Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CURSO DE PSICOLOGIA

TOXICODEPENDÊNCIA

ATIVIDADE AVALIATIVA A1

Bárbara

Igor

Renata Favalessa da Silva - 20171106317

Thalia Oliveira Domingos - 20171109723

RIO DE JANEIRO

2022.1
O filme/documentário “Cortina de Fumaça” se inicia afirmando que as drogas sempre existiram
na sociedade (Carneiro, 2018). O diretor demonstra que a ‘guerra às drogas’, iniciada nos EUA, foi
produzida por interesses geopolíticos e geoeconômicos, dentre outros. Vários entrevistados no filme e
alguns autores discutidos em sala de aula, afirmam que a guerra às drogas é, na realidade, uma guerra
contra pessoas dirigida, especialmente, nos USA, aos imigrantes e à população negra, gerando um
desmesurado encarceramento em massa.

A situação no Brasil não é diferente. Vivenciamos a guerra às drogas quase que diariamente, e
o saldo desta fracassada guerra atinge corpos específicos, de determinada cor de pele e com endereço
evidente. O sociólogo Luiz Eduardo Soares (2012) desafia encontramos um adolescente branco, de
classe média, ser internado ou enclausurado em instituições penais.

Diante o exposto, responda aos seguintes itens abaixo elencados:

1) Aponte (01) trecho do filme correlacionando a narrativa do entrevistado/participante com uma das
temáticas citadas no enunciado da proposição acima. Sintetize o relato do entrevistado em um
parágrafo de, no máximo, 10 linhas (dez), indicando o seu nome e a sua posição funcional descrita
no filme.

R: Para o Antônio Escohotado, professor da Universidade de Madri, imaginar um casamento sem


álcool é impensável pois não seria um casamento, pois a sociedade não considera o álcool uma droga,
mas é uma droga como qualquer outra, sabendo que pode causar dependência. As drogas não
surgiram no século XXI sempre existiram, a única diferença é que hoje temos profissionais que
discutem sobre esse assunto que antes era visto apenas como um tabu.

O problema não é a droga em si, mas quem irá ganhar ou perder com elas, pois na década de 80
era charme quem fumava, hoje é feio, é dependência e não é uma coisa bem vista e tem os efeitos
colaterais. Já a maconha, o crack e a cocaína são “nocivas”, só elas são vistas como drogas enquanto
as outras são totalmente aceitáveis para a sociedade. A questão é quem vai ganhar mais com isso? A
maconha já foi comprovada que sua substância é benéfica para crianças que sofrem de autismo e para
idosos, que começam a apresentar a doença senil, mas não legalizam pois não haverá um retorno
significativo neste momento.

2) Faça uma correlação entre a figura do adito, do louco e do potencialmente criminoso,


problematizada nos capítulos dos livros de Alexander (2017) e de Ibrahim (2014), onde os autores
analisam a figura desses sujeitos, vistos e considerados como sendo os ‘diferentes’ e, portanto,
‘matáveis’, como designado por Zaccone (2007).

Você também deverá se utilizar dos vídeos e de todos os artigos disponibilizados e discutidos em
sala de aula (publicados no Material de Apoio), a fim de contextualizar os pontos coincidentes entre
estes textos os capítulos dos dois livros citados acima.

Não se esqueça de mencionar o título dos textos escolhidos e o seu autor.

R: Alexander (2017), traçando um panorama histórico, esclarece as relações entre política e a


questão das drogas. A autora afirma que o sucesso do Movimento dos Direitos Civis nos EUA teve
como consequência a criação, pelos conservadores brancos, de novas formas de perseguição aos
negros nas quais a questão da raça não era explicitamente mencionada. Uma delas é a “Guerra
às Drogas” que, na verdade, era e é uma guerra contra os traficantes e usuários de drogas. Nesse
sentido, o crack foi a droga escolhida como foco e o apoio da mídia foi fundamental para a
propagação dessa questão ao expor os usuários como irresponsáveis e perigosos, reforçando
assim estereótipos raciais já existentes.

Para Ibrahim em “manicômio Judicial” a autora relata processos similares à criação do sujeito
“louco-criminoso” com a situação atual do adito. Perpassando os estudos de Foucault, a autora
argumenta que a criação dessa nova classe jurídica de sujeitos impulsionou um processo já
existente de revisão das práticas jurídicas e do espaço físico. Seguindo o raciocínio, uma vez que
esse indivíduo é colocado no lugar de 'louco' ele não pode ser tratado como as demais pessoas e,
por isso, precisa receber uma atenção especial. Dessa forma, criam-se espaços para delimitar o
contato daqueles que portam a loucura, do resto da sociedade Sendo assim, a junção do saber
psiquiátrico e o poder estrutural da jurídico dão criação à classe do sujeito "inimputável", segundo a
autora.

A autora também pontua que as criações dessa divisão jurídica vêm impulsionada pelos
profissionais da psiquiatria jurídica que, na época, agiam sob o pensamento de que a loucura pode
dar em qualquer pessoa, e é difícil ser reconhecida até pelo profissional especializado. Dessa
forma, observa-se um tom subjetivo e pouco definido para classificar a presença da dita loucura
nas pessoas, abrindo uma brecha para o uso a bel-prazer das autoridades responsáveis para
categorizar quem é ou não é “louco”. Nesse sentido, observamos que a criação de um status
psicológico dado pela psiquiatria municiou o poder jurídico de argumentos técnicos para a criação
de espaços de isolamento e contingência de pessoas portadoras de sofrimento psíquico.
Correlacionando com os outros textos revisados na aula, vemos que a sociedade ocidental muitas
vezes utiliza de situações matérias, como a existência de sofrimento psíquico, na época da criação
dos manicômios jurídicos, e o uso de drogas, agora com a guerra às drogas; como uma forma de
justificar intervenções estatais em determinadas populações.

A partir da associação de determinados grupos, como as pessoas com sofrimentos psíquicos,


a situações que gerem comoção social, como uma pessoa que acabe atacando alguém em um
surto, criam-se narrativas que, muitas vezes, são utilizadas para justificar intervenções com uso de
força policial e políticas de higienização social de populações específica. Assim criam-se
justificativas que, ainda que sejam pautadas em narrativas fabricadas ou de baixíssima incidência,
são reais e que criam a impressão de estarem combatendo um determinado problema e não uma
determinada população.

3) O uso/abuso das substâncias psicoativas, inquestionavelmente, depende do sujeito que as usa, da


quantidade da substância, da qualidade, do tipo, da frequência e do momento de vida de cada um.
O Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID) e outros autores identificam as
substâncias psicoativas sob duas classificações distintas, ou seja, quanto à sua função e quanto à
sua composição.

De acordo com a sua composição, as substâncias se classificam em três categorias. Leia as três
proposições abaixo elencadas e atenda ao requisitado, observando que as respostas devem ser
explicitadas em tópicos.

A) Cite e conceitue quais são as três categorias de substâncias classificadas pela sua composição.

R: As substâncias de acordo com a sua composição são:

Naturais: Substâncias que são encontradas na natureza.

Semissintéticas: Substâncias que vêm da natureza, mas passam por um processo químico que as
alteram.

Sintéticas: Substâncias feitas em laboratório.

De acordo com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID) as três categorias que
dividem as substâncias em funções são:

Substâncias Depressoras da Atividade do Sistema Nervoso Central: são drogas que diminuem a
atividade cerebral, “deprimindo” seu funcionamento.
Substâncias Estimulantes da Atividade do Sistema Nervoso Central: são drogas que, na contramão
das depressoras, estimulam o funcionamento cerebral, portanto, aumentam a sua atividade.

Substâncias Alucinógenas: Por fim, essas drogas causam perturbação no funcionamento cerebral,
modificando qualitativamente as atividades, logo, afetam a qualidade da função.

B) Em cada uma dessas três categorias, cite dois (02) exemplos de substâncias.

R: Duas substâncias que são consideradas naturais são: maconha e ópio. As semissintéticas são:
heróina e cocaína e por fim, as sintéticas são LSD e benzodiazepínicos.

Ainda em consonância com o CEBRID, duas substâncias depressoras da atividade do sistema


nervoso central são os opiáceos e benzodiazepínicos. Das substâncias estimulantes da atividade
do sistema nervoso central são anfetaminas e cocaína. As substâncias alucinógenas, Ecstasy e
cogumelos ou plantas alucinógenas.

Referências:

Alexander, M. A nova segregação: racismo e encarceramento em massa. São Paulo: Boitempo, 2019.

CEBRID- Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. O que são drogas
psicotrópicas? Disponível em: https://www.cebrid.com.br/livreto-informativo-sobre-drogas/. Acesso em:
10 Abr 2022.

Cortina de Fumaça. Diretor: Rodrigo Mac Niven. Brasil, 2009. (87 min).

IBRAHIM, E. Manicômio Judiciário: da memória interrompida ao silêncio da loucura. Curitiba: Appris,


2014.

Você também pode gostar