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A ABOLIÇÃO E A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Prezados,

A partir de 1850 a Abolição e a República integraram-se em um único período


da história que é resultado das alterações ocorridas na base econômica brasileira. A
base da monarquia era a classe que possuía escravos e que foi efetivamente
afetada.
O processo de Proclamação da República ofereceu condições aos produtores
de café do Oeste Paulista e de outros setores que não utilizavam mão-de-obra
escrava, de avocarem o poder. Instauraram o regime federativo de governo,
causaram satisfação às oligarquias regionais e fortaleceram os partidos republicanos
locais. Era essencial respeitar o exército, pois esse era a força que dominava o
processo de desestruturação do estado escravista.
Tal hegemonia ofereceu condições aos militares de criar parcerias com
diferentes setores da sociedade descontentes com o sistema monárquico e, com
isso, havia a possibilidade de se transformar em dirigentes do movimento
republicano, além de ocupar o cargo de presidente nos primeiros anos do novo
regime.
Hoje, portanto, vamos observar como a expansão da economia cafeeira para
o Oeste Paulista, a urbanização da província de São Paulo, o surto industrial, a
introdução da mão-de-obra assalariada imigrante entre outros fatores
principalmente na segunda metade do século XIX, levaram ao desgaste do sistema
monárquico escravista e sua substituição pelo novo Regime Republicano.

Jorge Alfredo Leite Gonçalves


Professor de História – 2º ano do EM – 2020

"(...) O movimento resultou da conjugação de três forças: uma


parcela do Exército, fazendeiros do Oeste Paulista e representantes das classes
médias urbanas que, para a obtenção dos seus desígnios, contaram indiretamente
com o desprestígio da Monarquia e o enfraquecimento das oligarquias tradicionais.
Momentaneamente unidas em torno do ideal republicano, conservavam,
entretanto, profundas divergências, que desde logo se evidenciaram na organização
do novo regime, quando as contradições eclodiram em numerosos conflitos,
abalando a estabilidade dos primeiros anos da República".

Costa, Emília Viotti da Da monarquia à república: momentos


decisivos/Emília Viotti da Costa. – 6.ed. – São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999.
Contexto histórico da Proclamação da República

A Guerra do Paraguai, que ocorreu de 1864 a 1870, foi vencida pela Tríplice
Aliança, formada por Brasil, Argentina e Uruguai, mas trouxe graves
consequências para o governo de Dom Pedro II. Os militares que retornaram após a
guerra estavam mais conscientes da sua importância na sociedade por causa da
vitória e desejavam participar ativamente dos destinos do Brasil. O segundo
imperador brasileiro estava cada vez mais ausente do país para tratamento de
questões de saúde, o que enfraquecia a monarquia e fortalecia o discurso do
movimento republicano de que Dom Pedro II não tinha mais condições de ser o
governante do Império.
Os republicanos utilizaram a imprensa para divulgar seus discursos e atacar o
imperador. Os jornais republicanos eram lidos pela elite, e os temas neles trazidos
provocavam discussões no Clube Militar e em praça pública. O
pensamento positivista estava em destaque na Europa, e o militar Benjamim
Constant foi o responsável por trazer as ideias de Augusto Comte para as Forças
Armadas. As ideias de que a ciências e o progresso poderiam desenvolver o Brasil
ganharam força entre os militares adeptos ao republicanismo.
As crises que o Império atravessava só reforçavam os discursos republicanos
da necessidade de se encerrar o Segundo Reinado e iniciar um novo governo no
Brasil que possibilitasse o desenvolvimento em todas as áreas da sociedade
brasileira.
Os fatores que levam à Proclamação da República estão ligados à crise do
Segundo Reinado. O movimento republicano se apresentou como a solução para
essa crise, angariando apoio da elite brasileira. Apesar do apoio popular à pessoa do
imperador, seu governo já não era mais efetivo, já não conseguia conter a crise do
final do século XIX. A historiografia tem por tradição denominar as causas da
proclamação da república como questões.
A Questão Militar foi o atrito entre Dom Pedro II e os militares. Aproveitando
a força da vitória na Guerra do Paraguai, os militares quiseram participar
efetivamente da política brasileira, mas Dom Pedro II, utilizando o Poder
Moderador, impediu essa participação. O Exército, em especial, mostrava-se como
“salvador da pátria”, como se fosse o único detentor da solução para a crise
enfrentada pelo Império.
A união entre Império e Igreja também foi motivo de atritos entre Dom Pedro
II e religiosos católicos. Procurando seguir as normas vindas do Vaticano no final do
século XIX de combate à maçonaria, vários bispos proibiram a participação de
maçons em qualquer ordem religiosa. Ao mandar prender os bispos que decidiram
cumprir à risca tal medida, a questão religiosa provocou o rompimento entre o
imperador e o catolicismo.
Outra questão determinante para o fim do Império e a consequente
Proclamação da República foi o fim da escravidão em 13 de maio de 1888.
A abolição aconteceu sem nenhum pagamento de indenização. Com isso, os
fazendeiros romperam com Dom Pedro II e se aproximaram do movimento
republicano. Na época, esses fazendeiros foram chamados de “republicanos de
última hora”.
O primeiro golpe na escravatura foi a abolição do tráfico negreiro, ocorrido
depois de 40 anos de pressões britânicas, através da lei Eusébio de Queirós, de
1850. Para os escravocratas, isso criou o problema de manter o trabalho
compulsório sem o constante fluxo de mão-de-obra proveniente da África, devido à
alta taxa de mortalidade entre os cativos causada pelas longas jornadas de trabalho,
epidemias, castigos corporais e péssimas condições de alimentação e habitação.
Entre 1850 e 1885, cerca de 150 mil a 200 mil escravos foram vendidos pelas
províncias nordestinas para o sul cafeeiro. O comércio interprovincial aumentou
devido à demanda sulista, mas também devido à crise da lavoura açucareira
nordestina e os efeitos da seca de 1877-1879, que obrigou a venda de escravos em
larga escala, acabando por se transformar em uma fonte de renda alternativa para a
debilitada economia da região.
Na guerra do Paraguai, que se estendeu de 1864 a 1870, milhares de escravos
foram libertados para combater no lugar de seus proprietários. Além disso, houve a
guerra civil americana, entre 1861 e 1865, que terminou com a vitória dos nortistas,
favoráveis ao fim da escravatura. Houve a extinção da servidão na Rússia em 1861 e
o fim da escravidão nos impérios francês e português. Tudo isso impulsionou o
movimento emancipacionista.
É um equívoco associar os cafeicultores ao abolicionismo. Até as vésperas da
abolição, o braço negro constituiu a base principal do trabalho nas fazendas de café.
A introdução dos imigrantes europeus funcionou como uma fonte alternativa no
fornecimento de força de trabalho ocupou as brechas não preenchidas pelo
trabalho escravo, que se tornava escasso e caro. A grande produtividade das terras
da região do Oeste Paulista permitiu aos fazendeiros paulistas adaptar-se mais
rapidamente ao fim da escravidão, mas isso só ocorreu quando já não havia
alternativa a não ser o trabalho livre.
O republicanismo teve pouca influência entre 1870 e 1885. A adesão de dom
Pedro II à causa abolicionista abriu as portas à propaganda republicana, que
começou a contar com o apoio dos conservadores. A relação entre os escravocratas
descontentes com o apoio da coroa ao abolicionismo e o movimento republicano foi
ficando cada vez mais estreita. A ideia republicana passa a simbolizar para os
fazendeiros a possibilidade de manter seus privilégios de classe ameaçados pelo
reformismo dos abolicionistas monárquicos, como Joaquim Nabuco e André
Rebouças.
Certamente, a grande figura do movimento abolicionista, seu maior tribuno,
foi Joaquim Nabuco. De 1878 a 1888 foi o principal representante parlamentar dos
abolicionistas. Excelente orador e polemista, escreveu vários libelos antiescravistas e
buscou apoio na Europa para o movimento, transformando-se num de seus
símbolos e no alvo predileto do ódio dos escravocratas.
Os abolicionistas eram gente de várias classes sociais, inclusive das elites
políticas, como Nabuco, gente que pretendia reformar a monarquia, ou intelectuais
brancos, como o teatrólogo Artur Azevedo e o poeta Castro Alves, ou negros como o
advogado Luís Gama ou o engenheiro André Rebouças, ou mestiços como o
jornalista José do Patrocínio. O próprio exército, que se formou na guerra do
Paraguai e que contou com colaboração dos escravos. Além disso, as classes médias
urbanas que começavam a ter significado na sociedade brasileira, os estudantes
universitários, que vão desenvolver inúmeras atividades em prol da abolição.
Em São Paulo, por exemplo, a Sociedade dos “Caifazes”, um movimento
abolicionista radical, liderado pelo advogado Antônio Bento de Sousa e Castro
especializou-se em incentivar e organizar fugas de cativos. Utilizaram-se das
ferrovias que, ironicamente, foram construídas para racionalizar o transporte do
café, ou seja, a economia escravista, transformando-as em instrumentos que
acabaram com a organização do trabalho. Do Oeste paulista, os escravos eram
levados para São Paulo e daí para Santos, onde organizaram um grande quilombo, o
Jabaquara, com cerca de dez mil habitantes.
A abolição transformou-se num caminho sem retorno, quando o exército, em
outubro de 1887, manifestou-se em petição à princesa Isabel, solicitando dispensa
de perseguir os escravos fugidos. No final de 1887, a maioria dos fazendeiros acabou
por se converter ao abolicionismo, ou melhor, por se resignar a ele. Em 13 de maio
de 1888, depois de tramitar na Câmara e no Senado, a lei que abolia a escravidão foi
levada à sanção da Princesa Isabel, que então exercia a Regência no lugar do pai.
Não se deve ignorar a importância da Lei Áurea, que libertou cerca de 700 mil
escravos que ainda havia no país. Além disso, criou mais ressentimentos contra a
monarquia, abrindo caminho para a República.
A monarquia brasileira foi sabiamente aconselhada a pagar uma indenização
aos proprietários de escravos, mas não levou em conta o bom conselho. Resultado:
perdeu sua base de apoio. Até a fração mais "moderna" dos cafeicultores do Oeste
Paulista passou a temer que o império realizasse reformas para obter apoio político
da massa negra recém libertada. A necessidade de impedir qualquer alteração no
status quo afastou os cafeicultores da monarquia e os jogou nos braços dos
republicanos.
O enfraquecimento de Dom Pedro II e o agravamento do seu estado de
saúde deixaram o Segundo Reinado sem um comando, sem uma liderança, o que
favoreceu o movimento das tropas do marechal Deodoro da Fonseca, em 15 de
novembro de 1889, a decretar o fim do Império e instalar a república no Brasil.
Os republicanos já desejavam instalar a república logo após a proclamação
da Independência em 1822. Várias revoltas provinciais no período imperial tinham a
república como principal objetivo. Esse tipo de governo daria maior autonomia às
províncias, reduzindo o poder central. Porém, a forte repressão do governo imperial
reduziu as chances de se instalar uma república no Brasil antes de 1889.
Os militares inspirados nos ideais positivistas colocaram-se perante
a sociedade como “salvadores da pátria”, um novo Poder Moderador, aqueles que
poderiam desenvolver o país com ordem e progresso, tendo a ciência como grande
fiadora de suas ações. Esses ideais ganharam força entre os miliares e foram
discutidos no Clube Militar. Os fazendeiros que não foram indenizados após a
abolição da escravidão em 1888 mudaram de lado, aguardando apoio econômico do
novo governo.
Apesar de ser aliado de Dom Pedro II, o marechal Deodoro da
Fonseca aproximou-se dos grupos militares alinhados com o positivismo. Ele
assumiu a liderança dos republicanos no Exército e, em 15 de novembro de 1889,
comandou as tropas que depuseram Dom Pedro II:
Ao longo dessa década de 1880, as manifestações públicas começaram a se
tornar comuns, e críticas ao imperador cresciam. Um atentado contra o carro do
imperador em julho de 1889 motivou o Império a proibir manifestações públicas
em defesa da república, mas o Brasil estava em um caminho sem volta, pois o grupo
de insatisfeitos era muito grande.
Em novembro de 1889, a conspiração estava em curso e contava com nomes
como Aristides Lobo, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Sólon
Ribeiro , entre outros. O que faltava para os conspiradores era a adesão do
marechal Deodoro da Fonseca, um militar influente e primeiro presidente do Clube
Militar.
Em 10 de novembro, os defensores do golpe contra a monarquia se reuniram
com Deodoro para convencê-lo a tomar participação no movimento. Nos dias
seguintes, os boatos de que uma conspiração estava em curso começaram a ganhar
força e, no dia 14, informações falsas sobre a monarquia começaram a ser
anunciadas em público com o objetivo de arregimentar apoiadores.
O golpe contra a monarquia seguiu no dia 15, quando o marechal Deodoro da
Fonseca e tropas foram até o quartel-general localizado no Campo do Santana. Foi
exigida a demissão do Visconde de Ouro Preto da presidência do gabinete
ministerial. O visconde se demitiu e foi preso por ordem de Deodoro da Fonseca.
Entretanto, o marechal estava à espera que o imperador fosse organizar um
novo gabinete e, por isso, deu vivas a D. Pedro II e então retornou para seu
domicílio. A derrubada do gabinete não colocou fim aos acontecimentos do dia 15, e
as negociações políticas seguiram. Republicanos decidiram realizar uma sessão
extraordinária na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para que fosse realizada uma
solenidade de Proclamação da República.
A Proclamação da República aconteceu na Câmara Municipal,
sendo anunciada pelo vereador José do Patrocínio. Houve celebração nas ruas do
Rio de Janeiro, com os envolvidos na proclamação puxando vivas à república e
cantando A Marselhesa (canção revolucionária produzida durante a Revolução
Francesa) nas ruas da capital.
Durante essa sucessão de acontecimentos, foi organizada uma tentativa de
resistência sob a liderança de André Rebouças e Conde d’Eu, marido da Princesa
Isabel, mas essa resistência fracassou. O imperador D. Pedro II permaneceu crente
de que a situação seria facilmente resolvida, mas não foi assim que aconteceu.
Um governo provisório foi formado, o marechal Deodoro da Fonseca foi
nomeado como presidente do Brasil (o primeiro de nossa história) e outros
envolvidos com o golpe assumiram pastas importantes no governo. A família real foi
expulsa no dia 16 de novembro e, no dia seguinte, embarcaram com seus bens para
a cidade de Lisboa, em Portugal.
Com Deodoro, chegavam ao poder os militares, que dominaram a política
brasileira nos primeiros anos da república. O marechal tornou-se o primeiro
presidente do Brasil. Seu governo e o do seu sucessor, o marechal Floriano Peixoto,
são chamados pela historiografia de República da Espada (1889-1894).
Como consequências da proclamação da República, temos:
 chegada dos militares ao poder e sua influência nos primeiros governos
republicanos (conhecido como República da Espada);
 fim do Segundo Reinado com a implantação da República;
 extinção do Poder Moderador;
 separação entre Estado e Igreja, garantindo liberdade religiosa (o chamado
Estado laico);
 garantia maior autonomia para as províncias, que, depois do 15 de novembro
de 1889, transformaram-se em estados (federalismo);
 estabelecimento do sufrágio universal masculino e fim do voto censitário;
 estabelecimento do presidencialismo.
"República Velha é a denominação dada ao período
histórico brasileiro que se estendeu da Proclamação da
República em 15 de novembro de 1889 até a Revolução de 1930,
governada por Getúlio Vargas. A República Velha é a primeira
fase da República brasileira, por isso é também chamada de
Primeira República.".

Seguem dois links para quem quiser e se interessar em aprofundar a questão:

1) http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-
artigos/reportagens/16806-proclama%C3%A7%C3%A3o-da-
rep%C3%BAblica-os-militares-e-o-fim-do-imp%C3%A9rio

2) https://super.abril.com.br/blog/contaoutra/uma-mentira-e-
uma-rixa-amorosa-levaram-a-proclamacao-da-republica/

E agora, o que fazer...


A) Leia o texto abaixo:

"A partir de hoje, 15 de novembro de 1889, o Brasil entra em nova fase, pois pode-se considerar
finda a Monarquia, passando a regime francamente democrático com todas as consequências da
Liberdade. Foi o exército quem operou esta magna transformação; assim como a de 7 de abril de 31 ele
firmou a Monarquia constitucional acabando com o despotismo do Primeiro Imperador, hoje proclamou,
no meio da maior tranquilidade e com solenidade realmente imponente, que queria outra forma de
governo. Assim desaparece a única Monarquia que existia na América e, fazendo votos para que o novo
regime encaminhe a nossa pátria a seus grandes destinos, esperamos que os vencedores saberão
legitimar a posse do poder com o selo da moderação, benignidade e justiça, impedindo qualquer
violência contra os vencidos e mostrando que a força bem se concilia com a moderação. Viva o Brasil!
Viva a Democracia! Viva a Liberdade!"

Gazeta da Tarde, 15 de novembro de 1889.

A partir do texto responda as questões a seguir propostas:

1ª) Há quantos anos foi redigida esta notícia?

2ª) Seria o redator da notícia um monarquista ou um republicano? Justifique sua resposta identificando a
parte do texto que comprova sua opinião.

3ª) O que foi, na história do Brasil, o dia 15 de novembro de 1889?

4ª) Que novo regime foi instalado no país nessa data?


5ª) De acordo com o texto, o que se esperava desse novo regime de governo?

6ª) O que era esperado desse novo regime se efetivou em nosso país? Justifique sua resposta.

B) “Um dos documentos mais curiosos para a história da grande data de 15 de novembro consiste,
a nosso ver, no aspecto inalterável da rua do Ouvidor, nos dias 15, 16 e 17, onde, a não ser a
passagem das forças e a maior animação das pessoas, dir-se-ia nada ter acontecido. Tão
preparado estava o nosso país para a República, tão geral foi o consenso do povo a essa reforma,
tão unânimes as adesões que ela obteve, que a rua do Ouvidor, onde toda a nossa vida, todas as
nossas perturbações se refletem com intensidade, não perdeu absolutamente o seu caráter de
ponto de reunião da moda.”
(Adaptado de THOME,J. "Crônica do chic". 1889. Apud PRIORE,M.D.et alli.
Documentos de História do Brasil de Cabral aos anos 90. São Paulo: Scipione, 1997.)

"Em frase que se tornou famosa, Aristides Lobo, o propagandista da República, manifestou
seu desapontamento com a maneira pela qual foi proclamado o novo regime. Segundo ele, o
povo, que pelo ideário republicano deveria ter sido protagonista dos acontecimentos, assistira a
tudo bestializado, sem compreender o que se passava, julgando ver uma parada militar."
(CARVALHO, J.M. "Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que
não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.)

Nos textos apresentados, encontram-se as opiniões de dois observadores do fim do


século XIX - José Thomé e Aristides Lobo - a respeito da Proclamação da República.
Aponte a divergência entre as posições dos autores sobre o evento e a explique:

C) "Quando, na madrugada de 15 de novembro de 1889, uma revolta militar depôs


Pedro II, ninguém veio em socorro do velho e doente imperador. A espada do
Marechal Deodoro da Fonseca abria as portas da República para que por ela
passassem os republicanos carregando um novo rei: o café de São Paulo."

De que maneira se explica o isolamento político de Pedro II?

D) A crescente tensão existente entre abolicionistas e escravocratas a partir da década de


1870 causava incômodo no governo monárquico do Brasil. O grande temor era que o
debate causasse uma guerra civil no país, assim como havia acontecido nos Estados Unidos
(A Guerra Civil, entre 1861-1865).

Como acabou se encaminhando essa questão no Brasil e qual sua relação com a queda da
Monarquia?

Mãos a obra!

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