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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE

ANGOLA

TRABALHO DE FINANÇAS PÚBLICAS


TEMA:
Dívida Pública

LUANDA
2022
TURMA: LAD4N

INTEGRANTES DO GRUPO Nº 3

1 – Gerson Francisco

2 – Luzia Santiago

3 – Ofélia Augusto

4 – Valter Mulenga

5 – Marcelina Gomes

6 – Joana Borges

7 – Rosita António

8 – Teresa Ngungi
ÍNDICE

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................3
Objectivo Geral........................................................................................................................4
Objetivos específicos:...........................................................................................................4
Metodologia.............................................................................................................................4
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA...............................................................................................5
Noção e tipos de Divida Pública...............................................................................................5
O peso da divida pública..........................................................................................................7
Os limites da divida publica.....................................................................................................8
Formas de dívida pública.........................................................................................................8
A Gestão da dívida Pública......................................................................................................9
Dívida interna e divida externa.................................................................................................9
Vantagens de endividamento.............................................................................................10
Desvantagens do endividamento.......................................................................................10
Sustentabilidade da Dívida.................................................................................................11
A dívida publica Angolana.....................................................................................................11
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................15
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................16
INTRODUÇÃO

O presente trabalho permite considerar o problema da dívida pública do ponto de


vista da engenharia jurídica, no desenho e na criação de modelos de políticas
econômicas com fundamentos na economia que tem o papel de proporcionar suas
principais diretrizes para promover a sua sustentabilidade.

A dívida pública abrange empréstimos contraídos pelo Estado junto a


instituições financeiras públicas ou privadas, no mercado financeiro interno ou externo,
bem como junto a empresas, organismos nacionais e internacionais, pessoas ou outros
governos.

A dívida surge e aumenta sempre que o governo gasta mais do que arrecada.
Assim, quando os impostos e demais receitas não são suficientes para cobrir as
despesas, o governo é financiado por seus credores (pessoas físicas, empresas, bancos),
dando origem à dívida pública. Porem, o endividamento público, se bem administrado,
permite ampliar o bem-estar da sociedade e favorece o bom funcionamento da
economia.

As receitas e as despesas de um governo passam por ciclos e sofrem oscilações.


Em períodos de crise, por exemplo, a economia produz menos e a arrecadação de
impostos cai. Ao mesmo tempo o número de desempregados sobe e os gastos do
governo com seguro desemprego aumentam. Com isso, a conta do Estado fica mais
apertada. Na ausência do crédito público, essas oscilações teriam de ser absorvidos por
aumento na carga tributária ou por cortes em outros gastos.
Objectivo Geral

O objectivo geral deste trabalho foi, portanto, analisar sobre a Divida Pública.

Objetivos específicos:

 Analisar a origem da divida publica interna e externa;


 Detalhar o cenário da divida publica de Angola e as suas implicações;
 e analisar das políticas monetária e fiscal adoptadas para mitigar o problema
e a verificação dos seus reflexos no endividamento.

Metodologia

Em termos metodológicos, para alcançar os objetivos pretendidos no presente


trabalho foi adoptado a metodologia Bibliográfica e para coletada de dados foram
utilizados dados macroeconômicos disponíveis nos sites oficiais do Banco Nacional
(BNA), Ministério das Finanças (MINFIN), e da Agencia Tributaria (AGT), a partir dos
quais foram feitas análises do endividamento público.
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

Noção e tipos de Divida Pública

Dívida Pública é o conjunto dos compromissos das entidades públicas


decorrentes de operações de crédito, com o objectivo de atender às necessidades
públicas. Abrange, o empréstimo público, bem como outras operações de crédito,
nomeadamente, os avales, os débitos resultantes do crédito administrativo, vitalício,
empresarial ou monetário, e da assunção de onerações em contra partida de atribuições
patrimoniais. Ela é a dívida contraída pelo Estado para, financiar parte de seus gastos
que não são cobertos com a arrecadação de impostos; ou alcançar alguns objectivos de
gestão económica, tais como controlar o nível de actividade, o crédito e o consumo ou,
ainda, para captar moeda no exterior.

Neste sentido amplo de dívida pública, podem distinguir-se, no essencial, duas


espécies principais de dívida pública: Dívida Pública Direta, e a Dívida Pública
Indireta.

A Dívida Pública Directa é a divida em que o Estado ou outra entidade pública é o


devedor efectivo de determinadas quantias, pela qual responde as suas receitas, ou seja,
aquela em que o Estado é o devedor directo.

A divida pública directa pode ser contratual ou mobiliária, titulada ou não titulada.
A forma de representação da divida pública directa contratual é o contrato, a forma de
representação da divida pública directa mobiliária são os titulos que podem ser:

a) Obrigações de Tesouro;
b) Bilhetes de Tesouro;
c) Certificados de Poupança;
d) Certificados Especiais de Divida Pública; e
e) Notas Promissórias

A Dívida Pública Indirecta é a divida em que o Estado ou outra entidade pública


responde subsidiariamente pelas dividas de terceiros. Neste caso, embora o Estado não
seja o beneficiário efectivo de uma operação de crédito, assegura os encargos de
empréstimos que em tempo garantiu e em que, por motivos vários, se veio a verificar o
incumprimento do devedor principal e relativamente à qual é apenas o responsável
subsidiário. Aqui o Estado já não é devedor directo, é um devedor de segunda linha. «A
forma mais típica dentro desta espécie deriva da concessão do aval do Estado, acto pelo
qual o Estado se obriga acessoriamente pelo cumprimento de obrigações que a título
principal cabem a outras entidades. Podem, no entanto, existir outras figuras, como
sejam as que resultam de o Estado, no momento do reembolso da prestação de capital,
convencionar com outra entidade, que estava obrigada a este reembolso, assumir ele
essa obrigação e investir-se na situação activa em relação ao devedor beneficiado».

Para além da já referida distinção entre dívida pública directa e dívida pública indirecta,
a dívida pública admite várias outras distinções/classificações. Desde logo, a dívida
pública pode ser: interna; ou externa.

Dívida interna é a parte da dívida pública que representa o somatório dos


débitos, resultantes de empréstimos e financiamentos contraídos por um governo, com
entidades financeiras e indivíduos de seu próprio país. A dívida interna é
complementada com a dívida externa para formar a dívida pública.

Dívida externa é, portanto, o somatório de empréstimos e financiamentos


contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou privadas. Os
recursos são provenientes de governos estrangeiros, entidades financeiras internacionais
(como o FMI ou o Banco Mundial) e também bancos ou empresas privadas.

Uma outra importante distinção, que releva, sobretudo, pelas diferentes função e regime
jurídico, é a que distingue entre dívida fundada; e dívida flutuante.

A dívida pública fundada, ou a longo prazo – que tanto pode ser interna,
como externa – «corresponde às obrigações assumidas num determinado período
orçamental e que devem ser liquidadas em período posterior, superior a um ano». Esta
dívida é contraída, por norma, mediante emissão de títulos ou celebração de contratos,
para atender ao desequilíbrio orçamental ou financiamento de obras e serviços públicos,
que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. Esta dívida, por
sua vez, pode ser de dois tipos: pode ser perpétua ou consolidada, caso em que o
Estado não está vinculado a uma obrigação de reembolso, mas tão só ao pagamento de
juros pelo capital; ou pode ser temporária, caso em que já possui um prazo de
reembolso, que por sua vez pode ser: à vista em que o pagamento se faz mediante
simples apresentação do título pelo titular ou movimentador autorizado; em momento
certo ou incerto ou por morte do devedor, como é o caso das rendas vitalícias.
A dívida pública flutuante, ou de curto prazo, «corresponde às obrigações
que devem ser liquidadas dentro do mesmo período orçamental (ou no período seguinte,
mas dentro do prazo de um ano)», e que, por isso, tecnicamente, não financia o défice
global do Orçamento do Estado. A dívida pública pode ser, ainda, negociável (a saber,
os bilhetes e as obrigações do tesouro), mais adequada aos grandes investidores,
podendo ser objecto de transacção; ou não negociável (como é o caso dos certificados
de aforro), mais adequada aos pequenos aforradores, cujos recursos globais não são
despiciendos, incentivando ao mesmo tempo à poupança em instrumentos a taxa
tendencialmente estável e com a garantia do Estado. Os empréstimos que corporizam a
dívida pública podem ser de curto ou longo prazo.

O peso da divida pública

A economia angolana debate-se com os efeitos de recessão desde 2016,


justificados maioritariamente por fatores decorrentes de uma conjuntura internacional
adversa, bem como pelos efeitos das reformas estruturais em curso implicarem menos
consumo das famílias e níveis baixos de investimentos públicos.

Em 2020, dois acontecimentos foram decisivos para justificar os desequilíbrios na


atividade económica em Angola, nomeadamente a pandemia do novo coronavírus, cujo
impacto levou à adaptação de medidas para o reforço do gasto público com a saúde e
segurança, para efeitos de contenção da pandemia, e queda do preço do petróleo no
mercado internacional, que afetou o desempenho do sector de petróleo e gás, registando
quedas sistemáticas dos níveis de produção, forçando a realização de ajustes nos
principais indicadores macroeconómicos, face aos efeitos causados pelas oscilações no
preço de petróleo.

O Produto Interno Bruto (PIB) Real contraiu nos anos mais recentes 2,0% e
0,6%, em 2018 e 2019, respetivamente. Estima-se que no ano 2020 a contração será de
3,3%, fortemente influenciada pela trajetória negativa do sector petrolífero e gás natural.

Por sua vez, prevê-se que o PIB não petrolífero, contrariamente ao crescimento
registado em 2019 (1,9%), contraia 2,0% em 2020. Essa performance deverá ser
determinada por restrições no desempenho dos sectores dos Serviços Mercantis4 e
Sector Público Administrativo, bem como pelo fraco desempenho do sector de Extração
de Diamantes, de Minerais Metálicos e Outros Minerais
Os limites da divida publica

No ambito da lei nº 1/14 de 6 de Fevereiro do Diário Da República De Angola,


órgão oficial da República De Angola, art.3º nº1 no calculo do limite para a divida
fundada deve ter-se em conta o endividamento novo, deduzido das amortizações e das
reservas financeiras do Tesouro, existentes no encerramento do exercício financeiro.

Nº3 - A divida pública, interna e externa, de curto, medio e longo prazo, não
deve exceder 60% do Produto Interno Bruto.

A limitação no endividamento público, através de uma gestão fiscal regrada sob


os princípios da moralidade e responsabilidade no trato da coisa pública, influencia
fortemente no grau de credibilidade do país, seja em nível nacional ou estrangeiro,
atraindo investimentos de grande relevância para o progresso Angolano.

Formas de dívida pública

A dívida Pública, pode dizer-se que tem as formas de crédito e dos empréstimos
que lhe dão origem. Nesta ordem de ideias a divida pública poderá ser interna ou
externa, consoante seja interno ou externa o respectivo empréstimo.

A dívida externa poderá reportar-se a situação passiva do Estado relativamente


às instituições monetárias e financeiras internacionais, caso em que se designa de dívida
internacional.

Com este entendimento a divida da comunidade a outros países e instituições


internacionais de crédito.

Dívida externa e internacional, em conjunto forma a dívida externa nacional,


esta poderá ser de curto prazo também designada de flutuante, de longo prazo, fundada
ou consolidada.

A dívida fundada compreende os compromissos com exigibilidade superior a


doze meses e pode ser, perpetua, consolidada ou temporária.

A dívida adquirida através de operações e emissão de título no mercado com resgate a


longo prazo, ou quando não tenha prazo de reembolso será considerada consolidada.
A dívida temporária pode ser amortizável em momento incerto ou em condições
predeterminadas incluindo as de prazo.

A deficiência de caixa é suprida através de divida afluente e resgata se em curto espaço,


na eventualidade de insuficiência momentânea. A dívida de curto é representada
usualmente, por Bilhetes de Tesouro.

A dívida pode ser titulada ou não titulada conforme os direitos e deveres dela
emergente estejam ou incorporados em certos títulos documentais nas condições
definidas na Lei.

A Gestão da dívida Pública

É feita no âmbito do subsistema do tesouro e corresponde a um conjunto de


operações necessárias á dinâmica do crédito e que pode ter em vista a sua amortização
regular ou irregular e reembolso final (gestão normal) ou a sua modificação (gestão
anormal).

A gestão da dívida pode decorrer da sua amortização, conversão, remissão,


conforme o modo extinção ou diminuição do empréstimo público que lhe deu origem.

Dívida interna e divida externa

Muito se tem discutido sobre as vantagens e desvantagens da divida interna


relativamente à divida externa.

A dívida Pública externa poderá ser do tipo comercial, bilateral ou multilateral:

Dívida Pública externa do tipo comercial refere-se aos empréstimos contraídos junto
dos bancos comerciais estrangeiros, a taxa de juro do mercado.

A dívida bilateral resulta dos empréstimos provenientes dos outros Estados.

A Dívida multilateral é consequência da contracção dos empréstimos junto de


instituições financeiras multilaterais por exemplo: BM, FMI, BAD.

No caso das dívidas bilateral e multilateral, trata-se de empréstimos concessionais, ou


seja de empréstimos com uma taxa de juro muito inferior á de mercado e que
beneficiam de condições vantajosas de pagamento, como sejam, um longo período
graça a prazos de amortização muito dilatados.

Vantagens de endividamento

A dívida Pública externa proveniente de poupança externa implica um aumento


de recursos financeiros totais disponíveis para o financiamento do investimento nacional
que permite um rápido crescimento económico.

No caso do inverso o recurso a este tipo de empréstimo por parte do Estado


absorve poupanças internas, reduzindo o volume de recursos financeiros disponíveis
para o sector privado.

O endividamento externo consiste no aumento da disponibilidade de divisas para


o país devedor, contribuindo para o financiamento dos défices na balança de transações
correntes a um aumento das reservas externas do Banco Central, ainda constitui
vantagem do empréstimo Público externo consiste no seu baixo custo e condições
favoráveis de amortização.

Desvantagens do endividamento

O serviço da dívida Pública externa implica uma saída do dinheiro no país e o


pagamento dos juros representam uma transferência de favor de agentes económicos
nacionais.

A acumulação da dívida pública externa gera uma crescente drenagem de divisas


do país mas com reflexo na balança de transacções correntes.

As consequências da dívida na economia em via do desenvolvimento, a crise da dívida


ilustram bem os elevados riscos associados a um endividamento externo excessivos o
qual se traduz numa maior vulnerabilidade.

Desvalorização da moeda e da inflação no valor da dívida, e sofre um


agravamento cada vez mais que a moeda nacional se desvaloriza já que serão
necessárias mais unidades de moedas para pagar os juros e capitais em moedas externa.

Perda da soberania.
Sustentabilidade da Dívida

É sustentável quando o Estado tem a capacidade em recursos para proceder o


reembolso.

Quanto maior for o rendimento nacional menor será o peso da dívida e


consequentemente será a sua sustentabilidade.

A dívida que absorve uma parcela considerável do fluxo de recitas correntes ao


Estado (fiscais não fiscais) não será sustentável pois não disporá dos meios necessários
para fazer face aos encargos da sua divida sem por em causa o normal funcionamento
de Administração Pública e provisão de bens públicos essencial.

Quando analisamos a dívida pública devemos ter em conta a relação entre a


divida total e o serviço. No caso da dívida externa a relação entre os encargos por ela
gerados e exportação de bens e serviços constitui indicador de maior relevo, é a
capacidade exportadora de um pais que nos diz se a divida externa é ou não sustentável.
Uma economia que não gera suficientes receitas em moeda externa não terá meios
necessários ao pagamento da divida externa.

O endividamento não deve provir de financiamento de gastos supérfluos e de consumos,


que não contribuem para expansão do PIB e das exportações, a dívida a pagar é
compensada pela crescente capacidade do Estado que não terá um impacto negativo no
orçamento do Estado e na balança de pagamento.

A dívida publica Angolana

A dívida pública angolana bateu nos 140% do Produto Interno Bruto (PIB) em
2020, superando a estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) que apontava a
134,2%, de acordo com cálculos do Expansão.

O relatório à quarta avaliação ao cumprimento do programa de financiamento em


Angola, divulgado em Janeiro deste ano, projectava o PIB angolano em 2020 em 61.900
milhões USD e apontava a um rácio da dívida/PIB de 134,2%. Ou seja, o total da dívida
pública interna e externa era de 83.069 milhões USD.
Entretanto, este mês, o Banco Nacional de Angola (BNA) publicou o relatório sobre as
Estatísticas Externas que coloca o PIB angolano em 2020 nos 59.900 milhões USD.
Contas feitas, os 83.069 milhões USD que correspondiam ao stock da dívida pública
angolana no final de 2020 representam 140% do PIB nacional.

E a culpa do afundanço do PIB em dólares para o valor mais baixo desde 2006 é
sobretudo da desvalorização em mais de 74% da moeda nacional em relação à moeda
norte-americana desde o início de 2018 até final de 2020. Isto sem esquecer a pandemia
da Covid-19 que trouxe uma nova crise dos preços do petróleo, que representa 30% do
PIB angolano, mas também o declínio da produção nacional que no final de 2020
produziu em média 1,145 milhões de barris por dia, o que contrasta com os 1,369
milhões/dia produzidos em Dezembro de 2019 e os 1,445 milhões/dia do último mês de
2018.

Não está em causa a sustentabilidade da dívida, admitem especialistas, até


porque Angola reestruturou parte da sua dívida, garantindo uma moratória de três anos
com um alívio cumulativo de 6,9 mil milhões USD (entre 2020 e 2022), entre suspensão
do pagamento de amortizações aos seus credores chineses (bancos) e a Suspensão do
Serviço da Dívida (DSSI) do G20, que garantia uma moratória sobre os pagamentos da
dívida dos países mais endividados aos países mais desenvolvidos e às instituições
financeiras multilaterais, com um prazo inicial até Dezembro de 2020, mas que foi
sucessivamente alargada até final deste ano.

A dívida pública contraída pelo Executivo angolano no mercado externo, Fundo


Monetário Internacional (FMI), um acordo alargado de três anos com Angola, no
montante de DSE 2,673 mil milhões (cerca de US$ 3,7 mil milhões na data de
aprovação), foi aprovado pelo Conselho de Administração a 7 de dezembro de 2018.
Tem como objetivos restaurar a sustentabilidade externa e orçamental, melhorar a
governação e diversificar a economia, a fim de promover um crescimento económico
sustentável e impulsionado pelo setor privado. Aquando da terceira avaliação, o
Conselho de Administração aprovou também o pedido das autoridades de um aumento
do acesso no montante de DSE 540 milhões (cerca de US$ 765 milhões na data da
aprovação) para apoiar os esforços de atenuação do impacto da pandemia da Covid-19 e
avançar na implementação das reformas estruturais.
O impacto da pandemia da Covid-19 na economia angolana começou a diminuir,
num contexto de elevação dos preços do petróleo e medidas de contenção menos
disruptivas. O crescimento não petrolífero começou a recuperar e espera-se que
contribua para uma ampla estabilização da produção global em 2021. A inflação
ultrapassou os 25%, impulsionada por fatores do lado da oferta. A continuação da
contenção fiscal deverá produzir um excedente global substancial em 2021, enquanto
que a subida dos preços do petróleo está a apoiar um elevado excedente da conta
corrente.

As projeções apontam para um crescimento global positivo de Angola em 2022,


atingindo cerca de 3.1% a médio prazo, impulsionado pela implementação das reformas
estruturais planeadas que visam reforçar o crescimento. A inflação deverá diminuir
gradualmente a partir de 2022, à medida que a inflação alimentar mundial abranda e o
banco central mantém uma orientação restritiva da política monetária. Uma posição
orçamental prudente e contínua, incorporada aos planos orçamentais para 2022, apoiará
um rápido declínio no rácio dívida pública/PIB, enquanto protege as principais despesas
sociais e de saúde.

Concluídas as discussões, a Sra. Antoinette Sayeh, Subdiretora-Geral e Presidente


Interina do Conselho, fez a seguinte declaração:

As políticas prudentes das autoridades angolanas contribuíram para reforçar a


estabilidade e a sustentabilidade no âmbito do programa, apesar das difíceis condições
económicas. Beneficiada pelo aumento recente dos preços do petróleo, esta disciplina
nas políticas e compromisso com as reformas também começaram a melhorar o
desempenho económico, o que coloca Angola no caminho da recuperação dos múltiplos
choques e vários anos de recessão que sofreu.

A política orçamental disciplinada das autoridades está a contribuir para a forte


queda do rácio dívida pública/PIB em 2021, reforçando a sustentabilidade da dívida ao
mesmo tempo que protege a despesa social durante a pandemia. O orçamento de 2022
visa consolidar a contenção orçamental. A manutenção da redução da dívida pública no
sentido da meta de médio prazo das autoridades exigirá uma disciplina orçamental
contínua apoiada por reformas orçamentais estruturais. A política orçamental também
terá de atenuar o impacto dos choques de preços do petróleo, o que poderá ser
conseguido mediante a poupança de ganhos extraordinários futuros da alta dos preços
desse produto e a proteção das despesas prioritárias em períodos de contração.

O Banco Nacional de Angola (BNA) restringiu, corretamente, a orientação da


política monetária para fazer face à inflação elevada persistente, proveniente sobretudo
de fatores do lado da oferta. Com um aumento da taxa diretora e um crescimento
moderado da moeda, espera-se que no próximo ano esta orientação comece a reduzir a
inflação. Porém, no futuro, o banco central precisa de estar preparado para tornar a
política monetária mais restritiva, caso a inflação volte a acelerar ou as expectativas de
inflação elevada se enraízem. Os planos do BNA para a transição para um quadro de
política monetária de metas de inflação e o compromisso com um regime cambial
flexível são bem-vindos.

Aproveitando os avanços consideráveis nas reformas do setor financeiro, as


autoridades deverão manter os seus esforços para garantir a saúde do setor. Desde o
início do programa, reforçaram a capitalização do setor, bem como o quadro jurídico
para a sua regulação e supervisão. Agora é preciso concluir tanto a modernização do
quadro regulamentar como a reestruturação e recapitalização dos dois maiores bancos
públicos em dificuldades. A implementação de planos para enfrentar o ainda elevado
nível de crédito malparado é igualmente importante.

Diversificar a economia através de reformas estruturais profundas e contínuas é


essencial para alcançar um crescimento inclusivo e consolidar a sustentabilidade
económica. A rápida expansão da produção não petrolífera requer a implementação das
reformas em curso para reforçar a governação, melhorar o ambiente empresarial e
promover o investimento privado e a abertura comercial, bem como o desenvolvimento
do capital humano e das infraestruturas. As autoridades também devem promover as
condições para um desenvolvimento mais célere dos principais setores económicos, tais
como a agricultura, as telecomunicações e o setor
financeiro.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS BREVES CONCLUSÕES

Conclui-se que a divida Pública é o conjunto das situações passivas que resultam para o
Estado do recurso a crédito público, directa ou indirectamente.

A divida pública pode ser interna ou externa, quando responde a situações passivas
relativas as instituições monetárias e financeiras internacionais. A dívida pública só se
tornará sustentável com um perdão massivo da dívida externa, evitando deste modo que
uma proporção excessiva das receitas correntes do Estado e das exportações seja
desviada para o seu serviço.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.portaldeangola.com/

https://www.omrmz.og.br

https://www.expansao.com

https://www.trilhante.com

https://www.imp,org

Diário Da República Lei n 1/14

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