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PREPARAÇÃO DE OBRA - CONDUÇÃO / UFCD 3906

RUI MIGUEL TAVARES DOS SANTOS

2022

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Índice
ÍNDICE ................................................................................................................................................. 2

1 INTODUÇÃO ..................................................................................................................................... 5

2 FASES DE DESENVOLVIMENTO DO PROJECTO ............................................................................... 6

2.1 Tipo de Projecto .................................................................................................................... 6


2.2 Fases do Projecto ................................................................................................................... 7
2.3 Informações a fornecer pelo dono de obra ............................................................................ 8
2.4 Competências dos intervenientes........................................................................................... 9
2.5 Responsabilidade dos intervenientes ..................................................................................... 9
3 ORGANIZAÇÃO TÉCNICA DO PROJECTO ...................................................................................... 10

3.1 Elementos escritos ............................................................................................................... 10


3.2 Elementos desenhados ......................................................................................................... 11
4 PREPARAÇÃO E CONTROLO DE OBRAS NA OPTICA DO EMPREITEIRO ....................................... 14

4.1 Fases de execução da obra intervenientes e funções ........................................................... 14


4.1.1 Intervenientes na fase de execução da obra .............................................................. 14
4.1.2 Funções das entidades fiscalizadoras legais na fase de execução da obra ................ 15
4.1.3 Funções dos autores do projecto na fase de execução da obra ................................. 15
4.1.4 Organização usual do empreiteiro na fase de execução da obra ............................... 15
4.1.5 Organização e funções da fiscalização na fase de execução da obra ........................ 18
5 INTERVENIENTES NA FASE DE EXECUÇÃO DA OBRA- RESPONSABILIDADE E SEGUROS ............ 19

5.1 Tipos de Responsabilidade .................................................................................................. 19


5.2 Seguros ................................................................................................................................ 20
6 PREPARAÇÃO DE OBRA ................................................................................................................. 21

6.1 Revisão do orçamento comercial......................................................................................... 21


6.2 Orçamento para a Produção................................................................................................. 21
6.3 Mapa de Produção ............................................................................................................... 21

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6.4 Previsão de custos da obra ................................................................................................... 21
6.5 Previsão de receitas ............................................................................................................. 22
6.6 Programa de Trabalhos ........................................................................................................ 22
6.7 Organização física do estaleiro ............................................................................................ 22
6.8 Organização do trabalho e chefias ....................................................................................... 22
6.9 Organização gerar administrativa da obra ........................................................................... 23
6.10 Análise do projecto, revisão do projecto, preparação técnica do trabalho ........................ 23
7 CONTROLO DE OBRAS .................................................................................................................. 24

7.1 Grandes áreas do controlo ................................................................................................... 24


7.2 Controlo de Prazos .............................................................................................................. 24
7.3 Controlo de custos ............................................................................................................... 25
7.3.1 Sem factor tempo / controlo global (todas as tarefas) .............................................. 25
7.3.2 Controlo com decomposição de tarefas .................................................................... 25
7.3.3 Inclusão do factor tempo ........................................................................................... 26
7.3.4 Situação financeira da obra ....................................................................................... 26
7.4 Controlo de Qualidade......................................................................................................... 26
7.5 Controlo de Segurança e Saúde ........................................................................................... 27
7.6 Controlo da Produção .......................................................................................................... 27
7.7 Controlo de Produtividade ................................................................................................... 27
7.8 Controlo directo e indirecto de produção ............................................................................ 27
8 ORGANIZAÇÃO . PREPARAÇÃO DO TRABALHO ,SUB-EMPREITADAS ........................................ 27

8.1 Organização de elementos base ........................................................................................... 27


8.2 Preparação do trabalho ........................................................................................................ 32
8.2.1 Sequência das tarefas ................................................................................................ 35
8.2.2 Efectivo de mão-de-obra e prazo de execução.......................................................... 36
8.2.3 Organização dos trabalhos ........................................................................................ 39
8.3 Sub-empreitadas .................................................................................................................. 49
9 O ARRANJO FÍSICO DO ESTALEIRO .............................................................................................. 51

9.1 Introdução ............................................................................................................................ 51


9.2 Formulação e âmbito do problema tratado .......................................................................... 51
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9.3 Preparação da obra, elementos de base necessários ao processo de organização física do
estaleiro ..................................................................................................................................... 52
9.4 Instalações fixas e meios de apoio....................................................................................... 53
9.4.1 Lista de serviços a instalar num estaleiro ................................................................. 53
9.4.2 Lista de meios e instalações fixas necessárias à realização de um edifício de
habitação com estrutura de betão armado.................................................................................. 53
9.4.3 Critérios de escolha do conjunto de meios e instalações fixas ................................. 54
9.4.4 Critério, de atribuição de áreas de instalações fixas e meios de apoio escolhidos para
uma dada obra ........................................................................................................................... 55
9.5 Disposições físicas das áreas escolhidas ............................................................................. 57
9.5.1 Introdução ................................................................................................................. 57
9.5.2 O método das correlações / análise por grupos ......................................................... 57
9.5.3 Conclusões ................................................................................................................ 60
10 OBJECTIVOS ............................................................................................................................... 61

11 CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO ...................................................................................................... 61

12 BIBLIOFAFIA UTILIZADA ............................................................................................................ 61

13 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .................................................................................................. 61

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Manual de Preparação de Obra

1. INTRODUÇÃO

Este manual tem como objectivo auxiliar os formandos na preparação de obra.


Desta forma os formandos com auxílio deste manual poderão ser capazes orientar e controlar a
construção de uma obra, segundo um plano de trabalhos estabelecido.

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2. FASES DE DESENVOLVIMENTO DO PROJECTO

2.1 Tipo de projecto

Projectos de loteamento
Projectos de infra-estruturas (exteriores ao lote)
Projectos de edifícios
Etc…

Projectos de Loteamento
Estes projectos são instrumentos de ordenamento do território, que podem ser utilizados por entidades
públicas ou privadas, para a divisão do solo em áreas edificáveis e áreas não edificáveis.
Os alvarás de loteamento, planos de pormenor e planos directores municipais, tem como função
definir as condições de edificabilidade de uma determinada parcela de território, atendendo, em
simultâneo, as condicionantes estabelecidas pelas entidades concessionárias dos serviços públicos
(água, gás, electricidade e telecomunicações).

Projectos de Infra-estruturas (exteriores ao lote)


Os projectos de infra-estruturas são os projectos necessários à actividade de urbanização,
designadamente os projectos de:
- Rede viária
- Rede de saneamento (água residuais domésticas e pluviais)
- Rede de abastecimento de água;
- Rede de abastecimento de gás;
- Rede de alimentação de energia eléctrica;
- Rede de instalações telefónicas e TV por cabo;
- Rede de iluminação pública;
- Arranjos exteriores.

Projecto de edifícios
Os projectos usualmente envolvidos na construção de edifícios são:
- Projecto geral de arquitectura;
- Projecto de fundações e estruturas;
- Projecto de escavação e contenção periférica;
- Projecto da rede de esgotos (domésticos e pluviais);
- Projecto da rede de águas;
- Projecto das redes eléctricas;
- Projecto da rede telefónica;
- Projecto da rede de gás;
- Projecto de instalações electromecânicas (elevadores);
- Projecto de ventilação;
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- Projecto de segurança contra incêndios;
- Estudo de comportamento térmico;
- Estudo de comportamento acústico;
- Projecto de arranjos exteriores.

2.2 Fases do projecto

- Programa preliminar;
- Programa base;
- Estudo prévio;
- Projecto base (ante-projecto);
- Projecto de execução;
- Assistência técnica.

Programa Preliminar

Da responsabilidade do Dono de Obra, tem como função definiras principais orientações e


conceitos necessários para o desenvolvimento do projecto.
O programa preliminar deverá definir os objectivos, características orgânicas e funcionais,
condicionantes financeiras e prazos de execução.

Programa Base

Resulta da interacção entre o dono de obra e o projectista.


Neste documento o autor do projecto analisa a viabilidade do programa proposto pelo dono de
obra e pode propor alterações do programa que o tomem mais adequado do ponto de vista da
qualidade, segurança, custos e prazos.

Estudo prévio

O estudo prévio é desenvolvido em função do programa base aprovado pelo dono de obra.
Nesta fase inicia – se o processo de pormenorização das soluções proposta e de eventuais soluções
alternativas.

Projecto Base (ante-projecto)

É o desenvolvimento do estudo prévio.


As soluções adoptadas são trabalhadas com maior grau de pormenor e serve, em definitivo, como
suporte à execução do projecto.
O projecto base é, normalmente, utilizado como projecto de licenciamento.

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Projecto de execução

Com a aprovação pelo dono de obra do projecto base o autor do projecto desenvolve o projecto de
execução, onde se definem todos os elementos necessários à boa execução dos trabalhos.

Assistência técnica

Esta fase corresponde ao acompanhamento, pelas projectistas, do desenrolar da obra, com o intuito
de serem esclarecidas as dúvidas ou para resolução de situações que ocorram durante a fase de
execução, designadamente a compatibilização dos diferentes projectos ou a correcção de erros.

2.3 Informações a fornecer pelo dono de obra

Para permitir o normal desenvolvimento dos projectos o dono de obra deve fornecer os seguintes
elementos;
- Plantas cadastrais;
- Levantamento topográfico;
- Estudo geotécnico;
- Traçada das infra-estruturas exteriores ao lote.

Plantas cadastrais

Estas plantas devem conter todas as condicionantes existentes no subsolo e acima do solo, tais como
as redes das concessionárias enterradas (EDP, Água, Gás, Telefones, Etc..)

Levantamento topográfico

É uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento dos projectos, serve de base à implantação do
edifício e à definição das plataformas de trabalho.

Estudo geotécnico

O estudo geotécnico assume uma importância fundamental na escolha da solução de fundações. A sua
ausência conduz, muitas vezes, ao aumento dos custos e dos prazos das obras.

Traçado das Infra-Estruturas exteriores ao lote

Estes elementos são importantes para a definição dos pontos de ligação á rede das redes prediais de
água, esgotos, gás, telefones, electricidade, etc..

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2.4 Competências dos intervenientes

A execução de uma obra envolve as seguintes intervenientes:


- Dono de obra;
- Equipa projectista;
- Empreiteiros;
- Entidades fiscalizadoras.

Dono de obra

É o principal interessado na realização da obra, cabe-lhe fazer cumprir as cláusulas dos contratos
estabelecidos com os restantes intervenientes.
Para o acompanhante da obra pode delegar funções numa equipa de fiscalização.

Equipa projectista

Em fase de obra tem como função prestar assistência técnica esclarecendo as dúvidas levantadas no
decorrer dos trabalhos. No caso de ocorrerem situações não previstas em projecto cabe-lhe propor
novas soluções.

Empreiteiros

Comunica com o dono de obra através do director da obra.


Ao director da obra compete dirigir a obra em todos os aspectos administrativos, técnicos e
económicos, sendo responsável pelo comprimento de todas as cláusulas do contrato, caderno de
encargos e restantes peças do projecto, bem como as normas e disposições legais em vigor.
È responsável pela orientação de modo de execução da obra.

Entidades fiscalizadoras

Algumas entidades externas, concessionárias dos serviços públicos (água, esgotos, gás, electricidade e
telecomunicações), podem intervir para aferir a correcta execução dos trabalhos da sua área de
actuação.

2.5 Responsabilidade dos intervenientes

A responsabilidade dos diferentes intervenientes está definida em diversos diplomas legais,


designadamente no Código Civil.
Estas responsabilidades podem ser de âmbito:
-Disciplinar ou profissional;

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- Criminal;
- Civil
As responsabilidades disciplinar ou profissional e a criminal traduzem -se em penas a que estão
sujeitas as pessoas individuais.
A responsabilidade civil traduz-se na obrigação de indemnizar o lesado pelos donos causados.

3. ORGANIZAÇÃO TÉCNICA DO PROJECTO

ELEMENTOS ESCRITOS

ELEMENTOS DESENHADOS

3.1 Elementos escritos

Constituição de um projecto
Um projecto é composto por um conjunto de peças escritas e peças desenhadas.
As peças escritas são, genericamente, as seguintes:
- Memória descritiva e justificativa;
- Cálculo justificativo
- Caderno de encargos;
- Medições, mapa de trabalhos e estimativa orçamental.

Memória descritiva e justificativa

Os autores do projecto esclarecem de maneira satisfatória os objectivos pretendidos. Tais memórias


deverão ser completadas com justificações e cálculos das soluções adoptadas, a fim de permitir uma
fácil verificação, em caso de dúvida.

Caderno de Encargos

Discrimina as obrigações do empreiteiro. Dá ainda certas indicações relativas ao regime de empreitada,


geral ou parcial, por medições, preço fixo, etc.
Indica ainda os prazos de execução, as penalidades por atraso e os prémios por avanço em relação ao
prazo previsto, a natureza e qualidade dos materiais, etc. Estabelece ainda outras condições como áreas
para implantação do estaleiro, necessidade ou não de vedação dessas áreas, higiene e limpeza,
existência de vias de acesso e de serviço, serventias a respeitar, etc..

Medições, mapa de trabalhos e estimativa orçamental

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Mapa de medições tabela com todas as medições nas respectivas unidades (áreas (m2), volumes (m3),
Comprimentos (ml), quantidades (unid), pesos (kg) etc.), traduz-se na quantificação das actividades a
executar em obra.
Estimativa orçamental é a previsão do custo da obra.
Mapa de trabalhos traduz-se numa programação dos trabalhos no tempo de acordo com execução da
obra.

3.2 Elementos desenhados

As peças desenhadas são um conjunto de elementos que fornecem a informação necessária à execução
em obra:
- Desenhos de implantação;
- Desenhos gerais de posição;
- Desenhos parciais de posição;
- Desenhos de construção;
- Desenhos de montagem;
- Desenhos de produção de componentes.

Desenhos de implantação
(Esc:1/500, 1/200 e 1/100)
Conteúdo:
- Implantação
- Terreno envolvente;
- Ligações urbanas (instalações).
Representação:
- Plantas;
- Perfis;
- Cortes.
Exemplos:
- Edifício;
- Terreno;
- Acessos;
- Instalações exteriores.
Desenhos gerais de posição
( Esc: 1/200, 1/100 e 1/50)
Conteúdo:
- Posição de elementos primários;
- Posição de elementos secundários;
- Dimensionamento;
- Malhas
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Representação:
- Plantas;
- Cortes;
- Perfis;
- Perspectivas.
Exemplos:
- Elementos primários;
- Elementos secundários e de equipamentos;
- Revestimentos.

Desenhos parciais de posição


(esc:1/50, 1/20 e 1/10)
Conteúdo:
- Zonas complexas;
-Células repetitivas;
-Zonas de representação difícil.
Representação:
- Plantas;
- Cortes;
- Perfis;
- Perspectivas.
Exemplos:
- Acessos;
- Zonas de águas;
- Laboratórios;
- Anfiteatros.

Desenhos de construção
(Esc: 1/200, 1/10 e 1/5)
Conteúdos:
- Ligações entre elementos primários;
- Ligações infra-estruturais;
- Ligações super -estruturais.
Representação:
- Cortes;
- Vistas;
Perspectivas.
Exemplos:
-Ligação entre pavimento e envolvente;
- Ligação entre fundações e pavimento;
- Ligação entre cobertura e envolvente.
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Desenhos de montagem
(Esc: 1/10, 1/5, 1/2 e 1/1)
Conteúdo:
- Ligações entre elementos secundários e equipamentos;
- Montagem em oficina;
- Montagem em obra.
Representação:
- Cortes;
- Vistas;
- Perspectivas.
Exemplos:
- Ligação entre folha e aro;
- Ligação entre rodapé e lambril;
- Ligação entre bite e aro;
- Ligação entre corrimão e prumo.

Desenhos de produção de componentes


(Esc: 1/1)
Conteúdo:
- Ligações entre elementos secundários e equipamentos;
- Montagem em oficina;
- Montagem em Obra.
Representação:
- Plantas;
- Cortes;
- Vistas;
- Perspectivas.
Exemplos:
- Peitoril;
- Cobertura;
- Bite;
- Peças moldadas.

Formatos recomendados
Os formatos vulgarmente utilizados em desenhos de construção, resultantes da normalização
internacional, são os seguintes:
- A0 – 841 mm *1189 mm;
-A1 – 594 mm *841 mm;
- A2 – 594 mm* 420 mm;
- A3 – 297 mm *420 mm;
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- A4 – 210 mm* 297 mm.

Projecto Geral de Arquitectura


Memória descritiva:
- Introdução;
- Implantação;
- Volumetria;
- Compartimentação;
- Arranjos exteriores;
- Materiais;
- Legislação.

4. PREPARAÇÃO E CONTROLO DE OBRAS NA ÓPTICA DO EMPREITEIRO

4.1 FASES DE EXECUÇÃO DA OBRA INTERVENIENTES E FUNÇÕES

4.1.1 Intervenientes na Fase de Execução da Obra

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4.1.2 Funções das Entidades Fiscalizadoras Legais na Fase de Execução da Obra

- Velar pelo cumprimento de posturas municipais;


- Velar pelo cumprimento de Regulamentos Nacionais;
- Verificar a existência e validade de alvarás de licença;
- Verificar se as obras estão a ser realizadas de acordo com o exigido no alvará de licença;
- Velar pelo cumprimento de regras específicas de execução de trabalhos de cada especialidade
definidas pelo serviço encarregado da Fiscalização;
- Fiscalizar e apoiar tecnicamente as obras em curso.

4.1.3 Funções dos Autores de Projecto na Fase de Execução da Obra

- Assistência Técnica: Esclarecimento de dúvidas relativas ao projecto;


Elaboração de pormenores omissos;
Apoio à completa definição da Obra;
- Variantes ao Projecto solicitadas pelo Dono da Obra;
- Visitas para Inspecção de Conformidade com o projecto (o projectista pode no limite, retirar o
termo de responsabilidade alegando que o projecto não está a ser cumprido).

4.1.4 Organização Usual do Empreiteiro na Fase de Execução da Obra

FUNÇÕES:

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ORGANIZAÇÃO

Afigura 1 esquematiza a organização usual do empreiteiro na realização de uma obra.

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4.1.5 Organização e Funções da Fiscalização na Fase de Execução da Obra

A figura 2 apresenta a organização usual da fiscalização numa obra.

FUNÇÕES GERAIS:

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FUNÇÕES POR ESPECIALIDADE

1) FISCAIS – Conformidade na Obra (controlo de qualidade)


2) SECRETÁRIA – Arquivo e apoio administrativo geral
3) APOIO EXTERNO – Topografia, ensaios, planeamento, apoio electrotecnia e mecânica,
medições ….
4) ENG.FISCAL – Restantes Tarefas (custos, Prazos)
5) Equipa de Controlo Segurança (Autónoma)

5. INTERVENIENTES NA FASE DE EXECUÇÃO DA OBRA – RESPONSABILIDADE E


SEGUROS

5.1 Tipos de Responsabilidades

- disciplinar ou profissional
- criminal;
- civil contratual;
- civil extracontratual;
- contra defeitos da obra = garantia de boa execução

Responsabilidade Disciplinar

Infracções ao previsto nas funções para que um indivíduo foi contratado; desrespeito por normas
internas ou externas da empresa.

Responsabilidade Criminal

Extensão da responsabilidade criminal a que todos os indivíduos estão sujeitos; não se transfere
para o superior hierárquico; é totalmente individual e personalizada.

Garantia de Boa Execução

- 5 anos (código civil e DL 59/99 de 2/3 – Lei geral de Obras Públicas)


- Obras particulares = contrato de empreitada

Responsabilidade Civil Contratual do Empreiteiro

- execução da obra com desrespeito por normas ou especificações contratuais;


- utilização de materiais diferentes do previsto no projecto;

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- erros de execução da obra;
- não cumprimento do projecto ou demais elementos do contrato de empreitada;
- não cumprimento de ordem de fiscalização (desde que esta respeite o contrato).

Responsabilidade Civil Extracontratual do Empreiteiro

- Danos a pessoas ou bens alheios e externos à obra como por exemplo escavações que danifiquem
prédios vizinhos quando a responsabilidade não deva ser imputada aos projectistas, dono de obra
ou fiscalização.

Responsabilidade Contratual do Dono de Obra

Desrespeito pelo previsto no contrato de Empreitada como por exemplo:


- suspensão de trabalhos sem razão;
- erros concepção da obra (que podem ser imputáveis ao projectista).
Certos problemas podem ser também imputados à fiscalização (como por exemplo os resultados de
ordens erradas ou suspensão sem justa causa)
Todos os intervenientes na Obra estão sujeitos a responsabilidade civil contratual e extracontratual
pelo trabalho que desempenham.
A responsabilidade civil contratual e extracontratual pode ser coberta por seguro.

5.2 Seguros

Conceito
Contrato celebrado entre uma empresa ou particular e uma seguradora com vista à cobertura de um
determinado risco mediante o pagamento de um certo valor monetário (Prémio). As regras do
contrato são definidas nas condições gerais e particulares da Apólice.

Seguros Obrigatórios

Empreiteiro:
Acidentes de Trabalho;
Automóveis;
Equipamento.

Seguros Não Obrigatórios

Todos os Intervenientes:
- Responsabilidade civil (contratual e extracontratual)

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Empreiteiro:
- Seguro – Caução (Equiparado a garantia bancária); cobre/ substitui o valor do depósito
de garantia e reforços adicionais de garantia = caução e reforços de caução.

6. PREPARAÇÃO DE OBRA

6.1 REVISÃO DO ORÇAMENTO COMERCIAL

Operação que consiste na análise mais detalhada do orçamento apresentado ao cliente em concurso
e que esteve na base do contrato.
- Corrigem-se as medições;
- Actualizam-se e corrigem-se os preços unitários das tarefas;
- Encontram-se as tarefas omissas.
Prepara-se uma base de trabalho para os “erros e omissões” e o Orçamento para a Produção.

6.2 ORÇAMENTO PARA A PRODUÇÃO

O Orçamento para a produção é o orçamento revisto incluindo a avaliação, o mais correcta


possível, das tarefas e respectivas quantidades e preços unitários independentemente de haver ou
não o acordo do dono de obra para os erros e omissões apresentados.

6.3 MAPA DE PRODUÇÃO

Documento que resulta da decomposição das tarefas do orçamento de produção em materiais, mão-
de-obra, equipamentos e subempreitadas eventualmente afectando cada recurso ao tempo.
Para obter o mapa de produção é necessário o seguinte:
a) Listagem de recursos a utilizar na obra e respectivas quantidades a partir da desagregação em
recursos do orçamento de produção;
b) Escolha e individualização das subempreitadas.

Se se pretender indexar os recursos ao tempo então é necessário preparar o planeamento das


tarefas.
O planeamento das tarefas permite realizar a sua indexação percentual ao calendário o que permite
a realização de gráficos recurso – tempo, considerando as quantidades globais por recurso
constantes do Mapa de Produção (ver figura 3).

6.4 PREVISÃO DE CUSTOS DA OBRA


A previsão de custos resulta do mapa de produção tendo em conta os custos e encargos financeiros
a afectar aos recursos e ao pagamento das subempreitadas.

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6.5 PREVISÃO DE RECEITAS

O Orçamento incluído na Proposta deu origem a um cronograma financeiro.


Nesta fase é necessário analisar a exequibilidade do cronograma de modo a poder estimar as
receitas da empreitada de uma forma realista, ou seja, é necessário rever o cronograma financeiro
de modo a poder estimar com algum rigor as receitas da obra.

6.6 PROGRAMAS DE TRABALHOS

Indexação de tarefas ao calendário.


A elaboração do programa é feita a diversos níveis que dependem entre si por relações hierárquicas
em pirâmide.

6.7 ORGANIZAÇÃO FÍSICA DO ESTALEIRO

Resulta do planeamento de produção.


Arquitectura do estaleiro de obra.

6.8 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E CHEFIAS


Definição do sistema geral de chefias de obra, que é normalmente o seguinte (figura 4):

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6.9 ORGANIZAÇÃO GERAL ADMINISTRATIVA DA OBRA

Organização dos serviços para a obra:


- Compras, armazém, ferramentaria, gestão de equipamentos, encomendas, recepção de
materiais, gestão da mão-de-obra.
Normalmente:
- Apontador (1 ou mais);
- Ferramenteiro;
- Serviços Gerais da Empresa ( ou delegações);
- Técnico de Obra.
A Organização de cada obra, varia com a respectiva dimensão e autonomia no seio da empresa.

6.10 ANÁLISE DO PROJECTO, REVISÃO DO PROJECTO, PREPARAÇÃO TÉCNICA


DO TRABALHO

Esta actividade é a mais importante da preparação da obra e deverá ser efectuada pelo director de
obra logo após adjudicação.
Inclui:
- Estudo do projecto;
- Definição dos processos de construção para cada tarefa elementar.

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7. CONTROLO DE OBRAS

7.1 GRNDES ÁREAS DO CONTROLO

- Controlo de Prazos;
- Controlo de Custos:
- Controlo de Qualidade;
- Controlo de Segurança e Saúde dos Trabalhadores.

7.2 CONTROLO DE PRAZOS

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7.3 CONTROLO DE CUSTOS

7.3.1 SEM FACTOR TEMPO/ CONTROLO GLOBAL (TODAS AS TAREFAS)

7.3.2 CONTROLO COM DECOMPOSIÇÃO DE TAREFAS

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7.3.3 INCLUSÃO DO FACTOR TEMPO

Idem 2.3.1 e 2.3.2. mais indexando os custos previstos e reais aos meses de facturação.

7.3.4 SITUAÇÃO FINANCEIRA DA OBRA

CONCLUSÃO: Os custos podem ser controlados ao nível apenas da facturação prevista e real
sem ligação aos recebimentos ou comparando recebimentos com custos reais (neste caso o controlo
de custos tem as características de controlo financeiro).

7.4 CONTROLO DE QUALIDADE

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7.5 CONTROLO DE SEGURANÇA E SAÚDE

Realizado pelo empreiteiro e dono de obra nos termos da legislação em vigor. ( D.L 273/2003).

7.6 CONTROLO DE PRODUÇÃO

Comparação do Real com o Previsto ao nível de:


- Materiais;
- Mão-de-obra;
-Equipamentos;
- Subempreitadas.
O controlo de produção consiste assim na comparação entre o real e o previsto dos rendimentos
dos diversos factores de produção.

7.7 CONTROLO DE PRODUTIVIDADE

Quando o controlo se refere à mão-de-obra falamos de:


CONTROLO DE PRODUTIVIDADE
O controlo da Produtividade consiste então na comparação entre os rendimentos reais e previstos
do factor de produção MÃO-DE-OBRA. Pode ser feito de modo global ou ao nível de cada
categoria profissional.

7.8 CONTROLO DIRECTO E INDIRECTO DE PRODUÇÃO

Muitos empreiteiros controlam a produção apenas por meio dos custos (controlo indirecto de
produção) O controlo directo da produção implica custos adicionais. O controlo directo é feito na
obra com pessoal de controlo directamente afecto a essa tarefa. Esse pessoal não realiza tarefas de
trabalho real. O controlo directo está a cair em desuso.

8. ORGANIZAÇÃO, PREPARAÇÃO DO TRABALHO E SUBEMPREITADAS

A diversidade dos elementos, das técnicas de construção e das exigências das entidades oficiais
têm obrigado à intervenção cada vez maior do número de participantes. A opção por outras
actividades mais rendosas e por as obras terem aumentado de dimensão, tornou-se necessário a
utilização de meios e de métodos conducentes à industrialização.

8.1 Organização de elementos base

Após a adjudicação do trabalho, isto é, após o conhecimento de que a execução da obra lhe será
entregue, a empresa tem necessidade de designar o responsável ou coordenador do trabalho

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(Director de Obra) e o chefe de estaleiro e restante pessoal dirigente a destacar para a sua
condução, nomeadamente encarregados, pessoal de escritório, manobradores, etc…

O Director de Obra designado, deverá ocupar-se pessoalmente do a seguir referido, agregando a si


o pessoal, à medida das necessidades:

- Compilar toda a documentação do projecto, pormenores de execução, etc., estuda-la e completar


qualquer elemento cuja falta não tenha sido relevante na fase de preparação da proposta. Como é
sabido, a proposta é em regra, elaborada sob pressão, pelo que é indispensável uma revisão com
sossego antes de iniciar os trabalhos.

Organizar os planos de execução das fundações, estrutura, etc. e dos planos de canalizações,
condutas de ventilação, etc.

- Rever cuidadosamente as medições, e a proposta de preços apresentada. Estabelecer quaisquer


rectificações a efectuar na proposta em resultado das discussões ou trocas de impressões havidas na
fase de apreciação.

-Efectuar o planeamento da obra, no que se refere a instalações do estaleiro, equipamento de


acordo as disponibilidades da empresa, ou Consórcio de empresas, programas de execução, etc., e
dando-lhe uma forma gráfica definida.

Convém organizar uma ficha da obra, que poderá ter aspecto do mapa de medições de custo.
Ao efectuar a revisão de medições poderão registar-se os resultados num impresso como o
apresentado no mapa de medições de mão-de-obra e materiais, o qual tem um interesse particular
para o chefe de estaleiro. É também a base de planificações dos trabalhos por indicar na sexta
coluna as cargas, por tarefa no que se refere a mão-de-obra.

Assinala-mos a este respeito da organização dos elementos base, que é frequente os projectos não
definirem de maneira suficiente a execução das fundações, ou alguns dos materiais a empregar. As
questões podem ser fundamentais para tempos e de aprovisionamento de materiais.

A entrega da obra é assinalada pela assinatura do contrato, o que exige prévio estudo jurídico das
respectivas cláusulas.
É de notar que nos temos referido a adjudicação de obras, e se essa é a situação que sempre ocorre
na execução de obras públicas, podem não ser o caso da construção civil. Com efeito, este ramo de
actividade da construção tem a possibilidade de realizar obras totalmente planificadas e executadas
pelas próprias empresas, ou sobe sua direcção, para venda após conclusão. A venda pode ser por
andares em regime de propriedades horizontal de 1966, art.ºs 1414 a 1438 –A. DL.,267/94 de
25/10 e DL. 268/94 de 25/10 ou por lotes no caso de vivendas unifamiliares.

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Parece que este é mesmo um tipo de actividade normal de uma empresa de construção civil, de
dimensão média ao grande, porque só assim pode ela ter assegurado trabalho permanente para a
sua organização. Nesta hipótese a empresa pode deixar de executar trabalhos de encomenda e
dedicar-se apenas a execução de determinados modelos.

Ao efectuar a revisão do orçamento poderemos seguir outro método que, por ser de aplicação mais
demorada exigir certas concretizações que não será possível no período do que se dispõe para o
estudo da proposta de preços. Tal método consiste, no que se refere mão-de-obra, em estudar o
quadro de pessoal face às tarefas a realizar.

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8.2 – Preparação do Trabalho

A preparação do trabalho está intimamente relacionada com a planificação de pormenor das obras,
mas convirá referir algo mais.

Como sabemos, a execução de uma obra pode decompor-se num certo número de tarefas
complementares, cada uma das quais exige um certo prazo de execução. A cada tarefa
corresponderá uma ou mais equipas de pessoal. O prazo acabado de referir dependa do rendimento
dos meios postos à disposição (mão de obra e máquinas), isto é, da capacidade de realização. Mas é
evidente que as coisas não se processam no estaleiro de acordo com este esquema simples.

Com efeito, na execução de uma tarefa pode haver erro de avaliação, pode não estar a tirar-se o
rendimento do pessoal. Pode ainda ocorrer qualquer causa imprevista, por exemplo, falta de
materiais ou condições favoráveis acidentais, de que possa resultar atraso ou avanço em relação ao
previsto para essa tarefa e que isso implique com outra, que esteja de momento impedida de
começar ou prosseguir normalmente. Há então que ou deixar inactivo, durante alguns dias, o
correspondente pessoal, ou utiliza-lo mal nesse período, ajudando outros, ou ainda, para evitar isso,
ter um certo trabalho de reserva, por exemplo, um edifício alto e baixo, que, servindo de volante
regularizador, permite resolver, de momento problemas de desemprego como o referido.

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Esta reserva não excederá em regra uns 7% do volume global de trabalho, localizar-se-á numa
parte da obra que seja possível deixar para o fim. É evidente que o trabalho aqui realizado, dadas as
constantes interrupções, será por certo inferior à média geral obtida na parte restante da construção,
mas no conjunto, ganha-se, com tal prática, como também é evidente, dado o aproveitamento do
pessoal desempregado.

Entre as várias tarefas existe uma relação de sequência e um grau de interdependência, maior ou
menor no tempo. Esta interdependência resulta de condições locais uma vez que, por exemplo, no
caso de execução das fundações de um prédio teremos que considerar dois casos, quanto à forma
do edifício, que se pretende com as dimensões de frente de trabalho.
Se se tratar de um bloco de construção em altura, com pequenas dimensões em planta e forma
sensivelmente quadrada, o trabalho “escavação dos caboucos” terá de terminar completamente para
se poder iniciar a betonagem. Com efeito, para começar esta ultima tarefa é necessário ter
efectuado as escavações e desembaraçado o local de terras, a fim da betonagem se poder fazer em
boas condições de rendimento.

Pelo contrário, se se tratar de um bloco muito comprido a tarefa betonagem poderá iniciar-se logo
que uma secção suficiente da obra tenha sido terminada as escavações e tenha sido efectuado o
transporte das terras, embora, no restante, a escavação estejam ou em parte ainda iniciada.

No 1º caso, no gráfico de planeamento as tarefas escavação e transporte de terras, betonagem, etc.,


aparecem com a configuração indicada em a), e no 2º caso com a configuração indicada em b) do
gráfico seguinte:

Os factos referidos podem resumir-se em três questões: a necessidade de assegurar a continuidade


de emprego do pessoal, a necessidade de manter uma só equipa de trabalho em cada lugar e
finalmente, a necessidade de prever a mesma duração do trabalho, no mesmo lugar, para as
intervenções das diferentes equipas até à completa conclusão do trabalho a seu cargo, incluindo a
limpeza, de forma a evitar serem apanhados pelas que vêm atrás. Isso pressupõe a ponderação dos
efectivos de cada equipa e a completa definição do trabalho a realizar por cada uma delas.

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É evidente que estes objectivos são fáceis de atingir em tarefas repetidas, que será o caso da
construção em série suficientemente grande, e difícil de atingir em tarefas que se não repetem. No
entanto não é isso a razão para que, neste ultimo caso, não se procure fazer o melhor possível. É
essa a filosofia actual da construção civil, e se é verdade que na ausência daquela repetição não se
atingirá certamente o menor custo, e portanto nunca se poderá resolver o problema geral da
população, não há duvida que o trabalho pode ser organizado.
Com efeito, no tipo de actual construção a multiplicidade de tarefas e os prazos, muitas vezes
demasiado curtos, para a execução das obras não permite, sempre, uma boa utilização da
capacidade disponível. Daí a necessidade, já referida, de se criar um elemento regulador, para fazer
a situações que podem, naturalmente, surgir.

O que referimos aplica-se aos trabalhos de sub-empreiteiros, pois que estas funcionam por prazos
de execução bem como a definição completa do trabalho a realizar por cada sub-empreiteiro terão
que ser rigorosamente combinadas.

É conveniente, na preparação do trabalho, considerar separadamente em cada fase, em regra por


andares ou por unidade de referência bem definida.

8.2.1 Sequência das tarefas

Referimos atrás que, na preparação do trabalho tem que se atender à sequência das tarefas que, na
construção de um edifício de tipo corrente podem enunciar-se como adiante se indica.
É necessário, para cada caso, elaborar um mapa das diversas tarefas, na ordem que devem ser
consideradas, a cada uma das quais se dará um número de referência. As diversas tarefas podem
agrupar-se em diferentes classes:

1- Terraplanagens gerais, em regar consideradas separadamente, dentro da sucessão de obras


integradas no conjunto de trabalhos designados por “modelação do terreno”.

2- Implantação da obra. Delimitação da área de estaleiro, Vedação destas com tapumes. Instalação
do estaleiro, incluindo barracas e máquinas.

3- Desaterro para cave. Execução de armaduras para as fundações e de taipais para cofragem de
paredes, pilares e vigas. Abertura de caboucos.

4- Enchimento de fundações, incluindo colocação de armaduras em vigas de fundação, sapatas


armadas, paredes da cave ou da caixa da escada, e de taipais de cofragem.

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5- Execução da estrutura incluindo colocação de taipais de cofragem e betonagem, colocação de
taipais de vigas (fundos e taipais laterais) e escoramento, e colocação de assoalhados de lages e
lanços de escadas e respectivo escoramento e vigamento. Colocação de armaduras de vigas, de
lages e de escadas, bem como armaduras de pilares para novo piso. Betonagem de vigas e de lages.
Este conjunto de tarefas repete-se, consoante o número de pisos.

6- Execução de alvenarias de tijolo seguidas da marcação e aberturas de roços para a instalação de


agua fria e quente, gás, telefones de escada e exteriores, luz eléctrica, campainha, TV, TSF, pára-
raios, e aquecimento. Fixação das tubagens correspondentes. Rede de esgotos.

7- Execução de rebocos interiores e exteriores incluindo colocação de cantarias, fachadas,


assentamento de aduelas e de azulejo. Isolamento térmico e impermeabilização da cobertura.

8- Execução de esboço, assentamento de guarnições, pendurar portas, execução de estuque em


tectos até aos andaimes interiores. Assentamento de serrilharia (grades, apanha-fumos) de
grilhagens, de guias de dos elevadores e instalações eléctricas destes.
9- Estuques em casas de banho e cozinhas, assentamento de armários em cozinha, lava-loiça,
lareira.

10- Acabamento de fachadas. Retirada de andaimes exteriores. Colocação de vidros.

11- Execução de betonilhas, pregar rodapés, executar estuques abaixo dos andaimes.

12- Pinturas, colocação de muletas de portas, interruptores e tomadas. Instalação de irradiadores,


aparelhagem eléctrica, revestimento de linóleo e de plásticos. Limpezas finais e enceramento de
pavimentos de madeira ou envernizamento desta.

13- Levantamento do estaleiro.

14- Reparação de defeitos surgidos antes da recepção definitiva.

8.2.2 Efectivo de mão-de-obra e prazo de execução

O prazo previsto para a execução da obra deverá ser dividido em semanas e descontados os
feriados obrigatórios, férias legais e dias de paragem do trabalho devido a intempéries, tendo em
conta a média habitual na região em que se trabalha, com um certo coeficiente de segurança. Para
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tal consultar elementos já publicados pelo Serviço Meteorológico Nacional, ou que estejam para
próxima publicação. À falta de melhor, considerar por exemplo três semanas perdidas no período
de 15 de Outubro a 15 de Abril, período este que se deixa livre após o dia 15 de Abril para efeitos
de permitir as sucessivas replanificações. É evidente que nesta consideração da influencia das
intempéries deverá atender-se ao facto do que se está a realizar no Inverno, se as fundações se a
estrutura, se só esta ou fundamentalmente os acabamentos. Neste último caso os dias de chuva
terão reduzida influência, no 1º caso, e sobretudo os trabalhos de fundações poderão ser fortemente
influenciados. Se os acessos forem precários, os transportes de brita, areia, tijolos, etc., poderão ser
muito prejudicados. Todos estes factos devem ser ponderados ao estabelecer o valor do coeficiente
de segurança acima referido.

A garantia de respeito de um prazo não é o objectivo único nem talvez da preparação do trabalho,
em pormenor. Ela permite calcular os meios necessários e constitui um processo de controlar o
preço de custo, na medida em que pode acusar qualquer deficiência de rendimento do pessoal, em
relação ao previsto, e que serviu de base à elaboração da proposta de preços.

Uma preparação cronológica do trabalho, bem estudada, constitui um processo de aumentar a


produtividade, na medida em que contribui para dar uma aplicação aos meios de trabalho da
Empresa e assegurar a continuidade de emprego do pessoal.
Como atrás referimos, de prazo total previsto para a realização da obra, após ter descontado
feriados, férias e dias de paralisação por intempéries, resta, um certo número de dias úteis para a
execução propriamente dita.

Para a realização da obra, dentro do prazo útil final, calculado como anteriormente se referiu,
estabelecem-se quais as diferentes tarefas, para execução, das quais se criarão equipas
independentes que cubram a totalidade dos trabalhos. O efectivo de cada uma dessas equipas – que
podem chegar a um só homem – será o necessário para a realização das correspondentes tarefas, no
prazo estipulado. Desenhamos num gráfico tal prazo, a uma certa escala. No quadro 5.11
representa-se arbitrariamente esse prazo, que de momento não interessa discutir, porque é
independente do que a seguir se refere.

A distribuição do tempo disponível faz-se, considerando que a execução da estrutura (pilares e


pavimentos) e depois as paredes de enchimento é que comanda todas as intervenções seguintes.

A execução desta parte da construção pode ser considerada como constituída por módulos, que se
repetem identicamente por andares, por exemplo. Consideremos um destes módulos, e seja 10t o
tempo necessário à execução do tosco, sendo t um certo prazo (unidades ordenadas em gráficos) e
determinar posteriormente. Ora bem este valor 10t terá elemento de partida para determinar todo o
prazo de intervenção de cada equipa.

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Com efeito é necessário garantir, para cada uma das diferentes equipas que trabalham
sucessivamente no mesmo lugar, períodos iguais de tempo para a realização do seu trabalho,
conforme referida, de modo a evitar interferência. Há, apenas, que criar um certo desfasamento
entre a chegada de cada equipa que executa a tarefa imediatamente anterior e imediatamente
posterior, período que pode ser condicionado por razões técnicas (endurecimento do betão,
secagem de rebocos e estuque, etc.

Admitimos que o trabalho respeitante a equipamento e acabamentos será distribuído por 9 tarefas,
a cada uma das quais corresponde uma equipa. Se for 6 t o desfasamento conveniente entre o inicio
da execução da estrutura (incluindo paredes) e o inicio da execução do grupo de tarefas designado
por equipamento e acabamentos, e se for de t o desfasamento entre inicio de cada uma das tarefas
correspondentes, teremos o gráfico indicado no quadro 5.5.

Resta finalmente o conjunto de tarefas respeitantes a aparelhagem e limpezas finais e acabamento


de caixa de escada, em relação a cada uma das quais se considerou o período de duração 1,5 t,
conforme o quadro de referência. Os acabamentos da caixa de escada só se iniciam no final, de
cima para baixo, após conclusão dos acabamentos do último andar.

Admitamos então o prazo de 78 semanas para a realização das obras e que deduzido o período de
arranjo e vedação do terreno, instalação e levantamento do estaleiro, dias de chuva, férias, etc.,
convém só contar com 70 semanas para a realização do trabalho. Sendo assim será:
35 t=70 t=2 semanas
Chegados a este ponto, se o período t calculado satisfizer, poderá prosseguir-se no estudo. Se o
prazo for muito longo e não permitir a plena utilização do pessoal que se pode admitir, deverá
investigar-se a possibilidade de concluir mais cedo o trabalho ou alargar a período entre
intervenções consecutivas.

Se for demasiado apertado, há que tentar acelerar a execução dos toscos e reduzir o intervalo entre
as diversas intervenções.

8.2.3 Organização dos Trabalhos

A organização dos trabalhos parte do planeamento e da designação dos dirigentes do trabalho, e


também do recrutamento e distribuição da mão-de-obra, da utilização das máquinas, viaturas e
restantes equipamentos, e de aquisição, armazenamento e distribuição dos materiais a aplicar,
questões já abordadas.

Cada interveniente tem que saber o que deve fazer, isto é, quais os limites do seu campo de acção e
responsabilidade afim de poder concentrar-se no seu trabalho com pleno rendimento, sem estar a
perder o seu tempo supostamente à espera dos outros ou sem se preocupar em fiscalizar e criticar o
trabalho que compete aos seus companheiros, e que a si não dizem respeito.
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Começando pelo director técnico, ele tem a responsabilidade de por todas as funções de
planificação execução e controlo técnico. Superintende o estudo das obras e o preço das propostas,
e os contratos de fornecimento e de execução, bem como lhe compete toda a actividade que se
prende com a economia das obras.

Mantém contacto permanente com os elementos executivos, através de reuniões que promove em
cada estaleiro, e visita as obras para ter uma ideia visual e por vezes também para conversar
directamente com os encarregados, capatazes e operários, a fim de ter uma ideia do ambiente que
reina nas obras, não dando porém ordens directas ao pessoal.

O chefe de produção é em regra um engenheiro ou agente técnico de engenharia, que coordena a


actividade das diversas obras e contactar directamente com a sede. Planifica a execução de cada
uma delas, de acordo com o director técnico, resolve as questões técnicas que se apresentam, e
controla os seus subordinados em termos gerais, análise dos resultados da sua acção, qualidade da
execução do trabalho, controlo da qualidade dos materiais. Centraliza as relações com os
projectistas no respeitante à execução da obra e com o parque de máquinas, serviço de
aprovisionamento, e entidades oficiais directamente interessadas.

Deverá tomar parte nas reuniões semanais de estaleiro, com encarregados e sub-empreiteiros, e
deverá trocar impressões frequentes com os encarregados, devendo interessar-se pela manutenção
de um bom clima na obra, aprofundando os problemas técnicos e humanos dos seus colaboradores.

O chefe de produção deverá ocupar-se das situações de pagamento e ter em atenção os problemas
de segurança e higiene no trabalho.

Um dos aspectos importantes em que aplicará a sua acção será no estudo dos rendimentos do
trabalho, e seu controlo, e verificará a utilização das máquinas e equipamentos. A distribuição e
utilização das máquinas têm, naturalmente, que fazer-se simultaneamente com a distribuição da
mão-de-obra. Esta deve, no entanto, ser subordinada à utilização das máquinas que a empresa
possui, a pleno rendimento. É evidente que não é possível atingir este objectivo na totalidade, pois
se verifica sempre a existência de períodos em que uma determinada máquina deixa de ser
necessária numa obra e não pode ainda seguir para outra obra. Deve, por isso, na medida do
possível, reservar-se para esses períodos de paralisação forçada, as grandes revisões de máquinas.

A organização do trabalho das máquinas deve ser estudada cuidadosamente, verificando os


períodos de utilização de cada uma delas, atendendo ao seu rendimento e, naturalmente também, à
sequencia das tarefas de mão-de-obra utilizadas nas diferentes operações que condicionam a data
do inicio da aplicação das máquinas, a sequencia e o fim do trabalho destas. Neste estudo deverá
naturalmente, ter-se em conta os tempos necessários para os transportes, instalações, etc…

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Além das máquinas propriamente ditas, deverá ser estudado o programa de utilização de outro
equipamento como sejam ferramentas manuais e mecânicas, andaimes, via decauville e vagonetas,
etc…

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Na elaboração deste estudo deverá entender-se ao inventário de armazém, devidamente
actualizado, a fim de procurar aplicar o material disponível, ponderando, em cada caso, se será
preferível adquirir um novo equipamento por o existente não conduzir a uma utilização económica
no caso que se apresenta.

O problema dos transportes não tem, em regra, na construção civil a importância que assume nas
obras públicas. No entanto com a generalização da pré-fabricação essa importância será cada vez
maior.

A organização do serviço de transporte deverá ter em conta a necessidade de ter em permanente


movimento as viaturas, e, na mediada do possível, carregadas. Deverão utilizar-se para o transporte
das cargas as viaturas mais apropriadas as suas características.

Para isso terão que conhecer-se, além das características de cada veículo, as distancias a percorrer
entre o armazém da Empresa e as obras, de uma obra às outras e também, conforme o caso, a
vazadouros, pedreiras, areeiros, fornecedor de cimento, etc.. É também necessário conhecer as
características das máquinas, ferramentas e outros equipamentos da Empresa que haja que
transportar.

Depois estudar-se-ão os vários itinerários, tendo em conta o movimento habitual nesses


arruamentos, estado do pavimento, existência de certas particularidades (estrangulamentos, curvas
apertadas, pontes com limite de carga de utilização., etc..)

Atender-se-á, nos locais de carga e descarga, à necessidade de proteger a tais operações com a
maior prontidão, o que inclui o desembaraço dos acessos, de modo a não implicar com períodos de
paralisação de veículos.

É necessário elaborar um mapa de distribuição do serviço diário, procurando agrupar a carga por
tipos, para efeito de transporte, nas melhores condições.

O chefe do estaleiro no caso de obras pequenas é apenas um encarregado e no caso de obras


grandes um encarregado geral que funciona como adjunto do chefe de produção nas suas funções
habituais respeitantes ao estaleiro, e substitui-o para todos os efeitos nas suas ausências.

Ocupa-se permanentemente do estaleiro, no que se refere à distribuição do trabalho pelos diversos


encarregados, preocupa-se com a implantação da obra, e medições para efeitos de situações de
pagamento.

O chefe de estaleiro deve participar na planificação das obras, e deve ser informado dos
rendimentos considerados no estudo da proposta, conhecer o mapa de medições, e caderno de
encargos. Fiscaliza a qualidade de trabalho, a qualidade dos materiais encomendados e recebidos.
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Comanda a admissão e o despedimento do pessoal, em colaboração com os encarregados, e
aumenta os salários no conhecimento da política da Empresa e das condições da proposta da obra
que está a executar.

Fiscaliza o cumprimento dos prazos e participa ao chefe de produção todas as suas dificuldades.
Centraliza a colheita de elementos de controlo dos resultados da obra.

Tomará conhecimento de todas as facturas de fornecedores, e participará oportunamente todas as


necessidades de mão-de-obra, materiais, equipamentos e máquinas de que tem necessidade.
Vigiará a ocupação de mão-de-obra, de acordo com os encarregados, e das máquinas.

Ocupar-se-á da participação dos acidentes de trabalho às companhias seguradoras e à sede.


Os encarregados preparam o trabalho em cada local, de acordo com a planificação, segundo as
instruções do chefe de estaleiro, dirigem o pessoal, aplicam as máquinas e controlam
continuamente o rendimento do trabalho, em qualidade e em quantidade. Redigem as partes diárias
da obra.

Devem conhecer as medições e a planificação da obra, e devem ter grande conhecimento prático
do trabalho, devendo, por isso, serem ouvidos na elaboração dos planos de execução. Deverão
saber avaliar bem as condições locais, climatológicas e as outras, possibilidades dos seus
colaboradores no que se refere a rendimentos do trabalho.

Compete-lhes procurar o rendimento óptimo do trabalho e, na distribuição da mão-de-obra


considerarão, por um lado, o trabalho a realizar em cada período e pelo outro, o pessoal disponível
e o que deverão ser oportunamente admitido, á medida das necessidades, e das disponibilidades de
modo a obter-se o seu pleno emprego à obra, em condições de rendimento normal.

A organização é feita agrupando o pessoal por equipas de trabalho, como temos referido,
colocando à frente destes os arvorados ou capatazes necessários para que o trabalho seja bem
executado e decorra com o rendimento previsto ou, se possível, com rendimento maior que o
previsto.

A distribuição de mão-de-obra pode ser estudada graficamente, partindo das medições dos
trabalhos a executar e dos rendimentos considerados, no orçamento da obra, para cada equipa. É de
abandonar completamente a antiga prática dos encarregados de tudo decidirem de memória sem
cuidar das repercussões dessa atitude no planeamento, e qual será o destino do pessoal, em cada
dia, respeitando, com frequência exagerada, mudanças das tarefas que são diariamente distribuídas
ao pessoal.

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Deverão dar indicações precisas ao pessoal e deverão permitir que este não se comporte como
simples executantes, e que possam, quando forem capatazes, utilizar a sua inteligência na melhoria
da realização das tarefas a seu cargo.

Os encarregados, juntamente com os capatazes, constituem o escalão entre os operários e os


dirigentes, devendo manter sempre situações claras com uns e com outros. Só assim possibilitarão
a existência de boas relações pessoais e a existência de um bom clima no estaleiro. Deverão Impor
pontualidade ao seu pessoal, e evitarão conflitos entre os operários.
Os capatazes ou arvorados dirigem o trabalho das suas equipas de acordo com as instruções do
encarregado, vigiando o rendimento com que o mesmo se realiza, tendo em conta as quantidades a
executar e a qualidade de execução dos trabalhos que lhe são atribuídos.

Deverão dar instruções claras e exemplificar como deve ser realizado o trabalho, ensinado o
pessoal sob as suas ordens, sempre que seja necessário, mas sem deixar de permanecer um
elemento de controlo e não passar a elementos executantes.

Deverão contribuir para manter um bom rendimento na obra, para manter a ordem na sua equipa e
a pontualidade do seu pessoal de que serão os porta-vozes no caso deste querer fazer qualquer
representação aos seus chefes.

Os operários deverão conhecer perfeitamente o que deles se espera o que deverão receber
oportunamente todos os elementos de informação indispensáveis, sejam indicações verbais,
esquemas ou desenhos. Os capatazes e encarregados deverão manter-se na mesma obrigação, como
se referiu, de exemplificar como deve ser realizada cada tarefa.

A organização possível ou mais conveniente depende do tipo de actividade. Assim, quando o


projecto apresenta tarefas repetitivas, é preferível organizar a execução por grupos de trabalho,
constituídos por vários operários, do mesmo ofício ou não, ficando cada grupo encarregado da
execução de um conjunto bem definido de actividades, num intervalo de tempo previamente
fixado.

Um caso em que surge a necessidade de organizar trabalho por grupos de actividades é a


construção de prédios de habitação colectiva; um edifício nestas condições é constituído por um
certo número repetições de um andar.

Em trabalhos mais complicados como por exemplo a construção de um hotel ou um hospital é


sempre possível distinguir uma parte com carácter mais ou menos repetitivo (representando 1/2 a
2/3 do total dos trabalhos) e a outra em que isso não acontece. Estão neste último caso as
instalações técnicas (central de aquecimento, condutas de ar, termoacumuladores, transformadores,
etc.) e funcionais (salas de reuniões. Gabinetes de direcção. Hall, restaurante, etc.). Trata-se em
regra de trabalhos especializados que podem ser executados em regime de sub-empreitada, que
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apenas exigem equipas de apoio para trabalhos auxiliares. Em regra também são actividades que
beneficiam de grandes folgas o que permite, dentro de certos limites, dispor delas como volantes
para regularização da carga geral.

Não é, em regra, possível, dimensionar as diversas equipas de modo a que sobre cada operaria
incida uma carga constante. Daí resultam, permanentemente, alguns tempos mortos, mas estes
podem variar dentro de limites que dependem dos cuidados tidos no dimensionamento dos grupos
de trabalho.

Assim consideremos a execução do conjunto de actividades repetidas definidas na fig.1 para um


certo número de profissões.

Na fig.2 indicam-se duas hipóteses de organização, a do segundo gráfico com tempos mortos muito
menores portanto com maior produtividade. Em qualquer dos casos, porem, verifica-se a
impossibilidade de organizar duas das parcelas (telhado e instalação eléctrica) que deverão, de
preferência, ser executado em regime de sub-empreitada de mão-de-obra.
A duração do ciclo de trabalho é também mais vantajosa no segundo caso, 616 contra 765 horas no
primeiro caso.

A existência de tempos mortos dentro de um grupo de trabalho significa que nele permanece, o
aspecto que anteriormente referimos, daí a irregularidade do gráfico de cargas da mão-de-obra.
Portanto a curva representativa desta última, dentro das actividades que competem ao grupo em
referência (por exemplo execução de estuques) será do tipo indicado na fig.3. Ela refere um
conjunto de actividades repetidas que ocorrem nos sucessivos pisos de um bloco de apartamentos
iguais, com um determinado ciclo de intervenção.

A situação poderá complicar-se com o absentismo do pessoal, que entre nós anda regularmente por
8% do tempo total, em trabalhos de construção civil.

Para poder fazer face as dificuldades referidas teremos de:

- No caso de desemprego momentâneo, variar a extensão da intervenção de cada equipa,


reservando para o efeito alguns outros trabalhos, como volante. Para tanto, poderão, em
determinada oportunidade ocupar-se alguns dos componentes da equipa com o transporte, entre o
armazém e o local do trabalho, de materiais que se tem necessidade. Ou então, ocupa-los, ou ainda
momentaneamente atribuir-lhes trabalhos independentes dos trabalhos preparatórios da sua própria
actividade, noutro andar que estavam reservados ao grupo.

- No caso de sobre-emprego momentâneo, expor de outras equipas ocupadas em trabalhos


paralelos (por exemplo actividades de conservação) onde se possa ir buscar algum pessoal. No

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caso D da Fig.4 criam-se duas equipas iguais, uma ocupada do lado esquerdo, outra do lado direito
do edifício, e que podem entre ajudarem-se.

Na fig.4 indicam-se a actuação de várias equipas, intervindo sucessivamente na execução de


actividades repetidas nos oito pisos de um mesmo prédio. No caso c considera-se uma actuação,
que é interrompida no quarto piso para começar algum tempo depois no quinto piso. Em casos
como o das actividades F, G, H, que igualmente correspondem a intervenções curtas, que pode
atrasar-se o respectivo inicio de modo a não vir interferir com o trabalho da equipa E.

O primeiro dos gráficos, apresentados na fig.4 pressupõe uma actuação muito apertada, porque não
permite falhas de nenhuma natureza. Qualquer atraso vai repercutir-se nas actividades seguintes,
convindo portanto operar com certa folga conforme o gráfico fig.5. Nos casos em que seja
necessário qualquer pausa por razões técnicas (por exemplo secagem de rebocos para aplicação de
pinturas, etc.), os intervalos deverão ser mais importantes.

É evidente que a possibilidade de introduzir folgas entre as diversas actividades depende do prazo
que se dispõe. Se ele for muito apertado a solução será, conseguir obter um ritmo mais rápido na
execução das diversas actividades, de modo a permitir a existência de folgas entre as diversas
intervenções o processo mais rendível obtém-se dimensionando os grupos de trabalho com pouco
pessoal sendo sabido que prazos excessivamente curtos agravam custos directos.

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8.3 Subempreitadas

As subempreitadas para obras públicas são regulamentadas pelos art.s.383.º a 386 do DL 18/2008,
de 29/1.

Uma das razões porque se recorre ao regime de sub-empreitadas para a realização de certas partes
das obras é a necessidade de melhorar a produtividade.

Tem que efectuar-se consultas a vários sub-empreiteiros e proceder a encomenda das propostas
mais favoráveis.

No regime de sub-empreitada há a distinguir em regra dois casos, as que resultam da


especialização no que se refere a técnica ou ao equipamento, e as empreitadas de mão-de-obra.

Estão no caso de exigirem equipamento especializado os trabalhos de terraplanagens gerais, para


cuja execução se tornam necessárias máquinas caras com pequeno número de aplicações na
construção civil, ou quando há dificuldades em alugar esse material para utilização directa, em
boas condições económicas. No mesmo caso estão os trabalhos objecto ou técnicas especial.

Todos os empreiteiros recorrem aos serviços de sub-empreiteiros, por duas ordens de razões:

- Casos que exigem equipamentos especializado ou máquinas caras com pequeno número de
aplicações nas obras que habitualmente executa.

Neste caso portanto não se justifica aquisição de tais equipamentos ou verificam-se dificuldades de
qualquer natureza para o aluguer dessas máquinas com vista a utilização directa, em boas
condições económicas. Inclui-se, por exemplo, neste caso, a execução de terraplanagens.
- Casos que envolvam trabalhos objecto patente ou uma técnica especial como sejam a execução de
estacas e outros tipos de fundações especiais, consolidação de solos, execução de cortinas
ancoradas etc. que exigem pessoal treinado, que só as firmas especializadas detêm.
Estão igualmente neste caso o fornecimento de betão pronto, moldes para betão, armaduras
preparadas para aplicação imediata, tubagem para canalizações interiores (incluindo instalações de
gás) e exteriores (incluindo algerozes e tubos de queda) impermeabilização de terraços, trabalhos
diversos como coberturas, isolamento acústico e térmico, e revestimento especiais de tectos e
paredes, azulejos, forro de papel, assentamento de placas prefabricadas, de revestimento e
pavimentos, execução sub-tectos, fornecimento de carpintaria de limpos( portas, caixilharias,
armários, etc.), serralharia, tabiques pré-fabricados e painéis para revestimento de fachadas.

Os empreiteiros gerais reservam para si a execução das estruturas de betão armado e execução das
paredes de alvenaria e dos pré-acabamentos e acabamentos, tarefas cuja qualidade se considera da
maior importância e capaz de ocupar com regularidade o seu pessoal permanente.
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As Empresas de Construção Civil normalmente executam em regime de sub-empreitadas todos os
grandes trabalhos de instalação eléctrica como:

-Distribuição e transformação de energia eléctrica, telefones, telecomunicações, sinalizações,


intercomunicações, detecção de incêndios etc.

-Instalações mecânicas como aquecimento, ventilação, condicionamento de ar, tratamento e


distribuição de águas e outros fluidos, etc.

-Instalação de computadores, de ascensores, etc., assegurando todavia a necessária coordenação e a


regularização de todas as chamadas “trabalhos de apoio da construção civil” e também os
atravessamentos de elementos estruturais e outro, roços, maciços de fundação do equipamento, etc.

Nos casos indicados a sub-empreitada envolve o fornecimento de mão-de-obra especializada, e


pode envolver, ou não, o fornecimento de materiais e de equipamento.

-Empreitadas de mão-de-obra para fazer face as dificuldades de recrutamento de pessoal


especializado, sobretudo em relação às empresas que não podem oferecer-lhes continuidade de
ocupação. Tal é o caso de electricistas, canalizadores, pintores, ladrilhadores, vidraceiros,
assentadores de tacos de madeira ou outros materiais no revestimento de pavimentos, etc.

-Certas empresas que operam como empreiteiros gerais podem dispor de um núcleo de pessoal,
pouco numeroso, incluindo pedreiros, carpinteiros, canalizadores, pintores, azulejadores etc., que
embora não assegurem a execução normal dos trabalhos, permite-lhes a resolução de muitos
problemas. É este pessoal chamado a dar o seu apoio inicial às obras, enquanto não se atinge a fase
do inicio das sub-empreitadas e que enquadra este, na fase de desenvolvimento dos trabalhos;
pode-se deste modo pôr dois grupos a trabalhar paralelamente, e até criar um espírito de emulação.

Alem disso, tratando-se de pessoal escolhido pela sua competência, ele pode ser encarregado da
execução dos trabalhos de maior responsabilidade.

O problema fundamental em relação ao pessoal do referido núcleo e a continuidade do trabalho;


uma das maneiras de o conseguir é a criação de uma secção de trabalhos de conservação e
beneficiação de prédios. Uma das mais importantes razões porque se recorre à sub-empreitada é a
maior produtividade; o pessoal dos sub-empreiteiros organiza-se com o objectivo de alcançar uma
actividade permanente, e entre os componentes do grupo começam-se a criar ligações pessoais de
amizade.

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Não é raro que tais relações de trabalho cheguem a durar décadas, no decorrer das quais se verifica
com frequência a necessidade de pedir ajudas mutuas, para possibilitar a resolução, a uma e outra
das partes de problemas urgentes que surgem.

A maior parte dos Empreiteiros, ao elaborarem as suas propostas de preço, sempre que suspeitam
de que estão com preços altos, recorrem a consultas a novos sub-empreiteiros, em maior ou menor
extensão, com o fim de poderem controlar os preços que lhes foram oferecidos.

Verificam porém, na maior parte dos casos., que são os seus sub-empreiteiros habituais que
efectivamente propõem os preços mais convidativos.

Verificam também, com assinalável frequência, que são os novos sub-empreiteiros que geralmente
trazem mais problemas de qualidade de execução e dos cumprimentos dos prazos.

9. O ARRANJO FÍSICO DE ESTALEIROS DE OBRA

9.1 INTRODUÇÃO

Um empreiteiro dispõe das seguintes fontes de produção


- Estaleiro Central (um ou vários)
-Organizações produtivas de carácter fixo (carpintaria, centrais betão, centrais betuminoso, …);
-Estaleiro de obra;
-Subempreitadas.
Em cada caso haverá que decidir produzir e em que datas – isto é ORGANIZAR A PRODUÇÂO.
O arranjo físico do estaleiro de obra consiste na “Disposição das áreas de operação de homens e
máquinas interessados na produção da obra em todas as fases do seu desenvolvimento”
Ou seja,
Escolha o tipo de instalações fixas e meios de apoio a deslocar para cada obra e respectivas áreas,
respectiva localização física.
Notar que o estaleiro varia ao longo do tempo.

9.2 FORMALIZAÇÃO E ÂMBITO DO PROBLEMA TRATADO

No problema do arranjo físico de um estaleiro existem muitas variáveis:


- Fase da obra;
- Tipo de obra;
- No caso de construção de edifícios tipo de edifícios;
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- Área disponível para estaleiro e sua relação com o edifício;
- Tipo de organização de produção.
A metodologia que vamos estudar aplica-se a qualquer tipo de estaleiro. Vamos no entanto incidir
especialmente sobre o caso de edifícios em geral com muito terreno disponível para estaleiro.
A metodologia de resolução implica as seguintes operações:
1- Definir serviços e meios a instalar (ver pontos 4.1 e 4.2 para listas serviços e meios)
2- Atribuir áreas, tipo de construção (barraco, coberto, coberto com estrado, armazém, máquina,
armazém ao ar livre) e forma geométrica quando esta for condicionante.
3- Implementação física à escala das áreas definidas em 2) sobre planta de implementação da obra
a edificar.

A metodologia deverá repetir-se para cada fase da obra. Obviamente que a fase 2 partirá do estaleiro
concebido para a fase 1, a fase 3 partirá da fase 2 e assim sucessivamente. Será o planeamento da obra
a definir as datas de ligação entre as fases.
Ex: 1 edifício
Fase 1 – estrutura
Fase 2 – acabamentos
Fase 3 – arranjos exteriores

9.3 PREPARAÇÃO DA OBRA. ELEMENTOS DE BASE NECESSÁRIOS AO PROCESSO DE


ORGANIZAÇÃO FÍSICA DO ESTALEIRO

A preparação da obra consiste na realização de todas as tarefas necessárias ao arranque inicial da


execução e seu posterior acompanhamento.
Inclui as seguintes tarefas:
- Revisão do orçamento comercial;
- Orçamento comercial e orçamento para a produção;
- Mapa de produção;
- Preparação do trabalho;
- Revisão do cronograma financeiro e previsão de custos;
- Programa de trabalhos;
- Organização física de estaleiro de obra;
- Organização da produção;
- Análise do projecto - revisão do projecto - preparação técnica da obra;
- Organização geral administrativa da obra;
- Organização do trabalho, chefias.
Estas tarefas são explicadas e desenvolvidas em capítulo próprio ver (capítulo 2)

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9.4 INSTALAÇÕES FIXAS E MEIOS DE APOIO

9.4.1 LISTA DE SERVIÇOS A INSTALAR NUM ESTALEIRO OBRA

Os serviços serão os órgãos/funções a instalar no local da obra. Poderão incluir;


a) Direcção de obra
- Secretária
- Arquivo
b) Serviços técnicos e estudos
- Preparação e estudos
- Planeamento
- Controlo
- Topografia
- Edições reais
a) e b) instalados em:
- Instalações de apoio-controlo (escritório de obra para apontar, encarregado, preparador,
director de obra, …)
c) Instalações de apoio-social (refeitório, dormitório, posto primeiros socorros, sanitários,
vestiários, lavatórios e duches)
d) Fiscalização
e) Outros serviços do empreiteiro
- Gestão de compras e armazém
- Gestão de transportes

Em resumo os serviços a instalar serão um sub-conjunto do sector técnico da empresa e a fiscalização.


Os órgãos a instalar serão tanto mais extensos quanto mis afastados for a obra da sede ou delegações
de empresa e maior for o seu valor.

9.4.2 LISTA DE MEIOS E INSTALAÇÕE SFIXAS NECESSÁRIAS À REALIZAÇÃO DE


UM EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO COM ESTRUTURA DE BETÃO ARMADO

A) Instalações fixas de PRODUÇÃO


- Ferramentaria;
- Carpintaria cofragens;
- Oficina de armaduras;
- Oficina mecânica para pequenas reparações;
- Armazém;
- Máquinas fixas;
- Depósitos materiais anexos às unidades de produção.
B) Meios de carga descarga e transporte interno
- Gruas fixas;
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- Gruas automóveis;
- Monta-cargas;
- Outros meios de movimentação de equipamentos ou materiais pesados (tirefonds, garibáldis).
C) Depósitos de materiais directamente aplicados no edifício
- Materiais simples (cerâmicos, mármores, louça sanitária, …);
- Pré-fabricados (placas de betão, portas, …)
D) Vias de comunicação
E) Instalações de apoio – controlo (ver atrás)
F) Instalações de apoio – social (ver atrás)
Normalmente agrupamos as instalações e meios de estaleiro nos seis grupos atrás referidos ( A,
B,C,D,E e F)

9.4.3 CRITÉRIOS DE ESCOLHA DO CONJUNTO DE MEIOS E INSTALAÇÕES FIXAS

No problema do arranjo físico do estaleiro a primeira operação a realizar é a de escolher que


instalações fixas e meios se irão instalar no estaleiro de obra. Normalmente procede-se a esse trabalho
escolhendo de uma check-list e tendo presente a organização da produção e a preparação técnica dos
trabalhos a executar no estaleiro.
Atenção aos níveis de arranjo físico:
- arranjo geral; escalas 1/100; 1/200;1/500 só com indicação das manchas;
- concepção interna de unidades de produção ( 1:20;1:50). Estudo da carpintaria, da oficina de
armaduras, ….;
- definição do equipamento e ferramentas a afectar a cada instalação fixa do estaleiro (cadeiras,
ferramentas, mesas, máquinas,…)
Neste trabalho só estamos preocupados com o arranjo geral.
A lista apresentada no ponto 4.2 poderá servir de base de raciocínio – Notar que é ainda necessário
definir que tipo de instalação construir (barraco, coberto,…).
A solução habitual é a seguinte:
Armazém/ Escritório/ Dormitório/ Refeitório – Barracos madeira prefabricados (A.M. Mesquita,
SOPREM,…) ou contentores metálicos totalmente amovíveis (A+ P, …) ou barracos construídos em
madeira de pinho e não reutilizáveis.
As dimensões dos elementos reutilizáveis são as dos elementos disponíveis na empresa. São
naturalmente muito variáveis. Os barracos não reutilizáveis terão a forma e dimensões que se
adaptarem melhor às necessidades e à obra em questão.
Materiais não degradáveis – Áreas ao ar livre eventualmente protegidas das águas das chuvas que
ocorrem no terreno de modo a evitar lamas.
Motorizadas/ Automóveis – cobertos provisórios sem estrado
Carpintarias/ Armaduras – cobertos não reutilizáveis com estrado. As chapas da cobertura poderão ser
de alumínio, aço, ou outros materiais reutilizáveis
Materiais sujeitos a degradação devido à chuva – armazém e/ou cobertos com estrado.

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Vias de comunicação – em estaleiros implantados em terrenos difíceis é necessário assegurar a
drenagem das águas das chuvas para evitar grandes zonas de lamas e assegurar caminhos de circulação
com o mínimo de capacidade de suporte.
Drenagem e infra-estruturas do estaleiro – é imprescindível planear atempadamente todos os trabalhos
necessários de modo a minimizar custos associados a alterações/correcções.

9.4.4 CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE ÁREAS DE INSTALAÇÕE SFIXAS E MEIOS DE


APOIO ESCOLHIDOS PARA UMA DADA OBRA

No processo de concepção do estaleiro da obra a operação seguinte é a atribuição de áreas a cada


instalação fixa ou meio a colocar no estaleiro. As áreas a atribuir variarão naturalmente com o tipo de
instalação a construir.
Assim:
1. No caso de barracos as dimensões estarão sujeitas aos meios disponíveis no caso de serem
reutilizáveis ou serão livres no caso de não serem reutilizáveis. Em qualquer dos casos será o
arranjo de pormenor e a definição do mobiliário e equipamento a instalar que determinará as
dimensões. Notar que em muitas situações o problema vai sendo resolvido por aproximações
sucessivas. Mandam-se barracos para a obra logo que disponíveis, enchem- se com
equipamento e/ou mobiliário e se necessário constroem-se ou deslocam-se mais barracos de
modo a instalar todos os serviços necessários.
2. No caso de materiais a área a atribuir dependerá da gestão do respectivo stock. Define-se o
prazo do fornecimento e determina-se o stock consumido nesse prazo. Adiciona-se o stock
mínimo para desencadear do a encomenda e define-se a quantidade máxima a armazenar a que
corresponde uma determinada área. A área é definida assim para o stock mínimo adicionado do
stock consumido no prazo de fornecimento.

Naturalmente que:
Prazo de fornecimento = prazo entrega+ margem+ prazo de negociação e contrato e a compra
processa-se segundo o esquema abaixo (fig.1).

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Para determinar áreas de armazenamento associadas a quantidade é necessário ter informação de
experiência anterior.
Alguns valores a fixar:
Cimento em sacos dentro de barracos: 17m2/ 10 toneladas ( pilhas até 1.5 m de altura)
Cimento em silos : silos com Ø≈ ¾ metros; cerca de 10/15 metros de altura total
Tijolos: 0.5 m2 por m3 de alvenaria de tijolo (máximo 2 metros de altura)
Tijolo em paletes: dimensões do fornecedor, incluindo níveis de paletização (normal / só 1)

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Aço em varão: altura aconselhada 0.5 m devido ao peso, não deixar o ferro tocar no terreno; 0.5 m2/
ton mas muito variável com os diâmetros utilizados
Armazém de madeira: altura máxima 2 metros 1.5 m2/m3 madeira
Areias e britas: 2m2/m3 de material (ver esquema figura 2)

9.5 DISPOSIÇÃO FÍSICA DAS ÁREAS ESCOLHIDAS

9.5.1 INTRODUÇÃO

A terceira e última operação consiste na implementação à escala das áreas escolhidas.


A metodologia adoptada é definida nos pontos seguintes.

9.5.2 O MÉTODO DAS CORRELAÇÕES/ ANÁLISE POR GRUPOS

O método das correlações/ análise por grupos consiste num processo heurístico de implantação.
Não se garante o óptimo mas em cada interacção a solução deverá melhorar em relação à anterior.
A metodologia a seguir é a seguinte:
1) Definir grandes zonas para cada um dos grupos a partir de critérios lógicos de bom senso, custo
mínimo de exploração do estaleiro ou outros ( ver lista à frente)

Grupos A – Produção
B – Meios carga, descarga e transporte interno
C – Depósitos
D – Vias de comunicação
E – Instalação apoio-controlo

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F – Instalação apoio-Social
2) Implantar as áreas de cada um dos grupos de uma forma ordenada ( por ordem sucessiva de
importância e tendo em consideração o tipo de construção)

Ordem aconselhada:
- entrada e saídas/controlo/electricidade, água, porteiro
- gruas
- central betão
- instalações produção ( carpintaria, armaduras, prefabricadas,…)
- depósitos/armazém/ferramtaria
- instalações sociais
- vias de comunicação
3) Criticar a solução implantada a partir de :
- matriz de correlações
- critérios de optimização do estaleiro
A figura abaixo (figura3) define as correlações fundamentais a considerar em estaleiro de construção.
As correlações habitualmente consideradas são as seguintes:
A – Absolutamente necessária
MI – Muito importante
I – Importante
C- A considerar
U – Sem importância
X- proximidade desaconselhável
As correlações mais importantes a estabelecer na obra de construção de um edifício são as seguintes:
Grua – Obra: A
Grua – armaduras :MI
Grua - cofragens: MI
Grua – depósitos :I
Grua – local descarga: A
Grua – outras unidades produtivas: I

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Figura 3 – Tabela de correlações para um estaleiro obra
Produção e depósitos – obra: E
Central de betão – vias: A
Obra – vias: A
Instalações diversas – vias: I
Armazém – vias : E
Critérios de optimização do estaleiro
- minimizar da distância a percorrer em obra;
- minimizar do número de operações de carga, descarga e transporte dentro de obra;
- minimização do número de montagens e desmontagens;
- isolamento das áreas sociais do local de construção;
- áreas de controlo e estacionamento junto ás entradas
- oficinas de produção em zonas recatadas mas com saídas debaixo da acção da grua ou no limite
muito próximo do seu raio de acção.

E ainda
- dar apoio ao pessoal de todos os materiais necessários da forma mais eficaz possível;
- programar um espaço de trabalho flexível;
- usar o espaço disponível de uma forma efectiva sem desaproveitamentos;
- reduzir o capital investido;
- proporcionar segurança no trabalho e bem estar aos trabalhadores;
- reduzir o tempo de construção
- facilitar o “ processo construtivo”;
- reduzir a “ energia” consumida nas operações de construção.

9.5.3 CONCLUSÕES

A implantação física do estaleiro da obra consiste em:


Para cada fase (arranjo geral):
- definir as instalações fixas a instalar no estaleiro;
- atribuir-lhes áreas;
- implantar as áreas à escala sobre planta de implantação da obra.
O arranjo de pormenor consiste na análise detalhada de cada instalação ( “ ampliação” de cada zona
específica).
Os aspectos mais importantes a reter são:
- o estaleiro evolui no tempo. Para cada fase é necessário estudar nova implantação;
- no arranjo físico do estaleiro o estudo das gruas e da movimentação dos materiais é a operação
ESSENCIAL e que não pode falhar:

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- os critérios fundamentais de análise de cada solução de estaleiro são a minimização das distâncias a
percorrer em obra, a redução do número de operações de carga/ descarga com cada material ou
equipamento e do número de operações de montagem/desmontagem das instalações fixas de estaleiro.

10. OBJECTIVOS

Este manual tem como objectivo ser um suplemento de auxílio à formação obtida pelos
formandos.
Este deve ser utilizado como auxilio ou em caso de dúvida por parte do formando.

11. CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO

Este manual não deve ser lido de forma corrida ou com o intuito de decorar acções. Deve ser lido
pausadamente de forma a proporcionar uma melhor compreensão e aquisição de novos
conhecimentos.

12. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A. CORREIA DOS REIS- Organização e Gestão de Obras – Lisboa 2010


B. JOSÉ AMORIM FARIAS- Folhas das lições de Gestão de Obras Segurança – Porto 2009-
2010
C. J. PAZ BRANCO – Organização de Estaleiros de Construção Civil – ed. EPGE 1993
D. SANTO FERNANDO- Edifícios, Visão Integrada de Projecto e Obras – Ingerium
Edições, Lisboa 2002

13. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

A. PAULO MOURÃO REIS- Preparação de obras de Construção Civil – Ed. Publindústria,


Porto 2009

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