Após avaliação clínica, neurológica e exame de imagem, o paciente é
diagnosticado com quadro de acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico e, por isso, sua filha a procura para sanar algumas dúvidas:
1) O que significa um Acidente Vascular Encefálico Isquêmico? É um
quadro que apresenta gravidade?
O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), também conhecido
por derrame ou isquemia cerebral, é causado pela falta de sangue em uma área do cérebro por conta da obstrução de uma artéria. Quando não mata, o AVCI deixa sequelas que podem ser leves e passageiras ou graves e incapacitantes.
2) O estilo de vida levado pelo pai tem alguma relação com o surgimento do
derrame?
Os riscos de ter um derrame são maiores entre as pessoas cujos pais já
sofreram um AVC, segundo estudo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos. De acordo com os pesquisadores, os resultados indicam que o derrame dos pais pode ser um novo fator de risco importante para os derrames, e que os médicos devem estar atentos ao histórico familiar dos pacientes para a recomendação de abordagens preventivas.
Hábitos de vida como o tabagismo, o consumo de alimentos ricos em gorduras,
frituras, sal, carboidratos e açúcares, aumentam o risco de desenvolver o acúmulo de placas de gordura, também chamadas de aterosclerose, nos vasos sanguíneos do cérebro e em vasos importantes para a circulação cerebral.
3) Quais as sequelas que o pai vai apresentar em decorrência do derrame?
As sequelas motoras são as mais comuns e que aparecem com mais frequência, sendo que por norma são caraterizadas pela paralisia de um dos lados do corpo. É importante relembrar que o hemisfério direito comanda o lado esquerdo do corpo e o hemisfério esquerdo comanda o lado direito, logo se o AVC afetar o hemisfério esquerdo será o lado direito do corpo a ficar paralisado. As sequelas motoras englobam não só a paralisia total de um dos lados do corpo, mas também a parcial, ou seja, existe uma grande dificuldade em movimentar esse lado do corpo.
As principais sequelas neurológicas são: perda de memória (podendo
ser definitiva ou não), dificuldade em se expressar, dificuldade em falar, comer, engolir a própria saliva, paralisia facial, desequilíbrio, dificuldade na localização espacial e ainda uma sensação como se o lado em que está paralisado estivesse constantemente a ser queimado.
As sequelas emocionais poderão ser as mais complicadas de ultrapassar, não
com relação as questões médicas, mas sim na questão pessoal, isto porque depois de sofrer e um AVC poderá entrar numa fase menos boa da vida. No grupo das sequelas emocionais engloba-se a depressão, impaciência, dificuldade nos relacionamentos, isolamento, revolta, e por último a negligência do lado do corpo que está paralisado.