2022
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Índice
ÍNDICE ................................................................................................................................................. 2
1 INTODUÇÃO ..................................................................................................................................... 5
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6.4 Previsão de custos da obra ................................................................................................... 21
6.5 Previsão de receitas ............................................................................................................. 22
6.6 Programa de Trabalhos ........................................................................................................ 22
6.7 Organização física do estaleiro ............................................................................................ 22
6.8 Organização do trabalho e chefias ....................................................................................... 22
6.9 Organização gerar administrativa da obra ........................................................................... 23
6.10 Análise do projecto, revisão do projecto, preparação técnica do trabalho ........................ 23
7 CONTROLO DE OBRAS .................................................................................................................. 24
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Manual de Preparação de Obra
1. INTRODUÇÃO
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2. FASES DE DESENVOLVIMENTO DO PROJECTO
Projectos de loteamento
Projectos de infra-estruturas (exteriores ao lote)
Projectos de edifícios
Etc…
Projectos de Loteamento
Estes projectos são instrumentos de ordenamento do território, que podem ser utilizados por entidades
públicas ou privadas, para a divisão do solo em áreas edificáveis e áreas não edificáveis.
Os alvarás de loteamento, planos de pormenor e planos directores municipais, tem como função
definir as condições de edificabilidade de uma determinada parcela de território, atendendo, em
simultâneo, as condicionantes estabelecidas pelas entidades concessionárias dos serviços públicos
(água, gás, electricidade e telecomunicações).
Projecto de edifícios
Os projectos usualmente envolvidos na construção de edifícios são:
- Projecto geral de arquitectura;
- Projecto de fundações e estruturas;
- Projecto de escavação e contenção periférica;
- Projecto da rede de esgotos (domésticos e pluviais);
- Projecto da rede de águas;
- Projecto das redes eléctricas;
- Projecto da rede telefónica;
- Projecto da rede de gás;
- Projecto de instalações electromecânicas (elevadores);
- Projecto de ventilação;
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- Projecto de segurança contra incêndios;
- Estudo de comportamento térmico;
- Estudo de comportamento acústico;
- Projecto de arranjos exteriores.
- Programa preliminar;
- Programa base;
- Estudo prévio;
- Projecto base (ante-projecto);
- Projecto de execução;
- Assistência técnica.
Programa Preliminar
Programa Base
Estudo prévio
O estudo prévio é desenvolvido em função do programa base aprovado pelo dono de obra.
Nesta fase inicia – se o processo de pormenorização das soluções proposta e de eventuais soluções
alternativas.
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Projecto de execução
Com a aprovação pelo dono de obra do projecto base o autor do projecto desenvolve o projecto de
execução, onde se definem todos os elementos necessários à boa execução dos trabalhos.
Assistência técnica
Esta fase corresponde ao acompanhamento, pelas projectistas, do desenrolar da obra, com o intuito
de serem esclarecidas as dúvidas ou para resolução de situações que ocorram durante a fase de
execução, designadamente a compatibilização dos diferentes projectos ou a correcção de erros.
Para permitir o normal desenvolvimento dos projectos o dono de obra deve fornecer os seguintes
elementos;
- Plantas cadastrais;
- Levantamento topográfico;
- Estudo geotécnico;
- Traçada das infra-estruturas exteriores ao lote.
Plantas cadastrais
Estas plantas devem conter todas as condicionantes existentes no subsolo e acima do solo, tais como
as redes das concessionárias enterradas (EDP, Água, Gás, Telefones, Etc..)
Levantamento topográfico
É uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento dos projectos, serve de base à implantação do
edifício e à definição das plataformas de trabalho.
Estudo geotécnico
O estudo geotécnico assume uma importância fundamental na escolha da solução de fundações. A sua
ausência conduz, muitas vezes, ao aumento dos custos e dos prazos das obras.
Estes elementos são importantes para a definição dos pontos de ligação á rede das redes prediais de
água, esgotos, gás, telefones, electricidade, etc..
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2.4 Competências dos intervenientes
Dono de obra
É o principal interessado na realização da obra, cabe-lhe fazer cumprir as cláusulas dos contratos
estabelecidos com os restantes intervenientes.
Para o acompanhante da obra pode delegar funções numa equipa de fiscalização.
Equipa projectista
Em fase de obra tem como função prestar assistência técnica esclarecendo as dúvidas levantadas no
decorrer dos trabalhos. No caso de ocorrerem situações não previstas em projecto cabe-lhe propor
novas soluções.
Empreiteiros
Entidades fiscalizadoras
Algumas entidades externas, concessionárias dos serviços públicos (água, esgotos, gás, electricidade e
telecomunicações), podem intervir para aferir a correcta execução dos trabalhos da sua área de
actuação.
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- Criminal;
- Civil
As responsabilidades disciplinar ou profissional e a criminal traduzem -se em penas a que estão
sujeitas as pessoas individuais.
A responsabilidade civil traduz-se na obrigação de indemnizar o lesado pelos donos causados.
ELEMENTOS ESCRITOS
ELEMENTOS DESENHADOS
Constituição de um projecto
Um projecto é composto por um conjunto de peças escritas e peças desenhadas.
As peças escritas são, genericamente, as seguintes:
- Memória descritiva e justificativa;
- Cálculo justificativo
- Caderno de encargos;
- Medições, mapa de trabalhos e estimativa orçamental.
Caderno de Encargos
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Mapa de medições tabela com todas as medições nas respectivas unidades (áreas (m2), volumes (m3),
Comprimentos (ml), quantidades (unid), pesos (kg) etc.), traduz-se na quantificação das actividades a
executar em obra.
Estimativa orçamental é a previsão do custo da obra.
Mapa de trabalhos traduz-se numa programação dos trabalhos no tempo de acordo com execução da
obra.
As peças desenhadas são um conjunto de elementos que fornecem a informação necessária à execução
em obra:
- Desenhos de implantação;
- Desenhos gerais de posição;
- Desenhos parciais de posição;
- Desenhos de construção;
- Desenhos de montagem;
- Desenhos de produção de componentes.
Desenhos de implantação
(Esc:1/500, 1/200 e 1/100)
Conteúdo:
- Implantação
- Terreno envolvente;
- Ligações urbanas (instalações).
Representação:
- Plantas;
- Perfis;
- Cortes.
Exemplos:
- Edifício;
- Terreno;
- Acessos;
- Instalações exteriores.
Desenhos gerais de posição
( Esc: 1/200, 1/100 e 1/50)
Conteúdo:
- Posição de elementos primários;
- Posição de elementos secundários;
- Dimensionamento;
- Malhas
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Representação:
- Plantas;
- Cortes;
- Perfis;
- Perspectivas.
Exemplos:
- Elementos primários;
- Elementos secundários e de equipamentos;
- Revestimentos.
Desenhos de construção
(Esc: 1/200, 1/10 e 1/5)
Conteúdos:
- Ligações entre elementos primários;
- Ligações infra-estruturais;
- Ligações super -estruturais.
Representação:
- Cortes;
- Vistas;
Perspectivas.
Exemplos:
-Ligação entre pavimento e envolvente;
- Ligação entre fundações e pavimento;
- Ligação entre cobertura e envolvente.
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Desenhos de montagem
(Esc: 1/10, 1/5, 1/2 e 1/1)
Conteúdo:
- Ligações entre elementos secundários e equipamentos;
- Montagem em oficina;
- Montagem em obra.
Representação:
- Cortes;
- Vistas;
- Perspectivas.
Exemplos:
- Ligação entre folha e aro;
- Ligação entre rodapé e lambril;
- Ligação entre bite e aro;
- Ligação entre corrimão e prumo.
Formatos recomendados
Os formatos vulgarmente utilizados em desenhos de construção, resultantes da normalização
internacional, são os seguintes:
- A0 – 841 mm *1189 mm;
-A1 – 594 mm *841 mm;
- A2 – 594 mm* 420 mm;
- A3 – 297 mm *420 mm;
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- A4 – 210 mm* 297 mm.
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4.1.2 Funções das Entidades Fiscalizadoras Legais na Fase de Execução da Obra
FUNÇÕES:
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ORGANIZAÇÃO
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4.1.5 Organização e Funções da Fiscalização na Fase de Execução da Obra
FUNÇÕES GERAIS:
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FUNÇÕES POR ESPECIALIDADE
- disciplinar ou profissional
- criminal;
- civil contratual;
- civil extracontratual;
- contra defeitos da obra = garantia de boa execução
Responsabilidade Disciplinar
Infracções ao previsto nas funções para que um indivíduo foi contratado; desrespeito por normas
internas ou externas da empresa.
Responsabilidade Criminal
Extensão da responsabilidade criminal a que todos os indivíduos estão sujeitos; não se transfere
para o superior hierárquico; é totalmente individual e personalizada.
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- erros de execução da obra;
- não cumprimento do projecto ou demais elementos do contrato de empreitada;
- não cumprimento de ordem de fiscalização (desde que esta respeite o contrato).
- Danos a pessoas ou bens alheios e externos à obra como por exemplo escavações que danifiquem
prédios vizinhos quando a responsabilidade não deva ser imputada aos projectistas, dono de obra
ou fiscalização.
5.2 Seguros
Conceito
Contrato celebrado entre uma empresa ou particular e uma seguradora com vista à cobertura de um
determinado risco mediante o pagamento de um certo valor monetário (Prémio). As regras do
contrato são definidas nas condições gerais e particulares da Apólice.
Seguros Obrigatórios
Empreiteiro:
Acidentes de Trabalho;
Automóveis;
Equipamento.
Todos os Intervenientes:
- Responsabilidade civil (contratual e extracontratual)
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Empreiteiro:
- Seguro – Caução (Equiparado a garantia bancária); cobre/ substitui o valor do depósito
de garantia e reforços adicionais de garantia = caução e reforços de caução.
6. PREPARAÇÃO DE OBRA
Operação que consiste na análise mais detalhada do orçamento apresentado ao cliente em concurso
e que esteve na base do contrato.
- Corrigem-se as medições;
- Actualizam-se e corrigem-se os preços unitários das tarefas;
- Encontram-se as tarefas omissas.
Prepara-se uma base de trabalho para os “erros e omissões” e o Orçamento para a Produção.
Documento que resulta da decomposição das tarefas do orçamento de produção em materiais, mão-
de-obra, equipamentos e subempreitadas eventualmente afectando cada recurso ao tempo.
Para obter o mapa de produção é necessário o seguinte:
a) Listagem de recursos a utilizar na obra e respectivas quantidades a partir da desagregação em
recursos do orçamento de produção;
b) Escolha e individualização das subempreitadas.
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6.5 PREVISÃO DE RECEITAS
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6.9 ORGANIZAÇÃO GERAL ADMINISTRATIVA DA OBRA
Esta actividade é a mais importante da preparação da obra e deverá ser efectuada pelo director de
obra logo após adjudicação.
Inclui:
- Estudo do projecto;
- Definição dos processos de construção para cada tarefa elementar.
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7. CONTROLO DE OBRAS
- Controlo de Prazos;
- Controlo de Custos:
- Controlo de Qualidade;
- Controlo de Segurança e Saúde dos Trabalhadores.
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7.3 CONTROLO DE CUSTOS
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7.3.3 INCLUSÃO DO FACTOR TEMPO
Idem 2.3.1 e 2.3.2. mais indexando os custos previstos e reais aos meses de facturação.
CONCLUSÃO: Os custos podem ser controlados ao nível apenas da facturação prevista e real
sem ligação aos recebimentos ou comparando recebimentos com custos reais (neste caso o controlo
de custos tem as características de controlo financeiro).
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7.5 CONTROLO DE SEGURANÇA E SAÚDE
Realizado pelo empreiteiro e dono de obra nos termos da legislação em vigor. ( D.L 273/2003).
Muitos empreiteiros controlam a produção apenas por meio dos custos (controlo indirecto de
produção) O controlo directo da produção implica custos adicionais. O controlo directo é feito na
obra com pessoal de controlo directamente afecto a essa tarefa. Esse pessoal não realiza tarefas de
trabalho real. O controlo directo está a cair em desuso.
A diversidade dos elementos, das técnicas de construção e das exigências das entidades oficiais
têm obrigado à intervenção cada vez maior do número de participantes. A opção por outras
actividades mais rendosas e por as obras terem aumentado de dimensão, tornou-se necessário a
utilização de meios e de métodos conducentes à industrialização.
Após a adjudicação do trabalho, isto é, após o conhecimento de que a execução da obra lhe será
entregue, a empresa tem necessidade de designar o responsável ou coordenador do trabalho
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(Director de Obra) e o chefe de estaleiro e restante pessoal dirigente a destacar para a sua
condução, nomeadamente encarregados, pessoal de escritório, manobradores, etc…
Organizar os planos de execução das fundações, estrutura, etc. e dos planos de canalizações,
condutas de ventilação, etc.
Convém organizar uma ficha da obra, que poderá ter aspecto do mapa de medições de custo.
Ao efectuar a revisão de medições poderão registar-se os resultados num impresso como o
apresentado no mapa de medições de mão-de-obra e materiais, o qual tem um interesse particular
para o chefe de estaleiro. É também a base de planificações dos trabalhos por indicar na sexta
coluna as cargas, por tarefa no que se refere a mão-de-obra.
Assinala-mos a este respeito da organização dos elementos base, que é frequente os projectos não
definirem de maneira suficiente a execução das fundações, ou alguns dos materiais a empregar. As
questões podem ser fundamentais para tempos e de aprovisionamento de materiais.
A entrega da obra é assinalada pela assinatura do contrato, o que exige prévio estudo jurídico das
respectivas cláusulas.
É de notar que nos temos referido a adjudicação de obras, e se essa é a situação que sempre ocorre
na execução de obras públicas, podem não ser o caso da construção civil. Com efeito, este ramo de
actividade da construção tem a possibilidade de realizar obras totalmente planificadas e executadas
pelas próprias empresas, ou sobe sua direcção, para venda após conclusão. A venda pode ser por
andares em regime de propriedades horizontal de 1966, art.ºs 1414 a 1438 –A. DL.,267/94 de
25/10 e DL. 268/94 de 25/10 ou por lotes no caso de vivendas unifamiliares.
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Parece que este é mesmo um tipo de actividade normal de uma empresa de construção civil, de
dimensão média ao grande, porque só assim pode ela ter assegurado trabalho permanente para a
sua organização. Nesta hipótese a empresa pode deixar de executar trabalhos de encomenda e
dedicar-se apenas a execução de determinados modelos.
Ao efectuar a revisão do orçamento poderemos seguir outro método que, por ser de aplicação mais
demorada exigir certas concretizações que não será possível no período do que se dispõe para o
estudo da proposta de preços. Tal método consiste, no que se refere mão-de-obra, em estudar o
quadro de pessoal face às tarefas a realizar.
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8.2 – Preparação do Trabalho
A preparação do trabalho está intimamente relacionada com a planificação de pormenor das obras,
mas convirá referir algo mais.
Como sabemos, a execução de uma obra pode decompor-se num certo número de tarefas
complementares, cada uma das quais exige um certo prazo de execução. A cada tarefa
corresponderá uma ou mais equipas de pessoal. O prazo acabado de referir dependa do rendimento
dos meios postos à disposição (mão de obra e máquinas), isto é, da capacidade de realização. Mas é
evidente que as coisas não se processam no estaleiro de acordo com este esquema simples.
Com efeito, na execução de uma tarefa pode haver erro de avaliação, pode não estar a tirar-se o
rendimento do pessoal. Pode ainda ocorrer qualquer causa imprevista, por exemplo, falta de
materiais ou condições favoráveis acidentais, de que possa resultar atraso ou avanço em relação ao
previsto para essa tarefa e que isso implique com outra, que esteja de momento impedida de
começar ou prosseguir normalmente. Há então que ou deixar inactivo, durante alguns dias, o
correspondente pessoal, ou utiliza-lo mal nesse período, ajudando outros, ou ainda, para evitar isso,
ter um certo trabalho de reserva, por exemplo, um edifício alto e baixo, que, servindo de volante
regularizador, permite resolver, de momento problemas de desemprego como o referido.
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Esta reserva não excederá em regra uns 7% do volume global de trabalho, localizar-se-á numa
parte da obra que seja possível deixar para o fim. É evidente que o trabalho aqui realizado, dadas as
constantes interrupções, será por certo inferior à média geral obtida na parte restante da construção,
mas no conjunto, ganha-se, com tal prática, como também é evidente, dado o aproveitamento do
pessoal desempregado.
Entre as várias tarefas existe uma relação de sequência e um grau de interdependência, maior ou
menor no tempo. Esta interdependência resulta de condições locais uma vez que, por exemplo, no
caso de execução das fundações de um prédio teremos que considerar dois casos, quanto à forma
do edifício, que se pretende com as dimensões de frente de trabalho.
Se se tratar de um bloco de construção em altura, com pequenas dimensões em planta e forma
sensivelmente quadrada, o trabalho “escavação dos caboucos” terá de terminar completamente para
se poder iniciar a betonagem. Com efeito, para começar esta ultima tarefa é necessário ter
efectuado as escavações e desembaraçado o local de terras, a fim da betonagem se poder fazer em
boas condições de rendimento.
Pelo contrário, se se tratar de um bloco muito comprido a tarefa betonagem poderá iniciar-se logo
que uma secção suficiente da obra tenha sido terminada as escavações e tenha sido efectuado o
transporte das terras, embora, no restante, a escavação estejam ou em parte ainda iniciada.
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É evidente que estes objectivos são fáceis de atingir em tarefas repetidas, que será o caso da
construção em série suficientemente grande, e difícil de atingir em tarefas que se não repetem. No
entanto não é isso a razão para que, neste ultimo caso, não se procure fazer o melhor possível. É
essa a filosofia actual da construção civil, e se é verdade que na ausência daquela repetição não se
atingirá certamente o menor custo, e portanto nunca se poderá resolver o problema geral da
população, não há duvida que o trabalho pode ser organizado.
Com efeito, no tipo de actual construção a multiplicidade de tarefas e os prazos, muitas vezes
demasiado curtos, para a execução das obras não permite, sempre, uma boa utilização da
capacidade disponível. Daí a necessidade, já referida, de se criar um elemento regulador, para fazer
a situações que podem, naturalmente, surgir.
O que referimos aplica-se aos trabalhos de sub-empreiteiros, pois que estas funcionam por prazos
de execução bem como a definição completa do trabalho a realizar por cada sub-empreiteiro terão
que ser rigorosamente combinadas.
Referimos atrás que, na preparação do trabalho tem que se atender à sequência das tarefas que, na
construção de um edifício de tipo corrente podem enunciar-se como adiante se indica.
É necessário, para cada caso, elaborar um mapa das diversas tarefas, na ordem que devem ser
consideradas, a cada uma das quais se dará um número de referência. As diversas tarefas podem
agrupar-se em diferentes classes:
2- Implantação da obra. Delimitação da área de estaleiro, Vedação destas com tapumes. Instalação
do estaleiro, incluindo barracas e máquinas.
3- Desaterro para cave. Execução de armaduras para as fundações e de taipais para cofragem de
paredes, pilares e vigas. Abertura de caboucos.
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5- Execução da estrutura incluindo colocação de taipais de cofragem e betonagem, colocação de
taipais de vigas (fundos e taipais laterais) e escoramento, e colocação de assoalhados de lages e
lanços de escadas e respectivo escoramento e vigamento. Colocação de armaduras de vigas, de
lages e de escadas, bem como armaduras de pilares para novo piso. Betonagem de vigas e de lages.
Este conjunto de tarefas repete-se, consoante o número de pisos.
11- Execução de betonilhas, pregar rodapés, executar estuques abaixo dos andaimes.
O prazo previsto para a execução da obra deverá ser dividido em semanas e descontados os
feriados obrigatórios, férias legais e dias de paragem do trabalho devido a intempéries, tendo em
conta a média habitual na região em que se trabalha, com um certo coeficiente de segurança. Para
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tal consultar elementos já publicados pelo Serviço Meteorológico Nacional, ou que estejam para
próxima publicação. À falta de melhor, considerar por exemplo três semanas perdidas no período
de 15 de Outubro a 15 de Abril, período este que se deixa livre após o dia 15 de Abril para efeitos
de permitir as sucessivas replanificações. É evidente que nesta consideração da influencia das
intempéries deverá atender-se ao facto do que se está a realizar no Inverno, se as fundações se a
estrutura, se só esta ou fundamentalmente os acabamentos. Neste último caso os dias de chuva
terão reduzida influência, no 1º caso, e sobretudo os trabalhos de fundações poderão ser fortemente
influenciados. Se os acessos forem precários, os transportes de brita, areia, tijolos, etc., poderão ser
muito prejudicados. Todos estes factos devem ser ponderados ao estabelecer o valor do coeficiente
de segurança acima referido.
A garantia de respeito de um prazo não é o objectivo único nem talvez da preparação do trabalho,
em pormenor. Ela permite calcular os meios necessários e constitui um processo de controlar o
preço de custo, na medida em que pode acusar qualquer deficiência de rendimento do pessoal, em
relação ao previsto, e que serviu de base à elaboração da proposta de preços.
Para a realização da obra, dentro do prazo útil final, calculado como anteriormente se referiu,
estabelecem-se quais as diferentes tarefas, para execução, das quais se criarão equipas
independentes que cubram a totalidade dos trabalhos. O efectivo de cada uma dessas equipas – que
podem chegar a um só homem – será o necessário para a realização das correspondentes tarefas, no
prazo estipulado. Desenhamos num gráfico tal prazo, a uma certa escala. No quadro 5.11
representa-se arbitrariamente esse prazo, que de momento não interessa discutir, porque é
independente do que a seguir se refere.
A execução desta parte da construção pode ser considerada como constituída por módulos, que se
repetem identicamente por andares, por exemplo. Consideremos um destes módulos, e seja 10t o
tempo necessário à execução do tosco, sendo t um certo prazo (unidades ordenadas em gráficos) e
determinar posteriormente. Ora bem este valor 10t terá elemento de partida para determinar todo o
prazo de intervenção de cada equipa.
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Com efeito é necessário garantir, para cada uma das diferentes equipas que trabalham
sucessivamente no mesmo lugar, períodos iguais de tempo para a realização do seu trabalho,
conforme referida, de modo a evitar interferência. Há, apenas, que criar um certo desfasamento
entre a chegada de cada equipa que executa a tarefa imediatamente anterior e imediatamente
posterior, período que pode ser condicionado por razões técnicas (endurecimento do betão,
secagem de rebocos e estuque, etc.
Admitimos que o trabalho respeitante a equipamento e acabamentos será distribuído por 9 tarefas,
a cada uma das quais corresponde uma equipa. Se for 6 t o desfasamento conveniente entre o inicio
da execução da estrutura (incluindo paredes) e o inicio da execução do grupo de tarefas designado
por equipamento e acabamentos, e se for de t o desfasamento entre inicio de cada uma das tarefas
correspondentes, teremos o gráfico indicado no quadro 5.5.
Admitamos então o prazo de 78 semanas para a realização das obras e que deduzido o período de
arranjo e vedação do terreno, instalação e levantamento do estaleiro, dias de chuva, férias, etc.,
convém só contar com 70 semanas para a realização do trabalho. Sendo assim será:
35 t=70 t=2 semanas
Chegados a este ponto, se o período t calculado satisfizer, poderá prosseguir-se no estudo. Se o
prazo for muito longo e não permitir a plena utilização do pessoal que se pode admitir, deverá
investigar-se a possibilidade de concluir mais cedo o trabalho ou alargar a período entre
intervenções consecutivas.
Se for demasiado apertado, há que tentar acelerar a execução dos toscos e reduzir o intervalo entre
as diversas intervenções.
Cada interveniente tem que saber o que deve fazer, isto é, quais os limites do seu campo de acção e
responsabilidade afim de poder concentrar-se no seu trabalho com pleno rendimento, sem estar a
perder o seu tempo supostamente à espera dos outros ou sem se preocupar em fiscalizar e criticar o
trabalho que compete aos seus companheiros, e que a si não dizem respeito.
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Começando pelo director técnico, ele tem a responsabilidade de por todas as funções de
planificação execução e controlo técnico. Superintende o estudo das obras e o preço das propostas,
e os contratos de fornecimento e de execução, bem como lhe compete toda a actividade que se
prende com a economia das obras.
Mantém contacto permanente com os elementos executivos, através de reuniões que promove em
cada estaleiro, e visita as obras para ter uma ideia visual e por vezes também para conversar
directamente com os encarregados, capatazes e operários, a fim de ter uma ideia do ambiente que
reina nas obras, não dando porém ordens directas ao pessoal.
Deverá tomar parte nas reuniões semanais de estaleiro, com encarregados e sub-empreiteiros, e
deverá trocar impressões frequentes com os encarregados, devendo interessar-se pela manutenção
de um bom clima na obra, aprofundando os problemas técnicos e humanos dos seus colaboradores.
O chefe de produção deverá ocupar-se das situações de pagamento e ter em atenção os problemas
de segurança e higiene no trabalho.
Um dos aspectos importantes em que aplicará a sua acção será no estudo dos rendimentos do
trabalho, e seu controlo, e verificará a utilização das máquinas e equipamentos. A distribuição e
utilização das máquinas têm, naturalmente, que fazer-se simultaneamente com a distribuição da
mão-de-obra. Esta deve, no entanto, ser subordinada à utilização das máquinas que a empresa
possui, a pleno rendimento. É evidente que não é possível atingir este objectivo na totalidade, pois
se verifica sempre a existência de períodos em que uma determinada máquina deixa de ser
necessária numa obra e não pode ainda seguir para outra obra. Deve, por isso, na medida do
possível, reservar-se para esses períodos de paralisação forçada, as grandes revisões de máquinas.
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Além das máquinas propriamente ditas, deverá ser estudado o programa de utilização de outro
equipamento como sejam ferramentas manuais e mecânicas, andaimes, via decauville e vagonetas,
etc…
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Na elaboração deste estudo deverá entender-se ao inventário de armazém, devidamente
actualizado, a fim de procurar aplicar o material disponível, ponderando, em cada caso, se será
preferível adquirir um novo equipamento por o existente não conduzir a uma utilização económica
no caso que se apresenta.
O problema dos transportes não tem, em regra, na construção civil a importância que assume nas
obras públicas. No entanto com a generalização da pré-fabricação essa importância será cada vez
maior.
Para isso terão que conhecer-se, além das características de cada veículo, as distancias a percorrer
entre o armazém da Empresa e as obras, de uma obra às outras e também, conforme o caso, a
vazadouros, pedreiras, areeiros, fornecedor de cimento, etc.. É também necessário conhecer as
características das máquinas, ferramentas e outros equipamentos da Empresa que haja que
transportar.
Atender-se-á, nos locais de carga e descarga, à necessidade de proteger a tais operações com a
maior prontidão, o que inclui o desembaraço dos acessos, de modo a não implicar com períodos de
paralisação de veículos.
É necessário elaborar um mapa de distribuição do serviço diário, procurando agrupar a carga por
tipos, para efeito de transporte, nas melhores condições.
O chefe de estaleiro deve participar na planificação das obras, e deve ser informado dos
rendimentos considerados no estudo da proposta, conhecer o mapa de medições, e caderno de
encargos. Fiscaliza a qualidade de trabalho, a qualidade dos materiais encomendados e recebidos.
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Comanda a admissão e o despedimento do pessoal, em colaboração com os encarregados, e
aumenta os salários no conhecimento da política da Empresa e das condições da proposta da obra
que está a executar.
Fiscaliza o cumprimento dos prazos e participa ao chefe de produção todas as suas dificuldades.
Centraliza a colheita de elementos de controlo dos resultados da obra.
Devem conhecer as medições e a planificação da obra, e devem ter grande conhecimento prático
do trabalho, devendo, por isso, serem ouvidos na elaboração dos planos de execução. Deverão
saber avaliar bem as condições locais, climatológicas e as outras, possibilidades dos seus
colaboradores no que se refere a rendimentos do trabalho.
A organização é feita agrupando o pessoal por equipas de trabalho, como temos referido,
colocando à frente destes os arvorados ou capatazes necessários para que o trabalho seja bem
executado e decorra com o rendimento previsto ou, se possível, com rendimento maior que o
previsto.
A distribuição de mão-de-obra pode ser estudada graficamente, partindo das medições dos
trabalhos a executar e dos rendimentos considerados, no orçamento da obra, para cada equipa. É de
abandonar completamente a antiga prática dos encarregados de tudo decidirem de memória sem
cuidar das repercussões dessa atitude no planeamento, e qual será o destino do pessoal, em cada
dia, respeitando, com frequência exagerada, mudanças das tarefas que são diariamente distribuídas
ao pessoal.
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Deverão dar indicações precisas ao pessoal e deverão permitir que este não se comporte como
simples executantes, e que possam, quando forem capatazes, utilizar a sua inteligência na melhoria
da realização das tarefas a seu cargo.
Deverão dar instruções claras e exemplificar como deve ser realizado o trabalho, ensinado o
pessoal sob as suas ordens, sempre que seja necessário, mas sem deixar de permanecer um
elemento de controlo e não passar a elementos executantes.
Deverão contribuir para manter um bom rendimento na obra, para manter a ordem na sua equipa e
a pontualidade do seu pessoal de que serão os porta-vozes no caso deste querer fazer qualquer
representação aos seus chefes.
Os operários deverão conhecer perfeitamente o que deles se espera o que deverão receber
oportunamente todos os elementos de informação indispensáveis, sejam indicações verbais,
esquemas ou desenhos. Os capatazes e encarregados deverão manter-se na mesma obrigação, como
se referiu, de exemplificar como deve ser realizada cada tarefa.
Não é, em regra, possível, dimensionar as diversas equipas de modo a que sobre cada operaria
incida uma carga constante. Daí resultam, permanentemente, alguns tempos mortos, mas estes
podem variar dentro de limites que dependem dos cuidados tidos no dimensionamento dos grupos
de trabalho.
Na fig.2 indicam-se duas hipóteses de organização, a do segundo gráfico com tempos mortos muito
menores portanto com maior produtividade. Em qualquer dos casos, porem, verifica-se a
impossibilidade de organizar duas das parcelas (telhado e instalação eléctrica) que deverão, de
preferência, ser executado em regime de sub-empreitada de mão-de-obra.
A duração do ciclo de trabalho é também mais vantajosa no segundo caso, 616 contra 765 horas no
primeiro caso.
A existência de tempos mortos dentro de um grupo de trabalho significa que nele permanece, o
aspecto que anteriormente referimos, daí a irregularidade do gráfico de cargas da mão-de-obra.
Portanto a curva representativa desta última, dentro das actividades que competem ao grupo em
referência (por exemplo execução de estuques) será do tipo indicado na fig.3. Ela refere um
conjunto de actividades repetidas que ocorrem nos sucessivos pisos de um bloco de apartamentos
iguais, com um determinado ciclo de intervenção.
A situação poderá complicar-se com o absentismo do pessoal, que entre nós anda regularmente por
8% do tempo total, em trabalhos de construção civil.
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caso D da Fig.4 criam-se duas equipas iguais, uma ocupada do lado esquerdo, outra do lado direito
do edifício, e que podem entre ajudarem-se.
O primeiro dos gráficos, apresentados na fig.4 pressupõe uma actuação muito apertada, porque não
permite falhas de nenhuma natureza. Qualquer atraso vai repercutir-se nas actividades seguintes,
convindo portanto operar com certa folga conforme o gráfico fig.5. Nos casos em que seja
necessário qualquer pausa por razões técnicas (por exemplo secagem de rebocos para aplicação de
pinturas, etc.), os intervalos deverão ser mais importantes.
É evidente que a possibilidade de introduzir folgas entre as diversas actividades depende do prazo
que se dispõe. Se ele for muito apertado a solução será, conseguir obter um ritmo mais rápido na
execução das diversas actividades, de modo a permitir a existência de folgas entre as diversas
intervenções o processo mais rendível obtém-se dimensionando os grupos de trabalho com pouco
pessoal sendo sabido que prazos excessivamente curtos agravam custos directos.
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8.3 Subempreitadas
As subempreitadas para obras públicas são regulamentadas pelos art.s.383.º a 386 do DL 18/2008,
de 29/1.
Uma das razões porque se recorre ao regime de sub-empreitadas para a realização de certas partes
das obras é a necessidade de melhorar a produtividade.
Tem que efectuar-se consultas a vários sub-empreiteiros e proceder a encomenda das propostas
mais favoráveis.
Todos os empreiteiros recorrem aos serviços de sub-empreiteiros, por duas ordens de razões:
- Casos que exigem equipamentos especializado ou máquinas caras com pequeno número de
aplicações nas obras que habitualmente executa.
Neste caso portanto não se justifica aquisição de tais equipamentos ou verificam-se dificuldades de
qualquer natureza para o aluguer dessas máquinas com vista a utilização directa, em boas
condições económicas. Inclui-se, por exemplo, neste caso, a execução de terraplanagens.
- Casos que envolvam trabalhos objecto patente ou uma técnica especial como sejam a execução de
estacas e outros tipos de fundações especiais, consolidação de solos, execução de cortinas
ancoradas etc. que exigem pessoal treinado, que só as firmas especializadas detêm.
Estão igualmente neste caso o fornecimento de betão pronto, moldes para betão, armaduras
preparadas para aplicação imediata, tubagem para canalizações interiores (incluindo instalações de
gás) e exteriores (incluindo algerozes e tubos de queda) impermeabilização de terraços, trabalhos
diversos como coberturas, isolamento acústico e térmico, e revestimento especiais de tectos e
paredes, azulejos, forro de papel, assentamento de placas prefabricadas, de revestimento e
pavimentos, execução sub-tectos, fornecimento de carpintaria de limpos( portas, caixilharias,
armários, etc.), serralharia, tabiques pré-fabricados e painéis para revestimento de fachadas.
Os empreiteiros gerais reservam para si a execução das estruturas de betão armado e execução das
paredes de alvenaria e dos pré-acabamentos e acabamentos, tarefas cuja qualidade se considera da
maior importância e capaz de ocupar com regularidade o seu pessoal permanente.
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As Empresas de Construção Civil normalmente executam em regime de sub-empreitadas todos os
grandes trabalhos de instalação eléctrica como:
-Certas empresas que operam como empreiteiros gerais podem dispor de um núcleo de pessoal,
pouco numeroso, incluindo pedreiros, carpinteiros, canalizadores, pintores, azulejadores etc., que
embora não assegurem a execução normal dos trabalhos, permite-lhes a resolução de muitos
problemas. É este pessoal chamado a dar o seu apoio inicial às obras, enquanto não se atinge a fase
do inicio das sub-empreitadas e que enquadra este, na fase de desenvolvimento dos trabalhos;
pode-se deste modo pôr dois grupos a trabalhar paralelamente, e até criar um espírito de emulação.
Alem disso, tratando-se de pessoal escolhido pela sua competência, ele pode ser encarregado da
execução dos trabalhos de maior responsabilidade.
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Não é raro que tais relações de trabalho cheguem a durar décadas, no decorrer das quais se verifica
com frequência a necessidade de pedir ajudas mutuas, para possibilitar a resolução, a uma e outra
das partes de problemas urgentes que surgem.
A maior parte dos Empreiteiros, ao elaborarem as suas propostas de preço, sempre que suspeitam
de que estão com preços altos, recorrem a consultas a novos sub-empreiteiros, em maior ou menor
extensão, com o fim de poderem controlar os preços que lhes foram oferecidos.
Verificam porém, na maior parte dos casos., que são os seus sub-empreiteiros habituais que
efectivamente propõem os preços mais convidativos.
Verificam também, com assinalável frequência, que são os novos sub-empreiteiros que geralmente
trazem mais problemas de qualidade de execução e dos cumprimentos dos prazos.
9.1 INTRODUÇÃO
A metodologia deverá repetir-se para cada fase da obra. Obviamente que a fase 2 partirá do estaleiro
concebido para a fase 1, a fase 3 partirá da fase 2 e assim sucessivamente. Será o planeamento da obra
a definir as datas de ligação entre as fases.
Ex: 1 edifício
Fase 1 – estrutura
Fase 2 – acabamentos
Fase 3 – arranjos exteriores
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9.4 INSTALAÇÕES FIXAS E MEIOS DE APOIO
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Vias de comunicação – em estaleiros implantados em terrenos difíceis é necessário assegurar a
drenagem das águas das chuvas para evitar grandes zonas de lamas e assegurar caminhos de circulação
com o mínimo de capacidade de suporte.
Drenagem e infra-estruturas do estaleiro – é imprescindível planear atempadamente todos os trabalhos
necessários de modo a minimizar custos associados a alterações/correcções.
Naturalmente que:
Prazo de fornecimento = prazo entrega+ margem+ prazo de negociação e contrato e a compra
processa-se segundo o esquema abaixo (fig.1).
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Para determinar áreas de armazenamento associadas a quantidade é necessário ter informação de
experiência anterior.
Alguns valores a fixar:
Cimento em sacos dentro de barracos: 17m2/ 10 toneladas ( pilhas até 1.5 m de altura)
Cimento em silos : silos com Ø≈ ¾ metros; cerca de 10/15 metros de altura total
Tijolos: 0.5 m2 por m3 de alvenaria de tijolo (máximo 2 metros de altura)
Tijolo em paletes: dimensões do fornecedor, incluindo níveis de paletização (normal / só 1)
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Aço em varão: altura aconselhada 0.5 m devido ao peso, não deixar o ferro tocar no terreno; 0.5 m2/
ton mas muito variável com os diâmetros utilizados
Armazém de madeira: altura máxima 2 metros 1.5 m2/m3 madeira
Areias e britas: 2m2/m3 de material (ver esquema figura 2)
9.5.1 INTRODUÇÃO
O método das correlações/ análise por grupos consiste num processo heurístico de implantação.
Não se garante o óptimo mas em cada interacção a solução deverá melhorar em relação à anterior.
A metodologia a seguir é a seguinte:
1) Definir grandes zonas para cada um dos grupos a partir de critérios lógicos de bom senso, custo
mínimo de exploração do estaleiro ou outros ( ver lista à frente)
Grupos A – Produção
B – Meios carga, descarga e transporte interno
C – Depósitos
D – Vias de comunicação
E – Instalação apoio-controlo
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F – Instalação apoio-Social
2) Implantar as áreas de cada um dos grupos de uma forma ordenada ( por ordem sucessiva de
importância e tendo em consideração o tipo de construção)
Ordem aconselhada:
- entrada e saídas/controlo/electricidade, água, porteiro
- gruas
- central betão
- instalações produção ( carpintaria, armaduras, prefabricadas,…)
- depósitos/armazém/ferramtaria
- instalações sociais
- vias de comunicação
3) Criticar a solução implantada a partir de :
- matriz de correlações
- critérios de optimização do estaleiro
A figura abaixo (figura3) define as correlações fundamentais a considerar em estaleiro de construção.
As correlações habitualmente consideradas são as seguintes:
A – Absolutamente necessária
MI – Muito importante
I – Importante
C- A considerar
U – Sem importância
X- proximidade desaconselhável
As correlações mais importantes a estabelecer na obra de construção de um edifício são as seguintes:
Grua – Obra: A
Grua – armaduras :MI
Grua - cofragens: MI
Grua – depósitos :I
Grua – local descarga: A
Grua – outras unidades produtivas: I
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Figura 3 – Tabela de correlações para um estaleiro obra
Produção e depósitos – obra: E
Central de betão – vias: A
Obra – vias: A
Instalações diversas – vias: I
Armazém – vias : E
Critérios de optimização do estaleiro
- minimizar da distância a percorrer em obra;
- minimizar do número de operações de carga, descarga e transporte dentro de obra;
- minimização do número de montagens e desmontagens;
- isolamento das áreas sociais do local de construção;
- áreas de controlo e estacionamento junto ás entradas
- oficinas de produção em zonas recatadas mas com saídas debaixo da acção da grua ou no limite
muito próximo do seu raio de acção.
E ainda
- dar apoio ao pessoal de todos os materiais necessários da forma mais eficaz possível;
- programar um espaço de trabalho flexível;
- usar o espaço disponível de uma forma efectiva sem desaproveitamentos;
- reduzir o capital investido;
- proporcionar segurança no trabalho e bem estar aos trabalhadores;
- reduzir o tempo de construção
- facilitar o “ processo construtivo”;
- reduzir a “ energia” consumida nas operações de construção.
9.5.3 CONCLUSÕES
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- os critérios fundamentais de análise de cada solução de estaleiro são a minimização das distâncias a
percorrer em obra, a redução do número de operações de carga/ descarga com cada material ou
equipamento e do número de operações de montagem/desmontagem das instalações fixas de estaleiro.
10. OBJECTIVOS
Este manual tem como objectivo ser um suplemento de auxílio à formação obtida pelos
formandos.
Este deve ser utilizado como auxilio ou em caso de dúvida por parte do formando.
Este manual não deve ser lido de forma corrida ou com o intuito de decorar acções. Deve ser lido
pausadamente de forma a proporcionar uma melhor compreensão e aquisição de novos
conhecimentos.
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