Você está na página 1de 35

A DIMENSÃO

ESTÉTICA
A experiência e o juízo estéticos

Prof. Luís Martins


Ano Letivo 2021/2022
Introdução

2
Estudar arte significa entender e refletir sobre as
principais correntes de crítica de arte; o estudo
dos objetos artísticos procurando a arte na
relação Homem/Mundo, pensando e analisando
os momentos culturais, artísticos e estéticos de
diversos tempos e sociedades, criando desta
forma conhecimentos significativos sobre a
humanidade.

3
• Criação humana de valores estéticos
(beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que
sintetizam as suas emoções, a sua história,
os seus sentimentos e a sua cultura.

• É um conjunto de procedimentos, utilizados


para realizar obras e no qual aplicamos os
nossos conhecimentos.
4
• Apresenta-se sob variadas formas como, por
exemplo: pintura, música, cinema, teatro,
dança, arquitetura, etc.

• Pode ser vista ou percebida pelo homem de


três formas distintas: visualizando, ouvindo ou
de forma mista (audiovisuais).

• O artista precisa da arte e da técnica para


comunicar.
5
• A arte faz-nos repensar os nossos
posicionamentos sócio-culturais e
artísticos.

• Procura fazer uma análise dos objetos de


arte e dos percursos históricos, pois de
alguma forma a arte interfere na sociedade
e, ao mesmo tempo, recebe influências do
meio em que está inserida.

6
O artista é o Homem que cria objetos para:

• Satisfazer as suas necessidades práticas  arte


utilitária;
• Como forma de vida para que o mundo saiba o
que pensa;
• Para divulgar as suas crenças (ou as de
outros);
• Para estimular e distrair-se a si mesmo e aos
outros;
• Para explorar novas formas de olhar e
interpretar os objetos e determinadas cenas.

7
• É a arte de aplicar cores sobre
diferentes superfícies para criar
uma imagem ou desenho
figurativo, imaginário ou abstrato.

8
• Há determinadas criações que são
designadas de artes menores não porque
sejam menores no conceito artístico, mas por
serem portáteis;

• Na maioria das vezes esta expressão é


utilizada para se referir a objetos artísticos
com função utilitária.
9
Estética e Filosofia
da Arte
A dimensão estética – análise e
compreensão da experiência estética
• O termo estética tem as suas raízes na expressão grega
aisthesis, que significa «perceção através dos sentidos
e/ou dos sentimentos».

• A estética, embora tão antiga quanto a filosofia, só aparece


como disciplina filosófica a partir do século XVIII, por volta
de 1750, sendo o filósofo alemão Alexander Baumgarten
(1714-1762) o responsável por tal facto.

11
 Com o termo estética Baumgarten referia-se

à disciplina que tenta sistematizar

racionalmente a diversidade de experiências

da beleza na arte, considerando assim a

estética uma teoria do conhecimento

sensível.

12
 A estética seria então uma ciência da

sensibilidade e, consequentemente,

uma capacidade dos órgãos dos

sentidos para apreciar a beleza.

13
 Eis alguns dos problemas sobre os

quais a estética se debruça:

 O que é o belo?

 O que é uma experiência estética?

 O que é um juízo estético?


14
• A filosofia da arte ultrapassa o
domínio da estética.

• Embora com pontos em comum, a


estética e a filosofia da arte, são
disciplinas distintas.

15
• O desenvolvimento das artes levou a que surgissem
novos problemas que não estavam já no âmbito
estética:

 O que é a arte?
 O que é um objeto artístico?
 Como se avalia uma obra de arte?

• Estas são algumas das questões que se integram na


filosofia da arte.

16
Hoje em dia considera-se
que a filosofia da arte é
uma especialização da
estética.

17
ACONCEÇÃO DE ARTE
NAS DIFERENTES
ÉPOCAS

18
ÉPOCA CLÁSSICA
A arte era vista como imitação da
realidade. Neste sentido, é apresentada
uma conceção objetiva de beleza. Ou
seja, acreditava-se que a beleza era uma
propriedade dos objetos e estes seriam
tanto mais belos quanto melhor se
aproximassem duma cópia da realidade.
Assim, seria bela a obra que conseguisse
reproduzir fielmente a realidade.

20
ÉPOCA MEDIEVAL
• A arte continua a ser vista como uma
representação da realidade (objetiva ou
imaginária).

• A objetividade da beleza é reforçada através


do recurso a três elementos fundamentais:
a) Justa proporção,
b) Claridade,
c) E integridade.

22
• Continuamos, assim, a ter uma beleza objetiva
porque estes três elementos são características
que fazem parte do próprio objeto.

• No entanto, a objetividade da beleza já não é


defendida apenas pela fidelidade à realidade,
como acontecia na época clássica, mas sim pelo
facto das obras apresentarem aqueles três
elementos.

23
• No entanto, para além daqueles elementos, é defendido que a obra de
arte tem que “agradar ao olhar”.

• Esta necessidade da obra de arte de “agradar ao olhar” é já um


elemento subjetivo que permite antever a conceção de beleza da época
moderna.

• “Agradar ao olhar” é subjetivo porque nem todos os objetos agradam a


todas as pessoas da mesma forma.

• Porém, a beleza ainda não é completamente subjetiva uma vez que os


objetos têm que apresentar aquelas três características (justa
proporção, claridade e integridade).
24
ÉPOCA
MODERNA
• Nesta época, a beleza passou a ser
subjetiva, ou seja, a beleza deixou de
ser vista como uma propriedade dos
objetos e passou a ser vista como
uma qualidade que afeta a “alma”
daquele que faz um juízo de valor.

26
• Nós quando fazemos uma apreciação
dos objetos é que os consideramos
belos, ou não.

• Mas o objeto, em si mesmo, não é


belo. Assim, o “juízo de gosto” passa
a ser subjetivo.

27
• Mas, como se acreditava que a
capacidade de julgar era universal,
então, acreditava-se que o gosto
também tenderia a ser universal, ou
seja, aquilo que um considerasse
belo, os outros, em princípio também
o considerariam.

28
ÉPOCA
CONTEMPORÂNEA
• Nesta época, rompe-se com todos os
modelos clássicos de arte.

• A beleza passa a ser totalmente relativa


e individualista.

• O artista quando cria uma determinada


obra está a dar a conhecer a sua vida
interior.

30
• Nos finais do século XIX surge a chamada
“arte pura” que não tinha o objetivo de
representar nada, nem estava preocupada
em agradar a ninguém.

• Dá-se então, definitivamente, uma rutura


com a tradição.

• No século XX assistimos ao surgimento de


uma grande diversidade de criações
artísticas.
31
• A arte contemporânea defende que os “juízos
de gosto” são subjetivos, dependem do
sujeito que avalia e são influenciados pela
cultura em que ele (sujeito) está inserido.

• Já não se pretende estabelecer um conceito


único de beleza porque esta (a beleza) deixou
de ser encarada como uma propriedade (ou
característica) dos objetos.

32
«Decidir o que é arte e avaliar uma obra de arte são problemas diferentes. Se tivéssemos
um método absoluto para distinguir a arte e a não-arte, tal método não nos tornaria
necessariamente capazes de medir a qualidade artística. As pessoas acostumaram-se,
desde há muito, a misturar os dois problemas num só. Quase sempre, quando perguntam
“Porque será isto arte?”, querem dizer “Porque será isto boa arte?”. Quantas vezes ouvimos
esta pergunta – ou acaso nós próprios a fizemos – perante certas obras estranhas e
perturbadoras que se nos deparam hoje em dia em museus e exposições? Interrogação
onde se manifesta um certo travo de exaspero porque dá a subentender que nós,
realmente, não pensamos estar a ver uma obra de arte, embora os entendidos – críticos,
conservadores de museus, historiadores – a tenham nessa conta. Se assim não fosse,
porque iriam expô-la em público? É evidente que, se os critérios são muito diferentes dos
nossos e se ficamos assaz perplexos para os entendermos, bem desejaríamos que esses
senhores nos dessem algumas regras simples e bem claras para nos guiarmos. Talvez
então aprendêssemos a gostar do que vemos e saberíamos “porque era arte”.»

H. W. JANSON – História da Arte

33
EXERCÍCIO
Analise as seguintes imagens e procure, com os seus colegas, determinar
critérios que definam uma obra de arte. Serão elas artísticas?

MARCEL DUCHAMP – A Fonte RENÉ MAGRITTE – Os Amantes 34


FIM
35

Você também pode gostar