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Os Maçons Crípticos do Rito de York da Maçonaria

Livre
      (Traduzido e adaptado dum texto publicado pelo General Grand Council of
Cryptic Masons International, 1996)

Os Conselhos de Maçons Crípticos formam o corpo central do Rito de York da


Maçonaria Livre.

 Um Mestre Maçom que tenha aderido a um Capítulo de Maçons do Arco Real,
recebido os quatro graus desta organização  poderá, depois disso, procurar mais
conhecimentos na Maçonaria se for admitido num Conselho de Maçons
Crípticos.
 
 

O RITO CRÍPTICO
 

Nenhum Rito da Maçonaria Livre conseguiu ser tão bem sucedido nos últimos
anos como o conjunto de graus conhecidos como o Rito Críptico. O crescimento
atingido tem sido importante de tal forma que um em cada dois Maçons do Arco
Real é Maçom Críptico.

A sua popularidade é bem merecida porque não existem graus mais belos e
significativos em toda a Maçonaria Livre do que os conferidos num Conselho de
Maçons Crípticos.
 
 

A Maçonaria Livre é muito filosófica e ensina os seus ideais através de alegorias


ou histórias. Esta filosofia é moralista e religiosa. Contudo, a Maçonaria Livre
não é uma religião, ou um seu substituto. Um requisito para ser membro da
Maçonaria Livre é a crença declarada em Deus e na vida eterna. É imperativo
que o candidato professe pessoalmente uma fé num Ser Supremo antes de
tornar-se Maçom Livre. A Maçonaria Livre nunca tenta alterar as crenças de
cada um. A Maçonaria Livre não oferece uma teologia ou plano de salvação.
Contudo, oferece um plano moral para ser aplicado neste mundo. Deixa ao
Maçom a faculdade de tratar da sua salvação na próxima vida através da sua
própria religião.
 Uma das razões para a popularidade dos Graus Crípticos é porque completam
a história da alegoria maçónica. A "Palavra" representa na alegoria maçónica a
busca pelo homem de objectivos para a vida e para a natureza de Deus.
Simbolicamente, a Maçonaria Livre ensina, na Loja, como a Palavra se perdeu e
sobre a esperança da sua recuperação. O Arco Real, no Capítulo, ensina como
ela foi redescoberta. A Maçonaria Críptica, no Conselho, completa esta história
ensinando como se preserva a Palavra inicial.
 
 

ORIGEM DOS GRAUS


 

Tal como em muitos dos graus maçónicos, as origens dos graus crípticos estão
cobertas de mistério.

  Há cerca de 200 anos surgiram os graus de Mestre Real e Mestre Escolhido


(chamados graus da Preservação) como se surgissem de lado nenhum. Leitores
maçons, viajantes através do Leste Estados Unidos, conferiram-nos a outros
Maçons,
 enquanto empenhados na instrução dos obreiros da Loja e dos Companheiros
do Capítulo. Até o Supremo Conselho do    Rito Escocês incluiu o grau de
Mestre Escolhido como um dos seus graus "separados". Mas estes belos graus
não
 permaneceram separados por muito tempo. No estado de Connecticut nasceu o
primeiro Grande Conselho em 1819. Na  Virginia e na West Virginia os graus
foram desenvolvidos nos Capítulos do Arco Real, sob cuja autoridade ainda
permanecem. Nos anos de 1870 foi criado  nos Estados Unidos um Grande
Conselho Geral. Hoje este Grande Conselho conta como associados a maioria
dos Grandes Capítulos dos Estados Unidos bem como os da parte ocidental do
Canadá  e outros Estados fora do Continente americano.

Os "Shriners" (Ancient Order Nobles of the Mystic Shrine) requerem que os seus
membros sejam Cavaleiros Templários (Rito de York) ou Maçons do 32º (Rito
Escocês). Até há poucos anos atrás, a Maçonaria Críptica não constituía
requisito
para ser membro dos Shriners ou duma Comenda de Cavaleiros Templários.
Contudo, nos anos mais recentes um grande número de Grandes Comendas de
Cavaleiros Templários tornaram os graus Crípticos um pré-requisito para as
Ordens do Templo. Tornaram-se, assim, consequentemente um pré requisito do
Rito de York para o Shrine. Parece existir uma tendência crescente para que
esta política seja adoptada por um número crescente de Comendas nos
próximos anos.
 
 

A ABÓBADA E OS MISTÉRIOS
 

Todos os estudiosos da Bíblia e os arqueólogos conhecem as abóbadas ou


crípticas sob o Templo do Rei Salomão.
Duvidamos que os Graus Maçónicos tenham sido conferidos naquelas
abóbadas. Contudo, tal lenda continua a persistir através da Maçonaria Livre.

O autor Maçónico, Albert G. Mackey, escrevendo acerca da abóbada diz: " A


Abóbada era, então, nos antigos mistérios símbolo de sepultura; para a iniciação
era símbolo de morte, onde só a Divina Verdade pode ser encontrada. A
Maçonaria
livre adoptou a mesma ideia. Ensinam que a morte é apenas o princípio da Vida;
que se o primeiro, ou o Templo evanescente da nossa vida transitória está à
superfície, devemos descer à abóbada secreta da morte antes de encontrarmos
a sagrada jazida da Verdade que adorna o nosso segundo Templo da Vida
Eterna". Este ensinamento não é invulgar na Maçonaria Livre visto que os
requisitos prévios para a iniciação incluem que se professe a crença em Deus e
na vida eterna.

O USO DO NOME CRÍPTICO


 

Os graus do Rito de York são classificados em Simbólicos (Loja de Mestres


Maçons). Capitulares (Capítulo de Maçons do Arco Real), Crípticos (Conselho
de Maçons Crípticos), e Cavalheirescos (Comenda Templária). O Rito Críptico
tem o seu nome derivado da palavra Críptica porque a cena dos graus de Mestre
Real e Mestre Escolhido ocorre na Críptica subterrânea sob o Templo do Rei
Salomão. A palavra críptica significa escondido, daqui a sua utilização na
descrição destes graus. O último grau do Rito Críptico não é críptico porque não
cumpre o requisito da cena se desenrolar na abóbada. Deve ser considerado
como um grau apêndice do Rito Críptico que não possui conexão quer histórica
ou simbólica com os de Mestre Real e Mestre Selecto, como veremos à frente.
 
 

O GRAU DE MESTRE REAL


 

É o primeiro grau do Rito Críptico Os Candidatos que recebem este grau ficam
impressionados com a dignidade do ritual e com a relevância dos seus
ensinamentos. Contém uma secção que é geralmente vista como uma peça
relevante de
trabalho ritual, quando bem desempenhada, projectando uma representação de
grande simbolismo e conteúdo filosófico.

A apresentação ritualística no grau explica os artigos contidos no Santo dos


Santos do Templo do Rei Salomão, incluindo a Arca da Aliança. O conhecimento
dos quais é essencial para aqueles que desejem compreender cabalmente os
graus procedentes. As principais personagens nestes graus é Salomão e a sua
corte.
 
 

O GRAU DE MESTRE ESCOLHIDO


 

O grau de Mestre Escolhido nem sempre esteve associado com o de Mestre


Real. A maioria dos escritores atribui a Jeremy Cross, um leitor, autor e
educador maçónico viajante do início do século XIX, ter combinado os dois
graus num rito. Há fortes evidencias que apoiam a teoria de que o grau provém
dum grau semelhante (6º grau) do Rito Escocês chamado Secretário Íntimo do
Rei Salomão. Qualquer que seja a sua origem, a lenda deste grau é muito
antiga.

A cena deste grau situa-se na abóbada do Templo do Rei Salomão. Os


contecimentos que caracterizam o grau são bastante excitantes proporcionando-
lhe  grande interesse. A cerimónia ritualística contém a história que "completa o
Círculo de Perfeição" da Antiga Maçonaria.
 
 
O SUPER EXCELENTE MESTRE
 

Como foi dito, o grau de Super Excelente Mestre não é um grau Críptico. Mas,
está relacionado com os acontecimentos que conduziram à recuperação da
Palavra perdida. Este belo grau fala-nos dum período da história no qual todos
os
maçons livres estão interessados, que é o período que se segue à destruição do
primeiro Templo. A essência do grau é pressagiada na apresentação pelo
Viandante Principal no Arco Real quando faz a seguinte referência: Sedecías, o
último
Rei de Judá, tinha vinte e um anos, quando subiu ao trono e reinou onze anos
em Jerusalém. O seu comportamento desagradou ao Senhor, seu Deus. etc…".

O grau de Super Excelente Mestre é um dos graus melhor delineado, mais


tocante e belo. Contém muitos ensinamentos para aplicarmos na nossa vida
quotidiana. Numa representação de acontecimentos excitantes, as personagens
bíblicas ganham vida representando o drama histórico da Bíblia Sagrada. Aqui
Nabucodonosor ainda reina ; Sedecias experimenta os resultados da sua vida
perversa e Ezequiel e Jeremias profetizam as promessas de Deus Todo
Poderoso.
 
 

                       CONSELHOS DE MESTRES REAIS E ESCOLHIDOS

Um Grande Conselho da Maçonaria Críptica é dirigido pelo seu Ilustríssimo Grão


Mestre que é ajudado nessa tarefa por um conjunto de Grandes Oficiais e pelos
três principais oficiais de cada Conselho constituinte.

Os Conselhos  dum Grande Conselho são as unidades operativas do Rito


Críptico. Os Conselhos existem para saudar os Mestres Escolhidos. As reuniões
dum Conselho são designadas "Assembleias". Os Maçons Crípticos são
chamados
"Companheiros" significando uma estreita relação entre indivíduos
compartilhando os mesmos objectivos, interesses e experiências.

As designações dos títulos dos oficiais dum Conselho usados na maioria das
jurisdições são as seguintes:
Ilustre Mestre, Mestre Adjunto, Principal Condutor dos Trabalhos, Tesoureiro,
Arquivista, Capitão da Guarda, Condutor do
Conselho, Capelão, Experto, Sentinela.

MAÇONS CRÍPTICOS NOUTROS PAÌSES


 

O Rito Críptico está largamente divulgado: Alemanha, Canadá, Escócia, Estados


Unidos, Filipinas, Grécia, Inglaterra, Israel, Itália, Panamá…

Em Inglaterra os Graus Crípticos são controlados por um Conselho Geral dos


Graus Crípticos. Entre os graus do sistema Inglês encontramos: Most Excellent
Master, Royal Master, Select Master e Super Excellent Master.

Na Escócia, o Supremo Grande Capítulo do Arco Real tem jurisdição sobre os


graus Crípticos, estando os corpos do Rito Críptico associados aos Capítulos. É
interessante notar que enquanto a Escócia recebeu os três graus crípticos de
fontes
Americanas, o grau de Três Vezes Ilustre Mestre, introduzido recentemente
neste país é de origem escocesa.
 
 

O TRABALHO DOS GRAUS CRIPTÍCOS


 

A Maçonaria livre procura aperfeiçoar a comunidade através do aperfeiçoamento


do indivíduo. Por conseguinte, os Conselhos de Maçons Crípticos trabalham
com as Lojas, os Capítulos e as Comendas aumentando as oportunidades de
aperfeiçoar as capacidades de liderança, de falar em público, das relações
interpessoais, e de administração. Isso capacita os Maçons a tornarem-se
melhores dirigentes na sua carreira, na igreja, na comunidade. Os Conselhos
também trabalham com estes e outros grupos Maçónicos em projectos de
serviço à comunidade para pôr em prática os ensinamentos maçónicos como
modo de vida.

O General Grand Council criou a Cryptic Medical Research Foundation para dar
aos Maçons Crípticos uma oportunidade de transformar a filosofia Maçónica
numa prática de vida. Normalmente, a Fundação trabalha com investigadores
médicos
na procura de meios para prevenir o endurecimento das artérias, conhecido
como artereoesclerose. Desde a adopção desde programa, em Setembro de
1978, os Grandes Conselhos membros do General Grand Council e os
Conselhos
Subordinados, suportam financeiramente a Fundação. Esta actividade afecta
milhares de dólares anualmente na investigação para prevenir a enorme
mortalidade provocada pela artereoesclerose e pelas doenças de coração. Este
projecto não entra em conflito com os programas filantrópicos das organizações
filiadas (casas para idosos, orfanatos, bolsas de estudo…).
 
 

O GRAU DE TRÊS VEZES ILUSTRE MESTRE


 

Muitos Grandes Conselhos conferem o grau honorário de Três Vezes Ilustre


Mestre aos Mestres dos Conselhos constituintes depois de estes terem sido
instalados neste cargo. A finalidade do grau é realçar nos Ilustres Mestres a
importância do cargo para que foram eleitos e emprestar dignidade e honra
adicional ao cargo.

O Grande Conselho de Mestres Reais e Escolhidos da Carolina do Norte detém


os direitos de propriedade sobre este grau, tendo recebido autoridade para "usá-
lo e estendé-lo" do Supreme Grand Royal Arch Chapter da Escócia em 1931.
Este
grau adquiriu a designação de "Ordem da Trolha de Prata" que tem sido a sua
insígnia, e a designação de Conselho dos Reis Consagrados" que tem sido o
seu tema.
 

PRÉMIO ISH SODI

 O termo Ish Sodi é frequentemente encontrado na Maçonaria Críptica. Uma


definição bastante complicada para essa frase acaba por ser "Homem
Escolhido". Prémios com este título são atribuídos por muitos Grandes
Conselhos aos Companheiros excepcionalmente respeitáveis.

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