Você está na página 1de 8

Material de Apoio – Leitura Necessária e Obrigatória

​Iniciação à Magia - Im
Desenvolvido e Ministrado por Alexandre Cumino e Rodrigo Queiroz
ICA - Instituto Cultural Aruanda I Bauru-SP

Aula 08: A Escrita Mágica

Aula 08: A Escrita Mágica


Cena de abertura:
Rodrigo: “Eu quero aqui dar uma lupa trazer uma lente de aumento para o uso do pó, a
pemba em pó o pó de encantamento o uso do originalmente como a gente pode entender o
afoshé.
Acontece que na Umbanda me entendam muito bem, por favor, se não fizer sentido
descarte isso para você. Contudo houve na umbanda um empobrecimento com o uso do pó
de encantamento e ficou uma coisa assim, a pemba ralada e pemba em pó você reza,
assopra nos cantos do terreiro, você assopra na pessoa.
E porque o empobrecimento? Quando a gente fala de rito mágico o pó de encantamento
que lá atrás, por exemplo, o mestre Alexandre ensinou o ponto do Papa Legba mais que lá
no culto original dele, na religião original dele, ele não é riscado no giz não fazem o uso dele
nesse iz bastão, ele é riscado com pó.
Nessa cultura e em outras mais especificamente o Veve ele é riscado com pó.
Ta errado riscar com a pemba? Não, de jeito nenhum porque é um pó ali compactado,
agora é mais trabalhoso inclusive e é lindo, se você fizer um google você vai ver algumas
imagens é um processo longo, delicado é que você vai criando habilidade mais riscar no
pó…”

Tópico #01: Afoshé, o Pó de Encantamento.


Cena de entrevista:
Rodrigo: “É um processo longo, delicado é que você vai criando habilidade, mais riscar no
pó é bem complicado para mim que, sou bem desastrado.
Agora nesse pó não é a apenas o giz, não é apenas o calcário ralado, o giz enfim a pemba
não é só isso e aí a gente volta no que eu falei na aula passada sobre os ensinamentos
antigos nas magias procedimentos mágicos antigos que se perdem ou não se adota ou
também vai passando de um tempo para o outro e não se adota mais.
Agora, eu tenho uma estima muito grande eu uso no terreiro, enfim no dia a dia, se você fez
Treinamento Exú do Ouro comigo a gente durante quarenta e nove dias passamos por um
processo não só de desenvolvimento pessoal mais elementos vão sendo preparados e no
final eu ensino a fazer um afoshé da prosperidade um aglutinador energético e é incrível
porque daí, você usa um monte de situações de elementos que dá um resultado
interessante.
Então o pó é de pemba que no terreiro, eu falei aqui, talvez uma forma que possa ser mal
interpretada mais é o empobrecimento ou seja, aquilo que hoje realmente era um processo
complexo e demorado de se desenvolver que é o afoshé, o pó de encantamento no
ambiente de umbanda vira só o pó de pemba, pemba ralada e que tem sua legitimidade,
que faz sentido é um uso necessário eu quero agora trazer aqui pra você, eu quero ensinar
também a fazer e fazer algumas receitas interessantes, mais aqui na plataforma Umbanda
EAD no plano Tradições o curso com Alexandre Yamazaki que é um estudioso pesquisador
e ele fala brilhantemente sobre o assunto e é muito interessante aí ele vai mais a fundo na
questão na cultura e ali tem o afoshés, talismãs e pó de encantamento.
E aí é interessante ele fala os pós negativos, pós feitos com bichos, galinha, escorpião
umas coisas assim, curiosas.”

Tópico #02: As Culturas e suas Escritas


Cena de entrevista:
Alexandre: “Em várias culturas a magia se apresenta de forma riscada, escrita, inscrita por
meio de uma grafia mágica uma grafia que inclui símbolos, signos, estrelas e letras como as
letras do alfabeto hebraico como as letras do alfabeto sânscrito, como as letras gregas e
letras também de alfabetos especiais criados exclusivamente para a prática e a arte mágica.
No mundo ocidental entre as mais diversas obras voltada para esse simbolismo a gente
pode destacar uma que teve grande e influência a Clavícula de Salomão, clavícula quer
dizer uma chave pequena, uma chavezinha, então são as chaves de Salomão.
Salomão, é o Rei Salomão construiu o Templo de Salomão, acredita-se magicamente que
Salomão invocou anjos e evocou demônios para lhe ajudar a construir o templo.
E para isso ele usou de uma arte mágica, simbólica entre outras coisas essa é uma das
publicações e essa é uma organizada por Samuel Liddell Mathers que fazia parte da Quarto
Coronato e que é um dos criadores da Golden Dawn, o Mathers compilou esse livro á partir
de várias compilações e aqui a gente encontra os Pantáculos Mágicos de Salomão.
Vários dele com vários propósitos diversos esses pantáculos de Salomão eles são copiados
por muitos outros, ó, aqui uma estrela de seis pontas recheada de letras hebraicas.
A gente encontra aqui a estrela de cinco pontas, a gente encontra aqui, olha uma de oito
pontas, a gente encontra uma linguagem uma grafia uma simbologia que é totalmente
sem…
Ó, uma estrela de cinco pontas, então uma grafia que, para quem não é iniciado, ou seja
não é conhecedor fica sem entender o que isso quer dizer, o que isso representa enfim,
aqui nesse livro,Clavícula de Salomão da editora chave, uma publicação interessante.
A editora Madras também tem uma publicação sobre Salomão, por exemplo, a gente tem
aqui o livro O Mago de Francis Barrett 1801 uma publicação da mercúrio, publicação
esgotada.
Aqui o Francis Barrett ele usa já em 1801, ele usava muito as Clavículas de Salomão, esse
livro de Francis Barrett alguns alfabetos, esse livro do Francis é citado no livro do Rubens,
Iniciação a Escrita da Mágica, o Rubens recorre á esse livro de Francis Barrett para citar
alguns alfabetos mágicos que existem e que o Barrett coloca aqui no livro dele que são,
bom… Esse é um livro que valhe a pena é um livro esgotado, um livro que a gente acha as
vezes na estante virtual e quando acha, acha num preço elevado por ser um livro difícil de
encontrar.
E entre os livros de magia, esse O Mago de Francis Barrett é um dos meus preferidos por
ser muito consciente, Francis Barrett dava aula de magia.
O que isso tem a ver com umbanda? Na umbanda nós temos magia riscada que é a magia
de pemba, a magia do ponto riscado a grafia de umbanda.
Isso é algo muito particular da umbanda, já na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade
tenda de Zélio de Moraes existem os pontos riscados.
Eu tenho aqui, uma apostila de ponto riscado, uma apostila da Tenda que eu recebi dentro
da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, foi um presente pra mim e não é um segredo
o ponto do Caboclo da Sete Encruzilhadas, ponto do Pai Antônio, o ponto da Vó Tiana,
ponto de Ogum, de Oxóssi são pontos muito simples, de Iemanjá de Iansã, e Xangô.
Tem aqui ponto do Caboclo Branca Lua, Caboclo Nazaré, Caboclo Sete Flechas, Caboclo
Sete Flechas trabalhava com Dona Zélia, provavelmente na umbanda é ela a primeira
médium que se tem notícia a trabalhar com Caboclo Sete Flechas.
Na Tenda do Zélio já há os pontos riscados no chão, chão da Tenda sempre foi de taco
risca o ponto, firma ele com um ponteiro coloca uma bebida e uma flor é assim que
funciona.
A primeira vez que foi publicado um livro com pontos riscados de umbanda foi Lourenço
Braga Umbanda e Quimbanda publicado em 1942, esse é o primeiro livro onde aparecem
os pontos riscados de umbanda.
Ele é o primeiro autor de umbanda, ele apresentou esse trabalho no primeiro congresso de
umbanda e não aparece nos anéis do congresso e está aqui um conjunto de pontos
riscados apresentados por Lourenço Braga.
Aqui, numa única página tem 12 então aqui tem 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 então tem cerca de 90
pontos riscados de Caboclo, de São Gabriel ponto riscado de Gauleses ou Romanos olha
que interessante, ponto de Maria Congá, Tia Maria de Mina, Pai João da Mina, Tio Antônio,
ponto de Pai Velho, Tia Maria, Caboclo Tapuia, Caboclo Pedra Branca Caboclo Povo de
Jaguara, ponto dos Astecas.
Olha que interessante, ponto de Santa Bárbara!
Ponto do Águia Branca, Caboclo Serra Negra, Iansã e Xangô e Ossaim, Xangô com “ch”.
Ponto do Exú Rei das Sete Encruzilhadas então, esse é o primeiro livro que tem ponto
riscado na umbanda, os pontos deste livro foram copiados por vários autores e na umbanda
um copiar o outro é quase uma regra.
A gente tem em 1951 Oliveira Magno pública Umbanda Esotérica Iniciática, pela primeira
vez ele apresenta esse ponto o círculo, o triângulo feito com flechas o coração e uma cruz
ele diz “esse é o símbolo da umbanda” … Da umbanda só se for do ponto de vista dele.
E aí em 1950 Aluizio Fontenelle no livro Exú, Aluizio Fontenelle apresenta pontos riscados
de Exu de uma forma simples e apresenta pontos riscados de Exu que ele chama de
Cabalístico, só que, o que ele chama de Cabalístico aqui, são os sigilos ou a grafia da
Magia Negr... Magia Negativa, eu ia falar Magia Negra, tá vendo?!
Magia Negativa que é Goécia europeia então, ele pega os símbolos dos demônios da
Goetia compara faz sincretismo com Exe e diz que isso é ponto riscado de Exu e se torna
muito curiosa na umbanda. Existem diversas linguagens riscadas na umbanda há um livro
aqui de Osório Cruz de 1853, Osório Cruz o livro de chama Esoterismo de Umbanda a
grafia riscada que ele usa totalmente diferente de tudo o que eu já vi…
Então existem grafias muito diversas, não existe só um tipo de grafia, olha que interessante.
Ponto de Caboclo, o que tem em cima parece um tridente de Osório Cruz totalmente outra
grafia, então não existe uma única grafia, 1853 lembra um pouco até o que vai ser a grafia
do Da Matta, lembra um pouco a grafia do Da Matta que vai surgir depois em 1856, depois
desses autores aqui.
A gente tem na Gira dos Exús do Molina, Molina já é década de 60/70… O Molina é
interessante porque, Molina copia os pontos de Lourenço Braga, o Molina copia os pontos
de Aluizio Fontenelle, o Molina copia todo mundo que ele pode mais o Molina não cita a
fonte de ninguém que é outra regra na umbanda, um copia o outro e não cita a fonte.
É como se fosse tudo dele, olha que beleza e não é, é tudo copiado de outros autores,
assim faz Molina nas Giras dos Exus.
E aí vão surgindo os livros, 3777 pontos, 3333 pontos cantados e são todos copiando o
outro, citar fonte pra quê, né?! Ninguém cita fonte de nada nessa beleza que é a literatura
de umbanda.
E aqui tem, por exemplo, Josef Ronton da editora tríade para a gente ver como curiosidade
o Ronton também tem uma estrutura de ponto riscado totalmente dele que você não vê em
nenhuma outra obra, ele criou uma linguagem, ele tem uma linguagem que é só dele você
não vê, essa linguagem em lugar nenhum mais.
Ele tem aqui, olha, gênio da esperança, divindade da esperança espírito construtor,
divindade do êxito, divindade da paz… Gênio do equilíbrio, Eledá Xundu Wae então é isso
na umbanda a gente tem essas coisas ele tem aqui ainda, ponto de Exú Caranga ponto
cabalístico e ponto mágico olha que interessante.
São linguagens e é comum a entidade dentro do terreiro seguir a linguagem utilizada pelo
dirigente da casa ou uma linguagem mais livre, temos aqui a Analogia de Umbanda ponto
riscado também de Josef Ronton, do mesmo Josef Ronton olha que interessante
Quimbanda e aqui Analogia de Umbanda, em Analogia de Umbanda Josef Ronton
apresenta uma maneira de criar pontos riscados, uma linguagem uma estrutura dentro do
círculo, e aí, há todo um estudo que é específico dele um estudo incrível muito bacana,
muito interessante ele vai mostrando a utilização dos quadrantes ele tem uma forma própria
de entender esses quadrantes.
Ele põe aqui um ponto de Oxóssi, um ponto riscado com estrelas na ação de Iemanjá, de
Ogum, Oxóssi, Xangô, Iansã, Omolu tudo em torno dessas estrelas aqui no ponto.
Só para a gente ver, por curiosidade, nesse ponto aqui O Símbolo Sete Estrelas cada
irradiação representa um sétimo orixá menor que são, o sétimo Oxalá Alafim, Iemanjá
Kamará, Ogum Malê, Xangô Pedra Preta… Josef Ronton.
Você já tinha visto isso? Hein?
E a gente tem o Da Matta, o Da Matta em 1956 eu tenho aqui uma raridade que é a
segunda edição do livro Umbanda de Todos Nós da livraria Freitas Bastos publicado em
1960, primeira edição é de 1956 e foi por conta própria do da Matta e essa é a segunda
edição de 1960, Umbanda de Todos Nós - Da Matta e Silva.
E o Da Matta apresenta a teoria do círculo, do quadrado e do triângulo ou do círculo, X do Y
ou do círculo, da cruz e do triângulo, enfim e aí ele apresenta uma nova linguagem, uma
linguagem dele que vai permear a umbanda esotérica de Da Matta e Silva que vai se tornar
uma vertente de umbanda, a umbanda esotérica na linguagem do Da Matta.
Ele não criou o conceito umbanda esotérica já existe umbanda esotérica na obra de Oliveira
Magno, mais o Da Matta vai explorar uma linguagem de ponto riscado dele uma magia de
pemba sob o olhar dele, olhar do Da Matta tem uma linguagem própria, uma maneira
própria. E o mestre Itaoman que tem meu respeito, o Mestre Itaoman escreve A Pemba é a
Grafia Sagrada dos Orixás é um livro raro também inteirinho sobre a pemba, mestre
Itaoman discípulo de Da Matta.
Então, mestre Itaoman explora toda a grafia toda a magia de pemba do Da Matta nesse
livro aqui que é um linguagem própria.”

Tópico #03: Características do Afoshé


Cena de entrevista:
Rodrigo: “Existe inclusive pós que serviram como base, como start, os elementos contidos
nos pôs lá na África para pesquisas científicas que trouxeram, originaram remédios de…
Remédios diversos e é bem interessante um aprofundamento sobre isso, e aí a gente
entende que o povo que vai tendo contato com isso e vai fazendo várias misturas de
elementos tem ali uma ciência empírica se desenvolvendo, muito interessante.
Agora o que é mais interessante mesmo no pó de encantamento? As combinações e o rito
então, por exemplo se você vai fazer um pó de encantamento no ambiente de umbanda
sempre vai levar pemba alá, então pemba é a base a base do pó é a pemba que ele é ali
um concentrador, um aglutinador energético magnético um propiciador base mesmo. E você
vai por ali pó de ervas, pó de semente, pó de raiz, pó de pedra então a aula que fala da
pedra você entende que se pega um quartzo x e você consegue transformar ele em pó,
passar por um procedimento e você usar, tem um afoshé específico muito poderoso difícil
de elaborar então o pó é algo que tem que ser usado com parcimônia, não sai soprando
facilmente.
Você tem o sentido do pó, é que assim, na premissa a gente sabe que na prática não
funciona bem assim, mas na premissa quando você assopra o pó ele entra em micros
buraquinhos, poros do ambiente e aquela reza, aquela imantação feita naquele pó vai ficar
ali fixo e quando a gente pensa no itum que é pó maldito, pó dos infernos, pó negativo
quando alguém assopra num casa, para destruir uma família, por exemplo vamos dizer
assim, difícil desfazer porque é difícil limpar aí, você vem com outro pó e preenche aquele
espaço.
Então tem algumas coisas interessantes sobre isso, agora pra nós que não pensamos nisso
a gente sabe que pode criar um pó de anulação e vai funcionar sem as neuras que se cria
dentro das vertentes. Aqui cabe considerar o desenvolvimento que é assim, quando você
vai fazer um pó com uma erva com o alecrim, você vai colher o alecrim, secar o alecrim aí
você vai fazer o alecrim virar pó, e aí esses procedimentos rituais vão “ah, mais eu acho
aqui no mercadão alecrim em pó” pois é, aí você perde a oportunidade de dar a vida aquele
processo então não é recomendado.
Aí a gente precisa respeitar de fato os procedimentos e quando a gente fala de antiguidade
e modernidade agora faz um sentido maior, por que a modernidade não pode romper, não
pode quebrar afetar negativamente aquilo que desde a antiguidade vem ensinando com
fundamentação.”

Cena de entrevista:
Alexandre: E aí temos aqui Iniciação a Umbanda de Pai Ronaldo Linares onde ele
apresenta pontos riscados de Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum,
Iansã e Nanã Buruquê, aqui Pai Ronaldo Linares aqui é outra linguagem.
E a gente tem o incrível, pra mim, o maior estudo já feito na umbanda sobre pontos riscados
que é Pontos Riscados do Terreiro do Pai Maneco presenteado à mim pela querida Mãe
Lucília, Terreiro Pai Maneco fundado pelo Pai Fernando Guimarães e aqui neste livro de
Pontos Riscados do Terreiro do Pai Maneco tem quase setenta páginas de anotações sobre
o que é o ponto riscado, como fazer o ponto riscado, como usar o ponto riscado e um
estudo sobre os pontos riscados das entidades que incorporam lá no Terreiro do Pai
Maneco que é uma coisa interessantíssima.
São muitos pontos riscados e aí mostra algumas nuances muito curiosas, por exemplo, tem
alguns pontos do Exu Caveirinha que trabalha com a Lucília, um ponto de trabalho, de
limpeza, de introspecção, ponto de chamada vários pontos utilizados pelo mesmo Exu
Caveirinha do Terreiro do Pai Maneco.
A gente tem Iniciação à Escrita a Mágica do Rubens da editora Madras que mostra a base,
que é a base da Magia Divina das Setes Chamas a Magia do Fogo e a base da Magia de
Pemba na umbanda sob o olhar do Rubens. A Magia de Pemba eu ministro no sacerdócio
implica a iniciação, então a magia de pemba ela é feita com a mesma base de escrita
mágica da magia do fogo, mais ela tem um olhar mais amplo e tem menos limitações.
O que eu quero dizer é eu não preciso de uma iniciação específica para riscar um ponto de
Iansã, de Oxum, de Iemanjá de Ogum ou um ponto riscado de Exu, eu não preciso de uma
iniciação específica, eu preciso saber pra quem eu rezo, o que eu estou pedindo.
Eu preciso de uma iniciação para riscar um ponto de Iemanjá? Não.
De Oxum? Não
De Oxóssi? Não.
Do meu Caboclo? Não.
Do meu Exu? Não.
Mais eu preciso saber a quem estou chamando, que força é essa, eu conheço essa força?
Então você está autorizado, sinta-se autorizado. Por que o que eu preciso é amor é
envolvimento é compreensão, é compromisso é isso o que você precisa.
Ponto riscado é algo que faz parte da umbanda sempre fez os pontos riscados da Tenda
Nossa Senhora da Piedade não são um segredo, então o que começou a se criar um ar de
segredo? Na obra do Da Matta se fala muito sobre esse segredo “você não pode saber, não
pode pôr a mão, não pode nada” ser iniciado na magia de pemba é você ter um
conhecimento muito específico sobre aquela magia então, requer iniciação por que tem um
aprofundamento muito grande de lidar com o outro.
Agora eu chamar forças que eu conheço não precisa de uma iniciação específica isso faz
parte da umbanda, essa é uma parte da história do ponto riscado na literatura de umbanda.
Temos os pontos riscados dos orixás , podemos riscar? Podemos.
Temos por exemplo os Veves, os pontos riscados dos orixás no Vodum, Papa Legba posso
riscar? Pode, se você conhece essa força e entende, pode.
Estou pedindo o bem sempre então não há nada de ruim, negativo ou mal nisso agora
entendimento de um ponto aberto, ponto fechado de uma magia coberta, uma magia
descoberta aí a gente vai falando aqui o que for possível.
Mais há muita coisa no que diz respeito de ponto riscado com magia de pemba que o
aprofundamento mesmo, mais forte ele se dá de forma presencial no sacerdócio com
iniciação no mistério magia de pemba.
Mais para entender ponto riscado na umbanda é isso, é uma coisa simples e que faz parte
de um universo muito grande.
Um universo que trás, por exemplo, dos sigilos mágicos da cultura dos Vikings, na cultura
dos Celtas existe a magia riscada ou a grafia mágica Hindú com as Mandalas e os Yantras.
Então, é um universo muito rico e a gente está aqui para entender um pouquinho dele, é
isso, axé.”

Cena de entrevista:
Rodrigo: “Por que eu colho alecrim ou eu compro ele fresco mais aí eu rezo ele, imanto ele
com verbo, eu espero ele secar naturalmente por que eu preservo as qualidades
energéticas dele.
É tudo muito delicado, é tudo muito sutil na erva e aí com tudo isso feito de uma forma
cuidadosa aí, vou passar por um processo de transformar aquilo em pó um moedor e
quando eu estou fazendo esse procedimento, eu estou pensando para o que eu vou usar
então, eu estou magnetizando, eu estou verbalizando se vou usar tudo aquilo para uma
única situação específica eu estou ali rezando, imantando, configurando aquele magnetismo
específico.
Porque quando você compra ele em pó pronto você não sabe o procedimento, de onde saiu
e que ervas estão ali de fato nem sabe a qualidade que está ali e isso deve ser observado.
Então você tem a pemba ralada sempre, você vai ter a junção da erva em pó e outros
elementos, essência, aí você vai precisar esperar secar, você vai pôr pedra, semente tudo
em pó.
E aí então dentro daquilo que a gente vê na umbanda e esse meu momento aqui com você
é para trazer curiosidade, apenas fazer uma lente de aumento naquilo que foi dito, sobre a
pemba em pó a gente tem o pó, o afoshé o pó de encantamento, é algo a ser estudado,
aprofundado e entendido.
Então na parte em que eu vou passar a prática sobre isso, eu vou dar alguma sobre isso,
vou dar uma outra receita, mais cabe a você ir atrás do aprofundamento.
Não é o objeto específico aqui do nosso estudo mais o pó de encantamento é muito
interessante, você vai usar para muitas circunstâncias, ele é um facilitador.
Então você vai usar o pó, um exemplo, vai fechar um negócio e você quer que seja tudo
muito harmônico você tem lá seu pó da prosperidade, da harmonia, seu pó abre caminho
específico você passa na mão, não vai se lambuzar daquilo e aí você toca na pessoa com
quem você está fazendo negócio, um exemplo aqui, específico ali você toca e tem uma
transmissão de axé, de magia conexão que se estabelece dentro do negócio que você
executou.
Aquele pó vai com ele, aquele axé vai com ele cria uma atmosfera entre vocês naquilo que
está se desenvolvendo, tem tudo isso.
Você usa ele como um processo discreto, às vezes você tem um pó de cura imantado na
força de Obaluaiê e tem elementos ali diversos e você vai visitar uma pessoa acamada,
uma pessoa num leito de hospital e você não pode fazer procedimento.
“Ah, mais a lei permite que você entre” você como sacerdote pode entrar num hospital
visitar fora, dentro do horário de visita, agora você não pode levar elementos, não pode
acender uma vela, riscar um ponto, não pode fazer nada disso.
Nem ritualizar dependendo do que você quer fazer, defumar… Mais com o pó você pode.
O pó está no seu bolso, você vai assoprar embaixo da cama, você vai passar no enfermo
num lugar específico, a gente não está falando de UTI, um ambiente estéril, ok?!
Então você vai ter esse recurso, o afoshé é um recurso a mais poderoso antiguissimo e que
a gente tem a oportunidade de resgatar aqui.”

Você também pode gostar