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pessoa-ambiente na
América Latina:
perspectivas críticas, territorialidades e
resistências
Organização
Tadeu Mattos Farias
Nikolas Olekszechen
Monique Araújo de Medeiros Brito
Porto Alegre
2021
A Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) é uma enti-
dade civil, autônoma e sem fins econômicos que reúne e organiza pessoas
dedicadas ao estudo, ensino, investigação e aplicação da Psicologia a partir
de um ponto de vista social no Brasil. Desde a sua criação, no ano de
1980, a ABRAPSO busca ensejar a integração da Psicologia Social com
outros campos, incentivar e apoiar o desenvolvimento de ações no campo
sociocomunitário, bem como garantir o compromisso ético-político de
profissionais, investigadores, especialistas e estudantes da área com as po-
pulações submetidas a desigualdades e explorações sociais e econômicas, em
condição de opressão ou violência de qualquer ordem, contribuindo para a
transformação da sociedade brasileira no sentido da justiça e da igualdade.
Todos os anos a ABRAPSO realiza encontros regionais ou nacionais
dedicados a mobilizar e estimular a dialogia acerca da Psicologia Social. O
seu compromisso com a sistematização e difusão de saberes se expressam
por intermédio da publicação de literatura especializada pela ABRAPSO
Editora e pela Revista Psicologia & Sociedade.
Site: http://www.abrapso.org.br/
Editora Executiva
Ana Lídia Brizola
Conselho Editorial
Ana Maria Jacó-Vilela – UERJ
Andrea Vieira Zanella - UFSC
Benedito Medrado-Dantas - UFPE
Conceição Nogueira – Universidade do Minho - Portugal
Francisco Portugal – UFRJ
Lupicinio Íñiguez-Rueda – UAB - Espanha
Maria Lívia do Nascimento - UFF
Pedrinho Guareschi – UFRGS
Peter Spink – FGV
Vários autores.
ISBN 978-65-88473-11-5
21-84370 CDD-155.9
Índices para catálogo sistemático:
Apresentação.......................................................................... 9
Tadeu Mattos Farias | Monique Araújo de Medeiros Brito | Nikolas Olekszechen
Prefácio.................................................................................. 15
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VIII. El “hogar” en movimiento:
La expulsión en el espacio público de personas en situación de calle......165
Catalina Ramírez Vega | Tomeu Vidal Moranta
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
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Prefácio. Perspectivas críticas en el estudio de las relaciones persona-ambiente:...
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Prefácio. Perspectivas críticas en el estudio de las relaciones persona-ambiente:...
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Prefácio
Perspectivas críticas en el
estudio de las relaciones
persona-ambiente:
Territorialidades y creación de espacios de
resistencia en américa latina
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Prefácio. Perspectivas críticas en el estudio de las relaciones persona-ambiente:...
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Eixo I
Descolonizando saberes:
perspectivas críticas para as relações
pessoa-ambiente a partir do Sul Global
Capítulo I
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Ecos da acumulação primitiva: Contribuições marxistas para a análise crítica...
Marx e o ambiente
1 Do ponto de vista ontológico, este trabalho se insere no Realismo Crítico (Bhaskar, 2008). Nesse
sentido, não parto de pressupostos relativistas subjetivistas sobre a realidade, nem recorro a determi-
nismos geográficos ou de qualquer ordem sobre o sujeito do conhecimento. A crítica ao pressuposto
universalista do eurocentrismo do conhecimento e aos problemas da importação acrítica de modelos
teóricos euro e estadunidocentrados é compatível com o uso de referenciais qualificados de qualquer
posição geográfica, o que inclui a teoria social marxiana.
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Ecos da acumulação primitiva: Contribuições marxistas para a análise crítica...
2 A escrita deste capítulo se deu em 2020, ano em que o mundo foi assolado por uma pandemia que
levou a um aumento do desemprego, da precarização das relações de trabalho e da pobreza e miséria em
todo o mundo. Ao longo desse mesmo período, Elon Musk tornou-se a segunda pessoa mais rica do
mundo, com uma fortuna de 146 bilhões de dólares.
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Silvia Federici (2017) vai além, e considera que Caliban não se reduz
ao rebelde colonial, mas representa também o proletariado de todo o
mundo e seu corpo “como terreno e instrumento de resistência à lógica
do capitalismo” (p. 23), e que a figura da bruxa “situa-se no centro da
cena, enquanto encarnação de um mundo de sujeitos femininos que o
capitalismo precisou destruir” (Federici, 2017, p. 23).
A história de destruição do meio-ambiente latino-americano e, con-
sequentemente, a forma como pensamos a realidade humano-ambiental
local, não pode ser dissociada da história de superexploração da força
de trabalho, de genocídio indígena, dos negros escravizados e de seus
descendentes, do roubo de terras e de corpos, e da história de dominação
político-econômica determinada pela divisão internacional do trabalho
pelo capitalismo, desde sua gênese até sua etapa imperialista. Nosso pro-
cesso de análise, entendimento e enfrentamento da “questão ambiental”
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Capítulo II
Contribuições subversivas
para uma Psicologia Ambiental
insurgente e genuinamente
latino-americana
Raquel Farias Diniz
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Contribuições subversivas para uma Psicologia Ambiental insurgente e genuinamente...
como una esencia que se tenga que mantener, que se tenga que cuidar
para que no se contamine con fuerzas externas, tampoco es una forma
arcaica del pasado. Por ello propongo que pensemos lo comunal indígena
como el funcionamiento de las estrategias de hombres y mujeres que co-
tidianamente gestionan, autorregulan y defienden su territorios. (Tzu-
-Tzu, 2015, p. 125)
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Capítulo III
Introdução
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2 Os termos perejivanie e perezhivanie aparecem igualmente em textos sobre a obra de Vigotski para
se referirem ao que, em português, também foi traduzido como vivência.
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Considerações finais
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Capítulo IV
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Todo aquele que comesse o fruto meloso do lótus não desejava ser-
vir de mensageiro nem retornar, mas preferia lá mesmo, com os
varões lotófagos, comendo lótus, permanecer e esquecer o retorno.
A eles, que choravam, conduzi às naus, à força, e, nas cavas naus,
empurrando-os sob os bancos, prendi; e aos outros ordenei, leais
companheiros, que sem demora embarcassem nas rápidas naus
para ninguém do lótus comer e do retorno esquecer. (Homero,
2014, seção 4094)
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Capítulo V
A construção da classe
trabalhadora nos processos de
territorialização
Guilherme Paim Mascarenhas
Introdução
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2 Segundo Bottomore (1988, p. 6), a alienação é “ação pela qual (ou estado no qual) um indivíduo,
um grupo, uma instituição ou uma sociedade se tornam (ou permanecem) alheios, estranhos, enfim,
alienados [1] aos resultados ou produtos de sua própria atividade (e à atividade ela mesma), e/ou [2] à
natureza na qual vivem, e/ou [3] a outros seres humanos, e - além de, e através de, [1], [2] e [3] - tam-
bém [4] a si mesmos (às suas possibilidades humanas constituídas historicamente). Assim concebida, a
alienação é sem pré-alienação de si próprio ou autoalienação, isto é, alienação do homem (ou de seu ser
próprio) em relação a si mesmo (às suas possibilidades humanas), através dele próprio (pela sua própria
atividade). E a alienação de si mesmo não é apenas uma entre outras formas de alienação, mas a sua
própria essência e estrutura básica”.
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Conclusão
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Capítulo VI
Retirâncias:
O que nos move pelo mundo?
Monique Araújo de Medeiros Brito
Alexandra Cleopatre Tsallis
DESLOCAmentos……………… …… ………………………………………....
…………………………………………… …… ……………desloca-MUNDOS
A ruana1 desloca-se para seu trabalho. Jaciara2 acorda cedo para ir à es-
cola. Ayane3 caminha pelas ruas da cidade vendendo doces. Maitê4 se
prepara para fazer sua primeira viagem de avião. Aurora5 agora pedala pela
cidade para fazer sua parte na despoluição do ar. Zoe6 acorda cedo pra fazer
a primeira grande caminhada do dia até o açude para buscar água para as
atividades diárias da casa. Sofia7 entra no ônibus para 27 horas de estrada.
Luíza8, Ayo9, Kieza10 e Shaira11 entram naquele barco buscando uma nova
vida em terras distantes. Maya12 organiza as coisas em casa e as deixa sob
os cuidados de sua filha mais velha, Antonella13, porque hoje começa mais
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uma marcha pela terra e ela é uma das lideranças do movimento. Uma
estrela cadente viaja a 250.000 km por hora. A Terra demora 365 dias e 6
horas para dar uma volta em torno do sol. Bárbara14 acaba de deslocar-se
do útero da sua mãe para esse mundo frio e assustador e alegre e pulsante.
Deslocamento. Movimento. Não apenas físicos, geográficos. Desloca-
mentos subjetivos. Deslocamentos imaginários. Deslocamentos do desejo.
Quando des-loco de onde estou, saio de um locus15 e passo a outro. Des-colo.
Já não estou tão colada ao conhecido e com isso vem o risco. Entrego-me
a ele. Não em totalidade. Não em eternidade, apenas em caminho.
A vida humana é marcada pelos deslocamentos. Eu arriscaria dizer da
vida mais que humana. A história da vida. Penso agora nas placas tectônicas.
Até 200/250 milhões de anos atrás, existia apenas um continente no globo
terrestre, que foi denominado Pangeia (etimologicamente, pan - todo -,
geo - terra). Esse corpo, até então uno, começou a separar-se em decorrência
de um movimento subterrâneo, não perceptível aos seres vivos, que foi
denominado deriva continental. Uma força maior que a inércia, capaz de
descolar e deslocar corpos gigantescos pelos oceanos afora16.
Tudo está se deslocando. Até as rochas, aparentemente paradinhas
ali, são deslocadas e refeitas pelo movimento dos ventos que trazem e
levam matéria, alterando formatos e composições. Assim o mundo vai se
produzindo. Recompondo-se. Até as guerras se deslocam. Vírus se des-
locam com uma rapidez quase inimaginável. Desejos, além de des-locar,
também des-colam.
Os deslocamentos são motivados e produzidos pelas mais diversas
situações e contextos, assim como também são barrados. Pessoas mudam
de casa, bairro, cidade, estado, país, continente. Quem sabe no futuro
também possam mudar de planeta. Às vezes esses deslocamentos são de-
sejados e planejados. Sonhos e desejos mais individuais ou mais coletivos.
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Retirâncias: O que nos move pelo mundo?
Pois bem, temos aqui duas mulheres lhes escrevendo17. Uma delas é
Monique Brito, mulher branca18, nordestina, vinda do sertão, no interior
do estado do Rio Grande do Norte. Migrou muitas vezes para estudar, para
“formar-se”. Tem se formado (especializado) em deslocamentos. Tem sido
17 Nossa política de escrita é da explicitação do local de fala. Trazemos nomes, origens, histórias.
Também utilizamos diferentes pessoas nas conjugações verbais. Às vezes quem fala é o eu, mesmo sa-
bendo-se atravessado por tantes outres. Às vezes quem fala é o nós, mesmo sabendo-se responsável pelo
que diz e sem buscar generalizações.
18 Não é sem incômodo que me descrevo como mulher branca. Pensar que nasci no nordeste brasi-
leiro e me colocar como branca sempre me pareceu bem surreal, mas aos poucos, aproximando-me das
discussões sobre raça e racialização, entendi que me perceber como mulher branca está para além da cor
da minha pele e dos traços do meu rosto. Trata-se de reconhecer meus privilégios em uma sociedade
racista como a nossa. É afirmar para mim mesma e para o mundo que eu não sei o que é ter a vida
dificultada por causa da minha cor e de outras características fenotípicas utilizadas cruelmente para
separar, classificar e valorar as pessoas.
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Retirâncias: O que nos move pelo mundo?
19 Tudo aquilo que tem agência sobre, podendo ser humano ou não humano. O conceito foi criado
para escapar da palavra ator, muito utilizada para humanos. Aqui, utilizamos com mais uma motivação:
actante não traz, como a palavra ator, um marcador de gênero dominante.
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Retirâncias: O que nos move pelo mundo?
Devir é, a partir das formas que se tem, do sujeito que se é, dos ór-
gãos que se possui ou das funções que se preenche, extrair partícu-
las, entre as quais instauramos relações de movimento e repouso,
de velocidade e lentidão, as mais próximas daquilo que estamos em
vias de devir, e através das quais devimos. É nesse sentido que o
devir é processo do desejo. (Deleuze & Guattari, 1997, p. 67)
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Retirâncias: O que nos move pelo mundo?
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
Por isso que partimos das descrições acima sobre retirantes. Foi ao
começar minha retirada do sertão, em busca de outras oportunidades de
estudo, que um rizoma começou a se fazer. Esticando alguns caminhos,
criando outros, alguns NÓS foram produzidos. Ao retirar-me, levei co-
migo. A retirante sempre leva. Sempre deixa. As lembranças do sertão. O
sol alaranjado fazendo tremer o horizonte. O barulho do chocalho das
vacas no iniciar e no findar dos dias. As árvores secas, porém não mortas:
guardando energia para o próximo inverno. Inverno que no sertão não tem
a ver com frio, mas com chuva. Aquele tanto de pedra, pedregulho, lajedo,
onde brincava quando criança. As histórias de meus avós. Das secas que
eles viveram. Das precisões21 que passaram. A partilha da comida. A lida
com o gado. A seca. A alegria da chegada das chuvas. O raro e precioso
cheiro de terra molhada.
É com história, com muitas histórias, que se cria um conceito. Um
conceito que traz consigo sua ancestralidade. Suas heranças. Vinciane
Despret (1999), filósofa da ciência belga, nos lembra que nossas heranças
nos acompanham. E aqui estamos olhando-as nos olhos. Não a engolimos
ou implodimos. Não as deixamos nos engolir ou implodir. Adentramos
essa terra ancestral fazendo rizoma com elas. Criamos novos NÓS, que
vão se ramificando por dentro da terra, mas também em sua superfície.
Às vezes a terra é fofa e nos espalhamos mais rapidamente. Às vezes está
bem densa e encaliçada e o tempo de enraizamento é outro.
A figura da retirante, apesar de muito estudada por nordestinas, foi
performada, forjada em relação ao cidadão - sim, no masculino genera-
lizante - sulista e sudista. Assim como o rural em relação ao urbano. O
menos em relação, comparação, posição de falta diante do mais, do maior,
do hegemônico, do dominante, do mais rico. São muitos e diversos os
processos de colonizações internas vivenciadas no nosso tão grande Brasil.
Nossas diferenças de recursos naturais, explorados pelos colonizadores eu-
ropeus, associados a uma imensa variedade de outras diferenças climáticas,
21 Palavra muito utilizada no sertão nordestino, geralmente relacionada às necessidades básicas de
sobrevivência. Geralmente “passar precisão” é utilizado como sinônimo de “passar fome”.
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Retirâncias: O que nos move pelo mundo?
22 Sobre esses conceitos que não conseguiremos desenvolver com a devida importância aqui, suge-
rimos as obras:
Maldonado-Torres, Nelson (2007). Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un
concepto. In Castro-Gómez, S. & Grosfoguel, R. (Orgs.), El giro decolonial. Reflexiones para una diver-
sidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Universidad Javeriana-Instituto Pensar, Univer-
sidad Central-IESCO, Siglo del Hombre Editores.
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Perspectivas Latino-Americanas. Colección Sur Sur. Buenos Aires: CLACSO.
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(Org.), A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas Latino-Americanas. Co-
lección Sur Sur. Buenos Aires: CLACSO.
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Retirâncias: O que nos move pelo mundo?
143
Relações pessoa-ambiente na América Latina
Referências
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89082016000100001&lng=pt&tlng=pt.
144
Capítulo VII
Introdução
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
1 https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/2020/04/22/principais-cidades-do-mundo-tem-re-
ducao-de-ate-60-na-poluicao-do-ar
2 https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2020/04/imagens-de-satelite-mostram-que-mancha-
-de-poluicao-em-sp-se-reduziu-na-quarentena-contra-coronavirus.shtml
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3 https://www.nossasaopaulo.org.br/wp-content/uploads/2019/09/Apresentacao_Pesquisa_Vive-
rEmSP_MobilidadeUrbana_2019.pdf
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4 http://www.labcidade.fau.usp.br/circulacao-para-trabalho-inclusive-servicos-essenciais-explica-
-concentracao-de-casos-de-covid-19/
5 https://forbes.com.br/negocios/2019/06/conheca-o-bilionario-mercado-de-entregas-de-comida/
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Da distribuição da subjetividade
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Considerações finais
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Referências
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163
Capítulo VIII
El “hogar” en movimiento:
La expulsión en el espacio público de personas en
situación de calle
Catalina Ramírez Vega
Tomeu Vidal Moranta
Introducción
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El “hogar” en movimiento: La expulsión en el espacio público de personas en situación...
sitivos diseñados para regular y vigilar las formas cómo las PSC utilizan
el espacio público, las formas cómo resisten y burlan estos dispositivos de
control y, finalmente, cómo, de diversas maneras, logran construir espacios
propios dentro de las ciudades. En medio de esto, Sheehan (2010) señala
que uno de los vacíos más significativos es la carencia de estudios sobre
los afectos, las emociones y las situaciones relacionales que se dan a partir
de la falta de vivienda.
En función de las carencias detectadas nos parece importante ocuparnos
de estudiar precisamente la relación que establecen las PSC con el espacio
público, las actividades que desarrollan, los procesos a partir de los cuales
convierten o significan el espacio público en espacio privado, los significados
que atribuyen a estos lugares en su vida cotidiana. Y, en el plano de la interven-
ción social, poder generar conocimiento del que derivarán recomendaciones
acerca de cómo afrontar integralmente esta situación, esto es, tal y como
lo entiende Di Iorio et al. (2014), desde una perspectiva restaurativa y de
cuidado que supere los enfoques asistencialistas, articulando a las PSC, a las
políticas públicas, a las instituciones gubernamentales y a las organizaciones
del tercer sector que trabajan con estas personas.
En este capítulo presentamos avances de un proceso de investigación
que estamos llevando a cabo con personas en situación de calle de la pro-
vincia de San José en Costa Rica. Esta investigación tiene por objetivo
contribuir para atenuar los vacíos recién descritos y, por ello, se ocupa
de tratar de entender la compleja relación que establecen las PSC con el
espacio público y las formas como construyen cotidianamente su hogar en
dicho espacio. Utilizando entrevistas en movimiento nos adentramos en
este mundo con el objetivo de contar historias según la miran, la sienten
y la viven las PSC.
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Supuestos teóricos
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En las plazas, parques, calles, entre otros lugares, las personas tienen sus
encuentros sociales, realizan actividades que les generan diversión y ocio,
consumen productos que les permiten satisfacer sus necesidades básicas
y, en algunas situaciones específicas, expresan en estos lugares demandas
políticas. Valera (2008) define el espacio público como “el espacio de todos,
o mejor, el espacio para todos” (p. 150).
Di Masso (2015) señala que de las definiciones existentes sobre el espa-
cio público se colige que se trata de un espacio en el que tienen libre acceso
los diferentes grupos sociales y sin restricciones de uso. No obstante, “… el
disentimiento en torno a los usos legítimos del espacio urbano es una práctica
definitoria del espacio público” (Di Masso, 2007, p. 2), esto se deriva de la
existencia de diferentes grupos que requieren usar el espacio de formas diversas,
de modo tal que satisfagan sus necesidades. Es decir, que los espacios públicos
son “todas aquellas áreas que están abiertas y son accesibles a todos los miem-
bros del público en una sociedad, en principio, pero no necesariamente en la
práctica” (Neal, citado por Di Masso et al., 2017, pp. 66-67).
En esta lógica también hay que reconocer que el libre acceso y uso del
espacio público da lugar a interacciones francamente competitivas entre los
actores sociales por lo que habría que entender el espacio público como un
escenario también conflictivo; esta postura conflictivista del espacio público:
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a los diferentes lugares que habitan y por los que transitan en el espacio
público, optamos por una metodología de tipo cualitativa. Esta nos per-
mite comprender “casos concretos en su particularidad temporal y local,
y a partir de las expresiones y actividades de las personas en sus contextos
locales” (Flick, 2012, p. 7) y enfatizar en las historias o en los contextos
en los que ocurren ciertas situaciones, sin pretender la homogenización
de estas en todos los contextos (Levitt et al., 2018). Para el caso que nos
ocupa, ello ha significado incorporarnos “desde dentro” en las situaciones
y actividades cotidianas de las PSC.
Las personas participantes en esta investigación son sujetos mayores
de 18 años con una vivencia de calle cronificada, es decir, que han per-
manecido en un mismo sitio por mucho tiempo, o bien, que han tenido
una vivencia intermitente en la que han alternado la permanencia en calle
con el alojamiento en albergues, hoteles o casas. El contacto inicial con
las personas participantes lo hicimos a través de dos organizaciones que
trabajan brindando apoyo a esta población, a saber, el Centro Dormitorio
de San José y la Fundación de la Mano con la Calle. Para poder concretizar
el trabajo de campo, tuvimos entrevistas tanto con el Director del Centro
como con la Directora de la Fundación, quienes nos abrieron espacios de
inserción en ambas organizaciones participando en un primer momento
como voluntarios en los servicios y las actividades que desarrollan para la
población. Este primer momento nos permitió familiarizarnos con el trabajo
de estas organizaciones y hacer contacto con las personas que estuvieren
dispuestas a participar de esta investigación. Este proceso inicial consu-
mió un largo periodo de tiempo durante el cual se construyó un vínculo
de confianza tanto con los miembros de las organizaciones como con los
usuarios y usuarias de sus servicios que se convertirían eventualmente en
participantes de esta investigación.
La cantidad de tiempo invertido en la fase inicial de contacto con
las personas en situación de calle ha sido necesaria porque consideramos
que un aspecto central en esta investigación, en vista de la metodología
empleada, es la construcción de un vínculo de confianza, de cuidado y
respeto hacia el otro, y porque tal y como plantea Ferrándiz (2011), la
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calidad de los datos que se produzcan depende del vínculo que se establece
con el otro. Es por esto que la duración del trabajo de campo en San José
se ha prolongado por un periodo aproximado de dos años. Durante este
período hemos hecho uso de diferentes técnicas de producción de infor-
mación tales como observación participante, conversaciones informales,
entrevistas en movimiento y toma de fotografías.
Tal y como hemos mencionado, por medio de la observación partici-
pante hemos podido tomar parte en una gran cantidad de las actividades
cotidianas en las que participan personas en situación de calle tanto en el
marco de las actividades llevadas a cabo por organizaciones como otras
actividades realizadas a título personal. Hemos podido participar en acti-
vidades tales como celebración de cumpleaños, partidos de fútbol, talleres
de capacitación y reflexión, cine foros y, en todas ellas, hemos establecido
un vínculo construido a partir de encuentros y múltiples conversaciones
informales.
El uso de las “conversaciones informales” ha mostrado ser un recurso
de mucha utilidad ya que permite “descentrarse del lugar central de las
preguntas para integrarse a una dinámica de conversación, que va tomando
diversas formas, y es responsable de la producción de un tejido de infor-
mación que [implica] con naturalidad y autenticidad a los participantes”
(González, 2007, p. 32). La naturalidad de las conversaciones informales
ha permitido no solo un tráfico fluido de intercambios comunicacionales
cargados de una gran cantidad de información sino también crear las
condiciones para granjearse la confianza de los participantes para permitir
previa firma del consentimiento informado la realización de las entrevistas
en movimiento Durante las entrevistas en movimiento (walking interview)
recorremos junto a las personas las trayectorias que realizan cotidianamente,
y platicamos acerca de los lugares incluidos en sus recorridos, los significa-
dos que les otorgan y las conexiones que tienen con el sitio específico. El
objetivo de esta técnica es conocer la relación de la persona con el espacio
(Evans & Jones, 2011) ya que son las mismas personas las que definen
los recorridos. Durante las entrevistas en movimiento se realiza también
la toma de fotografías y para ello le preguntamos a la persona si desea
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confianza con las personas y con las organizaciones que trabajan con ellas,
que permita crear un ambiente de libertad, transparencia y compromiso
mutuo. La construcción de este vínculo de confianza pasa también por
la necesidad de crear una situación relacional que se encuentre a salvo
de prejuicios y estigmatizaciones. El haber destinado varios meses a la
construcción de este vínculo de confianza ha permitido realizar entrevistas
fluidas en las que hemos podido identificar el compromiso y la franqueza
de las personas a la hora de compartir sus vivencias en el espacio público.
En lo que respecta propiamente a la información producida, nuestros
análisis preliminares nos han permitido identificar que, entre los lugares
significativos en los recorridos por la ciudad, se encuentran lugares ligados
a la historia familiar, mismos lugares significados y usos distintos, lugares
para satisfacer necesidades básicas y lugares asociados a la experiencia de
hogar en el espacio público. A continuación presentamos algunos ejemplos:
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“Uno se levanta, y tiene que pensar el día que es. ¿Qué día dan desayuno
y dónde? Entonces, me voy para las Obras del Espíritu Santo.
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Reflexiones
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soscij.2009.06.009
184
Capítulo IX
Contribuições de um estudo
etnográfico no circuito-rua do
Centro de São Paulo para a
discussão sobre a rualização
nas relações pessoa-ambiente
Gabriela Milaré
Gustavo Martineli Massola
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
1 Fazemos o uso intencional dos termos nos dois gêneros ao longo do texto como explicitação
de nosso posicionamento de que a própria língua é uma arena de tensionamento e disputa política.
Marcando o elemento de gênero ao nos referirmos às pessoas e populações, buscamos minimamente
romper com a universalização dos/as sujeitos/as e apontar que são situados/as histórica e socialmente.
No caso, as palavras atoras e sujeitas não são reconhecidas formalmente na língua portuguesa, mas
representam o exercício de questionar a forma como enuncia-se e criam-se discursos homogeneizantes
e invisibilizantes.
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Contribuições de um estudo etnográfico no circuito-rua do Centro de São Paulo...
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
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Contribuições de um estudo etnográfico no circuito-rua do Centro de São Paulo...
ricos, dado que neles viam uma fonte de empregos. Um caso a ser men-
cionado é o bairro de Campos Elíseos, em torno do qual se assentou
uma significativa população pobre, e que atualmente figura como alvo de
especulação imobiliária e de ações de gentrificação por parte do próprio
governo municipal – local não coincidentemente em que se situa e se
perpetua a Cracolândia.
As ações de cunho sanitarista nas quais as capitais brasileiras, essencial-
mente Rio de Janeiro e São Paulo, passam a investir com projetos de sane-
amento básico e planos urbanísticos de “melhoramento e embelezamento”,
pouco escondiam seus propósitos de higienização social (Ferreira, 2005).
Com base no status inegável do conhecimento científico, o argumento
de controle sanitário tinha como foco locais com grande adensamento
populacional, locais vistos como imundos e infectos, como as moradias
populares, tipo cortiço.
Tais ações vêm, na realidade, na esteira de medidas já anteriores, como
exemplifica o código municipal de posturas em 18632, que tinha como
propósito expresso regulamentar, tornando consequentemente irregulares,
práticas cotidianas características da população negra – por exemplo, a
presença de quituteiras nas ruas e a prática de pais-de-santo (Rolnik, 1989).
Impunha também a obrigatoriedade de recuo às construções, norma que
apenas poderia ser cumprida em terrenos de maior porte, o que inviabilizava
a existência de terrenos pequenos e mais baratos.
Aprofundando as mudanças trazidas pela Lei de Terras, tais restrições
ao uso do solo e à construção tornam-se progressivamente mais rígidas,
privilegiando o mercado imobiliário, único capaz de respeitar as novas
normas, ou ainda burlá-las dado seu poder financeiro e de influência sobre
o poder público (Ferreira, 2005). Com a pressão demográfica e o declínio
da cafeicultura, a atividade mais rentável (aos que já possuíam capital,
como os cafeicultores decadentes) passou a ser a especulação imobiliária,
conformando a dinâmica habitacional observada atualmente.
2 Código de Posturas do Município de São Paulo, 6.10.1886. Arquivo Histórico Washington Luís.
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
Com o movimento das elites para novos bairros com maiores inves-
timentos em urbanização, com o aumento da população e das ações de
expulsão do centro, ocorre a dispersão da população empobrecida de forma
não planejada, precarizada e ilegal. A extensão da malha viária possibilitada
pelos ônibus inicia uma nova tendência entre a população proletária de
compra de lotes e da casa própria em bairros afastados. Assim, vê-se o início
do modelo centro-periferia, concomitantemente à distribuição desigual
de brancos/as nas regiões mais centralizadas e de pretos/as e pardos/as nas
regiões periféricas, presente ainda hoje.
O papel do Estado neste apanhado histórico é um aspecto de fun-
damental destaque. A ação do poder público, nos diversos momentos
recapitulados, deveria corresponder ao papel de regulação em prol de
processos de democratização do acesso aos bens nacionais, sejam eles
materiais ou imateriais. Contudo, como colocado por Deák (2001, citado
por Ferreira, 2005), intervenções como obras urbanizadoras, instrumentos
tributários e outros reguladores do uso e da forma de ocupação do solo
urbano, evidenciam uma postura ativa do Estado em prol da manutenção
do poder das elites e dos valores coloniais capitalistas. Tais intervenções
de controle sobre o solo urbano favoreciam aos que pudessem pagar para
ocupá-lo de maneira privilegiada, e/ou que tivessem poder de influência
sobre a máquina pública, replicando sempre a lógica de delimitação entre
os/as que podem possuir um local – simbólico e material – na cidade e os/
as que estão inclusos/as de maneira precária e perversa.
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Contribuições de um estudo etnográfico no circuito-rua do Centro de São Paulo...
– bem como nas microestruturas, ao passo que falamos das relações criadas
nas vivências dos/as sujeitos/as e forças que habitam o território. A relação
sociedade-espaço, dessa forma, produz territórios num espectro que vai da
“dominação político-econômica mais ‘concreta’ e ‘funcional’ à apropriação
mais subjetiva e/ou ‘cultural-simbólica’” (Haesbaert, 2007, p. 96).
Tais aspectos da produção territorial são, portanto indissociáveis
e os/as atores/as sociais já mencionados/as podem territorializar-se de
maneira mais funcional ou simbólica, a depender das dinâmicas de poder
constituídas historicamente, e que podem implicar conflitos de diferentes
ordens. Um exemplo que pode facilmente servir de ilustração é a forma
como o mercado imobiliário domina terrenos, prédios e áreas da cidade
com o propósito de promover a especulação imobiliária, que em seu caráter
econômico-político, produz maior lucro e poder sobre o espaço urbano.
Já a relação estabelecida por movimentos sociais de ocupação de imóveis
abandonados, que lutam pelo direito constitucional à moradia, não gera
lucro ou expressivo poder de decisão sobre o uso do espaço urbano, mas
busca ocupar o território por sua função social e tensionar politicamente
a disputa por uma cidade mais acessível.
Tais disputas não são neutras ou simétricas. Uma grande parcela da
população encontra-se submetida à precarização de suas condições básicas
de vida, como a de ocupar o solo urbano, e/ou à negação da possibilidade
de expressarem-se simbólico-culturalmente. Essa condição de determinação
extrínseca, que não parte das ações de domínio e apropriação dos próprios
indivíduos ou grupos sobre o território que ocupam, é denominada territo-
rialização precária (Haesbaert, 2007). Sob essas condições, a reterritorialização
– ou a busca por dominar e apropriar-se, em sentido amplo, do território
ocupado – por parte desses sujeitos configura-se como um movimento de
resistência. Em última instância, há uma constante desreterritorialização, um
jogo de poderes em que os processos de desterritorialização e reterritorialização
podem ocorrer simultaneamente – prevendo que forças hegemônicas que
impõem heteronomamente movimentos de domínio serão contrapostas por
ações de apropriação e autogestão do território, subjetivas ou coletivas, que
busquem romper com processos de territorialização precária.
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Considerações finais
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Capítulo X
Energías Renovables en
América del Sur:
Injusticias energéticas y colonización tecnológica
Rafaella Lenoir-Improta
Introducción
205
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Estudio ilustrativo
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Fragmento 1
O santanense que ainda não foi ao Cerro Chato, não sabe o que as
obras realizam no local. Uma transformação. (...) Claro, aqueles que, como
a maioria, são leigos em engenharia, não fazem ideia do que está sendo
formatado. Mais do que o investimento financeiro, que é importante, fica
o investimento físico, que perdurará; e a moral, que servirá para resgatar a
autoestima santanense. (“Aprendendo com o Vento”, 20/01/2011)
Fragmento 2
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Fragmento 3
Fragmento 4
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Participación social:
Empoderamiento y Democratización
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Consideraciones finales
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Energías Renovables en América del Sur: Injusticias energéticas y colonización tecnológica
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Capítulo XI
Comunidades tradicionais
pesqueiras do Delta do Parnaíba
Antônio Vladimir Félix-Silva
Camila Batista Silva Gomes
Maylla Maria Souza de Oliveira
Alessandra Sávia da Costa Masullo
Francinalda Maria Rodrigues da Rocha
1 A partir da publicação da Carta da Terra, no ano 2000, e depois de muita pressão internacional, com
a participação de mais de 4.500 organizações da sociedade civil e organismos governamentais, no ano
2009, a Organização das Nações Unidas declarou o dia 22 de abril como Dia Internacional da Mãe Terra
(Conselho Indigenista Missionário [CIMI], 2020).
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Comunidades tradicionais pesqueiras do Delta do Parnaíba
– Quem é você, que alegre se apresenta com essa altura de dois metros
e oitenta?
– Onde eu ando me chamam Miudinho, tudo vejo e decifro em meu ca-
minho.
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eu, filha desta terra, não posso andar nela, que enquanto moradora
sou obrigada a me identificar. O estranho aqui não sou eu, quem
chegou e mudou tudo não fui eu, mas como eu preciso de uma au-
torização, sabe-se lá de quem para circular na terra? (Maria. Diário
Cartográfico, setembro de 2017)
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Comunidades tradicionais pesqueiras do Delta do Parnaíba
descartável, de vidas que não importam como parte dos processos políticos
de inclusão e exclusão “de uma administração maior das populações por
meios governamentais e não governamentais” (Butler, 2018, p. 216). Assim
mesmo como nos fez lembrar Mila, do CPP/Ceará, durante o VI Encontro
Nacional de Educação Popular em Saúde, realizado na Universidade Federal
do Delta do Parnaíba, entre 6 e 9 de fevereiro de 2020:
A lógica do capital é uma lógica que pra nós tem se mostrado falida,
você pode ver que o capital faz exploração dos recursos naturais e
isso não tem sustentabilidade. A gente pode lembrar os desastres
ambientais que a gente tem testemunhado em todos os territórios,
a gente pode lembrar-se do desastre do petróleo, dos impactos so-
cioambientais com a instalação de parques eólicos e a destruição
dos manguezais que são os berçários da pesca. A gente tem visto
tantos e tantos desastres a gente pode lembrar-se de Brumadinho,
como está devastada a vida nesses territórios. (Diário Cartográfico,
9 de fevereiro de 2020)
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Comunidades tradicionais pesqueiras do Delta do Parnaíba
deles. Eles também são nascidos e criados nessa Ilha. Agora, chega
uma empresa dessa acabando com a privacidade, acabando com as
nossas vidas. Estão cercando nós na Ilha. Você quer saber se é verda-
de? Venha conviver um mês com a comunidade, venha saber o que
a comunidade passa para sobreviver. Vocês nunca passaram por isso
não. Mas, venham passar um mês, só um mês. Eu chamo vocês para
passar só um mês, para conviver 60 anos em um mês; 60 anos que
eu já convivi. Nós vamos continuar aqui para ver como vai terminar
isso daí. Eles estão dizendo que vai ser melhor. Vai ser pior. Vai des-
truir mais lagoas, mais dunas, mais vegetação... Que os cajueiros, os
muricizeiros, guajiruzeiros já morreram 80%. Vocês dizem que não é
verdade. É verdade, é verdade...
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
244
Eixo II
Territorialidades
e práxis de resistência no
campo e na cidade
Capítulo I
Participación y Protagonismos
para un desarrollo sostenible
en Cuba:
Apuntes desde la Psicología Ambiental
María Milagros Febles Elejalde
Silvia Miriam Pell del Río
Introducción
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Consideraciones finales
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Participación y Protagonismos para un desarrollo sostenible en Cuba: Apuntes..
271
Capítulo II
Participación comunitaria en la
defensa del territorio:
Mapeo Colectivo como herramienta de trabajo de
Movimientos Sociales
René Squella Soto
E n las últimas dos décadas, han aumentado los conflictos de tipo ambiental
en distintos lugares del mundo (Muñiz, 2012). Se ha exacerbado la depre-
dación de los procesos vivos en niveles que ponen en crisis las bases mismas
de la civilización tal como la conocemos, siendo América Latina, “uno de los
destinos más codiciados por el avance de un extractivismo renovado y recru-
decido en su capacidad de dejar a su paso sólo tierra arrasada” (Composto,
2012, p. 342). Se implementan en el subcontinente, según Svampa (2019):
“modelos de desarrollo incompatibles con los ciclos de la naturaleza” (p. 45).
La mayoría de estas conflictividades, son consecuencia de las proble-
máticas generadas a partir de la extracción de recursos naturales que, para
Altomonte y Sánchez (2016), representan situaciones de desacuerdo con
respecto al uso, goce, propiedad y acceso a los recursos, como también
desacuerdo de los efectos en el medio ambiente y sus repercusiones en la salud,
calidad de vida y posibilidades de desarrollo de las comunidades afectadas.
La idea de crecimiento constante para la acumulación de riqueza material
como motor de proceso social, nos lleva de acuerdo a Ornelas (2013), a una
pérdida ecológica grave, irreversible y con riesgo de colapso.
En la actualidad, el modo de habitar y producir de un gran número de
comunidades genera tensiones entre los requerimientos globales y las reali-
dades y pretensiones locales, presiones que van multiplicando la aparición
de conflictos que toman características socioambientales, pues involucran
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mónicas” (p. 276). Así, más que trabajar con una mirada exclusivamente
experta, se persigue sostener diálogos y sinergias constantes entre saberes
diversos para producir datos y conocimiento no oficial a partir de mapas
convertidos en dispositivos visuales de pronunciado carácter político.
Se busca, concordando con metodologías de educación popular, dar valor
al saber individual y comunitario para generar procesos de co-construcción
de conocimiento territorial (López, 2017). Esta experiencia cartográfica desde
los movimientos sociales, documenta y cimienta otros territorios invitando
a participar en nuevos espacios de posibilidad y de transformación desde la
colectividad (Habegger, 2008). Una “Herramienta ética-política” (p. 27)
diría Zambra-Álvarez et al. (2016); miradas del territorio y del desarrollo que
ayudan a comprender las relaciones de poder existentes, los impactos que trae
la modernidad sobre el entorno, los modos de vida a pequeña escala y la nece-
sidad de participar activamente en la constitución del territorio siguiendo los
intereses que plantea la comunidad en interacción equilibrada con su entorno.
Ares y Risler (2015) y Ganter-Solís et al. (2015) consideran que los
mapeos tienen múltiples funcionalidades para comunidades y agrupaciones,
entre ellas, socialización de saberes y prácticas, impulso a la participación
colectiva (Amsden & VanWynsberghe, 2005; Braceras, 2012), trabajo
con personas desconocidas, disputa de espacios hegemónicos, impulso a la
creación e imaginación, problematización de nudos clave (López, 2017),
visualización de las resistencias y el señalamiento de las relaciones de poder.
López (2017), Zambra-Álvarez et al. (2016) y Sletto et al. (2013)
agregan la función de apoyo a los objetivos comunitarios y de aumentar el
control sobre territorios y recursos, elementos empoderadores que generan
capacidades locales de gobernación local y representación ante el Estado.
Además, la construcción cartográfica es considerada un trabajo educativo a
nivel endógeno en la reflexión de los participantes sobre la evolución de su
propia praxis; como a nivel exógeno y los caminos concretos de interven-
ción que van generando cambios y transformaciones en los territorios: “Se
parte de la premisa que quien vive en el territorio es quien más lo conoce,
por lo que hay que recurrir al habitante para comprenderlo en todas sus
dimensiones” (Ganter-Solís et al., 2015. p. 450).
281
Relações pessoa-ambiente na América Latina
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Participación comunitaria en la defensa del territorio: Mapeo Colectivo como ...
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Capítulo III
O uso coletivo de
espaços citadinos:
lugares de eloquência popular em Porto Velho-RO
Lílian Caroline Urnau
Matheus Mendonça de Vasconcelos
Introdução
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O uso coletivo de espaços citadinos: lugares de eloquência popular em Porto Velho-RO
1 “The world is fully enmeshed with our collective strivings and collaborative projects, in a spiral
of mutual historical becoming, wherein each individual act of being, knowing, and doing – unique,
authorial, and irreplaceable as it is – matters.”
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E aí a gente foi fazendo, pegamos esse balde de água fria do cara [coor-
denador do parque] falando que não queria mais nada lá. A gente tentou
brigar com o cara, tentou ir lá na FunCultural [Fundação de Apoio à Cul-
tura], tentamos ir no governo conseguir autorização e nada, entendeu?
Porque muitas das vezes é alguém lá de dentro que te ajuda, e como a gente
não tinha ninguém lá dentro pra ajudar a gente. (Alisson)
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3 Gíria muito utilizada no Norte do país como vocativo informal para mulheres.
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Considerações provisórias
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Capítulo IV
Introducción
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
1 Di Masso, A (2009), Public space in conflict: place meaning as contested interaction and ideological
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El lugar como escenario y objeto de la lucha social: La zona cero de la revuelta social en Chile
2 Berroeta, H., Pinto de Carvalho, L., & Castillo‐Sepúlveda, J. (en prensa). Place-subjectivity conti-
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Coletivo Sarau do Binho: poesia, articulação territorial e direito à cidade
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Coletivo Sarau do Binho: poesia, articulação territorial e direito à cidade
1 A escravização foi empreendida nas terras tropicais pelos colonizadores portugueses inicialmente
com indígenas (nossos povos originários), que foram utilizados como mão de obra na construção dos
engenhos de cana de açúcar. Com o início do tráfico transatlântico empreendido também pelos por-
tugueses, iniciou-se um longo período de escravização de pessoas negras no Brasil, o qual durou mais
de 300 anos (1550-1888). O Brasil foi o maior destino do tráfico de pessoas oriundas do continente
africano do mundo, para o qual foram comercializadas aproximadamente cinco milhões de pessoas
negras para serem escravizadas no país, sendo este o último das Américas a abolir a escravização. Houve
muita resistência nesse período, a exemplo da formação de quilombos em diferentes lugares do país e
a Revolta dos Malês na Bahia (Marquese, 2006). Vale salientar que, segundo a historiadora Ana Flávia
Magalhães Pinto (2018), nas últimas décadas de vigência do longo período escravagista, havia uma
presença marcante de pessoas negras livres em São Paulo e no Rio de Janeiro, e algumas delas jogaram
um importante papel nos processos e movimentos históricos pró-abolicionismo.
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
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Coletivo Sarau do Binho: poesia, articulação territorial e direito à cidade
2 A ponte a que nos referimos é a Ponte João Dias, que separa as periferias da zona sul das regiões
centrais, onde há a concentração de equipamentos públicos e acesso aos bens culturais. A referência a
essa ponte é recorrente nas produções artísticas e no cotidiano da população, fazendo menção a algo que
une e, ao mesmo tempo, separa em expressões como “da ponte pra cá”, “da ponte pra lá”.
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
3 Os Pontos de Cultura foram criados no âmbito do Política Nacional de Cultura Viva implementada
pelo governo federal, via Ministério da Cultura, a partir do ano de 2005, com o propósito de reconhecer e
apoiar financeiramente atividades culturais já desenvolvidas em distintos lugares do país. Tal apoio também
visava a continuidade da realização de ações e articulações socioculturais entre o ponto de cultura e escolas,
associações de bairro, movimentos territoriais e afins. O Sarau do Binho em articulação com o Movimento
de Moradia do território foi reconhecido como Ponto de Cultura dada a relevância de suas ações no terri-
tório da zona sul da cidade.
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Coletivo Sarau do Binho: poesia, articulação territorial e direito à cidade
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
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Coletivo Sarau do Binho: poesia, articulação territorial e direito à cidade
“eu costumo dizer que há malas que vão para o trem, né? Então às vezes é
preciso alguma coisa acontecer pra tirar a gente da zona de conforto, que
talvez eu estivesse lá até hoje fazendo pastel” (TV 247, 2018).
Nesse momento de fechamento do bar, Suzi passa a buscar formas de
financiamento e parcerias para a continuidade do Sarau do Binho, momento
que passou a ser reconhecida como produtora cultural do Sarau do Binho,
algo que ainda nem sabia que era. Com a cena dos saraus em alta, passou
a criar produtos e construir projetos para sobreviverem disso “porque tem
muitas pessoas que estão envolvidas com esse sarau que estão dependendo
um pouco desse trabalho, né. E eu comecei a criar outras alternativas pra essas
pessoas também terem uma fonte de renda” (TV 247, 2018). Nesse processo,
criaram projetos para o Sarau do Binho, concorreram e ganharam editais de
financiamento, tanto públicos como privados, o que possibilitou a artistas
mostrarem seus trabalhos em bibliotecas públicas, escolas, eventos culturais
municipais e estaduais, unidades do SESC em várias partes do estado de São
Paulo, possibilitando também a circulação de tais pessoas muito além dos
territórios periféricos.
No ano de 2017, Suzi foi homenageada na Balada Literária e recebeu
o Prêmio Donizete Galvão como reconhecimento público por seu trabalho
como produtora cultural. Nessa ocasião, Suzi estendeu a homenagem “às
mulheres que estão nos bastidores fazendo coisas e não têm o trabalho re-
conhecido, né, às mães, às donas de casa, às minhas parceiras da FELIZS”
(trecho de discurso registrado em diário de campo). Esse discurso é de extrema
relevância, pois demarca e reconhece a ação das mulheres na movimentação
cultural, na produção literária, e em tantos outros âmbitos da vida cotidiana.
Além disso, reitera o protagonismo histórico das mulheres do território,
que empreendem lutas coletivas que pressionaram o poder público em prol
de melhorias para as pessoas viventes nas periferias da zona sul, a exemplo
dos Clubes de Mães e da União Popular de Mulheres do Campo Limpo e
Adjacências (UPM).
Para além das ações no próprio bar, Suzi e Binho ensejaram outras
intervenções no território, por meio do Coletivo Sarau do Binho, envol-
vendo pessoas do território nas ações de fomento à leitura que vão além do
337
Relações pessoa-ambiente na América Latina
4 O projeto da Bicicloteca foi iniciado em 2008 para a arrecadação e distribuição de livros pelas
cidades durante a segunda expedição Donde Miras. As expedições Donde Miras, por sua vez, foram
caminhadas culturais realizadas em diferentes cidades nas quais foram realizados saraus, com a intenção
de promover a cultura e a memória. Para maiores informações sobre o Donde Miras, indicamos a leitu-
ra da dissertação de Diego Elias Santa Duarte (2016) ou o acesso ao site http://expediciondondemiras.
blogspot.com/.
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Coletivo Sarau do Binho: poesia, articulação territorial e direito à cidade
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
340
Coletivo Sarau do Binho: poesia, articulação territorial e direito à cidade
“as periferias urbanas são a negação dessa negação à vida, mantendo uma
face humana em cidades cada vez mais desumanizadoras, criando ‘lugares
vivos e vividos’, nos seus ‘territórios de resistência’” (p. 14).
Considerando que a cidade é a obra de uma história, das pessoas/
coletivos que a realizam em determinadas condições históricas (Lefebvre,
2001) e que as experiências nas cidades são múltiplas e plurais, “é possível
ativar essa sua potência diversa, incompleta e imaginar a cidade” também
a partir de nossos anseios (Nogueira, Hissa, & Silva, 2015, p. 358). Ima-
ginar a cidade que queremos e modificar nossa relação com esta implica
necessariamente imaginar quem queremos ser, “que tipo de relações sociais
buscamos, que relações com a natureza nos satisfazem mais, que estilo de vida
desejamos levar, quais são nossos valores estéticos” (Harvey, 2014, p. 28).
Compreendemos, portanto, que ações realizadas pelo Coletivo Sarau do
Binho estão situadas nas horizontalidades do território do Campo Limpo,
ou seja, nas relações intersubjetivas e afetos que movimentam o território,
onde são criadas e recriadas cotidianamente formas de vida não hegemô-
nicas e onde habita a heterogeneidade criadora (Santos, 2013). Portanto,
pelo que é ofertado no espaço geográfico local é criada uma solidariedade
orgânica, viabilizada pela experiência comum em um território partilhado,
de forma que possibilitam a criação de um corpo coletivo que sustenta o
orgulho de ser “da quebrada”5, de querer intencionalmente existir e agir
para transformar o contexto periférico.
Por fim, o Coletivo Sarau do Binho, com distintas ações, se apropria
subversivamente do espaço, de forma que este deixa de ser apenas um
meio de produção para o capital e para o Estado e passa a ser uma criação
político-cultural que viabiliza formas outras de experimentar os espaços
públicos da cidade, tornando-os vivos e propiciando o exercício do direito
à cidade. Para um acabamento parcial das reflexões aqui elaboradas, con-
vidamos leitoras e leitores a imergir no poema de Mara Esteves (Sarau do
Binho, 2013, p. 167), publicado na primeira antologia do Sarau do Binho.
5 O termo quebrada está vinculado à noção de território periférico e subjaz, implicitamente, à per-
tença a um nós que compartilha códigos, conhecimentos, experiências (Reyes, 2013).
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
A hora do levante!
O exército da quebrada são os poetas,
Os músicos e os amantes da arte,
A palavra é o armamento pesado.
O alvo, a des-educação alienada.
Empunham as armas, munição feita de poesia.
Da arte que abre ferida,
Latejando a força propulsora de lutar
Contra a corrupção da nossa cultura popular.
Estão de prontidão para defender,
Os imorais, os de mau costume,
Mal compreendidos,
Nessa sociedade egoísta-capitalista de vendidos.
Seu armamento não mata,
Pelo contrário, os ressucita.
São tiros vitais com objetivos definidos,
Trazer suspiro de vida, no coração dessa gente
Sofrida.
342
Coletivo Sarau do Binho: poesia, articulação territorial e direito à cidade
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345
Capítulo VI
Os significados da violência
urbana para jovens periféricos:
constituindo teias de sociabilidade em territórios
apartados1
Thaís Fabiana Faria Machado
Eunice Nakamura
1 Este texto apresenta uma análise de parte dos resultados de dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde, com bolsa da CAPES (Machado, T.F.F.
Territórios, sociabilidades e jovens da Zona Noroeste de Santos – SP: significados e experiências em con-
textos de violência urbana. Mestrado Interdisciplinar em Ciências da Saúde. São Paulo, Unifesp, 2017).
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Figura 1: Tabela com o número de óbitos por arma de fogo segundo sexo (2012)
Fig. 2: Tabela com o número de óbitos por arma de fogo segundo raça/cor (2012)
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cia entrava no beco atirando e eles tinham que fugir) ou poderia “ter se
arrastado” para o crime.
O papel de “tirar da rua” os jovens da periferia parece ser um objetivo
comum a outras instituições atuantes no território, como fica evidente
também na fala de Garota. Ela menciona outro projeto social enfatizando
seus objetivos em relação ao público atendido:
Lá é um lugar que atende só meninos que as mães não têm também onde
deixar, só que é meninos [sic] que têm a mãe presa, o pai preso, com
irmão na droga, meninos que já tão no meio da droga, então eles tentam
tirar eles da rua. (Garota)
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eu não moro pra cá, né, na favela, moro lá no Morro do Ilhéu; aí, eu tava
saindo de casa [e] veio dois carros de polícia subindo a rua [e] ele come-
çou a entrar na minha casa ... Aí eu entrei e ele falou “você mora aqui?”;
“você tem passagem?” “você mora aqui sozinho?”; “você é traficante?”
(Sorriso)
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meu irmão de 17 anos tava em cima do Dique ... quando ele desceu, os
policial [sic] já enquadraram ele; ...aí o policial falou assim que enqua-
drou ele, porque ele parece um bandido porque ele tava sem camisa, tava
só de chapéu com o celular na mão. (Garota)
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gem para dois diferentes lugares: a “dos cara” que tem uma atuação local,
é vinculada ao tráfico, é valorizada e influencia outros meninos; e a dos
meninos da região que, ao contrário da percepção de Garota, “saem daqui
e vão roubar lá [perto da praia]”.
Essa assertiva de que o pessoal que rouba o faz em outras localidades
mostra certa ética territorial em relação às pessoas com as quais os ladrões
convivem, mas esbarra na delicada clivagem simbólica a respeito da concep-
ção de classes sociais perigosas em regiões centrais da cidade, que enquadra,
como já foi mencionado, o jovem periférico como suspeito:
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Considerações finais
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Capítulo VII
Introdução
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1 Optamos pelo uso do termo drogas (sem aspas) ao invés também de “substâncias psicoativas” (SPA)
ao nos referirmos ao seu consumo por múltiplos e diversos usuários e atores socais. Com isso pretende-
mos escapar dos julgamentos morais que levam à criminalização do usuário e do uso de drogas ilícitas,
enquanto se tolera o uso/abuso de drogas lícitas (como álcool, tabaco e psicotrópicos). Entendemos que
a questão que implica o uso problemático das drogas diz respeito, antes, aos seus usos e não, necessa-
riamente, às substâncias em si. Esse é um debate amplo e complexo, que foge ao escopo deste capítulo.
Julgamos, contudo, importante essa demarcação política a fim de evitar interpretações dúbias quanto
aos aspectos moralizantes e/ou patologizantes que a questão pode comportar.
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mudar e reinventar a cidade de acordo com nossos desejos, diz ele, e por isso,
trata-se de um direito muito mais coletivo que individual, de construirmos a
nós mesmos e as nossas cidades.
Para participar da experiência foram visitados e convidados os se-
guintes serviços da RAPS: Centro de Atenção Psicossocial III, Residência
Terapêutica do Distrito Oeste, Centro de Atenção Psicossocial II AD
e Ambulatório de Saúde Mental, além do projeto de desinstitucionali-
zação do hospital psiquiátrico público da cidade. O convite também se
estendeu aos membros do MNPR/RN, em suas reuniões semanais e foi
extensivo a pessoas em situação de rua que se encontravam próximas à
praça, defronte da Pinacoteca, de modo que as configurações do grupo
mudavam a cada semana. A cada oficina novas pessoas apareciam para
participar e outras voltavam, tanto usuários da rede de saúde mental
quanto pessoas em situação de rua. Esse caráter de “grupo aberto” foi
muito importante para o acolhimento das pessoas, de suas demandas,
necessidades e desejos no decorrer da experiência.
A equipe de trabalho foi formada por oito estagiários, dois extensio-
nistas, uma psicóloga facilitadora das oficinas e um diretor/ator voluntá-
rio e contava com a participação pontual de alguns técnicos do hospital
psiquiátrico que acompanhavam “os internos” e de familiares, além de
pessoas convidadas para apresentar técnicas e recursos artísticos que pu-
dessem enriquecer as oficinas. Os estagiários eram responsáveis por levar
os usuários dos serviços de saúde mental até a Pinacoteca, tendo como
ponto de encontro o CAPS III, todas as quartas-feiras à tarde. Reiteravam
os convites e acompanhavam os usuários às Oficinas, atuando também
como acompanhantes terapêuticos (AT). Participaram do planejamento,
execução e avaliação de cada oficina e também como atores, propositores
e experimentadores das práticas em todos os encontros.
Nos itinerários até a Pinacoteca muitas foram as experiências,
tensões, descobertas e invenções vividas nos encontros entre pessoas,
instituições e a cidade. Dentre as tensões, destacamos aquela que se
deu no encontro com o CAPS III em torno da decisão de “quem iria
com os estagiários para a oficina”. A decisão por parte da equipe do
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por exemplo, cantarolar: “Tire seu sorriso do caminho que quero passar
com a minha dor. Se hoje pra você eu sou espinho, espinho não machuca
a flor...” (da música A Flor e o Espinho, de autoria de Nelson Rodrigues).
A transformação das relações com a cidade passa então pela transfor-
mação da própria cidade através da desconstrução de preconceitos e estere-
ótipos em torno da loucura e do “morador de rua”, o que se deu primeiro
em nós e nos próprios profissionais das equipes que foram percebendo
mudanças nos “modos de estar” dos usuários, como conta uma estagiária:
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Figura 3: Imagem da Mostra “Amor é uma arma quente” na praça em frente a Pinaco-
teca Potiguar
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com muitas lutas travadas, como têm sido os anos subsequentes, até a
presente escrita. O ano de 2016, marcado por um golpe de estado no
Brasil, representa o início do desmonte de inúmeras conquistas e direitos
sociais e nos convocou a uma finalização do projeto de modo a fazer valer
certos compromissos éticos e políticos. As consequências desse desmonte
já foram sendo evidenciadas ao longo do trabalho. Por isso, resolvermos
concluir com uma mostra de trabalhos fruto das oficinas e memória de
todo o processo, afirmando nossa indignação e denunciando a situação
de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais desencadeada pela
nova conjuntura política e econômica, que, infelizmente, se estende e se
agrava nos dias atuais. A Mostra chamada de “Amor é uma arma quente”
teve lugar em dezembro de 2016, nos salões da própria Pinacoteca e nas
praças ao redor. Ela teve como objetivo discutir esses temas e, ao mesmo
tempo, dar visibilidade às pautas políticas dos movimentos e aos trabalhos
das pessoas construídos ao longo do ano. Dentre as atividades, ocorreu a
primeira mostra cênica dos trabalhos fruto do coletivo “Vento dos Avoados”
que se constituiu no projeto, exposição das fotografias e vídeos produzidos
que contaram a história da experiência das oficinas, dos pequenos eventos
e manifestações que tiveram lugar ao longo do processo. As andanças, os
protestos em frente aos “Três Poderes” promovidos pelo MNPR, as rodas
de capoeira nessa mesma praça em alusão ao Dia Nacional da População
de Rua, as apresentações, dentro e fora da Pinacoteca, na Semana da Luta
Antimanicomial, promovidos pela Associação Potiguar Plural, entre outros
momentos registrados. Nos debates ao final de cada apresentação, as vozes
circulavam e tiveram espaço e tempo para expressão, enquanto
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387
Capítulo VIII
Introdução
O estudo aqui apresentado faz parte de uma pesquisa mais ampla que
investigou a natureza da relação com o lugar, a partir das vivências de
produtores agroecológicos de um assentamento rural. Compreender a relação
com o lugar na perspectiva dos agricultores agroecológicos, bem como os
reflexos em relação ao contexto sociopolítico, econômico e ambiental cons-
titui um cenário paradoxal e complexo, principalmente se considerarmos
a agroecologia como um movimento contra-hegemônico ao imperialismo
do capitalismo contemporâneo.
Ao pensar a agroecologia além das fronteiras da produção e consumo,
este estudo colabora com aspectos de construção e contribuição teórica do
fenômeno investigado, reconhecendo a relevância para o desenvolvimento
de incentivos que possam estimular a permanência do agricultor no campo,
especialmente em contexto de profunda vulnerabilidade social, como é o
caso do assentamento analisado.
No decorrer da pesquisa surgiram elementos da história da comunidade
que remetem a um processo de luta pela propriedade da terra, permeada por
violências, disputas, bem como protagonismo e resistência comunitária. Tais
lutas não ficaram apenas no passado do local. Elas permanecem, embora
enfrentem diferentes opositores, mais difusos, materializados por meio do
turismo e da energia eólica, mas que fazem parte de uma mesma estrutura
que obedece às formas de produção e perpetuação do capital, que subjugam
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Nós se reunimos um dia aqui, homem, mulher e criança e fomo pra den-
tro do mato, acho que nós tinha aproximadamente umas 200 pessoas,
entre grande e pequeno, e derrubamo essa cerca na foice, estaca cortada
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Eu uso bem essa terra, eu uso bem porque eu planto, eu colho, eu crio ....
A gente sente que a gente tá aqui pela uma causa justa, né. A gente tá
aqui porque queremos a terra, queremos trabalhar, isso aí faz com o que
a gente fique, a gente se apegue mais, né? (Tião, 55 anos)
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Eu digo aos meninos que eu já sou um proprietário, é... como é que cha-
ma? Um empresário... que já tenho minha própria renda, né. ... as coisas
que a gente quer adiantar, a gente bota até algumas pessoa pra traba-
lhar, né? Já aumenta as coisa, né? (João, 44 anos)
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Esse outro aí [aponta para um dos seus filhos], quando arruma um tra-
balho, assim, fora, ele vai. “Vai ganhar seu dinheiro, deixe que a horta
eu cuido”, né? Porque a horta, ela dá, mas não dá essa quantia... então
se ele tiver trabalhando fora já é mais uma ajuda, da horta eu resolvo.
(Dona Luíza, 44 anos)
Apesar de que eu gostaria que minha filha um dia fizesse um curso, al-
guma coisa que não ficasse só aqui, mas ela num quer, sabe? Porque ela
ainda é nova e talvez, num sei se isso aqui seria o próprio futuro dela,
num sei... Se tivesse assim, uma, tivesse uma profissão que ela pudesse
ganhar o dinheiro dela independente disso. Isso aí só deixar pra mim e a
velha, que tamo já velho, já mesmo. Mas ela num... parece que ela é mais
apegada do que eu. (João, 55 anos)
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Um negócio que dá pra manter, mas não é aquele negócio fixo, que dá
pra sobrar… aquele negócio. Pra nós tudinho fica mais difícil, sabe? Aí
eu penso assim: trabalhando noutro canto, fica mais fácil de eu ganhar
lá, chegar em casa e ajudar. Fica até mais pra eles, economiza em várias
coisas. A pessoa tirar o sustento dali, pagar água, pagar luz. Tem um
filho, né? Pra comprar roupa, fica, se torna muito difícil esperar só por
aqui. (Venâncio, 26 anos)
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do lugar foram alguns dos discursos mais ressaltados pelos moradores que
acompanharam a chegada do parque eólico no lugar.
Dentre as promessas realizadas, a de que o empreendimento iria in-
terferir o mínimo possível na vida da comunidade foi mais uma das que
não foram cumpridas. Como exemplo, o cercamento do espaço com arame
farpado trouxe uma série de transtornos aos moradores, especialmente
aqueles que criavam animais, plantavam no terreno, moravam próximo ou
utilizavam o lugar para lazer. Com a delimitação do espaço, foi comum o
relato de insatisfação devido à proibição de acessar a área que há gerações
era utilizada por eles, como desabafam Elizete e Francisca:
E hoje ninguém pode ter mais acesso, porque tá tomado pelo parque eó-
lico, então ali foi uma história que foi desfeita assim, tá só na memória,
né? (Elizete, 30 anos)
Isso aí tá tomando tudo. O povo não pode mais criar, né? O povo não
pode mais... Aí se entrar: “aqui – praqui”, pronto! Vai findar o povo pa-
rando até de comer porque depois da energia eólica, ninguém planta,
ninguém faz mais nada. Não quer que ninguém entre. (Francisca, 55
anos)
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Capítulo IX
Introdução
1 Uma das maiores ondas de protestos da história do país. Iniciada pelo Movimento Passe Livre, em
protesto contra o aumento do preço da passagem de ônibus na cidade de São Paulo, a mobilização ga-
nhou força e tomou várias cidades do país que tiveram suas ruas ocupadas por diversos segmentos sociais
que demonstravam sua insatisfação com diversos aspectos e problemas sociais no país, ampliando suas
pautas de reinvindicação que iam desde protesto contra a realização da Copa do Mundo de Futebol no
país no ano seguinte até denúncias de violência policial e reivindicação pelos “direitos urbanos”.
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2 Comunidade que teve a maior parte das suas famílias removidas para dar lugar à construção do
Parque Olímpico na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A resistência dos seus moradores que construíram
um projeto popular e autônomo de urbanização para o território tem grande importância na história
da luta pela moradia no Brasil.
3 Programa de habitação federal lançado em março de 2009 durante o mandato do presidente Lula.
O programa subsidia a aquisição da casa ou apartamento próprio para famílias com renda até 1,8 mil
reais e facilita as condições de acesso ao imóvel para famílias com renda até de 9 mil. No dia 25 de
Agosto de 2020, O presidente Jair Bolsonaro assinou medida provisória instituindo o programa Casa
Verde e Amarela, que tem como objetivo reformular o Minha Casa Minha Vida.
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4 O conceito de agroecologia é bastante amplo. Neste trabalho utilizo a ideia de agroecologia como
um “enfoque científico, teórico, prático e metodológico, com base em diversas áreas do conhecimento,
que se propõe a estudar processos de desenvolvimento sob uma perspectiva ecológica e sociocultural
e, a partir de um enfoque sistêmico – adotando o agroecossistema como unidade de análise – apoiar
a transição dos modelos convencionais de agricultura e de desenvolvimento rural para estilos de agri-
cultura e de desenvolvimento rural sustentável” (Associação Brasileira de Agroecologia [ABA], 2017).
Recuperado de https://aba-agroecologia.org.br.
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Na Rede Cau a gente foi assumindo essa luta da moradia como intrinse-
camente ligada à agroecologia. De modo que surgiu essa síntese “terra e
água pra morar e plantar”, né? Isso tem uma implicação enorme! E hoje a
gente tá discutindo o quê? A gente tá discutindo que o conceito de moradia
popular tem que se modificar a partir do perfil de que as pessoas precisam
de espaço pra ter suas plantinhas, seus jardins, seu cachorro, sua galinha,
seu sei lá o quê, sua criação, sua agricultura. Né? Mais e mais as pessoas
mostram que têm esse vínculo com a terra. Seja porque nasceram em con-
texto de roça ou que tiveram essa migração, vieram disso, né? Isso tem
implicação no próprio conceito de moradia. (Silvia, entrevista concedida
em 2018)
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6 Conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público municipal, com a parti-
cipação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, cujo objetivo é
alcançar, em uma área, transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização am-
biental. Trata-se de um dos instrumentos de viabilização da política urbana a serem realizados com a
participação de particulares (Parágrafo 1º do artigo 32, Estatuto da Cidade, 2001).
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7 O Plano Popular de Vila Autódromo foi um plano de desenvolvimento urbano, econômico, social
e cultural elaborado pela comunidade em conjunto com pesquisadores e entidades de direitos humanos
como uma contraproposta ao plano de remoção feito pela Prefeitura para remoção da comunidade e a
construção de obras para as Olimpíadas.
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Gostaria de pensar que essa foi uma vitória nossa, mas a verdade é que
eles ficaram é sem dinheiro mesmo [em referência à crise no setor imo-
biliário deflagrada após escândalos políticos envolvendo as emprei-
teiras Odebrecht e Andrade Gutierrez]. Na verdade, a nossa maior
vitória foi conseguir construir essa articulação comunitária de mulheres.
Antes éramos só eu e outra companheira, hoje já somos um grupo que não
tem mais medo de homem nenhum. (Maraci, 2018, diário de campo)
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Os homens insistiam comigo que pra eu tinha que botar cimento porque
tinha muito mato [no quintal], e eu brigava e dizia “não, eu preciso do
mato”, mas nunca tinha de fato uma horta, uma coisa estruturada, era
bem bagunçado, então você olhava e realmente parecia mato, mas na
minha cabeça não é mato... Hoje eu tenho uma horta que me alimenta
todos os dias, né, que eu vou lá, eu converso com elas, aquele cheiro me
dá saúde e ânimo pra continuar e junto com isso fui descobrindo o movi-
mento da agroecologia. (Maraci, 2016, diário de campo)
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
Deus me livre de apartamento. É uma gaiola! Como vou levar meus bichos
e minhas plantas para um apartamento? Não é natural, nem para eles,
nem para mim. Como eu ia sobreviver sem minhas plantas? Morei quase
minha vida toda nessa casa, graças a Deus! Eu preciso de um quintal. São
minhas plantas que protegem a minha casa. (Maria, diário de campo,
2016)
8 Recuperado de https://ecomuseusertaocarioca.blogspot.com/.
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“Viemos disputar essa cidade”! É com essa frase que Ana Santos, mulher
negra, 35 anos, articuladora social, cozinheira e agricultora urbana me relata
uma oficina sobre educação, racismo e juventude construída junto com
os adolescentes da Escola Estadual Teófilo Fernandes em Vargem Grande.
Nascida e criada em São Gonçalo, Baixada Fluminense, Ana mudou-se
para a capital para fazer faculdade de administração. Com o tempo começou
a trabalhar na área de produção cultural chegando a “faturar alto”, como diz,
mas se encantou com o movimento agroecológico e largou seu emprego e a
faculdade para se dedicar à agricultura, à culinária e à educação ambiental.
Ana construiu de promoção da agroecologia e da soberania alimentar no
Complexo de Favelas da Penha, onde morou por quase 10 anos. Ana é
responsável pela organização e manutenção de uma das poucas feiras de
produtos orgânicos e agroecológicos em favelas da cidade.
Para ela, a partir do diálogo com quem sente na pele as contradições
da cidade capitalista e da ocupação dos espaços institucionalizados pode
poder é possível construir outras possibilidades de cidadania urbana a partir
das margens e da experiência dos sujeitos subalternizados:
Você começa a entender que a cidade é partida mas que você não é você
se retraindo, se colocando pra, que isso é o contrário, né? É você se po-
sicionando e se colocando cada vez mais na sua cidade. Né? Tem que
me engolir! Não é eu que tenho que sair porque tô te incomodando. Isso
pode ser muito simples mas isso é do caralho, isso é do caralho, assim.
Você entender que vai ter que dividir aqui comigo, tá entendendo? (Ana
Santos, entrevista concedida em 2018)
424
Terra para morar, água para plantar: mulheres agricultoras e a luta por direito à cida-
de...
ção social digna expressa no acesso universal aos direitos sociais básicos à
educação, saúde, moradia, saneamento e mobilidade; a segunda dimensão
diz respeito ao direito de decidir sobre o ordenamento e funcionamento da
cidade, o direito universal dos cidadãos participarem de forma democrática
dos processos decisórios sobre seus territórios. As desigualdades de gênero
em suas intersecções entre raça, classe, geração, sexualidade e capacidade
física interferem diretamente nessas duas dimensões, efetuando-se tanto
em desigualdades estruturais quanto em desigualdades nas experiências de
habitar, circular e opinar sobre organização das cidades.
Frente à uma cidade partida e orientada pelos moldes do capital, da
colonialidade e seus atravessamentos sexistas e racistas, entendo que as
articulações que vêm sendo tecidas através da agroecologia a partir da ótica
das mulheres escapam aos projetos urbanísticos hegemônicos orientados
pela loja empresarial, do desempenho estratégico que enxerga os territórios
e os bens-comuns (terras, montanhas, águas) como commodities, ou seja,
produtos a serem privatizados e/ou rentabilizados.
Assim, elas questionam tanto a segregação socioespacial generificada
quanto a exploração desse meio ambiente e da geografia dos racismos na
cidade. Disputam não apenas o direito viver em espaços apropriados para as
tarefas relacionadas à reprodução da vida, mas também lutam pelo direito
e aos usos das moradias e dos espaços relacionados a ela (Helene, 2019).
Através dessas lutas as mulheres desvelam dimensões fundamentais da luta
pelo direito à cidade e à moradia.
425
Relações pessoa-ambiente na América Latina
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428
Capítulo X
Estratégias psicossociais de
enfrentamento à pobreza rural
no nordeste e no sul do Brasil
Elívia Camurça Cidade
Verônica Morais Ximenes
Introdução
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Procedimentos Metodológicos
1 Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará com pare-
cer nº 1.233.648 e código CAAE na Plataforma Brasil 46474715.5.1001.5054.
432
Estratégias psicossociais de enfrentamento à pobreza rural no nordeste e no sul do Brasil
2 O DNCOS é uma instituição federal brasileira criada em 1909 com o objetivo desenvolver ações
para amenizar os impactos das adversidades climáticas na região nordeste do país através do investimen-
to em infraestrutura hídrica. Entretanto, ao longo de sua existência, o DNOCS e sua forma de gestão
têm sido alvos de duras críticas, sobretudo por terem beneficiado diretamente, durante longos períodos,
grandes proprietários de terra da região.
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Resultados e Discussões
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Edna (GFP2): Porque com a seca não tem plantação, né? As coisa tudo
ficam mais cara. Os animal morre por falta d`água.
Facilitadora: Poluição?
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Zelda (GFC2): Pra nós que tá aqui não é viável [assinar a carteira de
trabalho]. Não é viável porque, tipo assim, a gente já viu comentário de
pré-assentamento que tá tendo de pessoas que tão trabalhando fora de
carteira assinada e que tem o lote. Então é sujeito a perder o lote. Então,
você vai jogar sua família às vezes lá na periferia, na cidade, morando
numa favela, pagando aluguel, né?! Porque tem gente que olha e “Porque
vocês não vão pra cidade trabalhar?”. Acha que a gente é um bando de
vagabundo, sabe?!
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Considerações finais
445
Relações pessoa-ambiente na América Latina
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Estratégias psicossociais de enfrentamento à pobreza rural no nordeste e no sul do Brasil
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Capítulo XI
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Dignidade e apego ao lugar: disputa pelo direito à moradia na recuperação pós-desastre
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1 No dia 18 de outubro de 2019 as autoridades locais declararam que o setor sul seria habitável, no
entanto, até a data da escrita deste capítulo, as precárias condições de vida no setor não se alteraram.
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Habitando o inabitável
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Desfazendo um lar
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em que por mais de dez anos os serviços básicos de água, luz, transporte
público e manutenção estão presentes de maneira precária e informal. A
dignidade aqui adquire os sentidos do cuidado dos vínculos socioespaciais,
e das diversas atividades familiares e coletivas que constroem e reproduzem
as redes de cuidado em atividades não só de manutenção do sustento ma-
terial e emocional dos corpos na cotidianidade, mas também as condições
do entorno que permitem esse sustento (água, moradia, sistema de esgoto
etc.) (Collectiu Punt 6, 2019; Fernández et al., 2020).
Construir propostas a partir da experiência cotidiana, dos problemas,
necessidades e usos que a comunidade realiza dos espaços do setor requer
criticar soluções baseadas unicamente na proteção de vidas sem respeitar
e fortalecer a dignidade das comunidades e seus modos de vida. Partindo
desse pressuposto, nossa aproximação foi construir, a partir de uma expe-
riência de escuta e participação, formas de reparar os impactos subjetivos
e comunitários da incerteza habitacional e injustiça socioambiental que
essas pessoas viveram por mais de uma década.
Considerando o anterior, propusemos para Chaitén setor sul uma
habitabilidade condicionada. Isso significou desenhar um conjunto de
medidas estruturais, legais e psicossociais que permitam conviver com o
risco de forma digna, por exemplo, propondo a reconstrução de todos os
equipamentos críticos da cidade em zonas seguras, limitando o crescimento
da cidade para controlar a exposição, propondo a construção de um plano
de educação participativo para conviver com o risco vulcânico e fortalecer
o poder das comunidades na sua relação com o Estado, e propondo a re-
paração do trauma psicossocial da população, buscando reestabelecer redes
comunitárias e dar sentido à experiência vivida. Consideramos que não se
deve instalar o apagamento da história da erupção vulcânica, e menos ainda,
do período de violação de direitos com a inabitabilidade do setor sul da
cidade, sendo necessária a reparação da experiência de injustiça que essas
pessoas viveram a partir da incorporação da sua memória de resistência.
Transversalmente, e considerando o caráter social e institucional do
mal-estar da comunidade, se propôs um novo trato entre Estado, autori-
dades locais e habitantes de Chaitén, explicitando o necessário respeito e
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2 Em janeiro de 2020, três meses após o compromisso das autoridades em garantir a habitabilidade e
resolver a ausência de serviços públicos, habitantes de Chaitén sul se mantêm em situação de incerteza,
e se manifestaram com barricadas e cartazes que diziam: “se meteram no setor equivocado, que nos falta
cartaz para tanta raiva que temos #Chaitén sul” (a tradução é nossa).
3 A tradução é nossa.
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
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Capítulo XII
469
Relações pessoa-ambiente na América Latina
Figura 1 Perímetro de exclusión del comercio ambulante de Temuco. Calle Lautaro por
el norte, calle Bello por el Sur, calle General Mackenna por el oriente y calle Vicuña
Mackenna por el Poniente
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No es solo escapar. Resistencias cotidianas del comercio ambulante hortalicero en Temuco, Chile
2006; Boonjubun, 2017; Crossa, 2009; Desheng & Gengzhi, 2015; Hays-
-Mitchell, 1994). Estas forman parte del discurso neoliberal de reformas
urbanas (Harvey, 1989) e incluyen una serie de fenómenos de privatiza-
ción y segmentación (Janoschka, 2002), gentrificación (Díaz & Salinas,
2016; Insulza & Galleguillos, 2014), tematización de las ciudades (Sorkin,
1992) o el uso de estrategias de image-making (Crossa, 2001, 2009). En
definitiva, hacer las ciudades accesibles y atractivas principalmente para
la clase media, para la elite y para el turismo con el fin de tornar la ciudad
exclusivamente para el uso comercial, lúdico y estético, dejando de lado
problemas fundamentales como la superación de la pobreza, la desigualdad,
el desempleo u otras formas de injusticia social (Mitchell, 2003).
Bajo estos preceptos, presento los hallazgos acerca de las diversas
tácticas de resistencia de los y las comerciantes ambulantes mapuches
que han surgido como respuesta al despliegue de estrategias de control y
vigilancia de parte del municipio de la ciudad de Temuco en Chile. Estos
procedimientos reflejan toda una serie de políticas del espacio público que
proveen una capacidad de actuar de los y las trabajadoras ambulantes en
sus estrategias cotidianas de sobrevivencia y que permitirían socavar las
relaciones de dominación (Lilja & Vinthagen, 2018) transformando las
prácticas cotidianas en prácticas políticas.
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
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No es solo escapar. Resistencias cotidianas del comercio ambulante hortalicero en Temuco, Chile
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No es solo escapar. Resistencias cotidianas del comercio ambulante hortalicero en Temuco, Chile
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Tácticas de resistencia
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No es solo escapar. Resistencias cotidianas del comercio ambulante hortalicero en Temuco, Chile
llegan ahí … sacarte de trabajar po, fome1 po… porque tenis que an-
dar esperando que se vayan los pacos pa poder trabajar y después llegan
ellos ahí (inspectores municipales), y se quedan ahí, y… y como la gente
a veces no aguanta, los días que uno puede trabajar lo hace en un.. no se
po, un “córrete de aquí viejo” antes que te agarremos a charchazo2, le dijo
una amiga (risas). (Erna, 25 años)
1 Es una expresión para expresar aburrimiento, aunque en esta situación denota la incomodidad de
la situación.
2 Golpe en la cabeza con la palma de la mano.
3 La Corporación Nacional de Desarrollo Indígena (CONADI) es una institución chilena, creada en 1993
por medio de la Ley Indígena 19.253, que tiene como objetivos la promoción, la coordinación y la ejecución
de la acción estatal de los planes de desarrollo de las personas pertenecientes a los pueblos indígenas de Chile.
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
Aglomeración
4 Específicamente el artículo 4 menciona: “Deberán adoptarse las medidas especiales que se precisen
para salvaguardar las personas, las instituciones, los bienes, el trabajo, las culturas y el medio ambiente
de los pueblos interesados”
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No es solo escapar. Resistencias cotidianas del comercio ambulante hortalicero en Temuco, Chile
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Conclusiones
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No es solo escapar. Resistencias cotidianas del comercio ambulante hortalicero en Temuco, Chile
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No es solo escapar. Resistencias cotidianas del comercio ambulante hortalicero en Temuco, Chile
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487
Capítulo XIII
Etnoeducación y resistencias
en la diáspora de mujeres
mapuche en Chile:
El Nütram y Kimün
Alicia Rain
Introducción
489
Relações pessoa-ambiente na América Latina
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Etnoeducación y resistencias en la diáspora de mujeres mapuches en Chile: ...
491
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Etnoeducación y resistencias en la diáspora de mujeres mapuches en Chile: ...
Marco Metodológico
Perspectiva metodológica
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Material y método
Mapuche kimün
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Etnoeducación y resistencias en la diáspora de mujeres mapuches en Chile: ...
lof, diferenciados por las condiciones que vivencian y los fines que consti-
tuyen el aprendizaje (Catriquir, 2014). El conocimiento propio mapuche
surge de las memorias colectivas que van anclándose en la oralidad de las
familias pero que, a la vez, se han visto nutridas por los conocimientos
occidentales, producto de los intercambios culturales.
Así que, nos alimentaban y nos vestían con lo poco y na’ [nada] que
ellos tenían, porque la mayoría, era alimentación lo que se buscaba,
porque ellos, mi papá salían a comerciar con lo que salían antes, con el
cochayuyo [alga marina]. Así que…”.
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Etnoeducación y resistencias en la diáspora de mujeres mapuches en Chile: ...
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4.1.2 Nütram
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Etnoeducación y resistencias en la diáspora de mujeres mapuches en Chile: ...
Recuerdo que, que por ejemplo cuando, alrededor de dos veces, mi abueli-
ta materna, mi abuelita LUXX, después de que ellos peleaban, llegaba a
la casa a conversar. Yo solamente sabía que llegaba a conversar con ellos
y, pero no podía estar presente en la conversación.
499
Relações pessoa-ambiente na América Latina
que eran propiciadas por los empleadores. Estos son ejemplos de las políticas
de domesticación y colonialismo creadas por las sociedades occidentales para
socializarnos en la servidumbre. Estas relaciones coloniales expuso a mujeres
y hombres a diversas vulneraciones de derechos (Nahuelpán, 2013). Pero
también estos hechos han sido los que propiciaron estrategias de resistencia
en las ciudades. Es así que en el caso de los hombres panificadores en la
füta warria, – ciudad – de Santiago de Chile, se generaron organizaciones
sindicales para exigir el resguardo de los derechos y afrontar al racismo
imperante en los espacios laborales (Alvarado, 2017). No obstante, la
obediencia fue, asimismo, una forma de asegurar la sobrevivencia material,
el aprendizaje de los entornos y la forma de construir una vida digna en
el marco de los sucesivos despojos de los cuales ha sido víctima nuestro
Pueblo Mapuche (Alvarado, 2016). Frente a los cuales no se conforma,
de allí sus movilizaciones sociopolíticas.
Las mujeres mapuche, sin embargo, fueron las que vivieron la inter-
seccionalidad de opresiones por raza, clase y género, que fue ampliamente
experimentada por ellas en los espacios socio-ocupacionales de trabajo do-
méstico en las ciudades (Millaleo, 2011; Nahuelpán, 2013). No obstante,
algunas de las actrices mapuche han creado formas de afrontar los actos
coloniales, machistas y clasistas basándose en el orgullo mapuche, tal es el
caso de Elizabeth (40 años, Santiago):
Yo creo que el hecho del orgullo de ser mapuche hace que uno no se rebaje
ante el resto, entonces las personas, mis jefes, me trataban de tú a tú,
de repente me decían ‘qué vas a estar comiendo en la cocina, ven a comer
acá’, siempre me relacioné así y con la gente alrededor también”.
500
Etnoeducación y resistencias en la diáspora de mujeres mapuches en Chile: ...
Discusión y Conclusiones
501
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502
Etnoeducación y resistencias en la diáspora de mujeres mapuches en Chile: ...
Referencias
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504
Capítulo XIV
1 Dados levantados por Carolina Marasco (2019) na matéria jornalística “Ato feminista lota as es-
cadarias da catedral de Florianópolis”, publicada no Jornal NSC Total. [https://www.nsctotal.com.br/
noticias/ato-feminista-lota-escadarias-da-catedral-em-florianopolis]
2 O colectivo chileno LasTesis foi formado em 2018, em Valparaíso. Fundado e composto por
quatro mulheres de formação interdisciplinar: Daffne Valdés, Lea Cáceres, Paula Cometa e Sibila
Sotomayor.
505
Relações pessoa-ambiente na América Latina
ocupar a cidade e denunciar que a culpa pela violência não é das mulheres:
seus corpos não são passíveis de uso como objetos, assim como nos lembra
o poema de Éle Semog3 apresentado em epígrafe.
Ao redor do mundo, os movimentos feministas têm realizado ações
artísticas como essa, além de diálogos e debates que buscam visibilizar
pautas reivindicadas pelos mais diversos grupos sociais. Essas pautas
interseccionam a discussão de gênero com outros marcadores sociais,
como raça, classe, sexualidade, gênero, nação, deficiência, entre outros.
São diversos os movimentos implicados com essas lutas: os feminismos
das mulheres com deficiência, negras, indígenas, quilombolas, brancas,
o transfeminismo, o putafeminismo e outras tantas nomeações que nos
chamam atenção para a diversidade que marca, e desestabiliza, a cate-
goria mulher. Esses movimentos visibilizam que o feminismo precisa ser
compreendido em sua pluralidade e diversidade, assim como as mulheres
em suas diferenças.
Donna Haraway (2019, p. 165) ressalta que “depois do reconheci-
mento, arduamente conquistado, de que gênero, raça e classe são social
e historicamente constituídos, esses elementos não podem mais formar a
base da crença em uma unidade essencial”. Assim, tanto o essencialismo
quanto a unicidade da visão sobre as mulheres são questionados para que a
pluralidade seja reconhecida e o debate ampliado. Do contrário, “recusar-se
a reconhecer a diferença torna impossível enxergar os diferentes problemas
e armadilhas que nós, mulheres, enfrentamos” (Lourde, 2019, p. 243),
principalmente quando relacionados aos modos como os diferentes corpos
experienciam a vida social e urbana.
Considerando a amplitude das pautas feministas, algumas es-
tratégias têm sido usadas para visibilizá-las, entre as quais a arte e a
ocupação da cidade. A performance “Un violador en tu camiño” é um
3 Luiz Carlos Amaral Gomes, pseudônimo Éle Semog, nasceu em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro,
em 1952. Militante do movimento social negro, integrou várias organizações de combate ao ra-
cismo, lutou contra ditadura militar e pela promoção da democracia. Fundou os grupos artísticos
Garra Suburbana de Poesia e Teatro; Bate- Boca de Poesia e Negrícia Poesia e Arte de Crioulo. Em
1980, recebeu da União de Escritores Brasileiros moção especial do Prêmio Fernando Chinaglia
(Literafro, 2020).
506
“Un violador en tu camiño”: Corpo e cidade, resistência e luta feminista
4 Dados do Atlas da Violência 2019 (IPEA, 2019) demonstram que o ano de 2017 registrou aumen-
to dos homicídios femininos no Brasil, alcançando 13 casos por dia. Ao todo, 4.936 mulheres foram
mortas, o maior número registrado desde 2007 - 66% delas eram negras.
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
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“Un violador en tu camiño”: Corpo e cidade, resistência e luta feminista
elas ora contribuem para fazer pressão junto ao poder público nos
processos de tomada de decisões; ora servem para dar visibilidade
às causas da militância; ora se traduzem em campanhas de cons-
cientização no campo das relações de gênero; ora ajudam a sistema-
tizar dados que referendem políticas públicas; e, não menos impor-
tante, servem para promover encontros, partilhas de experiências
e facilitar a solidariedade. (Reis, 2017, pp. 3-4)
5 A hashtag (do inglês hash # e tag: etiqueta) é uma palavra ou uma frase prefi-
xada, precedida pelo símbolo #, o que permite tanto identificar quanto agrupar
conteúdos, facilitando pesquisas correlatas (Reis, 2017).
6 #MeuPrimeiroAssedio é criado em outubro de 2015 devido aos comentários sexuais publicados no
Twitter destinados à participante de 12 anos do programa de TV “MasterChef Jr.”. O movimento vai
contra a naturalização do assédio sexual sofrido por mulheres desde a infância.
7 O slogan “Ni Una a Menos” (traduzida no Brasil para “Nem uma a Menos) surgiu na Argentina,
em junho de 2015, como protesto contra a violência machista e feminicídio, em virtude do assassinato
de uma jovem grávida de catorze anos, Chiara Páez, por seu namorado de dezesseis anos, em Santa Fé.
A expressão é inspirada em um verso “Nem uma mulher a menos, nem uma morta a mais”, da poeta
mexicana Susana Chávez, vítima de feminicídio na cidade de Juarez, 2011 (Gago, 2020).
8 Movimento contra a candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro, que levou milhares de mulheres
para as ruas no Brasil.
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
Percursos metodológicos
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“Un violador en tu camiño”: Corpo e cidade, resistência e luta feminista
9 O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher foi estabelecido no Primeiro
Encontro Feminista da América Latina e Caribe, ocorrido em Bogotá, em 1981 em memória das
irmãs Mirabal, três ativistas políticas assassinadas pelo ditador Rafael Leónidas Trujillo, em 1960, na
República Dominicana (Silva, 2018).
511
Relações pessoa-ambiente na América Latina
El patriarcado es un juez,
(O patriarcado é um juiz)
que nos juzga por nacer
(que nos julga ao nascer)
y nuestro castigo es
(e nosso castigo é)
la violencia que no ves.
(a violência que não se vê)
El patriarcado es un juez,
(O patriarcado é um juiz)
que nos juzga por nacer
(que nos julga ao nascer)
y nuestro castigo es
(e nosso castigo é)
la violencia que ya ves.
(a violência que já se vê)
Es feminicidio
(É o feminicídio)
Impunidad para el asesino
(Impunidade para o assassino)
Es la desaparición
(É o desaparecimento)
Es la violación
(É a violação)
Y la culpa no era mía, ni dónde estaba, ni
cómo vestía (4x)
(E a culpa não era minha, nem onde estava,
nem como me vestia)
El violador eras tú (2x)
(O estuprador é você)
Son los pacos (policías)
(São os policiais)
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“Un violador en tu camiño”: Corpo e cidade, resistência e luta feminista
Los jueces
(Os juízes)
El estado
(O estado)
El presidente
(O presidente)
El estado opresor es un macho violador (2x)
(O estado opressor é um macho violador)
El violador eras tú (2x)
(O estuprador é você)
Duerme tranquila niña inocente,
(Dorme tranquila, menina inocente)
sin preocuparte del bandolero,
(sem se preocupar com o bandido)
que por tus sueños dulce y sonriente
(que os seus sonhos, doce e sorridente)
vela tu amante carabinero.
(cuida seu querido carabinero (policial)
El violador eres tú (4x)
(O estuprador é você)
513
Relações pessoa-ambiente na América Latina
10 Manifestações levaram milhares de pessoas às ruas do Chile em outubro de 2019 contra os ajustes
econômicos do presidente Sebastian Piñera. Segundo as ativistas chilenas, a violência contra essa popu-
lação aumentou consideravelmente após a ebulição das ruas, especialmente pelas polícias.
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“Un violador en tu camiño”: Corpo e cidade, resistência e luta feminista
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“Un violador en tu camiño”: Corpo e cidade, resistência e luta feminista
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“Un violador en tu camiño”: Corpo e cidade, resistência e luta feminista
11 A pergunta “Quem mandou matar Marielle?” está em aberto desde o assassinato, em 18 de março
de 2018, da vereadora Marielle Franco, do PSOL, que lutava contra as milícias do Rio de Janeiro. Já se
vão mais de 900 dias sem resposta.
519
Relações pessoa-ambiente na América Latina
como resposta, o que contribuiu para a difusão das pautas feministas. Mas,
considerando a dialogia que conota as relações sociais, também assistimos
à emergência de respostas indesejadas, de ações que reforçaram o discurso
patriarcal da violência contra a mulher. Chama a atenção o fato de uma
dessas respostas ter vindo de um agente público, deputado estadual, que fez
críticas às participantes da ação publicando em rede social recomendações
irônicas de como evitar estupros: “deixar os pelos do corpo crescerem, pintar
e cortar o cabelo todo errado, vestir-se mal, não ir à academia. Resolvido,
agora nem mendigo te olha”, escreveu. Trata-se de uma manifestação a ser
execrada, uma vez que imputa às mulheres a responsabilidade por evitar
ou promover agressões que podem vir a sofrer. É um desserviço às lutas
históricas que vêm sendo travadas por homens e mulheres, por pessoas de
variadas condições de classe, gênero, raça, etnia em prol de uma sociedade
sem discriminações e desigualdades.
É possível perceber, com o ato-performance em questão e as respostas
que provocou, que o percurso no enfrentamento das questões sociais e
da opressão de gênero que recaem sobre os corpos feminizados ainda são
diversos e complexos. Mas, apesar dos percalços, registra-se serem pautas
que podem unir grupos em lutas comuns no enfrentamento ao patriarcado.
Considerações finais
520
“Un violador en tu camiño”: Corpo e cidade, resistência e luta feminista
521
Relações pessoa-ambiente na América Latina
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524
Capítulo XV
Esto es un trabajo porque es por plata, me cuido y mucho más que las muje-
res que están afuera porque uso siempre condón. Por ejemplo, yo antes era
pela’a [como popularmente se le dice a una persona promiscua], me iba con
cualquiera, no me cuidaba y tampoco cobraba. En cambio, aquí es más lim-
pio que en cualquiera parte y cobro por lo que hago. (Entrevista individual)
525
Relações pessoa-ambiente na América Latina
1 Este artículo se basa en los resultados y conclusiones de la tesis doctoral titulada “Del cono-
cimiento a la reivindicación del trabajo sexual: discursos estatales y saberes de las trabajadoras
sexuales del Norte de Chile”, realizada en el Programa de Doctorado Persona y Sociedad en el
Mundo Contemporáneo de la Universidad Autónoma de Barcelona. Para más información, dirigir-
se a: https://ddd.uab.cat/record/207896
526
El trabajo sexual como un intersticio. Discursos estatales y agencia desde la cotidianeidad...
527
Relações pessoa-ambiente na América Latina
modelo jurídico que suprima la industria del sexo, que condene la vulnera-
ción de los derechos de la persona prostituida y sancione penalmente a los
que se benefician de la prostitución de otra persona, independientemente
que medie o no su consentimiento (Cobo, 2016). En este sentido, estab-
lece una relación estrecha entre la prostitución y la trata de personas con
fines de explotación sexual, señalando que el efecto de la dominación en
el orden del género la imposibilita de definirla como actividad consentida
y menos aún como un trabajo (Gimeno, 2012).
Además y actualizando sus argumentos, advierte que la ideología del
libre mercado ha disfrazado la libertad sexual para situar a la prostitución
como un trabajo legítimo y le ha proporcionado a la industria del sexo un
estatus como el de cualquier otro mercado (Jeffreys, 2011). Así, problematiza
la cultura que conforma la industria del sexo sobre los prostituidores – como
se llama a los demandantes de sexo comercial – para satisfacer sus deseos
sexuales a través de la compra “de cuerpos desnudos, en fila, sin nombre,
a disposición de quien tenga dinero para pagarlos” (Miguel, 2015, p. 58).
La retórica utilizada por las feministas abolicionistas facilita el estí-
mulo de imágenes y refuerza la concepción de las “mujeres prostituidas”.
Sin embargo, en esta tarea les resta agencia y autonomía a las mujeres que
ejercen esta actividad y encasilla a la prostitución sólo en función del acto
sexual. Asimismo, refuerza patrones genéricos, tales como hombres potentes,
mujeres sumisas, en lugar de transformarlos. Una homogeneización que
potencia una visión esencialista de la sexualidad (Sanders et al., 2009).
Por su parte, las perspectivas feministas pro-derechos del trabajo sexual
critican que las abolicionistas no reconozcan los matices y complejidades
de esta actividad. Como plantea Marta Lamas, “más que un claro contraste
entre trabajo libre y trabajo forzado, lo que existe es un continuum de
relativa libertad y relativa coerción” (Lamas, 2016, p. 24). En este sentido,
las investigaciones no desconocen las características y las posibilidades del
contexto de desigualdades en el que estas mujeres viven ni cómo condi-
cionan sus opciones laborales (Juliano, 2005; Pheterson, 2000). Tampoco
desconoce la existencia de redes de trata y tráfico de mujeres con fines de
explotación sexual, entre otras formas. Sin embargo, del mismo modo que
528
El trabajo sexual como un intersticio. Discursos estatales y agencia desde la cotidianeidad...
2 En 1974 se creó COYOTE para reivindicar los derechos de las trabajadoras sexuales en San Fran-
cisco, les siguió, con un objetivo similar, Prostitutes of New York (PONY). En 1975, un grupo de
150 prostitutas ocuparon una iglesia en Lyon, para protestar por la inacción de la policía francesa ante
asesinatos de sus compañeras. En 1985 se desarrolló el primer Congreso Mundial para el Derecho de
las Prostitutas. Hetaira se creó 1995 para defender los derechos de las trabajadoras sexuales de Madrid.
Fue en 1997 que se fundó la Red de Trabajadoras Sexuales de Latinoamérica y el Caribe, compuesta por
organizaciones de 14 países que sigue la línea de reivindicación de derechos laborales. En Chile, nace la
Asociación Pro-Derechos de la Mujer (APRODEM) en 1993, que derivó en la Fundación Margen en el
año 1998 y que continúa promocionando los derechos de las trabajadoras sexuales hasta la actualidad.
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3 Las cursivas son utilizadas de ahora en adelante para enfatizar las frases e incluidas por
los autores.
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El trabajo sexual como un intersticio. Discursos estatales y agencia desde la cotidianeidad...
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
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El trabajo sexual como un intersticio. Discursos estatales y agencia desde la cotidianeidad...
que proviene de la condena moral por rebelarse ante modelos que sostienen
que las mujeres deben brindan gratuitamente su sexualidad a los hombres.
Esta estigmatización se agrava si al campo del trabajo sexual, se agre-
gan normativas que agudizan su marginalización y criminalización. En los
primeros meses del año 2013, un grupo de residentes de las calles donde
tradicionalmente se desarrolla esta actividad en Iquique, protestaron por la
llegada de profesionales del sexo afrocolombianas, responsabilizándolas de
estimular el desorden público y la violencia en el sector (Oñate Rojas, 2013).
Como consecuencia, el gobierno local promulgó una ordenanza municipal
que estipuló una zona en la periferia para esta actividad, cercana al barrio
industrial de la ciudad; una norma amparada en una ley del siglo XIX que
le entrega facultades a las municipalidad para velar por la moral y las buenas
costumbres (Ministerio del Interior, 1891). Tal como nos dijo una trabaja-
dora municipal en una conversación4 registrada en el cuaderno de campo:
Dice que no está de acuerdo por la inseguridad del lugar, que el sector
elegido está rodeado de drogadictos y que pueden asaltar a las mujeres.
Pero, que cuando se discutió la normativa no fueron invitadas las orga-
nizaciones de trabajadoras sexuales para que dieran su opinión sobre la
ordenanza, solo fueron escuchados los vecinos que reclamaban por las
colombianas que hacían mucho ruido.
4 No permitió grabar la entrevista debido al temor de ser expuesta y perder su trabajo como
funcionaria municipal.
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yo soy la que escojo con quién voy a entrar… yo no soy capaz de estar
más de 10 o 15 minutos en la pieza… yo cobro mi plata y yo les digo al
tiro [inmediato] en la puerta, ehhh (tose) tanto tiempo, un momento
no más, para que después no estén “bueno, una hora”, le digo al tiro [de
inmediato] las cosas como son, también les digo “si vas a pedirme algo
raro, yo no trabajo así”, entonces siempre se los digo en la puerta… yo no
trabajo con gente con trago.
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Relações pessoa-ambiente na América Latina
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El trabajo sexual como un intersticio. Discursos estatales y agencia desde la cotidianeidad...
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Sobre as autoras e autores
Alicia Rain
Magíster en Psicología por la Universidad de la Frontera, Chile. Doctoranda del programa
Persona y Sociedad en el Mundo Contemporáneo de la Universidad Autónoma de Barcelona.
Fue Académica del Departamento de Trabajo Social de la Universidad Católica de Temuco,
Chile, entre los años 2006 y 2017. Miembro del comité científico de la revista Lenguas y
Literaturas Indoamericanas del Departamento de Lenguas, Literatura y Comunicación de
la Universidad de La Frontera, Chile.
E-mail: aliciarain@gmail.com
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Violência, Ditadura e Memória: expressões políticas e institucionais
Andrés Di Masso
Doctor en Psicología por la Universidad de Barcelona. Actualmente es profesor titular en
el Departamento de Psicología Social de la UB y Director del Grupo de Investigación en
Interacción y Cambio Social GRICS – (2017 SGR 1500).
E-mail: adimasso@ub.edu
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Sobre as autoras e autores
Eunice Nakamura
Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorado junto
ao Centre de Recherche Médicine, Santé, Santé Mentale et Société (CERMES 3) da Univer-
sidade Paris Descartes. Atualmente é Professora Associada da Universidade Federal de São
Paulo - Campus Baixada Santista, com atividade docente na graduação e na pós-graduação
(Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde). É líder do grupo de
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Violência, Ditadura e Memória: expressões políticas e institucionais
Gabriela Milaré
Formada em Psicologia (2015) e mestra em Psicologia Social (2019) pelo Instituto de Psico-
logia da Universidade de São Paulo, é atualmente mestranda do programa Erasmus Mundus
Social Work with Family and Children (2019-2021) - consórcio entre as universidades
ISCTE- Lisboa (Portugal), University of Stavanger (Noruega), University of Gothenburg
(Suécia) e University of Makerere (Uganda). Integrante da Rede Brasileira de Pesquisadores
da População de Rua (2018-).
E-mail: gabrielamilarec@gmail.com
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Sobre as autoras e autores
Héctor Berroeta
Doctor por la Universidad de Barcelona, profesor titular y director del departamento de
psicología social de la Universidad de Valparaíso. Director alterno del Centro de Investiga-
ciones en Vulnerabilidades e Informalidades territoriales CINVIT-UV. Actualmente dirije
el proyecto de Investigación Fondecyt 118429.
E-mail: Hector.berroeta@uv.cl
Jacqueline Espinoza-Ibacache
Investigadora postdoctoral del Departamento de Psicología de la Universidad de Chile. Docto-
rado en Psicología Social y Máster en Investigación e Intervención Psicosocial en la Universidad
Autónoma de Barcelona, Magíster en Psicología Comunitaria en la Universidad de Chile.
E-mail: jacqueline.espinoza.ibacache@gmail.com
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Violência, Ditadura e Memória: expressões políticas e institucionais
Kátia Maheirie
Graduação em Psicologia pela UFSC, com mestrado e doutorado em Psicologia Social pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez estágio pós doutoral em Educação na
UNICAMP e em Psicologia Social na Universitat Autónoma de Barcelona (ES) e na PUC/
SP. Pesquisadora e professora Titular da Universidade Federal de Santa Catarina, no Programa
de Pós-Graduação em Psicologia, onde integra o NUPRA- Núcleo de Pesquisa em Práticas
Sociais, Estética e Política. É editora geral da Revista de Psicologia Política.
Email: maheirie@gmail.com
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Sobre as autoras e autores
Lupicinio Íñiguez-Rueda
Doctor en Filosofía y Letras (Psicología) por la Universitat Autónoma de Barcelona (1986).
Catedrático de Psicología Social (2003) en el Departament de Psicología Social (UAB).
Miembro del Barcelona Science and Technology Studies Group (STS-b) y del Grupo de
Investigación en Metodologías Cualitativas (GIMC).
E-mail: lupicinio.iniguez@uab.cat
Magda Dimenstein
Professora Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, bolsista de produtividade 1A/CNPq
E-mail: magda@ufrnet.br
Marcelo Rodríguez-Mancilla
Profesor Asociado del Departamento de Psicología Universidad de Playa Ancha, Chile. Psi-
cólogo por la Universidad de Valparaíso, Chile. Doctor en Planificación Urbana y Regional
por la Universidad Federal de Río de Janeiro, Brasil. Actualmente integra el Observatorio
de Participación Social y Territorio de la Universidad de Playa Ancha.
E-mail: hector.rodriguez@upla.cl
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Violência, Ditadura e Memória: expressões políticas e institucionais
Nikolas Olekszechen
Doutorando no Programa de Psicologia Social do Instituto de Psicologia da Universidade de São
Paulo. Mestre em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade
Federal de Santa Catarina. Graduado em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá.
E-mail: nikolas.oleks@gmail.com
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Sobre as autoras e autores
Rafaella Lenoir-Improta
Doutora em Psicologia Social e Ambiental pelo programa Intervenção Psicossocial da
Universidade de Barcelona, mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte e bacharel em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina.
E-mail: rafaellalenoir@gmail.com
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Violência, Ditadura e Memória: expressões políticas e institucionais
Tatiana Minchoni
Poeta em construção, doutora em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina
(PPGP/UFSC) na área de Práticas Culturais e Processos de Subjetivação com estágio-san-
duíche na Universitat Autónoma de Barcelona (ES), mestre em Psicologia (PPGP/UFRN) e
especialista em Práticas Pedagógicas no Ensino Superior, pela Universidade Potiguar (UnP).
Integra o Coletivo Sarau do Binho e é produtora executiva da “Felizs - Feira Literária da
Zona Sul”, São Paulo, desde a segunda edição em 2016.
Email: minchoni.tatiana@gmail.com
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Sobre as autoras e autores
Tomeu Vidal
Licenciado en Psicología (1990), Màster en Intervención y Gestión Ambiental (1994) y
Doctor en Psicología (2002) (Universidad de Barcelona), Miembro del GRICS - Grupo de
Investigación en Interacción y Cambio Social; Profesor titular de universidad en el Depar-
tamento de Psicología Social y Psicología Cuantitativa. Universidad de Barcelona.
E-mail: tvidal@ub.edu
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