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CAPÍTULO 3

CONTRIBUIÇÕES DAS NEUROCIÊNCIAS PARA O DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM


HUMANA

A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de


aprendizagem:

 Conceituar e discutir as abordagens da neurociência no processo de desenvolvimento e


aprendizagem.

 Refletir acerca das contribuições da neurociência, que busca educar pela atenção,
percepção, memória e emoções no processo de desenvolvimento e aprendizagem.

 Apresentar estratégias criadas, repensando sobre perguntas, emoções, novas


negociações, aprendizagem, ética e consciência social dos estudantes.

 Discutir algumas atividades pedagógicas realizadas em salas de aula para promover a


aprendizagem, a ética e a consciência social, levando em conta a emoção dos estudantes.
1 CONTEXTUALIZAÇÃO 

Neste capítulo, apresentaremos as principais contribuições da neurociência no processo


de desenvolvimento e aprendizagem humana na ótica da Psicologia contemporânea,
especialmente, o processo que busca educar pela atenção, percepção, memória e emoções
(GARDNER, 1999). 

O objetivo principal é que você, acadêmico, seja capaz de demonstrar seu aprendizado
com relação aos estudos das neurociências e suas contribuições para o desenvolvimento e
aprendizagem humana, os processos psicopatológicos desses sujeitos e sua complexidade em
nossa sociedade.

2 NEUROCIÊNCIA: ABORDAGENS E CONTRIBUIÇÕES

Oliveira (2014, p. 14) afirma que a neurociência “tem raízes que somente a partir do século
XIX começaram a florescer”. Entre os profissionais envolvidos com essa área em neurociência, os
professores vêm despertando para a necessidade de se compreender eventos biológicos
relacionados ao desenvolvimento e à aprendizagem. 

FIGURA 1 – NEUROCIÊNCIAS
FONTE:
<https://newsrondonia.com.br/noticias/conceitos+fundamentais+de+neurociencias+015+nascimento+vida+e
+morte+do+sistema+nervoso/100358>. Acesso em: 4 out. 2019.

A partir de Almeida (2010), explicitamos que o sistema nervoso central (SNC) é um órgão
de extrema importância para o ser humano. É por meio dele que se recebe e transmite
informações para todo o organismo. Trata-se do “Quartel General” das atividades do nosso corpo.
Constitui-se de duas divisões principais, que são o encéfalo (composto pelo cérebro, cerebelo e
tronco encefálico) e a medula espinhal (parte mais alongada do SNC) e a sua localização é dentro
do esqueleto axial, embora nervos penetram-se no crânio ou na coluna vertebral.

FIGURA 2 – SISTEMA NERVOSO CENTRAL

FONTE: <https://www.cienciasresumos.com.br/anatomia/sistema-nervoso-central-resumo/>.
Acesso em: 4 out. 2019.

LÉO – ESTUDANDO:
O cérebro é a porção mais maciça e o principal órgão do sistema nervoso. Ele é responsável por
comandar ações motoras, estímulos sensoriais e atividades neurológicas, como a memória, a
aprendizagem, o pensamento e a fala. Ele é formado por duas metades, os hemisférios direito e
esquerdo, separados por uma fissura longitudinal. Os dois hemisférios compreendem o
telencéfalo.
O cerebelo ou metencéfalo representa 10% do volume do encéfalo. Ele é relacionado com a
manutenção do equilíbrio corporal, controle do tônus muscular e aprendizagem motora. Assim
como ocorre no cérebro, o cerebelo possui dois hemisférios separados por uma faixa estreita, o
vérmis.
O tronco encefálico é constituído pelo mesencéfalo, ponte e bulbo. O mesencéfalo é a menor
parte do tronco encefálico, localiza-se entre a ponte e o cérebro. A ponte localiza-se entre o
mesencéfalo e o bulbo. No bulbo, a parte inferior liga-se à medula espinhal e a superior com a
ponte.
A medula espinhal é a parte mais alongada do sistema nervoso central. É caracterizada por um
cordão cilíndrico composto por células nervosas, localizado no canal interno das vértebras da
coluna vertebral.
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/sistema-nervoso-central/>. Acesso em: 14 nov. 2019.

Nesse sentido, Cosenza e Guerra (2011 apud OLIVEIRA, 2014, p. 16) nos esclarece que o
SNC é:

[...] o primeiro sistema a surgir entre a terceira e quarta semana após a


fecundação. O amadurecimento do neurônio promove a formação de sinapses. O
cérebro do recém-nascido é pobre em sinapses, mas o cérebro infantil possui uma
quantidade exagerada delas que continua aumentando até o início da
adolescência. Nesse período, iniciam-se os processos regressivos com a
finalidade de reorganizar a estrutura cerebral. A capacidade de aprender está
relacionada à quantidade de sinapses. 

LÉO - CONCEITO TÉCNICO:


Neurônio é:

“uma célula nervosa, estrutura básica do sistema nervoso, comum à maioria dos
vertebrados. Os neurônios são células altamente estimuláveis, que processam e
transmitem informação através de sinais eletroquímicos. Uma das suas
caraterísticas é a capacidade das suas membranas plasmáticas gerarem impulsos
nervosos. A maioria dos neurônios, tipicamente, possui o corpo celular e dois tipos
de prolongamentos citoplasmáticos, as dendrites e os axônios” (MOREIRA, 2013,
p. 1).

Sinapses - tendo Bear, Connors e Paradiso (2002) como referência, podemos manifestar que as
sinapses podem ser entendidas como sendo tipos específicos de junções especializadas, nas
quais um terminal axonal estabelece contato com outro neurônio ou qualquer outro tipo celular.
Essas junções podem se caracterizar por duas naturezas: as elétricas e as químicas. 
Para Malloy-Diniz et al. (2010, p. 342), “a neurociência se preocupa com a complexa
organização cerebral, que trata da relação entre cognição e comportamento e a atividade do SNC
em condições normais e patológicas”. Em face dessa posição, como pode ser conceituada a
neurociência? 

É possível afirmar que a neurociência é um campo que se ocupa em estudar o


funcionamento do sistema nervoso, desvendando sua estrutura, o desenvolvimento humano, a
aprendizagem humana e as eventuais alterações que ocorrem ao longo da vida. Buscou, também,
conhecer seus encantos, bem como desmistificar conceitos e linguagens, adentrando em uma
direção desafiadora no universo do aprender. Com isso, foi ficando mais claro que tomar posse do
funcionamento cerebral é entender como o conhecimento se organiza e, portanto, torna-se uma
tarefa respeitável ao redimensionamento do ser humano (REZENDE, 2008).  

LÉO - ATIVIDADES DE ESTUDO:

1 Comente sobre as capacidades do cérebro humano tendo em vista os aspectos abordados pela
neurocientista Suzana Herculano-Houzel no Programa Roda Viva, no dia 25 de março de 2013,
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VVMHrWallRc&t=1455s, cujo título é “Suzana
Herculano-Houzel - 25/03/2013”, bem como fazendo uso dessa breve contextualização e da
explicação do que é neurociência apresentada no vídeo “O que é a neurociência?”. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=m1gVM3Fn_R4.
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2.1 DISCUTINDO A NEUROCIÊNCIA NA ESCOLA E NA SALA DE AULA


Na visão de Kandel et al. (2014), a neurociência tem como objetivo majoritário a
compreensão do modo com que os fluxos de sinais elétricos por intermédio dos circuitos neurais
dão origem ao que é denominado como mente (associado ao entendimento de como agimos,
percebemos, pensamos, lembramos e aprendemos). Herculano-Houzel (2009) ilumina esse
debate nos esclarecendo que a neurociência é uma ciência nova, mas que vem proporcionando
mudanças significativas na forma de perceber o funcionamento cerebral, caracterizando-se,
assim, como uma forma diferenciada de olhar. Os estudos da neurociência exploram as áreas do
sistema nervoso.

FIGURA 3 – NEUROCIÊNCIA

FONTE: <https://institutoagc.com.br/2016/04/15/neurociencias-pos-em-neurociencia-para-todas-as-areas/>.
Acesso em: 2 out. 2019.

Nesse tocante, recorremos a Bartoszeck (2006, p. 1) que define a neurociência como “uma
das áreas do conhecimento biológico que utiliza os achados de subáreas que a compõem, por
exemplo, a neurofisiologia, a neurofarmacologia, o eixo psiconeuroendoimuno, a psicologia
evolucionária, o neuroimageamento, a fim de esclarecer como funciona o sistema nervoso”. 

Conhecer a neurociência pode nos ajudar a entender melhor como acontecem as nossas
aprendizagens, esse conhecimento pode subsidiar no sentido de saber como o cérebro aprende e
assim dar uma conotação educacional, buscando as melhores construções e articulações para
que o estudante aprenda mais e melhor. A aprendizagem está inteiramente relacionada ao
desenvolvimento do cérebro e os estudos de Fischer e Rose (1998) sinalizaram que o cérebro é
moldável aos estímulos do ambiente. Isso porque o que temos nesse cenário é um entendimento
de que há uma plasticidade cerebral, em que os estímulos ambientais colaboram para que os
neurônios constituam novas sinapses, em outros termos, trata-se da ativação de sinapses,
tornando-as mais presentes.

LÉO - INDICAÇÃO DE SITE:


Para ampliar a compreensão do termo neurociência, tendo como pauta a discussão da
neurociência, sugerimos que você assista ao vídeo “O que é neurociência e por que você precisa
entender mais sobre isso”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8O9SIdR985gm.

A neurociência trata de aspectos relacionados ao sistema nervoso e suas funcionalidades,


assim como as estruturas e seus processos de desenvolvimento. A neurociência é o
entrecruzamento de áreas, como Biologia, Fisiologia, Medicina, Psicologia, Pedagogia, entre
outras que se interessam em aprofundar o conhecimento acerca do sistema nervoso (estrutura,
função, desenvolvimento, evolução e disjunções). 

FIGURA 4 – NEUROCIÊNCIAS E EDUCAÇÃO

FONTE: <https://www.slideshare.net/analuciah/ufrgs-neurocincias-na-formao-bsica-do-professor>. Acesso


em: 2 out. 2019.

Nessa perspectiva, a neurociência é uma fonte importante para se compreender como o


sujeito aprende, considerando que a aprendizagem se processa no cérebro e resulta da
experiência de modificações no cérebro. As informações constituídas no sistema nervoso são
processadas por células nervosas especializadas denominadas neurônios.

A neurociência é uma ciência nova, mas apresenta bases sólidas para a compreensão da
aprendizagem, tendo como foco o debate acerca do sistema nervoso central, visto que existe uma
anatomia e uma fisiologia em um cérebro que aprende, e isso dialoga com o debate educacional.
Essa ciência pode nos ajudar a entender a estrutura, o funcionamento e as patologias no
comportamento humano no que diz respeito à percepção, à memória, ao humor, à atenção, ao
sono e ao comportamento em geral. Oliveira (2014, p. 14) afirma que a neurociência se constitui
como:  

A ciência do cérebro e a educação como ciência do ensino e da aprendizagem e


ambas têm uma relação de proximidade porque o cérebro tem uma significância
no processo de aprendizagem da pessoa. Verdadeiro seria, também, afirmar o
inverso: que a aprendizagem interessa diretamente o cérebro.

Rato e Caldas (2010, p. 627) afirmam que “a ideia de que a investigação neurocientífica
pode influenciar a teoria e prática educacional já não é mais uma novidade. Atualmente, com as
novas descobertas científicas, a neurociência e a educação voltam a cruzar caminhos”.

Oliveira (2014, p. 14) destaca que “há entraves que podem ser apontados para esta
aproximação, por exemplo, a questão se refere à limitação em demonstrar cientificamente como a
mente e o cérebro funcionam”. 

Fischer (2009) discorda dos autores que consideram prematura a ideia de relacionar a
educação com a neurociência. Esse autor defende a ideia de que a investigação da neurociência
em contextos educativos abriria um leque de possibilidades de descobertas tanto em Biologia
básica quanto aos processos cognitivos relacionados ao desenvolvimento e à aprendizagem. Ele
propôs a união da Biologia, neurociência, desenvolvimento e educação, que seriam a base da
pesquisa educacional. 

Para a ocorrência da aprendizagem, muitas condições influenciam, como é o caso da


dimensão social (que pode ser interpretada como sendo as interações entre as pessoas, a cultura,
o nível socioeconômico que permite entender os acessos e as limitações dos sujeitos), psicológica
(relacionada a nossa maturidade e estabilidade emocional) e motora (atinente a nossa
organização mental relativa aos cinco sentidos e a maturação concernente ao crescimento e a
evolução).
Nesse sentido, apontamos os seguintes fatores que influenciam no aprendizado. Podemos
relacionar as conexões entendidas aqui como sinapses, as experiências no campo sensorial, a
capacidade de dar atenção a fatos, pessoas e objetos, a estimulação para perceber e
compreender comportamentos e ações, o desenvolvimento afetivo que permite um maior grau de
envolvimento e interação, a maturação e a maturidade e a modificabilidade cognitiva.

Tendo como sustentação posições defendidas em Carvalho, Campos Júnior e Souza


(2019), Moreira e Oliveira (2018), Albuquerque e Oliveira (2019), Macedo (2005), Nunes e Silveira
(2009) e Morales (2005), pontuamos os fatores a seguir como aqueles que promovem alterações
na aprendizagem:

 Fatores relacionados à composição orgânica.


 Uso de drogas ilícitas e lícitas, que podem significar a redução de substâncias essenciais
para o processo de ramificações neurais, estabelecendo prejuízos para áreas específicas
do cérebro com impactos que resultam em transtornos, distúrbios, dificuldades e
perturbações de desenvolvimento. 
 Gestação precoce também é indicada como prejudicial no que tange à aprendizagem.
 Condições de habitabilidade associadas às questões sanitárias e de higiene precária,
assim como a alimentação com ausência de um padrão nutricional a contento resulta em
danos na aprendizagem.
 Potencial de aprendizagem também possui uma carga importante na herança genética,
que quando combinada com o patrimônio social e cultural exerce uma relevância
fundamental na aprendizagem humana, esses fatores são igualmente de grande
relevância.
 Pessoa que é privada de atividades lúdicas e psicomotoras apresenta danos em sua
capacidade de aprender, já que são fundamentais para o processamento de um novo
conhecimento.
 Presença ou o lidar em um ambiente de intenso potencial repressivo repercute em
processos de encolhimento da capacidade de aprendizagem. 

A neurociência é muito importante para a educação, pois está diante da questão levantada
entre os educadores no sentido de pensar como fazer os estudantes aprenderem. Nessa
perspectiva, é essencial conhecer a biologia cerebral e suas relações com as dimensões:
cognitiva, emocional, afetivas e motoras para se constituir um grande aliado na construção de
conhecimentos que colaboram para uma construção de posturas pedagógicas. Precisamos nos
valer, na pedagogia, de bases científicas para podermos compreender melhor os nossos
estudantes. 

A figura a seguir apresenta as dimensões do desenvolvimento humano e que dialogam


intimamente com o debate acerca das dimensões que se deve considerar para pensar o
aprendizado e a sua relação com a neurociência para que se consiga de modo mais holístico
alcançar a integralidade do sujeito, com respeito as suas particularidades (COLL; MARCHESI;
PALACIOS, 2004; 1995).

FIGURA 5 – DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/8903570/>. Acesso em: 4 out. 2019.

Algumas contribuições foram fundamentais para o avanço da neurociência. Nesse tocante,


sinalizamos avanços nesse campo desde o século XIX. Fritsch e Hitzig (2009) perceberam que
todo cérebro responde a mudanças efetivas por meio de estímulos cerebrais. Nessa mesma
direção, Cajal (1890) afirma que os estímulos são travados por meio de sinapses neurais. 
Destacamos os ensinamentos de Kandel (1982), o pai da neurociência, que leciona no
sentido de que somos produtos das nossas sinapses e refletimos o que aprendemos e o que
lembramos ao mesmo tempo. Esse autor defende que nem tudo se explica por conflitos psíquicos,
nem por neurotransmissores alterados, ou seja, o cérebro é capaz de transformar-se, curar-se e
mudar, logo, ele é capaz de construir novas maneiras de aprender e consolidar novas conexões.

Esse olhar de Kandel (1982) nos ilumina em direção ao rompimento dos rótulos presentes
nos ambientes escolares que culminam em posturas não inclusivas. A partir da compreensão dos
sistemas nervosos, podemos perceber o funcionamento do cérebro e isso nos ajuda a entender as
possibilidades humanas de reagir a estímulos, dando novas condições para a escrita, a fala, a
leitura e os cálculos matemáticos.

A partir de novas plataformas de compreensão do comportamento humano, o professor


pode se valer de elementos que subsidiam na construção de estratégias de ações de cunho
pedagógico com fundamentos em achados científicos relacionados e como se processam os
pensamentos, a memória, o planejamento das ações, as habilidades e as formas motoras, que
são condicionadas na sala de aula e na escola, em geral.

Os médicos Broca e Wernicke confirmaram que a linguagem se processa no córtex


cerebral (ZURIF et al., 1993; SHAPIRO et al., 1993). O cientista Ramón y Cajal, em 1890,
estabeleceu que cada célula nervosa é única, distinta e individual, que respondem a estímulos e
são conectadas por sinapses. Em 1970, desenvolveram-se técnicas produzidas por imagens que
ofereciam informações fisiológicas e patológicas. Ressaltamos como técnicas revolucionárias
nesse conjunto, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. 

A neurociência contribui para os professores com interessantes subsídios relacionados à


discussão de como se estruturam fisiologicamente em nosso cérebro a memória, o sono, a
linguagem, o esquecimento, a atenção, a afetividade, o movimento, o medo e o humor. Essa
plêiade de conhecimentos agrega para a compreensão da ação pedagógica. Esse conhecimento
é, também, fundamental para a ação pedagógica.

Com isso, é possível constatar que há várias possibilidades de aprender, então, existem,
também, várias formas de ensinar. Nesse sentido, a neurociência traz a ideia de sujeito cerebral,
que significa tratar o sujeito como único para poder incluí-lo. O nosso cérebro sofre alterações à
medida que o estudante é submetido a novas possibilidades de exposição e, assim, constitui-se a
plasticidade cerebral. Essa compreensão é crucial para a história do educando, pois quanto mais
conhecemos o cérebro, melhor poderemos educá-lo. 

FIGURA 6 – EDUCAÇÃO DO CÉREBRO

FONTE: <https://tutores.com.br/blog/neurociencia-educacional/>. Acesso em: 4 out. 2019.

O educando é aquele que pensa, dialoga e usa a linguagem como ferramenta essencial
para o aprendizado. Dessa forma, é essencial olhar para a singularidade do sujeito cerebral na
pluralidade da sala de aula, considerado a partir da perspectiva coletiva. É a diversidade ou
pluralidade dentro da singularidade. Os nossos cérebros são únicos, porém sofrem alterações em
função dos processos de ensino e aprendizagem. É o ator principal na estimulação do sujeito do
século XXI. Em razão disso, é necessário entender as dimensões, as necessidades, as
expectativas, as capacidades, as limitações, os afetos e as emoções, em síntese, as
particularidades do funcionamento cerebral para usar a favor dos estudantes.

O cérebro humano é dividido didaticamente, mas ele funciona como um todo. Essa divisão
é originária dos nossos ancestrais. Com base na teoria da evolução, Volpi (2005, p. 3) afirma que
“o cérebro humano ganhou novas estruturas, as quais foram sendo sobrepostas umas às outras.
Tomando como base a teoria de MacLean, o cérebro humano evoluiu e adquiriu três estruturas: o
cérebro reptiliano, o cérebro límbico e o neocórtex”.
FIGURA 7 – TEORIA DO CÉREBRO TRINO

FONTE: <http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com/2013/12/teoria-do-cerebro-trino.html>.
Acesso em: 2 out. 2019.

Nessa mesma direção, Mograbi (2015) nos ensina que a compreensão do cérebro em
camadas sobrepostas é um recurso importante e um dos mais interessantes nesse campo, pois
na tradição da popularização do conhecimento científico, em termos de neuroanatomia, essa
maneira de pensar a estrutura cerebral pode nos ajuda a decifrar o ser humano. Essas camadas
do cérebro são divididas em: “o arquicórtex (arquipálio, cérebro primitivo ou cérebro reptiliano), o
paleocórtex (paleopálio ou sistema límbico) e o neocórtex (ou neopálio)” (MOGRABI, 2015, p.
228).

O primeiro cérebro é o primitivo (reptiliano), que é responsável pela autopreservação,


pelas funções vitais e pelas relações sexuais. Com base em Volpi (2005), o cérebro mais antigo
no processo de evolução é o reptiliano. Ele é datado de aproximadamente 500 milhões de anos.
Já nos animais de sangue frio e mamíferos inferiores são encontrados cérebros com estruturas
associadas ao tronco encefálico.
FIGURA 8 – TRONCO ENCEFÁLICO

FONTE: <https://www.anatomiaemfoco.com.br/sistema-nervoso/tronco-encefalico-cerebral/>.
Acesso em: 2 out. 2019.

O tronco encefálico é dividido em mesencéfalo (mais cranialmente), ponte (intermediária) e


bulbo (mais caudal). Pontua-se que essa parte do sistema nervoso central possui características
específicas em função dos tipos de feixes de neurônios que transitam por ela e de seus núcleos
celulares, funções e particularidades morfológicas específicas. De modo geral, o tronco encefálico
tem a função de receber informações sensitivas, bem como exercer o controle motor por
intermédio dos núcleos motores e sensitivos dos nervos cranianos. Na região do tronco
encefálico, localizam-se circuitos de transmissão de informações da medula espinhal até as
regiões cerebrais, assim como na direção contrária, ou seja, do cérebro à medula espinal.
Constitui-se como o lugar propriamente dito para a realização do controle das funções vitais, como
o controle cardiovascular, a respiração e o ciclo sono-vigília.

FIGURA 9 – DIVISÕES DO TRONCO ENCEFÁLICO


FONTE: <https://abcdamedicina.com.br/tronco-encefalico-anatomia-nucleos-e-cortes-estrutura-e-
funcao.html>. Acesso em: 2 out. 2019.

A função proeminente do cérebro reptiliano é atinente ao plano do comportamento


emocional do indivíduo. A partir desse plano, o indivíduo consegue incorporar novas
aprendizagens com sustentação na experiência e, de modo mais amplo, refere-se a um processo
responsável pela sobrevivência.  

FIGURA 10 – CÉREBRO REPTILIANO

FONTE: <https://quecuriosidades.com/cerebro-reptiliano-decisiones-basicas/>. Acesso em: 2 out. 2019.


O segundo é o cérebro intermediário, que se caracteriza como o espaço das emoções,
formado por uma estrutura substancial denominada sistema límbico, que corresponde ao cérebro
dos mamíferos inferiores. 

FIGURA 11 – SISTEMA LÍMBICO

FONTE: <http://www.escoladepostura.com.br/main.asp?link=noticia&id=303>. Acesso em: 2 out. 2019.

Para Volpi (2005), esse cérebro surgiu há 70 milhões de anos. Faz a cobertura do cérebro
reptiliano e se encontra em todos os animais de sangue quente. Além de estar associado às
emoções também se conecta com o sistema neurovegetativo. A sua composição se constitui do
paleocórtex e núcleos atrelados ao tronco encefálico. Essas emoções têm relação direta com o
nosso cotidiano, pois todas as relações afetivas e de vínculos se pautam no nosso cuidar e esse
cérebro intermediário diz respeito aos nossos prazeres e vivências afetivas. Uma estrutura
importante que se destaca nessa relação é o hipotálamo. 

Na visão de Moraes (2009), os estados emocionais, na maioria das vezes, acabam por
envolver muitas áreas do sistema límbico. Quando consideramos estados, como a alegria ou a
raiva, notamos que esse processo se dá em intercalações entre estruturas ativadas e outras
inibidas, concomitantemente. Dessa forma, esse sistema processa nossas emoções no plano
bioquímico.

O homem evoluiu, já que saiu do cérebro reptiliano, perpassou pelo intermediário e


ganhou, recentemente, um neocórtex. O neocórtex é uma camada de estrutura pensante e
reflexiva conhecida, na atualidade, como cérebro superior. Na perspectiva de Volpi (2005), essa
camada é datada de 2 milhões de anos e se estabeleceu como a grande e a mais nova aquisição
realizada pelos mamíferos superiores. Somente os homens e o chimpanzé a possuem e, em
linhas gerais, é “responsável pela localização tempo-espaço, historicidade, decodificação,
metacomunicação etc. É ele quem nos dá a capacidade de conhecer e saber, da lógica e do
raciocínio” (VOLPI, 2005, p. 4).

FIGURA 12 – CÉREBRO NEOCÓRTEX

FONTE: <https://amenteemaravilhosa.com.br/neocortex-estruturas-e-funcoes/>. Acesso em: 2 out. 2019.

Essa camada do cérebro é dividida em lobos denominados frontal, temporal, parietal e


occipital. As separações ocorrem entre eles por meio de sulcos.

FIGURA 13 – LOBOS NEOCÓRTEX


FONTE: <http://neurocienciagrupo3.blogspot.com/2015/11/tipos-de-cerebro.html>. Acesso em: 2 out. 2019.

A racionalidade e o pensamento são gerados por impulsos nervosos que se instauram


como importantes potenciais de ação. Esses impulsos se movimentam por meio do córtex. Trata-
se de um cérebro lógico formado por uma memória temporária, que tem dificuldade de
compreender linguagens que não são bem concluídas e, em termos de atenção, apresenta
dificuldades de concentração em muitas coisas ao mesmo tempo. No entanto, é esse nível que
nos ajuda a decidir racionalmente entre fazer uma coisa ou outra.  

Diante dessa exposição, pontuamos que a Teoria do Cérebro Trino ainda é “a única visão
macroevolutiva no mercado sobre a morfologia e genética do cérebro humano e de como as
emoções humanas estariam a partir daí prefiguradas” (MOGRABI, 2015, p. 239). 

Assim, o homem, ao longo de sua condição evolutiva, constituiu uma caminhada que o
impulsionou para uma etapa em que se edificou o patamar de ser pensado e dotado de saberes.

MacLean apresentou em 1970 a teoria do cérebro trino que definia essa divisão do
cérebro em três camadas e tentava explicar o funcionamento do cérebro humano
a partir delas: 1) O cérebro protoreptiliano (ou reptiliano), o eixo mais básico do
sistema nervoso, composto de medula espinhal, tronco cerebral, cerebelo,
diencéfalo e gânglios basais, responsáveis por comportamentos estereotipados
geneticamente determinados e funções parassimpáticas (involuntárias); 2) O
cérebro paleomamífero, composto pelo sistema límbico (hipocampo, amídala, giro
cingulado, giro para-hipocampal, tálamo, hipotálamo e fórnix), que é responsável
pela regulação de emoções, motivações, bem como algumas funções instintivas.
Memória e aprendizado também fazem parte das funções mais sofisticadas do
sistema límbico; 3) O cérebro neomamífero, que é aquilo que chamamos
propriamente de córtex cerebral e que é responsável por análise complexa de
estímulos internos e externos, racionalidade, linguagem, resolução de tarefas e
controle de comportamento flexível (MOGRABI, 2015, p. 228).

O nosso cérebro é constituído por uma estrutura anatômica de dois hemisférios, sendo que
no hemisfério esquerdo (análise, ordenação e classificação) são enfatizados a linguagem, a
lógica, os números, a matemática, a sequência e as palavras, ao tempo que no hemisfério direito
(espacialidade e temporalidade) a ênfase se dá na rima, no ritmo, na música, na pintura, na
imaginação e nos modelos. Entre esses dois hemisférios, encontra-se o corpo caloso que liga os
dois. O nosso cérebro apresenta um desenvolvimento em que ocorrem modificações em seu
funcionamento e no modo de construir suas decisões e como percebe as experiências.

FIGURA 14 – ATIVIDADES ‘PREPONDERANTES’ NOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS


FONTE: <https://www.passeidireto.com/arquivo/62487219/atividades-preponderantes-nos-hemisferios-
cerebrais>. Acesso em: 3 out. 2019.

A comunicação entre os dois hemisférios perpassa cinco cérebros, que, na prática, é na


forma que o nosso cérebro funciona, haja vista que nós, humanos, somos dotados de cinco
cérebros e o conhecimento deles nos ajuda a entender as múltiplas eficiências e aprendizagens. 

O cérebro individual é constituído por uma estrutura anatômica e fisiológica única e


singular dentro da caixa craniana. 

FIGURA 15 – CAIXA CRANIANA


FONTE: <encurtador.com.br/zQTX5>.
Acesso em: 3 out. 2019.

O cérebro social é o da cultura, das relações, da sociedade e depende do cérebro


individual para realizar tarefas, está representado na estrutura do cérebro numa área denominada
pré-frontal e requer a atenção e as habilidades nas atitudes positivas da personalidade. 
FIGURA 16 – ÁREA PRÉ-FRONTAL

FONTE: <https://notivagosodiapelanoite.blogspot.com/2019/03/cortex-pre-frontal-o-misterio-do-lobo.html>.
Acesso em: 3 out. 2019.

O cérebro motor é relacionado ao movimento do corpo e se localiza na região parietal,


relaciona-se à destreza e ao refinamento do movimento, bem como associa-se à fala, à leitura e à
escrita. 
FIGURA 17 – PARIETAL

FONTE: <https://amenteemaravilhosa.com.br/lobo-parietal-funcoes-anatomia/>. Acesso em: 3 out. 2019.

O cérebro afetivo e emocional é fundamental para nossas vidas, porque está relacionado
aos nossos vínculos emocionais representados no sistema límbico, especificamente no
hipotálamo, integrando-se às áreas do córtex frontal-orbital (resfriamento da explosão impulsiva),
do córtex cingulado-anterior (ativa outras regiões para responder conflitos) e das amígdalas
cerebrais (respostas ao medo e a outras emoções negativas).

LÉO - INDICAÇÃO DE SITE:


Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade TDAH - programa Ligado em Saúde. Disponível
em: https://portal.fiocruz.br/video/transtorno-do-deficit-de-atencao-e-hiperatividade-tdah-programa-
ligado-em-saude. 

Salto para o futuro 2018 - TDAH: Mitos e verdades. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=kL-X48pIYgI. 

FIGURA 18 – HIPOTÁLAMO
FONTE: <https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/hipotalamo/>. Acesso em: 3 out. 2019.

O hipotálamo é uma região que coordena parte significativa das funções endócrinas.
Exerce ação direta na hipófise e indireta em outras glândulas (mamárias, tireoide, gônadas
sexuais, adrenais). Localiza-se na base do encéfalo, abaixo do tálamo e acima da hipófise. A sua
dimensão é do tamanho de uma amêndoa. Atua na regulação de fatores, como a sede, a
temperatura, o apetite, o ciclo do sono e o sistema nervoso autônomo (GRAEFF, 2007).

O cérebro genial/criativo é o da potencialidade, que é capaz de usar tanto o hemisfério


direito quanto o esquerdo para resolver problemas, de modo a expressar da melhor forma os
desejos e sentimentos, bem como constitui novas oportunidades em descobertas e curiosidades.

Segundo Pantano e Zorzi (2009), o estudo da neurociência considera o conhecimento


acerca das funções cerebrais a peça-chave para estimular o desenvolvimento cognitivo saudável.
Os estudos de Fonseca (2008, p. 322) reforçam essa ideia quando a autora afirma que a
“educação cognitiva tem como finalidade proporcionar ferramentas psicológicas que permitam
maximizar a capacidade de aprender a aprender, aprender a pensar e refletir, aprender a transferir
e generalizar conhecimentos, aprender a estudar e a comunicar-se”. O estudante tem o direito de
desenvolver cada vez mais seu potencial cognitivo.

LÉO - INDICAÇÃO DE SITE:


Entrevista Luciana Brites - Tudo sobre o TDAH - Programa Manhã Leve. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=8ek-_XBLvgE.

LÉO - ATIVIDADES DE ESTUDO:


1 Assista ao vídeo “Os Três Cérebros - Cérebro Reptiliano, Sistema Límbico, Neocórtex -
Instinto/Emoção/Razão” disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EVnmeamqhWc, bem
como faça uso das discussões desenvolvidas ao longo desse tópico e da explicação exposta no
vídeo intitulado “Tudo Acontece no Cérebro - Ele é Trino - Reptiliano + Límbico + Neocórtex”,
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DWweS9sM7P4 e comente a contribuição que
a Teoria do Cérebro Trino pode oferecer para melhorar o processo de aprendizagem humano.
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2.2 APRESENTANDO ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA CONQUISTAR OS “NEURÔNIOS”


NA SALA DE AULA

Nesta seção, apresentaremos estratégias pedagógicas que podem promover a


aprendizagem dos estudantes, privilegiando a ética, a consciência social, a percepção, a atenção,
a memória e a emoção dos estudantes, mas o que são estratégias pedagógicas? 

Como ponto de partida para pensar as estratégias pedagógicas, selecionamos a


concepção do psicólogo russo Luria citada por Sousa e Alves (2017), que considera o cérebro
como: 

[...] um sistema biológico que está em constante interação com a cultura, ou seja,
as funções mentais superiores são desenvolvidas durante a evolução do sujeito,
da história social e do desenvolvimento de cada indivíduo. Pode-se dizer que se
tem aqui o conceito de plasticidade cerebral. Compreendendo-se que o cérebro
humano possa revitalizar (neuroplasticidade), têm-se outras possibilidades para
trabalhar o processo de ensino e aprendizagem, já que o cérebro é dinâmico, tem
a capacidade de mudar em resposta aos desafios da sociedade moderna. Essa
visão permite mudanças nas ações dos educadores compreendendo que nada é
determinante, podendo-se obter resultados cada vez melhores a partir de novas
práticas pedagógicas (LURIA, 2008 apud SOUSA; ALVES, 2017, p. 322).
Diante das considerações figuradas no capítulo acerca da neurociência e do
posicionamento de Luria (2008 apud SOUSA; ALVES, 2017), na citação em apreço, entendemos
que o reconhecimento das implicações do funcionamento do cérebro, suas estruturas e regiões,
como lobos e sulcos no processo de aprendizagem, ainda não são levadas em consideração em
muitos estudos e na formação inicial e continuada dos professores. Em vista disso, destaca-se a
importância de retratar as estratégias pedagógicas que os profissionais podem fazer uso em suas
ações docentes no ato de ensinar direcionadas à aprendizagem dos estudantes.

Nesse sentido, compreende-se como estratégias de aprendizagem técnicas ou métodos


que os professores planejam e utilizam para propiciar as condições de aprendizagem dos
estudantes em sala de aula e na escola. De acordo com Teixeira e Alliprandini (2013), estratégias
de aprendizagem podem ser definidas como sequências de procedimentos ou atividades que se
escolhem com o propósito de facilitar a aquisição, o armazenamento e a utilização da informação
para promover a aprendizagem. Geralmente, quando essas estratégias são planejadas junto aos
estudantes dão resultados mais positivos.

É possível utilizar estratégias de aprendizagem a todos os estudantes. [...] É


possível ensinar a todos os alunos a expandir notas de aulas, a sublinhar pontos
importantes de um texto, a monitorar a compreensão na hora da leitura, usar
técnicas de memorização, fazer resumos, entre outras estratégias. Resultados de
pesquisas revelam que o treinamento em estratégias de aprendizagem tem sido
bem-sucedido de modo geral, pois é capaz de produzir tanto uma melhora
imediata no uso das estratégias envolvidas, quanto no rendimento escolar geral
dos alunos (BORUCHOVITCH,1999, p. 3). 

Para Boruchovitch (1999), são, ainda, escassas as pesquisas brasileiras sobre os


impactos das estratégias de aprendizagem sobre o desempenho da aprendizagem. Um dos
estudos brasileiros encontrados teve como objetivo investigar se o uso de estratégias de
aprendizagem contribuiu para aumentar o desempenho escolar dos estudantes ou não. Os
participantes eram estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, divididos em dois grupos,
sendo um de controle e o outro livre (participantes não tiveram nenhuma preparação ou
intervenção). O instrumento de análise utilizado foi uma tarefa que envolvia raciocínio espacial. Os
estudantes do grupo de controle apresentaram um percentual de erros significativamente menor
do que o grupo livre. 

Boruchovitch (1999, p. 4) defende ainda que “um dos principais objetivos da escola é
ajudar o estudante a gerenciar e autorregular sua própria aprendizagem. Se ele não utiliza, ainda,
estratégias necessárias para sua aprendizagem, um dos objetivos do ensino deve ser, portanto,
ajudá-lo a adquiri-las”.

Nessa direção, cabe ao professor, também “implementar estratégias pedagógicas que


proporcionem ao estudante o desenvolvimento de habilidades próprias de estudo, facilitando,
assim, a aquisição de conhecimentos” (BORUCHOVITCH, 1999, p. 10).
         
Uma das tarefas da escola é oportunizar aos estudantes o acesso aos conteúdos já
elaborados pela humanidade para que eles se humanizem. Facci (2004), fundamentado na teoria
de Vygotsky (1989), defende a importância da participação do professor no processo ensino e
aprendizagem, uma vez que ele é o mediador entre o estudante e o conhecimento. Portanto, cabe
ao professor criar estratégias de aprendizagem, intervir na zona de desenvolvimento proximal dos
alunos e conduzir sua prática pedagógica, despertando a potencialidade de cada um dos
estudantes. 

A mediação do professor implica, necessariamente, ensinar, uma vez que a zona de


desenvolvimento proximal da teoria vygotskyana compreende que, ao lembrar, sugerir e elogiar,
por exemplo, pode contribuir para orquestrar e estruturar atividades pedagógicas do estudante
sob a orientação de alguém que seja mais experiente (adulto ou criança mais experiente). Assim,
ao ajudar o estudante a estruturar suas atividades, estamos auxiliando esse estudante a fazer
“coisas” que ele não podia fazer sozinho até o momento da atividade. A esse momento, Vygotsky
(1989) chamou de nível de desenvolvimento potencial. Já o nível que a criança consegue se
familiarizar com as exigências da tarefa e resolver o problema sozinho de forma autônoma, o
autor nomeou de nível de desenvolvimento real.

O autor afirma também que essas atividades externas e sociais são gradualmente
internalizadas pela criança, conforme ela passa a regular sua própria atividade intelectual. Além
disso, as estratégias são importantes para impulsionar o desenvolvimento das competências
cognitivas, mediante a formação de conceitos e desenvolvimento do pensamento teórico, como
também os meios pelos quais os estudantes podem melhorar e potencializar sua aprendizagem.
Refere-se ao saber como fazer, para estimular as capacidades investigadoras dos estudantes,
ajudando-os a desenvolver competências e habilidades mentais. 

Assim, Libâneo (2004) aponta que uma prática pedagógica a serviço de uma pedagogia
voltada para a formação de sujeitos pensantes e críticos deve privilegiar estratégias pedagógicas
que oportunizem os estudantes internalizar conceitos, desenvolver competências e habilidades do
pensar, assumir postura crítica para lidar com a realidade, resolver problemas, tomar decisões e
formular estratégias de ação. 

LÉO – ESTUDANDO:
Com a intenção de enriquecer seu aprendizado nesta disciplina, leremos um fragmento do artigo:
A neurociência na formação dos educadores e sua contribuição no processo de aprendizagem,
escrito por Anne Madeliny Oliveira Pereira de Sousa e Rilton Nogueira Alves.

Baseado nas pesquisas e no desenvolvimento do artigo, verifica-se que ao pensar em “educação


de qualidade” faz necessária a compreensão de como se dá o processo de aprendizagem no
cérebro e a importância desse conhecimento por parte dos educadores, pois o objetivo da
educação só é atingido se houver aprendizagem, e esse processo se dá em todos os ambientes
sociais. Entretanto, é na escola que o conhecimento acadêmico é desenvolvido, tendo como
mediador desse processo o professor. Estudar é um comportamento aprendido, pois não é
somente entender uma informação, mas, antes de tudo, saber organizá-la. Quando o educando lê
para estudar, faz-se necessária a utilização das estratégias de aprendizagem, que são técnicas ou
métodos que os alunos usam para adquirir a informação. Assim, o educador pode implementar
ações inovadoras, o que proporciona ao educando o desenvolvimento de suas próprias
habilidades de estudo, facilitando assim a aquisição de conhecimentos. 
É imprescindível que educadores conheçam as estruturas cerebrais como interfaces da
aprendizagem e que seja sempre um campo a ser explorado.
Os professores conhecedores dessa realidade transformam a informação em conhecimento e o
conhecimento em experiência. A experiência é registrada de maneira privilegiada nos solos da
memória, capazes de transformar a personalidade. Por isso, é fundamental envolver as
informações que transmitem para a experiência de vida. A neurociência por si só não introduz
novas estratégias educacionais. Ela fornece razões importantes e concretas, demonstrando por
que algumas abordagens são mais eficientes do que outras. Explorar as bases da aprendizagem
a partir da neurociência poderá contribuir de forma satisfatória para responder algumas questões,
tais como: garantir o sucesso de um currículo compatível com o desenvolvimento cerebral;
converter o conhecimento obtido em pesquisas e métodos instrucionais efetivos com cenários
reais; melhorar a instrução nas disciplinas; impacto de novas tecnologias no desempenho escolar.
O educador é o profissional que maior impacto pode causar no sistema atual da educação e do
qual muito se espera. 
De acordo com a neurociência, o aprendizado e a memória são fases diferentes do mesmo
mecanismo progressivo e contínuo. Sem memória, o aprendizado se torna impossível e, sem
aprendizado, não existe memória. Aprendizagem, memória e emoção ficam interligadas, quando
ativadas pelo processo de aquisição do conhecimento. O desafio para a educação não é apenas
saber como ensinar ou como avaliar, mas apresentar o conhecimento em um formato que o
cérebro aprenda melhor. Salienta-se que, na aprendizagem, sendo esta uma atividade social, os
alunos precisam de oportunidades para discutir tópicos em um ambiente tranquilo, que possibilita
o encorajamento à exposição de seus sentimentos e ideias. 
O educador tem papel fundamental na formação do sujeito; em razão disso, é indispensável uma
atualização contínua, uma revisão crítica de sua atuação e de sua proposta pedagógica. No
desenvolvimento da revisão científica, percebe-se a necessidade de mais investimentos que aliem
os conhecimentos da educação com as neurociências, visto que os educadores também precisam
conhecer e compreender a influência dos aspectos biológicos e sociais que repercutem na
aprendizagem dos seus educandos. 
FONTE: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v34n105/09.pdf>. Acesso em: 22 set. 2019.
 
Com isso, as estratégias de aprendizagem podem desempenhar um papel essencial na
vida escolar dos estudantes. Nesse sentido, Macedo (2005, p. 46) lembra-nos que, para
“alcançarmos uma escola para todos, é necessário que revisemos antigos padrões de ensino e
situemos a relação pedagógica e os objetivos educacionais em todos os sentidos”.
 
Ressalta-se, aqui, que os professores que conhecerem o funcionamento do sistema
nervoso podem desenvolver melhor seu trabalho e fundamentar sua prática diária com reflexos no
desempenho e no desenvolvimento dos estudantes, além de intervir de forma mais efetiva nos
processos de ensino e aprendizagem de todos os estudantes, especialmente, daqueles que
apresentam algumas dificuldades de aprendizagem. Considerando os processos psicopatológicos
e os transtornos mentais abordados no Capítulo 2 deste livro, traçamos algumas estratégias
pedagógicas que podem auxiliar no processo de aprendizagem dos estudantes que mais
apresentam: ansiedade, depressão infantil e na adolescência, esquizofrenia, transtorno bipolar, de
déficit de atenção e hiperatividade, transtorno obsessivo-compulsivo e do espectro autista (TEA),
também conhecido como desordens do espectro autista (DEA) ou condições do espectro autista
(CEA) do neurodesenvolvimento.

LÉO - INDICAÇÃO DE SITE:


Para ter uma melhor compreensão acerca do autismo, sugerimos que você assista ao vídeo
“Simplesmente lindo”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yeLFATXM0hc.
 
Nessa perspectiva, os professores precisam elaborar atividades pedagógicas adequadas,
que deem possibilidades aos estudantes, a partir de suas singularidades, de se desenvolverem e
aprenderem. De-Nardin e Sordi (2007) orientam, a partir do estudo realizado sobre as formas de
atenção do professor em sala de aula e suas implicações para a aprendizagem dos estudantes,
que a prática pedagógica deve inserir atividades que proporcionem a problematização de
situações e sua resolução, o levantamento de hipóteses, bem como experiências práticas,
envolvendo situações de conhecimento e interações com a realidade dos estudantes. 

Outras estratégias pedagógicas importantes para a aprendizagem desses estudantes são


aquelas que utilizam jogos pedagógicos, métodos de associação de informações, imagens e
brincadeiras envolvendo os cinco sentidos, como orienta Cosenza e Guerra (2011) sobre os
seguintes jogos e brincadeiras: bingo de letras, sílabas e palavras, quebra-cabeça e jogos de
encaixes. 
 
FIGURA 19 – BINGO DE LETRAS, SÍLABAS E PALAVRAS

FONTE: A autora
 
FIGURA 20 – BINGO DE SÍLABAS E PALAVRAS

FONTE: A autora

FIGURA 21 – JOGO DE SÍLABAS E PALAVRAS

FONTE: A autora

FIGURA 22 – BINGO DE PALAVRAS


FONTE: A autora

FIGURA 23 – CARTELA DE SÍLABAS

FONTE: A autora

FIGURA 24 – BINGO DE SÍLABAS E DESENHOS


FONTE: A autora

Entre as estratégias de aprendizagem, o professor mediador, no contexto de sala de aula,


pode optar por aquelas que possibilitam oportunidades de sucesso para a aprendizagem do
estudante, por exemplo, aquelas que usam perguntas abertas feitas no começo da aula e a
resposta é dada no final, pois elas facilitam o desenvolvimento da atenção sobre o tema ou
assunto que será discutido na aula, conforme destacam Rotta, Ohlweiler e Riesgo (2006). Os
processos de elaboração, revisão e consolidação de uma atividade, por exemplo, a produção de
um texto para um estudante que vivencia o TDAH, é um exemplo de outra estratégia. Nesses
casos, é importante trabalhar a produção do texto em etapas para que sinta confiança que dará
conta de resolver cada uma das etapas. É interessante sinalizar ao estudante que as etapas
poderão ser cumpridas e ele será capaz de concluir a atividade total, eliminando, assim, situações
de frustrações, as quais são vivenciadas muito frequentemente por ele em seu dia a dia. 
          
Assim, o professor pode orientar estratégias pedagógicas que ajudem seu melhor
processamento, pois a memória de curto prazo, muitas vezes, não consegue processar tudo que é
exigido dela e, em alguns momentos, torna-se necessário limitar os estímulos e privilegiar os
conhecimentos que devem ser aprendidos. Lembrando que o cérebro se dedica a aprender aquilo
que ele entende como significante, como ressaltam Cosenza e Guerra (2011). Por outro lado,
Rotta, Ohlweiler e Riesgo (2006, p. 45) nos lembram que “a memória é essencial em todos os
processos de aprendizagem e seus distúrbios não permitem reter as informações”.

LÉO - INDICAÇÃO DE SITE:


Para ter uma melhor compreensão acerca da atenção, memória e aprendizagem, sugerimos que
você assista ao vídeo disponível neste link:
https://www.youtube.com/watch?v=w8nMNPrCtzg

LÉO – OUTRO:
Filme: Como Estrelas na Terra
Este filme conta a história de um menino de nove anos de idade, chamado Ishaan Awasthi, que
vivencia a dislexia. Ele estuda em uma escola regular, repetiu uma vez o terceiro ano e está
correndo o risco de reprovar novamente. O menino diz que as letras dançam em sua frente e não
consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e
o trata com rudez e falta de sensibilidade. Quando foi para o internato, a aprendizagem ficou ainda
mais sem sentido.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VPElZ85VLcg.

Para atender às necessidades dos estudantes que apresentam dificuldades de


aprendizagem, é necessário proceder adaptações no currículo da escola, diferenciando-o, com
atividades padronizadas para auxiliar o processo de aprendizagem do estudante disléxico, que
será mais beneficiado se tiver aulas mais oralizadas e com uma quantidade menor de textos
escritos. Que estratégias pedagógicas o professor poderá criar para atender a todos os
estudantes? 

Sugere-se, nesse caso, que o professor dê mais tempo ao estudante disléxico quando tiver
de executar atividades escritas, mas ele poderá, ainda, modificar a didática ou o tipo de material –
aulas mais oralizadas e menos textos escritos, considerando que esses procedimentos didáticos
tanto atendem às necessidades do estudante disléxico quanto não prejudicam os estudantes que
estão construindo sua aprendizagem sem obstáculos.      

Quando se trata da aprendizagem, existem alguns princípios e padrões comuns que


podem ser adequados para todos os estudantes, mas existem também situações específicas
(individuais, resultantes da experiência vivida por cada um) que o professor precisa conhecer as
dificuldades para agir de maneira diferenciada. 

Por outro lado, nos dias de hoje, as emoções podem contribuir para a aprendizagem dos
estudantes de forma significativa e o estresse tem efeito contrário. Cabe ao professor colaborador
na produção da consciência e memória, trocar a dispersão pela atenção consciente. Nessa
perspectiva, Tunes, Tacca e Bartholo Júnior (2005, p. 691) ressaltam que a “vivência na escola
perpassa por um processo significativo, despertando o desenvolvimento integral do indivíduo e as
múltiplas inteligências implicam novos paradigmas para a educação, pois afirmam que os alunos
são construtores do seu conhecimento”. 

Com isso, o estudante deve ser considerado em seu contexto geral, pois possui outras
inteligências e o professor, o mediador do processo de aprendizagem, portanto, não é um
transmissor de informações prontas e o estudante um reprodutor dessas informações. A teoria
das inteligências múltiplas revela a nós educadores que os sujeitos humanos possuem diferentes
tipos de inteligências e diversas possibilidades para compor atividades diversificadas (ANTUNES,
1998; 2014).

Cosenza e Guerra (2011) afirmam ainda que é importante o professor compreender com
clareza quais os problemas dos estudantes, pois assim ele poderá criar estratégias que
influenciarão no processo de aprendizagem, por exemplo, estudantes com dificuldades de
concentração, ele pode colocar o estudante para sentar-se na primeira fileira, próximo a sua
mesa, para manter o contato visual mais constante e manter a sala de aula mais silenciosa, com
menos estímulos e quando for trabalhar com grupos, inserir esse estudante em um dos grupos
que costumam se engajar nessas atividades. Observa-se que essas estratégias têm trazido
resultados positivos para todos os estudantes.

Pfromm (1987, p. 36) destaca a “importância da motivação para que uma ação seja
iniciada e sustentada. O envolvimento e a persistência nas tarefas escolares são essenciais e
mostram adequadamente esta característica da motivação relacionada à iniciação e à sustentação
de um comportamento”. O envolvimento também possibilita a aquisição de novos conhecimentos
e habilidades de forma qualitativa, ou seja, estudantes motivados demonstram interesse pelas
tarefas e geralmente trabalham com mais vontade. Portanto, é essencial que o professor crie
planejamentos de ensino que mantenham a motivação da turma. 
Em síntese, observa-se que as dificuldades de aprendizagem não são situações isoladas e
para fazer a diferença na vida dos estudantes que apresentam essas dificuldades, é
imprescindível compreendê-las para propor estratégias adequadas tanto para os estudantes com
dificuldades quanto para os que não estão com essas dificuldades, como trabalhar o mesmo
conteúdo de diversas formas, tais como: textos de diversos gêneros, filmes, brincadeiras, entre
outras estratégias.

LÉO - ATIVIDADES DE ESTUDO:

1 Assista ao vídeo “Neurociência e Educação”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=022ahqb3fgg, faça uso das discussões desenvolvidas ao longo desse tópico e da explicação
exposta no vídeo intitulado “Estúdio - Neurociência Aplicada à Educação”, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=JMh1Q83HIzo, discuta o diálogo entre neurociência e
educação e apresente uma reflexão acerca da contribuição da neurociência para o entendimento
dos processos de aprendizagem em educação. Além disso, evidencie os entendimentos que
podem repercutir (com aplicações) de modo direto em aspectos, como a aquisição de
conhecimento, a linguagem, a alfabetização, entre outros.
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Nesse capítulo, buscamos conceituar e discutir as abordagens sobre a neurociência e a


importância dela no processo de desenvolvimento e aprendizagem veiculados nos dias de hoje,
trazendo também os diferentes cérebros humanos e como eles agem com relação a essa
temática.
 
Refletiu-se, ainda, acerca das contribuições da neurociência, que busca educar pela
atenção, percepção, memória e emoções no processo de desenvolvimento e aprendizagem.

Além disso, apresentamos algumas estratégias pedagógicas que podem ser criadas pelo
professor para atender, especialmente, os estudantes que apresentam dificuldades de
aprendizagem. Sugerimos algumas orientações que podem fazer o professor repensar sua prática
pedagógica, privilegiando o tipo, o modo e o sentido com que fazem as perguntas aos estudantes
em sala de aula, isto é, se as perguntas são feitas somente com o intuito de despertar a
curiosidade dos estudantes, sem constrangê-los.

REFERÊNCIAS

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