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DIREITO PENAL
O Direito penal trabalha principalmente com o direito de ir e vir.
FASES DO DIREITO PENAL
Vingança Privada
o Não há regulamentação (escritas ou de costumes);
o Cada pessoa/grupo/família deve se vingar dos acontecimentos cotidianos (idade do
ouro da vítima);
o Fase anterior à fase mágica (início da transcendentalidade na mente humana); e
o Não há limite à vingança (não há razoabilidade ou proporcionalidade).
Vingança Divina
o Os grupos começam a impor à pessoas ordenações (Código de Hamurabi, Livros
Divinos e Lei das XII Tábuas);
o Há um mais forte (Deus/Deuses) capaz de agregar os grupos;
o Prova de ordálio;
o O Direito mescla-se com a religião;
o Há Tribunais Eclesiásticos punitivos; e
o Há um início de proporcionalidade/razoabilidade.
Vingança Pública
o O Direito se separa da religião (não sem muita luta);
o O Estado passa a ser o centro da vida humana;
o Ainda não há, plenamente, proporcionalidade ou razoabilidade; e
o Não se visa ao ser humano, mas o Estado.
Período Humanitário
o Aberto pela obra: Dos delitos e das penas (1764), Marquês de Beccaria;
o O ser humano passa à centralidade dos pensamentos/atividades estatais
(iluminismo/racionalismo);
o A pena não pode mais ser cruel; e
o Há razoabilidade e proporcionalidade como postulados de todo o Direito (sempre
escrito, para garantia).
CRIME
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Art. 1°. O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,
ressalvados:
Princípio da Unidade
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de
Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts.
86, 89, § 2º, e 100);
OBS: As autoridades trazidas por esse inciso deve ser estendida aos termos da lei de
impeachment.
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial;
Atenção! No Brasil é vetado o tribunal de exceção. São apenas permitidos aqueles já nomeados
como Justiça Especial, ou seja, a Justiça Eleitoral, Militar e Trabalhista.
Tratados Internacionais
Exemplos:
o Extradição – é o ato pelo qual um Estado estrangeiro entrega, a pedido, um indivíduo
“chamado de extraditando” a outro Estado estrangeiro que é competente para jugá-lo ou
puni-lo em virtude de crime praticado, pelo extraditando, em seu território – Competência
do STF (art. 102, inciso I, alínea g, da CF);
Atenção! Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
o Exequatur - será o documento autorizador para o cumprimento de cartas rogatórias no
Brasil - Competência do STJ (art. 105, inciso I, alínea i, da CF).
Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional
O trâmite das medidas de cunho compulsório relativos à extradição e à transferência de
pessoas condenadas passou também a ser de competência do DRCI.
Convenção de Viena
O Brasil é signatário dessa convenção, que confere aos Diplomatas e
Cônsules, imunidade processual, ou seja, caso cometam um crime no Brasil, não serão
punidos segundo as regras brasileiras.
Os crimes de responsabilidade
Não se aplicam no seu julgamento, as regras previstas no Código de Processo Penal, pois,
os crimes de responsabilidade não é infração penal, ou seja, não é crime, já que se trata de
infração política administrativa.
Exemplo: a Dilma praticou Crime de responsabilidade e não foi presa, somente respondeu
conforme a lei de impeachment.
INFRAÇÃO PENAL
Crime Contravenção
Prisão simples
Detenção Reclusão
Crime (mais grave) – reclusão e detenção até 30 anos; ação penal pública e privada; tentativa é
punível.
Contravenção (mais leve) – prisão simples até 5 anos; apenas ação penal incondicionada;
tentativa não é punível.
LEI PROCESSUAL NO TEMPO
Conforme o art. 2° do CPP, “a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo
da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”.
Tempus regit actum – o tempo rege o ato.
Ex nunc – sua aplicação começa a partir de sua criação, não retroagindo.
Norma de natureza mista/híbrida (material e processual): é aquela que possui no
mesmo diploma legal, norma penal e norma processual penal.
Exemplo:
o Art. 366 do CPP, “Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz
determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso,
decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312”.
Exemplo: assalto no bando trabalho na aula da Prof. Bruna. Os acusados se fizeram presente,
foi decretado prisão preventiva, no entanto, os que não compareceram foram intimados.
o Art. 171, § 5º do CP – representação para o crime de estelionato (Lei nº 13.964, de 2019).
Matéria Processual
Suspensão do Processo
Prazo Prescricional
Prazos Materiais, em geral, são anteriores à existência do processo e tratam dos direitos
materiais;
Prazo de Prescrição é o tempo limite para manifestar determinada pretensão de direito material
para que ele não seja extinto (art. 189 do CC).
Exemplo:
Decadência
A decadência está presente nos crimes que precisa de representação, pois se tem um prazo
em que esta representação pode ser feita.
Exemplo de Decadência: Crimes contra a honra
O ofendido tem 6 (seis) meses para fazer a queixa crime, se não fizer nesse prazo,
acontece um ato penal e um ato processual penal.
Penal (Matéria Processual) – extinção da punibilidade do agente.
Processual Penal (Prazo prescricional) – o ofendido não pode mais representar, perde o
direito.
EXCEÇÕES DE QUANDO A LEI PROCESSUAL NÃO VAI SER APLICADA DE
FORMA IMEDIATA
Lei de Introdução ao Código de Processo Penal:
Art. 2º. À prisão preventiva e à fiança aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais
favoráveis.
Características:
o Aplicação imediata;
o Não há retroatividade (ex nunc).
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
Conforme o art. 3° do CPP, “a lei processual penal admitirá interpretação extensiva e
aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito”.
Interpretação Extensiva – amplia-se o alcance das palavras da lei.
Analógica – não é uma forma de interpretação, mas de integração.
o Não existe uma lei para disciplinar aquela situação e busca-se normas que disciplinam a
situação semelhantes ou com alguma proximidade lógica.
o Supre lacunas legais. Não há norma para ser interpretada, mas um fato ou situação que se
reclama uma norma para regulamentar.
JUIZ DE GARTANTIAS (ART. 3°-A A 3°-F DO CPP)
Conceito
O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e
pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia
do Poder Judiciário (art. 3°-B do CPP).
Competência
Vai durar todo o Inquérito Policial, ou seja, até o recebimento da denúncia;
O próprio juiz de garantias, recebi a denúncia.
Pressupostos
Preservar à imparcialidade (subjetiva e objetiva).
Justice must not only be done; It must also be seen to be done
Justiça não deve ser feita apenas; também deve ser vista para ser feita.
Dissonância Cognitiva
Baseia-se na premissa de que a pessoa se esforça para manter a coerência entre suas
cognições (convicções e opiniões). Quando a uma pessoa tem uma crença sobre algo e age
diferente do que acredita, ocorre uma situação de dissonância.
É ficar do lado mais confortável.
o Desvalorização de elementos cognitivos dissonantes (quando a pessoa tem uma opinião
sobre algo e age de outra forma);
o Busca involuntária por informações consoantes com a cognição pré-existente (busca
seletiva de informações);
o Evitação de aumento de elementos cognitivos dissonantes.
O Juiz de Garantias foi suspenso por meio de liminar concedida pelo Min. Luiz Fux.
Invasão da competência legislativa dos Estados (organização das justiças estaduais)
Autonomia financeira do Judiciário. Mais juízes.
Vício de iniciativa: Só o Poder Judiciário tem iniciativa para alterar organização e divisão
judiciária.
Há quem discorde.
O Pleno ainda vai analisar. Até lá está suspenso.
Tribunal Europeu de Direitos Humanos
Caso de Cubber X Bélgica
Anulou o julgamento de uma corte composta por 3 juízes.
Um deles decretou prisão, interrogou, indeferiu liberdade, indeferiu trancamento.
Corte considerou o juiz parcial
Caso Hauschils X Dinamarca
Corte manteve o julgamento de uma corte da Dinamarca.
Magistrado como mero supervisor da fase pré-processual não o coloca como parcial para
a fase judicial.
Decidiu sobre pedidos de prisão, etc. mas teve atuação mais discreta.
Em resumo para o TEDH não é verdade que a existência de um Juiz de Garantias é
conditio sine qua non para que possa falar em imparcialidade objetiva.
Há uma tendência para que os países adotem o Juiz de Garantias.
Aula 05
INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
São as investigações que acontecem antes da ação penal e que visam angariar elementos
para seu exercício. São preliminares justamente porque antecedem a ação penal.
Exemplos:
o Inquérito policial (art. 4° a art. 23 do CPP);
o Procedimentos Investigatório Criminal do Ministério Público (Resolução 181/2017
CNMP);
o Termo Circunstanciado de Ocorrência (art. 69 da Lei 9.099/95);
o Comissões parlamentares de inquérito (art. 58, § 3º da CF).
CONCEITO DO INQUÉRITO POLICIAL
Procedimento administrativo inquisitório e preparatório presidido pelo Delegado de
Polícia que consiste em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa objetiva
a identificação das fontes de provas e a colheita de elementos de informação quanto à autoria e
materialidade da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal possa ingressar
em juízo.
NATUREZA JURÍDICA DO INQUÉRITO POLICIAL
Natureza administrativa - não se trata de processo judicial, logo, dele não resulta a
imposição direta de sanção.
FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL
Reunir o lastro probatório mínimo (justa causa) para que a Ação Penal seja manejada.
Ao mesmo tempo que possibilita o oferecimento da peça acusatória, contribui para que
pessoas inocentes não sejam injustamente submetidas ao processo penal.
O IP tem por finalidade produzir provas?
Tecnicamente precisamos diferenciar prova de elemento informativo.
Elemento informativo – São aqueles colhidos na fase investigatória, sem necessidade de
participação dialética das partes. Não se opõe a eles o princípio do contraditório. Além de
permitirem a formação da opinio delicti, podem subsidiar a decretação de medidas cautelares
ou fundamentar uma decisão de absolvição (art. 397 do CPP). (Não tem o Princípio do
Contraditório; Sem participação das parte; Sistema Inquisitivo, ou seja, se tem apenas a
figura dos delegado).
Prova – elementos levantados com dialética, sob o crivo do contraditório, em regra,
produzidos no curo do processo judicial.
O inquérito produz elementos informativos que, indicando autoria e materialidade, serão
a justa causa para o exercício da Ação penal. Na ação Penal o que for repetível será novamente
produzidos (oitiva de testemunha relevantes - as irrelevantes nem serão levadas para a AP). No
curso da Ação Penal proposta, a defesa tomará conhecimento dos elementos repetíveis juntados
na investigação e sobre eles poderá se manifestar (ex: Intercepção Telefônica e laudo de lesão
corporal).
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL
Art. 155 do CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Significa dizer que o juiz que analisará o mérito não pode fazer menção ao Inquérito?
O juiz pode sim sopesar os elementos do inquérito, sobre os quais a defesa teve
conhecimento e pode se manifestar (prova, portanto). O que ele não pode é fundamentar
exclusivamente com base na investigação preliminar.
Ao contrário do que alegado pelos ora agravantes, o conjunto probatório que ensejou
a condenação dos recorrentes não vem embasado apenas nas declarações prestadas
em sede policial, tendo suporte, também, em outras provas colhidas na fase judicial.
Confirmação em juízo dos testemunhos prestados na fase inquisitorial.
Os elementos do inquérito podem influir na formação do livre convencimento do
juiz para a decisão da causa quando complementam outros indícios e provas que
passam pelo crivo do contraditório em juízo.
Agravo regimental improvido. (STF - RE: 425734 MG, Relator: Min. ELLEN
GRACIE, Data de Julgamento: 04/10/2005, Segunda Turma, Data de Publicação:
DJ 28-10-2005 PP-00057 EMENT VOL-02211-03 PP-00529).
Sigilo interno: tem relação ao acesso às informações de uma investigação pelas pessoas
diretamente interessadas, como o promotor de Justiça, o advogado e o investigado.
Atenção! Diligencias que estão em curso, a defesa não pode ter acesso.
o “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”.
o Art. 20 do CPP, “A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação
do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Parágrafo único. Nos atestados de
antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar
quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes”.
o O advogado deve ter acesso aos autos do procedimento investigatório, caso a diligência
realizada pela autoridade policial já tenha sido documentada. Porém, em se tratando de
diligências que ainda não foram realizadas ou que estão em andamento, não há que se
falar em prévia comunicação ao advogado nem tampouco ao investigado, na medida em
que o sigilo é inerente à própria eficiência da investigação, que podem ser seriamente
prejudicada com a ciência prévia de determinadas diligências pelo investigado e por seu
advogado.
Inquisitório
É o procedimento destinado a reunir elementos necessários à apuração da prática de uma
infração penal e de sua autoria (art. 4º do CPP).
Discricionário
No que diz respeito a sequência de seus atos.
Oficial (agente público + direito e obrigações)
É levado a efeito por órgãos públicos (polícia).
Oficioso
Deve seguir por impulso oficial, ou seja, uma vez que chega a conhecimento da Polícia o
crime surge a obrigação desenvolver os atos do IP mesmo sem impulso da vítima.
Indisponível
Art. 17 do CPP, “A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito”.
Temporário
o Não pode se procrastinar tanto no tempo, se arrastando.
o Lei 13.869/19.
o Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa
fundamentada ou contra quem sabe inocente.
INSTAURAÇÃO DO IP
As ações penais, que serão posteriores ao inquérito podem ser:
Ação Penal Pública - Procede-se mediante Denúncia do Ministério Público.
Incondicionada – Não está sujeita a qualquer condição. As autoridades devem agir ex officio.
É oficiosa.
Condicionada – A oficiosidade mitigada. Antes de iniciar a Ação Penal ou Inquérito deve
ser cumprida uma condição de procedibilidade, algo que deve ser observada para que se
proceda (inicie) a investigação:
o Representação da Vítima
o Requisição do Ministro da Justiça
Ação Penal Privada – Procede-se mediante Queixa-Crime do ofendido.
Os crimes, em regra, são perseguidos por ação penal pública, então para que seja
condicionada ou privada, deve haver menção expressa pela lei acerca dessas condições.
Isso tudo é importante porque vai influenciar a instauração do IP.
Se o crime a ser apurado for:
Ação Penal Pública.
o Incondicionada – O delegado deve agir ex officio. Instaurar o IP e proceder a investigação.
o Condicionada – O delegado só pode instaurar se cumprida a condição de procedibilidade:
Representação da Vítima
Requisição do Ministro da Justiça
Ação Penal Privada – Só haverá instauração do IP se houver requerimento de quem tenha
legitimidade para posteriormente entrar com a queixa-crime. (Art. 5°, § 5° do CP).
Observe, que tudo isso não impede a prisão em flagrante de qualquer modalidade de crime
que seja. Efetuada a prisão o réu poderá inclusive ser solto após a lavratura do APF (Auto de
Prisão em Flagrante) na delegacia se não houver requisitos para prisões cautelares, e se não
sobreviver a condição de procedibilidade os autos serão arquivados.
O que acontece quando o promotor ou juiz tomam conhecimento de um crime? Como faz
para que as investigações se iniciem?
Art. 5°. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Art. 6° do CP. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação
das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo
III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas
testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar
e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do
crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação
do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa.
Art. 15 da Lei 13.869/19 (Lei de Abuso de Autoridade). Constranger a depor, sob ameaça de
prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo
ou resguardar sigilo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a
presença de seu patrono.
O investigado pode optar. Pode falar sem advogado. Se optar por falar na presença de
advogado o delegado não poderá interrogar até haver uma defesa técnica presente.
INDICIAMENTO
Indicar é atribuir a autoria (ou participação) de numa pessoa em uma infração penal:
Deve ser fundamentado (art. 2° § 6° da Lei 12.830/13).
Pode ser feito logo no APF ou até o Relatório do IP. Após denúncia não é mais possível
indiciamento, pois é ato típico da fase investigativa.
É ato privativo do Delegado de Polícia.
Desindiciamento
É possível Habeas Corpus para que haja o desindiciamento quando ausente qualquer
elemento de informação quando ao envolvimento do agente na prática delituosa. No entanto, o
desindiciamento é realizado pelo meio judicial, ou seja, vai ser apreciado pelo juiz.
NATUREZA DO PRAZO
o Réu solto – Processual
o Réu preso – Material
Implica mudança na forma de contagem:
o Processual – exclui-se o dia do começo e inclui-se o dia do fim;
o Material – inclui-se o dia do começo e exclui-se o dia do fim.
RELATÓRIO DA AUTORIDADE POLICIAL
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese,
a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando
estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1° A autoridade fará minuciosa relatório do que tiver sido apurdo e enviará autos ao
juiz competente.
Nessa peça o delegado relato os elementos colhidos (testemunhas ouvidas, perícias, etc).
Há discussão sobre se o delegado deve ou não fazer alguma capitulação da conduta.
A Lei de Drogas (Lei 11.343) fala expressamente:
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia
judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a
levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância
ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação
criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes
do agente;
O indiciamento sempre deve ser fundamentado. Como dissemos, o indiciamento pode ser
feito a qualquer momento no IP. Se o delegado fizer o indiciamento no relatório final deverá,
de qualquer forma, justificar.
PROVIDÊNCIAS A SEREM ADOTADAS APÓS A REMESSAS DOS AUTOS DO IP
AP Privada – Autos aguardam em cartório (art. 19 do CPP)