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Sistema de Avaliação da Aptidão

Agrícola das Terras


Lúcia Anjos - UFRRJ – IA/Solos

UFRRJ, DS - Lucia AnjosDS 2012


Sistemas agrícolas sustentáveis

UFRRJ, DS - Lucia AnjosDS 2012


Sistemas agrícolas sustentáveis

UFRRJ, DS - Lucia AnjosDS 2012


Sistema de Avaliação da Aptidão
Agrícola das Terras (Ramalho & Beek, 1995)
•Níveis de Manejo
A = Práticas agrícolas com reduzido ou nenhum investimento de
capital, cultivo de subsistência e mão de obra familiar.
B = Práticas agrícolas que refletem mediano investimento de capital
e de tecnologia.
C= Práticas agrícolas que refletem elevado investimento tecnológico,
mecanização intensiva.

•Grupo 1 - Aptidão BOA para lavouras


•Grupo 2 - Aptidão REGULAR para lavouras
•Grupo 3 - Aptidão RESTRITA para lavouras
Grupo 4 - Aptidão Boa, Regular ou Restrita p/ pastagem
plantada e lavouras perenes
•Grupo 5 - Aptidão Boa, Regular ou Restrita p/
Pastagem Natural e Silvicultura
Grupo 6 - Preservação permanente
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Sistema de Aptidão Agrícola
das Terras
•Representação das Classes de Aptidão
Classe de Tipo de utilização
Aptidão Lavoura Pastagem Silvicultura Pastagem
Agrícola Nível de manejo Plantada Natural
A B C Nível B Nível B/C Nível A
Boa A B C P S N
Regular a b c p s n
Restrita (a) (b) (c) (p) (s) (n)
Inapta - - - - - -

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Sistema de Aptidão Agrícola
das Terras
•Fatores de Limitação das Terras
f = Deficiência de fertilidade,
h = Deficiência de água,
o = Deficiência de oxigênio ou excesso de água,
e = Susceptibilidade à erosão, e
m = Impedimentos à mecanização (ou cultivo).

•Graus de Limitação das Terras


Variam de Nulo (N) a Muito Forte (MF), ou
Extremamente Forte (EF) para erosão, com graus
intermediários tais como Nulo/Ligeiro (N/L).

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Fatores Limitantes
f = Deficiência de fertilidade
Químicos
- Nutrientes, teor e disponível
- Elementos tóxicos, tiomorfismo Físicos
- CTC, V%, Al sat, - Textura (lixiviação)
- Salinidade, sodicidade, Na, CE - Estrutura, Ds, poros (raízes),
-MOS (Corg.), pH - Retenção de água (absorção)
- Aeração (nutrientes)
- Profundidade do solo (raízes)
Biológicos - Impedimento mecânico (raízes)
- Fauna edáfica,
- FBN
- Micorrizas Interações
- Biomassa vegetal - MOS

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Fatores Limitantes
h = Deficiência de água,
Quantidade de água armazenada
no solo, depende de condições Atributos do solo
climáticas (precipitação e - textura,
evapotranspiração) e condições - tipo de argila,
edáficas (capacidade de retenção - teor de matéria orgânica,
de água). - porosidade (macro e micro)
- quantidade de sais, e
Clima – Dados locais? - profundidade efetiva
- relevo (lençol freático)
Vegetação Nativa
Nulo = Flor. Trop.
Floresta tropical: Perenifólia até caducifólia Perenifólia, sem deficit
Caatinga: hipo e hiperxerófila hídrico
Cerrado: campo a arbóreo Muito Forte =
Floresta de várzea: higrófila e hidrófila, veredas Caatinga hiperxerófila,
Rupestres e halófilas mais de 9 meses déficit
Floresta temperada e altomontana
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Fatores Limitantes
o = Deficiência de O2
Relacionada com a drenagem
natural do solo, que por sua vez é Atributos do solo
resultante da interação de - Textura e tipo de argila,
precipitação, evapotranspiração, - estrutura (maciça),
relevo local e - porosidade (macro)
propriedades do solo. - cor do solo
- permeabilidade, e
- camadas impedimento (B
Relevo e Solo plânico, fragipã, plintita, glei, etc)
- profundidade efetiva
Atributos da paisagem - relevo (lençol freático)
- riscos e frequência e duração das
inundações
Nulo = Bem drenado
- proximidade de rios e deltas
e mais forte, profundo
- drenagem artifical
Muito Forte = muito
- altura do lençol freático
mal drenado
- posição na paisagem
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Fatores Limitantes
e = suscet. a erosão
Erosão hídrica vs eólica
Atributos do solo
Depende de condições climáticas, - textura, MOS
condições do solo, condições do - estrutura e porosidade
relevo e da cobertura vegetal. - permeabilidade, e
- camadas de impedimento (Bt,
mudança abrupta, pan)
- profundidade solum (raso, rocha)
Clima, Relevo, Solo e Vegetação
- compactação

Atributos da paisagem e clima


- cobertura vegetal, Nulo = Plano, textura
média, profundo, boa
- regime de chuvas
cobertura vegetal
- relevo - plano vs declivoso
Extremamente Forte (EF) =
- posição na paisagem
declives > 45%
- forma e extensão pendente
- classe de erosão (tipo e intensidade)
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Fatores Limitantes
Erosão hídrica - Terraços
Declividade (%) Tipo de terraço recomendado

2 – 8 Base larga

8 – 12 Base média

12 – 18 Base estreita

18 – 50 Em patamar

Fonte: Demetrius (UVF)

Terraço for Windows,


http://www.gprh.ufv.br/
Fernando Falco Pruski

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Fatores Limitantes
m = imped. mecanização (cultivo)
Nível Manejo: A vs C
Atributos do solo
Refere-se as condições das terras - textura, consistência
para uso de máquinas e - tipo de argila, estrutura
implementos agrícolas; tração - pedregosidade, rochosidade
animal; e preparo do solo com - camadas de impedimento (Bt,
cultivo manual (nível A) mudança abrupta, pan)
- drenagem
- profundidade solum (raso, rocha)
Relevo e Solo
- compactação

Atributos da paisagem
Nulo = Plano, textura média,
- classe de drenagem
profundo, sem pedreg. /
- relevo - plano vs declivoso rochos, boa drenagem
- posição na paisagem
Muito Forte = declives > 45%
- forma e extensão pendente
ou outros fortes
- afloramentos de rocha impedimentos
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Sistema de Aptidão Agrícola das Terras
• Viabilidade de Melhoramento dos Fatores de
Limitação - adoção de práticas agrícolas nos níveis de
manejo B e C
- não inclui o nível A nem considera irrigação
- não se aplica aos fatores: água (h) e mecanização (m)

Classe 1 = melhoramento viável com práticas simples e pequeno


emprego de capital. Essas práticas são suficientes para diminuir o grau
de limitação de um dado fator.
Classe 2 = melhoramento viável com práticas intensivas e
maior aplicação de capital. Economicamente viável apenas no nível C.

Classe 3 = requer práticas de grande investimento, projetos em nível


de governo. Ex. Macrodrenagem, transposição de rios, barragens de
grande porte etc.

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Sistema de Aptidão Agrícola das Terras
Nível C
Viabilidade N
Nível B
de Melhoramento N N1
N2
N1
N/L
N/L
Nível A Práticas N/L1
N/L1
de N/L2
N L
Classe 2 L
Práticas L1
N/L L1
de L/M L2
L Classe 1 L/M1 L/M
L/M M L/M1
M1 L/M2
M M/F M
M/F M/F1 M1
F M2
F
F1 M/F
MF MF …

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Sistema de Aptidão Agrícola das Terras
Quadro Guia – três regiões (tropical úmido)
Aptidão Agrícola Graus de limitação para os níveis de manejo A, B e C
Sub Fertilidade Def. H2O Def. O2 Erosão Mecanização
Classe
grupo A B C A B C A B C A B C A B C
1 ABC Boa N/L N/L1 N2 L/M L/M L/M L L1 N/L1 L/M N/L1 N2 M L N
2 abc Regular L/M L1 L2 M M M M L/M1 L2 M L/M1 N/L2 M/F M L
3 (abc) Restrita M/F M1 L/M2 M/F M/F M/F M/F M1 L/M2 F M1 L2 F M/F M
4P Boa M1 M F1 M/F1 M/F

4p Regular M/F1 M/F F1 F1 F

4 (p) Restrita F1 F F1 MF F

5S Boa M/F1 M L1 F1 M/F

5s Regular F1 M/F L1 F1 F

5 (s) Restrita MF F L/M1 MF F

5N Boa M/F M/F M/F F MF


5n Regular F F F F MF
5 (n) Restrita MF MF F F MF

6 Inapta - - - - - - - - - - - - - - -

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Sistema de Aptidão Agrícola das Terras
Quadro Guia – três regiões (tropical úmido)
Aptidão Agrícola Graus de limitação para os níveis de manejo A, B e C
Sub Fertilidade
Classe
grupo A B C Para um solo ser 1 ABC quanto a
1 ABC Boa N/L N/L1 N2 fertilidade o grau de limitação
2 abc Regular L/M L1 L2 tem que ser de ---------
3 (abc) Restrita M/F M1 L/M2
4P Boa M1 N ou N/L no nível A
4p Regular M/F1 N, N1, N/L ou N/L1 no nível B
4 (p) Restrita F1 N, N1 ou N2 no nível C
5S Boa M/F1
5s Regular F1

5 (s) Restrita MF

5N Boa M/F
5n Regular F
5 (n) Restrita MF
6 Inapta - - -

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Sistema de Aptidão Agrícola das Terras
Quadro Guia – três regiões (tropical úmido)
Graus de limitação para os níveis de manejo A, B e C
Aptidão Agrícola
Sub Def. H2O
Classe Para um solo ser 1 ABC quanto a
grupo A B C
Def H2O o grau de limitação tem
1 ABC Boa L/M L/M L/M
que ser de ---------
2 abc Regular M M M
3 (abc) Restrita M/F M/F M/F
N, N/L, L ou L/M em todos os
4P Boa M níveis – A, B e C
4p Regular M/F

4 (p) Restrita F

5S Boa M

5s Regular M/F

5 (s) Restrita F

5N Boa M/F
5n Regular F
5 (n) Restrita MF

6 Inapta - - -

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Sistema de Aptidão Agrícola das Terras
Quadro Guia – três regiões (tropical úmido)
Graus de limitação
Aptidão Agrícola para os níveis de manejo A, B e C
Sub Def. O2
Classe Para um solo ser 1 ABC quanto a
grupo A B C
Def O2 o grau de limitação tem
1 ABC Boa L L1 N/L1
que ser de ---------
2 abc Regular M L/M1 L2
3 (abc) Restrita M/F M1 L/M2

4P Boa F1 N, N/L ou L no nível A


4p Regular F1 N, N1, N/L, N/L1, L ou L1 no nível B
4 (p) Restrita F1 N, N1, N/L ou N/L1 no nível C
5S Boa L1

5s Regular L1

5 (s) Restrita L/M1

5N Boa M/F
5n Regular F
5 (n) Restrita F

6 Inapta - - -

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Sistema de Aptidão Agrícola das Terras
Quadro Guia – três regiões (tropical úmido)
s de limitação para os
Aptidão níveis de manejo A, B e C
Agrícola
Sub Erosão
Classe Para um solo ser 1 ABC quanto a
grupo A B C
suscetibilidade a erosão o grau de
1 ABC Boa L/M N/L1 N2
limitação tem que ser de ---------
2 abc Regular M L/M1 N/L2
3 (abc) Restrita F M1 L2

4P Boa M/F1 N, N/L, L ou L/M no nível A


4p Regular F1 N, N1, N/L ou N/L1 no nível B
4 (p) Restrita MF N, N1 ou N2 no nível C
5S Boa F1

5s Regular F1

5 (s) Restrita MF

5N Boa F
5n Regular F
5 (n) Restrita F

6 Inapta - - -

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Sistema de Aptidão Agrícola das Terras
Quadro Guia – três regiões (tropical úmido)
para os níveis de manejo
Aptidão A, B e C
Agrícola
Sub Mecanização
Classe Para um solo ser 1 ABC quanto ao
grupo A B C
impedimento à mecanização (cultivo) o
1 ABC Boa M L N
grau de limitação tem que ser de -----
2 abc Regular M/F M L
3 (abc) Restrita F M/F M

4P Boa M/F N, N/L, L, L/M ou M no nível A


4p Regular F N, N/L ou L no nível B
4 (p) Restrita F N no nível C
5S Boa M/F

5s Regular F

5 (s) Restrita F

5N Boa MF
5n Regular MF
5 (n) Restrita MF

6 Inapta - - -

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Sistema de Aptidão Agrícola das Terras
Quadro Guia – três regiões (tropical úmido)
Aptidão Agrícola Graus de limitação para os níveis de manejo A, B e C
Sub Fertilidade Def. H2O Def. O2 Erosão Mecanização
Classe
grupo A B C A B C A B C A B C A B C
1 ABC Boa N/L N/L1 N2 L/M L/M L/M L L1 N/L1 L/M N/L1 N2 M L N
2 abc Regular L/M L1 L2 M M M M L/M1 L2 M L/M1 N/L2 M/F M L
3 (abc) Restrita M/F M1 L/M2 M/F M/F M/F M/F M1 L/M2 F M1 L2 F M/F M
4P Boa M1 M F1 M/F1 M/F

4p Regular M/F1 M/F F1 F1 F

4 (p) Restrita F1 F F1 MF F

5S Boa M/F1 M L1 F1 M/F

5s Regular F1 M/F L1 F1 F

5 (s) Restrita MF F L/M1 MF F

5N Boa M/F M/F M/F F MF


5n Regular F F F F MF
5 (n) Restrita MF MF F F MF

6 Inapta - - - - - - - - - - - - - - -

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Sistema de Aptidão Agrícola das Terras
Para chegar ao grupo e classe de aptidão:
1) Identifique para cada limitante e nível de manejo qual o
fator com grau mais severo, encontrado usando o
quadro-guia, e use este fator para definir o sub-grupo de
aptidão para cada nível de manejo;
2) Liste os vários graus obtidos acima e selecione o melhor
para estabelecer o grupo de aptidão.
Passo 1 Passo 2
A B C 2 (b)c
5n 3(b) 2c

Regra 1: enquanto houver indicação de aptidão de lavoura deve


ser identificada a letra A, B ou C, seja qual for a grafia.
Regra 2: as letras P, S e N serão representadas apenas quando
não houver aptidão para lavoura (1, 2 ou 3) e são excludentes. Ex.
Se for 4p, não precisa dizer também 5s ou 5N ou 6, sendo
representada a classe pela MELHOR aptidão (maior número).
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Mapa de Aptidão Agrícola das Terras

Grupo de
Aptidão
2011, 2S
Luis Cláudio
Jordão da Cruz,
Ramon de Souza
Victorino da
Silva,
Igor Nogueira
Lapa,
Carlos Diego dos
Santos,
Bernardo de
Lima Almeida e
Lucas Couto de
Oliveira

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