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Análise

Conjuntura Eclesial
.

1
LEONARDO ULRICH STEINER
ARCEBISPO DE MANAUS

SANTARÉM, JUNHO DE 2022


ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Virgem e Mãe Maria,Vós que, movida pelo
Espírito, acolhestes o Verbo da vida
na profundidade da vossa fé humilde,
totalmente entregue ao Eterno, ajudai-nos a
dizer o nosso «sim» perante a urgência, mais
imperiosa do que nunca, de fazer ressoar a Boa
Nova de Jesus. Vós, que permanecestes firme
diante da Cruz com uma fé inabalável, e
recebestes a jubilosa consolação da
ressurreição, reunistes os discípulos à espera do
Espírito para que nascesse a Igreja
evangelizadora. Alcançai-nos agora um novo
ardor de ressuscitados para levar a todos o
Evangelho da vida que vence a morte.
ANÁLISE DE CONJUNTURA

Dai-nos a santa ousadia de buscar novos
caminhos para que chegue a todos o dom da
beleza que não se apaga.
 Vós, Virgem da escuta e da contemplação,
Mãe do amor, esposa das núpcias eternas
intercedei pela Igreja, da qual sois o ícone
puríssimo, para que ela nunca se feche nem se
detenha na sua paixão por instaurar o Reino.
 Amém.

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INTRODUÇÃO

SANTARÉM- 2022
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 A palavra análise do grego análusis,eōs,
dissolução; método de resolução (por oposiçaõ
a síntese), do verbo analúō, “desligar, dissolver,
soltar, separar, libertar, analisar, examinar”.
 Con-juntura – O que foi juntado, o que foi
unido, deu determinada forma, determinada
visão da realidade.
 Eclesial – Igreja – Assembleia dos fiéis, o Povo
de Deus.
 A tentativa de visualizar a dinâmica do
acontecer eclesial. 5
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Uma análise é sempre subjetiva, mesmo na
busca de objetividade.
 Tentar visibilizar o Povo de Deus que está a
caminho.
 Base: Documento de Santarém e Querida
Amazônia.
 Apenas uma colocação inicial de provocação,
início de um diálogo;
 Colaboração de todos os presentes.

 Tentativa de nos situarmos como o fizeram os


6
irmãos a 50 anos.
ANÁLISE DE CONJUNTURA

 Igreja - Assembleia dos creem e foram


revestido de Cristo pelo batismo e pelo
Espírito na Crisma;
 “A Igreja toda aparece como o povo reunido
na unidade do Pai e do Filho e do Espírito
Santo” (S. Cipriano)
 “A Igreja existe para evangelizar” (Bento
XVI);
 A razão de existir da Igreja é evangelização;

 A sua existência é evangelizar;

 Como Igreja toda a pessoa batizada tem


como vocação evangelizar; 7
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Reino de Deus: o anúncio.
 Jesus anuncia e é a presença do Reino:
Ele aproximou-se, está próximo, está na
proximidade, esta à mão;
 “Este Reino manifesta-se claramente
aos homens na palavra, nas obras e na
presença de Cristo” (LG 1,5)
 Reino eterno e universal: reino da
verdade e da vida, reino da santidade e
da graça, reino de justiça, do amor e da
paz. (Pref. Xto Rei)
ANÁLISE DE CONJUNTURA

 “Este Reino manifesta-se claramente aos


homens na palavra, nas obras e na presença
de Cristo” (LG 1,5)
 A missão da Igreja, das Comunidades eclesiais,
é o mandato que Jesus entregou a seus
discípulos: “Ide, pois, fazer discípulos entre
todas as nações, e batizai-os em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a
observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis
que estou convosco todos os dias, até o fim dos
tempos” (Mt 28,19-20).
ANALISE ECLESIAL

Documento de Santarém

Igreja na Amazônia
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Linhas prioritárias
 1. Encarnação na realidade

 Conversão ao Verbo encarnado

 Anúncio e realidades: centros urbanos,


rurais, novos núcleos, comunidades
indígenas, setores marginalizados,
áreas de emergência;
 2. Evangelização libertadora

 Anúncio sem dicotomia

 Harmonia: catequese e liturgia

 Libertação, pois filha/o de Deus; 11


ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Abordar, falar da dignidade, da
liberdade da pessoa humana e família;
 As linhas prioritárias apresentadas são
o horizonte a partir do qual se busca
evangelização e o modo da
evangelização;
 As duas linhas prioritárias estão vivas
nas igrejas: uma igreja que busca
encarna-se na Amazônia, uma Igreja
que busca fazer um anúncio libertador,
sem dicotomias.
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Para bem evangelizar: formação
 - formação dos agentes de pastorais;

 - formação de leigos: mulheres e


homens;
 - Ressalta a formação teológica,
catequética, bíblica, litúrgica...
 - antropologia, sociologia, psicologia,
pedagogia, desenvolvimento de
comunidade, comunidade de base, e
liderança;
 Formação abrangente; ter pessoas 13

preparadas.
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 IGREJA DE COMUNIDADES CRISTÃS DE BASE
 Fazer das paróquias um conjunto pastoral
vivificador e unificador das comunidades de
base
 Descentralizar quanto a lugares e pessoas,
citando Medellin, (15,13)
 Comunidade que se edifica na celebração da
Eucaristia;
 Áreas urbanas: fermento no meio da massa;

 Interior, não lugar de passagem, de desobriga,


mas fermento de evangelização.
ANÁLISE DE CONJUNTURA

 Comunidades mais amazônidas;


 Ter cursos de preparação para as
lideranças, para as/os animadores da
comunidade.
 Pastoral Indígenas:

 A Igreja sente-se responsável pelos


povos indígenas;
 Cuidado para com os mais frágeis;

 Uma presença que responda às


necessidades básicas dos indígenas;
 CIMI: ser implementado na região. 15
ANÁLISE DE CONJUNTURA

 Uma Igreja atenta às novas


realidades: as estradas e a migração;
 Uma atenção ao avanço da
agropecuária e ocupação das terras, e
o não cumprimento das leis
trabalhistas;
 Choques culturais: os da região e os
migrantes; desconfianças;
 Preparar os missionários e
missionárias em relação à cultura da
região; 16
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Institutos de Pastoral
 A necessidade de reflexão, pesquisa e
documentação da realidade;
 Oferecer aos pastores e agentes de
pastoral, evangelizadores: indicadores
seguros para a ação pastoral;
 O CENESC e o IPAR serem referência
para a ação evangelizadora;
 Servirem em comunhão, uma ação
comum;
 Uma preocupação com os meios de 17

comunicação.
ANÁLISE DE CONJUNTURA

O que ele nos diz agora? Ele aponta


para a Amazônia (Paulo VI) (1971)
 Se Cristo aponta para Amazônia,
aponta também para nós que somos
seus vigários humildes e seus
instrumentos modestos. (Doc
Santarém)
 Como estamos hoje como Igreja na
Amazônia?

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ANÁLISE DE CONJUNTURA
 As linhas prioritárias apresentadas:
Encarnação na realidade e Evangelização
libertadora
 são o horizonte a partir do qual se busca
evangelização e o modo da evangelização;
 as duas linhas prioritárias estão vivas nas
igrejas: uma igreja que busca encarna-se na
Amazônia, uma Igreja que busca fazer um
anúncio libertador, sem dicotomias.
 Temos nos esforçado quanto à formação dos
leigos;
 Há necessidade de atingir mais lideranças e
oferecer mais formação para os diversos 19
ministérios.
ANÁLISE DE CONJUNTURA

 Encarnar-se na espiritualidade da
região.
 As comunidades tornarem-se ainda
mais missionárias;
 Ter cursos de preparação para as
lideranças, para as/os animadores da
comunidade;
 Existem um curso para os missionários
e missionários que chegam no Norte I;
 Necessidade de um acompanhamento
maior para os que chegam; 20
ANÁLISE DE CONJUNTURA

 Pastoral Indígenas:
 A Igreja sente-se responsável pelos povos
indígenas;
 Ser presença, sem proselitismo;

 Nova forma de apresentar o Evangelho;

 Uma presença que responde às


necessidades dos indígenas;
 Um tentativa de levar em consideração a
cultura indígena;
 Uma presença maior de indígenas na
formação;
21
 Talvez falte uma apoio maior ao CIMI.
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Um anúncio leva em consideração as
dimensões que envolvem as
comunidades.
 No avanço do agronegócio e do explorar
do minério, a Igreja tem a missão e a
responsabilidade em relação aos povos
originários e a casa comum.
 As nossas manifestações e as nossas
ações deixam entrever a nossa
evangelização encarnada e libertadora.
 Como Igreja poderíamos assumir mais 22
os povos originários e a casa comum.
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Há um ardor que leva a Igreja a ser
instrumento do Espírito. O ardor suscita o
desejo de que “Jesus Cristo seja encontrado,
seguido, amado, adorado, anunciado e
comunicado a todos, não obstante todas as
dificuldades e resistências” (DAp, 14).
 Evangelização: é a missão da Igreja e a
realização do cristão.
 Os que mais desfrutam da vida são os que
deixam a segurança de lado e se apaixonam
pela missão de comunicar a vida aos demais.
 O nosso tempo pede que evangelizemos ora na
angústia, ora com esperança, na procura de
expandir o Reino de Deus. (cf EG 10)

ANÁLISE DE CONJUNTURA
O Sínodo é fruto do caminho percorrido pela
Igreja Amazônica depois de Santarém;
 O Espírito de Santarém está presente nos
sonhos de Papa Francisco.
 A Igreja no Brasil despertou para a Amazônia
e para a missionariedade depois Santarém;
 “Evangelizar pelo anúncio da Palavra de Deus,
formando discípulos e discípulas de Jesus
Cristo, em comunidades eclesiais missionárias,
à luz da evangélica opção preferencial pelos
pobres, cuidando da Casa Comum e
testemunhando o Reino de Deus rumo à
plenitude.” (DGAE)
CONJUNTURA

QUERIDA AMAZÔNIA

Encontro da Igreja Católica


Na Amazônia
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Querida Amazônia:

 Tudo o que a Igreja oferece deve encarnar-se de


maneira original em cada lugar do mundo, para
que a Esposa de Cristo adquira rostos
multiformes que manifestem melhor a riqueza
inesgotável da graça.
 Deve encarnar-se a pregação, a espiritualidade, as
estruturas da Igreja.
 Formulaçãode quatro grandes sonhos que a
Amazônia me inspira: (QA 6)
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Sonho com uma Amazônia que lute pelos
direitos dos mais pobres, dos povos originários,
dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida
e sua dignidade promovida.
 Sonho com uma Amazônia que preserve a
riqueza cultural que a caracteriza e na qual
brilha de maneira tão variada a beleza
humana.
 Sonho com uma Amazônia que guarde
zelosamente a sedutora beleza natural que a
adorna, a vida transbordante que enche os seus
rios e as suas florestas.
 Sonho com comunidades cristãs capazes de se
encarnar de tal modo na Amazônia, que deem à 27
Igreja rostos novos com traços amazônicos.
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 UM SONHO SOCIAL
 integrar e promover todos os habitantes, para
poderem consolidar o “bem viver”.
 impõe-se um grito profético e um árduo
empenho em prol dos mais pobres.
 “uma verdadeira abordagem ecológica sempre
se torna uma abordagem social, que deve
integrar a justiça nos debates sobre o meio
ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra
como o clamor dos pobres”.
 Não serve um conservacionismo “que se
preocupa com o bioma, porém ignora os povos
amazônicos”; uma relação de totalidade. 28
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 As operações econômicas, nacionais ou
internacionais, que danificam a Amazônia tem
nome: injustiça e crime.
 Apropriam de terras, privatizam a água;

 As autoridades deixam mão livre a


madeireiros, a projetos minerários ou
petrolíferos e outras atividades que devastam
as florestas e contaminam o ambiente: relações
econômicas como um instrumento que mata.
 Usar recursos desprovidos de ética: penalizar
os protestos, tirar a vida aos indígenas que se
oponham aos projetos, provocar incêndios
florestais, ou subornar políticos e os próprios
29
indígenas.
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 O efeito desintegrador do desenraizamento
dos indígenas forçados a emigrar para a
cidade, procurando sobreviver, por vezes de
forma não digna, no meio dos costumes
urbanos mais individualistas e dum ambiente
hostil.
 É preciso valorizar e acompanhar todos os
esforços que fazem muitos destes grupos para
preservar os seus valores e estilo de vida e
integrar-se nos contextos novos sem os perder
sua cultura;
 Fomentar um sistema social e cultural que
privilegie as relações fraternas, num quadro
de reconhecimento e valorização das 30

diferentes culturas e dos ecossistemas;


ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Existe uma cultura que envenena o Estado e
suas instituições, permeando todos os estratos
sociais, inclusive as comunidades indígenas.
 Trata-se de um verdadeiro flagelo moral;
como resultado, perde-se a confiança nas
instituições e seus representantes; descredito
da política e as organizações sociais.
 Os povos amazônicos não são alheios à
corrupção e são vítimas.
 A Igreja não pode estar menos comprometida,
chamada a ouvir os clamores dos povos
amazônicos, e exercer com transparência o
seu papel profético. 31
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 UM SONHO CULTURAL
 Promover a Amazônia sem colonizá-la
culturalmente;
 cultivar sem desenraizar, fazer crescer
sem enfraquecer a identidade,
promover sem invadir;
 Como há potencialidades nas culturas
portadoras duma mensagem ainda não
escutada e que estão ameaçadas hoje
mais do que nunca.
32
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Vivendo nas periferias, numa situação de
miséria e a perda dos valores identitários;
 Perda dos pontos de referência e as raízes
culturais que conferiam uma identidade e um
sentido de dignidade, conduz à fila dos
descartados;
 Interrupção da transmissão cultural: sabedoria
secular, passado de geração em geração;
 Cultivar as raízes:

 alguns povos começaram a escrever para


contar as suas histórias e sus tradições;
 As culturas como fonte de inspiração artística,
literária, musical, cultural; 33
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Desenvolver relações interculturais onde a
diversidade significa diálogo a partir de
visões culturais diferentes, de celebração, de
inter-relação e de reavivar a esperança.
 As culturas dos povos originários nasceram
e se desenvolveram em estreito contato com
a natureza circundante;
 Deteriorar o ambiente é destruir as culturas
e fragilizar a identidade.
 Talvez, não tenhamos prestado suficiente
atenção e nos movimentado suficientemente
para perceber a importância da cultura.
 Como a fé se expressar na culrtura que não 34

cohecemos?
ANÁLISE DE CONJUNTURA

 Sonho Ecológico
 A realidade cultural da Amazônia, onde a
relação do ser humano com a natureza é
estreita, a vida diária é sempre cósmica.
 A relação com o meio ambiente: casa comum;

 «Ao lado da ecologia da natureza, existe uma


ecologia “humana”, que requer uma “ecologia
social”. (Bento XVI)
 Na Amazônia tudo está interligado.

 visíveis em risco de extinção;

 Os projetos econômicos ignoram o impacto da


indústria extrativa, energética, as 35
madeireiras que destroem e poluem;
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 fontes de poluição aumentam cada vez mais.
 Cuidar da Amazônia: intervir no território de
forma sustentável, preservando ao mesmo
tempo o estilo de vida e os sistemas de valores
dos habitantes.
 Os povos originários devem receber a
informação completa e transparente dos
projetos, com a sua amplitude, os seus efeitos
e riscos;
 Com as informação e com o próprio
conhecimento do local possam avaliar, dar ou
negar o seu consentimento ou propor
alternativas. Educar para autonomia. 36
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Aprender com os povos originários,
a contemplar a Amazônia, e não apenas
analisá-la, para reconhecer esse precioso
mistério que nos supera;
 amá-la, e não apenas usá-la, para que o amor
desperte um interesse profundo e sincero;
 sentir-se intimamente unido a ela, e não só
defendê-la:
 Contemplar o mundo, não como alguém que
está fora dele, mas dentro, vendo os laços
com que o Pai nos uniu a todos os seres.
 A ecologia inclui um aspeto educativo, que
provoca o desenvolvimento de novos hábitos
37
nas pessoas e nos grupos humanos;
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 A ecologia inclui um aspeto educativo, que
provoca o desenvolvimento de novos hábitos
nas pessoas e nos grupos humanos;
 Outro estilo de vida, menos voraz, mais sereno,
mais respeitador, menos ansioso, mais
fraterno.
 “A Igreja, com a sua longa experiência
espiritual, a sua consciência renovada sobre o
valor da criação, a sua preocupação com a
justiça, a sua opção pelos últimos, a sua
tradição educativa e a sua história de
encarnação em culturas tão diferentes de todo
o mundo, deseja, por sua vez, prestar a sua
contribuição para o cuidado e o crescimento 38

da Amazónia.” (QA, 60)


ANÁLISE DE CONJUNTURA
 SONHO ECLESIAL:
 Partindo do Evangelho oferecemos nossa
contribuição; iluminamos com a fé os
desafios e buscamos na fé respostas;
 Levar aos outros a proposta de vida nova: «Ai
de mim, se eu não evangelizar!» (1 Cor 9, 16).
 A opção pelos mais pobres e abandonados,
impele a libertá-los da miséria material e
defender os seus direitos;
 Não um código de doutrinas ou um
imperativo moral, mas o anúncio salvífico, o
grito missionário que visa o coração e dá
sentido a todo o resto; 39
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 A Igreja anuncia sem cessar o querigma;
 Para crescer na Amazónia, molda a sua
identidade na escuta e diálogo com as
pessoas, realidades e histórias do território;
 Fazer um processo de inculturação, que nada
despreza do bem que já existe nas culturas
amazônicas, mas recebe-o e leva-o à plenitude
à luz do Evangelho;
 A Igreja aprendeu, desde o início, a formular
a mensagem de Cristo por meio dos conceitos
e línguas dos diversos povos, a sua cultura.

40
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Duplo movimento: a comunidade acolhe o
anúncio da salvação, o Espírito Santo fecunda
a sua cultura com o Evangelho; a Igreja se
enriquece com aquilo que o Espírito semeou
naquela cultura.
 A inculturação do Evangelho na Amazônia
deve integrar a dimensão social com a
espiritual;
 Os pobres não necessitam buscar fora da Igreja
a resposta aos anseios da sua dimensão
transcendente.
 Santidade com rosto amazónico: santidade de
encontro e dedicação, de contemplação e
serviço, de solidão acolhedora e vida comum, 41
de jubilosa sobriedade e luta pela justiça;
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Inculturação da espiritualidade cristã,
incultura a Liturgia;
 As culturas dos povos originários encontra,
na liturgia um caminho valioso, porque neles
se unem o divino e o cósmico, a graça e a
criação;
 Receber na liturgia muitos elementos
próprios da experiência dos indígenas no seu
contato íntimo com a natureza e estimular
expressões autóctones em cantos, danças,
ritos, gestos e símbolos.
 A Eucaristia une o céu e a terra, abraça e
penetra toda a criação»;
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ANÁLISE DE CONJUNTURA
 As celebrações deveriam ajudar a viver a
gratuidade na liturgia dominical e encontrar
a luz da Palavra e da Eucaristia;
 Igreja deve compreender, consolar, integrar,
evitando impor um conjunto de normas como
se fossem uma rocha, fazer sentir-se julgadas
e abandonadas pela Mãe chamada a levar-
lhes a misericórdia de Deus.
 Muitas comunidades na Amazônia «privadas
da Eucaristia dominical por longos períodos
de tempo» e outros sacramentos;
 Inculturar a espiritualidade, a santidade,
inculturar o Evangelho; não inculturar do os 43
ministérios eclesiais?

ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Na Amazônia, especialmente em lugares mais
remotos, é preciso encontrar um modo para
assegurar o ministério sacerdotal;
 Os leigos podem anunciar a Palavra, ensinar,
organizar as comunidades, celebrar alguns
Sacramentos, buscar expressões para a
piedade popular e desenvolver os múltiplos
dons que o Espírito derrama neles;
 Mas a Eucaristia, faz a Igreja; nenhuma
comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz
e o seu centro na celebração da Eucaristia;
 Os povos amazônicos não podem ser privados
do Pão de vida e do sacramento do perdão. 44
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Promover o encontro com a Palavra e os
serviços laicais, que supõem um processo de
maturação – bíblica, doutrinal, espiritual e
prática – e distintos percursos de formação
permanente.
 Presença estável de responsáveis leigos,
maduros e dotados de autoridade, que
conheçam as línguas, as culturas, a
experiência espiritual e o modo de viver em
comunidade de cada lugar;
 Desenvolver uma cultura eclesial
marcadamente laical;
 Uma presença capilar que só é possível com
45
um incisivo protagonismo dos leigos.

ANÁLISE DE CONJUNTURA

 Grupos missionários itinerantes;


 A vida consagrada, capaz de diálogo,
síntese, encarnação e profecia, ocupa
um lugar especial na Igreja
amazônica;
 A inserção e a itinerância dos
consagrados e consagradas ao lado
dos mais desfavorecidos e
excluídos, com criatividade, audácia
missionária, a sensibilidade e a força
peculiar da vida comunitária.
46
FINALIZANDO

ENCONTRO
IGREIA DA AMAZÔNIA
2022
ANÁLISE DE CONJUNTURA
Evangelização na Amazônia:
Sonhos e Desafios
 É um desafio ser Igreja na conformidade com
Jesus e o seu reino; pelo anúncio, pela
visibilização do Reino;
 O desafio maior ainda é ser, como Igreja,
cristificados, crísticos;
 As buscas e tentativas que a Igreja na
Amazônia faz na evangelização teria como
fundo o deixar-se cristificar;
 A realidade que vivemos, especialmente
urbana, e um desafio para encontrar saídas;
48
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Na Amazônia, há comunidades que se
mantiveram e transmitiram a fé durante longo
tempo, sem a presença do sacerdote;
 Durante séculos, as mulheres mantiveram a
Igreja de pé nesses lugares com admirável
dedicação e fé.
 Numa Igreja sinodal, os serviços e ministérios
implicam uma estabilidade, um reconhecer
público e um envio por parte do bispo;
 As mulheres tenham uma incidência real e
efetiva na organização, nas decisões mais
importantes e na guia das comunidades, mas
sem deixar de o fazer no estilo próprio do seu
49
perfil feminino.
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 As comunidades de base, sempre que
souberam integrar a defesa dos direitos
sociais com o anúncio missionário e a
espiritualidade, foram verdadeiras
experiências de sinodalidade no
caminho evangelizador da Igreja na
Amazônia;
 Ajuda a formar cristãos comprometidos
com a sua fé, discípulos e missionários
de Jesus.
 As comunidades urbanas periféricas,
necessitam de maior presença e 50

cuidado;
ANÁLISE DE CONJUNTURA

 Somos um Igreja pobre, necessitada de


missionários e missionárias;
 Economicamente temos necessidades
na grande maioria das nossas igrejas
particulares;
 Vive-se de modo bastante simples;

 os padres vivem, em geral,


modestamente;
 A vida religiosa mantém um vigor
missionário;
51
 Deveria haver um ajuda mutua maior;
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 A Igreja sempre viveu de desafios, de
embates, de morte, de mártires;
 O cristão vive de sonhos; o Evangelho é o
sonho do Pai para com seus filhos e filhas;
 Papa Francisco deixou 4 sonhos em 1;

 Os sonhos que iluminam uma totalidade, um


todo;
 Os sonhos não são partes, mas dimensões de
um todo que vem iluminado: conviver na Casa
Comum da Amazônia;
 O sonhos são exigentes, pois remetem para a
realidade de um todo que necessita ser
pensado e transformado; 52
ANÁLISE DE CONJUNTURA

 Uma transformação que acontece no encontro


com uma nova totalidade;
 É uma hermenêutica que faz ler a totalidade
do nosso ser cristão onde nos encontramos;
 Desafio de ser uma Igreja inculturada na
espiritualidade, na liturgia, nos ministérios,
na estruturação do ser Igreja;
 O desafio de ultrapassar as barreiras
ideológicas pseudo-espirituais;
 O desafio de ter comunidades autônomas e
maduras na fé;
 O Desafio de viver do Reino e para o Reino.
53
ORAÇÃO

Encontro da Igreja na Amazônia


2022
ANÁLISE DE CONJUNTURA
 Mãe da vida, no vosso seio materno formou-se
Jesus, que é o Senhor de tudo o que existe.
Ressuscitado, Ele transformou-vos com a sua
luz e vos fez Rainha de toda a criação.
Reinai, Maria, no coração da Amazônia.
 Pedi a Jesus que derrame todo o seu amor
nos homens e mulheres, para que saibam
admirá-la e dela cuidar.
 Mãe, olhai para os pobres da Amazônia!
Quanta dor e quanta miséria, quanto
abandono e quanto atropelo nesta terra
bendita, transbordante de vida!
 Reinai na Amazônia com vosso Filho. Ninguém
se sinta dono da obra de Deus. Mãe da vida, em 55

Vós confiamos! Amem.

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