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INSTRUÇÃO Nº 3.03.

15/2020-CG

PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

2ª edição revisada
BELO HORIZONTE - MG
2020
INSTRUÇÃO Nº 3.03.15/2020-CG

Regula a atuação policial militar na prevenção e enfrentamento à violência


doméstica e familiar contra mulheres no Estado de Minas Gerais

2ª edição revisada
BELO HORIZONTE – MG
2020
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Instrução Nº 3.03.15/2020-CG:


Regula a atuação Policial Militar na prevenção e enfrentamento à violência
doméstica e familiar contra mulheres no Estado de Minas Gerais. 2. ed.rev. Belo
Horizonte: PMMG -Comando-Geral, 2020.
M663d
100 p.: il.

1. Violência doméstica e familiar 2. Prevenção e enfrentamento da violência


contra mulheres 3. PVD.
CDU: 343.6-055.2(815.1)
CDD: 362.83

Bibliotecária responsável: Tatiane Krempser Gandra – CRB 6/2963

ADMINISTRAÇÃO
Comando-Geral da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO


Assessoria Estratégica de Emprego Operacional – PM3
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
e-mail: pm3@pmmg.mg.gov.br.
GOVERNADOR DO ESTADO
ROMEU ZEMA NETO

COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM GIOVANNE GOMES DA SILVA

CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA PMMG


CEL PM MARCELO FERNANDES

CHEFE DO GABINETE MILITAR DO GOVERNADOR


CEL PM RODRIGO SOUSA RODRIGUES

SUPERVISÃO TÉCNICA
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
CHEFE DA ASSESSORIA ESTRATÉGICA DE EMPREGO OPERACIONAL

REDAÇÃO
TEN CEL PM CLÁUDIA HERCULANA FERREIRA GLÓRIA
TEN CEL PM SANDRO ALEX CANUTO GONÇALVES
TEN CEL PM CLEIDE BARCELOS DOS REIS RODRIGUES
MAJ PM QOS CLÁUDIA PEDROSA SOARES
MAJ PM JOVÂNIO CAMPOS MIRANDA
MAJ PM ANDERSON RODRIGUES SOARES
CAP PM QOS JOICE LIMA CARVALHO DE PAULA
SCPM ROSANA PAIVA SOARES DE QUADROS

COLABORADORA
1º SGT PM MÁRCIA DANIELA BANDEIRA SILVA

REVISÃO DOUTRINÁRIA
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
TEN CEL PM SANDRO ALEX CANUTO GONÇALVES
3º SGT PM DANIELLE SUELI VENTURA

REVISÃO FINAL
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BO - Boletim de Ocorrência
BOS - Boletim de Ocorrência Simplificado
BPM - Batalhão de Polícia Militar
CAD - Controle de Atendimento e Despacho
CG - Comando-Geral
Cia PM - Companhia de Polícia Militar
Cia PM Ind. - Companhia de Polícia Militar Independente
CPU - Coordenador de Policiamento da Unidade
CRAS - Centro de Referência de Assistência Social
CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social
DAOp - Diretoria/Diretor de Apoio Operacional
DCO - Diretoria de Comunicação Organizacional
DEAM - Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
DEEAS - Diretoria de Educação Escolar e Assistência Social
DEPM - Diretrizes de Educação da Polícia Militar
DIAO - Diretriz Integrada de Ações e Operações
DS - Diretoria de Saúde
EaD - Ensino à Distância
EPVD - Equipe de Prevenção à Violência Doméstica
GRS - Gerência Regional de Saúde
HT - Hand Talk
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IML - Instituto Médico Legal
IMPO - Instrumento de Menor Potencial Ofensivo
IPG - Indicador de Produtividade
JCS - Junta Central de Saúde
JUVID - Juizado de Violência Doméstica
LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social
MG - Minas Gerais
NAIS - Núcleo de Atenção Integral à Saúde
NUDEM - Núcleo de Defesa da Mulher
OEA - Organização dos Estados Americanos
OMS - Organização Mundial da Saúde
P/1 - Seção de Recursos Humanos
P/2 - Seção de Inteligência
P/3 - Seção de Emprego Operacional
P/4 - Seção de Logística
P/5 - Seção de Comunicação Organizacional
PAD - Processo Administrativo Disciplinar
PADS - Processo Administrativo Disciplinar Sumário
PAE - Processo Administrativo de Exoneração
PM - Polícia Militar / Policial Militar
PM3 - Assessoria Estratégica de Emprego Operacional
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais
PPVD - Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica
PVD - Prevenção à Violência Doméstica
QOS - Quadro de Oficiais de Saúde
REDS - Registro de Eventos de Defesa Social
Rp - Radiopatrulha/Radiopatrulhamento
RPM - Região de Polícia Militar
SEJUSP - Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública
SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública
SIDS - Sistema Integrado de Defesa Social
SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SISAU - Sistema de Saúde
SPVD - Serviço de Prevenção à Violência Doméstica
SUS - Sistema Único de Saúde
Susp - Sistema Único de Segurança Pública
TPB - Treinamento Policial Básico
TR - Taxa de Reincidência
TRIVD - Taxa de Resposta Imediata à Violência Doméstica
UDI - Unidade de Direção Intermediária
UEOp - Unidade de Execução Operacional
VD - Violência Doméstica
VDCM - Violência Doméstica Contra a Mulher
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo da violência doméstica contra a mulher ..................................................... 18


Figura 2 - Processo de atendimento de ocorrências que envolvam a medida protetiva de
afastamento do autor do lar ................................................................................................. 32
Figura 3 - Preparação para abertura do caso ...................................................................... 33
Figura 4 - 1ª Visita – Inserção da vítima no serviço de prevenção à violência doméstica e
avaliação de risco ................................................................................................................ 36
Figura 5 - 2ª Visita – Inserção do agressor no serviço de prevenção à violência doméstica 38
Figura 6 - 3ª Visita – Apresentação da Lei para a vítima ..................................................... 39
Figura 7 - 4ª Visita – Apresentação da Lei para o autor ...................................................... 40
Figura 8 - 5ª Visita – Contato com possíveis testemunhas .................................................. 41
Figura 9 - 6ª Visita – Encaminhamento da vítima ................................................................ 42
Figura 10 - 7ª Visita – Monitoramento da vítima .................................................................. 43
Figura 11 - 8ª Visita – Monitoramento do autor ................................................................... 44
Figura 12 - 9ª Visita – Encerramento do caso ..................................................................... 45
Figura 13 - Atendimento à vítima policial militar de violência doméstica pelo NAIS ............. 52
Figura 14 - Atendimento ao autor policial militar de violência doméstica pelo NAIS ............ 54
SUMÁRIO
1 SITUAÇÃO ....................................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 14
2.1 Geral ............................................................................................................................. 14
2.2 Específicos ................................................................................................................... 14
3 DEFINIÇÃO DE TERMOS ................................................................................................ 15
3.1 O que é violência? ....................................................................................................... 15
3.2 O que é violência contra a mulher? ............................................................................ 15
3.3 O que é a “Lei Maria da Penha”? ................................................................................ 15
3.4 O que é violência doméstica e familiar contra a mulher? ......................................... 16
3.5 Quais são as formas de violência contra a mulher? ................................................. 16
3.6 O que são medidas protetivas de urgência? ............................................................. 17
3.7 O ciclo da violência doméstica ................................................................................... 18
3.8 Atuação da Polícia Militar de Minas Gerais................................................................ 19
4 PATRULHA DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (PPVD) .............................. 21
4.1 Definição do serviço .................................................................................................... 21
4.2 Administração .............................................................................................................. 21
5 CAPACITAÇÕES EXISTENTES E REQUISITOS PARA PARTICIPAÇÃO ..................... 23
5.1 Cursos de Prevenção à Violência Doméstica ............................................................ 23
5.2 Requisitos para participação nos Cursos de Prevenção à Violência Doméstica .... 23
5.3 Requisitos para participação de policiais militares no Curso de Multiplicador de
Prevenção à Violência Doméstica .................................................................................... 23
5.4 Requisito para participação de policiais militares no Curso de Prevenção à Violência
Doméstica .......................................................................................................................... 23
6 PROCESSO DE SELEÇÃO PARA COMPOSIÇÃO DA PPVD ........................................ 24
6.1 Fases do processo de seleção ................................................................................... 24
6.2 Requisitos para a participação no processo de seleção .......................................... 25
6.3 Competências desejáveis aos integrantes da Patrulha de Prevenção à Violência
Doméstica .......................................................................................................................... 25
7 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO ................................................................. 27
7.1 Protocolo de primeira resposta .................................................................................. 27
7.2 Protocolo de segunda resposta.................................................................................. 32
7.3 Procedimentos correlatos ........................................................................................... 45
8 ACOLHIMENTO E ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS E AOS AUTORES DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA POLICIAIS MILITARES ................................................................................ 50
8.1 Diretoria de Saúde (DS) ............................................................................................... 50
8.2 Gerência Regional de Saúde (GRS) ............................................................................ 50
8.3 Núcleo de Atenção Integral à Saúde (NAIS) ............................................................... 50
8.4. Diretoria de Educação Escolar e Assistência Social (DEEAS) ................................ 56
9 DO CRIME MILITAR E DA TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR NOS CRIMES DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER .......................................... 57
10 REDE DE ENFRENTAMENTO E DE ATENDIMENTO À MULHER VÍTIMA DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR .............................................................................. 58
11 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO .............................................................................. 60
11.1 Indicadores de produtividade operacional da Patrulha de Prevenção à Violência
Doméstica - PPVD .............................................................................................................. 61
11.2 Avaliação .................................................................................................................... 64
12 CONTROLE E ACOMPANHAMENTO ........................................................................... 65
12.1 No nível operacional .................................................................................................. 65
12.2 No nível tático ............................................................................................................ 66
12.3 No nível estratégico ................................................................................................... 66
12.4 Diretoria de Apoio Operacional (DAOp) ................................................................... 67
12.5 Diretoria de Comunicação Organizacional (DCO) ................................................... 68
13 PRESCRIÇÕES DIVERSAS ........................................................................................... 69
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 70
ANEXO A - PASTA DE ACOMPANHAMENTO DAS VÍTIMAS .......................................... 72
ANEXO B - MODELO DE RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO INICIAL / FINAL ............... 73
ANEXO C - MODELO DE OFÍCIO DE ATENDIMENTO ...................................................... 74
ANEXO D - QUESTIONÁRIO PARA CADASTRO DE POLICIAIS MILITARES
INTERESSADOS EM SERVIR NO SERVIÇO DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
............................................................................................................................................ 76
ANEXO E - TERMO DE RECUSA DE INCLUSÃO NA PPVD ............................................. 79
ANEXO F - ENCAMINHAMENTO DA VÍTIMA .................................................................... 80
ANEXO G - TERMO DE INSERÇÃO DA VÍTIMA ................................................................ 81
ANEXO H - AVALIAÇÃO DE RISCO .................................................................................. 82
ANEXO I - CAPA DA PASTA.............................................................................................. 87
ANEXO J - TERMO DE INSERÇÃO DO AUTOR ................................................................ 88
ANEXO L - TERMO DE INSERÇÃO DA AUTORA ............................................................. 89
ANEXO M - RELATÓRIO DE ENCERRAMENTO ............................................................... 90
ANEXO N - TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE INGRESSO EM DOMICÍLIO ........................ 92
ANEXO O - DESLIGAMENTO POR SOLICITAÇÃO DA VÍTIMA........................................ 93
ANEXO P - DESLIGAMENTO DA VÍTIMA PELA PPVD ..................................................... 94
ANEXO Q - FORMULÁRIO DE ATENDIMENTO AO AUTOR MILITAR ............................. 95
ANEXO R - FORMULÁRIO DE ATENDIMENTO À VÍTIMA MILITAR ................................. 97
ANEXO S - FORMULÁRIO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE
NOTIFICAÇÃO (SINAN) ..................................................................................................... 99
SERVIÇO DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Elaborado a partir:

Do princípio constitucional da eficiência na Administração Pública, contido no art. 37 da


Constituição Federal, caput (BRASIL, 1988, art. 37).

Do princípio normativo contido no art. 144 da Constituição Federal, segundo o qual “(...)
segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos (...)” (BRASIL, 1988,
art.144).

Do princípio normativo contido no art. 13, caput, da Constituição do Estado de Minas Gerais
“a atividade de administração pública dos Poderes do Estado e a de entidade descentralizada
se sujeitarão aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência
e razoabilidade” (MINAS GERAIS, 1989, art.13).

Do princípio normativo contido no art. 142 da Constituição do Estado de Minas Gerais


competindo à Polícia Militar “a polícia ostensiva de prevenção criminal, de segurança, de
trânsito urbano e rodoviário, de florestas e de mananciais e as atividades relacionadas com a
preservação e restauração da ordem pública (...)” (MINAS GERAIS, 1989, art.142).

Do art. 3º da Lei nº 11.340/06 “Lei Maria da Penha” que prevê o desenvolvimento de políticas
por parte do poder público para garantir o efetivo exercício dos direitos pelas mulheres, além
de prever em seu art. 8º a articulação de ações conjuntas que visem principalmente:

Art. 8, inciso I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério


Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública,
assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação; (...) IV - a
implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em
particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;(...) VII - a capacitação
permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de
Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas
enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia (...)
(BRASIL, 2006, art. 8).

10
Dos objetivos gerais e específicos estabelecidos no capítulo 4, do II Plano Nacional de
Políticas para as Mulheres, especialmente em seus itens:

I – Proporcionar às mulheres em situação de violência um atendimento


humanizado, integral e qualificado nos serviços especializados e na rede de
atendimento;
II – Desconstruir estereótipos e representação de gênero, além de mitos e
preconceitos em relação à violência contra a mulher; [...] e
VII – Promover integração e articulação dos serviços e instituições de
atendimento à mulher em situação de violência, por meio da implantação e
fortalecimento da Rede de Atendimento às mulheres em situação de violência
(BRASIL, 2008, p. 103).

Da Diretriz Geral para Emprego Operacional nº 3.01.01/2019, que regula o emprego


operacional da Polícia Militar de Minas Gerais.

Da Resolução nº 4.827/2019, de 26 de agosto de 2019, que dispõe sobre o Portfolio de


Serviços da Polícia Militar de Minas Gerais.

Da Convenção Interamericana para punir e erradicar a violência contra a mulher - Convenção


de Belém do Pará, principalmente no art. 8:

c) promover a educação e treinamento de todo o pessoal judiciário e policial


e demais funcionários responsáveis pela aplicação da lei, bem como do
pessoal encarregado da implementação de políticas de prevenção, punição
e erradicação da violência contra a mulher. (BRASIL, 1996)

11
1 SITUAÇÃO

As Polícias Militares, no Brasil, têm como missão constitucional a polícia ostensiva e a


manutenção da ordem pública. Para manter a ordem, também são necessárias as ações de
prevenção conjugadas com as ações repressivas e de inteligência. Ciente de seu papel, a
Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) adota estratégias efetivas de prevenção criminal para
combate aos feminicídios e outras violências contra as mulheres em seu ambiente doméstico.

A violência é um dos mais graves problemas que atinge a humanidade. O uso de força física
ou de alguma outra forma de abuso de poder contra outro ser humano, que pode ser atingido,
direta ou indiretamente, tem consequências danosas para o desenvolvimento da sociedade.

No que tange à violência doméstica, seu combate é desafiador, considerando-se o locus onde
ocorre. Essa forma de violência acontece em todo o mundo, atingindo mulheres de todas as
idades, classes sociais, raças, etnias e orientações sexuais. Em todos os casos, a violência
está vinculada ao poder e à desigualdade das relações de gênero. Embora usualmente ocorra
em um ambiente privado, e envolva pessoas que se conhecem, a violência doméstica não é
um assunto privado.

O fundamento basilar para toda e qualquer ação policial desenvolvida para o controle da
violência doméstica e familiar tem sustentação no inciso III, art.1º, e parágrafo 8°, art. 226,
ambos da Constituição da República Federativa do Brasil. O primeiro concerne ao princípio
da dignidade humana e o segundo contém os preceitos da preservação da vida e da liberdade.

Além da Constituição Federal, vale ressaltar a Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 (Lei
Maria da Penha), que defende a preservação dos direitos da mulher, sua integridade física e
psicológica. O art. 5º desta norma estabelece que violência doméstica e familiar contra a
mulher configura-se em qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

A PMMG vem se aperfeiçoando no intuito de garantir os direitos do cidadão e da coletividade,


prevenindo e enfrentando a violência de forma qualificada. Nesse contexto, desenvolve várias
ações visando capacitar seus profissionais com base na filosofia dos Direitos Humanos.

A violência doméstica e familiar contra mulheres difere dos demais crimes pelo fato de ocorrer
na intimidade do lar e por se caracterizar não somente por aquilo que é visível e tipificado no
Decreto Lei nº 2.848/40 (Código Penal Brasileiro). Trata-se de uma violação aos direitos

12
humanos da mulher que engloba o cotidiano familiar, bem como os laços conjugais,
requerendo dos profissionais uma postura ética embasada em uma mudança de paradigmas
no trato com a questão, além de preparo técnico e conhecimentos específicos nas esferas
social, psicológica e jurídica que cercam a Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha).

Apesar disso, sabe-se que não é tão simples lidar com esse fenômeno. Perguntas frequentes
surgem para entender o que leva as mulheres vítimas a continuarem naquela situação de
violência e não saírem de seus lares.

Dentre os motivos que podem ser indicados inicialmente, e que não são os únicos, destacam-
se: a cobrança social pela manutenção de determinados papéis conjugais, a dependência
emocional em relação ao agressor, a necessidade de proteção aos filhos, a dependência
econômica, o medo de perder a própria vida ou, na maioria dos casos, a vida dos filhos,
considerando que as ameaças atingem toda a família.

Por esses e outros motivos, torna-se fundamental o treinamento do profissional de segurança


pública, pois ele compreenderá o Ciclo da Violência Doméstica e entenderá que a mulher não
é vítima porque quer e sim devido às circunstâncias multideterminadas.

O Serviço de Prevenção à Violência Doméstica (SPVD) foi implementado na PMMG em 2010,


executado pelas Patrulhas de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD), desenvolve-se a
partir de uma metodologia inovadora que se baseia em dados científicos a respeito do
fenômeno da violência contra mulheres, articulados com teorias criminológicas específicas.

Essa metodologia ofereceu as bases de organização do serviço, implementando novas rotinas


que desafiaram os policiais empregados a romperem com formas tradicionais de pensar e
intervir nos fenômenos da segurança pública, no que concerne às relações de gênero, que
incorrem em crimes no contexto social e familiar.

Trata-se de uma nova forma de fazer polícia, preservando-se princípios e valores


institucionais, que balizam maneiras singulares de gestão e de produção de resultados. O
imediatismo e a urgência de resposta às demandas foram ressignificadas e, na lógica do
SPVD, estão enlaçados à necessidade de detida análise dos casos concretos, reflexão
estratégica e envolvimento de outros órgãos para pleno êxito das ações.

13
2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Regular procedimentos e orientações para a execução de serviços de segurança pública e


para a formação profissional, objetivando a prevenção da violência doméstica e familiar contra
mulheres no Estado de Minas Gerais, de acordo com legislação específica.

2.2 Específicos

2.2.1 Definir critérios para o planejamento, execução e avaliação das ações policiais
militares, com vistas à padronização de comportamentos quando do atendimento às mulheres
vítimas de violência doméstica e familiar pela Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica
(PPVD).

2.2.2 Padronizar a realização de treinamentos, visando à capacitação dos policiais militares


para o atendimento e encaminhamento da mulher vítima de violência doméstica, em
consonância aos valores institucionais.

2.2.3 Realizar acompanhamento sistemático do fenômeno da violência doméstica e familiar


contra mulheres, com vistas a subsidiar ações para a diminuição dos índices de crimes contra
mulheres no Estado de Minas Gerais.

2.2.4 Estimular a participação dos demais Órgãos do Sistema de Defesa Social e da Rede de
Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra Mulheres1, com vistas a tornar efetivas
as ações policiais militares.

2.2.5 Priorizar as ações de caráter preventivo, especialmente aquelas inibidoras dos crimes
contra mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.

2.2.6 Padronizar mecanismos de coordenação e controle das ações de prevenção e resposta


aos casos de violência doméstica e familiar contra mulheres na PMMG.

1
O conceito de rede diz respeito a formas de organização e articulação baseadas na cooperação entre organizações que se
conhecem e reconhecem, negociam, trocam recursos e partilham, em medida variável, de normas e interesses. Rede é uma
articulação política, não hierárquica, entre atores iguais e/ou instituições. A rede é intersetorial e interinstitucional, sendo
composta por órgãos governamentais e não-governamentais de enfrentamento à violência de gênero (COELHO, 2008).

14
3 DEFINIÇÃO DE TERMOS

3.1 O que é violência?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), violência é o uso intencional de força física
ou poder, em ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou
comunidade que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico,
desenvolvimento prejudicado ou privação (WHO, 1996).

3.2 O que é violência contra a mulher?

Conforme o art. 1º da “Convenção de Belém do Pará”, entende-se por violência contra a


mulher qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento
físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada.

3.3 O que é a “Lei Maria da Penha”2?

É a Lei nº 11.340/06 que entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006 e tornou mais
rigorosa a punição para agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico e
familiar.

A Lei nº 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, é uma homenagem a Maria da
Penha Maia Fernandes, que por vinte anos lutou para ver seu agressor preso.

Maria da Penha é biofarmacêutica, cearense, era casada com o professor universitário Marco
Antônio Herredia Viveros. Em 1983, ela sofreu a primeira tentativa de assassinato, levando
um tiro nas costas enquanto dormia e ficou paraplégica. Viveros foi encontrado na cozinha,
gritando por socorro, alegando que tinham sido atacados por assaltantes. A segunda tentativa
de homicídio aconteceu meses depois, quando Viveros empurrou Maria da Penha da cadeira
de rodas e tentou eletrocutá-la no chuveiro.

A investigação começou em junho de 1983, a denúncia só foi apresentada ao Ministério


Público Estadual em setembro de 1984 e o primeiro julgamento aconteceu oito anos após os
crimes. Em 1991, os advogados de Viveros conseguiram anular o julgamento e, em 1996,
Viveros foi julgado culpado e condenado a dez anos de reclusão, mas conseguiu recorrer.

2
Informações obtidas no site http://www.observe.ufba.br/lei_mariadapenha. Acesso em: 17 maio 2019.

15
Após 15 anos, Maria da Penha conseguiu enviar o caso para a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA), que acatou uma
denúncia de violência doméstica. Viveros foi preso em 2002, para cumprir dois anos de prisão.

O processo da OEA condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência


doméstica. Uma das punições foi a recomendação para que fosse criada uma legislação
adequada e esta foi a base para a criação do anteprojeto de lei, em que foram definidas as
formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres e os mecanismos para preveni-
la e reduzi-la.

Em setembro de 2006, a Lei nº 11.340/06 entra em vigor, fazendo com que a violência contra
a mulher deixe de ser tratada como um crime de menor potencial ofensivo, bem como redefiniu
a violência física, sexual, psicológica, patrimonial e moral.

3.4 O que é violência doméstica e familiar contra a mulher?

O art. 5º da Lei nº 11.340/06, define a Violência Doméstica e Familiar contra a mulher como
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de


convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais,
por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. (BRASIL,
2006, art. 5).

3.5 Quais são as formas de violência contra a mulher?

Nos termos do art. 7º da Lei nº 11.340/06, são formas de violência doméstica contra a mulher,
entre outras:

I - Violência física: entendida como qualquer conduta que ofenda sua


integridade ou saúde corporal.
II - Violência psicológica: entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe
o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização,

16
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.
III - Violência sexual: entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada,
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio,
à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos
sexuais e reprodutivos;
IV - Violência patrimonial: entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos
de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - Violência moral: entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria (BRASIL, 2006, art. 7).

3.6 O que são medidas protetivas de urgência?

São providências garantidas por lei às vítimas de violência doméstica com a finalidade de
assegurar a proteção da vítima e de sua família. É uma medida alternativa à prisão, por meio
dela o juiz proíbe o agressor de se aproximar da vítima, há uma distância mínima estabelecida,
e fazer contato de qualquer espécie com ela.

Conforme previsto na Lei n° 13.641/18, descumprir medida protetiva constitui crime, com pena
de detenção de três meses a dois anos. Se a vítima reatar o vínculo com o acusado passando
novamente a conviver com ele, ela deverá solicitar a revogação da medida protetiva onde a
requereu ou na vara que a expediu.

De acordo com o art. 22 da Lei nº 11.340/06, constatada a prática de violência doméstica e


familiar contra a mulher, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao


órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas,
fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer
meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a
integridade física e psicológica da ofendida.
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a
equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios (BRASIL, 2006, art.
22).

17
3.7 O ciclo da violência doméstica

Os casos de violência contra a mulher, na maioria das vezes, são de vitimização contínua e
repetitiva, que se alternam em fases denominadas Ciclo da Violência Doméstica.

Conforme Lucena (2016), a relação conjugal é permeada inicialmente por insultos,


humilhações, intimidação, provocações mútuas, gerando conflitos e tensão. Em seguida, há
uma necessidade de confirmação da depreciação e inferiorização da mulher adicionados de
ameaças de violência até a confirmação do episódio agudo do fenômeno. A mulher é colocada
enquanto objeto e figura passiva, servindo apenas para reprodução biológica. Já o homem, é
tido como sujeito que utiliza-se da força física e da dominação. Apropria-se da mulher, nega
a vivência da violência doméstica contra a mulher, culpabilizando-a pelo ato sofrido, propõe
que irá mudar e que a relação será transformada a partir de promessas mútuas de mudanças.
Porém, o ciclo se renova, após a considerada "lua de mel", pois há falta de cumprimento dos
pactos e dos papéis estereotipados, tornando o fenômeno da violência doméstica contra a
mulher recorrente.

Figura 1 - Ciclo da violência doméstica contra a mulher

Fonte: Ministério da Saúde, 2001.

18
3.8 Atuação da Polícia Militar de Minas Gerais

3.8.1 Serviço de Prevenção à Violência Doméstica

Serviço instituído pela PMMG que tem como objetivos propiciar um atendimento mais
humanizado à mulher vítima de violência doméstica e familiar, garantir o seu encaminhamento
aos demais órgãos da Rede Estadual de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, de tal
forma que receba do poder público, no menor tempo possível, a atenção devida ao seu caso,
bem como atuar na dissuasão do agressor incidindo na quebra do ciclo da violência.

3.8.2 Primeira Resposta

Consiste no atendimento pelo policial que toma conhecimento do fato de violência doméstica
durante o episódio criminal ou após o relato da vítima.

3.8.3 Segunda Resposta

Consiste no atendimento realizado pelas Equipes de Prevenção à Violência Doméstica


(EPVD), após a análise dos casos mais graves3 e das reincidências, a partir dos boletins
registrados, tanto pela primeira resposta quanto pela Delegacia de Polícia.

3.8.4 Equipe de Prevenção à Violência Doméstica (EPVD)

Guarnição composta por uma policial feminina e um policial masculino, capacitada e treinada
para aplicar o protocolo de segunda resposta.

3.8.5 Protocolo de Segunda Resposta

Conjunto de procedimentos a serem executados após a identificação dos casos de violência


doméstica reincidentes e de maior gravidade e que orienta o atendimento às vítimas reais
e/ou potenciais de violência doméstica. Constitui-se de nove fases:

1ª - Inserção da vítima no Serviço de Prevenção à Violência Doméstica e Avaliação de


Risco;

3
Por casos mais graves entende-se os que ponham em risco a vida e a integridade física, considerando o histórico dos
envolvidos.

19
2ª - Inserção do agressor no serviço de Prevenção à Violência Doméstica;
3ª - Apresentação da Lei nº 11.340/06 para a vítima;
4ª - Apresentação da Lei nº 11.340/06 para o agressor;
5ª - Contato com possíveis testemunhas;
6ª - Encaminhamento da vítima;
7ª - Monitoramento da vítima;
8ª - Monitoramento do autor;
9ª - Encerramento do caso.

20
4 PATRULHA DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (PPVD)

4.1 Definição do serviço

A Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD) consiste em guarnição, qualificada


por policiais militares que prestam serviço de proteção à vítima e têm a missão de
desestimular ações criminosas no ambiente domiciliar.

Essa atuação obedece a um protocolo de atendimento específico e consiste ordinariamente


na segunda resposta de intervenção em ocorrências dessa natureza, sendo que a primeira
resposta é, em regra, de competência das Radiopatrulhas (Rp).

A PPVD deverá atuar, sempre que possível, em conjunto com outros órgãos da rede de
enfrentamento à violência doméstica e familiar do município, visando um ciclo completo de
atendimento à vítima.

Esta atividade é alicerçada em uma filosofia de se prevenir a violência doméstica e familiar


contra mulheres no Estado de Minas Gerais e que busca atender as demandas, apesar da
complexidade que envolve o fenômeno da violência contra a mulher.

A PPVD é um serviço exclusivo das Unidades Execução Operacional (UEOP) com


responsabilidade territorial, sendo sua classificação de caráter essencial até o nível de
Companhia de Polícia Militar Independente (Cia PM Ind.) ou localidade acima de 30.000 (trinta
mil) habitantes. Exceto para as localidades que possuam Cia PM Ind de Prevenção à Violência
Doméstica.

4.2 Administração

4.2.1 Pessoal

A equipe será constituída por 2 (dois) policiais militares, obrigatoriamente composta por 1
(uma) policial militar feminina.

Após realizar os cursos previstos de Prevenção à Violência Doméstica, os policiais militares


deverão permanecer na atividade, no mínimo, por 2 (dois) anos, salvo nos casos de
transferência, realização de cursos, inadaptabilidade ao serviço e afastamentos solicitados
pelo Estado-Maior da Unidade ou Comandante de Companhia, justificadamente.

21
O Comandante da UEOp designará a Companhia de Polícia Militar (Cia PM) onde for Batalhão
de Polícia Militar (BPM) ou Pelotão de Polícia Militar (Pel PM) nas Cia PM Ind com
responsabilidade territorial que será responsável pelo efetivo da PPVD, excetuando-se os
municípios que dispõem de Unidades de Execução Especializadas no serviço de Prevenção
à Violência Doméstica.

Nos períodos de férias, licenças e afastamentos dos policiais militares da PPVD, eles deverão
ser substituídos por outros indicados pelo Comandante da UEOp, que preencham,
preferencialmente, os requisitos especificados nesta Instrução.

4.2.2 Recurso logístico

Para o exercício do serviço de Prevenção à Violência Doméstica, são considerados recursos


mínimos necessários:

a) sala com computador, impressora e armário;


b) viatura básica padrão SW com cela;
c) rádio transceptor do tipo HT;
d) armamento e equipamento de proteção individual como colete balístico, algema, arma
de porte e munição;
e) Instrumento de Menor Potencial Ofensivo (IMPO).

4.2.3 Jornada de trabalho

A jornada de trabalho deverá respeitar as normas institucionais que tratam do assunto e


permitir aos integrantes da PPVD o contato com a rede de enfrentamento, autoridades,
vítimas, agressores (as) e testemunhas.

Para a execução da jornada de trabalho, semanalmente, além das atividades previstas para
a Patrulha, os policiais militares deverão realizar trabalho de análise criminal, identificando os
casos mais graves e urgentes para atendimento da PPVD, bem como preparar relatórios,
ofícios, encaminhamentos, dentre outros.

22
5 CAPACITAÇÕES EXISTENTES E REQUISITOS PARA PARTICIPAÇÃO

5.1 Cursos de Prevenção à Violência Doméstica

Atualmente, nas Matrizes Curriculares da Polícia Militar de Minas Gerais, há dois cursos
voltados para a prevenção à violência doméstica:

a) Curso de Prevenção à Violência Doméstica, com carga horária de 32 h/a;


b) Curso de Multiplicador de Prevenção à Violência Doméstica, com carga horária de 32
h/a.

5.2 Requisitos para participação nos Cursos de Prevenção à Violência Doméstica

São requisitos exigidos para participação de policiais militares nos cursos descritos nos itens
5.3 e 5.4, os constantes nas Diretrizes de Educação da Polícia Militar (DEPM) e aqueles
previstos no item 6.2 desta Instrução.

Após realizar o treinamento, o discente capacitado deverá exercer a função ou encargo


correlato à capacitação recebida, por período mínimo de 2 (dois) anos, admitida a
movimentação do servidor em período inferior, desde que em situações estritamente
necessárias.

5.3 Requisitos para participação de policiais militares no Curso de Multiplicador de


Prevenção à Violência Doméstica

a) ter realizado o Curso de Prevenção à Violência Doméstica;


b) ter realizado os cursos da Rede EaD-SENASP de:
- Formação de formadores – 60 h/a;
- Violência, Criminalidade e Prevenção – 40h/a;
- Mediação de conflitos – 60 h/a.

5.4 Requisito para participação de policiais militares no Curso de Prevenção à Violência


Doméstica

Ter realizado o curso da Rede EaD-SENASP de Atendimento às Mulheres em Situação de


Violência – 60h/a.

23
6 PROCESSO DE SELEÇÃO PARA COMPOSIÇÃO DA PPVD

O processo de seleção para a composição da PPVD visa selecionar policiais militares para
atuação na segunda resposta, ainda que não possuam os cursos de multiplicador de
prevenção à violência doméstica e o de prevenção à violência doméstica, devendo ser
observados alguns critérios para inseri-los neste portfolio.

O processo será iniciado com uma entrevista individual realizada pela Comissão de Seleção.

A Comissão será integrada pelo Subcomandante, o Chefe da P/2, o Chefe da P/3 e o Oficial
Psicólogo, devidamente publicada em Boletim Interno, e pautará seus trabalhos com o
objetivo de selecionar o(s) policial(is) militar(es) com o melhor perfil para o desenvolvimento
do Serviço. Se a UEOp não possuir Oficial Psicólogo, poderá solicitar à Unidade mais próxima
a assessoria técnica do profissional, com aquiescência da respectiva Unidade de Direção
Intermediária (UDI).

A participação do Oficial Psicólogo na Comissão será, em regra, presencial. No entanto,


havendo necessidade e a UEOp não possuir esse profissional, poderá solicitar a assessoria
técnica, cuja participação poderá ser feita à distância.

6.1 Fases do processo de seleção

O processo de seleção ocorrerá em duas fases:

Fase 1:
O Chefe da P/3 da UEOp fará a apresentação do serviço ao policial militar e entregará
uma Ficha de Seleção (constante do ANEXO D) para cada candidato, que deverá ser
preenchida e devolvida. Havendo mais de um interessado, este momento poderá ser coletivo.

Fase 2: a) o policial militar será entrevistado individualmente pela Comissão de análise


do perfil profissiográfico;
b) caso solicite, o policial militar terá direito à entrevista de devolução pela
Comissão de análise do perfil profissiográfico.

24
6.2 Requisitos para a participação no processo de seleção

São requisitos para a participação de policiais militares no processo de seleção:

a) ser preferencialmente voluntário;


b) b) possuir no mínimo 18 (dezoito) meses e no máximo 22 (vinte e dois) anos de
serviço;
c) possuir boa postura e compostura como policial;
d) não possuir histórico de violência doméstica;
e) ter uma postura de empreendedor, proativo e que tenha conhecimento da missão,
visão e valores da PMMG;
f) não ter sido punido nos últimos 5 (cinco) anos por crimes de abuso de autoridade,
emprego indevido de arma de fogo, uso de bebida alcoólica ou outras transgressões
de natureza grave;
g) estar classificado, no mínimo, no conceito B, com até 24 (vinte e quatro) pontos
negativos;
h) não estar processado por crime contra a pessoa ou contra o patrimônio, sem a
declaração de ação legítima;
i) não estar submetido a Processo Administrativo Disciplinar (PAD), Processo
Administrativo Disciplinar Sumário (PADS) ou Processo Administrativo de
Exoneração (PAE);
j) ter idoneidade moral;
k) estar pronto(a) para o serviço operacional;
l) estar apto no Treinamento Policial Básico (TPB).

6.3 Competências desejáveis aos integrantes da Patrulha de Prevenção à Violência


Doméstica

6.3.1 Conhecimentos

a) possuir escolaridade em nível superior, preferencialmente;


b) possuir conhecimento da filosofia de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos;
c) conhecer a Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha);
d) compreender a prevenção situacional do crime;
e) conhecer os procedimentos a serem desenvolvidos para executar o atendimento de
primeira resposta diante de casos de violência doméstica;
f) compreender aspectos relativos ao atendimento do protocolo de segunda resposta;

25
g) possuir conhecimentos das normas para a produção de documentos como: Registro
de Evento de Defesa Social (REDS), Boletim de Ocorrência Simplificado (BOS) e
relatórios.

6.3.2 Habilidades

a) ser capaz de utilizar o sistema informatizado da PMMG;


b) ser capaz de apresentar boa fluência verbal e domínio da escrita;
c) ser capaz de atuar sob a égide da filosofia dos direitos humanos;
d) ser capaz de desenvolver estratégias de mobilização com diferentes públicos;
e) ser capaz de comportar-se de acordo com os preceitos militares;
f) ser capaz de demonstrar interesse e contribuir ativamente para a redução dos índices
de feminicídio e de outros crimes relacionados à violência doméstica;
g) ser capaz de apresentar e debater sobre a Lei nº 11.340/06, Lei Maria da Penha;
h) ser capaz de oferecer as condições necessárias para a melhora progressiva da
prestação de serviço por parte da PPVD e da Polícia Militar;
i) ser capaz de atender ocorrências de violência doméstica de acordo com as técnicas
adequadas, ponderando sobre as práticas a serem desenvolvidas;
j) ser capaz de direcionar o atendimento realizado pelas guarnições que atuam na 1ª
Resposta;
k) ser capaz de demonstrar disposição para aquisição de novos conhecimentos.

6.3.3 Atitudes

a) controle emocional;
b) escuta ativa;
c) comunicação;
d) capacidade de incentivar;
e) capacidade descritiva;
f) bom senso;
g) compartimentação das informações sensíveis;
h) análise e síntese;
i) atenção concentrada.

26
7 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

7.1 Protocolo de primeira resposta

O protocolo de primeira resposta tem como objetivo estabelecer padrões mínimos para o
atendimento de ocorrências policiais de violência doméstica e familiar contra mulheres no
Estado de Minas Gerais, bem como desenvolver fundamentos operacionais que assegurem
padrões de excelência no atendimento por parte dos policiais militares.

Os procedimentos operacionais deverão ser adotados conforme a atribuição constitucional,


obedecendo a normas vigentes, inclusive as providências previstas na Diretriz Integrada de
Ações e Operações do Sistema Integrado de Defesa Social de Minas Gerais (DIAO/SIDS).

As guarnições deverão atentar-se para a tipificação correta dos fatos narrados em Boletim de
Ocorrência (BO).

7.1.1 Providências preliminares ao atendimento da ocorrência:

a) verificar o nível de risco/perigo para os componentes da guarnição;


b) avaliar a necessidade de cobertura;
c) verificar o entorno da residência para identificar possíveis rotas de fuga e materiais
capazes de potencializar os riscos da ocorrência;

7.1.2 Procedimentos operacionais

7.1.2.1 Quando em contato com a vítima, a guarnição deve:


a) ser cortês e não utilizar de expressões agressivas;
b) utilizar linguagem adequada, clara e simples;
c) procurar estabelecer uma relação de confiança com a vítima;
d) não julgar;
e) ser imparcial;
f) não tirar conclusões precipitadas;
g) ouvir atentamente;
h) respeitar as limitações da vítima;
i) manter uma postura profissional e acolhedora, mas evitar o excesso de intimidade e
proximidade com a vítima;

27
j) verificar as condições físicas e emocionais da vítima;
k) entrevistá-la separadamente, sem que haja contato com autor ou testemunhas;
l) garantir a segurança e privacidade da vítima durante a entrevista;
m) procurar obter da vítima o maior número de informações possíveis, dentre as quais
destacam-se: se o autor possui arma de fogo; se já foi preso alguma vez; se é
alcoolista ou dependente químico; se estava sob o efeito de alguma substância
entorpecente no momento dos fatos; se as agressões são constantes; quais são os
tipos de agressões sofridas anteriormente e sua gravidade; quais as agressões
sofridas na data dos fatos; se já registrou alguma ocorrência com relação à violência
sofrida anteriormente; se possui medida protetiva, etc. Tais informações deverão ser
inseridas no boletim de ocorrência;
n) orientá-la a fazer o registro fotográfico das lesões, se houver, e destacar a
importância de realizar o exame de corpo de delito;
o) socorrê-la, quando necessário;
p) observar as condições do local onde se deu o fato, verificando sinais de desordem,
dano em objetos, etc e descrevê-las no boletim de ocorrência;
q) caso a vítima possua medida protetiva de urgência, verificar quais são as
determinações judiciais previstas no citado documento;
r) verificar as condições dos filhos, se possuir;
s) caso verifique a existência de crianças ou adolescentes vítimas de violência, adotar
as medidas pertinentes, conforme DIAO/SIDS, observando-se que eles devem ser
entrevistados de maneira adequada à idade.

7.1.2.2 Quando em contato com o autor, a guarnição deve:

a) ser cortês e não utilizar de expressões agressivas;


b) utilizar linguagem adequada, clara e simples;
c) não julgar;
d) ser imparcial;
e) não tirar conclusões precipitadas;
f) ouvir atentamente;
g) ouvi-lo separadamente, sem que haja contato com a vítima ou testemunhas;
h) verificar suas condições físicas e emocionais;
i) adotar as medidas legais quanto à sua conduta.

28
7.1.2.3 Quando em contato com testemunhas, a guarnição deve:

a) ser cortês e não utilizar de expressões agressivas;


b) utilizar linguagem adequada, clara e simples, principalmente quando se dirigir a
crianças e adolescentes;
c) procurar obter das testemunhas o maior número de informações possíveis, dentre as
quais destacam-se: se o autor possui arma de fogo; se já foi preso alguma vez; se é
alcoolista ou dependente químico, etc. Tais informações deverão ser inseridas no
boletim de ocorrência;
d) entrevistar as testemunhas separadamente, sem que haja contato com a vítima ou
autor;
e) as crianças e adolescentes devem ser ouvidas, na presença de alguma testemunha,
de maneira adequada à sua idade e, preferencialmente, sem a presença da vítima e
do autor.

7.1.2.4 Ao registrar o boletim de ocorrência, a guarnição deve:


a) inserir a natureza secundária U33.004 - Atendimento de Denúncia de Infrações
contra a Mulher (Violência Doméstica);
b) preencher corretamente o campo “Relação Vítima/Autor”;
c) qualificar no campo “Envolvidos” do REDS todos os que tenham relação com o fato,
vítima, autor, testemunhas, filhos, etc;
d) inserir a versão da vítima;
e) inserir a versão do autor;
f) inserir a versão das testemunhas;
g) descrever as condições físicas e emocionais da vítima e do autor;
h) descrever as condições do local onde se deu o fato, sinais de desordem, dano em
objetos, etc;
i) zelar pela autenticidade e imparcialidade das informações inseridas no boletim de
ocorrência;
j) descrever detalhadamente a dinâmica dos fatos e a participação de cada um dos
envolvidos, ressaltando os tipos de violência praticados e o estado da vítima;
k) descrever os materiais apreendidos no local e que tenham relação com o fato;
l) relacionar os boletins de ocorrência envolvendo o casal registrados anteriormente;
m) citar a existência ou não de medidas protetivas;
n) em caso de encaminhamento médico, inserir número da ficha de atendimento da
vítima/autor e a identificação da unidade de saúde.

29
7.1.3 Orientações gerais

Não devem interferir na adoção das medidas legais por parte dos policiais militares, os
seguintes aspectos:

a) a natureza da ação, se privada ou pública, condicionada ou incondicionada;


b) especulações acerca do prosseguimento ou não da ação por parte da vítima;
c) preocupação da vítima com aspectos financeiros;
d) especulação quanto à responsabilização ou não do autor;
e) tipo de relacionamento existente (ou já havido) entre as partes;
f) negação de qualquer das partes a respeito da existência da agressão, quando há
evidências da existência da violência;
g) garantias verbais de que a agressão cessará;
h) o local da ocorrência, se público ou privado;
i) a ausência de ferimentos;
j) orientação sexual dos envolvidos.

7.1.4 Orientações que devem ser fornecidas às vítimas

a) solicitar medidas protetivas de urgência junto à delegacia, em caso de necessidade;


b) acionar o 190 em caso de nova emergência policial;
c) proceder ao registro do boletim de ocorrência todas as vezes em que o autor cometer
algum tipo de delito contra ela.

7.1.5 Procedimentos para aplicação de medida protetiva de urgência nos casos de violência
doméstica

A Lei nº 13.827, de 13 de maio de 2019 alterou a Lei n° 11.340/06 e ampliou a competência


para que policiais militares pudessem autorizar medidas protetivas de urgência. Uma das
principais mudanças foi a possibilidade de não mais se exigir autorização judicial, após
verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher ou
de seus dependentes, para que seja executada a medida cautelar de afastamento imediato
do lar, domicílio ou local de convivência pelo agressor.

A autorização concedida aos policiais militares refere-se aos municípios, que não são sedes
de Comarcas. Para cidades sede de Comarca, a situação permanece como antes, sendo
assim, dependente de autorização judicial.

30
Nos casos em que o policial militar impor a medida protetiva de afastamento do lar, domicílio
ou local de convivência com a ofendida, o juiz deverá ser comunicado no prazo MÁXIMO de
24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
medida aplicada.

O afastamento do lar, domicílio ou local de convivência será procedido quando se verificar a


existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em situação de
violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes.

A nova lei não apresenta critérios objetivos do que seja risco atual ou iminente à vida ou
integridade física. Neste sentido, o ANEXO H possui parâmetros para auxiliar aos Policiais
Militares nesta avaliação.

Outra alternativa, de forma a proporcionar mais segurança e tranquilidade, seria questionar à


vítima se possui interesse e local seguro para ficar abrigada até a análise e decisão definitiva
da autoridade judicial. Em não havendo, prevalece o disposto na Lei nº 13.827/19 com o
afastamento do lar do agressor.

Como forma de auxiliar policiais militares no atendimento às ocorrências que envolvam a


medida protetiva de afastamento do lar, segue o processo detalhado do procedimento
operacional padrão:

31
Figura 2 - Processo de atendimento de ocorrências que envolvam a medida protetiva de
afastamento do autor do lar

Não

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2 Protocolo de segunda resposta

7.2.1 Preparação para abertura do caso

a) verificar a pesquisa de casos encaminhada pela P/3 da Unidade;


b) selecionar o caso a ser atendido conforme a gravidade da ocorrência e/ou
reincidência;
c) imprimir boletim de ocorrência do caso selecionado;
d) verificar se há reincidência com relação à vítima e autor, por intermédio dos boletins
de ocorrência anteriores, se houver;
e) verificar o prontuário dos envolvidos;

32
f) verificar, caso necessário, junto à P/2 da Unidade, se há informações adicionais com
relação aos envolvidos.

Figura 3 - Preparação para abertura do caso

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2.2 Primeira Visita

Objetivo: Inserção da vítima no Serviço de Prevenção à Violência Doméstica e avaliação de


risco.
a) deslocamento até a residência ou local indicado pela vítima;
b) o contato deve ser pessoal e, preferencialmente, procedido por uma policial feminina;
c) propiciar um ambiente adequado para que a vítima fale livremente sobre seu
problema;
d) fazer o acolhimento da vítima;
e) explicar em que consiste o Serviço de Prevenção à Violência Doméstica (SPVD);
f) construir uma relação de confiança entre mulher-Instituição e de fortalecimento, para
que a vítima possa prosseguir nas ações;
g) verificar se a vítima aceita ser inserida no SPVD;
h) caso a vítima não aceite ser inserida no SPVD, deverá ser preenchido termo de
recusa (ANEXO E) e colhida assinatura. A recusa da vítima deve ser registrada, via
sistema REDS, através de BO com a natureza principal A20.005 - RECUSA DA
VÍTIMA, endereçado ao Comandante da Companhia. O termo de recusa deverá ser
arquivado em pasta própria, bem como fornecida uma cópia à vítima. Em que pese
haver a recusa da vítima, a Patrulha deverá orienta-la quanto aos aspectos legais da
Lei nº 11.340/06 e caso necessite de outro contato com a equipe, deverá acionar o

33
COPOM, explicando o fato ao atendente, deixando nº de contato e solicitar ao
COPOM que repasse a situação para a equipe da PPVD; apresentá-la aos órgãos
da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, explicar
em que consiste o ciclo da violência, assim como realizar os devidos
encaminhamentos e preencher o ANEXO F;
i) caso a vítima aceite a inserção no SPVD, deverá ser preenchido termo de inserção
(ANEXO G) em duas vias e colhida assinatura. Uma via deverá ser arquivada na
pasta do caso e outra entregue à vítima;
j) escutar atentamente a vítima, sem interrupções e distrações, importando-se com o
que ela tem a dizer, concordando ou não com o que está sendo dito, buscando
interpretar sua comunicação verbal e não verbal;
m) realizar avaliação de risco através do ANEXO H desta Instrução;
n) a inserção da vítima deverá ser registrada, via sistema REDS, através de BO com a
natureza principal de A20.003 - INCLUSÃO DA VÍTIMA E AVALIAÇÃO DE RISCO;
o) a cada tentativa infrutífera de localização PRESENCIAL da vítima, deverá ser gerado
um Boletim de Ocorrência Simplificado (BOS), com natureza U33.004
ATENDIMENTO DE DENÚNCIAS DE INFRAÇÕES CONTRA A MULHER -
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, para registro do deslocamento;
p) no caso de não localização da vítima, na terceira tentativa, deverá ser confeccionado
um BO, via sistema REDS, com natureza A20.006 - VÍTIMA NÃO LOCALIZADA,
citando os procedimentos desenvolvidos ao longo das tentativas de localização, os
respectivos registros anteriores e o encerramento do caso;
q) contatos telefônicos poderão ser realizados para tentar agendar uma visita às vítimas
que residem em aglomerados, próximo a locais de intenso tráfico de drogas ou
quando a Patrulha não tiver êxito nas tentativas de localização presencial. Tais
contatos NÃO serão objeto de registro, exceto nos casos em que houver recusa da
vítima em ser inserida no SPVD ou caso a vítima tenha se mudado para outra
localidade não atendida pelo serviço. Diante da recusa ou mudança de endereço,
deverá ser registrado, via sistema REDS, BO com a natureza principal de A20.006 -
VÍTIMA NÃO LOCALIZADA;
r) nas pastas dos casos deverão estar contidas todas as informações pertinentes e
relevantes para o monitoramento da situação, como o BO que deu origem ao caso,
os documentos previstos no ANEXO A, cópia das medidas protetivas (se houver),
informações de conduções e prisões do autor, cópias de relatórios, entre outros;
s) quando se tratar a vítima de policial feminina:
- o protocolo será aplicado normalmente;

34
- as informações colhidas não deverão ser transcritas no histórico do REDS, desde
que não configurem crime ou contravenção. Sugere-se que o texto seja curto e
objetivo, apenas descrevendo a que se presta o levantamento sem tecer maiores
comentários. (Ex.: Diligências realizadas em decorrência do REDS nº XX para
subsidiar futuro relatório circunstanciado do caso a ser encaminhado
posteriormente);
- independentemente de quem seja autor, a Patrulha confeccionará relatório inicial
circunstanciado (ANEXO B), no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis após o contato
com a vítima, contendo as informações coletadas, a ser encaminhado ao
Comandante da Unidade, independentemente da vítima ter aceitado, ou não, ser
inserida no serviço de prevenção à violência doméstica.
t) quando se tratar de autoridade civil ou militar, além dos procedimentos já citados, a
Patrulha deve:
- realizar as visitas, preferencialmente nos horários em que o autor não se encontre
na residência, evitando, assim, o constrangimento da vítima;
- realizar contato com possíveis testemunhas;
- no caso de autoridades civis ou militares, vítimas da violência doméstica que
tenham acesso ao Sistema REDS, as informações colhidas nestas diligências não
deverão ser transcritas no histórico do REDS, desde que não configurem crime ou
contravenção. Sugere-se que o texto seja curto e objetivo, apenas descrevendo a
que se presta o levantamento sem tecer maiores comentários. (Ex.: Diligências
realizadas em decorrência do REDS nº XX para subsidiar futuro relatório
circunstanciado do caso a ser encaminhado posteriormente);
- confeccionar relatório inicial circunstanciado (ANEXO B), no prazo máximo de 5
(cinco) dias úteis após o contato com a vítima, contendo as informações coletadas
a ser encaminhado ao Comandante da Unidade, tendo a vítima aceitado, ou não,
ser inserida no serviço de prevenção à violência doméstica;
- em caso de não localização da vítima, deverá ser elaborado um relatório
circunstanciado (ANEXO B) relatando que a vítima não foi localizada e as
informações obtidas (se houver). O relatório deverá ser encaminhado ao
Comandante da Unidade.

35
Figura 4 - 1ª Visita – Inserção da vítima no serviço de prevenção à violência doméstica e
avaliação de risco

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2.3 Segunda Visita

Objetivo: Notificação do autor(a) acerca de sua inserção no Serviço de Prevenção à Violência


Doméstica.
a) ação necessária para a dissuasão do autor(a);
b) localizar o autor(a);
c) realizar contato pessoal com o autor para comunicação formal de sua inserção no
SPVD;

36
d) a notificação será formal, em documento próprio disponibilizado para as Patrulhas
(ANEXOS J ou L) onde será colhida a assinatura em duas vias, sendo uma entregue
para o autor e outra arquivada na pasta. Caso o autor se recuse a assinar, a Patrulha
deverá ler a notificação e constar no local da assinatura o termo “RECUSOU-SE A
ASSINAR”. Sempre que possível, a Patrulha arrolará testemunha da recusa da
notificação;
e) este é o único passo que poderá ser procedido ao mesmo tempo com vítima e autor,
porém de forma separada, e, se possível, em ambientes diferentes;
f) a notificação do autor deverá ser registrada, via sistema REDS, através de BO com
a natureza principal de A20.004 - NOTIFICAÇÃO DO AUTOR;
g) a cada tentativa infrutífera de localização PRESENCIAL, deverá ser gerado um BOS,
com natureza U33.004 - ATENDIMENTO DE DENÚNCIAS DE INFRAÇÕES
CONTRA A MULHER - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, para registro do deslocamento;
h) no caso de não localização do autor, na terceira tentativa, deverá ser confeccionado
um BO, via sistema REDS, com natureza A20.007 - AUTOR NÃO LOCALIZADO,
citando os procedimentos desenvolvidos ao longo das tentativas de localização e os
respectivos registros anteriores;
i) autoridades civis e militares
- no caso de autoridades civis ou militares, autores da violência doméstica que
tenham acesso ao Sistema REDS, as informações colhidas nestas diligências não
deverão ser transcritas no histórico do REDS, desde que não configurem crime ou
contravenção. Sugere-se que o texto seja curto e objetivo, apenas descrevendo a
que se presta o levantamento sem tecer maiores comentários. (Ex.: Diligências
realizadas em decorrência do REDS nº XX para subsidiar futuro relatório
circunstanciado do caso a ser encaminhado posteriormente);
- o Comandante da UEOp, juntamente com a PPVD, deverá avaliar a conveniência
e oportunidade quanto à notificação pessoal do autor ou encaminhamento de ofício
ao órgão a que ele estiver vinculado;
- em se tratando de policial militar da ativa ou designado para o serviço ativo, a
notificação será feita pelo Comandante de Cia ou Chefe Direto a que estiver
subordinado, observando o grau hierárquico, com a presença dos integrantes da
PPVD.
- nos casos envolvendo policiais militares veteranos, a notificação será feita por
intermédio do Comandante da Fração com responsabilidade territorial do local da
residência do autor, observando o grau hierárquico.

37
Figura 5 - 2ª Visita – Inserção do agressor no serviço de prevenção à violência doméstica

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2.4 Terceira Visita

Objetivo: Apresentação da Lei “Maria da Penha” para a vítima.

a) o contato deve ser pessoal e, preferencialmente, procedido por uma policial feminina;
b) apresentar à vítima os principais aspectos da Lei “Maria da Penha”, o ciclo da
violência doméstica, a necessidade de representar contra o autor e os procedimentos
legais visando a garantia de direitos;
c) registrar, via sistema REDS, BO com a natureza principal de A20.008 -
APRESENTAÇÃO DA LEI PARA A VÍTIMA. Não é necessário imprimi-lo;
d) a cada tentativa infrutífera de localização PRESENCIAL, deverá ser gerado um BOS,
com natureza U33.004 - ATENDIMENTO DE DENÚNCIAS DE INFRAÇÕES
CONTRA A MULHER - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, para registro do deslocamento;

38
Figura 6 - 3ª Visita – Apresentação da Lei para a vítima

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2.5 Quarta Visita

Objetivo: Apresentação da Lei “Maria da Penha” para o autor(a).

a) o contato deve ser feito pessoalmente;


b) esclarecer acerca dos tipos de violência doméstica e as consequências legais
decorrentes;
c) o autor será orientado novamente acerca da sequência do monitoramento do caso
pela Patrulha;
d) salvo em casos excepcionais, esta visita NÃO deve ser feita junto com a
comunicação formal de inserção do autor, garantindo assim o sentimento de
monitoramento por parte dele enquanto perdurar o acompanhamento;
e) registrar, via sistema REDS, BO com a natureza principal de A20.009 -
APRESENTAÇÃO DA LEI PARA O AUTOR. Não é necessário imprimi-lo;
f) a cada tentativa infrutífera de localização PRESENCIAL, deverá ser gerado um BOS,
com natureza U33.004 - ATENDIMENTO DE DENÚNCIAS DE INFRAÇÕES
CONTRA A MULHER - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, para registro do deslocamento.

39
Figura 7 - 4ª Visita – Apresentação da Lei para o autor

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2.6 Quinta Visita

Objetivo: Contato com possíveis testemunhas.

a) ouvir possíveis testemunhas para o levantamento de informações complementares e


a confirmação das já existentes;
b) devem ser ouvidos todos aqueles que possam contribuir de alguma forma para a
coleta de informações;
c) mesmo que o contato com testemunhas tenha sido em ordem diferente da prevista
pelo protocolo, a Patrulha deve realizá-la, também, no final dos trabalhos para se ter
um panorama da real situação após o cumprimento das atividades;
d) ao fazer contato com crianças e/ou adolescentes, utilizar linguagem adequada à sua
idade. Caso forneçam alguma informação importante acerca do caso, deverá ser
lavrado, via sistema REDS, BO endereçado à delegacia de polícia. A natureza da
ocorrência dependerá do fato relatado ou da percepção da Patrulha;
e) registrar, via sistema REDS, BO com a natureza principal de A20.010 - CONTATO
COM TESTEMUNHAS. Não é necessário imprimi-lo;

40
f) a cada tentativa infrutífera de localização PRESENCIAL, deverá ser gerado um BOS,
com natureza U33.004 - ATENDIMENTO DE DENÚNCIAS DE INFRAÇÕES
CONTRA A MULHER - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, para registro do deslocamento.

Figura 8 - 5ª Visita – Contato com possíveis testemunhas

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2.7 Sexta Visita

Objetivo: Encaminhamento da vítima.

a) verificar a necessidade de encaminhamento da vítima e sua anuência;


b) caso ela se recuse ao encaminhamento, deverá ser colhida sua assinatura em
formulário próprio (ANEXO F) e arquivada uma via na pasta do caso;
c) o encaminhamento da vítima em viatura policial para os órgãos da rede somente
poderá ser realizado em casos excepcionais. O deslocamento deverá ser justificado
em Boletim de Ocorrência, sendo imprescindível destacar que tal ação foi necessária
para dar continuidade ao acompanhamento do caso;
d) registrar para cada encaminhamento, via sistema REDS, BO com a natureza
principal de A20.011 - ENCAMINHAMENTO DA VÍTIMA. Não é necessário imprimi-
lo;

41
e) a cada tentativa infrutífera de localização PRESENCIAL, deverá ser gerado um BOS,
com natureza U33.004 - ATENDIMENTO DE DENÚNCIAS DE INFRAÇÕES
CONTRA A MULHER - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, para registro do deslocamento.

Figura 9 - 6ª Visita – Encaminhamento da vítima

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2.8 Sétima Visita

Objetivo: Monitoramento da vítima.


a) realizar contato com a vítima a fim de verificar se o autor está cumprindo a Medida
Protetiva (se houver), se ele tentou algum contato novamente e se o ciclo da violência
foi quebrado.
b) verificar os resultados dos encaminhamentos que possam ter sido efetuados
anteriormente.
c) nesta oportunidade, deve ser reforçada com a vítima a importância dos órgãos que
fazem parte da Rede Estadual de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher,
explicando a ela que, a partir de então, ela detém as informações necessárias para
tomar todas as providências pertinentes, caso ocorra nova episódio de violência.
d) registrar, via sistema REDS, BO com a natureza principal de A20.012 -
MONITORAMENTO DA VÍTIMA. Não é necessário imprimi-lo.

42
e) a cada tentativa infrutífera de localização PRESENCIAL, deverá ser gerado um BOS,
com natureza U33.004 - ATENDIMENTO DE DENÚNCIAS DE INFRAÇÕES
CONTRA A MULHER - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, para registro do deslocamento.

Figura 10 - 7ª Visita – Monitoramento da vítima

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2.9 Oitava Visita

Objetivo: Monitoramento do autor.


a) realizar contato com o autor a fim de verificar o cumprimento da Medida Protetiva (se
houver), se ele tentou contato com a vítima novamente e se o ciclo da violência foi
quebrado;
b) este contato poderá ser realizado no mesmo dia ou na semana da sétima visita;
c) registrar, via sistema REDS, BO com a natureza principal de A20.013 -
MONITORAMENTO DO AUTOR. Não é necessário imprimi-lo;
d) a cada tentativa infrutífera de localização PRESENCIAL, deverá ser gerado um BOS,
com natureza U33.004 (Atendimento de Denúncias de Infrações contra a Mulher -
Violência Doméstica), para registro do deslocamento.

43
Figura 11 - 8ª Visita – Monitoramento do autor

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2.10 Nona Visita

Objetivo: Encerramento do caso.

a) realizar o último contato com a vítima a fim de verificar se o autor está cumprindo a
Medida Protetiva (se houver), se ele tentou algum contato novamente e se o ciclo da
violência foi quebrado;
b) informar que, apesar de terminado seu acompanhamento, ela continuará a ser
monitorada pelo sistema, caso haja novo registro;
c) as providências descritas neste passo NÃO deverão ser realizadas com o autor, o
qual se sentirá monitorado por tempo indeterminado em face da omissão da
informação;
d) preencher o relatório de encerramento do caso (ANEXO M);
e) registrar, via sistema REDS, BO de encerramento do caso com a natureza principal
de A20.014 - ENCERRAMENTO DO CASO. Não é necessário imprimi-lo;

44
f) a cada tentativa infrutífera de localização PRESENCIAL, deverá ser gerado um BOS,
com natureza U33.004 - ATENDIMENTO DE DENÚNCIAS DE INFRAÇÕES
CONTRA A MULHER - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, para registro do deslocamento.

Figura 12 - 9ª Visita – Encerramento do caso

Fonte: Elaborado pelo autor

7.3 Procedimentos correlatos

7.3.1 Registro das Ações de Segunda Resposta

a) todas as atividades geradas deverão ser encerradas e confeccionados os respectivos


registros no mesmo dia;
b) as visitas realizadas serão de registro posterior destinado ao Comando da Unidade,
desde que não se trate de notícia crime;
c) as atividades a serem registradas por meio de BOS não precisarão ser geradas no
sistema CAD (Controle de Atendimento e Despacho).

7.3.2 Particularidades do Protocolo

a) o período de acompanhamento entre a abertura e o encerramento do caso deverá


ser de 2 (dois) meses. As situações em que houver dificuldade no cumprimento deste
prazo deverão ser priorizadas para as reuniões setoriais, a fim de que seja realizado
um estudo de caso e criadas estratégias conjuntas para a melhor solução. Enquanto
for constatado o reiterado descumprimento de Medidas Protetivas e o reinício

45
constante do ciclo da violência, o caso não poderá ser encerrado. Todos os esforços
deverão ser esgotados para que ocorra a quebra do ciclo da violência;
b) as visitas destinadas ao monitoramento da vítima e do autor (visitas 6, 7 e 8) deverão
ser feitas em um intervalo de uma semana;
c) as PPVD devem, quando houver necessidade de cobertura, solicitar apoio das
guarnições que atuam no local onde realizarão contato com as vítimas, autores e
testemunhas;
d) nos casos em que autor e vítima residam em municípios diversos, os passos do
protocolo destinados ao agressor serão executados pela PPVD da cidade em que
ele resida. Caso não haja PPVD no município de residência do agressor, os passos
do protocolo poderão ser, excepcionalmente, executados pela equipe de Primeira
Resposta da localidade.

7.3.3 Apoio à Primeira Resposta

a) quando necessário, a PPVD subsidiará as ações de primeira resposta, através da


formação e treinamento, visando a melhoria da qualidade do serviço prestado;
b) nos casos em que a PPVD for acionada pelas unidades para ocorrências de violência
doméstica, deverá ser reiterado que, em se tratando de ocorrências de primeira
resposta, a competência é da viatura do setor, ficando a Patrulha no apoio, caso haja
real necessidade.

7.3.4 Atendimento a casos reincidentes

a) os casos em que, após o cumprimento do protocolo e encerramento, houver novo


registro de violência com a mesma vítima e o mesmo autor, serão considerados
reincidentes;
b) nos casos de reincidência, a Patrulha fará novo contato para verificar as razões do
ocorrido e tomará as providências que o caso requerer;
c) EM NENHUMA HIPÓTESE será refeito o protocolo de segunda resposta, sendo o
contato feito somente para providências específicas, como confecção de relatório,
prisão, encaminhamentos, etc.

7.3.5 Desligamento da vítima do Serviço

a) o desligamento ocorrerá de duas maneiras, por solicitação da vítima e por não


cumprimento das orientações repassadas pela PPVD;

46
b) no caso de solicitação de desligamento, a Patrulha informará à vítima, de forma
exaustiva, sobre as consequências da sua decisão, solicitando a ela que relate os
motivos. A PPVD deve atentar para situações em que haja ameaças ou medo por
parte da vítima, e caso não se vislumbre essas situações, sempre que possível,
arrolará testemunha e confeccionará BO, via sistema REDS, com natureza A20.017
- DESLIGAMENTO POR SOLICITAÇÃO DA VÍTIMA, expondo o desejo da assistida
e encerrará o caso. A vítima deverá assinar o ANEXO O, que será arquivado na pasta
do caso;
c) processo de desligamento no caso de não cumprimento das orientações (vítima vai
de encontro ao autor mesmo possuindo medidas protetivas, vítima se recusa a tomar
providências em situações indispensáveis, etc):
- para cada caso de inobservância das orientações, deverá ser registrado REDS e a
assistida poderá ser desligada do serviço;
- a vítima deverá assinar o ANEXO P, que será arquivado na pasta do caso. A
Patrulha deverá registrar Boletim de Ocorrência com natureza A20.016 -
DESLIGAMENTO PELA PATRULHA;
d) no caso de não localização da vítima, na terceira tentativa, nos casos em
acompanhamento, deverá ser confeccionado um BO, via sistema REDS, com
natureza A20.018 - DESLIGAMENTO POR NÃO LOCALIZAÇÃO DA VÍTIMA, citando
os procedimentos desenvolvidos ao longo das tentativas de localização e os
respectivos registros anteriores. Ressalta-se que, em cada tentativa infrutífera de
localização PRESENCIAL, deverá ser gerado um BOS, com natureza U33.004 -
ATENDIMENTO DE DENÚNCIAS DE INFRAÇÕES CONTRA A MULHER -
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, para registro do deslocamento. Ressalta-se que tal
registro se aplica às vítimas em que o acompanhamento foi iniciado e,
posteriormente, não são localizadas novamente.

7.3.6 Vítimas que relatam crimes durante as visitas

a) nas visitas em que a vítima relatar crimes ou contravenções, os quais não foram
registrados, as Patrulhas deverão registrar, via sistema REDS, BO constando a
natureza que melhor se adequar ao fato noticiado, e endereçá-lo à Delegacia
responsável. A natureza secundária será a correspondente ao passo do protocolo
em que o caso se encontre;
b) nos casos em que a PPVD avaliar a necessidade de se registrar passo do protocolo
em BO diverso do registro à Delegacia, relatando crime ou contravenção de que
venha a tomar conhecimento, poderão ser registrados um boletim com natureza

47
correspondente ao passo do protocolo em que o caso se encontre e outro boletim
referente à natureza que melhor se adequar ao fato a ser noticiado, sendo que o
primeiro será endereçado à Unidade e o segundo à Delegacia responsável;
c) nos casos de registros de crimes gerados pelas Patrulhas em que não há
necessidade de deslocamento imediato para a Delegacia, as vítimas deverão ser
orientadas a comparecer posteriormente para representação criminal contra o autor.
7.3.7 Autores que dificultam sua localização ou evitam atender as Patrulhas

Em casos onde houver dificuldades de localização ou contato com o autor, as Patrulhas


deverão criar estratégias com foco na mobilização de controladores, ou seja, realizar contato
com testemunhas próximas ao autor a fim de que ele tome conhecimento acerca do
monitoramento da situação. Persistindo as dificuldades, os casos deverão ser apresentados
nas reuniões de Patrulhas para discussão e elaboração de outros procedimentos e/ou
estratégias conjuntas.

7.3.8 Termo de ingresso em domicílio

O Termo de ingresso em domicílio (ANEXO N) é recomendado nos casos em que a Patrulha


julgar necessário resguardar as ações. Cita-se como exemplo para seu uso situações em que
existirem mandados de prisão em aberto, suspeita de indivíduos dentro de imóveis, entre
outros.

7.3.9 Monitoramento de medidas protetivas

a) quando, no cumprimento do protocolo, a vítima relatar que o autor está descumprindo


a medida protetiva, conforme Lei nº 13.641 de 2018, deverá ser confeccionado BO
com natureza G02.024 - DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA DE
URGÊNCIA e poderá ser confeccionado um relatório (ANEXO C) informando ao juiz
responsável sobre o crime de descumprimento por parte do autor. A Patrulha poderá
confeccionar um boletim de ocorrência com a natureza principal G02.024 -
DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA e natureza
secundária correspondente ao passo do protocolo em que o caso se encontre ou dois
boletins distintos;
b) quando, no cumprimento do protocolo, a Patrulha deparar com o autor e/ou a vítima
descumprindo a ordem judicial, as partes deverão ser conduzidas até a Delegacia
responsável com base no crime de descumprimento de medida protetiva e deverá
ser confeccionado BO com natureza G02.024 - DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA

48
PROTETIVA DE URGÊNCIA. A Patrulha poderá confeccionar apenas um boletim de
ocorrência com a natureza principal G02.024 - DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA
PROTETIVA DE URGÊNCIA e natureza secundária correspondente ao passo do
protocolo em que o caso se encontre ou dois boletins distintos;
c) se, durante o acompanhamento do caso, a Patrulha constatar outras informações
pertinentes sobre o casal, poderá ser confeccionado relatório circunstanciado
(ANEXO C) para dar ciência aos órgãos responsáveis.

7.3.10 Demanda externa

As solicitações de acompanhamento dos órgãos externos deverão obedecer ao processo


estabelecido no Protocolo de Segunda Resposta. O protocolo será aplicado normalmente,
observando-se que, após a primeira visita, a Patrulha deve confeccionar relatório inicial
circunstanciado (ANEXO B) e, após o encerramento do caso, deve confeccionar relatório final
circunstanciado (ANEXO B).

7.3.11 Encerramento do acompanhamento devido à prisão do autor

a) quando a Patrulha selecionar um caso de extrema gravidade e constatar que o autor


se encontra preso e não existirem riscos para a integridade da ofendida, o protocolo
consistirá em apenas uma visita para a vítima, a qual será orientada exaustivamente
acerca das providências a serem adotadas diante de novos fatos, sobre os órgãos
que compõem a Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e a entrar em
contato com a PPVD para que, se necessário, informe sobre a soltura do autor e seja
avaliada a necessidade de acompanhamento do caso. A Patrulha deverá
confeccionar BO, via sistema REDS, com natureza A20.015 - SUSPENSÃO DO
CASO, constando as diligências e as orientações repassadas;
b) quando, durante o acompanhamento do caso, o autor for preso e não existir riscos
para a integridade da ofendida, o caso deverá ser encerrado. O protocolo não será
executado somente com a vítima, ela deverá ser orientada exaustivamente acerca
das providências a serem adotadas diante de novos fatos, sobre os órgãos que
compõem a Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e a entrar em
contato com a PPVD para que, se necessário, a vítima informe sobre a soltura do
autor e seja avaliada a necessidade de reabertura do caso, o qual será reaberto a
partir do passo do protocolo que a Patrulha interrompeu o monitoramento. A Patrulha
deverá confeccionar BO, via sistema REDS, com natureza A20.015 - SUSPENSÃO
DO CASO, constando as diligências e as orientações repassadas.

49
8 ACOLHIMENTO E ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS E AOS AUTORES DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA POLICIAIS MILITARES

São objetivos do acolhimento e atendimento às vítimas e aos autores de violência doméstica


policiais militares, pela Diretoria de Saúde: fornecer os dados à Diretoria de Educação Escolar
e Assistência Social (DEEAS) para pesquisar o índice de vítimas e autores de violência
doméstica dentro da Instituição Polícia Militar; sensibilizar e capacitar o Quadro de Oficiais de
Saúde para a ética, o cuidado e a atenção ao acolhimento, ao diagnóstico e ao tratamento;
promover, juntamente com a DEEAS, inserções do militar em processos de reflexões
responsabilizantes sobre as consequências de seus atos; e, por fim, criar, juntamente com a
DEEAS, políticas de prevenção à violência doméstica no âmbito familiar do militar.

8.1 Diretoria de Saúde (DS)

a) capacitar, anualmente, a equipe multidisciplinar dos Núcleos de Atenção Integral à


Saúde (NAIS) sobre o tema: “violência doméstica na família do policial militar”;
b) receber o Formulário de Atendimento ao autor militar de violência doméstica (ANEXO
Q) e o Formulário de Atendimento à vítima militar de violência doméstica (ANEXO
R), enviados pelos NAIS e encaminhá-los para a DEEAS;
c) criar, em parceria com a DEEAS, políticas para prevenção e enfrentamento à
violência doméstica na Polícia Militar.

8.2 Gerência Regional de Saúde (GRS)

Apoiar na capacitação e sensibilização da equipe multidisciplinar dos NAIS sobre o tema:


“Violência Doméstica na Família do Policial Militar”.

8.3 Núcleo de Atenção Integral à Saúde (NAIS)

Considerando a obrigatoriedade, do Comandante/Diretor/Chefe direto do autor ou vítima de


violência doméstica, de encaminha-lo ao NAIS, sugere-se que, preferencialmente,
encaminhe-o ao Oficial Psicólogo. Na ausência deste, encaminhar ao Oficial Médico que
solicitará um laudo psicopatológico do autor policial militar e uma avaliação psicológica da
vítima policial militar. Tendo em vista, o acesso prioritário do policial militar ao NAIS de sua
UEOp, recomenda-se o seguinte protocolo de atendimento e/ou tratamento:

50
8.3.1 Equipe multidisciplinar

8.3.1.1 Oficial Psicólogo

Caso não haja horário na agenda do Oficial Psicólogo, o atendimento da vítima ou autor de
violência doméstica, deverá ser realizado em caráter de urgência e lançado como demanda
livre.

8.3.1.1.1 Vítima Policial Militar

a) acolher a vítima militar, orientando-a sobre a importância de seu posicionamento


diante das medidas legais a serem adotadas por ela, oferecendo suporte psicológico;
b) oferecer tratamento psicológico ou encaminhar a vítima para a rede credenciada;
c) encaminhá-la para o Oficial Médico, caso necessário.
d) preencher o Formulário de Atendimento à Vítima Militar (ANEXO R) e encaminhá-lo
à Caixa administrativa DS/PVD, que encaminhará à DEEAS para fins estatísticos e
construção de políticas preventivas;
e) preencher a Ficha de Notificação Compulsória de Investigação Individual: violência
doméstica sexual e ou violências do sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN), com o CID Y09 (ANEXO S) e encaminhá-la à Vigilância
Epidemiológica do município.

51
Figura 13 - Atendimento à vítima policial militar de violência doméstica pelo NAIS

Fonte: Elaborado pelo autor

8.3.1.1.2 Autor Policial Militar


a) Na primeira consulta:
- acolher em uma consulta psicológica inicial, explicando-lhe o motivo do
encaminhamento compulsório; pesquisar acerca da sua vida familiar, dos seus conflitos, de
histórias de violência familiar anterior e ainda outras comorbidades como o uso abusivo de
álcool e drogas, problemas financeiros, problemas profissionais, doenças clínicas e etc;

52
- orientar sobre a importância de se posicionar e se responsabilizar frente aos seus
atos; informá-lo sobre as medidas legais que serão adotadas contra ele;
- explicar sobre a importância do tratamento psicológico. Caso ele tenha demanda para
o tratamento, tratá-lo, preferencialmente, em seu próprio NAIS.
- agendar três consultas quinzenais;
- encaminhar à rede orgânica para a realização de um psicodiagnóstico;
- preencher o Formulário de Atendimento ao Autor Militar (ANEXO Q) e encaminhar à
Caixa Administrativa DS/PVD, que encaminhará à DEEAS para fins estatísticos e construção
de políticas preventivas e responsabilizantes.
b) enquanto o autor policial militar estiver em avaliação psicológica, deverá
permanecer “dispensado do uso e manuseio de armamentos”, a partir de recomendação
psicológica, utilizando-se o CID Z02.8 (CID 10).
c) ao receber o laudo conclusivo da avaliação psicológica, proceder a verificação de
fatores impeditivos para manutenção do porte de arma.
d) constatado fator impeditivo, deverá ser encaminhado para o médico do NAIS, que
adotará o procedimento de encaminhar o autor policial militar para uma perícia
psicopatológica na Junta Central de Saúde (JCS).
e) o impedimento para porte de arma, somente será revogado, quando houver nova
avaliação em que os fatores impeditivos não sejam detectados.
f) oferecer ao autor tratamento psicológico na rede orgânica ou credenciada.

53
Figura 14 - Atendimento ao autor policial militar de violência doméstica pelo NAIS

Fonte: Elaborado pelo autor

8.3.1.2 Oficial Médico

Nos casos em que não houver Oficial Psicólogo disponível no NAIS adotar os seguintes
procedimentos:
a) realizar o primeiro acolhimento;
b) preencher os ANEXOS Q ou R e S;

54
c) proceder o encaminhamento dos formulários conforme o fluxo previsto nesta
Instrução;
d) solicitar atendimento e avaliação psicológica da vítima policial militar;
e) solicitar laudo psicopatológico do autor policial militar, na rede credenciada;
f) encaminhar a vítima para o IML em caso de lesão corporal;
g) atender o autor, medicá-lo, se necessário, ou encaminhá-lo para o tratamento
médico mais adequado;
h) receber o laudo conclusivo da avaliação psicológica contendo fatores impeditivos
para manutenção do porte de arma, encaminhar o autor militar para a perícia
psicopatológica na JCS.

Em caso de Oficial Psicólogo disponível:


a) encaminhar a vítima para o Instituto Médico Legal (IML) em caso de lesão corporal;
b) atender o autor, medicá-lo, se necessário, ou encaminhá-lo para o tratamento
médico mais adequado;
c) receber o laudo conclusivo da avaliação psicológica contendo fatores impeditivos
para manutenção do porte de arma, encaminhar o autor militar para a
psicopatológica na JCS.

8.3.2 Prescrições diversas

a) deverá, o Comandante/Diretor/Chefe encaminhar, obrigatoriamente, o(a) autor(a) e


a vítima policial militar ao NAIS;
b) poderá, qualquer membro da equipe multidisciplinar, acionar o Coordenador de
Policiamento da Unidade (CPU) para confeccionar o boletim de ocorrência, com a
aquiescência da vítima, caso este não tenha sido feito;
c) deverá ser realizado o primeiro atendimento pelo Oficial Médico, em caso do NAIS
sem Oficial Psicólogo;
d) preencher o Formulário de Atendimento do autor e/ou vítima militar de violência
doméstica e enviá-lo, imediatamente, à caixa administrativa DS/PVD;
e) preencher a Ficha de Notificação Compulsória Individual do Sistema de Informação
de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, com o CID Y09 e
encaminhá-la à Vigilância Epidemiológica;
f) o Oficial Médico ou o Oficial Psicólogo do NAIS deverá acolher e oferecer tratamento
à vítima e/ou autor militar de violência doméstica;

55
g) o Oficial Médico ou o Oficial Psicólogo do NAIS procederá a avaliação de saúde do
autor policial militar de violência doméstica, conforme art. 55 da Resolução nº
4.085/10- CG, encaminhando à autoridade competente o parecer;
h) o Oficial Médico ou o Oficial Psicólogo do NAIS avaliará a devolução do porte de
arma do autor militar de violência doméstica e seu restabelecimento na atividade
operacional.

8.4. Diretoria de Educação Escolar e Assistência Social (DEEAS)

8.4.1 Assistência Social

a) receber o Formulário de Atendimento do autor militar de violência doméstica e o


Formulário de Atendimento da vítima militar de violência doméstica, enviado pela
Caixa Administrativa DS/PVD e proceder análise quantitativa e qualitativa dos dados
com intuito de propor novas alternativas para atendimento e acompanhamento dos
casos sobre o tema;
b) fomentar políticas de prevenção e enfrentamento à violência doméstica na Polícia
Militar, juntamente com a DS;
c) criar fluxograma de referência e contra referência junto aos Órgãos de defesa do
direito da mulher vítima de violência;
d) implementar medidas para atendimento e acompanhamento dos policiais militares,
autores de violência doméstica, com objetivo de remediar/minimizar/erradicar a
incidência de crimes dessa natureza na Corporação.

8.4.2 Assistente Social

a) proceder contato com o autor militar de violência doméstica, da ativa ou veterano,


para agendamento do primeiro atendimento individual;
b) disponibilizar atendimento às vítimas e familiares, beneficiários do Sistema de Saúde
(SISAU), procedendo aos encaminhamentos decorrentes;
c) registrar os atendimentos sociais no sistema de informação em vigor;
d) realizar encaminhamentos de saúde para a rede orgânica da PMMG ou rede
credenciada, quando necessário;
e) fornecer aos profissionais do NAIS retorno dos casos encaminhados, por meio do
Painel Administrativo da PMMG, respeitando o sigilo profissional;
f) fomentar e realizar parcerias com rede de atendimento externo para
encaminhamento de vítimas e autores de violência doméstica.

56
9 DO CRIME MILITAR E DA TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR NOS CRIMES DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Os princípios da ética militar devem ser observados por todos os integrantes da Instituição
Militar Estadual. Então, pelo disposto no inciso XII, art. 9° e no art. 3º, do Código de Ética e
Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais, o militar estadual, mesmo de folga, poderá
ser responsabilizado disciplinarmente, pela prática de transgressão disciplinar:

Art. 3º – A camaradagem é indispensável ao convívio dos militares, devendo-


se preservar as melhores relações sociais entre eles.
§ 1º – É dever do militar incentivar e manter a harmonia, a solidariedade e a
amizade em seu ambiente social, familiar e profissional.
§ 2º – O relacionamento dos militares entre si e com os civis pautar-se-á pela
civilidade, assentada em manifestações de cortesia, respeito, confiança e
lealdade.

Art. 9º – A honra, o sentimento do dever militar e a correção de atitudes


impõem conduta moral e profissional irrepreensíveis a todo integrante das
IMEs, o qual deve observar os seguintes princípios de ética militar:
(...)
XIII – preservar e praticar, mesmo fora do serviço ou quando já na reserva
remunerada, os preceitos da ética militar;(MINAS GERAIS, 2002, art. 3º e 9º).

Havendo a prática, em tese, de crime militar, cuja conduta se amolda a uma das formas de
violência doméstica e familiar contra a mulher praticado por militares estaduais, a autoridade
deverá se ater à norma que padroniza as atividades de polícia judiciária militar.

Em caso de transgressão disciplinar, a autoridade competente deverá instaurar o devido


processo administrativo disciplinar, de acordo com o caso concreto.

Nos casos acima descritos a autoridade competente deverá encaminhar o autor(a) policial
militar ao Núcleo de Assistência Integrada à Saúde (NAIS).

57
10 REDE DE ENFRENTAMENTO E DE ATENDIMENTO À MULHER VÍTIMA DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

De acordo com o art. 9º da Lei “Maria da Penha”, a assistência à mulher vítima de violência
doméstica e familiar deverá ser prestada de forma articulada e alinhada ao que prevê a Lei
Orgânica da Assistência Social (LOAS), o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único
de Segurança Pública (Susp), bem como outras normas e políticas públicas de proteção.

A articulação entre os diversos órgãos, instituições e serviços que compõem esses sistemas
e a comunidade possibilita a criação da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher e da Rede de Atendimento à Mulher Vítima de Violência.

O objetivo principal da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a


Mulher será desenvolver estratégias efetivas de prevenção e a implementação de políticas
que venham a proporcionar a construção da autonomia das mulheres, a garantir os seus
direitos, a efetivar a responsabilização dos agressores e disponibilizar uma assistência
qualificada e humanizada às mulheres vítimas de violência.

A Rede de Enfrentamento é composta por agentes governamentais e não-governamentais


responsáveis por formular, fiscalizar e executar as políticas voltadas para as mulheres, bem
como pela Rede de Atendimento à Mulher Vítima de Violência.

A Rede de Atendimento abrange as ações e serviços de setores como a assistência social,


da justiça, da segurança pública e da saúde. Seu objetivo é ampliar e melhorar a qualidade
do atendimento, identificar e proceder aos encaminhamentos adequados das mulheres
vítimas de violência, bem como humanizar e integralizar o atendimento.

Poderão compor a Rede de Atendimento, dentre outros, os seguintes órgãos e Instituições:


a) os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher;
b) os Juízes das Comarcas onde não houver Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher;
c) o Ministério Público do Estado de Minas Gerais;
d) a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais;
e) a Polícia Militar de Minas Gerais, por intermédio das Patrulhas de Prevenção à
Violência Doméstica;

58
f) a Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, por intermédio das Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), onde houver, ou das Delegacia de
Polícia Civil;
g) os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS);
h) os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS);
i) os Serviços de Saúde voltados para o atendimento dos casos de violência doméstica;
j) as Casas de Acolhimento Provisório;
k) as Casas-Abrigo;
l) os Centros de Referência de Atendimento à Mulher;
m) dentre outros citados na Diretriz de Direitos Humanos da PMMG.

59
11 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO

O Plano Estratégico 2016-2019 estabeleceu um novo processo, no nível estratégico, de


acompanhamento e gestão de indicadores (MINAS GERAIS, 2018). Através da Diretriz de
Gestão do Desempenho Operacional foram estabelecidos os parâmetros para a otimização e
padronização da metodologia de acompanhamento e avaliação dos resultados operacionais
apresentados pela Corporação (MINAS GERAIS, 2017).

O Programa Minas Segura, alicerçado nos pilares previstos no Plano Estratégico 2016-2019,
tem como uma de suas premissas a redução da criminalidade e da violência, no Eixo
Prevenção à Criminalidade e ao Crime e prevê, dentre outros projetos, a potencialização das
ações preventivas à violência doméstica e familiar contra a mulher (MINAS GERAIS, 2019).

Alinhado às diretrizes institucionais foram estabelecidos para o Serviço de Prevenção à


Violência Doméstica 4 (quatro) indicadores por meio dos quais será possível monitorar,
controlar e avaliar os resultados apresentados.

O controle científico da execução do Protocolo de Segunda Resposta tem como objetivo:

a) o monitoramento do quantitativo das visitas realizadas em cumprimento ao Protocolo;


b) o monitoramento da qualidade das visitas realizadas em cumprimento ao Protocolo;
c) subsidiar comparação entre séries temporais de atendimento;
d) subsidiar a identificação de desempenho insuficiente;
e) o monitoramento da quantidade de encaminhamentos efetuados pelas equipes;
f) aumentar o número de casos atendidos, otimizando as estratégias de contato,
intervenção e articulação internas e externas.

O Serviço de Prevenção à violência doméstica tem como metas:

a) quebrar o ciclo da violência;


b) reduzir e/ou erradicar as revitimizações entre as vítimas atendidas pelas Patrulhas
de Prevenção à Violência Doméstica;
c) qualificar o atendimento de primeira resposta, considerando sua imprescindível
participação na quebra do ciclo da violência;
d) aperfeiçoar o atendimento, otimizando as estratégias de contato, intervenção e
articulação internas e externas com foco no aumento da produtividade do serviço;

60
e) aumentar o número de encaminhamento das vítimas aos parceiros da Rede de
Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, promovendo os
meios necessários e possíveis de engajamento das vítimas na construção de
estratégias de autossegurança.

11.1 Indicadores de produtividade operacional da Patrulha de Prevenção à Violência


Doméstica - PPVD

11.1.1 Indicador Taxa de Resposta Imediata à Violência Doméstica (TRIVD)

Este indicador tem como objetivo avaliar a produtividade do serviço de Prevenção à Violência
Doméstica, dentro da área da UEOp, quanto ao número de vítimas atendidas em relação ao
número de ocorrências de violência doméstica ocorridas na área de responsabilidade da
equipe. Tal indicador de eficácia permite verificar o quanto as ações implementadas atingem
as metas estabelecidas para o Serviço.

Para sua obtenção, consideram-se como variáveis o número de casos iniciados em que houve
a visita de inserção da vítima e avaliação de risco (ISPVD - A20.003 INCLUSÃO DA VÍTIMA
E AVALIAÇÃO DE RISCO) e o número de recusas de atendimento (RA - A20.005 - RECUSA
DA VÍTIMA), em razão do número de ocorrências de Violência Doméstica (VD) registradas na
área de atuação da Unidade. São considerados casos iniciados todos aqueles que cumpriram
a Primeira Visita (A20.003 e A20.005), prevista no Protocolo de Segunda Resposta dessa
Instrução, mesmo que a inserção não se efetive. O número de recusas será considerado,
tendo em vista que a patrulha cumpriu a missão de selecionar corretamente o caso a ser
atendido, mas, por vontade da vítima, o atendimento não se efetivou.

A polaridade do indicador é quanto maior, melhor, ou seja, quanto maior o indicador, melhor
terá sido a atuação das patrulhas quanto às visitas para inserção no Serviço de Prevenção à
Violência Doméstica. Sua periodicidade é mensal, sendo calculado pela fórmula:

TRIVD = n° de ISPVD + nº RA x 100


nº de OVDR

Onde:
ISPVD - número de inserções no Serviço de Prevenção à Violência Doméstica (A20.003)
RA - número de recusas ao atendimento (A20.005)
OVDR - número de ocorrências de VD registradas na área de atuação da Equipe

61
11.1.2 Indicador de Produtividade Geral (IPG)

Este indicador tem como objetivo avaliar a produtividade geral do serviço de Prevenção à
Violência Doméstica, dentro da área da UEOp, quanto ao número de visitas realizadas e
registradas em boletins de ocorrência e boletins de ocorrência simplificados, conforme as
naturezas relacionadas ao Protocolo de Segunda Resposta. Tal indicador de eficiência
permite verificar o correto cumprimento do Protocolo de Segunda Resposta de forma racional,
objetiva e com a qualidade esperada.

Para sua obtenção, consideram-se como variáveis o número de boletins de ocorrência e


boletins de ocorrência simplificados registrados e que sejam relacionados ao Protocolo de
Segunda Resposta, bem como o número de lançamentos diários da Patrulha durante o
período analisado.

A polaridade do indicador é quanto maior, melhor, ou seja, quanto maior o indicador, melhor
terá sido a atuação das Patrulhas quanto às visitas realizadas em cumprimento ao Protocolo
de Segunda Resposta. Sua periodicidade é mensal, sendo calculado pela fórmula:

IPG = TGAR x 100


TLP

Onde:
IPG - indicador de produtividade geral
TGAR - total geral de atividades registradas pela Patrulha
TLP - total de lançamentos da Patrulha

11.1.3 Indicador Taxa de Reincidência (TR)

Este indicador tem como objetivo avaliar o percentual de reincidências de episódios criminais
de violência doméstica (mesmo autor e mesma vítima) em casos efetivamente atendidos e
encerrados pela patrulha de prevenção. Tal indicador de efetividade permite verificar a
capacidade da Patrulha de aplicar o Protocolo de Segunda Resposta da melhor maneira
possível.

Para sua obtenção, consideram-se como variáveis o total de reincidências de casos de


violência doméstica no mês avaliado e o total de casos encerrados nos últimos 6 (seis)
meses.

62
A polaridade do indicador é quanto menor, melhor, ou seja, quanto menor o valor deste
indicador, melhor terá sido o desempenho da patrulha, quanto à prevenção da reincidência
de casos de violência doméstica no mês avaliado. Sua periodicidade é mensal, sendo
calculado pela fórmula:

TRein = TR x 100
TCE

Onde:
TRein - taxa de reincidência
TR - total de reincidências de casos de violência doméstica no mês avaliado
TCE - total de casos encerrados nos últimos 6 (seis) meses

11.1.4 Indicador taxa de registro de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher por
município

Este indicador tem como objetivo verificar o nível de violência cometido contra as mulheres
por município.

Para sua obtenção, consideram-se como variáveis o número de vítimas de crimes registrados
pelas agências de polícia, cujas vítimas foram do sexo feminino, e o tamanho da população
residente no município, conforme projeção da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança
Pública (SEJUSP), que tem como fonte o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A polaridade do indicador é quanto menor, melhor, ou seja, quanto menor o valor deste
indicador, menor é o registro de vítimas de violência doméstica e familiar. Sua periodicidade
é mensal, sendo calculado pela fórmula:

TRVD = TR x 1.000
TP

Onde:
TRVD - taxa de registro de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher por município
TR - total de registros de vítimas de violência doméstica e familiar pelas agências de polícia
TP - tamanho da população residente no município

63
Para análise em âmbito estadual, deve-se ter como base a média dos 853 (oitocentos e
cinquenta e três) municípios do Estado, considerando-se um desvio padrão.

11.2 Avaliação

A Seção de Emprego Operacional (P/3) deverá, até o quinto dia útil de cada mês, encaminhar
ao Comandante da Unidade a análise quantitativa e qualitativa dos indicadores de prevenção
à violência doméstica.

64
12 CONTROLE E ACOMPANHAMENTO

O controle e acompanhamento das ações relacionadas à prevenção da violência doméstica


será realizado na PMMG em três níveis: operacional, tático e estratégico.

12.1 No nível operacional


a) criar Comissão para acompanhamento trimestral das ações de resposta e prevenção
à violência doméstica e familiar contra mulheres na área de responsabilidade. Esta
Comissão deverá produzir informações, buscando traçar, no que couber, estratégias
que potencializem o aprimoramento das ações policiais militares de controle do
fenômeno, por meio do monitoramento sistemático dos casos, assim como a adoção
de medidas eficazes de prevenção à violência doméstica e familiar contra mulheres;

A Comissão de acompanhamento terá a seguinte constituição:


- Subcomandante da UEOp (Presidente);
- Chefe da P/3;
- Chefe da P/2;
- Oficial Psicólogo;
- Assessor Jurídico.

A participação do Oficial Psicólogo e Assessor Jurídico na referida Comissão ficará sujeita à


existência desses profissionais na Unidade.

A Comissão deverá analisar e emitir parecer sobre os casos envolvendo o público interno nas
UEOp, para adoção das providências cabíveis, de acordo com a legislação própria e as
políticas de prevenção à violência doméstica e familiar contra mulheres;

b) planejar o emprego do efetivo operacional, alicerçado nas informações produzidas


pela Comissão de acompanhamento das ações de resposta e prevenção à violência
doméstica e familiar contra mulheres de forma eficiente, e acionar os demais órgãos
integrantes da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra
Mulheres, para continuidade e complementaridade das ações da Instituição;

c) confeccionar relatório trimestral, para o nível tático, das ações e operações


realizadas para resposta e prevenção aos casos de violência doméstica e familiar
contra as mulheres ocorridos na área de responsabilidade, inclusive aqueles
envolvendo os policiais militares subordinados;

65
d) inserir nos treinamentos assuntos relacionados à orientação de respostas e
prevenção aos casos de violência doméstica e familiar contra mulheres;

e) divulgar, por meio da Seção de Comunicação Organizacional, as ações, operações


e resultados alcançados na resposta e prevenção aos casos de violência doméstica
e familiar contra mulheres;

f) incentivar o atendimento psicológico com o objetivo de ser verificado o desgaste


emocional decorrente das ações desenvolvidas no serviço de prevenção à violência
doméstica.

12.2 No nível tático

a) analisar, trimestralmente, os relatórios das Unidades subordinadas relativos às ações


e operações relacionadas à resposta e a prevenção à violência doméstica e familiar
contra mulheres, bem como os casos envolvendo o público interno. As informações
condensadas deverão ser encaminhadas à Diretoria de Apoio Operacional (DAOp) –
Seção de Direitos Humanos;
b) monitorar a incidência dos crimes de violência doméstica e familiar contra mulheres
nas Unidades subordinadas e realizar coordenação e controle das ações de resposta
e prevenção para adoção de providências adequadas a cada situação;
c) estabelecer contatos com os Órgãos do Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia
Civil, buscando a integração operacional e o ajuste de procedimentos, de forma a
facilitar o encaminhamento dos registros e a destinação das ocorrências policiais que
envolvam situações de violência doméstica e familiar contra mulheres;
d) promover, por meio da Seção de Emprego Operacional da UDI, a comunicação com
os integrantes dos demais órgãos da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica
e Familiar contra Mulheres, servindo de elo entre as ações desenvolvidas pela Polícia
Militar e aquelas desenvolvidas pelos demais órgãos;
e) manter um banco de dados atualizado, por UEOp subordinada, dos policiais militares
que possuem cursos relacionados à prevenção à violência doméstica.

12.3 No nível estratégico

a) alinhar as ações, estratégias e metas pertinentes à resposta e prevenção à violência


doméstica e familiar contra mulheres, no âmbito da PMMG;

66
b) monitorar os resultados das ações de enfrentamento e prevenção à violência
doméstica e familiar contra mulheres;
c) divulgar, nos âmbitos interno e externo, as ações, operações e resultados alcançados
pela PMMG na resposta e prevenção aos casos de violência doméstica e familiar
contra mulheres.

12.4 Diretoria de Apoio Operacional (DAOp)

a) planejar, coordenar, controlar e avaliar o desenvolvimento das atividades


relacionadas à violência doméstica pela PMMG;
b) prestar assessoria técnica aos Comandos nos diversos níveis, quanto ao
desenvolvimento das ações contidas nesta Instrução;
c) monitorar mensalmente o desempenho das Unidades de Execução Operacional
(UEOp) e Regiões de Polícia Militar (RPM), quanto às ações de enfrentamento e
prevenção à violência doméstica e familiar contra mulheres, por meio dos indicadores
de prevenção estabelecidos nesta Instrução;
d) analisar os relatórios recebidos, relacionados aos casos de violência doméstica e
familiar contra mulher, no intuito de assessorar o nível estratégico no que tange à
reavaliação e adequação das atividades;
e) representar a PMMG junto aos órgãos integrantes da Rede de Enfrentamento à
Violência Doméstica e Familiar contra mulheres e manter as UDI e UEOp atualizadas
conforme alterações nos protocolos de atuação;
f) premiar a Unidade que se destacar anualmente nas ações de resposta e prevenção
aos casos de violência doméstica e familiar contra mulheres, visando divulgar e
estimular as boas práticas institucionais;
g) disponibilizar, diariamente, os dados do banco de dados transacional para as UDI e
UEOp. Através deste banco de dados, será possível o acompanhamento e avaliação
da evolução dos indicadores de prevenção à violência doméstica;
h) divulgar, mensalmente, os resultados dos indicadores de Prevenção à Violência
Doméstica e aferidos;
i) prestar assessoria técnica aos Comandos nos diversos níveis, quanto ao
acompanhamento e monitoramento dos indicadores.

67
12.5 Diretoria de Comunicação Organizacional (DCO)

a) definir estratégias de comunicação organizacional para a divulgação ao público


interno e externo das determinações e orientações, respectivamente, para o
enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, estabelecidas pela
PMMG;
b) apoiar a divulgação, nos âmbitos interno e externo, das ações, operações e
resultados alcançados pela PMMG na resposta e prevenção aos casos de violência
doméstica e familiar contra mulheres, conforme os dados e resultados apresentados
pela DAOP;
c) apoiar nas campanhas de prevenção e sensibilização promovidas nas datas
comemorativas ao enfrentamento à violência doméstica, conforme o cronograma
estabelecido pela PMMG e órgãos afetos.

68
13 PRESCRIÇÕES DIVERSAS

13.1 O serviço e atividades referentes à Instrução Nº 3.03.15/2020 devem ser reportadas ao


Comando-Geral que, em trabalho conjunto com a Diretoria de Apoio Operacional (DAOp) e
Academia de Polícia Militar (APM), avaliará a viabilidade institucional e à exequibilidade
operacional.

13.2 As grades curriculares dos diversos cursos da Polícia Militar de Minas Gerais, bem como
no Treinamento Policial Básico (TPB) deverão ser adequadas à presente Instrução a partir da
sua publicação, de forma a contemplar as novas estratégias do Comando-Geral.

13.3 As diretrizes estabelecidas nesta norma não devem conflitar com as demais
macroestratégias previstas pela PMMG. Nas situações conflituosas, o Comando-Geral deverá
esclarecer as dúvidas por intermédio de norma complementar.

13.4 Revoga-se a Instrução Nº 3.03.15/2015-CG.

Quartel em Belo Horizonte, 11 de fevereiro de 2020.

(a) GIOVANNE GOMES DA SILVA, CEL PM


Comandante-Geral

69
REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição de 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. In:


ANGHER, Anne Joyce (Org.). Vade Mecum. 12 ed. São Paulo: Rideel, 2011a, p 1-111. ISBN
978-85-339-1679-1.

BRASIL. Decreto Federal nº 1.973, de 01 de agosto de 1996. Promulga a Convenção


Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, concluída em
Belém do Pará, em 9 de junho de 1994.Brasília, DF, Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1996/D19 73.htm. Acesso em: 29 jun. 2019.

BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940, alterado pela Lei Federal Nº


7209, de 11 de Julho de 1984, e modificações posteriores. Código Penal Brasileiro. Rio de
Janeiro, DF, 1940.

BRASIL. Lei Federal nº 11.340, de 07 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as
Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra
a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá
outras providências. Brasília, DF, Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em: 29 jun.
2019.

BRASIL. Lei Federal nº 13.641, de 03 de abril de 2018. Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto
de 2006 (Lei Maria da Penha), para tipificar o crime de descumprimento de medidas protetivas
de urgência.Brasília, DF, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2018/Lei/L13641.htm. Acesso em: 29 jun. 2019.

BRASIL. Lei Federal nº 13.827, de 13 de maio de 2019. Altera a Lei nº 11.340, de 7 de


agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para autorizar, nas hipóteses que especifica, a
aplicação de medida protetiva de urgência, pela autoridade judicial ou policial, à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, ou a seus dependentes, e para determinar o
registro da medida protetiva de urgência em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional
de Justiça. Brasília, DF, Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/lei/L13827.htm.Acesso em: 29 jun. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência intrafamiliar:


orientações para a prática em serviço. Caderno de Atenção Básica 8. Brasília: Ministério
da Saúde, 2001.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Ficha de


Notificação Individual. Brasília, DF,2015.Disponível em:
http://portalsinan.saude.gov.br/images/docum entos/Agravos/via/violencia_v5.pdf. Acesso
em: 29 jun. 2019

BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. II


Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília: Secretaria Especial de Políticas
para as Mulheres, 2008. 236 p.

COELHO, Carolina Marra Simões; SILVA, Glaucia Helena Souza da; FIGUEIREDO, Jordana
de. Fortalecendo a Rede de Atendimento a Mulheres em Situação de Violência de

70
Gênero em Minas Gerais. In. Pensar BH/ Política Social, nº 20, março de 2008. Belo
Horizonte, MG, 2008.

LUCENA, Kerle Dayana Tavares de et al. Análise do ciclo da violência doméstica contra
a mulher. J. Hum. Growth Dev., São Paulo, v. 26, n. 2, p. 139-146, 2016. Disponível em
http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.119238. Acesso em 21 mai. 2019.

MINAS GERAIS. Constituição de 1989. Constituição do Estado de Minas Gerais. 14.ed.


Belo Horizonte: Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2011. 274 p.

MINAS GERAIS. Lei Estadual nº 14.310, de 19 de junho de 2002. Dispõe sobre o Código
de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais.Belo Horizonte, MG, Disponível
em:
https://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?num=14310&ano=200
2&tipo=LEI. Acesso em: 29 jun. 2019.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando Geral. Resolução Nº 4827/2019, de 26 de agosto


de 2019. Portfolio de Serviços da Polícia Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2019. 20 p.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz Geral para Emprego Operacional
Nº 3.01.01/2019: Regula o emprego operacional da Polícia Militar de Minas Gerais. Belo
Horizonte: Comando-Geral, Assessoria Estratégica de Emprego Operacional (PM3), 2019.
65p.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz Nº 3.01.07/2017.Gestão do


Desempenho Operacional. Estabelece parâmetros, disciplina e organiza a Gestão do
Desempenho Operacional na Polícia Militar de Minas Gerais. 2.ed.rev. Belo Horizonte:
Comando-Geral, Assessoria de Desenvolvimento Organizacional (ADO), 2017. 36.p.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Plano Estratégico 2016-2019 da Polícia


Militar de Minas Gerais.2 ed. e ampl. Belo Horizonte: Equipe de Gestão/Comando-Geral,
2018. 74.p.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Resolução Nº 4826, de 26 de agosto de


de 2019. Institui o Programa Minas Segura/2ª Edição da Polícia Militar de Minas Gerais. 2.ed.
Belo Horizonte: Comando-Geral, Assessoria Estratégica de Emprego Operacional, 2019.
126.p.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Observatório Lei Maria da Penha. Observe. Lei Maria
da Penha. Disponível em: http://www.observe.ufba.br/lei_mariadapenha. Acesso em: 17 mai.
2019.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global consultation on violence and health. Violence:


a public health priority. Geneva: WHO; 1996.

71
ANEXO A - PASTA DE ACOMPANHAMENTO DAS VÍTIMAS

A pasta de acompanhamento das vítimas será composta pelos seguintes documentos:

1- Capa da pasta (ANEXO I).


2- Termo de inserção da vítima (ANEXO G).
3- Avaliação de risco (ANEXO H).
4- Termo de inserção do autor (ANEXO J).
5- Termo de inserção da autora (ANEXO L).
6- Encaminhamento da vítima (ANEXO F).
7- Relatório de encerramento (ANEXO M).

Poderão compor a pasta de acompanhamento das vítimas:

8- Termo de Recusa de inclusão na PPVD (ANEXO E).


9- Termo de Autorização de ingresso em domicílio (ANEXO N).
10- Desligamento da vítima - solicitação da vítima (ANEXO O).
11- Desligamento da vítima - pela PPVD (ANEXO P).

72
ANEXO B - MODELO DE RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO INICIAL / FINAL

UNIDADE DE DIREÇÃO INTERMEDIÁRIA


UNIDADE DE EXECUÇÃO

RELATÓRIO nº _____/ ano

Local, de de 20__.
Do: Posto ou graduação e função do signatário
Ao: Sr. + Posto ou graduação + função do destinatário (Comandante da Unidade)
Assunto: Relatório sobre intervenção da PPVD
Referência: Processo nº ______________

1. A Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica, composta pelos militares Nº ________, P/G


______________ , ______________________________________________________ e Nº _______,
P/G______________ , _____________________________________________
_______________, contactou o (Sr ou Srª) ____________________ em ___/___/___, realizou visita
tranquilizadora e colheu as seguintes informações ___________________.

2. A situação geral do casal atualmente é a seguinte: (não há necessidade de contar o início da história
do casal; basta citar o que eles vivem atualmente)________________________.

3. Realizamos uma avaliação de risco e observamos que __________________________.

4. Realizamos ainda as seguintes diligências complementares (se houver)______________.

5. Nossa(s) próxima(s) ação(ões) será(ão) ________ pelo seguinte motivo ____________.

6. Face todo o exposto, sugerimos ainda (caso seja pertinente) ______________________.

7. Os serviços _____________________________________ também estão envolvidos com este caso,


de acordo com suas especificidades e competências.

8. Os REDS registrados em relação a este caso são ______________________________.

Respeitosamente,
NOME COMPLETO, POSTO OU GRADUAÇÃO PM
Comandante da PPVD

73
ANEXO C - MODELO DE OFÍCIO DE ATENDIMENTO

UNIDADE DE DIREÇÃO INTERMEDIÁRIA


UNIDADE DE EXECUÇÃO

Ofício nº _____/ ano – Unidade Emissora

Local, de de 20__.

Ao Senhor
Posto/Graduação/Nome
Função
Órgão ou Unidade
Endereço

Assunto: Relatório sobre intervenção da PPVD


Referência: Processo nº ______________
Anexo: (se houver)

Excelentíssimo Senhor(a),

Ao tomar conhecimento do REDS de nº ___________, redigido pela ___________________


(Polícia Civil ou Polícia Militar), em que há o registro do crime de
______________________________ praticado pelo autor, Sr.
______________________________, contra sua _____ (avó; bisavó; tataravó; cônjuge;
companheira; ex-cônjuge; ex-companheira; filha; enteada; irmã; namorada; neta; bisneta;
tataraneta; mãe), (verificamos que há também registros pretéritos de REDS, conforme cópia
no anexo de nº_______), a PATRULHA DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
(PPVD) foi ____________________________________ (residência/local de trabalho) vítima
com o objetivo de tomar conhecimento da real situação e incluí-la no Serviço de Prevenção à
Violência Doméstica do _____º BPM. Nesse contato a vítima relatou à Patrulha que
___________________________________________ (transcrever o relatado pela vítima).
Verificamos que há processo contra o autor de nº ____________.

Visando melhor entendimento dos fatos, segue abaixo uma síntese cronológica dos boletins
de ocorrências registrados pela vítima, estando as cópias desses BO(s) anexadas a este
relatório:

74
Data Ocorrência (Natureza) Breve Histórico REDS

Observa-se na síntese dos fatos que o autor é ______________________________


(descrever o autor, conforme Boletins de Ocorrência registrados, ficha criminal e avaliação de
risco). Além do exposto, o comportamento do autor evidencia
__________________________ (inserir outros dados sobre o autor, caso necessário).

Em consulta aos antecedentes criminais do autor, verificamos que


______________________________________.

Considerando apenas os fatos registrados, não computando aqueles que, apesar de


ocorridos, não foram registrados por motivos diversos, nota-se que a vítima vive em um ciclo
de violência que já perdura há ______, ___________________(inserir período de violência e
descrever o estado da vítima).

Em razão dos fatos narrados, o SPVD constatou o risco iminente no qual a vítima
______________________ (nome completo da vítima, descrever também os
encaminhamentos já realizados).

Consoante a gravidade dos fatos narrados, sugerimos que sejam envidados todos os esforços
no sentido de cessar as ações delituosas deste autor, extremamente motivado e reincidente,
o que só será possível dentro do que determina a lei para esses casos. Não há dúvidas de
que se não forem adotadas medidas para coibir as ações delituosas do autor, o caso poderá
agravar-se.

Tal sugestão tem o intuito de preservar a integridade física e emocional da vítima (e de seus
filhos/familiares, conforme o caso), efetivando-se assim o fiel cumprimento da Lei “Maria da
Penha”.

Respeitosamente,

NOME COMPLETO, POSTO OU GRADUAÇÃO PM


Comandante da PPVD

75
ANEXO D - QUESTIONÁRIO PARA CADASTRO DE POLICIAIS MILITARES
INTERESSADOS EM SERVIR NO SERVIÇO DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Prezado (a) policial militar,

Este formulário é um instrumento para criar um banco de dados de policiais militares


interessados em servir no Serviço de Prevenção à Violência Doméstica. O objetivo é realizar
uma triagem para uma convocação posterior.

Nome completo
Exemplo: JOÃO COSTA BATISTA NUNES (letras maiúsculas, sem abreviação)
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Data de nascimento
___/___/____

Sexo
( ) Masculino
( ) Feminino

Posto / Graduação
( ) Soldado de 2ª Classe PM
( ) Soldado de 1º Classe PM
( ) Cabo PM
( ) 3º Sgt PM
( ) 2º Sgt PM
( ) 1º Sgt PM
( ) Subtenente PM
( ) 2º Tenente PM
( ) 1º Tenente PM

Número de polícia
Exemplo: 123.456-7
__________________________________________________________________________

76
Tempo de efetivo serviço
( ) Entre 1 e 5 anos
( ) Entre 6 e 10 anos
( ) Entre 11 e 15 anos
( ) Entre 16 e 20 anos
( ) Entre 21 e 25 anos
( ) Entre 26 e 30 anos

Unidade de origem
Exemplo: 1ª RPM / 5º BPM / 126ª Cia (UDI, UEOp, Cia PM)
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Escolaridade:
( ) Ensino fundamental incompleto
( ) Ensino fundamental completo
( ) Ensino médio incompleto
( ) Ensino médio completo
( ) Ensino superior incompleto
( ) Ensino superior completo
( ) Pós-graduação lato sensu (completo ou incompleto)
( ) Pós-graduação stricto sensu (completo ou incompleto)

Especifique sua formação superior (resposta facultativa)


Exemplo: FORMAÇÃO EM DIREITO / PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PENAL (letras
maiúsculas, sem abreviação).
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Possui o curso de Prevenção à Violência Doméstica?


( ) Sim
( ) Não

77
Possui outra formação sobre a temática violência doméstica? Especifique. (resposta
facultativa)

Exemplo: CURSO SENASP SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (letras maiúsculas, sem


abreviação).
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Já atuou no Serviço de Prevenção à Violência Doméstica?


( ) Sim
( ) Não

Possui formação em Direitos Humanos?


( ) Não possuo
( ) Multiplicador de Direitos Humanos
( ) Promotor de Direitos Humanos
( ) Cursos diversos relacionados ao tema

Possui formação em Polícia Comunitária?


( ) Não possuo
( ) Multiplicador de Polícia Comunitária
( ) Promotor de Polícia Comunitária
( ) Cursos diversos relacionados ao tema

Endereço residencial
Exemplo: PRAÇA RIO BRANCO, 56, CENTRO, BELO HORIZONTE / MG. CEP: 30111-050
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Telefone(s) para contato


Exemplo: (DDD) 9878408784 / (DDD) 3456-0000
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

78
ANEXO E - TERMO DE RECUSA DE INCLUSÃO NA PPVD

TERMO DE RECUSA DE INCLUSÃO NA PPVD

Eu,_______________________________________________________, portadora do RG nº
___________________, declaro que, após o Registro de Eventos de Defesa Social (REDS)
ou Boletim de Ocorrência nº _________________, fui procurada pela Patrulha de Prevenção
à Violência Doméstica (PPVD), que me apresentou o referido Serviço fornecido pela Polícia
Militar, que tem o objetivo de erradicar a violência doméstica praticada contra a mulher, bem
como ofereceu assistência, acompanhamento e encaminhamento para os Órgãos da Rede
de enfrentamento à violência contra a mulher. Contudo, não desejo e me recuso a ser incluída
no Serviço de Prevenção à Violência Doméstica (SPVD).

Declaro ainda que, mesmo após a recusa, fui devidamente orientada de que, além da Polícia
Militar, há outros Órgãos de apoio à mulher que poderão ser acionados conforme o caso exigir
e que fui exaustivamente orientada sobre a importância do Serviço para a manutenção das
medidas protetivas de urgência, previstas na Lei nº 11.340/06 - Lei Maria da Penha, além de
receber orientações acerca das providências a serem tomadas, caso seja necessário.

_____________________, _____ de ______________ de _____.

_______________________________________________________________
Assinatura da vítima

Nomes dos integrantes da PPVD que realizou o atendimento:


P/G ______ Nº_____________ Nome: _________________________________________
P/G ______ Nº_____________ Nome: _________________________________________

79
ANEXO F - ENCAMINHAMENTO DA VÍTIMA

TERMO DE ENCAMINHAMENTO DA VÍTIMA AOS ÓRGÃOS DA REDE

1) Durante o acompanhamento do caso de violência doméstica, bem como de acordo com


protocolo de segunda resposta do Serviço de Prevenção à Violência Doméstica (SPVD), a
Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD) constatou a necessidade do
encaminhamento da vítima, Sra.________________________________________________
para o(s) órgão(s) abaixo assinalado(s):

Local Data Horário Profissional Vítima aceitou? Assinatura


DEAM __/__/____ ___:___ ( ) Sim ( ) Não
NUDEM __/__/____ ___:___ ( ) Sim ( ) Não
PROMOTORIA __/__/____ ___:___ ( ) Sim ( ) Não
JUVID __/__/____ ___:___ ( ) Sim ( ) Não
____________
____________

2) Breve histórico do caso:


Durante o acompanhamento, constatamos a necessidade de encaminhá-la para receber
orientações e atendimento dos profissionais do(s) Órgão(s) assinalado(s) acima, vez que a
vítima teme por sua segurança e tem passado por diversas dificuldades devido às violências
sofridas.

Dados do Militar da PPVD Referência do caso:


P/G ______ Nº_____________ Nome: _________________________________________

TELEFONES ÚTEIS: POLÍCIA MILITAR 190 / DENÚNCIA POLÍCIA CIVIL 181 / ATENDIMENTO À MULHER 180.
DIREITOS HUMANOS 0800 031 1119 / DISQUE DENÚNCIA VIOLÊNCIA SEXUAL 0800 900 500 E DISQUE 100.

80
ANEXO G - TERMO DE INSERÇÃO DA VÍTIMA

TERMO DE INSERÇÃO DA VÍTIMA NO SPVD

Local, de de 20__.

Sra._________________________________________________ RG.__________________

A Polícia Militar está comprometida em prevenir a violência doméstica: VIOLÊNCIA


DOMÉSTICA É CRIME e adotará sérias providências contra aqueles que praticam crime.

Em razão da gravidade em que se encontra a violência contra a MULHER, a Polícia Militar


desenvolveu um Serviço de Prevenção com o objetivo de quebrar o ciclo da violência e impedir
a repetição.

Verificando os boletins de ocorrências, consta dos registros da Polícia Militar seu


envolvimento em _________ ocorrências policiais.

Em razão disso, e em atendimento ao contido na Lei nº 11.340/06, LEI MARIA DA PENHA,


comunico-lhe que a senhora foi inserida no Serviço de Prevenção à Violência Doméstica
(SPVD).

____________________________________________
MILITAR REFERÊNCIA (NOME E NÚMERO DE POLÍCIA)

RECEBI UMA CÓPIA


EM _____ / ______ / _______
Assinatura: _______________________________________________________

81
ANEXO H - AVALIAÇÃO DE RISCO

Identificação das Partes

Nome da vítima: _________________________________________________Idade: ______


Escolaridade: ______________________________________________________________
Nacionalidade: _____________________________________________________________
Nome do(a) agressor(a): _________________________________________Idade: _______
Escolaridade: ______________________________________________________________
Nacionalidade: _____________________________________________________________
Vínculo entre a vítima e o(a) agressor(a): _________________________________________
Data: ________/________/________

Bloco I - Sobre o histórico de violência

1. O(A) agressor(a) já ameaçou você ou algum familiar com a finalidade de atingi-la?


( ) Sim, utilizando arma de fogo ( ) Sim, de outra forma
( ) Sim, utilizando faca ( ) Não

2. O(A) agressor(a) já praticou alguma(s) destas agressões físicas contra você?


( ) Queimadura ( ) Afogamento
( ) Enforcamento ( ) Facada
( ) Sufocamento ( ) Paulada
( ) Tiro ( ) Nenhuma das agressões acima

3. O(A) agressor(a) já praticou alguma(s) destas outras agressões físicas contra você?
( ) Socos ( ) Empurrões
( ) Chutes ( ) Puxões de Cabelo
( ) Tapas ( ) Nenhuma das agressões acima

82
4. O(A) agressor(a) já obrigou você a fazer sexo ou a praticar atos sexuais contra sua
vontade?
( ) Sim ( ) Não

5. O(A) agressor(a) já teve algum destes comportamentos?


( ) disse algo parecido com a frase: “se não for minha, não será de mais ninguém”
( ) perturbou, perseguiu ou vigiou você nos locais em que frequenta
( ) proibiu você de visitar familiares ou amigos
( ) proibiu você de trabalhar ou estudar
( ) fez telefonemas, enviou mensagens pelo celular ou e-mails de forma insistente
( ) impediu você de ter acesso a dinheiro, conta bancária ou outros bens (como documentos
pessoais, carro)
( ) teve outros comportamentos de ciúme excessivo e de controle sobre você
( ) nenhum dos comportamentos acima listados

6. Você já registrou ocorrência policial ou formulou pedido de medida protetiva de urgência


envolvendo essa mesma pessoa?
( ) Sim ( ) Não

7. As ameaças ou agressões físicas do(a) agressor(a) contra você se tornaram mais


frequentes ou mais graves nos últimos meses?
( ) Sim ( ) Não

Bloco II - Sobre o(a) agressor(a)

8. O(A) agressor(a) faz uso abusivo de álcool ou de drogas?


( ) Sim, de álcool ( ) Não
( ) Sim, de drogas ( ) Não sei

9. O(A) agressor(a) tem alguma doença mental comprovada por avaliação médica?
( ) Sim e faz uso de medicação ( ) Não
( ) Sim e não faz uso de medicação ( ) Não sei

10. O(A) agressor(a) já descumpriu medida protetiva anteriormente?


( ) Sim ( ) Não

83
11. O(A) agressor(a) já tentou suicídio ou falou em suicidar-se?
( ) Sim ( ) Não

12. O(A) agressor(a) está desempregado ou tem dificuldades financeiras?


( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

13. O(A) agressor(a) tem acesso a armas de fogo?


( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

14. O(A) agressor(a) já ameaçou ou agrediu seus filhos, outros familiares, amigos, colegas de
trabalho, pessoas desconhecidas ou animais de estimação?
( ) Sim. Especifique: ( ) filhos ( ) outros familiares ( ) outras pessoas
( ) animais
( ) Não
( ) Não sei

Bloco III - Sobre você

15. Você se separou recentemente do(a) agressor(a) ou tentou se separar?


( ) Sim ( ) Não

16. Você tem filhos?


( ) Sim, com o agressor. Quantos? _______________
( ) Sim, de outro relacionamento. Quantos? __________________
( ) Não

16.1. Se sim, assinale a faixa etária de seus filhos. Se tiver mais de um filho, pode assinalar
mais de uma opção:
( ) 0 a 11 anos ( ) 12 a 17 anos ( ) A partir de 18 anos

16.2. Algum de seus filhos é pessoa portadora de deficiência?


( ) Sim. Quantos? __________________ ( ) Não

17. Você está vivendo algum conflito com o(a) agressor(a) em relação à guarda do(s) filho(s),
visitas ou pagamento de pensão?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho filhos com o(a) agressor(a)

84
18. Seu(s) filho(s) já presenciaram ato(s) de violência do(a) agressor(a) contra você?
( ) Sim ( ) Não

19. Você sofreu algum tipo de violência durante a gravidez ou nos três meses posteriores ao
parto?
( ) Sim ( ) Não

20. Se você está em um novo relacionamento, percebeu que as ameaças ou as agressões


físicas aumentaram em razão disso?
( ) Sim ( ) Não

21. Você possui alguma deficiência ou é portadora de doenças degenerativas que acarretam
condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental?
( ) Sim. Qual(is)? _____________________________________________
( ) Não

22. Com qual cor/raça você se identifica:


( ) branca ( ) preta ( ) parda
( ) amarela/oriental ( ) indígena

Bloco IV - Outras Informações Importantes

23. Você considera que mora em bairro, comunidade, área rural ou local de risco de violência?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

24. Você se considera dependente financeiramente do(a) agressor(a )?


( ) Sim ( ) Não

25. Você quer e aceita abrigamento temporário?


( ) Sim ( ) Não

Declaro, para os fins de direito, que as informações supra são verídicas e foram prestadas
por mim, _________________________________________________________________

Assinatura da Vítima/terceiro comunicante: ______________________________________


PARA PREENCHIMENTO PELO POLICIAL MILITAR:
( ) Vítima respondeu a este formulário sem ajuda profissional

85
( ) Vítima respondeu a este formulário com auxílio profissional
( ) Vítima não teve condições de responder a este formulário
( ) Vítima recusou-se a preencher o formulário
( ) Terceiro comunicante respondeu a este formulário

CONCLUSÃO:
Grau de risco baseado nas informações prestadas pela vítima:
( ) MÉDIO ( ) ALTO ( ) EXTREMO

Observações:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

86
ANEXO I - CAPA DA PASTA

Unidade de área: Origem do caso:

Vítima: RG:

Endereço:

Autor: RG:

Endereço:

Data Nº Registro (REDS) Protocolo de 2ª Resposta

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

( ) BO ( ) BOS – Nº

DATA DE ABERTURA: _____/_____/_____

DATA DE ENCERRAMENTO: _____/_____/_____

____________________________________________
MILITAR REFERÊNCIA (NOME E NÚMERO DE POLÍCIA)

87
ANEXO J - TERMO DE INSERÇÃO DO AUTOR

NOTIFICAÇÃO FORMAL DO AUTOR

Local, de de 20__.

Sr.__________________________________________________ RG.__________________

A Polícia Militar está comprometida em prevenir a violência doméstica: VIOLÊNCIA


DOMÉSTICA É CRIME e adotará sérias providências contra aqueles que violam as leis.

Em razão da gravidade em que se encontra a violência contra a mulher, a Polícia Militar


desenvolveu um serviço de Prevenção com o objetivo de quebrar o ciclo da violência e impedir
a repetição.

Verificando os boletins de ocorrências, consta dos registros da Polícia Militar seu


envolvimento em _________ ocorrências policiais.

Em razão disso, e em atendimento ao contido na Lei nº 11.340/06, LEI MARIA DA PENHA,


comunico-lhe que o senhor foi inserido no Serviço de Prevenção à Violência Doméstica
(SPVD).

____________________________________________
MILITAR REFERÊNCIA (NOME E NÚMERO DE POLÍCIA)

RECEBI UMA CÓPIA


EM _____ / ______ / _______
Assinatura: _______________________________________________________

88
ANEXO L - TERMO DE INSERÇÃO DA AUTORA

NOTIFICAÇÃO FORMAL DA AUTORA

Local, de de 20__.

Sra._________________________________________________ RG.__________________

A Polícia Militar está comprometida em prevenir a violência doméstica: VIOLÊNCIA


DOMÉSTICA É CRIME e adotará sérias providências contra aqueles que violam as leis.

Em razão da gravidade em que se encontra a violência contra a mulher, a Polícia Militar


desenvolveu um serviço de Prevenção com o objetivo de quebrar o ciclo da violência e impedir
a repetição.

Verificando os boletins de ocorrências, consta dos registros da Polícia Militar seu


envolvimento em _________ ocorrências policiais.

Em razão disso, e em atendimento ao contido na Lei nº 11.340/06, LEI MARIA DA PENHA,


comunico-lhe que a senhora foi inserida no Serviço de Prevenção à Violência Doméstica
(SPVD).

____________________________________________
MILITAR REFERÊNCIA (NOME E NÚMERO DE POLÍCIA)

RECEBI UMA CÓPIA


EM _____ / ______ / _______
Assinatura: _______________________________________________________

89
ANEXO M - RELATÓRIO DE ENCERRAMENTO

RELATÓRIO DE ENCERRAMENTO

1 DADOS DOS ENVOLVIDOS:


Nome da vítima: ____________________________________________________________
Nº de filhos em comum: _______
Nome do autor: _____________________________________________________________

2 MOTIVAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO:
Nº de ocorrências registradas (repetições): ______ Gravidade: ( ) média. ( ) alta. ( ) extrema.
Caso veio encaminhado: ______________________________________________________
Resumo do caso: ___________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.

3 ACOMPANHAMENTO:
Resumo:__________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________.

Diligências Desenvolvidas (encaminhamentos, prisões, abrigamentos e outros):


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.

90
OBS:
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.

Início: ___/___/___ Término: ____/____/___. REDS de encerramento Nº _______________

4 ENCERRAMENTO (justificativa):
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

____________________________________________
MILITAR REFERÊNCIA (NOME E NÚMERO DE POLÍCIA)

91
ANEXO N - TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE INGRESSO EM DOMICÍLIO

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE INGRESSO EM DOMICÍLIO

Eu,________________________________________________________, filho(a) de
___________________________________e_____________________________________,
nascido no dia ____/____/_____, com RG nº ______________________, residente na
____________________________________________________, nº _______, Complemento
___________, Bairro _____________________, cidade de ______________________ /MG,
autorizo de livre e espontânea vontade os militares, comandados pelo
____________________________, da viatura n. ________, lotados no _______, procederem
a uma busca domiciliar em minha residência no dia ___/___/___, com início às ____:____ h.
Findadas as buscas, foi constatado:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.

Por ser verdade, assino este termo, juntamente com duas testemunhas e o comandante da
operação.

MORADOR: _______________________________________________________________

COMANDANTE DA OPERAÇÃO: _____________________________________________

TESTEMUNHA DO ATO: ____________________________________________________


Nome: ___________________________________________________________________
Endereço: ________________________________________________________________
RG: _____________________________________________________________________

TESTEMUNHA DO ATO: ____________________________________________________


Nome: ___________________________________________________________________
Endereço: ________________________________________________________________
RG: ______________________________________________________________________

92
ANEXO O - DESLIGAMENTO POR SOLICITAÇÃO DA VÍTIMA

DESLIGAMENTO POR SOLICITAÇÃO DA VÍTIMA

Eu,_______________________________________________________, portadora do RG nº
___________________, declaro que após o Registro de Eventos de Defesa Social (REDS)
ou Boletim de Ocorrência nº ____________________, fui procurada pela Patrulha do Serviço
de Prevenção à Violência Doméstica (SPVD), que me apresentou o referido Serviço fornecido
pela Polícia Militar, que tem o objetivo de erradicar a violência doméstica praticada contra a
mulher, bem como ofereceu e executou a assistência e o acompanhamento conforme o
Protocolo de Prevenção à Violência Doméstica, contudo não desejo mais ser acompanhada,
tendo em vista que
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.

Declaro ainda que, mesmo após a solicitação de desligamento, fui devidamente orientada de
que, além da Polícia Militar, há outros Órgãos de apoio à mulher que poderão ser acionados
conforme o caso exigir e que fui exaustivamente orientada sobre a importância do Serviço
para a manutenção das medidas protetivas de urgência, previstas na Lei 11.340/06 - Lei Maria
da Penha, além de receber orientações acerca das providências a serem tomadas, caso seja
necessário.

_____________________, _____ de ______________ de _____.

_______________________________________________________________
Assinatura da vítima

Nomes dos integrantes da PPVD que realizou o atendimento:


P/G ______ Nº_____________ Nome: _________________________________________
P/G ______ Nº_____________ Nome: _________________________________________

93
ANEXO P - DESLIGAMENTO DA VÍTIMA PELA PPVD

DESLIGAMENTO DA VÍTIMA PELA PPVD

A Sra _______________________________________________________, portadora do RG


nº ___________________, após o Registro de Eventos de Defesa Social (REDS) ou Boletim
de Ocorrência nº ___________________________, foi procurada pela Patrulha do Serviço
de Prevenção à Violência Doméstica (SPVD), que a apresentou o referido Serviço fornecido
pela Polícia Militar, que tem o objetivo de erradicar a violência doméstica praticada contra a
mulher, bem como ofereceu e executou a assistência e o acompanhamento conforme o
Protocolo de Prevenção à Violência Doméstica. Contudo, a Sra.
______________________________ está sendo desligada do Serviço de Prevenção à
Violência Doméstica, tendo em vista que, apesar de exaustivamente orientada quanto às
medidas a serem adotadas para cumprimento da Lei Maria da Penha, não as tem
cumprido,__________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.

Mesmo em face de seu desligamento, a Sra. _________________________________


_______________________________________, foi devidamente orientada de que, além da
Polícia Militar, há outros Órgãos de apoio à mulher que poderão ser acionados, conforme o
caso exigir, e foi exaustivamente orientada sobre a importância das medidas protetivas de
urgência, previstas na Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha, além de receber orientações acerca
das providências a serem tomadas, caso seja necessário.

_____________________, _____ de ______________ de _____.

_______________________________________________________________
Assinatura da vítima

Nomes dos integrantes da PPVD que realizou o atendimento:


P/G ______ Nº_____________ Nome: _________________________________________
P/G ______ Nº_____________ Nome: _________________________________________

94
ANEXO Q - FORMULÁRIO DE ATENDIMENTO AO AUTOR MILITAR

ATENDIMENTO AO AUTOR MILITAR

DATA: ____/ ____/ ______ UNIDADE:__________________________________________

NOME: ___________________________________________________________________

POSTO/GRADUAÇÃO:____________________ ATIVO ( ) INATIVO ( )

TEMPO DE SERVIÇO:______________ IDADE:_____ SEXO:______________________

No BO:___________________________________________________________________

MILITAR ENVOLVIDO EM OUTROS BOLETINS DE OCORRÊNCIA POR VIOLÊNCIA


DOMÉSTICA?

Não ( ) Sim ( )

CUMPRE MEDIDAS PROTETIVAS: Não ( ) Sim ( )

FAMÍLIA ACOMPANHADA PELA PPVD – PMMG: Não ( ) Sim ( )

MILITAR ACOMPANHADO PELO NAIS: Não ( ) Sim ( )

MILITAR EM TRATAMENTO PSICOLÓGICO: Não ( ) Sim ( )

MILITAR EM TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO: Não ( ) Sim ( )

MILITAR TEM RELATO DE USO ABUSIVO DE ÁLCOOL: Não ( ) Sim ( )

MILITAR TEM RELATO DE USO DE DROGAS: Não ( ) Sim ( ).

95
ESPECIFICAR: _____________________________________________________________

MILITAR TEM RELATO DE PROBLEMAS FINANCEIROS: Não ( ) Sim ( )

ESTADO CIVIL: ________________________________

QUANTOS FILHOS:_________________

RELATO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA: Não ( ) Sim ( )

RELATO DE RELACIONAMENTO(S) EXTRA-CONJUGAL(IS): Não ( ) Sim ( )

MILITAR TEM RELATO DE SOFRER MUITA PRESSÃO PSICOLÓGICA NO TRABALHO:


Não ( ) Sim ( )

MILITAR TEM RELATO DE TENTATIVA DE AUTOEXTERMÍNIO: Não ( ) Sim ( )

MILITAR TEM RELATO DE DEPRESSÃO: Não ( ) Sim ( )

RESPONSÁVEL PELAS INFORMAÇÕES: _______________________________________

96
ANEXO R - FORMULÁRIO DE ATENDIMENTO À VÍTIMA MILITAR

ATENDIMENTO À VÍTIMA MILITAR

DATA: ____/ ____/ ______ UNIDADE:__________________________________________

NOME: ___________________________________________________________________

POSTO/GRADUAÇÃO:____________________ ATIVO ( ) INATIVO ( )

TEMPO DE SERVIÇO:______________ IDADE:_____ SEXO:______________________

No BO:___________________________________________________________________

MILITAR ENVOLVIDA EM OUTROS BOLETINS DE OCORRÊNCIA COMO VÍTIMA DE


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA?
Sim ( ) Não ( )

O AUTOR É POLICIAL MILITAR: Não ( ) Sim ( )


Nº de Polícia _____________, Posto/Graduação ___________, Unidade _______________
Nome completo _____________________________________________________________

PEDIU MEDIDAS PROTETIVAS: Não ( ) Sim ( )

FAMÍLIA ACOMPANHADA PELA PPVD – PMMG: Não ( ) Sim ( )

MILITAR ACOMPANHADO PELO NAIS: Não ( ) Sim ( )

MILITAR EM TRATAMENTO PSICOLÓGICO: Não ( ) Sim ( )

MILITAR EM TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO: Não ( ) Sim ( )

97
MILITAR TEM RELATO DE USO ABUSIVO DE ÁLCOOL: Não ( ) Sim ( )

MILITAR TEM RELATO DE USO DE DROGAS: Não ( ) Sim ( ).


ESPECIFICAR: _____________________________________________________________

MILITAR TEM RELATO DE PROBLEMAS FINANCEIROS: Não ( ) Sim ( )

ESTADO CIVIL: ________________________________

QUANTOS FILHOS:_________________

RELATO DE RECEBER PENSÃO ALIMENTÍCIA: Não ( ) Sim ( )

RELATO DE RELACIONAMENTO(S) EXTRA-CONJUGAL(IS): Não ( ) Sim ( )

MILITAR TEM RELATO DE SOFRER MUITA PRESSÃO PSICOLÓGICA NO TRABALHO:


Não ( ) Sim ( )

MILITAR TEM RELATO DE TENTATIVA DE AUTOEXTERMÍNIO: Não ( ) Sim ( )

MILITAR TEM RELATO DE DEPRESSÃO: Não ( ) Sim ( )

RESPONSÁVEL PELAS INFORMAÇÕES: _____________________________

98
ANEXO S - FORMULÁRIO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE
NOTIFICAÇÃO (SINAN)

99
Fonte: SINAN, 2015.

100
101

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