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ANEXO A
APRESENTAÇÃO MARINHEIRA
1 - GENERALIDADES
Os homens do mar, há muitos séculos, vêm criando nomes para identificar as diversas
partes dos navios e suas ações, que pela repetição, tornaram-se costumes. Naturalmente,
muitas particularidades e expressões da tradição naval lembram, às vezes, aspectos da
vida doméstica ou de atividades em terra firme.
Pertencemos, todos nós que abraçamos a carreira do mar, a uma fraterna classe de
costumes e tradições comuns. Ao marinheiro, não passará despercebido que a vida nas
Marinhas do mundo inteiro é parecida. Encontramos semelhanças no uniforme, nos
costumes, nas palavras, nos gestos e no modo de agir. É que os homens do mar, por
enfrentarem o mesmo tipo de vida e por se ajudarem mutuamente, passaram a constituir
uma classe de espírito muito forte.
As exigências quanto à apresentação marinheira dos navios, e também de seus homens,
não estão ligadas apenas a razões estéticas, mas, principalmente, a razões de ordem
prática. O bom aspecto interno e externo de nossos navios constitui uma das mais nobres
das tradições navais, que sempre distinguiu a Marinha do Brasil em relação às demais
instituições nacionais e às Marinhas estrangeiras.
2 - ORIENTAÇÕES BÁSICAS
Entre outros aspectos, devem ser consideradas as seguintes orientações:
a) No porto, durante o expediente, os Encarregados de Divisão, o Mestre e o Sargento-
Polícia inspecionarão freqüentemente o navio, verificando a limpeza, arrumação dos
compartimentos e aspecto marinheiro. Após o expediente, o Oficial de Serviço e o
Sargento-Polícia inspecionarão o navio, empregando o quarto de serviço para mantê-lo
limpo e com boa apresentação marinheira;
b) Em viagem o Mestre, o Contramestre de Quarto e o Sargento-Polícia exercerão, no
que couber essas atribuições, empregando o Grupo de Limpeza e Fainas Marinheiras a
manutenção da limpeza e aspecto marinheiro do navio;
c) Os sinais de rotina, como os de rancho, de uniforme etc., entre a alvorada e o silêncio
deverão ser executados por apito, com correção e os quartos marcados pelo sino de
bordo;
d) Não se admite que um tripulante suje o navio ou não colabore com a manutenção de
sua limpeza. Não é demérito para nenhum militar de bordo, qualquer que seja a sua
antigüidade, abaixar-se para recolher um trapo, um resto de cigarro ou outro detrito
que algum descuidado deixou cair no piso e levá-lo à lixeira; e
1
Sugere-se designar o Cabo-Auxiliar do quarto de 00-04 para este fim.
OSTENSIVO - A-4 - ORIGINAL
OSTENSIVO CAAML - 703
t) As bandeiras, se atopetadas, devem sê-lo, rigorosamente, até “beijar”. Durante seu
hastear, é necessário a devida atenção à direção do vento, para que não fiquem
enrascadas;
u) Torneiras e chuveiros pingando e mangueiras e tomadas de recebimento de água
vazando demonstram desleixo e desperdício dos recursos da Marinha. A bordo, além
disso, os vazamentos podem causar limitações operativas ao navio em viagem;
v) Cabos elétricos e afins passados sem cuidado, não respeitando as rotas. A passagem de
cabos, por ocasião do acréscimo de novos equipamentos e de adaptações, deve
observar o mesmo padrão de construção do navio, seguindo as rotas adequadas. Não
se deve admitir cabos coloridos ou passados fora do alinhamento das rotas. As
instalações provisórias, como iluminação de festa, cabo telefônico de conexão à
tomada em terra, cabo de energia de terra etc, também merecem cuidado quanto ao
aspecto marinheiro;
w) Serviços que sujam ou machucam o convés, como faina de óleo, recebimento de
gêneros, preparo de tinta e outros, devem ser feitos em cima de plásticos, lonas, papel,
ou outra proteção. O convés deve ser protegido por tábuas ou folhas de compensado
quando por ele for transitar material pesado. Não se deve admitir a realização de tais
fainas sem a precaução de se defender o convés;
x) Do mesmo modo, o costado deve ser protegido quando da atracação de batelão, chatas
e outras embarcações que utilizam pneus como defensas e que, conseqüentemente,
sujarão a pintura. É oportuno lembrar que as defensas de bordo deverão ser ajustadas
à altura da embarcação que irá atracar, bem como poderá haver necessidade de ajustá-
las ao longo da faina de carga ou descarga, em função de variação do calado da
embarcação atracada;
y) Trapos utilizados como tapetes improvisados causam má impressão. Se determinado
local precisa freqüentemente ser protegido para evitar que as pessoas sujem o piso,
devido aos conveses externos estarem molhados pelo orvalho ou pela chuva, ou por
ser trajeto entre o banheiro e a coberta, deve ser providenciada uma andaina de
passadeiras ou tapetes apropriados;
z) Etiquetas ou marcações de equipamentos, material das incumbências e placas de
advertência (ligado, desligado, perigo, área isolada para limpeza, etc...)
confeccionadas com desleixo. Os recursos disponíveis atualmente permitem que
mesmo os avisos improvisados sejam confeccionados com capricho;
aa) Embarcações miúdas:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
a) EMA 136 Normas a respeito das tradições navais, do comportamento pessoal e dos
cuidados marinheiros. Brasília, 2007. Revisão 1 e Mod. 1.
b) Memorando nº 2/2015, do Comando da Força de Superfície.