1 INTRODUÇÃO
FIGURA 1
FIGURA 2
Os dados são definidos como “algo conhecido ou presumido, fatos ou números dos
quais conclusões podem ser inferidas”. Dentro do contexto de controle estatístico da
qualidade, o processo de tomada de decisão é baseado em fatos. A habilidade de
qualquer organização em planejar o curso de uma melhoria contínua depende muito
da qualidade, isto é relação, precisão e tempo dos fatos nos quais as decisões são
tomadas. Os dados, portanto, deverão ser vistos como uma ajuda para se prever as
consequências futuras.
Os dados podem ser usados para muitas finalidades, tais como:
Os dados podem ser obtidos de diversas fontes. De modo geral, entretanto, os dados
provêm de outras áreas; dentro da organização ou fora da organização, isto é interno
x externo.
Após a coleta e classificação dos dados, como atributos ou variáveis, a próxima etapa
será resumi-los através de estatística descritiva e então demonstrar graficamente os
dados através de: gráficos, distribuições de frequência, etc.
Fluxograma;
Diagrama Ishikawa (Espinha de Peixe);
Folhas de Verificação;
Diagramas de Pareto;
Histogramas;
Diagrama de Dispersão;
Cartas de Controle e
Dados por variáveis
Dados por atributos
Embora a variação esteja sempre presente nós podemos e devemos encontrar meios
de minimizá-la. Organizacionalmente, isto pode ser conseguido através de um
processo de melhoria contínua aliado ao uso das Sete Ferramenta Básicas dentro do
contexto de um processo rigoroso de solução de problema.
4.1 FLUXOGRAMA
INFORMAÇÃO VERBAL
Sim
Exite um
procedimento, Não Departamento, Área ou Setor
1
norma interna ou
instrução? Utilizar o procedimento,
norma interna ou instrução
continuamente
Sim
Fim
É aplicável e atende
Não
às necessidades 1
internas?
Sim
Não
Implementar o
procedimento, norma interna
ou instrução
A
1 B
Representante Administração
Departamento, Área ou Setor
Analisar o documento
É necessário auxílio Sim Elaborar auxílio visual para recebido
visual? identificar o que é certo ou
errado na forma de
execução da atividade
Não
É necessário alguma
Sim
alteração ou
revisão?
Departamento, Área ou Setor
Esboçar o procedimento, C
norma interna ou instrução Não
Representante Administração
Representante Administração
Solicita a aprovação via
Departamento, Área ou Setor assinatura das áreas
envolvidas para aprovação
Redigir o procedimento, final do documento
norma interna ou instrução
B
2
Representante Administração
Emite o nº de cópias
controladas necessárias
para uso conforme lista de
distribuição
Procedimento,
norma interna ou
Procedimento,
instrução
norma interna ou
1 Procedimento,
instrução
norma interna ou
2 instrução
n
ORIGINAL
Representante
Administração
Depto., área ou
D setor
O primeiro diagrama de causa e efeito foi desenvolvido pelo Professor Kaoru Ishikawa
na Universidade de Tóquio em 1953, enquanto explicava a alguns engenheiros a
relação entre diversos fatores. Este diagrama passou a ser largamente utilizado entre
as indústrias japonesas e rapidamente se espalhou pelos outros países.
CAUSAS EFEITO
Qualidade
Material Máquina
Estas categorias são comumente usadas como pontos de partida, mas são somente
sugestões. Você pode usar quaisquer categorias que venham em mente ou que
surjam em discussões, na medida em que você ou seu grupo decida.
Lembre-se, o diagrama de causa e efeito pode ser aplicado para solução de qualquer
problema, não somente um problema de qualidade. Ele é um guia para ações
concretas e quanto mais uso se fizer dele, mais eficiente ele se torna.
Em resumo:
Para reduzir o número total de defeitos é necessário saber o tipo de defeito e quão
freqüentemente ele ocorre. Podemos então tomar as medidas apropriadas,
normalmente começando do tipo de defeito que ocorre mais freqüentemente.
Em resumo, lembre-se da finalidade da coleta de dados e tente elaborar uma lista de
verificação apropriada e de fácil utilização, para atender as suas necessidades.
Velfredo Pareto foi um economista italiano que descobriu que a riqueza não era
distribuída de maneira uniforme. Ele descobriu que aproximadamente 20% do povo
detinha 80% da riqueza criando uma condição de distribuição desigual. Outros
estudantes aplicaram este princípio a outras áreas e descobriram que esta mesma
razão de 80/20 estava presente. Geralmente 20% das causas em uma dada situação
responderá por 80% dos problemas. Portanto, analisando e catalogando qualquer
situação, podemos separar as poucas causas vitais de problemas, das muitas triviais.
Nós usamos a análise de Pareto para dizer onde concentrar os nossos esforços
visando uma maior melhoria. A análise de Pareto classifica os problemas em ordem
de gravidade e pode ser visualmente demonstrada na forma de um gráfico de barras,
que é denominado diagrama de Pareto ou gráfico de Pareto. Este gráfico de barras
pode ser elaborado à partir dos resultados de uma folha de verificação e nos auxilia a
voltar a nossa atenção e esforços aos problemas verdadeiramente importantes. Nós,
de forma geral, ganharemos mais trabalhando antes na barra mais alta e depois na
segunda barra mais alta, e assim por diante. Os diagramas são mais úteis na obtenção
da cooperação dos outros por que qualquer um pode ver qual o principal problema à
primeira visita – as barras maiores representam a maioria dos problemas.
Como fazer um Diagrama de Pareto
2 Decidir sobre o período de tempo: oito horas, três dias, dez turnos e assim por
diante.
3 Coletar os dados e relacionar a frequência das ocorrências para cada item. Estes
totais serão mostrados pelo comprimento das barras.
7 Desenhem os eixos horizontal (X) e vertical (Y) e demarque o eixo vertical com a
unidade apropriada para tornar o gráfico fácil de ler. Use incrementos familiares,
tais como 5, 10, 15 ou 2, 4, 6, se possível. Evite incrementos tais como 3, 6, 9,
etc.
9 Desenhem as barras em cima de cada item, na altura que represente o valor deste
no eixo vertical. Mantenha a mesma largura nas barras, e cada barra deverá
contatar o seu vizinho, pois a área inferior das barras representa a frequência da
ocorrência.
10 Desenhem uma linha variável à direita e indique a porcentagem para cada item,
freqüentemente, os “dados brutos” são registrados no eixo vertical esquerdo, com
a escala de porcentagem no eixo vertical direito.
28
24
20
16
12
8
4
0
TIPO DE DEFEITO
Com relação aos exemplos anteriores a experiência nos diz que é mais fácil reduzir
uma barra pela metade do que reduzi-la a zero. Se o mesmo esforço é exigido para
reduzir a barra maior ou a barra menor pela metade, não há dúvida sobre qual
escolher.
Pareto indica esta área que, podemos dizer, será o primeiro passo para as melhorias.
Lembre-se que o item mais frequente pode não ser o mais dispendioso. O que você
vai trabalhar depende do que você quer melhorar.
NOTA: Geralmente, quando são tomadas medidas efetivas, a ordem das barras irá
mudar. Mas se as medidas forem contínuas, a ordem das barras não vai se alterar, a
altura das barras mais longas irá cair gradualmente.
Esteja ciente, também, que uma série de diagramas mostrando mudanças na ordem
das barras, com nenhuma tentativa de melhoria, indica controle de processo diário
insuficiente.
Se, após preparar o diagrama, ficar constatado que a informação é insuficiente, tente
subdividir as categorias maiores em detalhes mais específicos, até que consiga a
informação na qual se possa agir. Lembre-se de tratar a causa, não o sintoma.
4.5 HISTOGRAMA
Por exemplo, o nosso percurso para o trabalho em um dia não leva o mesmo tempo
de um outro, mesmo que façamos o mesmo percurso, com o mesmo veículo, saindo
de casa precisamente no mesmo horário. Da mesma forma, quando olhamos para os
dados de um processo podemos detectar uma certa dispersão. Para saber a
qualidade de uma determinada quantidade de produto, precisamos usar a tendência
central e a dispersão e um histograma é a ferramenta que irá revelar quanto de
variação ou dispersão há em qualquer processo.
30
F 25
R
E
20
Q
Ü
Ê 15
N
C 10
I
A 5
0
10.5 15.5 20.5 25.5 30.5 35.5 40.5 45.5
CLASSES
A curva aqui é considerada “normal”, isto é, o maior número de unidades está
localizada no centro, com igual número de unidade em ambos os lados do ponto
central. Muitas amostras de dados aleatórios irão apresentar esta “distribuição normal”
ou “curva do sino”. A forma da distribuição pode nos dizer muito sobre as
características de um produto ou processo.
Alguns dados mostram diferentes padrões, tais como pontos concentrados longe do
centro. Tal distribuição é chamada de “inclinada” e pode ser uma inclinação positiva
(para a direita) ou negativa (para a esquerda).
Para lembrar-se de qual é “positiva” ou “negativa”, pense na curva normal e “puxe uma
extremidade”. Se você a coloca à direita, a inclinação será positiva, se colocar à
esquerda terá uma inclinação negativa.
Neste caso, para facilitar vamos arredondar “H” para um número conveniente. No
nosso exemplo 0,1 parece apropriado.
5 Determinar o limite da classe ou os pontos limite a partir da menor medida
individual, e subtraindo-se metade da classe à direita. Em nosso exemplo a
medida menor é 9,3. Adicione o valor do intervalo de classe: 9,3 + H = 9,3 + 0,1
= 9,4; Então o limite inferior da primeira classe será de 9,3 a 9,39, não incluindo
9,4. A segunda classe se iniciará em 9,4 e irá até 9,49 e assim sucessivamente
até conter maior valor dos dados.
Em nosso caso, os dados parecem ter uma tendência central em torno de 9,8 a 10,0.
“Tendência Central” é a tendência dos dados de se agruparem em torno do ponto
central. Se a especificação para dimensão foi de 9,6 a 10,0, nós podemos ver que
cerca de 44% das peças estão fora dos limites da especificação. O que mais podemos
deduzir do gráfico?
Finalidade: para mostrar o que acontece com uma variável quando a outra muda.
Para testar possíveis relações de causa e efeito.
Lembre-se que o nosso diagrama de causa e efeito foi elaborado para enumerar todas
as causas possíveis relacionadas a uma situação específica. Devemos então estudar
a relação entre a causa e o efeito, agindo naquelas relacionadas e deixando as não
relacionadas. Se for encontrada uma nova causa devemos adicioná-la na lista.
Somente através deste processo o trabalho de elaboração de diagrama terá um
impacto real.
Um diagrama de dispersão não pode provar que uma variável causa outra, mas
mostra se existe uma relação e a sua intensidade ou natureza.
Variável 2
Variável 1
50 60 1,62
CORRELAÇÃO POSITIVA
NENHUMA CORRELAÇÃO
CORRELAÇÃO NEGATIVA
2. Você pode somente afirmar que X e Y estão relacionados e em que grau, não que
um é causa do outro.
As cartas de controle podem trabalhar tanto com dados por variável (mensuráveis)
quanto com dados por atributo (discreto).
Por exemplo, o grau INPM do álcool pode variar durante as várias leituras do dia
conforme:
LSE
Limite Superior de
Especificação
MEDIÇÕES Média
Limite Inferior de
Especificação
LIE
TEMPO
MEDIÇÃO
Média
TEMPO OU SEQÜÊNCIA
Observe que o eixo X é uma linha de tempo mostrando horas (mas poderia ser turnos,
dias, número de amostra, etc.).
As cartas de controle são usadas para mostrar o desempenho de um sistema e
monitorar o sistema quanto a quaisquer modificações em seu desempenho, este
desempenho deverá ser tratado em um próximo treinamento.
As causas especiais são os fatores que não podem ser explicados adequadamente
por qualquer distribuição simples do processo e são normalmente imprevisíveis. São
itens que não fazem parte do sistema. Normalmente a presença de somente uma
causa especial resultará em uma grande quantidade de variação que é facilmente
detectável. Como exemplo poderia citar um operador não qualificado, regulagens
indevidas, matéria prima ruim, etc. As causas especiais podem sempre ser eliminadas
pelas pessoas no serviço (ex.: operador, supervisor ou técnico). Em alguns casos há
necessidade da ação da administração como no fornecimento da matéria prima, etc.
Em geral as causas especiais são responsáveis por aproximadamente 15% dos
problemas de processo.
As causas comuns são as causas de variação que são parte do sistema. São também
chamadas de causas “fortuitas” ou “aleatórias” e normalmente exigem ação da
administração ou “quebra” para correção. Itens como desenho do produto, processo
de produção, matéria prima, seqüência operacional, treinamento do operador,
ferramental, meio ambiente, etc. são todas de responsabilidade da administração,
portanto, exigem decisões administrativas para correção. As causas comuns estão
sempre presentes e não desaparecem a menos que haja uma intervenção da
administração. As causas comuns são responsáveis por 85% dos problemas de
processo e, em alguns casos, essas causas não são economicamente viáveis para
serem eliminadas.
a) Melhor qualidade;
b) Menor custo unitário;
c) Maior capacidade efetiva;
d) Proporcionar uma linguagem comum para discutir o desempenho do
processo e
e) Distinguir causas de variação especiais de comuns, como uma diretriz para
ação local ou da administração.
Muitas pessoas se afastam assustadas da estatística e a vêm como muito difícil para
a pessoa média. Entretanto, a necessidade de se resolver problemas com fatos e
dados é crítico em qualquer organização, quer seja na fabricação quanto no serviço.