre um pouco sobre o
amor de transferência e de como ele deve ser uma ocasião para modificar os
desfechos e padrões afetivos do paciente. Sinaliza também o perigo do terapeuta
se identificar como aquele que tem o poder sobre o analisando e é a solução
milagrosa de todos os seus problemas amorosos. Mesma havendo a possibilidade
de um encontro verdadeiro se dá por meio da clínica, tais encontros não costumam
se repetir, levando a percepção de que o analista que se envolve várias vezes com
pacientes está ele mesmo necessitado de terapia. Na dúvida entre se envolver ou
não, o conselho do autor é que se evite este tipo de relacionamento.
Calligaris se dispõe também a falar sobre a formação. Para ele, a formação
acadêmica em psicologia clínica ou em psiquiatria não os únicos meios para se
formar como bom terapeuta. Cintando o próprio exemplo, mostra a possibilidade de
se alcançar fora da faculdade as mesmas capacitações alcançadas na graduação,
porém não nega que isso acabe exigindo um esforço maior. A grande questão aqui,
porém, é que o estudante de graduação tem uma formação mais variada, correndo
assim menos risco de ficar limitado à orientação específica da instituição que
escolheu. A formação circunscrita em uma pratica só está levando terapeutas a se
fecharem às reais necessidades do paciente em nome de uma fidelidade doutrinal.
Em seguida o autor aponta que alguns psicoterapeutas se recusam a
aceitar que a psicanalise seja uma psicoterapia e que esta se proponha a cura dos
sofrimentos dos seus pacientes. Segundo Freud, não se deve ter pressa em curar
um paciente pois, na maioria das vezes os problemas enfrentado pelos pacientes
tem as causas em outro lugar e não no que está sendo relatado pelo paciente.
Precisa-se de tempo para investigar a raiz do problema que muitas vezes se
encontra na infância.. Um objetivo da psicoterapia é fazer com que o paciente possa
fazer mudanças na vida e aprender a lidar com os problemas enfrentados ao logo da
vida e não simplesmente solucionar a demanda dizendo-lhe o que fazer.
No decorrer de suas cartas relata que em uma conversa com um dos
membros da instituição sobre como faria para ter mais clientes ouviu o seguinte
concelho: “faça-se conhecer”. Segundo Calligares(2021), esse “ faça-se conhecer”
significava impor respeito aos colegas na instituição o que gerava um demasiado
número de publicações e pouco interesse de fato pelo paciente.
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O autor também aborda questões práticas, como a duração da seção,


quanto cobrar, como escolher o supervisor e as regras estabelecidas com o
paciente. Diante da preocupação de jovens terapeutas, são apontadas as questões
de conflitos entre os psicoterapeutas e psicanalistas, farmacologia e neurociência,
Calligaris deixa bem claro que esses conflitos são percas de tempo, quando o
profissional busca uma complementação no processo de tratamento do paciente o
resultado é muito mais satisfatório.
É pedido também que o jovem terapeuta tenha um entendimento a
cerca do que a psicanálise dialoga com a sexualidade, as suas divergências,
repressões, e do contexto sexual que Freud revelou em sua época.
Já diante de dúvidas a cerca de suas abordagens, os jovens
terapeutas devem buscar respostas para suas intervenções aos problemas
apontados pelos pacientes. Trazer para a atualidade as questões da infância pode
não ser a resposta esperada por aquele está buscando uma “cura” quase que
imediata.
Para concluir as cartas aos aspirantes a terapeutas, o autor sinaliza
alguns exemplos práticos que deixam entender que, o analista deve se se
apresentar de forma humilde e verdadeira, como pessoa que deseja ser, sem se
inibir na sua maneira de vestir ou de gesticular, que viva sua normalidade, ou pelo
menos o mais próximo dela, e quando os pacientes buscarem um exemplo a ser
seguido, deixe eles entenderem que o mais importante é se permitir ser o que se
deseja ser. E que seja qual for o resultado do trabalho durante o processo de
tratamento, o terapeuta deve ser humilde diante da aceitação e das condições
apresentadas pelos pacientes.
3. Conclusão
Contardo Calligaris expôs ao longo de suas cartas seu vasto conhecimento
como terapeuta e psicanálise de forma simples e sutil, mas rica de sabedoria e
praticidade. É se se notar com admiração o cuidado que tem em transmitir aos
iniciantes da clínica os erros e acertos, de forma que estes venham a serem bons
profissionais, que respeitem e zelem pelos pacientes em seus sofrimentos e
subjetividades. Seu livro cumpre assim, um eficiente papel de iniciar e auxiliar a
carreira daqueles que trilham ou pretendem trilhar o desafiante caminho de serem
facilitadores dos processos de seus pacientes.
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4. Referência

Calligaris, Contardo. Cartas a um jovem Terapeuta: reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e


curiosos – 2.ed. – São Paulo: Planeta, 2021.

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