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A unidade dos movimentos populares brasileiros

na atualidade
Este artigo conta com a contribuição dos camaradas que participaram de uma
importante reunião sobre a participação dos comunistas na Coordenação dos
Movimentos Sociais, a CMS.

A história do Brasil está repleta de experiências de unidade popular:


campanhas, movimentos, frentes e fóruns que unificaram grandes massas do povo
brasileiro em torno da luta pela independência nacional, pela democracia e pela
igualdade social.

Durante os anos neoliberais de FHC o Fórum Nacional de Lutas por Trabalho, Terra e
Cidadania (FNL) foi a plataforma que unificou os mais avançados e progressistas
movimentos sociais. A situação política e a necessidade de resistência ao neoliberalismo
levavam a uma grande unidade no posicionamento político. O FNL era um fórum que
claramente fazia oposição às políticas do Governo FHC. Havia diferenças, é óbvio, mas
o que prevalecia era a unidade.

Fruto destas lutas do FNL – entre as quais se destaca a Marcha dos 100 mil sobre
Brasília –, e de outras lutas históricas, e da força dos partidos de oposição a FHC, entre
outros fatores, elegemos Lula presidente em 2002.
A partir daí, e já na campanha eleitoral, começou um processo de crescente
diferenciação política entre as lideranças e as forças políticas que faziam parte do FNL.

A posição em relação ao novo Governo Lula e ao caráter da transição para um novo


projeto nacional de desenvolvimento é elemento que dividiu as águas.

Desta diferenciação resultaram até agora basicamente três posições políticas e três
campos nos movimentos sociais.

A primeira surgiu ainda na campanha eleitoral e declara-se abertamente de oposição ao


Governo Lula, não vê transição possível. No segundo turno das eleições 2004 pregou o
voto “crítico” e o voto nulo e, na prática, ajuda o PSDB e as demais forças de direita.

A segunda não vê necessidade, na prática, de mobilizações populares para impulsionar a


transição e as mudanças. Acredita que o Governo Lula fará as mudanças sem precisar
da luta popular. Desconfia que as lutas populares teriam caráter oposicionista.

A posição da qual comungam os comunistas, parte da consciência de que não há


mudanças mais profundas sem a mobilização popular. As lideranças que defendem esta
posição apóiam o Governo Lula, lutam para impulsionar a transição para um novo
modelo de desenvolvimento com valorização do trabalho, e por isso consideram
imprescindível para o êxito do Governo Lula a mudança na política econômica.

Desta posição, e com o apoio dos comunistas, surgiu a Coordenação dos


Movimentos Sociais, a CMS, para unificar novamente em lutas comuns, na fase política
atual, os mais importantes movimentos sociais brasileiros: CUT, MST e UNE.

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