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GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO - SEE


COLÉGIO MILITAR ESTADUAL DOM PEDRO II
ROTEIRO DE ESTUDOS – HISTÓRIA – 8º ANO EF
PROFESSORA JÉSSICA BATISTA

Querido aluno,

Leia a instrução e siga o roteiro proposto em cada situação de


aprendizagem. Faça o registro dos conteúdos e exercícios em seu caderno. Lembre-se
sempre de identificar cada situação de aprendizagem com o tema e data em que está sendo
realizada.

Bons estudos!

“As sementes de uma vida de estudos, transformam-se em frutos do sucesso!”

Atenciosamente,

Prof.ª. Jéssica

Situação de aprendizagem 1 –
Tema: Identificação dos aspectos conceituais do iluminismo.
Refletir sobre os possíveis significado dos termos “Século das luzes” ou
“Iluminismo”.
Observe a imagem abaixo:
Introdução
Nada melhor que começar esse artigo com a definição do iluminismo por um dos
mais importantes pensadores desse movimento, o filósofo alemão Immanuel
Kant (1724 – 1804):
“O iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma menoridade que
estes mesmos se impuseram a si. (…) Sapere aude! [Ouse saber!] Tem coragem
para fazer uso da tua própria razão!”
Nesse pequeno trecho é possível extrair um dos pontos mais marcantes desse
período, a razão. O próprio nome do movimento nos remete a luz – não é à toa
que esse período é conhecido como “Século das Luzes” -, que pretende se
contrapor a herança medieval que ficou conhecida como “Idade das Trevas”,
quando todo o conhecimento era subordinado à religião.

O QUE FOI O ILUMINISMO?


O Iluminismo se iniciou como um movimento cultural europeu do século XVII e
XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade
da época. Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação do
conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento
religioso. Vale ressaltar que os iluministas não eram ateus, porém,
eles acreditavam que o homem chegaria a Deus por meio da razão.

Grandes pensadores, de diversas áreas, fizeram parte dessa corrente com o


intuito de acelerar o progresso da humanidade. O precursor do iluminismo René
Descartes (1596 – 1650), considerado o pai do racionalismo, dissertou em sua
obra “Discurso do Método”, que para se compreender o mundo, deve-se
questionar tudo. Essa nova forma pensar se opunha ao raciocínio da época, já
que naquele período histórico, os governos autoritários e a igreja católica não
permitiam questionamentos.

O pensamento iluminista foi importante para o desenvolvimento da ciência e


do humanismo – que pregava a centralidade e racionalidade humana. Várias
obras foram desenvolvidas nesse período, e uma em especial sintetizava a ideia
de disseminação do conhecimento pregada pelos iluministas: a Enciclopédia.

A Enciclopédia, editada por Denis Diderot (1713 – 1784), continha milhares de


artigos e ilustrações de diversos cientistas, filósofos e pesquisadores de campos
de conhecimentos distintos. Essa obra teve 35 volumes e foi muito importante
na exposição dos conhecimentos humanos em um formato ordenado
e metódico, com o intuito de apresentar uma alternativa aos ensinamentos
impostos pela religião.

Os iluministas também questionavam os poderes absolutistas dos governos,


pregando assim maiores liberdades individuais e políticas. Na economia, não foi
diferente, nesse período, as ideias desenvolvidas por Adam Smith (1723 –
1790) foram aceitas como uma forma de substituir o modelo mercantilista, pois
os iluministas tinham uma crença em que esse novo meio econômico seria ideal
para um maior progresso, liberdade e justiça social.

Por fim, esse movimento também merece ser lembrado pelas consideráveis
conquistas nos âmbitos sociais e nas liberdades individuais, pois a sua
crença buscava uma maior igualdade entre as pessoas, pondo um fim nas
sociedades estamentais – estrutura social em que não era permitido ascensão
social e cada grupo tinha a sua função para a sociedade pré-determinada. Além
disso, os ideais iluministas acabaram guiando diversas nações para o fim de
governos absolutistas e para a busca da independência dos países que ainda
estavam sob controle de uma nação estrangeira.

Exercício:

1) O que foi o iluminismo?

2) PUC-MG – O Iluminismo representa a visão de mundo da


intelectualidade do século XVIII, NÃO podendo ser apontado como
parte do seu ideário:

a) combate às injustiças sociais e aos privilégios aristocráticos.


b) fortalecimento do Estado e o cerceamento das liberdades.
c) o anticolonialismo e o repúdio declarado à escravidão.
d) o triunfo da razão sobre a ignorância e a superstição.
e) o anticlericalismo e a oposição à intolerância religiosa.

3) Em que época da história surgiu a Ilustração?

a) Antigo Regime
b) Idade Média
c) Era Vitoriana
d) Belle-Époque

Obs. – questão 3 –

"Ilustração", "Século das Luzes" ou "Iluminismo" é o nome do movimento


filosófico que surgiu nos séculos XVII e XVIII, período também conhecido
como Antigo Regime.

4) Qual era o objetivo da Enciclopédia?


a) Ajudar autores menos conhecidos a serem editados
b) Divulgar a produção de cientistas franceses daquela época
c) Publicar artigos somente sobre ciências humanas
d) Popularizar o saber

Situação de aprendizagem 2 –
Tema: Compreensão do contexto de formação do pensamento iluminista.
Utilizar texto de apoio para leitura individual e fazer exercício.

QUAL O CONTEXTO DO SURGIMENTO DO MOVIMENTO ILUMINISTA?


Naquele período, a Igreja Católica era detentora do conhecimento e a sua
forma de pensar era soberana. Não havia linhas de pensamento alternativas,
pois o clero fazia questão de impor as suas doutrinas religiosas para todos os
cidadãos.

O domínio dos católicos na sociedade europeia foi herdado da Idade


Média, período no qual a doutrina posta era teocêntrica. Entretanto,
desde Galileu Galilei (1564 – 1642), considerado o “pai da ciência moderna”,
que descobriu que a Terra não era o centro do universo, o
conhecimento eclesiástico começou a perder o seu domínio.

Nesse contexto, em que o pensamento científico vinha ganhando forma e


seguidores após Galileu, o Iluminismo incorporou a ciência como um forte
alicerce para os que defendiam uma maior racionalidade no desenvolvimento
intelectual.

Ainda sobre religião, na época, não existia liberdade religiosa, assim os


cidadãos eram induzidos a crer na religião única do Estado em que viviam. As
outras formas de expressão de fé eram taxadas como “erradas”, por não
seguirem os preceitos estabelecidos pela religião oficial. É, a partir
desse cenário, contrariados pela restrição da liberdade religiosa, que os
iluministas defenderam a livre escolha de crença pelos indivíduos, podendo até
escolher não tê-la.

Na política, o Absolutismo, que garantia poderes ilimitados aos seus


governantes, foi um dos grandes alvos do movimento iluminista. Assim como o
controle religioso, essa forma de governo também foi herdada da Idade Média,
ela consistia em nobres governando e vivendo às custas da população, com a
benção dos religiosos.

O povo acabava se subjugando a esse formato de governo, seja pelo medo ou


pela crença religiosa, e ainda ficavam como responsável por pagar impostos e
trabalhar para que os nobres e o clero aproveitassem os seus diversos
privilégios.
Os debates sobre essa forma de se governar foram se acentuando com o avanço
do movimento Iluminista. Inclusive, foi um dos mais renomados intelectuais
iluministas, Montesquieu (1689 – 1755), que através do seu livro “Espírito das
Leis”, trouxe uma nova forma de pensar o governo. O autor sugeriu a tripartição
do poder em legislativo, judiciário, e executivo, como forma de evitar abusos por
parte das autoridades.

Na questão econômica, o modelo mercantilista trazia duas questões


determinantes para o contexto daquele momento histórico:

1) O modelo econômico acabou enriquecendo a burguesia – formada por


profissionais liberais e comerciantes -, que com o passar dos anos começaram
a questionar a estrutura da sociedade da época;

2) O mercantilismo era um modelo econômico em que o Estado intervia demais,


limitando assim a liberdade dos agentes econômicos em uma sociedade.

Além disso, nesse período surgia um novo economista, Adam Smith, pregando
um modelo econômico mais livre e com uma capacidade de geração de riqueza
muito maior do que era usado até então, o capitalismo.

E com base nesse contexto econômico apresentado, o movimento iluminista se


caracterizou por ser contrário ao mercantilismo, pregando assim um sistema
mais livre, racional e justo, na qual existia a possibilidade de ascensão social por
parte dos cidadãos.

Por fim, vale lembrar que o conceito de propriedade privada não estava muito
bem estabelecido na Idade Média e foi um ponto importante nos debates
iluministas. Entretanto, não havia consenso entre os próprios intelectuais do
movimento, pois John Locke (1632 – 1704) enfatizava o direito natural do
homem a propriedade, ao passo que Rousseau (1712 – 1778) ia na direção
oposta, na qual apontava a propriedade privada como a razão dos males da
humanidade.

Querido aluno: reveja com atenção o conceito de Absolutismo e mercantilismo.

O absolutismo foi um sistema político que se desenvolveu a partir do século XV e que


se consolidou na Europa Ocidental. Esse sistema manifestou-se por meio de
monarquias, que defendiam a ideia de uma posição absoluta do monarca. Isso
significava que, dentro das monarquias absolutistas, o monarca, isto é, o rei, possuía
poderes plenos sobre o Estado.

Mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas utilizado pelas nações absolutistas


durante a Idade Moderna. Ele foi uma transição do feudalismo para o capitalismo. O
acúmulo de metais preciosos, conhecido como metalismo, foi uma das características
do mercantilismo.
Exercício:
1) Por que o movimento iluminista se caracterizou por ser contrário ao
mercantilismo?

2) O Iluminismo ou Ilustração foi uma escola filosófica que criticava


abertamente o poder absoluto dos reis. No entanto, os próprios
iluministas propunham um novo sistema político que consistia:

a) Na limitação do poder real através da Constituição e das leis


municipais.
b) Na divisão do poder absoluto em três ramos distintos, mas interligados
no Executivo, Legislativo e Judiciário.
c) Na criação de uma Assembleia de Notáveis em cada país cuja função
seria fiscalizar o poder do rei e assim evitar abusos.
d) Na supressão da figura do monarca e sua substituição por uma
democracia direta eleita por sufrágio universal.

3) O que caracteriza o sistema político Absolutista?

Situação de aprendizagem 3 –
Tema|: Sintetização das principais ideias iluministas.
Fazer registro do conteúdo no caderno. Fazer exercício.

QUAIS AS SUAS PRINCIPAIS IDEIAS?


Podemos sintetizar as principais ideias iluministas da seguinte forma:

• Valorização do pensamento racional. Os Iluministas consideravam a


razão e a possibilidade de se questionar e investigar como o melhor
instrumento para se alcançar qualquer tipo de conhecimento;
• Defendiam os direitos dos indivíduos por acreditarem que todos
deveriam ter seus direitos naturais, como à vida e liberdade, protegidos;
• Eram críticos aos regimes absolutistas e autoritários, que até então
dominavam o cenário europeu. Por isso defendiam uma maior divisão do
poder do Estado;
• Defendiam a liberdade política, econômica e religiosa de todos
perante a lei;
• Criticavam o conhecimento sob controle da Igreja Católica, embora não
fossem contra a crença em Deus;
• Defendiam um novo sistema econômico, em troca do
criticado mercantilismo;
• Eram contra todos os privilégios da nobreza e do clero.

Exercício:
Responda em seu caderno:
1) De que forma o pensamento iluminista influenciou a sua época?

2) Destaque uma das principais ideias iluministas que mais tenha lhe
chamado atenção. Comente o porquê.

Situação de aprendizagem 4 –
Tema: Identificação dos principais filósofos iluministas, suas principais e
ideias e obras.
Realizar estudo, fazer anotações dos pontos principais e exercício.

Conteúdo dos slides:

FILÓSOFOS ILUMINISTAS

Os filósofos iluministas contribuíram de maneiras diferentes e em diversas


áreas do conhecimento.
Desde questões morais, religiosas e políticas até as de cunho econômico e
filosófico, os ideais dos pensadores iluministas promoveram o processo de
conscientização mundial.

As "luzes" do pensamento iluminista são uma resposta crítica às "trevas" do


pensamento medieval, em que toda a produção de conhecimento estava
subordinada ideia à religião, como forma de justificar a fé e o poder da Igreja.

Apesar das particularidades presentes no pensamento de cada um deles, as


questões relacionadas à produção de um conhecimento independente, centrado
na razão e distanciado da teologia proposta pela Igreja, é uma marca comum.
VOLTAIRE (1694-1778)

Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet, foi um filósofo francês que


nasceu em Paris. Suas críticas à nobreza resultaram em várias situações de
prisão e exílio.

PRINCIPAIS IDEIAS
Voltaire defendia a ideia de uma monarquia centralizada, cujo monarca deveria
ser culto e assessorado por filósofos.

Foi um crítico severo das instituições religiosas, bem como dos hábitos feudais
que ainda vigoravam na Europa. Afirmava que apenas aqueles dotados de razão
e liberdade poderiam conhecer as vontades e desígnios divinos.

Todos os que se disseram filhos de deuses foram os pais da impostura.


Serviram-se da mentira para ensinar verdades, eram indignos de a ensinar, não
eram filósofos, eram, quando muito, mentirosos cheios de prudência.

PRINCIPAIS OBRAS
A principal obra de Voltaire, "Cartas Inglesas ou Cartas Filosóficas", foi um
conjunto de cartas acerca dos costumes ingleses, os quais comparava aos do
atraso da França absolutista.

Apesar disso, era contra qualquer revolução, pois acreditava que os monarcas
seriam capazes de se orientar racionalmente para cumprir o seu papel.

Escreveu também novelas, tragédias e contos filosóficos, dentre os quais "O


Ingênuo".

JOHN LOCKE (1632-1704)


John Locke era Inglês. Foi o expoente do empirismo britânico e um dos maiores
teóricos do contrato social.

PRINCIPAIS IDEIAS
John Locke afirmava que a mente era como uma "tabula rasa". Rejeitava
qualquer concepção embasada no argumento das "ideias inatas", uma vez que
todas as nossas ideias possuíam início e fim nos sentidos do corpo.

O homem nasce como uma folha em branco, destituído de caracteres ou ideias.

Locke combatia a ideia de que Deus decidia o destino dos homens e alegava
que a sociedade corrompia os desígnios divinos ou o triunfo do bem.

Suas ideias auxiliaram na derrubada do absolutismo inglês.

PRINCIPAIS OBRAS
Uma das suas obras principais, “Dois Tratados Sobre o Governo Civil”, trata
sobre o absolutismo.

Dentre outras obras, escreveu “Cartas Sobre a Tolerância” e “Ensaios sobre o


Entendimento Humano”.

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-1778)

Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo suíço que lançou as bases para o


Romantismo europeu.

PRINCIPAIS IDEIAS
Rousseau era a favor do “contrato social”, forma de promover a justiça social que
dá nome a sua principal obra.

Apregoava que a propriedade privada gerava a desigualdade entre os homens.


Segundo ele, os homens teriam sido corrompidos pela sociedade quando a
soberania popular tinha acabado.

O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra acorrentado.


PRINCIPAIS OBRAS
"O Contrato Social" é a sua obra de maior destaque de Rousseau. Em "Émile",
outra obra de grande importância, Rousseau trata da educação afirmando que
ela deve ser base da reconstrução da humanidade.

MONTESQUIEU (1689-1755)

Montesquieu, Charles-Louis de Secondat, ficou conhecido como Barão de La


Brède e de Montesquieu.

Famoso jurista e filósofo francês que se destacou nas áreas da filosofia da


história e do direito constitucional, Montesquieu foi um dos criadores da filosofia
da história.

PRINCIPAIS IDEIAS
Montesquieu criticou de forma sistemática o autoritarismo político, bem como as
tradições das instituições europeias, especialmente da monarquia inglesa.

Não há mais cruel tirania do que aquela que exerce à sombra das leis e com as
cores da justiça.

PRINCIPAIS OBRAS

Na sua principal obra, “O Espírito das Leis”, Montesquieu defende a separação


dos três poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário. Acreditava
que essa fosse uma maneira de manter os direitos individuais.

Sua obra foi inspiração para a "Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão" (1789), para a Revolução Francesa e para a Constituição dos Estados
Unidos (1787).

Antes de "O Espírito das Leis", ele escreveu "Cartas Persas".


DENIS DIDEROT (1713-1784)

Denis Diderot foi um filósofo e tradutor francês que nasceu em Langres. A


primeira obra em que se destacou rendeu-lhe a prisão.

PRINCIPAIS IDEIAS
Diderot criticava o absolutismo e defendia a ideia de que a política era
responsável por eliminar as diferenças existentes nas sociedades.

Ter escravos não é nada, mas o que se torna intolerável é ter escravos
chamando-lhes cidadãos.

PRINCIPAIS OBRAS
A sua primeira grande obra foi "Cartas Sobre os Cegos Para Uso Por Aqueles
Que Veem".

Foi responsável por elaborar, em parceria com D'Alembert, a famosa


"Enciclopédia" ou "Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios".

Composta por 33 volumes, a obra reúne os principais conhecimentos


acumulados pela humanidade naquela época.

Foi editada pela primeira vez na França (1751 e 1772), onde se difundiu para se
tornar a principal propaganda iluminista. Por este motivo, os iluministas são
conhecidos como "enciclopedistas".

ADAM SMITH (1723-1790)


Adam Smith é considerado um dos principais teóricos do movimento. Filósofo e
economista escocês, recebe o título de "pai da economia moderna".

PRINCIPAIS IDEIAS
Adam Smith afirmava que somente com o fim dos monopólios e da política
mercantilista o Estado iria prosperar de fato.

Isso porque a riqueza das nações advinha do esforço individual (self-interest)


que, por sua vez, é o que fomenta o crescimento econômico e a inovação
tecnológica.

Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro que esperamos


o nosso jantar, mas da consideração que ele têm pelos próprios interesses.

Assim, o empreendimento privado deveria agir livremente, com pouca ou


nenhuma intervenção governamental. Isso fez com que seu pensamento
influenciasse intensamente a burguesia, desejosa em acabar com os privilégios
feudais e com o mercantilismo.

PRINCIPAIS OBRAS
"A Riqueza das Nações" é o nome da principal obra desse pensador, enquanto
"Teoria dos Sentimentos Morais" é o nome do seu principal tratado.

CONCLUSÃO

QUAL O SEU LEGADO PARA OS DIAS DE HOJE?

Atualmente, ainda vivemos sob influência do Iluminismo em temas como


a limitação do poder do estado sobre o indivíduo, os ideais e lutas
pelos direitos individuais, tal como a vida, a liberdade, a dignidade e outros.
Para mais, o pensamento iluminista é vivido no campo econômico, visto que os
mesmos defendiam a ideia de uma economia de livre mercado e liberal.

O Iluminismo também influenciou o direito. A exemplo das obras de John Locke


e Montesquieu, que trataram bastante sobre os direitos naturais e divisão de
poderes, pode ser citado como influência direta a tripartição dos poderes entre
Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, tal influência pode ser
percebida na mudança das regras do jogo que propiciaram que as sociedades
vivessem em sistemas mais democráticos e republicanos.

Por fim, como sintetizou Immanuel Kant, o Iluminismo proporcionou as


ferramentas para com que o homem saísse da “menoridade”, para assim
explorar as possibilidades de progresso através de sua própria razão, sem se
deixar enganar pelas crenças, tradições e opiniões alheias, e foi o que ocorreu.
Hoje, podemos ver o resultado disso em avanços na ciência, que trouxe
progresso em todas as áreas de conhecimento.
EXERCÍCIO
1) Qual filósofo iluminista se destacou ao afirmar que o ser humano
nascia bom, mas a sociedade era responsável por torná-lo mal?

a) Montesquieu
b) Thomas Hobbes
c) Rousseau
d) Diderot

2) Evelyn Beatrice Hall (1858-1956), biógrafa de Voltaire, resumiu o


pensamento do escritor com a célebre frase “Posso não concordar
com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a
morte seu direito de dizê-las”.

A frase expressa um dos ideais do iluminismo como:

a) Liberdade de expressão
b) Divisão de poderes
c) Preponderância da ciência
d) Valor da educação

Situação de aprendizagem 5 –

Tema: Introdução e contextualização histórica compreensão dos


processos políticos da Inglaterra no século XVII e Revolução Gloriosa.

Estude o conteúdo, faça os registros em seu caderno e veja o vídeo abaixo.

Link para o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=gW8IloLp798

Introdução

Revolução Gloriosa

A Revolução Gloriosa, ocorrida em 1688, foi a primeira revolução burguesa da


história, além de ser responsável pela queda da dinastia Stuart na Inglaterra.
Com a Revolução Gloriosa, Maria Stuart, filha de Jaime II, foi coroada rainha da
Inglaterra

A Revolução Gloriosa é o nome que se dá para os acontecimentos que levaram


à deposição de Jaime II e à coroação de Guilherme de Orange e Maria Stuart
como rei e rainha da Inglaterra. A Revolução Gloriosa ocorreu em 1688 e foi uma
das etapas da Revolução Inglesa, além de ter sido responsável pela queda do
absolutismo na Inglaterra. A monarquia absolutista inglesa transformou-se em
uma monarquia constitucional, que consolidou o domínio da burguesia na
Inglaterra.

Contextualização

Revolução Puritana

Para o entendimento dos acontecimentos da Revolução Gloriosa, é necessária


uma retrospectiva na história da Inglaterra. É importante, primeiramente, uma
curta abordagem sobre a Revolução Puritana, também conhecida como Guerra
Civil Inglesa. Esse acontecimento marcou a deposição de Carlos I, rei
pertencente à dinastia Stuart.

A Revolução Puritana foi resultado do choque de interesses que existia


entre o Parlamento e o rei da Inglaterra. O rei, naturalmente, queria manter
seu poder por meio de uma monarquia absolutista, enquanto os parlamentares
ingleses tinham interesse em transformar o país em uma monarquia
constitucional baseada nos ideais liberais que favoreceriam a burguesia.

O choque entre os parlamentares e o rei inglês levou à Guerra Civil Inglesa,


processo que se estendeu pela década de 1640 e resultou na deposição do rei
e na sua execução em 1649. Oliver Cromwell destacou-se nesse período e
acabou tornando-se ditador da Inglaterra na década seguinte, em uma república
ditatorial conhecida como Commonwealth.
Os atritos entre o rei e o Parlamento concentraram-se, principalmente, na
questão dos impostos. Carlos I desejava aumentá-los para aumentar também as
receitas do reino, mas o Parlamento inglês recusava-se a ceder tal aumento ao
rei. Assim, em 1629, o rei resolveu dissolver o Parlamento e governou de
maneira independente até 1640.

Em 1640, o rei resolveu restaurar o Parlamento novamente para aprovar o


aumento dos impostos a fim de financiar sua guerra contra os escoceses. A ação
do Parlamento inglês em relação ao rei foi mais inflexível ainda, e, assim, rei e
Parlamento entraram em guerra. Como mencionado, essa guerra levou à
derrocada de Carlos I e sua decapitação na data citada.

Restauração monárquica
Após a derrubada da monarquia, a Inglaterra tornou-se uma República que, a
princípio, foi governada pelo próprio Parlamento, mas que, depois, caiu nas
mãos de Oliver Cromwell, que implantou uma ditadura no país entre 1653 e
1658. Com o falecimento de Oliver Cromwell, em 1658, seu filho Richard
Cromwell assumiu o poder, mas permaneceu poucos meses na função.

Após a saída de Richard, o poder retornou ao Parlamento, que resolveu devolvê-


lo aos Stuart. Assim, os parlamentares convidaram Carlos II, filho do rei
decapitado, para assumir o trono da Inglaterra em 1660. Carlos II só assumiu o
trono inglês porque concordou em governar o país com poderes reduzidos, em
uma demonstração de força do Parlamento inglês e de que o absolutismo não
seria permitido novamente.

Carlos II, no entanto, mostrou-se disposto a criar as condições para o retorno do


absolutismo na Inglaterra, além de ter-se aproximado dos católicos. Os atritos
entre rei e Parlamento retornaram e, em 1681, o Parlamento foi novamente
dissolvido e assim permaneceu até o falecimento do rei, que aconteceu em 1685.

Nesse ano, o trono foi transmitido para Jaime II, irmão de Carlos II. A sucessão
do trono para o irmão aconteceu porque Carlos I não teve filhos legítimos. Jaime
II, durante o seu reinado, manteve suas ações alinhadas com o que Carlos I
havia praticado, e isso reforçou os conflitos entre rei e Parlamento.

Exercício
De acordo com o texto:

1 - O que motivou a Revolução Puritana?

2 – Qual o desfecho da Revolução Puritana?


Situação de aprendizagem 6 –

Tema: Revolução Gloriosa – compreensão dos processos políticos da


Inglaterra no século XVII.

Leitura individual e construção de um mapa mental.

Revolução Gloriosa

Em 1688, Guilherme de Orange levou tropas para a Inglaterra e forçou Jaime II


a fugir do país.

Como mencionado, Jaime II manteve suas ações alinhadas com as ações


realizadas por Carlos II. Ele, então, além de procurar reforçar seus poderes
absolutistas, também tentou fortalecer o catolicismo na Inglaterra. As duas ações
desagradaram ao Parlamento, pois seus membros advogavam a ideia de a
Inglaterra ser uma monarquia constitucional parlamentarista e praticavam o
Puritanismo (nome pelo qual era conhecido o Calvinismo na Inglaterra).

O estopim para que o Parlamento se voltasse contra o rei foi o nascimento de


seu filho, Jaime Eduardo. O nascimento do herdeiro do rei tornava eminente o
risco de que o poder na Inglaterra fosse perpetuado em uma dinastia católica.
Desse modo, o Parlamento resolveu agir e começou a conspirar pela derrubada
do rei.

Os dois partidos do Parlamento — Whig e Tory — resolveram convidar Maria


Stuart, filha do rei, e seu marido, Guilherme de Orange, para que se unissem
contra Jaime II. O convite foi realizado, principalmente, porque os dois eram
calvinistas, assim como os parlamentares. Ambos aceitaram participar dessa
conspiração.

Assim, em 1688, Guilherme de Orange levou tropas para a Inglaterra e forçou


Jaime II a fugir da França com sua esposa, Maria de Módena, após ver suas
próprias tropas voltaram-se contra sua figura real. Jaime II exilou-se na França,
local onde permaneceu pelo resto de sua vida. Maria Stuart e Guilherme de
Orange foram então coroados rainha e rei da Inglaterra. Essa transição de poder
“pacífica”, isto é, sem o derramamento de sangue, ficou registrada na história
inglesa como Revolução Gloriosa.

Importância da Revolução Gloriosa

A Revolução Gloriosa é um marco na história da Inglaterra e também do mundo.


Primeiramente, se considerarmos a revolução aqui abordada dentro do contexto
da Revolução Inglesa, perceberemos que se trata da primeira revolução
burguesa da história. A mobilização da burguesia tinha como objetivo combater
os privilégios da nobreza típicos do feudalismo e do absolutismo, que impediam
o desenvolvimento econômico burguês. No século seguinte, novas revoluções
burguesas aconteceram — como a Revolução Francesa.

A monarquia constitucional parlamentarista da Inglaterra consolidou-se por meio


da Declaração dos Direitos de 1689 (Bill of Rights). Guilherme de Orange e Maria
Stuart, antes de serem coroados rei e rainha, tiveram que assinar o termo
jurando obediência a ele. A Declaração dos Direitos era um dispositivo legal que
criava condições para impedir o retorno do absolutismo na Inglaterra.

Ela decretava, por exemplo, que:

• os impostos na Inglaterra só sofreriam aumento com a aprovação do


Parlamento;
• o Parlamento decidia sobre a sucessão do trono;
• os reis não tinham direito de alterar as normas do comércio inglês;
• a liberdade de expressão não poderia ser coibida pelos reis;
• tornava-se proibido o rei expropriar propriedades privadas.

A Revolução Gloriosa foi importante para a história da Inglaterra, pois criou as


condições políticas que permitiram o desenvolvimento da burguesia. Esta
passou a investir no desenvolvimento tecnológico e científico, que foi
fundamental para que a Inglaterra se tornasse o país pioneiro no processo de
desenvolvimento industrial conhecido como Revolução Industrial. Isso, em longo
prazo, transformou a Inglaterra na maior potência industrial e comercial do
mundo no século XIX.

Atividade
1-Sobre a Revolução Gloriosa (1688/1689) é incorreto afirmar que:

A) o Toleration Act (Ato de Tolerância) estabelecia liberdade religiosa a


todos os cidadãos cristãos, inclusive os católicos.
B) o Bill of Rights consistia em um conjunto de leis que previa uma série
de mudanças de característica liberal.
C) ascensão de Guilherme de Orange, governador das Províncias Unidas
(Holanda), ao trono inglês ocorreu sem contar com nenhum tipo de
violência.
D) um novo episódio na história política britânica foi inaugurado, sendo
que o Parlamento abriu espaço para a introdução de uma ordem liberal
burguesa.
E) através do Bill of Rights todos os cidadãos acusados de alguma
infração teriam direito a um julgamento com a presença de um júri.

2 - De posse do texto “A Revolução Gloriosa”, construa um mapa mental


sobre este assunto no seu caderno.

Situação de aprendizagem 7 –

Tema: O contexto de formação do pensamento liberal.

Faça o estudo do conteúdo e veja o vídeo proposto.

Link para o vídeo sobre o liberalismo: https://www.youtube.com/watch?v=JiNP7WKhfT8&t=404s

O liberalismo econômico é uma doutrina surgida no século XVIII e seu principal


representante é o escocês Adam Smith (1723 -1790).

O liberalismo econômico defende a não-intervenção do Estado na economia, a


livre-concorrência, do câmbio-livre e da propriedade privada.

Resumo

O liberalismo econômico surgiu quando os Estados Nacionais estavam se


constituindo. Assim, um grupo de pensadores criticava o que eles consideravam
uma excessiva intervenção do Estado na economia, deixando pouco espaço
para a livre-iniciativa.

Os liberais rebatiam as ideias do mercantilismo e dos fisiocratas que defendiam


o controle do Estado na economia através de monopólios, altos impostos e
proteção aos grêmios de profissões.

Assim, o liberalismo econômico se caracteriza pela não intervenção do Estado


na economia, à defesa da propriedade privada e a livre concorrência.
Exercício
1- O que é o Liberalismo?

2 - (Fuvest) "Um comerciante está acostumado a empregar o seu dinheiro


principalmente em projetos lucrativos, ao passo que um simples cavalheiro
rural costuma empregar o seu em despesas. Um frequentemente vê seu
dinheiro afastar-se e voltar às suas mãos com lucro; o outro, quando se
separa do dinheiro, raramente espera vê-lo de novo. Esses hábitos
diferentes afetam naturalmente os seus temperamentos e disposições em
toda espécie de atividade. O comerciante é, em geral, um empreendedor
audacioso; o cavalheiro rural, um tímido em seus empreendimentos..."
(Adam Smith, A RIQUEZA DAS NAÇÕES, Livro III, capítulo 4)
Neste pequeno trecho, Adam Smith:
a) contrapõe lucro à renda, pois geram racionalidades e modos de vida
distintos.
b) mostra as vantagens do capitalismo comercial em face da estagnação
medieval.
c) defende a lucratividade do comércio contra os baixos rendimentos do
campo.
d) critica a preocupação dos comerciantes com seus lucros e dos
cavalheiros com a ostentação de riquezas.
e) expõe as causas da estagnação da agricultura no final do século XVIII.

3 - (Mackenzie) Assinale a alternativa em que aparecem as principais


ideias de Jean Jacques Rousseau em sua obra O CONTRATO SOCIAL.
a) Cada homem é inimigo do outro, está em guerra com o próximo e por
esta razão cria o Estado para sua própria defesa e proteção.
b) O Estado é uma realidade em si e é necessário conservá-lo, reforçá-lo
e eventualmente reformá-lo, reconhecendo uma única finalidade: sua
prosperidade e grandeza.
c) O governante deve dar um bom exemplo para que os súditos o sigam.
Através da educação e de rituais, os homens de capacidade aprenderiam
e transmitiriam os valores do passado.
d) Que as classes dirigentes tremam ante a ideia de uma revolução! Os
trabalhadores devem proclamar abertamente que seu objetivo é a
derrubada violenta da ordem social tradicional.
e) A única esperança de garantir os direitos de cada indivíduo é a
organização da sociedade civil, cedendo todos os direitos à comunidade,
para que seja politicamente justo o que a maioria decidir.

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