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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CAMPUS CORRENTE
DISC.: DIREITO FINANCEIRO
PROF.: BRUNA
CURSO: BEL. EM DIREITO BLOCO: X

DIREITO FINANCEIRO

ATIVIDADE AVALIATIVA

ACADÊMICO:

FREDSON CRESCÊNCIO DE S. MARTINS

CORRENTE
O
direito financeiro, assim como outros ramos do direito, acabou
evoluindo, desprendendo em entender somente as finanças do estado,
mas tambem compreendendo receitas, despesas, mecanismos de
controle pautados pelo ramo do direito orçamentário.

O estudo do Direito Financeiro engloba, hoje, questões relacionadas à efetivação


da justiça fiscal. Preocupa-se com a maneira mais equitativa de arrecadação,
especialmente na sua fonte tributária. Desenvolve os mecanismos de gestão do Erário,
que passam a se pautar em normas de governança pública, direcionando sua atuação por
medidas que se parametrizam pela moralidade, ética, transparência, eficiência e
responsabilidade. Impõe aos gastos públicos novas formas de controle, a fim de
observar o melhor interesse da coletividade, atribuindo ao gestor da coisa pública a
responsabilização pelos seus atos e decisões na sua administração. Hoje em dia, as
finanças públicas são regidas por normas que prezam a justiça na arrecadação,
eficiência na aplicação, transparência nas informações e rigor no controle das contas
públicas.

Nesse sentir cuidou-se pois, a propria constituição, em reger e normatizar o


objeto do direito financeiro, elencando principios que serão seguidos e dando origem à
propria normativa do direito financeiro.

De modo geral, o sistema financeiro acabou por delimitar como será organizado
o orçamento público, isto é, deixando-o mais rigido para que o administrador nao
extrapole os gastos e tampouco dê destinação diversa dos fins comuns sociais.

Desta forma o orçamento público formado pelas despesas, receitas e créditos


públicos.

Para realizar suas atividades e atender às demandas da sociedade, o Estado


necessita de recursos. Já houve uma época em que se usava a força para obter os meios
necessários para satisfazer à demanda estatal de dinheiro e bens. Conquistas, confiscos,
cobranças extorsivas e até mesmo escravidão foram impostos por Estados autoritários
aos seus súditos e aos povos que a eles eram subjugados pelo poder da força e do
domínio. Hoje, porém, essa forma de obtenção de recursos não se enquadra nos
princípios do Estado de Direito. Assim o Estado obtém os meios necessários para
cumprir suas funções através da exploração dos seus bens e rendas ou o faz através da
arrecadação de recursos financeiros derivados do patrimônio da população, seja pela
tributação, pela aplicação de multas, pela obtenção de empréstimos, ou mesmo pela
fabricação de dinheiro. Existem, ainda, os casos de requisição compulsória de prestação
de serviços, que hoje são hipóteses limitadas e extraordinárias, como nos casos
dparticipação em júri, da prestação de serviço militar ou da participação em mesas
eleitorais “Sem receitas não há Estado”, afirma categoricamente João Ricardo Catarino.
Segundo ele, a receita pública permite ao Estado agir, isto é produzir ou contratar a
produção de bens públicos que sirvam os interesses das populações visando ao bem-
estar coletivo.

Para que o Estado possa realizar sua função, dependerá de recursos financeiros,
que se originamtanto do seu patrimônio como daqueles vindos dos cidadãos. Esses
recursos, como vimos, são denominados receitas públicas. Tradicionalmente, a doutrina
estabelece uma distinção entre as receitas públicas e os ingressos públicos, considerando
nas primeiras apenas as entradas definitivas nos cofres públicos, enquanto nas segundas
estariam incluídas as entradas temporárias. Assim, no conceito de ingresso público
estariam tanto as receitas públicas propriamente ditas como os créditos públicos, que
ora analisamos e que denotam uma modalidade de receita pública transitória por haver
um ingresso de dinheiro com a posterior restituição.

Primeiro, o termo crédito público se relaciona com operações de empréstimos.


Neste caso, apesar de existirem duas formas de considerar este crédito público – uma
delas tendo o Estado como credor e a outra o Estado como devedor –, costuma-se tratar
o crédito público como sinônimo de empréstimo público, e, em especial, aquele em que
figura o Estado como o tomador do empréstimo. O somatório dos valores contabilizados
a serem restituídos é denominado dívida pública.

De nada adiantaria a preocupação com os instrumentos de obtenção de receitas


públicas se não houvesse, na mesma esteira, normas regulando a aplicação desses
recursos pelo Estado. Afinal, receitas e despesas integram o mesmo processo da
atividade financeira estatal.

Apesar de a natureza da decisão sobre a aplicação dos gastos públicos ter, em


regra, conteúdo político, existem limites, parâmetros e prioridades constitucionais e
infraconstitucionais para a realização de todas as despesas públicas. Assim,
encontraremos, tanto na Constituição Federal de 1988 como nas leis específicas do
Direito Financeiro, critérios para a eleição da despesa pública, como também as regras
que conduzem o procedimento para sua realização.

É inegável que a definição das políticas públicas e a escolha feita pelo Estado
sobre o que fazer com os recursos financeiros arrecadados devem seguir sempre o
interesse coletivo, pautar-se nas necessidades mais urgentes da sociedade e serem
conduzidas a partir dos valores constitucionais voltados para a consecução e o
atendimento dos direitos fundamentais e dos direitos sociais

Despesa pública é o conjunto de gastos realizados pelo Estado no seu


funcionamento. Noutras palavras, é a aplicação de recursos financeiros em bens e
serviços destinados a satisfazer as necessidades coletivas. A origem etimológica da
palavra despesa vem do latim dispendere, que significa empregar e, portanto, nos indica
sua função: utilizar os recursos estatais na execução da sua finalidade. Apesar de
utilizarmos a palavra “gasto” como sinônimo de despesa, no direito financeiro não há
uma conotação negativa como usualmente é empregada no dia a dia, no sentido de
desperdício ou de esbanjamento. Muito pelo contrário, o gasto do dinheiro público deve
ser sempre feito e considerado como um emprego da verba pública de maneira positiva,
ou seja, um investimento na sociedade ou no patrimônio estatal, agregando-se valor
através da despesa pública, em bens ou serviços de interesse da coletividade.

Como em qualquer atividade humana, a execução orçamentária precisa ser


devidamente acompanhada, fiscalizada e controlada. Isso porque a concretização da
programação orçamentária é feita através de atos da Administração Pública, que, da
mesma forma que outros atos, estão sujeitos a equívocos, inobservância de suas normas,
desvios de conduta dos agentes e toda a sorte de irregularidades.

O interesse público envolvido nas atividades financeiras do Estado enseja a


preocupação de todos na garantia da melhor aplicação dos seus recursos. Para tanto, o
Direito Financeiro brasileiro possui um sistema normativo regulamentando a
fiscalização e o controle do cumprimento do orçamento. A Constituição Federal de
1988 dispõe de uma seção específica para estruturar e disciplinar a matéria (arts. 70 a
75). E, na mesma linha, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000) traz um
conjunto de dispositivos sobre a fiscalização e o controle orçamentário (arts. 43 a 59).
Como sabemos, esses dispositivos se aplicam na atividade de fiscalização e controle nos
três níveis da federação: federal, estadual e municipal.
O acompanhamento da execução orçamentária é realizado por todos aqueles
interessados no seu objeto, a partir dos relatórios periódicos que a Administração
Pública está obrigada a divulgar. A fiscalização, por sua vez, refere-se à certificação
feita pelos órgãos competentes (Tribunal de Contas, Controladorias etc.) de que na
execução do orçamento estejam sendo atendidos os princípios e as regras pertinentes,
buscando-se identificar possíveis irregularidades. O controle orçamentário envolve a
correção de eventuais irregularidades encontradas na sua execução.

Nesse limiar Os Tribunais de Contas dos Estados (TCE) exercem uma função
vital no território brasileiro: fiscalizar as despesas e receitas dos estados e municípios.
Apesar disso, sua atuação ainda pode parecer obscura para quem não é familiarizado
com o órgão, ou para aqueles que não possuem tanto conhecimento nas áreas de direito
ou administração.

São órgãos públicos. Apesar de parecer estranho que um órgão do estado


fiscalize o próprio estado, os TCEs são autônomos, ou seja, possuem independência
financeira e administrativa. Ao contrário do que sugere o “Tribunal” no nome, o TCE
não é um tribunal, e não pertence ao poder Judiciário, mas atua como um auxiliar do
poder Legislativo no controle externo da Administração Pública.

Justamente por não ser parte dos três poderes, as funções dos TCEs são apenas
fiscalizadoras, e funcionam como um auxílio ao Legislativo - quem efetivamente
controla e regula a movimentação financeira dos estados e municípios. Gestores público
podem ser denunciados ao Tribunal, e caso suas contas sejam julgadas como irregulares,
os gestores podem sofrer sanções nas esferas Civil, Administrativa e Criminal.

Diferente dos “Ministros” do Tribunal de Contas da União, os TCEs têm


“Conselheiros” como membros do Tribunal. Pela Constituição de 1988 e por
entendimento do STF, dentre os sete Conselheiros, quatro são escolhidos pela
Assembleia Legislativa do estado, enquanto três são indicações do Governador - sendo
um auditor de carreira, um membro do Ministério Público de Contas, e um à livre
escolha. Todos os nomes indicados pelo Governador também devem ser aprovados pela
Assembleia Legislativa, possuir entre 35 e 65 anos, notórios conhecimentos jurídicos,
contábeis, econômicos e financeiros, além de mais de 10 anos de exercício de uma
função que exija tais conhecimentos.

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