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BELO HORIZONTE
2017
FACULDADE SETE LAGOAS – FACSETE
Liliane Alvares Gonçalves
BELO HORIZONTE
2017
ESTAÇÃO ENSINO
O tratamento da Classe II pode ser realizado de diversas formas, entre elas podemos
citar os aparelhos de propulsão mandibular, utilização de cursores e elásticos, sliding jigs,
molas abertas, distalização em bloco com ou sem o auxílio de mini-implantes. Todos
apresentam vantagens e limitações, como colaboração de paciente e componentes de força.
Dessa forma esse trabalho teve objetivo de demonstrar a correção da má oclusão de Classe II,
sobremordida profunda, através da distalização do arco superior com auxílio de mini-
implantes. Após 4 anos e 2 meses de tratamento, o resultado esperado foi alcançado, com
obtenção da relação Classe I de molares e correção da sobremordida. Ao final do tratamento
podemos concluir que o uso de mini-implante é um importante aliado do tratamento
ortodôntico, pois fornece ancoragem absoluta e reduz a necessidade de colaboração do
paciente.
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 8
2. CASO CLÍNICO......................................................................................... 10
2.1 Relato de caso clínico.................................................................................... 10
2.2 Tratamento .................................................................................................... 14
2.3 Resultados ..................................................................................................... 16
3 DISCUSSÃO ................................................................................................... 20
4 CONCLUSÃO ................................................................................................ 24
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 25
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1 INTRODUÇÃO
dos dentes anteriores inferiores, perda de ancoragem (FERREIRA et al. 2012). Atualmente
um dos métodos mais utilizados para distalização do arco superior é com auxílio de mini-
implantes. Esses recursos temporários possuem potencial para fornecer ancoragem absoluta
no movimento dentário (MARASSI, 2005). Dentre as vantagens dos mini-implantes podemos
destacar a necessidade de pouca cooperação do paciente (SANTOS et al. 2006), boa aceitação
por parte dos pacientes e movimentação rápida (VILLELA et al. 2008). Apesar da
versatilidade e eficiência dos mini-implantes, os mesmos podem apresentar falhas ou
insucessos no tratamento através da mobilidade e perda de estabilidade.
Os mini-implantes podem ser posicionados em diversas regiões no rebordo alveolar ou
no palato com o intuito de distalizar os elementos superiores. Geralmente, eles são instalados
entre as raízes do segundo pré-molar e primeiro molar, por se tratar de um sítio com boa
espessura da cortical e ainda, maior espaço entre as raízes (SUNG et al. 2007). Tendo em
vista, as vantagens dessa mecânica, o objetivo deste trabalho foi reportar o tratamento da má-
oclusão de Classe II, divisão 2, com sobremordida profunda, através da distalização dos
dentes superiores auxiliado pelos mini-implantes.
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2 CASO CLÍNICO
Figura 1: Fotografias extra e intrabucais iniciais. (A) Fotografia frontal; (B) Fotografia frontal de sorriso; (C)
Fotografia de perfil; (D) Fotografia lateral direita; (E) Fotografia frontal intra-oral; (F) Fotografia lateral
esquerda; (G) Fotografia oclusal superior; (H) Fotografia oclusal inferior.
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Figura 2: A - Telerradiografia de perfi final; B -Traçado cefalométrico inicial e final;C- Radiografia panorâmica
inicial.
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3 TRATAMENTO
Inicialmente foi utilizado o aparelho disjuntor tipo Hyrax, na arcada superior e bihélix,
na inferior, para melhora da relação transversal dos arcos. Após 6 meses, iniciou-se o
tratamento corretivo com aparelho fixo convencional, Roth Ligth slot 022”
(Morelli/Sorocaba), em ambos os arcos. Nessa fase também foi instalado um batente
removível de acrílico para auxiliar a correção da sobremordida profunda. A Classe II foi
corrigida com auxílio de ancoragem esquelética através de mini-implantes ortodônticos. Os
mini-implantes foram instalados após o alinhamento x nivelamento, na região entre segundos
pré-molares e primeiros molares superiores. Foi inciada a distalização em grupo do arco
superior realizando ativações por elástico em cadeia, dos mini-implantes á um gancho soldado
no arco retangular de aço seção 0.018” X0.025”, entre pré-molares, de ambos os lados,
exercendo uma força aferida de 250 cN. Após 12 meses de distalização foi obtida a correção
da Classe II. Após essa fase ativa, foi realizada a finalização do caso e instalação de
contenções.
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4 RESULTADOS
Figura 4: A - Telerradiografia de perfi final; B – Sobreposição dos traçados inicial e final; C - Radiografia
panorâmica final.
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Figura 6: Fotografias extra e intrabucais finais. (A) Fotografia frontal; (B) Fotografia frontal de sorriso;
(C) Fotografia de perfil; (D) Fotografia lateral direita; (E) Fotografia frontal intra-oral; (F) Fotografia lateral
esquerda; (G) Fotografia oclusal superior; (H) Fotografia oclusal inferior.
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5 DISCUSSÃO
molares não é indicada, a distalização dos molares é eleita como forma de tratamento
(MANHÃES et al. 2009).
De acordo com SILVEIRA e ETO (2004), o AEB apresenta uma enorme resistência
por parte do paciente por ser aparelho que se localiza fora da cavidade bucal. A cooperação do
paciente é um fator determinante para que se possa alcançar um resultado satisfatório ao final
do tratamento. LUCATO et al. (2004) confirma que o uso de sliding jig e elásticos
intermaxilares necessita da colaboração intensa do paciente para obter resultados satisfatórios.
Já SANTOS et al. (2006), citam em seu artigo que o Jones Jig, Distal Jet e o pendex
apresenta boa aceitação por parte do paciente por ser um dispositivo intrabucal quando
comparado com dispositivos extrabucais. Para PATEL et al. (2009), o distalizador Jones jig,
provoca uma perda de ancoragem causada pela mesialização dos pré-molares, protrusão dos
incisivos, aumento do overbite e overjet. O aparelho Distal Jet, é um distalizador intrabucal
que utiliza uma ancoragem dento-muco suportada capaz de distalizar os molares de corpo
(CARANO e TESTA, 1996). Porém para SILVEIRA e ETO (2004), o aparelho promove
perda de ancoragem e inclinação labial dos incisivos, porém para BOLLA et al. (2002), o
Distal Jet, apresenta como vantagem ser estético, confortável, simples instalação e ativação.
Para LEIROS e PINTO (2004), o pendex se mostrou bastante eficiente na correção da má
oclusão de Classe II, não necessitando de nenhuma colaboração do paciente. Porém apresenta
dificuldade de higienização, riscos de fraturas do aparelho e efeito colateral de
vestibularização dos dentes anteriores.
6 CONCLUSÃO
Concluímos que a mecânica utilizada no caso descrito foi eficiente na distalização dos
molares e correção da Classe II e sobremordida profunda, sem impacto negativo na face. Os
mini-implantes mostraram-se uma alternativa viável como ancoragem sem a necessidade de
colaboração do paciente.
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