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REVISÃO 6

Projeto elétrico 2

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE ELETRICIDADE ............................................... 5


1.1 Sistema oficial de medidas......................................................................................... 12
1.2 Uso de escalas ............................................................................................................ 13
1.3 Codificação de projetos e equipamentos.................................................................... 13
1.4 Estrutura padrão de apresentação de projeto definido pelo ATP-MO ....................... 15
1.5 Verificação dos documentos do projeto ..................................................................... 18
1.6 Lista de cargas elétricas.............................................................................................. 18
1.7 Esquemas unifilares.................................................................................................... 19
1.8 Plano de classificação de áreas................................................................................... 19
1.9 Memorial descritivo ................................................................................................... 22
1.10 Folhas de dados de equipamentos .............................................................................. 23
1.11 Estudo de curto circuito e fluxo de carga................................................................... 23
2 ILUMINAÇÃO .................................................................................................................. 24
3 DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ELÉTRICOS ........................................... 27
3.1 Maneira de instalação dos condutores segundo a NBR 5410 .................................... 29
3.2 Maneira de instalação dos condutores segundo a NBR 14039 .................................. 30
3.2.1 Fatores de correção para escolha dos condutores adequados às correntes de
projeto 32
3.2.2 Como obter o condutor adequado a corrente de projeto .................................... 34
3.2.3 Condutor neutro.................................................................................................. 35
3.2.4 Condutor de proteção ......................................................................................... 37
4 LANÇAMENTO DE CABOS EM DUTOS...................................................................... 38
5 DIMENSIONAMENTO DE DUTOS................................................................................ 42
6 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGA ATMOSFÉRICA SPDA.............. 50
7 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ATERRRAMENTO ................................... 59
8 SELEÇÃO DOS CONDUTORES NO PROJETO DE ATERRAMENTO DE SISTEMAS
ELETRÔNICOS ........................................................................................................................ 69
9 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE ATERRAMENTO .................................... 72
9.1 DIMENSIONAMENTO DE MALHAS DE ATERRAMENTO PELO MÉTODO
DO IEEE ................................................................................................................................ 79
10 DEFINIÇÕES CHAVES.................................................................................................... 85

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 3

11 Relação dos principais sítios para consultas relativos a projetos em eletricidade ............. 86
12 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.................................................................................... 87

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 4

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 5

1 APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE ELETRICIDADE

Este capítulo é baseado na norma PETROBRAS N-2040 - apresentação de projetos de


eletricidade que fixa as condições mínimas exigíveis para a elaboração apresentação e
gerenciamento de documentos de projetos de eletricidade para instalações da PETROBRAS.
A elaboração de qualquer projeto elétrico deve ser precedida do efetivo conhecimento
das necessidades do cliente bem como do arcabouço de normas e procedimentos destinados a
orientar os diversos dimensionamentos bem como sua apresentação sistematizada e
padronizada.
A elaboração do projeto pode ser dividida em dois casos a saber:
a) projeto de uma instalação nova
b) projeto de modificação ou ampliação de uma instalação existente. Nesse caso,
torna-se imprescindível que o projeto “como construído” esteja atualizado e
cadastrado no SINDOTEC.
Em qualquer caso, será necessária a elaboração de um conjunto de documentos
conforme definido a seguir:
• Projeto “Básico de Eletricidade” Æ Conjunto de informações e documentos
técnicos necessários e suficientes que define as características básicas e
conceituais de um sistema elétrico para a elaboração do projeto de
detalhamento. O projeto básico de eletricidade deve ser realizado levando em
consideração os critérios de projeto elaborados para o empreendimento.
1) lista de documentos de projeto;
2) cronograma de projeto e de emissão de documentos;
3) listas de cargas elétricas, nas categorias normal, essencial e de
emergência;
4) diagramas unifilares básicos;
5) diagramas lógicos e/ou funcionais típicos;
6) lista de dados contendo os parâmetros dos principais equipamentos e
circuitos elétricos da instalação, tais como: dados de geradores,
transformadores, motores, painéis, conversores de freqüência, reatores,
baterias de capacitores, retificadores, baterias de acumuladores, cabos
etc.. Os parâmetros apresentados nesta lista de dados devem ser obtidos,

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nesta etapa do projeto básico, a partir de dados típicos disponíveis em


normas e na literatura técnica. Estas referências técnicas devem ser
indicadas nesta lista de dados;

7) relatório de estudo de fluxo de potência, contemplando os cenários


de carga máxima, média e mínima do sistema elétrico;
8) relatório de estudo de curto-circuito, contemplando os cenários que
levam aos maiores valores de falta a serem utilizados para o
dimensionamento dos principais equipamentos da instalação;

9) relatório de estudo de queda de tensão durante a partida dos motores,


considerando cenários com geração normal, essencial e de emergência.
Nesta etapa de projeto básico, é permitida a modelagem simplificada do
sistema elétrico, sem a necessidade do modelamento dos controles de
tensão e velocidade associados às máquinas elétricas síncronas;
10) relatório de avaliação da estabilidade eletromecânica do sistema, o
qual deve, nesta etapa de projeto básico, identificar as situações que
levam à perda de sincronismo do sistema elétrico, tanto em regime
permanente (pequenas perturbações), quanto durante transitórios (curtos-
circuitos, rejeições de carga, reaceleração de motores, perda de geração
etc.), de modo a subsidiar estudos mais detalhados nas etapas posteriores
do projeto;
11) relatório de avaliação de transitórios eletromagnéticos, o qual deve,
nesta etapa de projeto básico, identificar as situações transitórias,
normalmente sob o ponto de vista de sobretensões, passíveis de ocorrerem
no sistema elétrico, tais como: energização de transformadores,
interrupção de pequenas correntes indutivas em disjuntores e contatores,
tensões de restabelecimento transitórias em disjuntores, de modo a
subsidiar estudos mais detalhados nas etapas posteriores do projeto;
12) relatório de estudo de harmônicos introduzidos no sistema elétrico,
em instalações que contenham fontes geradoras de distorções harmônicas,
tais como cargas acionadas por conversores de freqüência, UPS, baterias
de capacitores. Nesta etapa de projeto básico, deve ser feita uma
estimativa das prováveis conseqüências da presença de correntes

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Projeto elétrico 7

harmônicas no sistema elétrico, tais como: sobreaquecimento de


equipamentos, sobretensões advindas de circuitos ressonantes,
necessidade de filtros etc. Neste estudo de harmônicos, devem ser
considerados os requisitos indicados nas ANSI IEEE Std 519 e ANSI
IEEE Std 1531;
13) relatório dos estudos de simulação em tempo real dos estados
transitórios e estacionários do sistema elétrico de potência;
14) Folhas de Dados dos equipamentos elétricos principais;
15) especificações técnicas de engenharia de equipamentos e de
sistemas;
16) desenhos e documentos das instalações físicas preliminares dos
sistemas e equipamentos elétricos, incluindo subestações, salas de painéis,
salas de cabos, casas de controle, motores, sistemas de iluminação,
aterramento e encaminhamentos de eletrodutos aparentes, subterrâneos e
de circuitos de força e controle;
17) memoriais descritivos para o projeto de detalhamento de eletricidade
tais como: distribuição de força, sistemas de alimentação normal,
essencial e de emergência, aterramento, iluminação, proteção, automação,
medição, intertravamento, traceamento e aquecimento elétrico industrial,
sinalização e alarme e proteção contra descargas atmosféricas;
18) estudos preliminares de áreas classificadas contendo atmosferas
explosivas, incluindo a elaboração das listas de dados de processo,
definição das extensões das regiões classificadas, os grupos de gases
inflamáveis ou poeiras combustíveis e classes de temperatura. Estes
estudos devem conter o memorial descritivo sobre as avaliações de risco,
os critérios utilizados para a seleção dos tipos de proteção de
equipamentos e os níveis de proteção de equipamentos (EPL) para
atmosferas explosivas;
19) livros do projeto básico (“Data Books”) de eletricidade contendo
toda a documentação gerada.
20) Cadastramento no SINDOTEC.

• Projeto Executivo (ou de Detalhamento) de EletricidadeÆ Conjunto de


informações e documentos técnicos necessários e suficientes cujo conteúdo

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fundamenta as fases de suprimento, construção e montagem, condicionamento,


pré-operação, operação, inspeção e manutenção do sistema elétrico, levando em
consideração os critérios de projeto elaborados para o empreendimento.
a. listas:
- de documentos de projeto;
- de cargas elétricas;
- de cabos e eletrodutos e/ou circuitos;
- de materiais;
- de pontos de entrada/saída para sistemas digitais de automação elétrica;
- de dados para classificação de áreas;
b. memoriais descritivos e/ou memórias de cálculo para:
- dimensionamento de equipamentos;
- sistema de força e distribuição;
- sistema de aterramento;
- sistema de iluminação;
- sistema de proteção;
- sistema de intertravamento;
- sistema de sinalização e alarme;
- sistema de proteção contra descargas atmosféricas;
- serviço de construção e montagem;
- revisão do estudo de curto-circuito;
- revisão do estudo de fluxo de carga;
- sistema de detecção e alarme de fumaça na sala de painéis e porão de
cabos;
c. desenhos:
- revisão do plano de classificação de áreas;
- revisão esquemas unifilares, trifilares e funcionais;
- diagramas de interligações;
- arranjo de equipamentos – planta, cortes e detalhes;
- estruturas e equipamentos externos - plantas de locação;
- bases de equipamentos elétricos - locação e dimensões;
- diagrama de esforços e pesos nas estruturas;
- rede elétrica principal-planta geral;
- rede elétrica subterrânea – planta, perfis e seções;

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- rede elétrica em leito para cabos – planta, detalhes construtivos e


identificação e posicionamento de cabos;
- caixas de enfiação subterrâneas - características construtivas e
disposição de cabos
- caixas de enfiação aparentes para rede elétrica subterrânea - detalhes;
- rede elétrica aérea – planta, perfis e detalhes
- instalações aparentes – planta, detalhes
- detalhes típicos de montagem;
- instalações elétricas prediais - planta e detalhes;
- distribuição de cargas dos circuitos de iluminação;
- sistemas de proteção contra descargas atmosféricas;
- sistema de aterramento – plantas e detalhes
- montagem de equipamentos - detalhes;
- livros do projeto executivo de eletricidade;
d. documentos para aquisição de equipamentos e materiais:
- especificações técnicas;
- folha de dados;
- requisições de materiais;
- pareceres técnicos;
- listas de materiais.
e. Cadastramento no SINDOTEC.

• Projeto “Como Construído” Æ Projeto de detalhamento devidamente revisado


incorporando todas as modificações realizadas no sistema durante as fases de
construção, montagem, condicionamento e operação assistida.

Os documentos devem ser emitidos segundo os padrões estabelecidos nas seguintes


normas:
a) ABNT
NBR-10067/NB-933 – Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico;
NBR-10126/NB-1062 – Cotagem e Desenho técnico;
NBR-10647/TB-351 – Desenho técnico – norma geral.

b) PETROBRAS

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N-58 - Símbolos gráficos para Fluxogramas de processo de Engenharia;


N-59 - Símbolos gráficos para tubulação;
N-381 - Execução de desenhos Técnicos;
N-1710 - Codificação de Documentos Técnicos de Engenharia;
N-2064 - Emissão e Revisão de Documentos de Projeto.

Quaisquer itens não cobertos pelas normas da PETROBRAS indicadas devem


obrigatoriamente atender às normas da ABNT aplicáveis. Caso não sejam cobertos por normas
ABNT, devem atender aos requisitos das normas internacionais IEC ou ISO aplicáveis.

REQUISITOS DE SEGURANÇA EM PROJETO DE ELETRICIDADE INDICADOS NA NORMA


REGULAMENTADORA NO 10 (NR-10)

Os projetos de eletricidade devem atender aos requisitos de segurança indicados na


norma regulamentadora NR-10 e devem prover:
1. A especificação de dispositivos de desligamento de circuitos que possuam
recursos para impedimento de reenergização, para sinalização de advertência
com indicação da condição operativa.
2. A instalação de dispositivo de seccionamento de ação simultânea, que permita a
aplicação de impedimento de reenergização do circuito.
3. Cnsiderar o espaço seguro, quanto ao dimensionamento e a localização de seus
componentes e as influências externas, quando da operação e da realização de
serviços de construção e manutenção.
4. Segregação de circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como: circuitos
de força de alimentação normal, essencial e de emergência, comunicação,
sinalização, controle e tração elétrica devem ser identificados e instalados
separadamente, salvo quando o desenvolvimento tecnológico permitir o
compartilhamento, respeitadas as definições do projeto indicadas no Memorial
Descritivo de projeto.
5. A definição da configuração do sistema de aterramento, a obrigatoriedade ou
não da interligação entre o condutor de neutro e o de proteção e a conexão à
terra das partes condutoras não destinadas à condução de corrente elétrica.
6. Dispositivos de seccionamento que incorporem recursos fixos de
equipotencialização e aterramento do circuito seccionado.

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7. Condições para adoção de aterramento temporário, com o objetivo de atender a


requisitos de segurança quando da desenergização para intervenções em
circuitos de força, tais como montagem, comissionamento ou manutenção.
8. O atendimento ao que dispõem as normas regulamentadoras de Saúde e
Segurança no Trabalho, as regulamentações técnicas oficiais estabelecidas, e ser
assinado por profissional legalmente habilitado.
9. O projeto de eletricidade deve assegurar que as instalações proporcionem aos
trabalhadores iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo
com a norma regulamentadora NR-17.
10. Que as instalações elétricas possuam sinalização adequada de segurança,
destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na norma
regulamentadora NR-26 de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir:
a) identificação de circuitos elétricos;
b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;
c) restrições e impedimentos de acesso;
d) delimitações de áreas;
e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação
de cargas;
f) sinalização de impedimento de energização; e
g) identificação de equipamento ou circuito impedido.
11. Que as áreas que contenham instalações ou equipamentos elétricos, tais como:
subestações, salas de painéis, salas de cabos e casas de controle, sejam dotadas
de proteção contra incêndio e explosão, obedecendo ao disposto na norma
regulamentadora NR-23.
12. O Memorial Descritivo do projeto de eletricidade deve conter, no mínimo, os
seguintes itens de segurança, conforme requisitos da norma regulamentadora
NR-10:
a) especificação das características relativas à proteção contra choques elétricos,
queimaduras e outros riscos adicionais;
b) indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos elétricos: (Verde -
“D”, desligado e Vermelho - “L”, ligado);
c) descrição do sistema de identificação de circuitos elétricos e equipamentos, incluindo
dispositivos de manobra, de controle, de proteção, de intertravamento, dos condutores e

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os próprios equipamentos e estruturas, definindo como tais indicações devem ser


aplicadas fisicamente nos componentes das instalações;
d) recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de pessoas aos
componentes das instalações;
e) precauções aplicáveis em face das influências externas;
f) o princípio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do projeto, destinados à
segurança das pessoas;
g) descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com a instalação elétrica.

1.1 Sistema oficial de medidas

As unidades utilizadas nos documentos constituintes de um projeto de eletricidade


devem ser as unidades do sistema oficial de medidas, Sistema Métrico (SM), com abreviações,
prefixos e sufixos normalizados. Outras unidades são aceitas se constarem do QGU, anexo à
resolução CONMETRO no 12 que dispõe sobre o uso do SM no Brasil.
O Sistema Internacional de Unidades, ratificado pela 11ª CGPM/1960 e atualizado até a
18ª CGPM/1987, compreende:

a) Sete unidades de base:


Unidade Símbolo Grandeza
metro m comprimento
quilograma kg massa
segundo s tempo
ampére A corrente elétrica
kelvin K temperatura termodinâmica
mol mol quantidade de matéria
candela cd intensidade luminosa

b) duas unidades suplementares:


Unidade Símbolo Grandeza
radiano rad ângulo plano
esterradiano sr ângulo sólido

c) unidades derivadas, deduzidas direta ou indiretamente das unidades de base


suplementares;

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Outras unidades serão aceitas se constarem do Quadro Geral de Unidades (QGU),


anexo à resolução CONMETRO nº 12 que dispõem sobre o uso do sistema de medidas no
Brasil.

1.2 Uso de escalas

De acordo com a N-0381, o uso da escala deve obedecer ao estabelecido na norma


ABNT NBR 8196. A escala dos desenhos deve ser escrita no local próprio da legenda e,
quando necessário, desenhada sob a forma da escala gráfica junto ao traço inferior do quadro
do papel, com um comprimento mínimo de 150 mm.
Quando existirem na mesma folha desenhos em escalas diferentes, as escalas devem ser
indicadas junto aos desenhos ou detalhes a que correspondem. Quando não for utilizada escala
no desenho, deve ser anotada no campo específico a expressão “SEM ESCALA”.
Todo a documentação deve ser gerada eletronicamente e a simbologia adotada deve
estar em conformidade com as normas N-298, ABNT NBR-5175 e a N-898 e as abreviaturas
para projetos devem seguir a N-75.

1.3 Codificação de projetos e equipamentos

Toda a identificação do projeto deve seguir a norma PETROBRAS N-1710 que versa
sobre a codificação de documentos. Esta Norma visa uniformizar e sistematizar a codificação
de documentos técnicos de engenharia emitidos em papel ou meio eletrônico relativos às
instalações da PETROBRAS, de forma a permitir seu arquivamento ordenado e facilitar a
recuperação de informações. É aplicável aos documentos técnicos de engenharia relativos a
instalações, emitidos nas fases de projeto, construção, montagem, condicionamento e operação.
GRUPO 0 GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5 GRUPO 6
Identificação Categoria do Identificação Áreas de Classe de serviços Origem do cronológico
do idioma documento da instalação atividades equipamentos e documento
materiais
L LL ABBB.CC ABBBB AAA LLL AAA

Onde:
L = Letra;
A, B, C = caractere (regra geral). admite-se a utilização de letras onde os códigos estão com a
numeração esgotada. [prática recomendada]
NOTAS: 1) caracteres CC de diferenciação obrigatórios para todas as áreas.
2) Caractere A de diferenciação usado somente no caso de repetição (a partir da primeira área de
atividade repetida).
3) o grupo 5 deve ser consultado na intranet da petrobras, na página da Nortec.

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4) os anexos dos grupos 1, 2, 3 e 4 e do índice de revisões, estão em documentos auxiliares acessíveis na


intranet da petrobras, na página da Nortec, quadro à esquerda, sob o número da norma petrobras n-1710, na
janela de exibição da norma.

Toda e qualquer codificação (identificação) de equipamentos deve seguir a norma


PETROBRAS N-1521. Esta Norma fixa as condições exigíveis para a identificação de
equipamentos pertencentes às instalações industriais da PETROBRAS e é aplicável aos
equipamentos industriais, que façam parte do fluxo industrial de uma das seguintes áreas:
• processo;
• utilidades;
• interligações;
• instalações de bombeamento ou de compressão;
• parques de armazenagem;
• terminais;
• estações coletoras;
• unidades marítimas de perfuração e produção e outros sistemas
• complementares.

Todos os equipamentos devem ser identificados individualmente por uma combinação


alfanumérica composta dos seguintes elementos:
• símbolo do equipamento;
• identificação da área ou da unidade onde está localizado o equipamento;
• identificação seqüencial do equipamento dentro da área ou da unidade;
• identificação individual de cada equipamento (quando aplicável).

Os seguintes símbolos não devem ser usados, pois fazem parte do “Sistema Cadastral
de Equipamentos”: BA, BD, BF, BG, BO, BS, CA, CC, EI, LE, ME e MS.
Exemplos válidos de codificação, conforme anexo C da norma PETROBRAS N-1710:
M-B-6210002
Significa: Motor elétrico (M) que aciona a segunda (002) bomba (B) da área 6210.
TS-GE-5140001
Significa: Turbina a Gás (TS) que aciona o primeiro (001) gerador de energia elétrica
(GE) da área 5140.
SE-BBBBXXX
Significa: Subestação de entrada localizada em área própria (área “BBBB”,
correspondente ao Anexo C da norma PETROBRAS N-1710 e “XXX” ao seqüencial da
Subestação).

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1.4 Estrutura padrão de apresentação de projeto definido pelo ATP-


MO

O ATP-MO, definiu uma estrutura padronizada de geração e apresentação de


documentos de projeto em mídia e celulose.
A nomeação dos arquivos será de acordo com a N-1710 acrescentando-se a extensão do
aplicativo que o gerou.

Exemplo:
NÚMERO DO DOCUMENTO NOME DO ARQUIVO
DE-3476.01-1221-800-PAR-001 DE-3476.01-1221-800-PAR-001.DGN
FD-3476.01-1221-800-PAR-001 FD-3476.01-1221-800-PAR-001.DOC

As pastas (subdiretórios e divisórias dos Book´s), deverão ser nomeadas conforme a


seguir:

1 GERAL Lay out, fluxogramas de processo e engenharia,


esquemas unifilares, plano de classificação de áreas, lista
de documentos e plano de classificação de áreas .
2 CIVIL e TOPOGRAFIA Desenhos, levantamento topográficos e altimétricos.
3 MECÂNICA Desenhos e isométricos
4 ELÉTRICA Desenhos e memorial descritivo
5 INSTRUMENTAÇÃO e AUTOMAÇÃO Desenhos e isométricos
6 LI´s Listas de: dados, instrumentos, materiais, cabos.
7 RM´s Requisições de Materiais
8 FD´s e ET´s Folhas de dados de equipamentos e Especificações
técnicas de equipamentos
9 MC´s Memória de cálculos
10 ANÁLISE DE RISCO Relatório de análise de risco
11 DOCUMENTOS DO FABRICANTE Conforme construído dos equipamentos adquiridos
12 FOTOS Fotos para auxílio no projeto

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A formatação dos desenhos em geral segue critérios definidos: formato, escalas de


desenhos, texto, legenda, níveis (layer), setagem, legenda de cores, conforme apresentado a
seguir.

FORMATO • Os formatos deverão estar disponíveis em um diretório específico e na


escala
• Os formatos deverão ser inseridos no desenho na escala desejada e em
forma de célula.
• Os formatos dos documentos adotados pela norma N-381 deverão estar
colocados no nível 63 do aplicativo padrão Microstation
ESCALAS NO DESENHO • Os desenhos devem ser executados na escala 1:1, sendo necessário
escalar o formato.
• Quando houver desenhos com escalas diferentes, deverá ser escolhido
uma escala como padrão, sendo as partes necessárias escalonadas.
TEXTO • Fonte 32, Peso 0, TX 2, para desenhos.
• Fonte 32, Peso 3, TX 3, para títulos e carimbo.
• Fonte 32, Peso 0, TX 2, para cotas.
LEGENDA • a) Documentos de referência
Fonte 32, TX 3, Peso 3 – Número do desenho
Fonte 32, TX 2, Peso 0 – Título
• b) Revisões
Fonte 32, TX 1.6, Peso 0, para lista de revisões – Formatos A0, A1,
A2
Fonte 32, TX 1.3, Peso 0, para lista de revisões – Formatos A3
• d) Cliente / Programa / Área / Título / Número
Fonte 32, TX 3, Peso 3
• e) Proj./Exec./Verif./Aprov./Escala/Ext./Padrão/Folha/Data
Fonte 32, TX 2, Peso 0
• f) Número
Fonte 32, TX 3, Peso 3
• g) Proj. : ATP-MO/DP
• h) Aprov. : ATP-MO
• i) Folha ; xx / yy
• j) Data : dd / mm / aa
NÍVEIS (LAYERS)
Nº do Nível Nome do Nível
3 Tubulação
4 Elétrica
5 Instrumentação
6 Pavimentação e arruamento
Drenagem Pluvial Limpa, Oleosa e
7
Contaminada
8 Lay Out
9 Estrutura Metálica
10 Civil
11 Classificação de Áreas
63 Formato

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Projeto elétrico 17

SETAGEM NO Antes de iniciar o desenho, utilizar os arquivos semente configurados


MICROSTATION PARA de acordo com a WORKING UNITS da seguinte maneira:
DESENHO NOVO a) Para trabalhos em milímetros, usar RESOLUTION 10/100, que
permite escalar o padrão em até 500 vezes.
b) Para trabalhos em centímetros, usar RESOLUTION 10/1000.
SETAGEM NO a) Mudar a RESOLUTION
MICROSTATION PARA b) Trazer o desenho para escala 1:1.
DESENHO CONCLUÍDO c) Escalar o padrão na escala indicada no desenho.
CONFIGURAÇÃO PARA Cor Legenda Nº Cor
Microstation
CORES DA LEGENDA
Existente 0
Futuro 0
A Demolir / A Retirar 1
A Construir 3
A Relocar 2
Obs.: Todos os textos serão na cor preta independente da cor da legenda

TABELA PARA FORMATOS PADRONIZADOS


ESCALA A4 A3 A2 A1 A0 FATOR
CONV.
1:1 210x297 297x420 420x594 594x841 841x1189 1
1:10 2100x2970 2970x4200 4200x5940 5940x8410 8410x11890 0.100
1:15 3150x4455 4455x6300 6300x8910 8910x12615 12625x17835 0.066
1:20 4200x5940 5940x8400 8400x11880 11880x16820 16820x23780 0.050
1:25 5250x7425 7425x10500 10500x14850 14850x21025 21025x29725 0.040
1:50 10500x14850 14850x21000 21000x29700 29700x42050 42050x59450 0.020
1:100 21000x29700 29700x42000 42000x59400 59400x84100 84100x118900 0.010
1:125 26250x37125 37125x52500 52500x74250 74250x105025 105125x148625 0.008
1:150 31500x44550 44550x63000 63000x89100 89100x126150 126150x178350 0.006
1:200 42000x59400 59400x84000 84000x118800 118800x168200 168200x237800 0.005
1:250 52500x74250 74250x105000 105000x148500 148500x210250 210250x297250 0.004
1:500 10500x148500 148500x210000 210000x297000 297000x420500 420500x594500 0.002
1:1000 210000x297000 297000x420000 420000x594000 594000x841000 84100x1189000 0.001

TAMANHO DE TEXTOS DE ACORDO COM A ESCALA


TAM(mm) 2 3 4 5 6 8
ESC.
1:10 20 30 40 50 60 80
1:15 30.3 45.45 60.6 75.75 96 121.2
1:20 40 60 80 100 120 160
1:25 50 75 100 125 150 200
1:30 60 90 120 150 180 240
1:40 80 120 160 200 240 320
1:33 1/3 67 100 134 168 200 268
1:50 100 150 200 250 300 400
1:75 150 225 300 375 450 600
1:100 200 300 400 500 600 800
1:125 250 375 500 625 750 1000
1:150 333.3 500 666.6 833.3 1000 1333.3
1:200 400 600 800 1000 1200 1600
1:250 500 750 1000 1250 1500 2000
1:500 1000 1500 2000 2500 3000 4000
1:1000 2000 3000 4000 5000 6000 8000

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 18

1.5 Verificação dos documentos do projeto

É dever dos projetistas e desenhistas verificar se todos os procedimentos utilizados na


elaboração do projeto estão em conformidade com as normas vigentes bem como às suas
atualizações.
Uma vez concluído o projeto, o mesmo deverá ser entregue para conferência final e
análise da consistência do mesmo com as outras disciplinas. O responsável por essa etapa do
projeto deverá preencher a lista abaixo a assinado atestando que o projeto foi conferido e
liberado para execução pela disciplina elétrica.

VERIFICAR SIM NÃO


1 Documentos de acordo com a LD;
2 Conformidade com o unifilar;
3 Conformidade com as especificações contidas no projeto conceitual;
4 Encaminhamento, interferências com as outras disciplinas e conformidade com as
normas e detalhes de projeto;
5 Todas as coordenadas, dimensões, cotas e elevações.
6 Interferências, folgas e distâncias
7 ET´s, FD´s e LI´s
8 Todas as legendas dos desenhos
9 Todos os cálculos que tenham sido feitos
10

1.6 Lista de cargas elétricas

As listas de cargas elétricas são folhas padronizadas pela norma PETROBRAS N-2062,
em formato A3, e que devem ser emitidas por subestação, fundamentadas no projeto básico do
processo, contendo:
a) relação de todas as cargas elétricas, definida pelo processo, com respectiva
identificação;
b) serviço a que se destina;
c) condição de funcionamento (principal, reserva ou intermitente);
d) tensão;
e) número de fases;
f) potência.
Devem ser discriminadas cargas a serem alimentados pelo barramento de emergência,
casos este se faça necessário, tais como: iluminação, pressurização e carregador de bateria.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 19

As listas de cargas elétricas devem ser re-emitidas pela projetista de detalhamento a


medida que esta desenvolve o seu trabalho, em conformidade com N-2064.
Antes de iniciar propriamente o dimensionamento elétrico, deve-se ter todas as
informações necessárias tais como: lista de cargas elétricas, locação dos equipamentos
elétricos, tipo de acionamento dos motores, nível de tensão de trabalho, filosofias de proteção,
nível de harmônicas, variáveis de ambiente (temperatura, umidade, pressão), dados de
processo, etc.

1.7 Esquemas unifilares

Fundamentados nas listas de cargas elétricas, nos memoriais descritivos com as


filosofias dos sistemas e no memorial descritivo das características das instalações elétricas,
contendo:
a) indicação das fontes de suprimento, incluindo tensão, freqüência e número de fases;
b) indicação das posições normais para operação dos disjuntores;
c) representação e identificação das linhas ou cabos de entrada, de todos os equipamentos
componentes do sistema, objetos do unifilar, bem como de todas as cargas alimentadas;
d) indicação dos relés de proteção com suas respectivas linhas de atuação e interfaces com
os sistemas de automação;
e) indicação do nível de curto-circuito na entrada do sistema;
f) indicação dos instrumentos de medição;
g) indicação dos transformadores de instrumentos para proteção e medição;
h) indicação dos intertravamentos entre equipamentos;
i) indicação dos sinais destinados a sistemas de supervisão, automação e controle;
j) representação dos conversores de freqüência e dispositivos de partida suave.

1.8 Plano de classificação de áreas

O Plano de Classificação de Áreas à luz da norma PETROBRAS N-2706, é um


conjunto de documentos que fornecem as informações sobre as áreas classificadas da unidade
industrial. Compõe-se das plantas de classificação de áreas, das listas de dados de substâncias
inflamáveis, do memorial descritivo, das listas de dados das fontes de risco e no caso de

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 20

recintos fechados, das informações relativas ao projeto de ventilação e ar condicionado, que


influenciam a classificação e extensão das áreas classificadas. Deve ser elaborado a partir da
coleta de informações das características do processo e da instalação. Para isto, além das
recomendações técnicas prescritas nas normas, devem ser consultados os representantes da
unidade nas seguintes disciplinas:
• Operação;
• Manutenção;
• Projeto;
• Segurança industrial;
• Processo.
No memorial descritivo devem ser registradas todas as condições operacionais que
nortearam a elaboração do plano de classificação de áreas1, como por exemplo:
• Procedimentos e instruções operacionais;
• As taxas de falhas dos componentes envolvidos;
• A disponibilidade de recursos para manutenção da unidade;
• As informações de acidentes ocorridos anteriormente na unidade e em outras unidades
similares.
As Plantas de classificação de áreas são um conjunto de desenhos que mostram em
escala o leiaute completo da instalação, assinalando as extensões das áreas potencialmente
explosivas definidas a partir das informações contidas nas listas de dados das substâncias
inflamáveis, das fontes de risco e das informações constantes no memorial descritivo da
classificação de áreas, para todas as elevações. Constituem um conjunto de documentos
composto por:
• Plantas-baixas;
• Vistas de perfil (também chamadas de “cortes verticais”);
• Detalhes de montagem.
As plantas de classificação de áreas, incluindo-se plantas baixas e vistas de perfil,
devem ser executadas em escala, claramente indicada, e devem conter, no mínimo, o contorno
de todos os equipamentos de processo, indicando nome e TAG dos referidos equipamentos.
É prática recomendada que para as instalações compostas por várias unidades (ou
módulos), além das plantas baixas detalhadas de cada unidade (ou módulo), que seja

1
Embora a N-2706 não especifique onde esse registro deva ser feito, a UN-RNCE adotou que esse registro seja feito no
Memorial Descritivo da Classificação de áreas.

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Projeto elétrico 21

confeccionada uma planta baixa geral de toda a instalação, em escala, indicando apenas as
maiores extensões de áreas classificadas de cada unidade. Esta planta geral intitula-se “Plano
geral simplificado de classificação de áreas”, contendo uma nota mencionando que para
informações detalhadas de cada região, consultar as plantas específicas das unidades (ou
módulos).
Não é permitido incluir como detalhe de projeto, a simples reprodução da figura de
classificação de área constante em norma técnica referenciada. Os detalhes devem refletir as
características e dimensões próprias da instalação sob estudo. Não é permitido incluir como
notas do documento, recomendações genéricas contidas nas normas referenciadas, como por
exemplo: “As distâncias mostradas são para uma refinaria típica, devendo ser adotadas
mediante cuidadosa análise”. O projeto deve, portanto, estar em formato conclusivo e
customizado para a instalação sob estudo. As seguintes informações devem constar nas plantas
de classificação de áreas:
• Vista de perfil das elevações e equipamentos de processo;
• Vista de perfil dos níveis que possuam acessos interligados;
• Vista de perfil das canaletas e depressões existentes na unidade;
• Indicação da direção predominante dos ventos;
• Identificação do grupo a que pertencem as substâncias inflamáveis presentes;
• Identificação da classe de temperatura para os equipamentos Ex, para cada região;
• Identificação das fontes de risco, com nome e TAG, conforme respectiva lista de dados;
• Indicação dos locais e extensões classificadas como Zona 0, Zona 1, Zona 2 e área não
classificada, mediante simbologia definida no Capítulo 6 da N-2706;
• representação da influência de áreas classificadas por fontes de risco existentes em
unidades adjacentes;
• outros dados relevantes para permitir adequada especificação e instalação de
equipamentos Ex.
• Locação das placas de indicação de área classificada.

A equipe responsável pela execução do plano de classificação de áreas deve possuir


treinamento em instalações elétricas em áreas classificadas.
Em empreendimentos de ampliação, modernização ou desativação de unidades, torna-se
necessária a atualização do plano de classificação de áreas.
Não é permitida a criação de novos documentos que abordem apenas o escopo reduzido
de alterações. Devem ser atualizados os documentos existentes.

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Projeto elétrico 22

Na atualização de documentos, deve ser incorporada e detalhadamente indicada, a


abrangência das alterações efetuadas. Não é permitida a colocação de descrições genéricas do
tipo: “revisado conforme comentários” ou “revisado onde indicado”.
A lista de dados das substâncias inflamáveis é um conjunto de informações sobre as
substâncias inflamáveis presentes no processo e deve ser apresentada conforme padrão
apresentado no Anexo da norma PETROBRAS N-2155. A mesma deve ser elaborada pela
equipe responsável pela elaboração do plano de classificação de áreas, devendo ser informados
no referido documento as fontes onde os dados foram obtidos.
O memorial descritivo de classificação de áreas, é o documento propício para registrar
todas as informações não constantes nos desenhos e lista de dados. Quando os dados forem
obtidos de publicações técnicas, devem ser informados: o nome da entidade, ano e número de
edição e o número do volume, caso aplicável devendo constar os seguintes dados:
• Os parâmetros operacionais das pressões, vazões e temperaturas;
• Limites operacionais máximos permitidos pela segurança;
• Velocidade média de vento considerada no estudo.
Nenhum documento será válido individualmente, devendo sempre ser analisado em
conjunto.
O plano de classificação de áreas, por envolver questões de segurança industrial, deve
ter parecer técnico de funcionário próprio que tenha capacitação em instalações Ex. Este
parecer técnico integra o conjunto de documentos do plano de classificação de áreas.

1.9 Memorial descritivo

O memorial descritivo é um documento que contém as filosofias adotadas para os


sistemas de força, aterramento, iluminação, proteção, medição, intertravamento, sinalização,
alarme e SPDA. Para as filosofias dos sistemas de proteção, intertravamento, sinalização e
alarme, os memoriais devem ser acompanhados dos respectivos diagramas lógicos e deve
atender a NR-10. É um descritivo com as características básicas das instalações elétricas e uma
descrição completa das instalações, considerando para cada área, prédio ou parte do prédio as
premissas estabelecidas pelas normas PETROBRAS N-1996, N-1997, N-1998, N-2006 e N-
2039.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 23

1.10 Folhas de dados de equipamentos

A menos que indicado em contrário, as folhas de dados para requisição de


equipamentos elétricos devem ser as normalizadas pela PETROBRAS. Para o caso de
equipamentos sem folha de dados normalizada devem ser utilizados os padrões da projetista,
devendo sua formatação estar de acordo com a norma PETROBRAS N-381 e seu conteúdo
aprovado pela PETROBRAS.
A menos que indicado em contrário, a elaboração das requisições para equipamentos
elétricos deve seguir as prescrições estabelecidas pelas normas PETROBRAS N-1913 e N-
1973 e para materiais devem ser utilizadas as requisições padronizadas pela PETROBRAS.
Para o caso de equipamentos sem especificação normalizada deve ser utilizado o padrão da
projetista, devendo sua formatação estar de acordo com a norma PETROBRAS N-381 e seu
conteúdo aprovado pela PETROBRAS.

1.11 Estudo de curto circuito e fluxo de carga

O estudo de curto circuito deve apresentar os parâmetros necessários ao cálculo, o


diagrama de impedância para cada situação operacional do sistema que conduza as condições
de curto-circuito máximo e mínimo nos pontos a serem considerados, os desenvolvimentos do
cálculo propriamente dita e o resumo dos resultados.
O estudo do fluxo de carga deve apresentar a direção e sentido dos fluxos ativo e
reativo, bem como os valores de tensão em todas as barras para as diversas configurações que o
sistema possa apresentar. Devem ser considerados os casos de partida e re-aceleração de
grandes máquinas. A elaboração desse estudo deve ser executada no PTW e a premissa,
analises, resultados e conclusões deverão estar inseridos em um memorial de cálculo.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 24

2 ILUMINAÇÃO

Os projetos de iluminação devem ser baseados na norma N-2006. Os painéis de


distribuição de iluminação devem ficar abrigados, em áreas não classificadas. Os níveis de
iluminação a serem empregados no projeto devem atender as prescrições da NR-17, seguindo a
NBR-5413 e N-2429; nos casos omissos deve ser seguida a API RP-540. Os arruamentos
deverão ter nível de iluminamento mínimo de 10 lux, proporcionados por lâmpadas de vapor
de sódio de alta pressão, com controle por fotocélulas.
Nas áreas com acompanhamento dos equipamentos e facilidades (bombas,
compressores, instrumentação, etc.) deverão ser mantidos níveis de iluminamento adequados
para cada tipo de trabalho, de acordo com as normas referentes ao assunto, tais como a NBR-
5413, Nessas áreas, é recomendado utilizar lâmpadas de multi-vapor2 metálico ou mercúrio e
fluorescentes nos frontais dos painéis de controle.
Em áreas administrativas deverão ser usadas apenas luminárias fluorescentes. Os
recintos fechados que necessitem de iluminação e refrigeração deverão ser convenientemente
localizados de forma a permitir o menor consumo de energia. Devem ser especificadas
luminárias com alto fator de potência.
Para desenvolvimento dos cálculos de iluminância devem ser considerados: o método
“ponto por ponto”, o método dos “lumens” ou o método das “cavidades zonais”.
Para iluminação de interiores recomenda-se que sejam utilizadas lâmpadas
fluorescentes para alturas até 4 m e lâmpadas a vapor de mercúrio ou vapor de sódio de alta
pressão para alturas superiores a 4 m.
Na aplicação das luminárias em ambientes fechados devem-se considerar os seguintes
pontos: a) em ambientes onde a presença de pessoas é permanente devem-se utilizar luminárias
providas de elemento difusor para minimizar o ofuscamento;b) em ambientes onde a presença
de pessoas não se faz permanente, a menos que explicitamente indicado em contrário, deve-se
utilizar luminárias desprovidas de elemento difusor.
Para redução dos danos causados pelo efeito estroboscópico, em áreas onde existam
equipamentos rotativos expostos, a alimentação de lâmpadas de descargas adjacentes deve ser
proveniente de fases distintas.

2
Para emprego de lâmpadas multi-vapor metálico deve ser especificada luminária adequada em área classificada, devido
temperatura maior; para lâmpadas de vapor de mercúrio deve ser considerada a rápida depreciação do fluxo luminoso no
cálculo do nível de iluminamento.

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Projeto elétrico 25

Iluminação de emergência

Os sistemas de iluminação de emergência têm a finalidade de, na falta da fonte


principal de energia elétrica, assegurar o mínimo de iluminância necessária à segurança do
pessoal e da instalação. A iluminação de emergência inclui a iluminação de escape, a
iluminação de segurança, e a iluminação de substituição, definidas de acordo com a norma IEC
60598-2-22. Nenhuma outra carga pode ser ligada aos circuitos de iluminação de emergência.
A iluminação de emergência deve clarear áreas escuras de passagens, horizontais e
verticais, incluindo áreas de trabalho e áreas técnicas de controle de restabelecimento de
serviços essenciais e normais, na falta de iluminação normal.
A intensidade da iluminação deve ser suficiente para evitar acidentes e garantir a
evacuação das pessoas, levando em conta a possível penetração de fumaça nas áreas. O sistema
de iluminação de emergência deve:
• permitir o controle visual das áreas abandonadas para localizar pessoas
impedidas de locomover-se;
• manter a segurança patrimonial para facilitar a localização de estranhos nas
áreas de segurança pelo pessoal da intervenção;
• sinalizar inconfundivelmente as rotas de fuga utilizáveis no momento do
abandono do local;
• sinalizar o topo do prédio para a aviação comercial.
Em casos especiais, a iluminação de emergência deve garantir, sem interrupção, os
serviços de primeiros socorros, de controle aéreo, marítimo, ferroviário e outros serviços
essenciais instalados.
O tempo de funcionamento do sistema de iluminação de emergência deve garantir a
segurança pessoal e patrimonial de todas as pessoas na área, até o restabelecimento da
iluminação normal, ou até que outras medidas de segurança sejam tomadas.
No caso do abandono total do edifício, o tempo da iluminação deve incluir, além do
tempo previsto para a evacuação, o tempo que o pessoal da intervenção e de segurança
necessita para localizar pessoas perdidas ou para terminar o resgate em caso de incêndio. Este
tempo deve ser respaldado pela documentação de segurança do edifício aprovada pelo usuário
e do poder público.
Devem ser respeitadas as limitações da visão humana, com referência às condições
fisiológicas da visão diurna e noturna e o tempo de adaptação para cada estado.

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Projeto elétrico 26

A variação da intensidade de iluminação não pode ser superior ao valor de 20:1.


O sistema de iluminação de emergência deve estar continuamente em operação quando
a iluminação normal estiver ligada. Portanto, quando em contínua operação, as luminárias
destes sistemas devem ser consideradas na determinação dos níveis de iluminância dos
ambientes cobertos pelo projeto. A iluminação de emergência pode contudo ser composta de
luminárias autônomas com bateria incorporada.
Para equipamentos enquadrados na NR-13 deverá ser previsto sistema de iluminação de
emergência com baterias ou alimentados por gerador de emergência, se disponível, instaladas
em local apropriado, ou luminárias autônomas, certificadas, com controle de carga nas baterias.
Para dimensionamento dos sistemas de iluminação de emergência nas áreas de
processo, estações de transferência e outras, utilidades, laboratórios, áreas administrativas,
enfermaria etc., rotas de fuga e outros, deve ser atendida a NBR-10898.
Estações de controle, bomba de incêndio, gerador de emergência, salas de controle,
subestações e salas de painéis, centrais de CO2, e outros pontos onde previstas manobras em
caso de black-out e emergências na planta, devem ter iluminamento mínimo de 15 lux, e 50 lux
nos frontais dos painéis essenciais e críticos para manobras e segurança, com iluminação em
áreas externas para acesso a estes locais.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 27

3 DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ELÉTRICOS

Os condutores, para os propósitos deste capítulo, são os cabos elétricos isolados de


potência destinados a transportar energia com o mínimo de perdas3. Se caracterizam pela:
seção transversal, capacidade de condução de corrente, norma de fabricação e tensão de
isolamento, U 0 U , conforme a NBR 6251.

Os cabos unipolares e multipolares devem atender às seguintes normas: a) os cabos com


isolação de EPR, à ABNT NBR 7286; b) os cabos com isolação de XLPE, à ABNT NBR 7287;
c) os cabos com isolação de PVC, à ABNT NBR 7288 ou à ABNT NBR 8661.
Os cabos não-propagantes à chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça
e gases tóxicos devem atender à ABNT NBR 13248.
Os condutores utilizados nas linhas elétricas podem ser de cobre ou alumínio, sendo
que, o uso de condutores de alumínio só é admitido nas condições estabelecidas abaixo:
• Em instalações de estabelecimentos industriais, desde que, simultaneamente: a)
a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 16 mm²; b) a instalação
seja alimentada diretamente por subestação de transformação ou transformador,
a partir de uma rede de alta tensão, ou possua fonte própria, e c) a instalação e a
manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas.
• Em instalações de estabelecimentos comerciais, desde que, simultaneamente: a)
a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 50 mm²; b) os locais
onde não hajam dificuldades com relação a rotas de fugas em situações de
emergências tais como: edificações residenciais com altura inferior a 50 m e
edificações não residenciais com baixa densidade de ocupação e altura inferior a
28 m e c) a instalação e a manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas.
Em locais, onde a fuga de pessoas em situação de emergência possa ser longa e
tumultuada não é permitido, em nenhuma circunstância, o emprego de condutores de alumínio.
O dimensionamento dos condutores deve levar em consideração uma série de fatores
tais como:
CARGA
a) Tensão nominal;

3
Para uma orientação específica sobre cabos de controle, de instrumentação ou para outras linhas elétricas de
sinal, recomenda-se a consulta às normas aplicáveis a esses produtos e aos seus fabricantes.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 28

b) Freqüência nominal;
c) Potencia ou corrente da carga a ser suprida;
d) Fator de potencia;
e) Tipo de sistema: monofásico, bifásico ou trifásico;
f) Tipo de carga: iluminação, motores, capacitores, etc,.
g) Corrente de curto-circuito

CONDUTORES
I) Maneira de instalação dos condutores;
II) Condições ambientes a que ficam submetidos;
III) Distancia da carga ao ponto de suprimento;

Um condutor mal dimensionado pode conduzir a um mau funcionamento da carga e


risco de incêndio ao patrimônio. Um condutor não pode ser considerado adequadamente
dimensionado sem que sejam projetados elementos de proteção a ele associado. O
dimensionamento de um circuito implica na determinação da seção nominal dos condutores e
na escolha do dispositivo que os protegerá contra sobre correntes.
São utilizados os seguintes critérios:
a) seção mínima;
b) capacidade de condução de corrente;
c) limites de queda de tensão;
d) proteção contra sobrecarga;
e) proteção contra curto-circuito ;
f) proteção contra choques elétricos por seccionamento automático da alimentação em
esquemas TN e IT.
A seção adotada é, em princípio, a menor das seções nominais que atenda a todos os
critérios, a chamada “seção técnica”.
A consideração, em determinadas circunstâncias, de um “critério econômico”, baseado
no custo das perdas Joule ao longo da vida útil do condutor, pode levar à adoção de uma seção
maior (a chamada “seção econômica”) ou a utilização de um condutor cuja isolação tenha o
limite de temperatura superior, que possibilita a utilização em menor seção.

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Projeto elétrico 29

3.1 Maneira de instalação dos condutores segundo a NBR 5410

Os métodos de referência são os métodos de instalação para os quais a capacidade de


condução de corrente foi determinada por ensaio ou por cálculo. São eles:
• A1: condutores isolados em eletroduto de seção circular embutido em parede
termicamente isolante;
• A2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido em parede
termicamente isolante;
• B1: condutores isolados em eletroduto de seção circular sobre parede de
madeira;
• B2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira;
• C: cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede de madeira;
• D: cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo;
• E: cabo multipolar ao ar livre;
• F: cabos unipolares justapostos (na horizontal, na vertical ou em trifólio) ao ar
livre;
• G: cabos unipolares espaçados ao ar livre.

Nos métodos A1 e A2, a parede é formada por uma face externa estanque, isolação
térmica e uma face interna em madeira ou material análogo com condutância térmica de no
mínimo 10 W/m².K. O eletroduto, metálico ou de plástico, é fixado junto à face interna (não
necessariamente em contato físico com ela).
Nos métodos B1 e B2, o eletroduto, metálico ou de plástico, é montado sobre uma
parede de madeira, sendo a distância entre o eletroduto e a superfície da parede inferior a 0,3
vez o diâmetro do eletroduto.
No método C, a distância entre o cabo multipolar, ou qualquer cabo unipolar, e a parede
de madeira é inferior a 0,3 vez o diâmetro do cabo.
No método D, o cabo é instalado em eletroduto (seja metálico, de plástico ou de barro)
enterrado em solo com resistividade térmica de 2,5 K.m/W, a uma profundidade de 0,7 m.
Nos métodos E, F e G, a distância entre o cabo multipolar ou qualquer cabo unipolar e
qualquer superfície adjacente é de no mínimo 0,3 vez o diâmetro externo do cabo, para o cabo
multipolar, ou no mínimo uma vez o diâmetro do cabo, para os cabos unipolares.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 30

No método G, o espaçamento entre os cabos unipolares é de no mínimo uma vez o


diâmetro externo do cabo.

3.2 Maneira de instalação dos condutores segundo a NBR 14039

Os métodos de referência são os métodos de instalação para os quais a capacidade de


condução de corrente foi determinada por cálculo. São eles:
• A - cabos unipolares justapostos (na horizontal ou em trifólio) e cabos tripolares
ao ar livre;
• B - cabos unipolares espaçados ao ar livre;
• C - cabos unipolares justapostos (na horizontal ou em trifólio) e cabos tripolares
em canaletas fechadas no solo;
• D - cabos unipolares espaçados em canaletas fechadas no solo;
• E - cabos unipolares justapostos (na horizontal ou em trifólio) e cabos tripolares
em eletroduto ao ar livre;
• F - cabos unipolares justapostos (na horizontal ou em trifólio) e cabos tripolares
em banco de dutos ou
• eletrodutos enterrados no solo;
• G - cabos unipolares em banco de dutos ou eletrodutos enterrados e espaçados
um cabo por duto ou eletroduto não condutor;
• H - cabos unipolares justapostos (na horizontal ou em trifólio) e cabos tripolares
diretamente enterrados;
• I - cabos unipolares espaçados diretamente enterrados.

Observações importantes
1. Nos métodos A e B, o cabo é instalado com convecção livre (sobre isoladores,
bandejas, leitos etc.) e a distância a qualquer superfície adjacente deve ser de no
mínimo 0,5 vez o diâmetro externo do cabo, para cabo unipolar, ou no mínimo
0,3 vez o diâmetro externo do cabo, para cabo tripolar, sem levar em
consideração o efeito da radiação solar direta.
2. Nos métodos C e D, o cabo é instalado em canaleta fechada, com 0,5 m de
largura e 0,5 m de profundidade, e a distância a qualquer superfície adjacente

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 31

deve ser de no mínimo 0,5 vez o diâmetro externo do cabo, para cabo unipolar,
ou no mínimo 0,3 vez o diâmetro externo do cabo, para cabo tripolar.
3. No método E, o cabo é instalado num eletroduto não condutor e a distância a
qualquer superfície adjacente deve ser de no mínimo 0,3 vez o diâmetro externo
do eletroduto, sem levar em consideração o efeito da radiação solar direta.
4. No método F, os cabos unipolares são instalados num eletroduto não condutor e
os cabos tripolares em eletrodutos não condutores, metálico no solo de
resistividade térmica de 2,5 K.m/W, a uma profundidade de 0,9 m. Foi
considerado, no caso de banco de duto, largura de 0,3 m e altura de 0,3 m, e
com resistividade térmica de 1,2 K.m/W.
5. No método G, os cabos unipolares são instalados em eletrodutos não condutores
espaçados do duto adjacente em uma vez o diâmetro externo do duto, no solo de
resistividade térmica de 2,5 K.m/W, a uma profundidade de 0,9 m. Foi
considerado, no caso de banco de duto, largura de 0,5 m e altura de 0,5 m, com
quatro dutos, e com resistividade térmica de 1,2 K.m/W.
6. No método H, o cabo é instalado diretamente no solo de resistividade térmica de
2,5 K.m/W, a uma profundidade de 0,9 m.
7. No método I, o cabo é instalado diretamente no solo de resistividade térmica de
2,5 K.m/W, a uma profundidade de 0,9 m e o espaçamento entre os cabos
unipolares deve ser no mínimo igual ao diâmetro externo do cabo.
Para cada método de instalação, indicado pelas normas NBR 5410 e 14039, é
apresentado os métodos de referência no qual ele se enquadra, a ser utilizado para a obtenção
da capacidade de condução de corrente.
As normas de condutores isolados e de cabos unipolares ou multipolares definem três
temperaturas características, em função do tipo de isolação, consideradas na superfície externa
do condutor propriamente dito (interface condutor isolação):
1. a temperatura máxima para serviço contínuo, φ z , utilizada para definir a
capacidade de condução de corrente do condutor, I z ;
2. a temperatura limite de sobrecarga, φs , na qual o condutor pode permanecer por

até 100 h, a cada 12 meses, em um máximo de 500 h ao longo de sua vida útil;
3. a temperatura limite de curto-circuito, φk , na qual o condutor não pode
permanecer por mais do que 5 s.

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Projeto elétrico 32

Tabela 1: Temperatura características dos condutores


Temperatura Temperatura limite Temperatura
Tipo de isolação máxima para de sobrecarga limite de curto-
serviço contínuo (condutor) ºC circuito
(condutor) ºC (condutor) ºC
Ploicloreto de vinila (PVC) até 300mm² 70 100 160
Ploicloreto de vinila (PVC) maior que 300mm² 70 100 140
Borracha etileno-propileno (EPR) 90 130 250
Borracha etileno-propileno (EPR-105) 105 140 250
Polietileno reticulado (XLPE) 90 130 250

Quando um condutor, inicialmente sem corrente e, portanto, na temperatura ambiente, é


percorrido, a partir de um determinado instante, por uma corrente de valor constante, I
(corrente contínua ou corrente alternada de valor eficaz constante), após um período transitório,
sua temperatura atinge um valor de regime, φR . Observe-se que:

4. quando a corrente I = I z , φR = φ z ;
5. quando a corrente I = 1,45 I z , admite-se que φR ≅ φs .

3.2.1 Fatores de correção para escolha dos condutores adequados às


correntes de projeto

A NBR-5410 e a NBR-14039 fornecem as capacidades de condução de corrente dos


condutores isolados e dos cabos unipolares e multipolares, I z , considerando:
∆ condutores de cobre e de alumínio;
∆ isolações de PVC, EPR e XLPE;
∆ 2 e 3 condutores carregados;
∆ temperatura ambiente de 30 ºC e temperatura do solo de 20 ºC (linhas
subterrâneas);
∆ resistência térmica do solo de 2.5 k.m/W (linhas subterrâneas);
∆ métodos de referência.

A NBR-5410 e a NBR-14039 também fornecem três fatores de correção, que são:


I. correção da temperatura ambiente ou do solo (fator f1 );
O valor da temperatura ambiente a utilizar é o da temperatura do meio circundante
quando o condutor considerado não estiver carregado.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 33

Os fatores de correção da tabela a seguir, não consideram o aumento de temperatura


devido à radiação solar ou a outras radiações infravermelhas. Quando os condutores forem
submetidos a tais radiações, as capacidades de condução de corrente devem ser calculadas
pelos métodos especificados na ABNT NBR 11301.
Tabela 2: Fatores de correção para temperaturas ambientes
TEMPERATURA ISOLAÇÃO
ºC AMBIENTE SOLO AMBIENTE SOLO
PVC EPR ou XLPE PVC EPR ou XLPE EPR 105 EPR 105
10 1,22 1,15 1,10 1,07 1,13 1,06
15 1,17 1,12 1,05 1,04 1,10 1,03
20 1,12 1,08 1 1 1,06 1
25 1,06 1,04 0,95 0,96 1,03 0,97
30 1 1 0,89 0,93 1 0,94
35 0,94 0,96 0,84 0,89 0,97 0,91
35 0,87 0,91 0,77 0,85 0,93 0,87
45 0,79 0,87 0,71 0,80 0,89 0,84
50 0,71 0,82 0,63 0,76 0,86 0,80
55 0,61 0,76 0,55 0,71 0,82 0,76
60 0,50 0,71 0,45 0,65 0,77 0,72
65 0,65 0,60 0,73 0,68
70 0,58 0,53 0,68 0,64
75 0,50 0,46 0,63 0,59
80 0,41 0,38 0,58 0,54

II. correção da resistividade térmica do solo (fator f 2 );


As capacidades de condução de corrente indicadas para linhas subterrâneas são válidas
apenas para uma resistividade térmica do solo de 2,5 K.m/W. Quando a resistividade térmica
do solo for superior a 2,5 K.m/W, caso de solos muito secos, os valores indicados nas tabelas
devem ser adequadamente reduzidos, a menos que o solo na vizinhança imediata dos
condutores seja substituído por terra ou material equivalente com dissipação térmica mais
favorável. A tabela a seguir fornece fatores de correção para resistividades térmicas do solo
diferentes de 2,5 K.m/W.
Tabela 3: Fatores de correção para solos com resistividade térmica diferente de 2,5K.m/W.
Resistência térmica K.m/W 1 1,5 2 3
Fator de correção NBR 5410 1,18 1,1 1,05 0,96
Fator de correção NBR 14039 Métodos F e G 1,25 1,15 1,07 0,94
Fator de correção NBR 14039 Métodos H e I 1,46 1,24 1,10 0,92
Notas:
Os fatores de correção dados são valores médios para as seções nominais abrangidas com uma dispersão
inferior a 5%;
Os fatores de correção são aplicáveis a cabos em eletrodutos enterrados a uma profundidade de até 0,80m para
instalações segundo NBR-5410 E 0,90m para instalações segundo NBR 14039;
Os fatores de correção para cabos diretamente enterrado são mais elevados para resistividades térmicas
inferiores a 2,5k.m/W e podem ser calculados pelos métodos indicados na ABNT NBR 11301.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 34

III. agrupamento de circuitos (fator f 3 ).

Os valores de capacidade de condução de corrente são válidos para o número de


condutores carregados que se encontra indicado em cada uma de suas colunas. Para instalações
elétricas contendo um total de condutores superior à três, a capacidade de condução de corrente
dos condutores de cada circuito deve ser determinada aplicando-se os fatores de correção
prescritos nas normas NBR-5410 e a NBR-14039 respectivamente.
Os fatores de redução para agrupamento de circuitos são valores médios calculados para as
dimensões de condutores, tipos de cabos e condições de instalação considerada. Deve-se
atentar para as notas de cada tabela, pois em alguns casos pode ser desejável um cálculo
mais preciso.
Os fatores de correção foram calculados admitindo-se um agrupamento de condutores
semelhantes igualmente carregados. Quando um grupo contiver condutores de dimensões
diferentes, devem ser tomadas precauções quanto ao carregamento dos condutores de menor
seção.
Os fatores de agrupamento indicados nas tabelas da ABNT NBR 5410 e 14039 são válidos
para grupos de condutores semelhantes, igualmente carregados. São considerados
condutores semelhantes aqueles cujas capacidades de condução de corrente baseiam-se na
mesma temperatura máxima para serviço contínuo e cujas seções nominais estão contidas no
intervalo de três seções normalizadas sucessivas. Quando os condutores de um grupo não
preencherem essa condição, os fatores de agrupamento aplicáveis devem ser obtidos
recorrendo-se a qualquer das duas alternativas seguintes: a) cálculo caso a caso, utilizando,
por exemplo, a ABNT NBR 11301; ou b) caso não seja viável um cálculo mais específico,
adoção do fator F da expressão: F = 1 , onde: F é o fator de correção e n é o número de
n
circuitos ou de cabos multipolares.

3.2.2 Como obter o condutor adequado a corrente de projeto

Quando, para um dado circuito, as condições previstas enquadram-se perfeitamente nas


indicadas em uma das tabelas, utiliza-se diretamente a corrente de projeto do circuito, I B , para

⎯⎯→ I Z ≥ I B (mais próximo ) → S .


a determinação da seção S , como indicado a seguir: I B ⎯tabela
Quando, para um dado circuito, as condições previstas de temperatura (ambiente ou do
solo) e/ou de resistividade térmica do solo diferirem das indicadas nas normas em epígrafe e/ou
quando for prevista a presença de mais de um circuito (agrupamento) na linha elétrica, deve-se
determinar os fatores aplicáveis. Utiliza-se, agora, a corrente fictícia de projeto, I B′ , definida
IB
por: I B′ = sendo f o fator de correção aplicável ( f1 , f 2 ou f 3 ) ou o produto dos fatores
f

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 35

aplicáveis (no caso mais geral f = f1 × f 2 × f 3 ). Procede-se, então, como no caso anterior, ou

⎯⎯→ I Z ≥ I B′ (mais próximo ) → S .


seja: I B′ ⎯tabela
Deve estar atento para o fato que: a corrente fictícia de projeto é apenas um artifício de
cálculo para utilizar diretamente as tabelas da norma e que a capacidade de condução de
corrente real, prevista para o condutor de seção S será I Z = I Z × f .
Em qualquer ponto de utilização da instalação, a queda de tensão verificada não deve
ser superior aos seguintes valores, dados em relação ao valor da tensão nominal da instalação:
∆ 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no
caso de transformador de propriedade da(s) unidade(s) consumidora(s);
∆ 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da
empresa distribuidora de eletricidade, quando o ponto de entrega for aí
localizado;
∆ 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de
entrega com fornecimento em tensão secundária de distribuição;
∆ 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo
gerador próprio.

Estes limites de queda de tensão são válidos quando a tensão nominal dos equipamentos
de utilização previstos for coincidente com a tensão nominal da instalação.
A queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a 4% para baixa tensão ou
5% para média tensão. Quedas de tensão maiores que as indicadas são permitidas para
equipamentos com corrente de partida elevada, durante o período de partida, desde que dentro
dos limites permitidos em suas normas respectivas.

3.2.3 Condutor neutro

O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito e pertencendo a um


circuito monofásico deve ter a mesma seção do condutor de fase.
Quando, num circuito trifásico com neutro, a taxa de terceira harmônica e seus
múltiplos forem superiores a 15%, a seção do condutor neutro não deve ser inferior à dos
condutores de fase, podendo ser igual à dos condutores de fase se essa taxa não for superior a
33%.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 36

Tabela 4: Seção reduzida do condutor neutro.


Seção dos condutores Seção reduzida do
de fase mm² condutor de neutro mm²
S≤25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185

3.2.3.1 Seção do condutor neutro quando o conteúdo de terceira harmônica das


correntes de fase for superior a 33%

Quando, num circuito trifásico com neutro ou num circuito com duas fases e neutro, a
taxa de terceira harmônica e seus múltiplos forem superiores a 33%, a corrente que circula pelo
neutro, em serviço normal, é superior à corrente das fases. A seção do condutor neutro pode ser
n n
determinada calculando-se a corrente no neutro sob a forma: ∑ I 2j , onde: I n = f h
j =1
∑I
j =1
2
j éa

resultante da corrente de projeto do circuito, valor eficaz total, o valor eficaz da componente
fundamental, ou componente de 60 Hz; com os valores eficazes das componentes harmônicas
presentes na corrente de fase; e f h dado na tabela 5.

Tabela 5: Fator f h para a determinação da corrente de neutro


Taxa de terceira fh
harmônica %
3φ + n 2φ + n
33 a 35 1,15 1,15
36 a 40 1,19 1,19
41 a 45 1,24 1,23
46 a 50 1,35 1,27
51 a 55 1,45 1,30
56 a 60 1,55 1,34
61 a 65 1,64 1,38
≥66 1,73 1,41

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 37

3.2.4 Condutor de proteção

A seção de qualquer condutor de proteção deve satisfazer as condições estabelecidas


em relação a equipotencialização e aos tempos de seccionamento máximos e ser capaz de
suportar a corrente de falta presumida.
A seção dos condutores de proteção deve ser obtida pela tabela 8 ou calculada pela

I 2t
fórmula S = , aplicável apenas para tempos de seccionamento ≤ 5s, onde S é a seção do
k
condutor, em milímetros quadrados; I é o valor eficaz, em Amperes, da corrente de falta
presumida, considerando falta direta; t é o tempo de atuação do dispositivo de proteção
responsável pelo seccionamento automático, em segundos e k é um fator que depende do
material do condutor de proteção, de sua isolação e outras partes, e das temperaturas inicial e
final do condutor.
Tabela 6: Seção mínima do condutor de proteção
Seção dos condutores de Seção mínima do condutor de
fase em mm² proteção correspondente em mm²
S ≤ 16 S
16 < S ≤ 35 16
S > 35 S
2

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Projeto elétrico 38

4 LANÇAMENTO DE CABOS EM DUTOS

Determinação do lance máximo de puxamento

Basicamente existem 2 métodos: o puxamento pelo condutor e o puxamento pela capa.


O puxamento pelo condutor deve ser adotado como regra geral pois suporta a aplicação de uma
tensão de cerca de 7kg/mm² - porém um valor universalmente aceito e aceito pela N-1600 é de
4 kg/mm² -, enquanto o puxamento pelo capa é de 1,05 kg/mm² para cabos de cobre com capa
de chumbo e de 500 kg limite para cabos com capa de PVC. Para os cabos de alumínio, a
tração máxima admitida é de 2 kg/mm². O puxamento do cabo deve atender aos requisitos da
N-1600, itens 5.5.9 a 5.5.14.
O máximo lance de um cabo que pode ser instalado de uma só vez depende de diversos
fatores tais como: lance máximo de fabricação para o cabo, seção, material e forma dos
condutores, seção e forma dos dutos, tensão máxima de puxamento admitida, rugosidade da
superfície interna dos dutos (coeficiente de atrito entre cabo e duto), número de cabos a serem
instalados simultaneamente e peso dos cabos.
n ×℘ × S 4
Para um trecho retilíneo, o máximo lance de puxamento é dado por l = eo
µ× p
coeficiente efetivo de atrito entre cabo e duto é dado por: µ = µ 0 × k 0

Onde:
n - Número de cabos instalados simultaneamente;
℘ - Tensão máxima admissível (kg/mm²);
S - Área total do condutor (mm²);
µ - Coeficiente de atrito efetivo entre cabo e duto;
µ 0 - Coeficiente de atrito entre cabo e duto;
k 0 - Fator de correção para puxamento simultâneo;

p - Peso dos condutores (kg/m);

4
A força de atrito é Fa = µ × p × l e a força máxima admissível para determinado cabo é Fmáx = ℘ × S × n .
n ×℘ × S
Como a força aplicada é F = Fa + m × a e Fmáx = Fa então µ × p × l = ℘× S × n ∴ l = .
µ× p

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Projeto elétrico 39

Para determinarmos k 0 , vamos considerar 2 tipos de instalação: a constituída por 2

cabos por fase ou de cabos singelos triplexados e a constituída por 3 cabos com formação
triangular inversa.
Tipo de instalação k0
2 cabos 1
por fase ou de 2
⎛ φ ⎞
cabos singelos 1 − ⎜⎜ C ⎟⎟
triplexados ⎝ φe − φC ⎠
3 cabos 1,33
com formação 1+ 2
⎛ φC ⎞
triangular ⎜⎜ ⎟⎟
inversa. ⎝ φe − φC ⎠

PUXAMENTO MANUAL

Supondo que cada homem exerça a mesma força sobre o cabo, e considerando essa
p×µ ×l
força igual a 30kgf, temos: nH =
30

TRECHOS COM CURVAS

Quando condutores são puxados simultaneamente através de dutos, as tensões em cada


um são substancialmente iguais, exceto quando passam através das curvas. Neste ponto alguns
condutores são mais solicitados do que os outros. A tensão final de puxamento é
consideravelmente alterada quando existirem curvas no trajeto da instalação, em face da
pressão que os cabos irão exercer sobre a parede do duto.

l1
l2 Sentido de puxamento
R2

R1
l3

Na prática, essas curvas poderão ser traduzidas em um acréscimo do comprimento real


do trecho, denominado de comprimento virtual da instalação e que pode ser determinado pela
2

equação: l eq = l e × cosh (µ × α ) + l 2e + ⎛⎜⎜ R ⎞⎟⎟ senh (µ × α )


⎝µ⎠

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 40

l eq - Comprimento equivalente total (m)

l e - Comprimento retilíneo na entrada da curva (m)

α - ângulo de curvatura (rad)


R - Raio de curvatura (m)

Para o caso em que l e ≥ 10 × R , o comprimento equivalente pode ser aproximado por:


µ

l eq = l e × e µ×α 5. O acréscimo de comprimento virtual pode então ser calculado por

(
∆l = l e e µ×α − 1 . )
Ex1.
Como exemplo, seja calcular o incremento virtual de um trecho de eletroduto cujo
comprimento do trecho reto na entrada de uma curva de 90º é de 10m. Supondo o coeficiente
de atrito dinâmico de 0,1 e o lançamento de 3 condutores em trifólio com diâmetro externo de
37mm.
φe = 2,739 × 37 ∴φe ≡ 101mm , utilizar eletroduto de 4 polegadas.

k0 =
1
= 1,2 então µ = 0,1 × 1,2 = 0,12 . Aplicando a equação de ∆l , temos
2
⎛ 37 ⎞
1− ⎜ ⎟
⎝ 100 − 37 ⎠

⎛ 0,12× π2 ⎞
∆l = 10⎜⎜ e − 1⎟⎟ = 2,1m .
⎝ ⎠

Ex.2
Qual a tração de puxamento pelo condutor desenvolvida nas condições do ex1, supondo
um cabo 2x120mm²?
n ×℘ × S µ × p × l 0,12 × 12,25 × 3,52
l= ∴℘ = = = 0,02156kg/mm 2 .
µ× p n× S 2 × 120

Ex.3
Quantos homens serão necessários para se fazer o puxamento do cabo do exercício
anterior?

2
5
Se ⎛⎜ R ⎞⎟ é desprezível em relação a l 1 então l eq = l e × [cosh (µ × α ) + senh(µ × α )] . Utilizando as expressões
⎜µ⎟
⎝ ⎠
µ ×α
das funções hiperbólicas temos: l = l ⎛⎜ e + e − µ ×α e µ ×α − e − µ ×α ⎞
eq e⎜ + ⎟⎟ = l e × e µ ×α
⎝ 2 2 ⎠

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 41

3,52 × 0,12 × 12,25


nH = = 0,17 . Um homem será suficiente!
30

Quando houver necessidade de se fazer o puxamento mecânico, devem tomar-se


precauções adicionais entre elas prover o sistema de um dinamômetro de forma a garantir que a
tensão máxima de puxamento não seja ultrapassada. O esquema abaixo pode ser utilizado e a

força de puxamento calculada por: FP = valor lido .6


⎛β ⎞
2 × cos⎜ ⎟
⎝2⎠

Roldana ou polia

Cabo de aço β

Cabo Dinamômetro

6
Da física temos que esse tipo de máquina não tem ganho nenhum de força. Se o ângulo fosse nulo o
dinamômetro iria indicar a dobro da força aplicada. Então, a força aplicada é a metade do valor indicado no
dinamômetro. Se o angulo é maior que zero, então:
β β β
= (Fp + TC )× cos
FD
Fe = Fp × cos + TC × cos admitindo que Fp = TC então TC = .
2 2 2 β
2 × cos
2
Diagrama de forças
FD

Fp TC

Fe

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Projeto elétrico 42

5 DIMENSIONAMENTO DE DUTOS

Dutos Æ são meios, de seção circular ou não, destinados a conter condutores elétricos
providos de isolação, permitindo tanto a enfiação como a retirada destes. Os eletrodutos são os
dutos mais comumente utilizados e devem ser suficientemente fechados em toda sua extensão,
de modo que os condutores só possam ser instalados e/ou retirados por puxamento e não por
inserção lateral.
Eletrocalhas Æ são dutos de linha elétrica fechados e aparentes, constituídos por uma
base com cobertura desmontável, destinado a envolver por completo condutores elétricos
providos de isolação, permitindo também a acomodação de certos equipamentos elétricos.
Canaletas Æ são dutos de linha elétrica instalados ou construídos, no solo ou no piso,
ou acima do solo ou do piso, aberto, ventilado ou fechado, com dimensões insuficientes para a
entrada de pessoas, mas que permitem o acesso aos condutores ou eletrodutos nele instalados,
em toda a sua extensão, durante e após a instalação. Uma canaleta pode ser parte, ou não, da
construção da edificação.

5.1.1 Prescrições das normas NBR-5410 e NBR 14039 quanto a utilização


e dimensionamento de eletrodutos

• A taxa máxima de ocupação em relação à área da seção transversal do


eletroduto não deverá exceder a: 53% para o caso de um condutor ou cabo; 31%
para o caso de dois condutores ou cabos e 40% para o caso de três ou mais
condutores ou cabos quando se tratar de tensões menores que 1.000V. Para
tensões entre 1kV e 36,2kV usar 40% para o caso de um condutor ou cabo e
30% para os demais casos.
• A máxima distância retilínea entre dois pontos não deve exceder a 15m em
instalações internas e 30m para instalações externas. Deve-se reduzir essa
distância de 3m para cada curva de 90º utilizada. Se isso não for possível,
calcular a distância máxima permissível e para cada 6m ou fração se utilize
eletroduto de tamanho nominal imediatamente superior.
• O somatório das curvas entre dois pontos não devem ser superior a 270º
• As curvas feitas diretamente no eletroduto, não devem reduzir efetivamente o
seu diâmetro interno.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 43

5.1.2 SELECIONANDO O ELETRODUTO ADEQUADO

Sejam as seguintes variáveis definidas abaixo:


C Perímetro externo do cabo (m)
φc Diâmetro externo do cabo (m)
φe Diâmetro interno do eletroduto (m)
Sc Área da seção transversal do cabo (m²)
St Área total dos cabos (m²)
Se Área interna do eletroduto (m²)
S ue Área útil atendendo a norma NBR - 5410 (m²)
k (n ) Coeficiente definido pela NBR - 5410
n Número de condutores iguais utilizados

Sejam os diâmetros externos dos cabos ( φ c1 ; φ c 2 ;...; φ cn ) e podemos obter a área de seção

π × φcn2
transversal através da seguinte expressão: Scn = . A área total, por sua vez, é dada por
4
π n
π × φ e2
St =
4
∑φci2 , enquanto a área do eletroduto é obtida pela expressão S e =
i =1 4
7
. A área útil

π × φe2
do eletroduto, segundo a NBR- 5410 é dada por Sue = k (n ) × . De posse dessas
4
informações, podemos calcular o diâmetro do eletroduto necessário para atender a referida

norma. Então St = Sue ⇔ ∑ φ = k (n ) × π × φe e φ 2 = ∑


n n

π n
2
2
φ ci2 ∑ φ ci2
.
i =1
∴ φ = i =1
k (n ) k (n )
ci
4 i =1 4 e e

Tabela prática
n k (n ) φe
1 0,53 1,373 × φ c 1,373 × φ c
2 0,31 1,796 × φ c21 + φ c22 2,54 × φ c
3 0,4 n 2,739 × φ c
1,58 × ∑φ
i =1
2
ci

3 ou mais 0,4 n
1,58 × φ c × n
1,58 × ∑φ
i =1
2
ci

7
Alternativamente, pode-se calcular a área interna do eletroduto utilizando a expressão
π
Se = (φe − ∆φe − 2 × e )2
4

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 44

Exemplo:
Ex1. Seja calcular qual deve ser o diâmetro do eletroduto a ser utilizado para se lançar 3
condutores cujo diâmetro externo do cabo é de 37mm.
• φe = 2,739 × 37 ∴φe ≡ 101mm , utilizar eletroduto de 4 polegadas
Ex2. Seja calcular qual deve ser o diâmetro do eletroduto a ser utilizado para se lançar 2
condutores cujo diâmetro externo do cabo é de 8mm, 3 de 12,70mm e 4 de 3,2mm.

• φe = 1,58 × 2 × 82 + 3 × 12,7 2 + 4 × 3,22 ≅ 40mm , utilizar eletroduto de 1½


polegadas.

5.1.3 Possibilidade de esmagamento ou ensanduichamento.

Quando 3 condutores, de mesma seção, são puxados simultaneamente, poderá ocorrer


que os mesmos se alinhem provocando um esmagamento do cabo central. Para que isso não
ocorra, a relação entre o diâmetro do duto e o diâmetro do cabo deve ser menor que 3. A

prática tem mostrado que essa relação deve situar-se em torno de φe ≤ 2,8 . O mesmo ocorre
φc

φe
quando os cabos têm seções diferentes e nesse caso, vale a relação: 3
≤ 0,93 8.
∑φ
I =1
ci

No exemplo 1, temos 3 cabos com diâmetro externo de 37mm em um eletroduto de


100mm. Existe possibilidade de esmagamento?

• Partindo da expressão φe ≤ 2,8 temos que 100 = 2,7 ≤ 2,8 . Logo não há
φc 37

possibilidade de esmagamento.

φe φe 2,8 φe
≤ 2,8 e ≤
8
Para o caso de cabos iguais ∴ ≤ 0,93 que é o caso geral.
φc 3 × φc 3 φ c1 + φ c 2 + φ c 3

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 45

Tabela 7: Dimensões e massa teórica dos eletrodutos NBR 5597

φn mm φe mm e mm m kg/m
15 ½ 21,3±0,5 2,25 1,093
20 ¾ 26,9±0,5 2,25 1,414
25 1 33,7±0,5 2,65 2,088
32 1 ¼1 42,4±0,5 3,00 2,989
40 1½ 48,3±0,5 3,00 3,437
50 2 60,3±1,0 3,35 4,812
65 2½ 73,0±1,0 3,75 6,534
80 3 88,9±1,0 3,75 8,035
90 3½ 101,6±1,0 4,25 10,386
100 4 114,3±1,0 4,25 11,741
125 5 141,3±1,0 5,00 17,063
150 6 168,3±1,0 5,30 21,611

MONTAGEM APARENTE

Na montagem aparente os seguintes critérios devem ser obedecidos e especificados pelo


projetista:
• Devem ser adotado suportes espaçados de no máximo 2,5m para eletrodutos
com diâmetro igual ou menor que ¾’’ e 3 m para maior ou igual a 1’’.
• Atentar para que as fixações não coincidam com luvas ou conduletes e as
distâncias entre os eletrodutos do feixe devem ser tais que permitam a utilização
de ferramenta de aperto;
• Verificar se os eletrodutos e conexões possuem no mínimo 5 fios de rosca
inseridos;
• O afastamento mínimo entre eletrodutos e superfícies aquecidas deve ser de
30cm.
• Verificar a existência de amassamentos e danos na galvanização, devido ao
manuseio incorreto dos equipamentos e ferramentas;
• As uniões e unidades seladoras devem ser afastadas de qualquer obstáculo no
mínimo 1,5 vezes o diâmetro externo do tubo. Existindo mais de um eletroduto
chegando em uma mesma caixa, podem ficar defasadas entre si.
Preferencialmente, a parte móvel das uniões devem ser montadas na parte
superior para as montagens verticais;
• As unidades seladoras devem ser montadas o mais próximo possível dos
invólucros à prova de explosão, não ultrapassando o afastamento de 45cm;

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 46

• O somatório das deflexões entre dois pontos de puxamento seja inferior a 270º.
O enchimento das unidades seladoras deve ser feito após o lançamento dos
cabos e efetuados os testes. A espessura da massa seladora deve ser, no mínimo,
igual ao diâmetro do eletroduto e nunca inferior a 16mm;
• A terminação dos eletrodutos deverá ser sempre com bucha de acabamento.

REDES SUBTERRÃNEAS

Nas montagens subterrâneas os seguintes critérios devem ser obedecidos e


especificados pelo projetista:

• Para quebra de concreto, lajotas ou asfalto, utilizar equipamento pneumático


tipo martelete e uso de retroescavadeira para escavações. Para escavação
manual, atentar para a equipe encarregada dos serviços e o uso de ferramentas
apropriadas, como: pás, picaretas, xibancas, etc..
• Valas até 1,5m de profundidade podem ser escavadas manual ou
mecanicamente, não sendo, normalmente, necessário o escoramento. Para
profundidades até 1m, devem escavar-se 0,5m de cada lado a fim de permitir a
movimentação de pessoal.
• O envelopamento deve ser precedido de uma camada de concreto de 5cm de
espessura com largura que sobressaia, no mínimo 5cm para cada lado. Essa
largura é necessária quando for necessário a utilização de formas. A posição
relativa e o afastamento entre eletrodutos nos envelopes devem ser conforme
desenhos de projeto, no posicionamento dos eletrodutos em caixas de passagens,
estes devem sobressair da parede de uma distância igual as diemensões das
buchas de acabamento.
• Quando não indicado em projeto, a cota mínima entre o topo do envelope de
concreto e o nível do solo deve ser igual a 60cm.
• O afloramento de eletrodutos ao nível do piso devem ser no mínimo 15cm entre
o inicio da parte roscada e o ponto de afloramento, a fim de permitir o concreto
de acabamento feito acima da cota de piso. O posicionamento dos eletrodutos de

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 47

espera deve ser executado através de gabaritos duplos e a verificação da


verticalidade dos mesmos, feita através de prumo e nível.
• Antes da liberação da rede de eletrodutos para concretagem, devem ser feitos
testes de aceitação e verificação do estado interno da rede. Para isso devem ser
introduzidos nos eletrodutos gabaritos com 90% do diâmetro interno dos
mesmos.
• O concreto não deve ser lançado em queda livre para que não haja desagregação
dos componentes ou danos aos eletrodutos. Utilizar vibradores adequados, a fim
de obter um bom adensamento. Concretar trechos entre duas caixas de uma só
vez.
• Identificar o topo do envelope com o concreto ainda em processo de pega, com
o emprego de uma nata de 3mm de oxido de ferro.
A desforma do envelope deve ser feita após 3 dias. Em seguida procede-se o reaterro
compactado em camadas de 20cm.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 48

φc C ÁREA mm²
mm NÚMERO DE CABOS
mm
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2,50 7,85 4,91 9,82 14,73 19,63 24,54 29,45 34,36 39,27 44,18 49,09
3,00 9,42 7,07 14,14 21,21 28,27 35,34 42,41 49,48 56,55 63,62 70,69
3,50 11,00 9,62 19,24 28,86 38,48 48,11 57,73 67,35 76,97 86,59 96,21
4,00 12,57 12,57 25,13 37,70 50,27 62,83 75,40 87,96 100,53 113,10 125,66
4,50 14,14 15,90 31,81 47,71 63,62 79,52 95,43 111,33 127,23 143,14 159,04
5,00 15,71 19,63 39,27 58,90 78,54 98,17 117,81 137,44 157,08 176,71 196,35
5,50 17,28 23,76 47,52 71,27 95,03 118,79 142,55 166,31 190,07 213,82 237,58
6,00 18,85 28,27 56,55 84,82 113,10 141,37 169,65 197,92 226,19 254,47 282,74
6,50 20,42 33,18 66,37 99,55 132,73 165,92 199,10 232,28 265,46 298,65 331,83
7,00 21,99 38,48 76,97 115,45 153,94 192,42 230,91 269,39 307,88 346,36 384,85
7,50 23,56 44,18 88,36 132,54 176,71 220,89 265,07 309,25 353,43 397,61 441,79
8,00 25,13 50,27 100,53 150,80 201,06 251,33 301,59 351,86 402,12 452,39 502,65
8,50 26,70 56,75 113,49 170,24 226,98 283,73 340,47 397,22 453,96 510,71 567,45
9,00 28,27 63,62 127,23 190,85 254,47 318,09 381,70 445,32 508,94 572,56 636,17
9,50 29,85 70,88 141,76 212,65 283,53 354,41 425,29 496,18 567,06 637,94 708,82
10,00 31,42 78,54 157,08 235,62 314,16 392,70 471,24 549,78 628,32 706,86 785,40
10,50 32,99 86,59 173,18 259,77 346,36 432,95 519,54 606,13 692,72 779,31 865,90
11,00 34,56 95,03 190,07 285,10 380,13 475,17 570,20 665,23 760,27 855,30 950,33
11,50 36,13 103,87 207,74 311,61 415,48 519,34 623,21 727,08 830,95 934,82 1038,69
12,00 37,70 113,10 226,19 339,29 452,39 565,49 678,58 791,68 904,78 1017,88 1130,97
12,50 39,27 122,72 245,44 368,16 490,87 613,59 736,31 859,03 981,75 1104,47 1227,18
13,00 40,84 132,73 265,46 398,20 530,93 663,66 796,39 929,13 1061,86 1194,59 1327,32
13,50 42,41 143,14 286,28 429,42 572,56 715,69 858,83 1001,97 1145,11 1288,25 1431,39
14,00 43,98 153,94 307,88 461,81 615,75 769,69 923,63 1077,57 1231,50 1385,44 1539,38
14,50 45,55 165,13 330,26 495,39 660,52 825,65 990,78 1155,91 1321,04 1486,17 1651,30
15,00 47,12 176,71 353,43 530,14 706,86 883,57 1060,29 1237,00 1413,72 1590,43 1767,15
15,50 48,69 188,69 377,38 566,08 754,77 943,46 1132,15 1320,84 1509,54 1698,23 1886,92
16,00 50,27 201,06 402,12 603,19 804,25 1005,31 1206,37 1407,43 1608,50 1809,56 2010,62
16,50 51,84 213,82 427,65 641,47 855,30 1069,12 1282,95 1496,77 1710,60 1924,42 2138,25
17,00 53,41 226,98 453,96 680,94 907,92 1134,90 1361,88 1588,86 1815,84 2042,82 2269,80
17,50 54,98 240,53 481,06 721,58 962,11 1202,64 1443,17 1683,70 1924,23 2164,75 2405,28
18,00 56,55 254,47 508,94 763,41 1017,88 1272,35 1526,81 1781,28 2035,75 2290,22 2544,69
18,50 58,12 268,80 537,61 806,41 1075,21 1344,01 1612,82 1881,62 2150,42 2419,22 2688,03
19,00 59,69 283,53 567,06 850,59 1134,11 1417,64 1701,17 1984,70 2268,23 2551,76 2835,29
19,50 61,26 298,65 597,30 895,94 1194,59 1493,24 1791,89 2090,53 2389,18 2687,83 2986,48
20,00 62,83 314,16 628,32 942,48 1256,64 1570,80 1884,96 2199,11 2513,27 2827,43 3141,59
20,50 64,40 330,06 660,13 990,19 1320,25 1650,32 1980,38 2310,45 2640,51 2970,57
21,00 65,97 346,36 692,72 1039,08 1385,44 1731,80 2078,16 2424,52 2770,88 3117,25
21,50 67,54 363,05 726,10 1089,15 1452,20 1815,25 2178,30 2541,35 2904,40 3267,45
22,00 69,12 380,13 760,27 1140,40 1520,53 1900,66 2280,80 2660,93 3041,06
22,50 70,69 397,61 795,22 1192,82 1590,43 1988,04 2385,65 2783,25 3180,86
23,00 72,26 415,48 830,95 1246,43 1661,90 2077,38 2492,85 2908,33
23,50 73,83 433,74 867,47 1301,21 1734,94 2168,68 2602,42 3036,15
24,00 75,40 452,39 904,78 1357,17 1809,56 2261,95 2714,34 3166,73
24,50 76,97 471,44 942,87 1414,31 1885,74 2357,18 2828,61
25,00 78,54 490,87 981,75 1472,62 1963,50 2454,37 2945,24
25,50 80,11 510,71 1021,41 1532,12 2042,82 2553,53 3064,23
26,00 81,68 530,93 1061,86 1592,79 2123,72 2654,65 3185,57
26,50 83,25 551,55 1103,09 1654,64 2206,18 2757,73
27,00 84,82 572,56 1145,11 1717,67 2290,22 2862,78

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 49

φc C ÁREA mm²
mm NÚMERO DE CABOS
mm
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
27,50 86,39 593,96 1187,91 1781,87 2375,83 2969,79
28,00 87,96 615,75 1231,50 1847,26 2463,01 3078,76
28,50 89,54 637,94 1275,88 1913,82 2551,76 3189,70
29,00 91,11 660,52 1321,04 1981,56 2642,08
29,50 92,68 683,49 1366,99 2050,48 2733,97
30,00 94,25 706,86 1413,72 2120,58 2827,43
30,50 95,82 730,62 1461,23 2191,85 2922,47
31,00 97,39 754,77 1509,54 2264,30 3019,07
31,50 98,96 779,31 1558,62 2337,93 3117,25
32,00 100,53 804,25 1608,50 2412,74 3216,99
32,50 102,10 829,58 1659,15 2488,73
33,00 103,67 855,30 1710,60 2565,90
33,50 105,24 881,41 1762,83 2644,24
34,00 106,81 907,92 1815,84 2723,76
¾” 2 ½”
34,50 108,38 934,82 1869,64 2804,46 1” 3”
35,00 109,96 962,11 1924,23 2886,34 1½ 3 ½”
35,50 111,53 989,80 1979,60 2969,39
36,00 113,10 1017,88 2035,75 3053,63
2” 4”
36,50 114,67 1046,35 2092,69 3139,04
37,00 116,24 1075,21 2150,42 3225,63
37,50 117,81 1104,47 2208,93
38,00 119,38 1134,11 2268,23
38,50 120,95 1164,16 2328,31
39,00 122,52 1194,59 2389,18
39,50 124,09 1225,42 2450,83
40,00 125,66 1256,64 2513,27
40,50 127,23 1288,25
41,00 128,81 1320,25
41,50 130,38 1352,65
42,00 131,95 1385,44
42,50 133,52 1418,63
43,00 135,09 1452,20

φ nominal φ interno φ externo S interna ÁREA UTILIZÁVEL


1C 2C 3C OU MAIS
pol mm mm mm mm² 53% 31% 40%
1/2 15 15,8 21,34 196 104 61 78
3/4 20 20,93 26,67 344 182 107 138
1 25 26,65 33,4 558 296 173 223
1 1/2 40 40,89 48,26 1313 696 407 525
2 50 52,5 60,33 2165 1147 671 866
2 1/2 65 62,71 73,03 3089 1637 957 1235
3 80 77,93 88,9 4770 2528 1479 1908
3 1/2 90 90,12 101,6 6379 3381 1977 2551
4 100 102,26 114,3 8213 4353 2546 3285

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Projeto elétrico 50

6 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGA


ATMOSFÉRICA SPDA
As descargas atmosféricas são responsáveis por vários transtornos tais como:
perturbações no sistema elétrico, danos ao patrimônio e lesões nas pessoas. Por isso, o sistema
de proteção contra descargas atmosféricas deve ser projetado tendo em vista os aspectos de
segurança pessoal, proteção das instalações e redução dos efeitos de interferências sobre cabos
dos sistemas elétricos, sinalização e instrumentação.
Onde for necessário, deve ser projetado um sistema para proteção contra descargas
atmosféricas (SPDA), de acordo com a norma NBR-5419. A necessidade ou não de um SPDA
deve ser comprovada através de memória de cálculo, aplicando o modelo eletrogeométrico,
sendo que para os prédios da subestação, casa de controle, laboratório devem ser considerados
com proteção Nível “I”.
Nas áreas de processo, estocagem e manuseio de fluidos inflamáveis, o plano de
proteção contra descargas atmosféricas deve considerar nível de proteção I e ser apresentado
sobreposto ao plano de classificação de áreas, indicando vents, respiros atmosféricos e outros.
Nos documentos de projeto do SPDA devem constar os captores, as descidas, a
localização dos eletrodos de terra, todas as ligações efetuadas, as características dos materiais a
serem empregados, bem como as áreas de proteção estabelecidas em plano vertical e
horizontal. A malha de aterramento dos pára-raios deve ser interligada com a malha de
aterramento do sistema elétrico.
A quantidade de raios que atingem a terra em um ano, nível ceráunico de uma região é
um dado estatístico, e sua densidade pode ser calculada pela seguinte equação
N g = 0,04 × Td 1, 25 , onde:

Td - Índice ceráunico da região, ou seja, o número de dias de trovoada por ano em


uma dada região
N g - Densidade de raios na região (raios/km²/ano)

A metodologia atual para se estimar a freqüência média anual de ocorrência de uma


descarga em uma estrutura é função do índice ceráunico, e pode ser calculada pela seguinte
equação N d = Ae × N g × 10 −6 , Onde:

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 51

Ae -Área de exposição equivalente(m²) Figura 1

Nd - Freqüência média de descarga atmosférica


em uma estrutura (raios/ano).
A área de exposição equivalente é calculada
adicionando a altura da estrutura as dimensões da base e
procede-se a concordância nos vértices considerando o
raio igual a altura. Se as dimensões da estrutura forem:
H - altura
a - comprimento KINDERMANN .Descargas Atmosféricas, 1992
b - largura
então:

Figura 2

a
H
b

Ae = a × b + 2 × h(a + b ) + πH 2
Os locais onde a Petrobras atua no RN possuem nível ceráunico maior que 20 o que
equivale a uma densidade de 1,7 raios/km²/ano e uma probabilidade de mais de 30.000
raios/ano. Quanto maior a densidade de raios, maior a possibilidade de uma estrutura não
protegida ser danificada. A necessidade de proteção é função do risco de danos a uma
estrutura. O risco, por sua vez, é definido pela seguinte expressão:
N dc = PxAxBxCxDxE 9
Onde:
A é um fator relacionado ao tipo de ocupação a que se destina a estrutura a ser
protegida;
B é um fator relacionado ao tipo de construção;
C é um fator relacionado ao conteúdo da estrutura a ser protegida;

9
Ver tabelas 7 a 11

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 52

D é um fator relacionado a localização da estrutura a ser protegida;


E é um fator relacionado a topografia da região;
A freqüência média anual admissível de danos deve atender aos seguintes limites
reconhecidos internacionalmente:
Se os riscos forem maiores que 10-3 por ano são considerados inaceitáveis e, portanto, é
obrigatório a utilização de um SPCDA10.
Se os riscos forem menores que 10-5 por ano são, em geral, considerados aceitáveis e,
portanto, não necessitam de um SPDA.
Se os riscos situam-se entre 10-5 e 10-3, a conveniência de um SPDA deve ser decidida
por acordo entre projetista e usuários.
Esse procedimento, no entanto, não se aplica à determinação da necessidade ou não de
um SPDA em tanques contendo fluido inflamável.

MODELO ELETROGEOMÉTRICO

A teoria da esfera rolante foi criada pelo professor Anton Schwaigger em 1923, e em
1969 Paul F. Offerman utilizou-a para o dimensionamento da proteção de tanques de óleo
inflamável.
Os pontos de maior intensidade do campo elétrico no solo e nas extremidades são
geralmente aqueles mais próximos da extremidade do líder descendente. Portanto, a superfície
de uma esfera com centro na extremidade do líder antes do seu ultimo salto é o lugar
geométrico dos pontos a serem atingidos pela descarga. Estes pontos podem então ser
simulados por uma esfera fictícia, cujo raio seja igual ao comprimento do último trecho a ser
vencido pelo líder descendente, sendo esse o parâmetro utilizado para posicionar os captores
segundo o modelo eletrogeométrico, cujo valor é dado por: R = 10 × imax
0 , 65 11
. , onde: R é o raio da

esfera fictícia (m) e imax . o valor de crista máximo do primeiro raio negativo (KA).

Os raios das esferas fictícias foram normalizados e encontram-se expressos na tabela 3


Tabela 8
NIVEL DE R (M) VALOR DE
PROTEÇÃO CRISTA DE EFICIENCIA

10
Ver item 3
11
Equação formulada pelo GT-33 da CIGRÉ - Conferência Internacional de Grandes Redes Elétricas de
Alta-Tensão, Paris.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 53

imax ( KA).
I 20 3,7 98%
II 30 6,1 95%
III 45 10,6 90%
IV 60 16,5 80%

O modelo eletrogeométrico se baseia em uma esfera fictícia que rola sobre os captores
até cair no chão descrevendo uma curva semelhante a fig.6. Para se determinar a curva de
proteção procede-se da seguinte maneira:
a) determina-se o raio da esfera
b) loca-se o pára-raios
c) traça-se uma paralela ao solo com uma altura igual ao raio da esfera fictícia
d) com um compasso centrado na ponta do pára-raios e, com uma abertura igual a
R traça-se um arco de circunferência ate encontrar a paralela;
e) centra-se com um compasso nos pontos de intercessão e traça-se a curva de
proteção desde o pára-raios até o solo.

Figura 3

Y
R

R R

Ao contrário do que se imagina, o volume de proteção não aumenta indefinidamente


com a altura do captor, mas atinge um máximo quando a altura do pára-raios é igual ao raio da
esfera fictícia. Para alturas maiores, o volume de proteção permanece inalterado, considerando-
se uma haste contínua. No nosso caso, para alturas do pára-raios maior que o raio da esfera
fictícia a proteção se reduz a zero porque a esfera não tocaria o captor.

SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS (SPDA)

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 54

Sistema completo destinado a proteger uma estrutura contra os efeitos das descargas
atmosféricas sendo composto de:
CAPTOR - Elemento metálico localizado no ponto mais alto do SPCDA. Sua função é
formar uma grande concentração de cargas elétricas, produzindo um campo intenso,
diminuindo a rigidez dielétrica do ar, possibilitando a captação do raio.
CONDUTOR DE DESCIDA - Elemento metálico que interliga o captor ao sistema de
aterramento. Tem por objetivo conduzir a corrente de descarga atmosférica. Esta condução
deve se dar de forma a não causar danos a estrutura protegida, manter os potenciais abaixo do
nível de segurança e não produzir faiscamento laterais, deve ser continuo e quando isso não for
possível as emendas devem ser executadas com solda exotérmica.
Tabela 9
SEÇÕES MÍNIMAS DOS MATERIAIS DO SPCDA
Material Seção
Cobre 16mm2
Alumínio 25mm2
Aço 50mm2

Para evitar descargas laterais para o equipamento a ser protegido , a separação entre os
condutores de descida e os tanques a serem protegidos deverá ser calculada pela seguinte
expressão:
Kc
d = Ki ×l
Km
Onde:
K i - Constante que depende do nível de proteção, sendo igual a um décimo da unidade
para o nível de proteção máximo.
K c - Constante que depende da configuração, tendo valor unitário para um cabo de
descida sem equalização.
K m - Constante que depende do material de separação, tendo valor unitário para o caso
do ar.
l - Comprimento do condutor de descida, que para o nosso caso é de 15m.
d - distância mínima de separação em metros e que para o nosso caso vale 1,5 metros.
O projeto de um SPDA deve conter, no mínimo, o seguinte:
a) representação em planta baixa de todos os prédios, equipamentos ou estruturas a
serem protegidos pelo sistema com indicação de todas as áreas de proteção,
definidas a partir da locação dos captores;

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Projeto elétrico 55

b) representação, em cotas, de todos os prédios, estruturas ou equipamentos a


serem protegidos com a indicação do campo protegido pelos respectivos
captores;
c) representação em planta, vistas e cortes de todos os elementos captores,
mostrando claramente os dispositivos de conexão aos cabos de descida, fixação
destes cabos aos prédios, estruturas ou equipamentos bem como sua conexão a
respectiva malha de aterramento;
d) representação da malha de aterramento local destinada a dissipação dos surtos
provocados pelas descargas atmosféricas provenientes dos captores;
e) indicação do sentido de orientação do desenho.

DIMENSIONANDO UM SPDA

O correto dimensionamento de um SPDA é de fundamental importância para a


instalação e àqueles que trabalham nessas instalações.

Critérios para a proteção contra descargas atmosféricas


CARACTERISTICA DO EQUIPAMENTO A PROTEGER

Os equipamentos a serem protegidos são Figura 4


tanques metálicos de armazenamento de petróleo
com forma cilíndrica, cujas dimensões, em geral,
não ultrapassam ø = 6m e h=10m, confeccionados
com chapa de aço com espessura maior que 4mm e
cujo teto não dispõe de dispositivo de proteção
corta-chama sendo, na maioria das vezes, aberto a
atmosfera Estação coletora típica, E&P-RNCE

A NBR-5419 estabelece que os tanques metálicos de teto fixo são considerados


autoprotegidos desde que atendam aos seguintes requisitos:
a) todas as juntas entre chapas metálicas sejam rebitadas, aparafusadas com porcas ou
soldadas;
b) todas as tubulações que penetram no tanque sejam metalicamente ligadas a ele no
ponto de entrada, de modo a assegurar a equalização de potencial;

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Projeto elétrico 56

c) os respiros, válvulas de alívio e demais aberturas que possam desprender vapores


inflamáveis sejam providos de dispositivos de proteção corta-chama;
d) o teto tenha uma espessura mínima de 4mm, e seja soldado, aparafusado com porcas
ou rebitado ao corpo do tanque.
Diante disso podemos concluir que todas as condições são satisfeitas, com exceção da
alínea “c” haja vista que o teto não dispõe de dispositivo protetor corta-chama. Logo,
atendendo ao prescrito na norma em epígrafe, devemos prover um SPCDA que atenda às
seguintes condições:
a) quanto a metodologia de cálculo será utilizado o modelo eletrogeométrico ou das
esferas rolantes ou fictícias.
b) quanto ao nível de proteção será utilizado nível de proteção I ( R = 20m)

VOLUME DE PROTEÇÃO DE REFERÊNCIA

Não faz nenhum sentido falar em área a ser protegida pois não há como se proteger um
volume utilizando-se um modelo bidimensional. Por outro lado, um mesmo volume de
proteção pode não proteger determinadas estruturas, mesmo que possuam o mesmo volume,
pois as formas geométricas são diferentes. Para suprir essa deficiência, consideraremos um
volume de proteção de referência como sendo um paralelepípedo com as seguintes dimensões.

10m

12m

22m

Todo tanque de armazenamento ou conjunto de tanques envolvidos por esse


paralelepípedo é considerado protegido contra descargas atmosféricas
Tabela 10
Tipo de ocupação Fator A
Casas e outras estruturas de porte equivalente 0,3
Casas e outras estruturas de porte equivalente com antena externa de televisão 0,7
Fábricas, oficinas e laboratórios 1,0
Locais de afluência de público (igrejas, pavilhões, teatros, museus, exposições,, lojas 1,2
de departamento, correios, estações e aeroportos, estádio de esportes)
Escolas, hospitais, creches e outras instituições, estruturas de múltiplas atividades 1,7

Tabela 11
Tipo de construção da estrutura Fator B

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Projeto elétrico 57

Estrutura de aço revestida com cobertura não metálica 0,2


Estrutura de concreto armado com cobertura não metálica 0,4
Estrutura de aço revestido ou de concreto armado com cobertura metálica 0,8
Estrutura de alvenaria ou concreto simples com qualquer cobertura exceto metálica 1,0
ou de palha
Estrutura de madeira ou revestida de madeira com qualquer cobertura exceto metálica 1,4
ou de palha
Estrutura de madeira, alvenaria ou concreto simples, com cobertura metálica 1,7
Qualquer estrutura com teto de palha 2,0

Tabela 12
Conteúdo da estrutura e efeitos indiretos das descargas atmosféricas Fator C
Residências comuns, edifícios de escritórios, fábricas e oficinas que não contenham 0,3
objetos de valor ou particularmente suscetíveis a danos
Estruturas industrias e agrícolas contendo objetos particularmente suscetíveis a danos 0,8
Subestações de energia elétrica, usinas de gás, centrais telefônicas, estações de rádio 1,0
Industrias estratégicas, monumentos antigos e prédios históricos, museus, galerias de 1,3
arte e outras estruturas com objetos de valor especial
Escolas, hospitais, creches e outras instituições, locais de afluência de público 1,7
Tabela 13
Localização da estrutura Fator D
Estruturas localizadas em uma grande área contendo estruturas ou árvores da mesma 0,4
altura ou mais altas
Estruturas localizada em uma área contendo poucas estruturas ou árvores de altura 1,0
similar
Estruturas completamente isolada, ou que ultrapassa, no mínimo, duas vezes a altura 1,0
de estruturas ou árvores próximas
Tabela 14
Topografia da região Fator E
Planície 0,3
Elevações moderadas, colinas 1,0
Montanhas entre 300 e 900m 1,3
Montanhas acima de 900m 1,7

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Projeto elétrico 58

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Projeto elétrico 59

7 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ATERRRAMENTO

Boa parte das concessionárias têm por prática empregar cobre nu de bitola 2 AWG ou
25 mm² nos sistemas de aterramento de redes de distribuição. No entanto, o uso de fios com
bitolas ou seções menores e de outros materiais pode reduzir bastante os custos, sem prejuízo
da confiabilidade do aterramento.
As concessionárias de energia elétrica utilizam diversos tipos de condutores elétricos
para os sistemas de aterramento de suas redes de distribuição, tais como condutores de cobre,
de aço-cobreado e mesmo de aço galvanizado, com diferentes dimensionamentos.
A escolha do material e a definição do dimensionamento devem ter embasamento
técnico. Aqui será apresentada uma sistemática para o dimensionamento dos condutores a
serem utilizados nos sistemas de aterramento das redes de distribuição, com adequação técnica
e redução de custos.

CORRENTE DE FALTA PARA A TERRA


Toda a corrente a ser dissipada para a terra em situação de falta pode ser considerada,
simplificadamente, por:

Vn
I cc = Equação 1
Z s + Rar

⎧ I cc = corrente de falta em Amperes


⎪ V = tensão fase - neutro em Volts

onde. ⎨ m
⎪ Z s = impedância do sistema em Ω
⎪⎩ R at = resistência do aterramento em Ω

Se considerarmos a pior situação de curto, ou seja, fase-terra (cabo de média tensão


para a terra), e, ainda, barramento infinito ( Z s = 0 ), resistência de contato cabo/solo = zero,

um único aterramento de 5Ω ( por exemplo) e resistência dos cabos até o ponto de falta = zero,
tem-se, para um sistema de 13,2kV.
Vn
I ccmáx = Equação 2
Rat

onde:

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Projeto elétrico 60

I ccmáx =corrente de falta máxima em A


Portanto, temos:

13200
I ccmáx = = 1524 A
3 ×5
TEMPO DE DURAÇÃO DE FALTA

Este é um fator importante a ser considerado para o dimensionamento dos condutores,


pois trata-se do tempo durante o qual estes serão solicitados pela corrente de falta.
Devemos considerar duas situações distintas quanto ao tempo de duração da corrente de
falta, ou seja: atuação somente por elos fusíveis ou atuação por disjuntores na subestação,
podendo ser tanto em redes de distribuição sem religadores automáticos quanto em redes com
religamento automático.
Quando há religamento, para o nível de corrente de falta considerado, os equipamentos de
proteção normalmente utilizados atuariam, interrompendo a falta num tempo inferior a meio segundo.
Assim, nas redes com religamento, que é o caso mais comum, tem-se a seguinte
seqüência de operação: primeira operação do equipamento de operação; primeiro intervalo de
rearme; segunda operação do equipamento de operação; segundo intervalo de rearme; e assim
sucessivamente até o bloqueio de religamento, no caso de faltas permanentes.
Para o nível de corrente da falta considerado, os religadores normalmente utilizados
atuam entre 0,1 e 0,5s, os intervalo de rearme são de ordem de 2s e o máximo de operação para
o bloqueio é igual a quatro. Para as piores condições, ter-se-iam quatro operações
temporizadas, de 0,5s cada.

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Projeto elétrico 61

Figura 5: Ciclos de aquecimento e resfriamento dos condutores com os


religamentos no sistema, quando submetidos à corrente de falta
SEÇÃO TRANSVERSAL DOS CONDUTORES

Efetuando-se um balanço energético em um seguimento do condutor, tem-se:


dQ = dW
dQ =quantidade de calor gerada:

dQ = m × c × dθ e dW = R × I 2 × dt
Sabendo-se que:
PCA
m = γ × L × S ; Fr = e PCC = P20 ºC (1 + α (θ − 20 ))
PCC

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Projeto elétrico 62

⎧ m = massa do condutor em g
⎪ c = calor específico do condutor em g/º C

⎪ dθ = diferencial de temperatura em º C

⎪ dW = energia elétrica dissipada em J
⎪ R = resistência ôhmica do condutor em W

⎪ I = corrente que circula pelo condutor em A

onde: ⎨ dt = diferencial de tempo em s
⎪γ = peso específico do condutor.

⎪ ρ 20 = ρ = resistividade do condutor (a 20º C) e em CC;

⎪α = coeficiente de variação da resistência com a temperatura;
⎪S = seção transversal do condutor em m²

⎪ L = comprimento do condutor em m
⎪⎩

I 2 × Fr × ρ 20 × L(1 + α (θ − 20))dt
Substituido as equações tem-se: γ × L × S × c × d × θ =
S
γ × S 2 × c × d ×θ
ou seja, = I 2 dt que. integrando, conduz à fórmula:
Fr × ρ 20 (1 + α (θ − 20))

t × Fr × ρ 20 × α
S=I Equação 3
⎛ ⎞
⎜ ∆θ ⎟
K × γ × c × ln⎜1 + ⎟
⎜ 1 ⎟
⎜ − 20 + θ i ⎟
⎝ α ⎠

⎧ ∆θ = θ f - θ i

⎪θ = temperatura final atingida pelo condutor . C
onde, ⎨ f
⎪θ i = temperatura inicial do condutor. º C
⎪ K = constante relativa ao sistema de unidade, conforme Tabela 1

Para condutores monometálicos não-ferrosos, Fr = 1 . Para condutores ferrosos ou
núcleo de aço ( aço cobreado e aço aluminizado), Fr apresenta valores variando de 1 a 1,2 ,
dependendo da composição. Os dados para a utilização da equação estão tabulados na Tabela 2
PERDAS DE CALOR DURANTE OS INTERVALOS DE REARME

Quando há religamento no sistema, a partir do primeiro religamento ocorrerá uma

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Projeto elétrico 63

temperatura no cabo superior à temperatura normal de serviço θ i .


Essa temperatura depende do aquecimento do cabo (material de que este é composto,
corrente de falta, tempo de eliminação e tempo de religamento) e da perda de calor devida a
irradiação, convecção e condução.
As equações que regem o fenômeno do aquecimeto e do resfriamento são as que se
seguem:

TEMPERATURA DO CABO APÓS A CIRCULAÇÃO DA CORRENTE DE FALTA


DURANTE O TEMPO t

⎞ αρ I i
2
⎛1
ln ⎜ − 20+θ i ⎟ + 20 2
⎝α 1
θf =e ⎠ KcγS
− − 20
γ
Equação 4

VARIAÇÃO DA TEMPERATURA POR IRRADIAÇÃO

δA1 (T14 − T24 )t


(∆θ )i =
⎛1 A ⎛1 ⎞⎞ Equação 5
3,6Sl1γc⎜⎜ + 1 ⎜⎜ − 1⎟⎟ ⎟⎟
⎝ ξ1 A2 ⎝ ξ 2 ⎠ ⎠
(∆θ )i - variação de temperatura por irradiação (ºC);
δ = 4,96 ×10 [kcal/h . m². Q . K] (constante de Stefan Boltzman);
ξ1 = 0,55 (emissividade do cobre);
ξ1 = 0,9 (emissividade do solo ou do concreto);
T1 =temperatura do condutor (ºK).
T2 =temperatura do material do meio circundante (ºK);
A1 = d1 × l1 área de contato do condutor (m²);
l1 = comprimento do condutor (m);
d1 =diâmetro do condutor (m).
A2 = d 2 × l2 área de contato externa do volume de material que absorverá a irradiação (m²);
l2 =comprimento do volume do material absorvente da irradiação (m);
d 2 = diâmetro do volume de material absorvente da irradiação;

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Projeto elétrico 64

γ =peso específico do material do condutor (g/cm³);


c =calor específico do material do condutor (cal/g ºC);
S =seção transversal do condutor (mm²);
t =tempo de irradiação (S).

VARIAÇÃO DE TEMPERATURA POR CONDUÇÃO

(∆θ )c = λm 2π (θ c − θα )t
⎛d ⎞
3,6 Sγc ln⎜⎜ 2 ⎟⎟
Equação 6

⎝ d1 ⎠
Onde:

(∆θ )c = variação da temperatura por condução no sentido radial (ºC);


γ m = coeficiente de condução ( 0,8 para o concreto e 0, 95 para a terra normal)(kcal/h.m.ºC);
θ c = temperatura do condutor (ºC);
ϑa = temperatura do meio absorvente da condução da calor (ºC);
d1 = diâmetro do condutor (m);
d 2 = diâmetro do volume de material abaorvente da condução (m);
c = calor específico do material do condutor (cal/g ºC);
γ = peso específico do material do condutor (g/cm³);
t = tempo de condução (s).

VARIAÇÃO DA TEMPERATURA POR CONVECÇÃO

Neste caso, pode ser desconsiderado o efeito da convecção, tendo em vista o contato
direto do condutor com o solo ou com o concreto do poste.
Assim sendo, tem-se na Figura.1, o ciclo de aquecimento e esfriamento dos condutores
de prumada e de interligação de eletrodos de um sistema de aterramento, quando submetido a
corrente de falta com religamento.
As temperaturas θ 1 , θ 3 , θ 5 e θ f da Figura .1 podem ser calculadas por meio da

equação 4, para uma determinada seção transversal; e as temperaturas θ 2 , θ 4 , e θ 6 , com as


equações 5 e 6, somando-se os efeitos de queda de temperatura pelo esfriamento devido a

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Projeto elétrico 65

irradiação e condução no condutor, para intervalos de religamentos considerados.


A seguir, será determinada a bitola necessária para os condutores de prumada e de
interligação dos eletrodos de um sistema de aterramento de uma rede de distribuição,
consideradas as condições críticas de corrente de falta já apresentadas, para um sistema de
energia elétrica com religamento automático.
Na distribuição de energia elétrica, está amplamente disseminada a aplicação de
religadores automáticos, com intervalos de religamento (rearme) de 2 s.
Para os religadores convencionais e para o nível de corrente de falta considerado, os
tempos críticos de atuação para o desligamento são de:
• 0,05 s para operações rápidas; e
• 0,5 s para operações temporizadas.
Tabela 15: Sistemas e unidades
Sistema→ MKS SI Imperial
Drandeza↓
I A A A
γ kg/m³ g/cm³ Lb/pol³
A ºK ºC ºF
θ Ω.m²/m Ω.mm²/m Ω.C.mil/pé
ρ ºK-1 ºC-1 ºF-1
t s s s
k 1 4,1868 161,2
c Cal/kgºK Cal/gºC Btu/LbºF

Tabela 16: Dados característicos dos condutores (SI)


Caractéristicas→ c γ α ρ 20
Condutores↓
Aço 0,114 7,80 0,0038 0,201000
Cobre 0,092 8,90 0,0038 0,017241
Aço-cobre 30% 0,110 8,15 0,0038 0,058600
Aço-cobre 40% 0,108 8,25 0,0038 0,043960

Tabela 17: Temperatura e bitolas dos condutores (religamento automático)


Material Temp. Bitola θi θ1 θ2 θ3 θ4
máxima crítica
admissível

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Projeto elétrico 66

Aço 400 6 AWG 40 81,5 76,3 124 112,5


Cobre 800 6 AWG 40 146,8 134,4 276,9 248,9
Aço-cobre 30% 800 4 AWG 40 91,9 88,2 149 141
Aço-cobre 40% 800 6 AWG 40 189,6 172,2 391,6 349,5

θ5 θ6 θf Conclusão

164,6 148,8 206,2 Aceitável com boa margem de segurança


437,6 386,7 624,4 Aceitável com boa margem de segurança
211,5 198,9 280 Aceitável com boa margem de segurança
662,6 582,9 1018,8 Não aceitável (amolece)

DETERMINAÇÃO DA BITOLA DO CONDUTOR

Para um sistema de 13,2 kV e observando-se as considerações apresentadas, têm-se


situações descritas a seguir: (Obs.: para o cabo de aço-cobreado, a temperatura final foi
considerada como 800ºC, pois, a partir de 850ºC, esse tipo de condutor perde sua rigidez
mecânica.)

l. Sistemas sem religamento

(a) para cabo de cobre:


I = 1524 A
θ i = 40º C
θ f = 400º C
t = 0,5s

S = 5,40mm 2 (#8AWG)
(b) para cabo de aço-cobreado, 30% de condutividade IACS:
I = 1524 A
θ i = 40º C
θ f = 800º C
t = 0,5s

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Projeto elétrico 67

S = 7,60mm 2 (#8AWG)
(c) para cabo de aço-cobreado, 40% IACS:
I = 1524 A
θ i = 40º C
θ f = 800º C
t = 0,5s

S = 6,61mm 2 (#8AWG)
2. Sistemas com religamento
Levando-se em conta a possibilidade de ajuste em quatro operações temporizadas, tem-
se então a tabela III como resultado das condições acima dispostas.

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS CONEXÕES

As conexões cabo-cabo, cabo-haste fazem parte integrante do sistema de aterramento e


deverão suportar as correntes de falta durante os tempos considerados sem ter alterado suas
características mecânicas ou elétricas.
Deverão ainda apresentar resistência elétrica própria e resistência elétrica de contato
desprezível, visando minimizar o efeito Joule.
Na norma IEEE-80, consideram-se as conexões exotérmicas como "só cabos", tendo
em vista seu desempenho nos ensaios efetuados. Ou seja, um sistema de aterramento onde se
utilizam conexões, exotérmicas pode ser considerado como se os cabos e eletrodos utilizados
fossem contínuos. Assim sendo, o dimensionamento apresentado para os condutores não
depende das conexões, entre os elementos constituintes do sistema de aterramento. .

CONCLUSÕES

Grande parte das concessionárias de energia elétrica utilizam cabo de ccobre nu # 2


AWG ou 25mm², superdimensionando a instalação, quando poderiam utilizar as seguintes
bitolas para os diversos tipos de materiais:
• fio de cobre nu, # 6 AWG ou 10 mm².
• fio de aço-cobreado 40% IACS, # 6 AWG ou 10 mm².
• fio de aço-cobreado 30% IACS, # 4 AWG ou 16 mm2.
• cordoalha de aço-cobreado 30% IACS, 16 mm², formação sete fios.

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Projeto elétrico 68

A escolha das bitolas alternativas dependerá de uma análise econõmica. As bitolas


apresentadas são para as situações, críticas, tendo em vista a possibilidade de introdução de
religadores automáticos no sistema de linhas de distribuição.
Os fios e as cordoalhas de aço-cobreado são consagrados e já têm sido adotados, como
se verifica a seguir:
• o Sistema Telebrás publicou a prática 235-610-709, que institiu o cabo de aço-cobreado
formação três fios, #9 AWG, 30% IACS (recozido), equivalente à bitola #4 AWG e/ou
16 mm².
• a CESP utiliza o fio de aço-cobreado # 4 AWG, 30% IACS;
• a COPEL utiliza o fio de aço-cobreado 16 mm², 40% IACS;
• a CEMIG e a Eletronorte utilizam como contrapeso em LT's o aço-cobre # 4 AWG,
30% IACS;
Para prumadas de aterramento em redes de distribuição, o material de melhor
comportamento seria a cordoalha de aço-cobreada de 16 mm², de 30% ou 40% IACS do tipo
recozido (LCA), tendo em vista a praticidade de instalação, devido à sua maleabilidade, além
do que o material aço-cobreado não é susceptível ao roubo, dada a dificuldade em se separar o
cobre do aço.

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Projeto elétrico 69

8 SELEÇÃO DOS CONDUTORES NO PROJETO DE


ATERRAMENTO DE SISTEMAS ELETRÔNICOS

O aterramento e a instalação de equipamentos eletrônicos são fatores primordiais para a


correta operação de sistemas computadorizados. Um dos elementos importantes nestes
procedimentos é a escolha dos condutores, considerando o seu desempenho em altas
freqüências.
Normalmente, o instalador está habituado a tratar condutores como se fossem
simplesmente um elemento resistivo, operando com freqüência de 60 Hz. Assim, a seleção do
condutor está geralmente relacionada com a máxima queda de tensão permissível ou aos
efeitos térmicos devido à perda de potência. Do ponto de vista de freqüências maiores
(tipicamente acima de 100kHz), outros parâmetros são extremamente relevantes, tais como:
• indutância externa;
• indutância interna;
• distorção da frente de onda devido ao efeito pelicular; e
• não linearidades devidas à corrosão.
Assim sendo, a impedância de um condutor é dada por:

Z = R(cc ou ca ) + jw(Lext + Lint ) Equação 7

⎧w = é a frequência angular do sinal que percorre o condutor; e


onde: ⎨
⎩L = representa os valores de indutância
A indutância externa é a maior causa de efeitos parasitas indesejáveis e é explicada pelo
seguinte fenômeno:
Qualquer mudança de corrente causa uma alteração de fluxo magnético, que por sua
vez, induz uma força eletromotriz reversa no condutor original. Mas, desde que um condutor
não pode conduzir corrente sem um tipo de caminho de retorno, então a indutância externa só
pode ser definida para uma dada geometria, como, por exemplo, a distância entre o condutor
em questão e o plano (ou condutor) de retorno.
A Figura 6 ilustra algumas formulações matemáticas para o cálculo desta auto-
indutância.
As equações referentes a Lext são as seguintes:

para um fio e h < l w (ou D < 2l w ),

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Projeto elétrico 70

⎛ 4h ⎞
Lext = 0,2 × ln⎜ ⎟ µH m Equação 8
⎝ d ⎠

para h > l w ou ( D > 2l w ),

⎛ 4l ⎞
Lext = 0,2 × l w × ln⎜ w ⎟ µH m Equação 9
⎝ d ⎠

⎧ h = altura do plano de terra, em m,



onde: ⎨d = diâmetro fio em m,
⎪ l = comprimento do fio, em m.
⎩ w

Figura 6: Auto-indutância de condutores sólidos para ambas configurações:


quando h > l w ou d > 2l w

A equação 8 mostra que um aumento de h para um dado diâmetro d aumenta L .


Pode parecer que este aumento ocorre indefinidamente, mas acima de uma certa altura
(Exatamente quando h é igual l w ), o fluxo produzido pela corrente fica não uniforme.
Exatamente neste ponto, a equação 9 (representativa de indutância no espaço livre) passa a ser
aplicada. Assim sendo, quanto maior for o diâmetro do fio, menor será a auto-indutância Lext .

Entretanto, Lext não muda significativamente com o diâmetro, pois ha uma relação logarítmica

entre eles. Dessa forma, por exemplo, um aumento de 10 vezes no diâmetro reduz Lext por um
fator de 2. Consequentemente, muitas vezes, o instalador ou encarregado de manutenção não
consegue eliminar problemas de ruído no terra simplesmente com o aumento do diâmetro do
fio.
A indutância interna é resultado dos efeitos dos campos magnéticos internamente ao
próprio condutor. Assim, está intimamente relacionada com efeito pelicular, pois os dois

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Projeto elétrico 71

fenõmenos são interativos. Em baixas freqüências, a densidade de corrente é uniforme.


Quando a freqüência do sinal aumenta, há uma concentração de corrente na periferia
do condutor (efeito pelicular), com a conseqüente concentração de campo magnético na
superfície e, portanto, a indutância Lint , também diminui.

Para sinais CC ou de baixas freqüências, o valor de Lint e dado por:

⎛µ ⎞
Lint = ⎜ 0 ⎟l w em H Equação 10
⎝ 8π ⎠

Assim, para um fio de cobre ( µ o = 4π ×10 −7 H ) no ar, tem-se que:


m
Lint = 0,05l w em µH Equação 11

À medida que a frequência aumenta, Lint diminui a aproxima-se assintoticamente de

um valor LintHF que é aproximadamente igual a 0,025Lint da equação 11. Os valores de

freqüência em que se atinge LintHF para alguns condutores típicos são os seguintes:

• cabo coaxial de 40Ω: 65 kHz;


• cabo paralelo com diâmetro de fio de 1mm e fios separados de 2mm: 27 kHz.
Assim, no projeto e dimensionamento de aterramentos de sistemas eletrônicos, devem
ser considerados todos os elementos componentes dos condutores, pois em freqüências
elevadas um mesmo condutor pode apresentar baixa resistência e alta impedância, distorcendo
assim o comportamento esperado do sistema de aterramento e causando falhas de operação dos
equipamentos eletrônicos.

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Projeto elétrico 72

9 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE ATERRAMENTO

Uma das formas mais simples de aterramento é composto de uma única haste vertical e
a fórmula para calcular o valor da resistência de aterramento considerando o solo homogêneo
é:
ρ ⎡ ⎛ 8l ⎞ ⎤
R1h = ln⎜ ⎟ − 1 Equação 12
2πl ⎢⎣ ⎝ d ⎠ ⎥⎦
ou
ρ ⎛ 2l ⎞
R1h = ln⎜ ⎟ Equação 13
2πl ⎝ d ⎠
Onde:
R1h - é a resistência de aterramento de uma haste vertical em um solo homogêneo em


ρ - é a resistividade do solo considerada uniforme em Ω × m

l - é o comprimento da haste efetivamente cravado no solo em m


d - é o diâmetro da haste em m

INTERLIGAÇÃO DE HASTES EM PARALELO

Como uma haste, na grande maioria dos casos, não é suficiente para garantir um valor
baixo de resistência de aterramento, torna-se necessário a interligação de hastes em paralelo.
Essa interligação, contudo, tem como conseqüência uma superposição das áreas de influência
das hastes consideradas individualmente, implicando na alteração do valor da resistência de
cada uma quando considerada como parte do conjunto.
Para reduzir os efeitos dessa superposição, o afastamento entre hastes deve ser no
mínimo igual ao comprimento da própria haste.
A resistência Rht de aterramento de cada haste do conjunto será calculada por:
n
Rht = Rhh + ∑ Rhm Equação 14
m =1

Observe que a resistência da haste individual aumentou de um valor correspondente ao


segundo termo da equação 5, por isso é que na associação de hastes em paralelo, a resistência
R1h
equivalente é diferente de tendo em vista o termo de resistência mútua que é dado por:
n

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Projeto elétrico 73

=
ρa (
l 2 + ehm
2
+ l − ehm
2
)
2

( )
Rhm log Equação 15
2πl ehm − l + ehm − l
2 2 2
2

Logo a resistência equivalente da associação é dada por:


1
R p (n ) = n
Equação 16
1

h =1 Rht

onde:
n é o número de hastes em paralelo
Rhh é a resistência individual de cada haste de aterramento em (Ω)

Rhm é o acréscimo da resistividade da haste h por influência da haste m em (Ω)

R p (n ) é a resistência equivalente do conjunto de hastes em paralelo em (Ω)

ehm é a distância horizontal entre a haste “h” e a haste “m” em (m)

l é o comprimento da haste em (m)


Para calcularmos o valor da resistência de hastes associadas em paralelo devemos
conhecer as resistências mútuas envolvidas. Com vistas a facilitar o cálculo da quantidade de
hastes necessária para se obter um determinado valor de aterramento, os coeficientes de
redução para hastes alinhadas foram previamente calculados e são apresentados na tabela 5. o
procedimento é simples! Primeiro, devemos calcular a resistência de aterramento de uma haste
utilizando-se as equações 5 a 7, em seguida, dividimos o valor desejado pelo valor calculado e
obtemos o coeficiente de redução necessário para “n” hastes iguais. Há diversas soluções
possíveis e devemos utilizar aquela que for mais viável tecnicamente e economicamente.
Lembrar que nunca devemos utilizar hastes muito próximas e que um afastamento igual ao
comprimento da haste é o valor mínimo a ser adotado.
As hastes podem ser associadas de diversas maneiras formando poligonais abertas ou
fechadas. Dentre as diversas configurações possíveis apresentamos algumas:

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Projeto elétrico 74

Tabela 18: Associação de hastes em paralelo


Duas haste em linha reta ρ ⎡ ⎛ 8l ⎞ ⎤ ρ ⎛ l2 2l 4 ⎞
Rh = ⎜ ⎟ − + ⎜ − + ⎟
4πl ⎢⎣ ⎝ d ⎠ ⎥⎦ 4πe ⎜⎝ 3e 2 5e 4 ⎟⎠
ln 1 1
e

n Hastes alinhadas R A = k A(n ) × R1h


Ver tabela 6
e

Triângulo R∆ = k ∆ × R1h
1 + 2α l
e k ∆ (3 ) = ;α=
3 ⎛ 8l ⎞
e⎜ ln − 1⎟
⎝ d ⎠
11α 2
1 + 3α −
3
k ∆ (6 ) =
6 − 3α − 2 3α
Quadrado aberto Rqv = k qv × R1h
1 + γ ×α l
k qv = ;α=
e n ⎛ 8l ⎞
e⎜ ln − 1⎟
⎝ d ⎠
Ver tabela 5

Quadrado fechado Rqc = k qc × R1h


1 + β ×α l
e k qc = ;α=
n ⎛ 8l ⎞
e⎜ ln − 1⎟
⎝ d ⎠
Ver tabela 5
ou
Rqc =
ρ ⎛ 8l 2k l 2⎞
⎜ ln − 1 + 1 n − 1 ⎟
2π × l × n ⎝ d
( )
A ⎠
Circulo Rc = k c × R1h

n
i = −1
2
⎛ π⎞
r 1 + 0,5λ + λ ∑ cos ec⎜⎝ i n ⎟⎠
i =2
k c (n ) =
n
l
λ=
⎛ 8l ⎞
r ⎜ 2 ln − 1⎟
⎝ d ⎠

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Projeto elétrico 75

Onde:
R1h é a resistência de aterramento de uma haste vertical em Ω
R2 h é a resistência de aterramento equivalente de 2 hastes verticais em paralelo em Ω
R A é a resistência de aterramento equivalente de “n” hastes verticais em linha em Ω
R∆ (3 ) é a resistência de aterramento equivalente de 3 hastes verticais em configuração triangular
em Ω
Rqv é a resistência de aterramento equivalente para hastes verticais em configuração quadrado
aberto em Ω
Rqc é a resistência de aterramento equivalente para hastes verticais em configuração quadrado
denso em Ω
Rc é a resistência de aterramento equivalente para hastes verticais em configuração circular em

ρ é a resistividade do solo em Ω.m
l é o comprimento da haste em m
d é o diâmetro da haste em m
e é o espaçamento entre as hastes em m
k A(n ) é o coeficiente de redução para “n” hastes alinhadas
k ∆ (3) é o coeficiente de redução para 3 hastes em configuração triangular
k qv é o coeficiente de redução para hastes em formação quadrado aberto
k qc é o coeficiente de redução para hastes em formação quadrado fechado
k c (n ) é o coeficiente de redução para “n” hastes em formação circular
n é o número de hastes da assossiação
r é o raio do círculo (m)
A é a área da malha em m²
k1 = 1,41 − 0,04 x
maior lado
x= razão aspecto
menor lado
Tabela 19: Valores de γ e β
n γ β
4 2,7071
8 4,2583
9 5,8971
12 5,3939
16 8,5545 6,0072
20 6,4633
24 6,8363
25 11,4371 7,1479
28 7,4195
32 7,6551
36 14,0650
49 16,8933
64 19,5003
81 22,3069
100 24,9589

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Projeto elétrico 76

Tabela 20: Coeficiente de redução para haste alinhada

Coeficientes de redução (k) da resistência de hastes verticais


Comprimento (m)

Afastamento (m)
Diâmetro d(in)

Cravadas no solo e configuração alinhada - regular

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

2 2 0,568 0,410 0,326 0,272 0,235 0,208 0,186 0,169 0,155 0,144 0,134 0,125 0,118 0,111
3 0,548 0,387 0,303 0,250 0,214 0,188 0,167 0,151 0,138 0,127 0,118 0,110 0,103 0,097
4 0,537 0,375 0,291 0,239 0,203 0,177 0,157 0,142 0,129 0,119 0,110 0,102 0,096 0,090
5 0,530 0,367 0,283 0,231 0,196 0,171 0,151 0,136 0,123 0,113 0,105 0,097 0,091 0,088
½` 2,44 3 0,555 0,395 0,311 0,258 0,221 0,194 0,174 0,157 0,144 0,133 0,123 0,115 0,108 0,102
4 0,543 0,381 0,291 0,245 0,209 0,182 0,162 0,147 0,134 0,123 0,114 0,106 0,100 0,094
5 0,535 0,372 0,288 0,236 0,201 0,175 0,155 0,140 0,127 0,117 0,108 0,101 0,094 0,089
3 3 0,564 0,406 0,321 0,268 0,231 0,204 0,183 0,166 0,152 0,141 0,131 0,122 0,115 0,109
4 0,550 0,390 0,306 0,253 0,217 0,190 0,170 0,151 0,140 0,129 0,120 0,112 0,105 0,099
5 0,541 0,380 0,295 0,243 0,207 0,181 0,161 0,145 0,133 0,122 0,113 0,105 0,099 0,093
2 0,571 0,413 0,329 0,275 0,238 0,210 0,128 0,171 0,157 0,146 0,136 0,127 0,120 0,113
2 3 0,550 0,389 0,305 0,252 0,216 0,189 0,169 0,153 0,140 0,129 0,119 0,111 0,105 0,099
4 0,539 0,376 0,292 0,240 0,204 0,178 0,159 0,143 0,130 0,120 0,111 0,103 0,097 0,091
5 0,531 0,368 0,284 0,232 0,197 0,171 0,152 0,137 0,124 0,114 0,105 0,098 0,092 0,086
3 0,557 0,397 0,313 0,260 0,223 0,196 0,176 0,159 0,146 0,134 0,125 0,117 0,110 0,103
5/8” 2,44 4 0,544 0,383 0,298 0,246 0,210 0,184 0,164 0,148 0,135 0,124 0,115 0,107 0,101 0,095
5 0,536 0,374 0,289 0,237 0,202 0,176 0,156 0,141 0,128 0,118 0,109 0,101 0,095 0,089
3 0,566 0,408 0,324 0,270 0,233 0,206 0,185 0,168 0,154 0,142 0,132 0,124 0,117 0,110
3 4 0,552 0,392 0,307 0,255 0,218 0,192 0,171 0,155 0,141 0,130 0,121 0,113 0,106 0,100
5 0,543 0,381 0,297 0,245 0,209 0,182 0,162 0,147 0,134 0,123 0,114 0,106 0,100 0,094
2 2 0,573 0,415 0,331 0,277 0,240 0,212 0,190 0,173 0,159 0,147 0,137 0,129 0,121 0,114
3 0,552 0,391 0,301 0,254 0,217 0,191 0,170 0,154 0,141 0,130 0,120 0,112 0,106 0,099
4 0,540 0,378 0,293 0,241 0,205 0,179 0,160 0,144 0,131 0,120 0,112 0,104 0,097 0,092
5 0,532 0,369 0,285 0,233 0,198 0,172 0,153 0,137 0,125 0,115 0,106 0,099 0,092 0,087
¾ 2,44 3 0,559 0,399 0,315 0,262 0,225 0,198 0,177 0,160 0,147 0,136 0,126 0,118 0,111 0,104
4 0,546 0,384 0,300 0,247 0,211 0,185 0,165 0,149 0,136 0,125 0,116 0,108 0,101 0,096
5 0,537 0,375 0,290 0,238 0,203 0,177 0,157 0,142 0,129 0,119 0,110 0,102 0,096 0,090
3 3 0,566 0,408 0,324 0,270 0,233 0,206 0,185 0,168 0,154 0,142 0,132 0,124 0,17 0,110
4 0,552 0,392 0,307 0,255 0,218 0,192 0,171 0,155 0,141 0,130 0,121 0,113 0,106 0,100
5 0,543 0,381 0,297 0,245 0,209 0,182 0,162 0,147 0,134 0,123 0,114 0,106 0,100 0,094
2 2 0,576 0,420 0,335 0,281 0,243 0,215 0,194 0,176 0,162 0,150 0,140 0,131 0,123 0,117
3 0,554 0,394 0,309 0,256 0,220 0,193 0,171 0,156 0,143 0,132 0,122 0,114 0,107 0,101
4 0,542 0,380 0,295 0,243 0,207 0,181 0,161 0,145 0,133 0,122 0,113 0,105 0,099 0,093
5 0,534 0,371 0,287 0,235 0,200 0,174 0,154 0,139 0,126 0,116 0,107 0,100 0,093 0,088
2,44 3 0,562 0,402 0,318 0,265 0,228 0,200 0,180 0,163 0,149 0,138 0,128 0,120 0,113 0,106
1 4 0,548 0,387 0,302 0,250 0,214 0,187 0,167 0,151 0,138 0,127 0,118 0,111 0,103 0,097
5 0,539 0,377 0,292 0,240 0,205 0,179 0,159 0,143 0,130 0,120 0,111 0,103 0,097 0,091
3 3 0,571 0,414 0,329 0,276 0,238 0,211 0,189 0,172 0,158 0,146 0,136 0,128 0,120 0,113
4 0,556 0,396 0,312 0,259 0,222 0,195 0,175 0,158 0,145 0,133 0,124 0,116 0,109 0,103
5 0,546 0,385 0,300 0,248 0,212 0,185 0,165 0,149 0,136 0,125 0,116 0,109 0,102 0,096

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 77

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE ATERRAMENTO COMPOSTOS POR


ELETRODOS HORIZONTAIS

Tabela 21: Resistência de aterramento de condutores horizontais enterrados


RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO DE UM CABO
HORIZONTAL ENTERRADO

ρ a ⎛ 2l ⎞
Rc = ⎜ ln − 1⎟
l πl ⎝ dh ⎠
RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO DE
CONDUTORES ENROLADOS EM FORMA DE ANEL E
ENTERRADOS HORIZONTALMENTE
r ρa 2r
Ranel = ln
π r
2
dh

ρa ⎡ ⎛h⎞ ⎤
2 4
L l h ⎛h⎞
R= ⎢ 2 ln − 0, 2373 + 0,8584 + 1,656⎜ ⎟ − 10,85⎜ ⎟ ⎥
2πl ⎣⎢ dh l ⎝l⎠ ⎝ l ⎠ ⎦⎥

ρa ⎡ ⎛h⎞ ⎤
2 4
l h ⎛h⎞
R= ⎢2 ln + 2,912 − 4,284 + 10,32⎜ ⎟ − 37,12⎜ ⎟ ⎥
4πl ⎣⎢ dh l ⎝l⎠ ⎝ l ⎠ ⎦⎥
L

ρa ⎡ ⎤
2 4
l h ⎛h⎞ ⎛h⎞
L R= ⎢2 ln + 6,851 − 12,512 + 28,128⎜ ⎟ − 125,4⎜ ⎟ ⎥
6πl ⎢⎣ dh l ⎝ ⎠
l ⎝l⎠ ⎥⎦

ρa ⎡ 2l l ⎤
R= ⎢ln + k1 − k2 ⎥
πl ⎣ dh A ⎦

Onde:
Rch é a resistência de aterramento de um cabo enterrado horizontalmente em Ω
ρ a é a resistividade aparente do solo em Ω.m
l é o comprimento do cabo em m
d é o diâmetro do cabo em m
r é o raio do círculo (m)

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 78

A é a área da malha em m²
k1 = 1,41 − 0,04 x
k 2 = 5,5 + 0,15 x
maior lado
x= razão aspecto
menor lado

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 79

9.1 DIMENSIONAMENTO DE MALHAS DE ATERRAMENTO PELO


MÉTODO DO IEEE

O método se aplica somente a aterramentos em forma de malhas e objetiva determinar


um espaçamento máximo entre condutores que nos forneça potenciais de toque, passo e
transferência dentro dos valores admissíveis. O processo é interativo, visando uma solução
econômica e necessita de um valor inicial para a malha e espaçamentos iniciais.
Para estimar a área da malha podemos utilizar a seguinte fórmula:

⎛ ρ ⎞
2

A = π⎜ ⎟ Equação 17
⎝ 4R ⎠
Como A = l × c podemos determinar uma configuração de malha conveniente conforme
o caso. Sendo possível considerar iguais as dimensões da malha, temos:
⎛ ρ ⎞
l =c= π⎜ ⎟ Equação 18
⎝ 4R ⎠
Em seguida devemos determinar o número de condutores em cada lado da malha.
⎛ l ⎞
N l = int ⎜⎜1 + ⎟⎟ Equação 19
⎝ el ⎠
⎛ c ⎞
N c = int ⎜⎜1 + ⎟⎟ Equação 20
⎝ ec ⎠
Figura 7: esquema de uma malha de aterramento

} el
{

c
ec

O comprimento total de condutores é dado por


Lc = l × N c + c × N l Equação 21
Se forem introduzidas hastes na malha, devemos acrescentar os seus comprimentos na
determinação do comprimento total dos condutores. Então:

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 80

Lt = Lc + Lh
Cálculo dos coeficientes de malha, de superfície, de cerca e de irregularidade.
Coeficiente de malhaÆ Coeficiente que introduz no cálculo, a influência da
profundidade da malha, do diâmetro do condutor, do número de condutores e do espacamento
entre condutores.

1 ⎡ ⎛ e2 (e + 2h )2 − h ⎞⎟ + k ii ln 8 ⎤ Equação 22
Km = ⎢ln⎜⎜ + ⎥
2π ⎢⎣ ⎝ 16hd 8ed 4d ⎟⎠ k h π (2 N − 1) ⎥⎦

Onde: k h = 1 + h é a correção de profundidade da malha e h0 = 1 .


h0

Quando existem hastes cravadas ao longo do perímetro ou nos cantos, k ii = 1 . Quando as

1
malhas não possuírem hastes cravadas na periferia ou no cantos k ii = . N = Nl × Nc
(2n ) n
2

Coeficiente de superfícieÆ É um coeficiente que introduz no cálculo a maior


diferença de potencial entre dois pontos distintos distanciados de 1m. Relaciona todos os
parâmetros da malha que induzem tensões na superficie do solo. Tais como: número de
condutores, espacamento entre condutores e profundidade da malha.
n = máximo(N l , N c )

Ks =
1⎡1
⎢ +
1 1
( ⎤
)
+ 1 − 0,5 n − 2 ⎥ Equação 23
π ⎣ 2h e + h e ⎦
Coeficiente de cercaÆ Coeficiente que introduz no cálculo o efeito produzido pelo
diâmetro do condutor, a profundidade da malha, espaçamento entre condutores e a distância
entre a periferia da malha e qualquer ponto fora dela.

( )(
1 ⎡ h 2 + x 2 h 2 + (e + x ) ⎤ 1 ⎡⎛
2
) x ⎞⎛ x⎞ ⎛ x ⎞⎤
= ⎥ + ln ⎢⎜1 + ⎟⎜1 + ⎟...⎜⎜1 + ⎟⎟⎥ Equação 24
K c( x ) ln ⎢
2π ⎣ (
hd h + e
2 2
) ⎦ π ⎣⎝ 2e ⎠⎝ 3e ⎠ ⎝ e(n + 1) ⎠⎦

n = máximo(N l , N c )
Coeficiente de irregularidadeÆ Coeficiente que introduz no cálculo o efeito da não
uniformidade da distribuição da corrente da malha para o solo e vice-versa. A maior dispersão
de corrente verifica-se na periferia da malha e principalmente nos vértices da mesma.
K i = 0,656 + 0,172n Equação 25

Cálculo das tensões de passo, toque, malha e transferência.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 81

Tensão de malhaÆ É a diferenca de potencial a que ficará submetida uma pessoa que
estando no centro de uma sub-malha, tocar com as mãos uma estrutura aterrada à malha.
ρ
Em = K i K m × I m Equação 26
Lt
Tensão de passo na malhaÆ É a diferença de potencial entre 2 pontos no solo
separados de 1m, na periferia da malha.
ρ
Es = K i K s × I m Equação 27
Lt
Tensão de toque na cerca perimetral da malhaÆ É a diferença de potencial a que
ficará submetida uma pessoa que toque a cerca estando a 1m dela.

ρ
Es = K c K i × I m Equação 28
Lt
K c = K c ( x +1) − K c ( x )

CRITÉRIOS DE SEGURANÇA
Devemos ter, sempre, para a segurança das pessoas:
E m ≤ Et , Ec ≤ Et e E s ≤ E p

Se essas condições não forem atendidas, devemos diminuir o espaçamento entre


condutores ou aumentar a área da malha. Para estimar-mos o comprimento de condutor
necessário, utilizamos a expressão a seguir:
Km × Ki × ρ × I × t
L>
(116 + 0,174 × c(h, K ) × ρ s )
CÁLCULO DA RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO DA MALHA
⎡1 1 ⎛ 1 ⎞⎤
R = ρ⎢ + ⎜⎜1 + ⎟⎟⎥ Equação 29
⎣ L 20 A ⎝ 1 + h 20 / A ⎠⎦
CONDIÇÃO DE VALIDADE DO MÉTODO
Os limites recomendados para malhas quadradas ou retangulares são:
⎧n ≤ 25
⎪0,25 ≤ h ≤ 2,5m


⎪d < 0,25h
⎪⎩e > 2,5m

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 82

ÍNDICE DE PARÂMETROS PARA O PROJETO


PARÂMETRO DESCRIÇÃO PARÂMETRO DESCRIÇÃO
A Área da malha em m² K m ; K s ; K i ; K c Coeficientes de
malha, superfície,
irregularidade e cerca
ρ Resistividade do solo em h Profundidade de
lançamento do cabo
R Resistência de aterramento d Diâmetro do cabo
da malha
l.c Largura e comprimento da N Número de
malha condutores
el ; e c ; e Espaçamentos largura e x Distância da cerca a
comprimento malha de terra
nl ; n c Número de condutores na E m ; E c ; E s Tensão de malha,
largura e comprimento cerca e superfície
Lc ; Lh Comprimento dos I m Corrente de malha
condutores e hastes
Lt Comprimento total de
condutores

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 83

Tabela 22: Mínima seção do condutor por kA (mm²/kA)


Tm
tc 250 450 950 Solda Solda Juntas
exotérmica convencional cavilhadas
0,5 4,28 3,37 2,66 2,44 3,20 4,05
1 6,06 4,77 3,76 3,45 4,51 5,78

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 84

FLUXOGRAMA PARA O DIMENSIONAMENTO DA MALHA

ENTRADA DE DADOS
A, ρ

SEÇÃO DO CONDUTOR
I m , t, d

INICIO DO PROJETO
e, n, L, h

RESISTÊNCIA DA MALHA
R, Lc , Ll

MODIFICA PROJETO CORRENTE DA MALHA


e, n, L Im

I m × R ≤ Et

CÁLCULO
K m , K s , K c , Em , Es

E m < Et ou E s < E p

DETALHA
PROJETO

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Projeto elétrico 85

10 DEFINIÇÕES CHAVES
SINDOTEC Sistema de cadastramento e armazenamento de documentação
técnica no âmbito da UN-RNCE. O endereço do site é:
http://164.85.182.1/portal/
CONFORME
CONSTRUÍDO

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 86

11 Relação dos principais sítios para consultas relativos a


projetos em eletricidade

ABNT http://www.abnt.org.br/home_new.asp
ANSI http://www.ansi.org/
CENELEC http://www.cenelec.org/Cenelec/Homepage.htm
CEPEL http://www.cepel.br/
CERTUSP http://www.iee.usp.br/
CONSOLEEx http://atmosferasexplosivas.com.br/
HEALTH & SAFETY EXECUTIVE
http://www.hse.gov.uk/comah/sragtech/techmeasareaclas.htm
IEC http://www.iec.ch/
IEE http://www.iee.org/
IEEE http://standards.ieee.org/
INMETRO http://www.inmetro.gov.br/
INTERNEX http://www.internex.eti.br/
IP http://www.energyinst.org.uk/index.cfm
NCC http://www.ncc.org.br/br/indexbr.htm
NFPA http://www.nfpa.org
NORMAS ABNT http://10.4.40.143/petrobras/
NORMAS ESTRANGEIRAS http://10.4.40.114/normas/
NORMAS PETROBRAS http://nortec.engenharia.petrobras.com.br/
UCIEE http://www.uciee.org/principal/default.aspx
FICHA DAS PROPRIEDADES FÍSICO QUÍMICO DOS PRODUTOS contidos no site
http://www.sms.petrobras.com.br/ clicar em segurança e ficha de produtos.

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 87

12 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ABNT - NBR - 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão;


ABNT – NBR - 5419 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro,
2006
ABNT - NBR - 5597 - Eletroduto de aço-carbono e acessórios, com revestimento protetor e
rosca NPT - Requisitos
ABNT – NBR - 5597 - Eletroduto de aço-carbono e acessórios, com revestimento protetor e
rosca NPT - Requisitos
ABNT - NBR - 60815 - Relatório técnico: guia para seleção de isoladores sob condições de
poluição.jun/2006
ABNT - NBR - 7397 - Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco por imersão a quente
- Determinação da massa do revestimento por unidade de área.
ABNT - NBR - 7397 - Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco por imersão a quente
- Determinação da massa do revestimento por unidade de área.
ABNT - NBR - 7399 - Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco por imersão a quente
- Verificação da espessura do revestimento por processo não destrutivo
ABNT - NBR - 7399 - Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco por imersão a quente
- Verificação da espessura do revestimento por processo não-destrutivo

ABNT NBR 11106 .Cálculo de ventilação para compartimento de baterias em plataformas


marítimas de produção de petróleo. Dezembro/1989.
ABNT NBR 13534- Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde.1995
ABNT NBR IEC 50 - Vocabulário eletrotécnico internacional - Capítulo 826: Instalações
elétricas em edificações, Novembro/1997
ABNT NBR IEC 60079-0 - Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Requisitos
Gerais. Janeiro/2007
ABNT NBR IEC 60079-1 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Parte 1:
Invólucros à prova de explosão "d". Outubro/2006
ABNT NBR IEC 60079-10 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas parte 10:
classificação de áreas. Setembro/2006
ABNT NBR IEC 60079-13 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Parte 13:
Construção e utilização de ambientes ou edificações protegidas por pressurização. Abril/2007
ABNT NBR IEC 60079-14 - Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Instalações
elétricas em atmosferas explosivas. Janeiro/2007

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 88

ABNT NBR IEC 60079-17 .Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas parte 17:
inspeção e manutenção de instalação elétrica em atmosferas explosivas. Abril/2005
ABNT NBR IEC 60079-2 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Parte 2:
Invólucro pressurizado. Abril/2007
ABNT NBR IEC 60079-27 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Parte 27:
Conceito de Fieldbus intrinsecamente seguro (FISCO) e conceito de Fieldbus não-acendível
(FNICO). Dezembro/2006
ABNT NBR IEC 60079-5 - Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – parte 5:
imersão em areia “q”. Agosto/2006
ABNT NBR NM - IEC 60050-426 .Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas –
Terminologia., Setembro/2002.
ABNT NBR NM - IEC 60529 .Graus de proteção para invólucros de equipamentos elétricos
(código IP)., Abrirl/2005.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução – RDC nº 50, de 21 de
fevereiro de 2002.
ALMEIDA PINTO, Iara Cardoso de et all .Relâmpagos. ciência hoje, vol.16, nº 95, nov/93
API RP 14FZ - Recommended Practice for Design and Installation of Electrical Systems for
Fixed and Floating Offshore Petroleum Facilities for Unclassified and Class I, Zone 0, Zone 1
and Zone 2 Locations;
CARPENTER, Roy B. Dissipa relámpagos en instalaciones petroleras. Petroleo internacional,
mayo 1995
Diário de Natal .Raio atinge e mata agricultor em Touros. 1997
ET-3400.01-1000-912-PAR-001 padronização de documentos técnicos de engenharia
FILHO, João Mamede .Proteção contra descargas atmosféricas com pára-raios de haste.
Mundo Elétrico,1987
IEC 60287 - Electric Cables - Calculation of the Current Rating;
IEC 60909 - Short-Circuit Currents in Three-Phase a.c. Systems;
IEEE Std 1100 - Recommended Practice for Powering and Grounding Electronic Equipment;
IEEE Std 141 - Recommended Practice for Electric Power Distribution for Industrial Plants;
IEEE Std 142 - Recommended Practice for Grounding of Industrial and Commercial Power
Systems;
IEEE Std 242 - Recommended Practice for Protection and Coordination of Industrial and
Commercial Power Systems;
IEEE Std 80 - Guide for Safety in AC Substation Grounding;
Industriais;

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 89

JUNIOR, Ângelo Stano e COGO, João Robberto .O que mudou na nova versão da NBR_5419.
Eletricidade Moderna, 1993
KINDERMANN, Geraldo .Descargas atmosféricas, Sagra-dc Luzzatto, Porto Alegre, 1992
KITAGAWA, N. A segurança de pessoas face às descargas atmosféricas, Eletricidade
Moderna, 1990
LACERDA, Moacir .Dúvidas e limitações do modelo eletrogeométrico. Eletricidade moderna,
1989
LEITE, Duílio Moreira e LEITE, Carlos Moreira Proteção contra descargas atmosféricas.
Officina de Midia, 1994
MAMEDE FILHO, JÕAO. Instalações elétricas industriais. Afiliada. 5ª edição, 1997.
NEGRISOLI, Manoel E. M. A influencia da altura dos captores no ângulo de proteção de
edificações. Eletricidade Moderna, 1992
NFPA 70 - National Electrical Code.
NR-10 - Instalações e Serviços em Eletricidade;
PETROBRAS N-0075 - Abreviaturas para os Projetos Industriais;
PETROBRAS N-0298 - Símbolos Gráficos e Designações Empregados nos Desenhos de
Detalhamento de Instalações Elétricas
PETROBRAS N-0299 - Símbolos Numéricos Designativos da Função dos Dispositivos
Elétricos;
PETROBRAS N-0381 - Execução de Desenho e Outros Documentos Técnicos em Geral;
PETROBRAS N-0898 - Símbolos Gráficos e designações para Esquemas Elétricos;
PETROBRAS N-1521 - Identificação de Equipamentos Industriais;
PETROBRAS N-1600 Construção, montagem e condicionamento de redes elétricas -
Procedimento.
PETROBRAS N-1614 - Construção, Montagem e Condicionamento de Equipamentos
Elétricos;
PETROBRAS N-1710 - Codificação de Documentos Técnicos de Engenharia;
PETROBRAS N-1711 - Detalhes de Caixa de Enfiação (Manholes-EMH) para Uso em Rede
Elétrica Subterrânea;
PETROBRAS N-1842 - Caixa de Enfiação com Tampa Lisa - Requisição de Material;
PETROBRAS N-1913 - Preparação de Requisição de Material;
PETROBRAS N-1973 - Requisição de Material para Equipamentos Elétricos;
PETROBRAS N-1996 - Projeto de Redes Elétricas em Envelopes de Concreto com Cabos
Diretamente no Solo;

Francisco André de Oliveira Neto


Projeto elétrico 90

PETROBRAS N-1997 - Projeto de Redes Elétricas em Leitos para Cabos;


PETROBRAS N-1998 - Projeto de Redes Elétricas Aéreas;
PETROBRAS N-2006 - Projeto de Sistemas de Iluminação;
PETROBRAS N-2039 - Projeto de Subestações;
PETROBRAS N-2062 - Lista de Cargas Elétricas;
PETROBRAS N-2064 - Emissão e Revisão de Documentos de Projeto;
PETROBRAS N-2154 - Classificação de Áreas para instalações Elétricas em Regiões de
Perfuração e Produção;
PETROBRAS N-2155 - Lista de Dados para Classificação de Áreas;
PETROBRAS N-2166 - Classificação de Áreas para Instalações Elétricas em Refinarias de
Petróleo;
PETROBRAS N-2167 - Classificação de Áreas para Instalações Elétricas em Unidades de
Transporte de Petróleo, Gás e Derivados;
PETROBRAS N-2706 - Apresentação do Plano de Classificação de Áreas;
Resolução CONMETRO nº 12 de 12/10/88 - Regulamentação Metrológica e Quadro Geral de
Unidades de Medida;
REVISTA DA PETROBRAS .O perigo dos raios. Abr/96
SUPER INTERRESSANTE .Brasil: o país dos 100 milhões de raios. agosto/1994
SUPER INTERRESSANTE .Um show entre o céu e a terra. março/1990

Francisco André de Oliveira Neto

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