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Sinopse

Caminhos da espiritualidade é uma coleção de 9 li-


vros que escrevi sobre espiritualidade, autoajuda, co-
nhecimento religioso e lei da atração.
Nele você vai encontrar muito conhecimento e sa-
bedoria, ideias que você jamais imaginou, pensamen-
tos e reflexões sobre a existência e a vida.
Mais do que uma simples obra, este livro é fruto de
meses de trabalho e estudos para que pudesse chegar
até você com uma escrita simples e de fácil entendi-
mento.
Os livros foram colocados em uma ordem para dar
a impressão de uma sequência lógica, mas você pode
pular os capítulos e ler os livros individualmente.
A intenção desta obra e trazer a você todo o conhe-
cimento que esta contido nos pequenos livros que es-
crevo.
Aprecie a leitura com paciência, têm muito conte-
údo para reflexão e análise. Procure ler um pouco por
dia ou um capitulo por vez.
Espero que esse livro possa acrescentar em sua vida
muito conhecimento e sabedoria.
O autor

Fausto Luiz Pizani é um estudante de teologia, filo-


sofia, religiões e ciências naturais. Seu objetivo como
ser humano é levar conhecimento ao maior número
de pessoas possíveis através de seus pequenos escri-
tos e contos, desenvolvendo assim, um maior enten-
dimento sobre a vida por parte de seus leitores.
Seus livros digitais são totalmente gratuitos e de fá-
cil acesso a todos aqueles que queiram aumentar seu
conhecimento sobre Deus, o universo e a vida.
Misturando filosofia, teologia, ciência, religiões,
história e autoajuda, Fausto tenta despertar em seus
leitores a curiosidade de sempre se questionarem e re-
fletirem sobre a existência e qual o nosso papel como
seres humanos nessa jornada.
Seu maior propósito é levar o conhecimento e aju-
dar o maior número de pessoas possíveis.
Fausto acredita que o amor é a maior força presente
no universo e que devemos sempre espalhar esse sen-
timento por toda parte e para todas as pessoas e seres
viventes que habitam conosco neste pequeno planeta
chamado Terra.
De graça recebestes, de graça dai - Jesus Cristo.
Sumário
01-De volta ao Éden
02-Os cinco pilares da alma
2.1-Introdução
2.2-O conhecimento
2.3-A sabedoria
2.4-A espiritualidade
2.5-O amor
2.6-A luz
03-O paraíso de Andy
3.1-Parte um
3.2-Parte dois
04-Frequências Espirituais
4.1-Introdução
4.2-O que devemos evitar?
4.3-Como atrair espiritualidade?
4.4-O que é uma frequência?
4.5-Frequência espiritual
05-Entre a luz e as trevas
5.1-Introdução
5.2-O que são as trevas?
5.3-O cenário existencial
5.4-Aumentando a luz interior
5.5-A ilusão do eu
5.6-O outro também é você
5.7-Caminhando na luz
5.8-Vivendo em paz
5.9-Ajude a humanidade
06-A chave da vida
6.1-Introdução
6.2-O que é a realidade?
6.3-Desconstruindo crenças
6.4-Procure relaxar
6.5-Sempre lute por um sonho
6.6-Amar é sempre a melhor opção
6.7-Livre-se de todo mágoa
6.8-Buscando espiritualidade
6.9-A chave da vida
07-Em busca da felicidade
7.1-Introdução
7.2-Livre-se do apego
7.3-O momento presente
7.4-Contemple as pequenas coisas
7.5-Medite
7.6-Ajude a humanidade
7.7-Ame mais
7.8-Ore a Deus
7.9-Tenha fé
08-Sobre a luz da cabala
8.1-O ciclo vicioso em busca da felicidade
8.2-Você é grato pelo que têm?
8.3-A oferta
8.4-Alterando a realidade
8.5-Meditação e oração
8.6-Esquecendo o passado
8.7-Sobre a luz da cabala
09-Por que estamos aqui?
9.1-Introdução
9.2-Hinduísmo
9.3-O budismo
9.4-O judaísmo
9.5-O cristianismo
9.6-O islamismo
9.7-O que a ciência diz sobre o universo?
9.8-Por que devemos continuar?
9.9-O Deus de Baruch Espinoza
9.10-Por que estamos aqui?
10-Fim
De volta ao Éden
“Uma longa caminhada começa com o primeiro
passo” - Lao-Tsé.
Muitos estão perdidos e desorientados nesta vida. A
cada dia que se passa, o homem está perdendo sua li-
berdade, sua dignidade, sua orientação e seu conheci-
mento.
Diante de uma sociedade cujo principal objetivo é
fazer parte de um padrão social, alguns homens se
sentem deslocados e indiferentes ao mundo.
Todos nós passamos por dificuldades, todos enfren-
tamos algum obstáculo em nossos caminhos, seja na
vida pessoal, profissional ou em nossos relaciona-
mentos.
Todos já fomos crianças um dia, mas muitos de nós,
agora já adultos ou entrando nessa fase, passamos por
problemas do cotidiano. Alguns são tão tortuosos que
destroem a autoestima e personalidade de cada ser hu-
mano em sua existência. Talvez você deve estar se
perguntando por que isso ocorre e por que esses pro-
blemas são tão avassaladores em nossa sociedade
atual. A resposta é simples, vivemos em um mundo
de ilusões.
Existe uma palavra antiga oriental que representa
esse mundo onde cada um vive em um universo
particular chamada Maya, um conceito de ilusão que
caracteriza a natureza do universo físico e mental.
Mas de qual universo estamos falando? Do universo
interior de cada um.
John Locke, um filósofo inglês, dizia que todos nós
nascemos como uma folha em branco, entende-se que
todos nascemos iguais em um mesmo mundo, mas o
preenchimento dessa folha com certeza será diferente
de uma pessoa para outra.
Você já se perguntou quem é você? Se não, faça
isso. Comece percebendo que você é um reflexo de
tudo o que viveu e aprendeu no mundo. Perceba que
cada pensamento seu, cada escolha sua, é designada
por uma mensagem que chegou até você através de
alguém ou algum meio de comunicação. Quando co-
meçar a entender isso, vai começar a questionar suas
crenças. Será que você é você mesmo, ou a somatória
do que chegou até você e você abstraiu?
Todos temos desejos e ego, o ser humano ainda tem
muitos aspectos de sua natureza primitiva, mas não
podemos negar que a globalização, os sistemas
econômicos e religiosos, exercem total influência na
maioria das pessoas.
Comece olhando para trás, volte desde o dia do seu
nascimento e tente perceber o quanto você está inse-
rido nesse sistema. As pessoas sofrem, cada uma em
seu grau, umas mais, outras menos. Mas por que elas
sofrem?
A realidade é produzida pelo consciente, mas é mo-
vimentada pelo inconsciente. Desde que nascemos,
estamos experimentando sensações. Essas sensações,
podem nos causar dor ou alegria, medo ou tristeza,
orgulho ou vergonha. Através dessas sensações, cons-
truímos na mente, uma realidade sensorial. Com o
passar do tempo, nossa mente já tem uma ideia do que
é bom ou ruim para nós.
Através dessas sensações e com o uso da razão, in-
terpretamos o mundo a nossa volta da maneira que
quisermos. Mas porque o mundo está cada vez pior,
porque o homem está se autodestruindo e extermi-
nando a própria espécie? O que realmente é a reali-
dade? E como devemos nos inserir nela?
Já vimos que quando nascemos, somos um livro em
branco a ser preenchido, mas na maioria das vezes,
somos preenchidos por ideias alheias.
Na verdade, quando ainda estamos no ventre de
nossa mãe, já estamos aprendendo. Depois de um de-
terminado momento da gravidez, o feto que está se
desenvolvendo, sente praticamente tudo o que a mãe
sente.
Já chegamos a esse mundo com uma porção de sen-
sações, mas sem nenhuma noção do que é verdadeiro
ou não. Quando éramos crianças, acreditávamos que
tudo seria possível, tudo nós queríamos conhecer,
provavelmente nessa época foi onde mais filosofamos
e nos questionamos sobre a vida. Quantos de nós um
dia não acreditamos em lendas que fazem parte de
nossas culturas e tradições? Uma criança pode ser en-
ganada facilmente, porque ainda não tem todo conhe-
cimento do mundo objetivo, mas com o tempo, elas
começam a se questionar sobre tudo, e quando atin-
gem uma certa idade, se acomodam com o mundo,
deixando de lado o que nós temos de melhor, a arte
da dúvida e a busca pela sabedoria.
Conforme vamos crescendo, vamos preenchendo
nosso interior com ideias, ilusões, crenças e conceitos
morais, vamos nos acostumando com o mundo e re-
fletimos cada vez menos sobre ele.
Com o passar do tempo, vamos montando nosso
quadro da realidade. Mas seria real tudo o que senti-
mos? Observe a forma de como os homens se com-
portam. Eles estão cheios de ideias e pensamentos.
Uns são diferentes dos outros, porque cada um nasceu
em uma cultura e em um país diferente. Eles lutam
por suas convicções, fazem até guerra por elas, mas
onde isso vai nos levar? Não sabemos nada sobre o
futuro, pode ser que amanhã acabe tudo, pode ser que
não, mas nesse caminho destrutivo causado pelo
homem não podemos permanecer, porque esse cami-
nho nos levará a ruina e destruição.
Sozinhos, nunca vamos solucionar os problemas da
humanidade. Isso só será possível se cada um fizer
sua parte. Para solucionarmos essa questão, temos
que primeiramente entender como a mente humana
funciona. O homem nasce com sede na alma, ele quer
ser importante, quer conhecer o mundo, quer viver
seus prazeres e deixar aqui o seu registro, porém, ele
não percebe que para isso ele precisa estar encaixado
em um sistema.
Seria impossível para o homem viver sem tentar es-
tar no contexto da realidade que o sistema oferece. O
homem busca e é manipulado por isso. Por essa ne-
cessidade que temos, vamos tentando nos encaixar
em algum sistema. O sistema se usado de forma cor-
reta, ajudaria a humanidade de forma inimaginável,
mas o sistema que se desenvolveu aqui, está longe de
ser real e benéfico.
O sistema é tudo que aprendemos, tudo o que senti-
mos, o que vimos, tudo aquilo que faz parte do mundo
subjetivo que é interpretado pelo nosso interior.
Acreditamos no que nos faz bem, no que nos de uma
certa tranquilidade, quando estamos bem e tranquilos,
nunca iremos nos questionar se tem algo de errado
com a humanidade ou ao nosso redor, porque assim é
mais confortável.
Essa realidade subjetiva, é o sistema instalado na
mente do ser humano. Esse sistema, aliado com o ego,
é responsável por todo mal que há na humanidade.
Eles criam um padrão para tudo, beleza, classe social,
religião, trabalho política e tudo mais que possa con-
trolar a nossa mente.
Esses padrões chegam até nós através de conceitos
que são ensinados pela mídia, internet, livros, revistas
e jornais. O homem que abstrai esses padrões, tende
a ter a necessidade de obter tudo aquilo que o sistema
determina. Mas todos nós sabemos que isso não é
possível. Esse padrão econômico, mantém os homens
sempre em busca por algo melhor.
Todos estamos presos a esses padrões. A ilusão que
esse sistema provoca é tão poderosa, que a maioria
das pessoas vivem uma vida toda sem perceber o que
estão fazendo, gastando dinheiro com coisas fúteis,
deixando de lado a experiência de viver.
O homem inserido nesse contexto, busca sempre o
melhor, a felicidade, a abundância. Isso cria um sis-
tema sem fim, porque a tecnologia sempre avança e o
homem sempre terá que se adaptar a ela, sempre se
atualizando perante a tecnologia.
Muitos dos que estão nesse sistema, estão comple-
tamente cegos. Eles se sentem tristes por serem mise-
ráveis, se esquecem de que a felicidade está dentro de
cada um, na alegria da alma que contempla as peque-
nas coisas.
Muitos, por não terem seus desejos satisfeitos, co-
metem algum tipo de transgressão, algo imoral, deter-
minado como regra por esse mesmo sistema. O
mundo está cada vez pior nesse sentido, a violência já
está passando a ser vista com naturalidade. Os ho-
mens com seus ideais, cometem barbaridades, pois
esse sistema muitas vezes descontrola a mente.
A tendência do homem social é viver em guerra. Sa-
bemos que a menos de 200 anos atrás, a humanidade
não se conhecia totalmente. Hoje com o uso da inter-
net, podemos facilmente estudar outras culturas e en-
tender que nossas diferenças são históricas e cultu-
rais.
A humanidade esta globalizada, essa globalização,
é sustentada pelas maiores economias do mundo, elas
se ajudam entre si e dificilmente entrarão em conflito.
Mas o homem social, individual, enfrenta um sistema
opressor. Perceber esse sistema é o primeiro passo em
busca da volta ao Éden, mas por que Éden?
Na teologia bíblica, Adão e Eva estavam no Éden,
mas sua desobediência e seus desejos fizeram com
que eles fossem expulsos de lá, mas na verdade, essa
foi uma escolha que eles fizeram. O Éden simboliza
o paraíso. Neste pequeno livro, vamos tentar entender
por que nos perdemos de nosso paraíso interior e pas-
samos a fazer parte de um mundo caótico e assusta-
dor.
Todas as pessoas que tem problemas, acreditam que
a vida não tem mais solução. Realmente o mundo está
descontrolado, mas elas se esquecem de que um dia
viveram no Éden, em um paraíso perfeito em harmo-
nia e amor. Os teólogos acreditam que o Éden é sim-
bólico, o Éden seria uma condição e não um lugar, a
condição do homem viver sobre as regras de Deus e
para que você consiga voltar ao seu estado natural de
felicidade e paz, você terá que se esforçar e abandonar
velhos hábitos em sua vida rotineira.
Se você questionar um adolescente com alguma di-
ficuldade e perguntar se um dia a vida dele esteve me-
lhor, com certeza ele dirá que sim, essa é a prova de
que um dia fomos felizes. A questão é, como era essa
vida? Como eu agia e me relacionava com o mundo?
Qual era minha crença? São essas lembranças que
você precisa resgatar.
Quando você voltar no tempo em suas lembranças
e perceber que um dia foi feliz, vai aprender que a
felicidade é possível novamente, basta perceber o que
lhe fez sair do Éden.
O estado de espírito interior de uma pessoa é todo
seu poder. É ele que controla nossas emoções e pen-
samentos. Se você esta equilibrado espiritualmente
tudo ocorrera bem, mas se estiver em desequilíbrio,
vai acarretar cada vez mais problemas.
Toda pessoa que vivem em equilíbrio, tem seus de-
sejos controlados. O controle dos desejos é a primeira
atitude a ser tomada. Uma mente que não é controlado
torna-se inimiga de si mesma. Enquanto sua mente
não for controlada e você estiver perdido em vícios e
ilusões passageiras que entorpecem a mente, dificil-
mente sairá de seu estado de ilusão.
Observe como as pessoas são hoje em dia, elas de-
sejam o tempo todo um carro novo, bens matérias,
uma casa maior. O problema é que muitos desses de-
sejos não são correspondidos e isso traz tristeza e in-
satisfação para a vida dessas pessoas. Foi pelo desejo
que Adão e Eva foram expulsos do paraíso e é pelo
desejo que os acompanhamos. Mas então desejar está
errado? Não. Da forma correta o desejo harmoniza as
pessoas, o problema é que hoje todas as formas de de-
sejos são possessivas. Mas por que temos desejo en-
tão?
Por causa do ego, o ego é nossa prisão ao eu, que
está totalmente ligada ao mundo de Maya citado an-
teriormente, um mundo iludido pela matéria e pela
inconsciência. Observe o que as pessoas desejam, não
só onde você vive, mas em todo mundo.
As pessoas desejam aquilo que o mundo acha bo-
nito e aprova, nem sempre o desejo é por algum ob-
jeto, no Japão por exemplo, o maior desejo de um
adolescente é entrar na faculdade. Esse desejo é tão
predominante, que a taxa de suicídio daqueles que
não conseguem é bem maior entre os jovens japone-
ses em relação a outros países. No Brasil por exem-
plo, as pessoas desejam o belo, um carro moderno,
uma pessoa que precise ser aprovada pelas outras ao
seu lado e sua própria aprovação. Mas por que somos
assim?
Tudo o que somos e desejamos está ligado ao
mundo que acreditamos ser real. Os sistemas de tele-
comunicação e internet bombardeiam os noticiários e
programas com propagandas e conceitos errados que
incentivam diretamente todos aqueles que acompa-
nham.
A obsessão por ser como o mundo está moldado é
forte, e isso faz com que a maioria das pessoas rejei-
tem a si mesmas para fazer parte desse mundo, esse é
um caminho que só traz sofrimento, porque nunca va-
mos ter tudo o que queremos e cada pessoa possui
uma natureza dentro de si e nem sempre essa natureza
vai se harmonizar com os atributos do mundo ilusório
criado pelo sistema.
Lembre-se de John Locke, você nasceu uma folha
em branco, sem registros, que por um tempo estava
escrevendo sua própria história, mas hoje deixou que
outras ideias influenciassem em sua vida.
Um grande místico que percebeu que o desejo era a
fonte de todo sofrimento foi Buda, Buda acreditava
que nosso eu interior estava fortemente apegado a
vida e aos bens materiais, quando percebeu que nada
disso trazia felicidade, pois como humanos não pode-
mos fugir da morte, da velhice e da doença, saiu de
seu palácio para buscar a iluminação ou nirvana,
sendo assim, todo o desejo que se instala dentro de
nós, cedo ou tarde, vai nos trazer sofrimento porque
nada é duradouro nessa vida.
Quando você entender que o desejo que sente é re-
flexo dos conceitos ilusórios criados pelo homem in-
serido em Maya, vai aprender a direcionar melhor
seus pensamentos.
Você não precisa de aprovação, não precisa ser
igual a ninguém, você é um ser único, uma alma vi-
vente presente no universo e existe um universo todo
presente em você.
Após essa percepção, a busca agora é por aquela paz
de espírito que você teve um dia. Você vai facilmente
perceber que naquela época, seus desejos eram meno-
res, o amor e o carinho das pessoas ao seu redor eram
importantes, passar um domingo em família era di-
vertido, você se divertia com coisas baratas e que cau-
savam grande satisfação, mas com o passar do tempo,
foi substituindo aquelas ações por desejos e pensa-
mentos que se prendiam somente a você e que chega-
vam a você através dos sistemas de manipulação.
Quando nos fechamos em um mundo interior, o ex-
terior nos aflige, devemos buscar de volta o amor das
pessoas e nossa capacidade de amá-las e deixar para
trás esse mundo ilusório do ego.
Uma das piores prisões da mente humana é o ran-
cor, as magoas que guardamos pelo que sofremos das
pessoas, por esse motivo Jesus enfatizou tanto o per-
dão.
Certamente você tem magoas de acusações que já
ouviu, de algum tipo de preconceito que já sofreu e
por se sentir abandonado por algumas pessoas, geral-
mente as que mais deveriam lhe amar.
Entenda que essas pessoas também estão presas em
Maya, vivem iludidas, cheias de conceitos inválidos
e sonhos despedaçados. Elas acreditam que todos de-
vem ser como elas e abandonarem seus sonhos e me-
tas em busca da felicidade. Portanto, o perdão é sua
forma de se livrar desse peso em sua consciência e
dessas pessoas.
O perdão precisa vir de seu interior, em oração com
Deus ou qualquer que seja sua crença. Busque enten-
der que essas pessoas estão presas a você e você a
elas, tente esquecer e tirar de sua mente todos que es-
tão presos a você. Sinta-se livre para poder começar a
realizar suas próprias ações sem depender da aprova-
ção de ninguém e sempre apoie as pessoas no que
quer que elas queiram ser.
Quando perdoamos, nos livramos de todas as ma-
goas, isso nos coloca em harmonia com nosso próprio
universo interior. Após perceber que todos vivem
suas ilusões em Maya e que todos necessitam de seu
perdão, o próximo passo é tentar perceber o que lhe
faz realmente feliz.
Muitas pessoas acreditam que a felicidade esta nos
bens materiais e conquistas, mas veja quantas pessoas
que consideramos bem de vida possuem os mesmos
problemas que qualquer outra pessoa, há uma enorme
quantidade de atores, cantores e esportistas milioná-
rios com os mesmos problemas que pessoas normais,
isso prova que o dinheiro não é capaz de acabar com
os problemas das pessoas.
A felicidade está nos pequenos momentos, no cari-
nho de uma criança, na natureza, no universo e no
amor. Todo universo criado por Deus vive em harmo-
nia, acredita-se que houve muito caos no princípio da
criação e que mesmo hoje em alguns lugares do
universo exista o caos, mas é do caos que a harmonia
surge. Talvez sua vida agora esteja um caos, mas esse
é o caminho para harmonizar-se.
Uma das mais poderosas ferramentas para entrar em
harmonia com o universo é o amor, o amor ágape, que
nos foi ensinado por Jesus, Buda, Krishna entre ou-
tros místicos da antiguidade.
Quando você se dispõe a amar, seu corpo se harmo-
niza com o universo ao seu redor, você começa a sen-
tir que abandonou um grande peso, o de não sentir
amor por você mesmo e pelos outros.
Você é uma pessoa única em um plano existencial,
só você entende seus desejos e sentimentos, portanto,
não aceite críticas e desprezo de outras pessoas. Não
dependa da aprovação delas, seja feliz fazendo o que
tem vontade, quando alguém lhe perseguir e lhe ofen-
der, afaste-se e ore para que essa pessoa encontre seu
caminho.
Um meio poderoso de se sentir em paz é a oração.
Quando oramos, Deus nos escuta. Converse com
Deus, diga a ele seus maiores problemas e medite em
como solucioná-los que certamente com o tempo as
respostas vão aparecer. Falar com Deus sobre nossos
problemas é bom, porém, Deus é onisciente, ele já
sabe do que precisamos antes mesmo de pedirmos,
portanto, use essa conexão com Deus para agradecer
pelas preces que já recebeu.
Siga também uma lei muito pregada por Jesus, a de
não fazer ao próximo o que não quer para si mesmo e
amar ao próximo como a si mesmo, essa é a lei de
ouro da humanidade. Quando magoamos alguém, so-
mos nós que perdemos, é em nós que a culpa fica e a
culpa é um grande catalisador da felicidade e paz de
espírito.
Reveja sempre suas ações, o modo como trata as
pessoas. Não se sinta abatido com as dificuldades,
pois essas mudanças são longas, mas ao começar,
você vai perceber que a melhora vai vir, e quando es-
tiver em plena paz, não sentira mais a necessidade de
machucar ninguém, nem a você mesmo.
Tendo praticado esses ensinamentos, percebendo
como o universo ao seu redor age de acordo com as
vibrações de seus pensamentos, você vai facilmente
se harmonizar com o cosmo todo.
Uma das questões que deixam as pessoas confusas
hoje em dia é quem é Deus e do que ele gosta ou não.
Existem milhares de livros sagrados das mais diversi-
ficadas religiões. Todos eles pregam o livramento do
ego, dos desejos e a busca pela paz, Deus sabe que
esses são os maiores problemas do ser humano e sabe
como resolvê-los.
Um dos conceitos errados que temos sobre as reli-
giões, é de que tudo o que se ensina foi Deus que re-
velou ao homem. Deus revelou sim muitas lições aos
seres humanos, mas tudo que condena e julga não
vem de Deus, vem do pensamento dos homens que
escreveram as escrituras em suas épocas.
Deus não condena criatura nenhuma, são as pró-
prias criaturas que se condenam pelo conceito que
tem de Deus. Deus é puro amor, não tem nenhum pre-
conceito contra raça, opção sexual, etnia religiosa ou
qualquer outro atributo que caracteriza os seres hu-
manos.
Deus só odeia a maldade, a injustiça e a mentira. Ser
verdadeiro, justo e bom para com os outros e consigo
mesmo, traz harmonia com Deus, independente de
quem você seja e quem é injusto sempre vai acatar
com as consequências.
Existe uma ação poderosa que você pode praticar
quando se sentir culpado por qualquer motivo que
seja. A ação da doação. Doar é dedicar um pouco do
seu tempo para ajudar seus semelhantes. Quando
você oferece uma esmola a um pobre você acredita
que está fazendo bem a ele, mas o maior beneficiado
disso é você mesmo, pois Deus se sente endividado
com aqueles que ajudam seus filhos, portanto, sempre
ajude o maior número de pessoas que puder. Essa
ação limpa a alma e traz brilho ao nosso espírito e
Deus lhe dará em dobro tudo o que você oferecer aos
demais.
Quando você começar a colocar em prática esses
ensinamentos, vai começar sua jornada de volta ao
Éden, seu paraíso interior, e quanto mais se dedicar,
mais perto estará de alcançar a verdadeira felicidade,
e quando estiver chegado ao Éden, ajude outras pes-
soas a chegarem lá também, essa é a maior dádiva que
Deus nos deu, ajudar as pessoas a enfrentarem seus
problemas e buscarem a paz de espírito.
Quando qualquer problema voltar a lhe afligir, ore
constantemente. Nunca acredite que você não tem va-
lor, pois para Deus o valor de uma pessoa é maior do
que toda sua criação, e quem pode nos amar mais do
que Deus?
Jesus entregou sua vida pelo amor que sentia por
nós, era um verdadeiro filho de Deus e provou que
com o amor e o perdão somos capazes de realizar os
maiores milagres. Siga esse exemplo e ponha em prá-
tica os ensinamentos de Cristo que sua alma se tornará
uma fonte de luz que jorra para eternidade. Boa sorte
em sua jornada e nunca desista de caminhar, pois vol-
tar ao Éden só depende de você.
Os cinco pilares da alma

Introdução

O que você me responderia se eu lhe dissesse que


existe um poder extraordinário e infinito dentro de
você? Que você pode ver e sentir sensações que ja-
mais imaginaria? Provavelmente sua resposta seria
influenciada pelo momento em que esteja vivendo.
Você pode estar feliz, pode estar triste ou decepci-
onado com alguma situação, pode estar ansioso, com
medo ou qualquer outro tipo de sentimento que difi-
culte você enxergar o potencial que você tem para se
transformar em uma pessoa melhor para você e para
os outros.
Mas então o que fazer? Qual o primeiro passo que
você deve dar para atingir esse poder? Essa liberdade
emocional e essa percepção de que o mundo ao seu
redor é um lugar bom e que você pode melhorá-lo?
Vamos aos poucos buscar nesta parte do livro, um
caminho para auto realização, interiorização do eu
que existe em você e do poder que está disponível a
você desde o seu nascimento.
Todas as pessoas do mundo possuem um eu inte-
rior, uma chama que por tempos se expande e por
tempos se retrai. Quando nascemos, somos como um
livro em branco a ser escrito como vimos no capítulo
anterior, mas o maior problema sobre a história de
nossas vidas, está no fato de que vamos ser por quase
todos os dias, influenciados por ideias e crenças
alheias, fantasias e superstições, mitos e verdades en-
tre outras influências que dependem do ambiente cul-
tural e social de seu local de nascimento, crescimento
e convívio. Mas então o que você pode fazer para ten-
tar perceber o que é real ou não? O que você deve
manter e o que deve descartar?
Tentaremos nesta leitura, direcionar você por um
caminho constituído de cinco pilares para o desenvol-
vimento do eu interior que serão trabalhados em uma
ordem linear, pois todos os caminhos dependem uns
dos outros e para que você possa alcançar todos eles,
é preciso seguir uma sequência correta para a interio-
rização do eu.
Os cinco pilares deste caminho são: o conheci-
mento, a sabedoria, a espiritualidade, o amor e a luz.
Com certeza você já tem em seu interior, muitas
opiniões formadas sobre a vida, suas crenças e valo-
res. Mas para que você possa interiorizar o eu, é pre-
ciso esquecer de tudo o que aprendeu, pelo menos en-
quanto estiver realizando a leitura deste livro.
Tente deixar sua mente relaxada, como se ela fosse
um livro em branco, aonde aos poucos, você vai pre-
enchendo o que vai ser ensinado aqui e moldando um
novo eu em seu interior.
Você deve estar se perguntando, por que esses cinco
pilares e por que devem ser seguidos nesta ordem?
Vou dar um breve resumo, mesmo porque trataremos
de cada um especificamente no decorrer da leitura.
Para você usar a sabedoria, primeiro você precisa
do conhecimento porque só assim você vai perceber
se uma atitude ou decisão que você vai tomar será
correta ou não. Depois do conhecimento vem a sabe-
doria, que é a forma de como você vai usar esse co-
nhecimento que aprendeu. Ao perceber que tem sabe-
doria, você vai começar se questionar sobre sua reali-
dade e a realidade que se mostra presente ao seu re-
dor, vai começar a perceber o enorme conjunto de
crenças e valores que muitas vezes são seguidos por
milhares de pessoas, não de forma natural e sim por-
que se sentem mais confortáveis em ter qualquer tipo
de crença que alivie o fardo de serem quem são.
Com isso, você vai desenvolver uma espiritualidade
única, buscando em seu próprio interior as respostas
que você necessita para se desenvolver espiritual-
mente. Com o desenvolvimento espiritual, você vai
perceber que o amor é a maior força do universo.
Independentemente de onde você esteja e sobre
qualquer circunstância, o amor sempre vai falar mais
alto diante de um coração cheio de ódio e rancor pela
vida. Após desenvolver o amor, você vai desenvolver
uma luz, essa luz habitará em seu interior, ela lhe
mostrará sempre o caminho que você deve seguir, ela
lhe orientará sobre todas as suas dúvidas e você tam-
bém vai desenvolver uma forte intuição sobre a inten-
ção das pessoas que se relacionam com você. A luz é
o último pilar, que é desenvolvido com o aperfeiçoa-
mento dos quatro pilares anteriores, quando você de-
senvolver a luz, coisas inacreditáveis começarão a
ocorrer em sua vida.

O conhecimento

Quando falamos em conhecimento, abrangemos


uma série de fatores que nos acompanham desde o
nosso nascimento e se completam pelo restante de
nossa vida. Obter conhecimento não é uma tarefa fá-
cil, a maioria das pessoas tendem a buscar o que mais
lhe conforta. O grande problema disso, é que certa
crença pode desabar a qualquer momento diante da
realidade do mundo.
Você pode buscar conhecimento hoje de diversas
maneiras, lendo livros, pesquisando na internet, con-
versando com pessoas bem instruídas e até mesmo re-
fletindo sobre aquelas questões que não saem de sua
mente. Mas por que o conhecimento vem em primeiro
lugar dos cinco pilares? Porque sem conhecimento, se
torna praticamente impossível você usar de forma
correta aquilo que ainda não aprendeu.
Imagine um homem que está no meio de dois cami-
nhos. De um lado existe um rio infinito e do outro
uma grande fogueira. Esse homem precisa sair desse
lugar, mas vamos imaginar que ele não sabe nem o
que é o fogo nem o que é a água. Primeiro ele tenta se
aproximar do fogo, e ao sentir seu calor, percebe que
é impossível ir por aquele caminho. Depois ele tenta
ir pela água e enquanto afunda no rio, percebe que
também é impossível continuar. Como esse homem
vai sair desse lugar? É evidente que a qualquer mo-
mento ele vai tentar jogar a água no fogo para apagá-
lo, mas quanto tempo isso vai demorar até que ele te-
nha essa percepção? Talvez ele morra de fome e não
tente isso. Agora imagine que esse homem já conhece
o fogo e a água, não há dúvidas de que ele vai usar a
água para apagar o fogo e sair por esse caminho.
Assim como esse homem primitivo e sem conheci-
mento, somos nós diante da realidade. Ouvimos por
toda a vida uma série de histórias, sejam religiosas,
seja mitos ou verdades que colocam em dúvida tudo
aquilo em que acreditamos.
Buda nos deixou um ensinamento muito sábio sobre
a questão do conhecimento que diz o seguinte: “Não
acredite em nada do que ler, não acredite em nada do
que ouve, duvide de tudo, questione tudo, seja fonte
de sua própria luz”, o que Buda quis dizer com isso?
Mesmo que buscarmos o conhecimento em qual-
quer tentativa de aprendizado, a verdade já está prati-
camente em nosso interior, é sempre nosso interior
que vai encontrar a resposta para aquela pergunta que
deixa a mente inquieta. Portanto, buscar conheci-
mento não significa ler milhares de livros nem reali-
zar milhares de ações e sim procurar identificar em
você, questões que geram dúvidas sobre o que você já
acha que sabe e a realidade ao seu redor.
Você não pode medir esforços para buscar conheci-
mento, precisa ter a mente aberta para novas possibi-
lidades. Existem milhares de ideias sobre a realidade,
milhares de percepções sobre Deus, a vida e seu ob-
jetivo. Não é porque alguém segue certa crença que
você também deve segui-la, às vezes o que faz bem
para um não faz bem para o outro necessariamente,
por isso, é muito importante que ao buscar conheci-
mento, você tente se identificar com aquilo que me-
rece mais confiança segundo o que você acredita e se-
gundo o que você percebe sobre a realidade.
Com o conhecimento, podemos transformar nossa
vida e o mundo em um lugar melhor. Quanto maior o
nosso conhecimento, mais fácil tomamos uma deci-
são diante de um problema.
O conhecimento que você deve se preocupar em ad-
quirir é o autoconhecimento, uma percepção de quem
é você nesse mundo e qual seu papel como ser hu-
mano nessa jornada chamada vida.

A sabedoria

Sem a sabedoria, de nada adianta buscar conheci-


mento. Com certeza em sua vida você já encontrou
pessoas que quando surge um assunto religioso, polí-
tico ou sobre qualquer outro tema, a pessoa vai dizer
que isso não se discute, esse é o principal caminho da
ignorância. A pessoa tem uma ideia que nem se origi-
nou em sua mente, que foi abstraída através de seus
sentidos e ensinada por alguém e que ela julga ser a
melhor por ser mais confortável. Nunca cometa esse
erro. Viver a margem das crenças dos outros pode ser
um caminho perigoso, pois nem sempre o mundo real
ao nosso redor se assemelha a realidade que está em
nossa mente. A sabedoria serve para discernir o certo
do errado, o que tem mais lógica diante de outra ideia
que você acredita ser a mais correta. Com a sabedoria,
você vai através do conhecimento obtido, questionar
se o que aprendeu faz parte da realidade ou não.
A sabedoria é um dom inato do ser humano, isso
não quer dizer que você não possa desenvolvê-la ou
aprimorá-la. Todas as pessoas têm essa capacidade
dentro de si mesma, resolver aperfeiçoar ou não vai
da escolha de cada um. A melhor maneira de adquirir
sabedoria e se questionando e procurando por respos-
tas.
Lembre-se sempre do pensamento de Buda, a res-
posta sempre vai estar dentro de você, mas é evidente
que você vai precisar usar a lógica e a coerência para
não acreditar em fantasias ou superstições.
Quando você desenvolver e aperfeiçoar a sabedoria,
vai automaticamente abandonar um grande número
de crenças e ideias que tinha sobre a realidade, dando
lugar a um pensamento mais lógico sobre a vida e seu
significado. Com isso, vão surgir ideias novas de sua
própria mente que podem esclarecer muitas questões
acerca de sua realidade e da realidade de outras pes-
soas.
Vou deixar aqui, sete passos que você pode come-
çar a treinar para aumentar tanto sua sabedoria quanto
seu conhecimento, tente praticar um pouco por dia.
Passo um: Procure aprender algo novo todo dia, seja
uma palavra diferente, o significado dela, um objeto
diferente, faça algo diferente que vai lhe acrescentar
sabedoria e conhecimento.
Passo dois: Faça uma relação de tudo o que você
aprendeu no final do dia, anote em um caderno ou em
um editor digital para facilitar a memorização. Isso
ajudará você evoluir diariamente.
Passo três: Aprenda com as pessoas, fique mais
atento em suas conversas, perceba se a pessoa tem co-
nhecimento a lhe oferecer e absorva isso.
Passo quatro: Não faça julgamento precipitado e
mantenha a mente sempre aberta, isso é essencial para
desenvolver novos conhecimentos e aprender novas
ideias.
Passo cinco: Seja mais curioso, procure se interes-
sar mais pelas coisas, quanto maior a curiosidade
maior a vontade de aprender, nunca se acomode com
o conhecimento e a sabedoria.
Passo seis: Procure sempre novas formas de apren-
der, seja através de uma leitura ou experiência. Hoje
existem diversos cursos online gratuitos, além de lhe
trazer aprendizado vai ajudar em sua formação pro-
fissional.
Passo sete: Use todos os passos anteriores para de-
senvolver um aprendizado maior todos os dias, não se
acomode, pois, cada dia é um dia novo para aprender
algo novo.
Viu como simples ações podem nos trazer enormes
benefícios? Você não precisa ser um gênio para pen-
sar, ninguém que tenha um bom conhecimento nasceu
assim, todos nascemos iguais e temos as mesmas
oportunidades de aprender, basta querer e se esforçar.

A espiritualidade

“O homem sem Deus é como o vento, não sabe de


onde vem nem para onde vai” – Vanderléia de Jesus
Nunes.
Buscar espiritualidade, talvez seja o caminho mais
complicado em toda essa jornada. Por isso, esta parte
do livro apresenta seu maior conteúdo e ideias para
que você possa perceber que várias pessoas têm pen-
samentos diferentes sobre a realidade, Deus e a vida.
Tenha um pouco de paciência e leia com calma as
ideias desenvolvidas aqui.
Desde o início da existência o homem se pergunta
o que ou quem é Deus. Existem milhares de respostas,
cada cultura antiga desenvolveu para si, crenças dife-
rentes e semelhantes às outras. No início da humani-
dade, os homens atribuíam aos deuses às forças que
governavam a natureza por não compreenderem suas
causas. Com o passar do tempo, surgiram milhares de
divindades, algumas hoje são consideradas mitológi-
cas, outras permanecem ainda na crença da maioria
das pessoas. Mas será que o que cada um acredita está
de acordo com o mundo em que vivemos? Está é a
principal pergunta que você deve fazer a si mesmo.
Muitas pessoas nos dias atuais, estão perdendo a fé
devido ao fato de que o Deus que elas aprenderam não
condiz com a realidade. Veja um exemplo errado de
como as pessoas interpretam Deus. Imagine que uma
mãe perca um filho vítima de um acidente, alguma
amiga para consolá-la, chega e diz: “Esta era a von-
tade de Deus”, isso não é o mesmo que dizer que Deus
gosta da morte? São exemplos assim que apagam a
chama da fé das pessoas. A primeira percepção que
você deve ter ao buscar a espiritualidade é entender
que vivemos em um mundo físico de causa e efeito.
Desde o início da criação, o universo segue leis eter-
nas e imutáveis para sua sustentação, o fato de algu-
mas crenças dizerem que Deus seja capaz de realizar
o impossível, não quer dizer que ele possa violar as
leis que ele mesmo criou, pois se assim fosse, por que
ele as criaria?
Deus é um espírito, ele vem se comunicando com
os homens desde o surgimento da humanidade, ele se
revela para aqueles que o buscam verdadeiramente e
em toda sua revelação ele diz praticamente as mesmas
palavras sobre os mesmos assuntos.
Das cinco maiores religiões do mundo, o Hindu-
ísmo é a mais antiga. Nesta religião, o mal é visto
como o ego do homem, isso é facilmente percebido
na escritura mais sagrada do Hinduísmo que eu acon-
selho você a ler, o Bhagavad Gita. No Budismo é a
mesma coisa, o ego é que traz todo sofrimento. No
Judaísmo também, basta você ler as primeiras páginas
do livro de Gênesis. Vou dar uma breve explicação
sobre esta parte, pois a fé dos hebreus de onde surgiu
o judaísmo e o cristianismo foi muito influenciada pe-
las civilizações que os mantinham em cativeiro.
Temos Adão e Eva, a árvore proibida, seu fruto e a
serpente. A serpente engana Eva a fazendo comer do
fruto e dar a Adão. Dessa transgressão, surge o pe-
cado e a morte. Mas quem é Adão e Eva? Quem é a
serpente e, o que é esse fruto? Todos os teólogos sa-
bem que essa passagem bíblica não é literal, mas sim
poética e simbólica, vamos então entender quem é
quem nesse simbolismo.
Adão e Eva somos nós, a humanidade, o fruto é o
que desejamos, a serpente é nosso ego, aquela voz que
fica em nossa mente dizendo: “Faça isso, faça aquilo”
e que muitas vezes nós escutamos e o pecado é a es-
colha do homem de ser dono de si mesmo sem depen-
der das leis de Deus, o que é praticamente impossível.
Mas como Deus nos deu a liberdade de escolha, ele
permitiu que Adão e Eva continuassem a viver, mas
foram expulsos do Éden. O Éden ao contrário do que
muitos pensam não era um lugar e sim uma condição.
A condição de que nós, humanos, precisamos de
Deus. Após o pecado, Adão e Eva são responsáveis
pelo seu próprio destino, mas mesmo assim Deus não
os abandona. Para reforçar ainda mais a ideia de que
tanto no Hinduísmo, como no Budismo e no Judaísmo
que são as religiões mais antigas do mundo Deus ad-
vertiu sobre o ego do homem, vamos tomar de exem-
plo o primeiro homicídio bíblico, Caim e Abel.
Abel faz sua oferta que é aceita por Deus, Caim ao
perceber isso tenta imitar seu irmão, mas não faz sua
oferta de coração, Deus se alegra com a oferta de
Abel, mas não com a de Caim, causando ciúmes e in-
veja de sua parte. Vou expor aqui a exata passagem
bíblica que atesta que o mal do homem é o ego, a pas-
sagem a seguir é da Bíblia de Jerusalém, a tradução
mais confiável e a Bíblia preferida dos teólogos, leia
com atenção.
“Passado o tempo, Caim apresentou produtos do
solo em oferenda a Iahweh; Abel, por sua vez, tam-
bém ofereceu as primícias e a gordura de seu rebanho.
Ora, Iahweh agradou-se de Abel e de sua oferenda.
Mas não se agradou de Caim e de sua oferenda, e
Caim ficou muito irritado e com o rosto abatido.
Iahweh disse a Caim: “Por que estás irritado e por que
teu rosto está abatido”? Se estivesses bem disposto,
não levantarias a cabeça? Mas se não estás bem dis-
posto não jaz o pecado à porta, como animal acuado
que te espreita; podes acaso dominá-lo?" – Gênesis
4:3-7.
Repare que em momento algum, Deus disse que
Caim estava sendo influenciado por alguma força a
não ser seu próprio desejo, ele ainda o questiona se
ele seria capaz de dominá-lo. Creio que agora você
deve estar se perguntando, mas é o tal de Satanás, não
é ele quem faz o mal? Segundo a crença dos hebreus,
não.
Entre 800 anos antes de Cristo, os hebreus estavam
cativos na Babilônia que foi invadida pelos persas. A
religião dos persas era o Masdeísmo ou Zoroastrismo,
essa religião acreditava que existia um Deus do bem
e um Deus do mal e que ambos lutavam pelo governo
do universo. Essa ideia de alguma maneira influen-
ciou os hebreus e sua cultura, chegando até o cristia-
nismo, onde a crença é de que Satanás que governa o
mundo e é o responsável por toda maldade que nele
existe.
Você tem todo o direito de acreditar nessa dualidade
e nessa guerra entre dois deuses, no entanto, quando
você vê uma notícia trágica na televisão ou na internet
de um assassinato, nenhum repórter diz: “Este ho-
mem, influenciado por Satanás, assassinou outro ho-
mem”, e também se isso fosse uma realidade, o
correto seria absolver o culpado, pois não foi ele
quem fez a escolha do ato e sim uma força por trás
dele muito maior do que ele mesmo. Tente comparar
você duelando contra um ser celestial, não teríamos a
menor chance.
Onde quero chegar com isso? Nós somos os respon-
sáveis por nossas escolhas, quem pratica a maldade
no mundo é o homem e Deus não tem nenhuma obri-
gação de fazer o que o homem é capaz de fazer sozi-
nho, por isso existe a justiça. Outra passagem da Bí-
blia que também afirma que o mal está no coração dos
homens é o dilúvio, Deus decide destruir todo ser vi-
vente do planeta porque viu que o coração do homem
estava inclinado ao mal o tempo todo, basta ler em
sua Bíblia. Talvez agora você se pergunte, mas e as
doenças? As tragédias naturais? De quem é a culpa?
Atividades vulcânicas, furacões, terremotos, fa-
zem parte da natureza de nosso planeta, todos eles
possuem funções que mantém nosso planeta vivo e
organizado, basta fazer uma breve pesquisa sobre
isso. Isso com certeza é criação de Deus, mas Deus
deu inteligência para o homem resolver esses proble-
mas, basta observar o Japão, um país com um enorme
risco de terremotos totalmente adaptado ao seu ambi-
ente. Nos Estados Unidos, onde ocorrem enormes tor-
nados, as casas têm estabelecimento subterrâneo para
protegerem as pessoas, e a respeito de vulcões, é só
não morar perto deles. Uma grande quantidade de ca-
tástrofes também ocorre devido ao homem alterar a
natureza de nosso planeta, emitindo gás carbônico e
desestabilizando o clima da Terra causando poluição
e destruição.
Mas e as doenças, será que Deus é culpado por elas
existirem? Essa talvez seja uma questão complexa,
mas sabemos que desde o início da civilização o ho-
mem realiza diversas atrocidades. Algumas culturas
antigas comiam os próprios filhos recém-nascidos,
outras praticavam sexo com animais, existem diver-
sas atrocidades que o homem cometeu e ainda comete
que podem alterar seu código genético. Imagine hoje
em dia o tanto de alimentos industrializados que exis-
tem, junto com os agrotóxicos que são usados para
combater as pragas que devastam as plantações, mais
uma quantidade enorme de drogas e medicamentos
que alteram nossa genética, como culpar Deus por
isso? Não devemos! Por mais difícil e doloroso que
seja ver uma criança com alguma deformidade, nunca
seremos capazes de entender todo o propósito da cri-
ação, mesmo porque a deformidade está mais em nós
que nos acostumamos com a ideia do perfeito do que
no ser que possui a deformidade. Aos olhos de Deus,
ninguém tem mais valor que o outro. Outra resposta
para doenças e deformidades é a mutação, até hoje a
ciência não sabem por que ocorrem mutações na ge-
nética do homem em determinadas gerações, mas sa-
bemos que sem a mutação nós não estaríamos aqui,
foi através dela que chegamos onde estamos. Geral-
mente as deformidades ou doenças é uma mutação
que deu errado, mas como lemos anteriormente, isso
pode ocorrer devido a uma série de fatores que nós
mesmos causamos.
Quando você começar a mudar seu campo de visão
e sua zona de conforto, vai começar a perceber que
mesmo com todos esses problemas, viver é a dádiva
mais preciosa que Deus lhe deu. Vai perceber que
nosso planeta é perfeito, cheio de vidas e cores. Ne-
nhuma criatura do criador é feia ou não tem um pro-
pósito, tudo está em seu devido lugar e tudo o que
existe tem uma finalidade.
Basta você perceber que muitas das questões que
causam inquietação na alma, podem ser resolvidas
quando usamos a razão, mas para que sua espirituali-
dade sempre melhore, nunca se acostume com uma
única ideia, existem ensinamentos maravilhosos em
quase todas as religiões, seja mais curioso, vá atrás de
informações, não aceite que o que alguém lhe fale
seja a verdade, a verdade sobre sua espiritualidade
está dentro de você e de ninguém mais. Quando você
desenvolver uma espiritualidade sem preconceito, vai
perceber que só lhe resta uma escolha, amar e dar
amor às pessoas ao seu redor.
Vou deixar aqui, a visão de alguns dos maiores fi-
lósofos e pensadores que já existiram sobre Deus para
que você possa perceber que Deus é um sentimento
pessoal e que cada ser humano o sente de uma forma.
Deus segundo Platão

Platão, nascido em Atenas na Grécia, foi um dos


maiores e principais filósofos gregos da antiguidade,
discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles.
Para ele, Deus era a essência do bem, portanto,
afirma-se que Deus é o ser, a vida e a ação. Segundo
Platão, “nós somos uma criação admirável saída das
mãos de Deus, só ele dirige nossa própria vida, por
isso as coisas humanas não são dignas de si”, logo o
homem justo, bom e honesto amará a Deus de cora-
ção.
Platão afirma que é através da oração que podemos
nos unir a Deus de forma infinita, e para provar sua
existência, ele recorre a duas provas: A primeira é a
própria existência do mundo: Deus é demiurgo (Di-
vindade responsável pela criação do universo). A se-
gunda é baseada no movimento, para ele o mundo
está em movimento ordenado, assim como os plane-
tas e esferas celestiais. Para que exista o movimento
é preciso de um motor. Para ele existem dois motores,
o corpóreo e a alma. O corpo é estático, é sempre mo-
vido por outro antes de se mover e a alma apresenta
em si o princípio do movimento, portanto, a alma do-
mina o corpo.

Deus segundo Aristóteles

Aristóteles também foi um filósofo grego nascido


em Estagira na Grécia. Ele acreditava que a causa
inicial e final de todas as coisas era Deus, ou seja, para
encontrar a causa primeira, ele recorre para a análise
investigativa como princípio onde tudo foi gerado.
Para ele, Deus passa da ideia para se concretizar por
via da racionalidade do homem, passando a ser um
atributo real.
Aristóteles deu o nome de teologia a mais alta das
ciências, e mesmo vivendo em uma época onde eram
adorados os deuses do Olimpo, ele acreditava que ha-
via um único Deus, eterno e existente no universo.
Para Aristóteles, o movimento também era a essência
de Deus, que move a tudo, mas não pode ser movido,
e essa experiência aponta para um ser eterno, real e
puro, aquilo que é movido sem mover a si mesmo.

Deus segundo Santo Agostinho

Santo Agostinho acreditava que Deus era o amor


que unificava todo o universo e a existência. Todas as
criaturas tinham como meta se unificar a Deus através
do amor. Em toda sua filosofia, Santo Agostinho tenta
buscar por uma verdade que se revelaria através da fé
em Cristo, porém, ele acreditava que nunca iríamos
encontrar a verdade em Deus e sim que poderíamos
alcançar a luz da razão eterna. Em sua filosofia, não
existem provas formais para demonstrar a existência
de Deus, Deus é íntimo do homem, mais íntimo que a
própria intimidade humana. Para ele Deus é amor,
bondade e infinitude que no princípio fez o céu e a
terra, e nós somos a razão da criação da bondade de
Deus. Deus e seu querer, não tem outro fim se não o
próprio Deus, e sua criação é espontânea, que vem de
sua própria vontade. Em Deus estão as ideias de todas
as coisas e suas formas.

Deus segundo Tomás de Aquino

São Tomás de Aquino acreditava que Deus era a


causa de todas as coisas, e esse todo pode ser encon-
trado somente em cada indivíduo, a essência de Deus
é próprio ser. Para ele, não existe diferença entre fé e
razão, visto que Deus é a causa de tudo. Ele também
acreditava que a alma era imortal porque era imate-
rial, e tudo o que é imaterial é imortal. Apesar de
Deus ser tudo, ele não acreditava que Deus interfere
em sua criação. A felicidade do homem só pode ser
encontrada em Deus, na contemplação da verdade se-
guindo um caminho divino.

Deus segundo Espinoza

Baruch Espinoza não acreditava que Deus era um


ser que governava a humanidade segundo o seus de-
sígnios e vontade. Ele acreditava que Deus fez todas
as coisas para proveito do homem. Espinoza dizia
que Deus e a natureza são dois nomes para a mesma
entidade. Para ele, Deus era a base de sustentação e a
condição subjacente da realidade como um todo.
Tudo está em Deus, tudo vive e se movimenta em
Deus. A partir da infinita natureza de Deus, todas as
coisas tendem a uma mesma necessidade.

Deus segundo René Descartes

René Descartes, conhecido como o pai da filosofia


moderna, acreditava que a proximidade de Deus só
era possível através do pensamento racional, visto
que todo pensamento prova sua existência. Ficou fa-
moso pela expressão “Penso, logo existo”, mesmo
que uma pessoa duvide que o pensamento exista, essa
dúvida já é um pensamento. Uma vez seguindo a ra-
zão, Descartes passa buscar a ideia de perfeição. Ao
questionar a origem da ideia de Deus, ele se vê com o
problema de que essa ideia não poderia ter surgido do
nada, pois o nada, nada cria muito menos um ser per-
feito pode ter surgido do nada. Ele também dizia que
um ser imperfeito não poderia ser criado por um ser
perfeito. Um ser perfeito pode ser sua própria causa,
ao contrário de um ser imperfeito.
A ideia de perfeição está na razão e sugere a exis-
tência de um ser perfeito, pois seria contraditória a
existência da perfeição sem um ser perfeito que tenha
criado a tudo. Assim, a existência de uma ideia de
perfeição que existe em nossa mente, comprova a
existência de um ser perfeito que a criou e a colocou
em nossa razão, ou seja, um ser que pode ser chamado
de Deus.
Deus segundo Rousseau

Jean Jacques Rousseau diz: “Creio que uma von-


tade move o universo e anima a natureza e o faz, além
disso, segundo suas leis”.
Em Emílio, Rousseau mostra claramente sua forma
de pensar a respeito de Deus: “A este ser que quer e
que pode a este ser ativo por si mesmo, a este ser, en-
fim, qualquer que seja que move o universo e ordena
as coisas, chamo-o Deus”. Rousseau acredita em um
Deus que se manifesta na natureza humana, mas que
está longe do sentido e entendimento humano. Para
ele, Deus é uma manifestação natural fundada na na-
tureza humana e na experiência da ordem do mundo
e das coisas que existem como manifestações de
Deus.

Deus segundo Voltaire

Voltaire era considerado “deísta” (embora ele


mesmo use o termo teísmo para designar sua concep-
ção de Deus). Acredita que Deus se manifesta ao ho-
mem não pela revelação histórica como a tradição ju-
daico-cristã, mas através da razão, de modo que, ne-
gar a existência de Deus seria um absurdo, pois se-
gundo ele: “Deus existe como a coisa mais verossímil
que os homens podem pensar e a proposição contrária
como uma das mais absurdas”. Voltaire acreditava
numa ordem inerente à natureza. Uma prova desta or-
dem inerente é o fim com que cada coisa se relaciona,
pois este fim comprova que existe uma função para
cada coisa no universo, conforme seu pensamento:
“Não há arranjo sem objeto, nem efeito sem causa;
logo tudo é igualmente o resultado, e o produto de
uma causa final; logo, é tão verdadeiro dizer que os
narizes foram feitos para respirar oxigênio, como é
verdadeiro dizer que as orelhas foram formadas para
ouvir os sons e os olhos para receberem a luz”.

Deus segundo Immanuel Kant

Segundo Immanuel Kant, conhecemos apenas os


objetos no espaço tempo. Tentar conhecer a existên-
cia de Deus através da razão é sucumbir ao fracasso.
O homem além de ser um ser racional, para Kant,
também é um ser emocional e moral. E segundo ele,
é somente através desse caminho que podemos chegar
ao encontro e existência de Deus.
Toda a preocupação que Kant demonstra quanto às
provas da existência de Deus, têm relação com sua
teoria do conhecimento e sua divisão entre o mundo
dos fenômenos. A razão não deve tentar ultrapassar o
mundo da experiência, que é o mundo do fenômeno.
Toda a Teologia é inútil nesse caso. Kant acreditava
que tudo que fosse algo de estudo e especulação, de-
veria ser sentido e provado por todos, por isso sua
ideia de Deus era tão radical, mas mesmo assim ele
nos deixou o ensinamento de que pela moral e bon-
dade que está no homem, poderíamos chegar a Deus.
Ao estudarmos com calma todas essas interpreta-
ções de Deus, encontramos certa coerência entre os
pensamentos, podemos concluir que é através dos
sentidos julgados pela razão que podemos nos apro-
ximar do grande criador ou arquiteto do universo. Isso
nos mostra claramente que Deus está no íntimo de
cada um, visto que todas as pessoas interpretam a sen-
sibilidade de forma diferente e fazem uso da razão se-
gundo suas ideologias.
Deus é subjetivo, é algo pessoal, cada um viveu um
conjunto de experiências que o levaram a crer em
Deus a sua maneira.
Agora falaremos um pouco sobre três mestres espi-
rituais que foram responsáveis pelo surgimento de
três das grandes religiões do mundo. Jesus, Buda e
Krishna.

Jesus

Muitos mistérios haviam na vida de Jesus Cristo,


vamos analisar aqui o conceito de Jesus como homem
e não como algo divino.
Jesus mostrava sinais de sabedoria desde jovem, di-
zem que os doutores da lei se impressionavam com a
sabedoria do garoto. Era mestre em dialogar, e
quando começou sua pregação era mestre em ensinar.
Pelo pouco que sabemos, Jesus era contra todo o
tipo de opressão que manipulava os homens de sua
época, era contra o sistema religioso judaico e contra
a política de sua sociedade. Com o passar do tempo,
e seguido por muitas pessoas, Jesus começou a ser
perseguido pelos judeus acusado de blasfêmia. Mas
na verdade, os judeus tinham medo de que ele destru-
ísse suas raízes, e foi exatamente isso que ele fez e
por esse motivo a Bíblia é dividida entre o Velho e o
Novo Testamento, Jesus acreditava na imortalidade
da alma (Assim como Platão), ele dizia que quem
cresse nele nunca pereceria, mas teria a vida eterna.
Quando foi traído por Judas e concluiu que seu des-
tino seria a morte, Jesus se retirou e foi orar sozinho
e disse ao pai (como ele chamava Deus) que veio para
dar testemunho de sua existência, mas que agora que-
ria que o pai desse testemunho de sua vida para as
pessoas.
Quando estava pregado na cruz, até a sua fé perdeu
diante da dor ao dizer: “Pai, porque me abandonaste
nessa hora”, mas logo se redimiu e entregou sua alma
ao Deus que ele acreditava dizendo: “Entrego em tuas
mãos o meu espírito” A ressurreição de Cristo faz
parte da fé cristã, mas diante da missão de Cristo, isso
é somente um ponto a ser estudado ou objeto de fé de
cada um.
Cristo pregou o amor entre todos os seres humanos,
seus ensinamentos são repletos de compaixão e sabe-
doria. Quando foi capturado pelos Romanos, Jesus ti-
nha um exército com ele e poderia facilmente come-
çar uma guerra, pelos relatos históricos essa guerra
até começou, mas o próprio Jesus apaziguou a multi-
dão.
Jesus sabia que o maior problema que inquietava as
pessoas era a culpa, por isso dizia que sempre deve-
mos perdoar, porque assim, seremos perdoados tam-
bém por Deus.
Muitas são as igrejas que se exaltaram em nome de
Cristo. O Cristianismo ainda hoje é a maior religião
do mundo, mas o que poucas pessoas entendem, é que
a maioria das igrejas não pregam somente os ensina-
mentos de Cristo, elas promovem a crença de Cristo
e ganham fortunas com isso.
Cristo nos mandou orar em nosso quarto, com a
porta fechada, mas isso poucos fazem, a maioria das
pessoas preferem ir às igrejas. Cristo também pregou
a humildade e o voto de pobreza, quase ninguém faz
isso, e praticamente todas as igrejas que usam o nome
de Cristo estão cada vez mais ricas. Cristo nos ensi-
nou a famosa regra de ouro: “Não faça ao próximo o
que não queres que façam para ti mesmo”. Esse con-
ceito, visto como uma moral na filosofia é válido até
hoje. O problema é que poucos conseguem seguir
essa moral. Jesus entregou sua própria vida em nome
daquilo que acreditava se tornando assim um dos mai-
ores nomes na história das religiões.

Buda

Siddhartha Gautama, mais conhecido como Buda,


também foi um grande mestre na arte de ensinar. Para
Buda, toda a razão do sofrimento também está no de-
sejo, assim como no Hinduísmo (toda ideia do
Budismo tem origem no Hinduísmo). Buda nasceu
em um palácio e herdaria três palácios divinos.
Diz a lenda, que seu pai sabia que um dia ele renun-
ciaria a tudo para seguir seu caminho em busca da ilu-
minação. O seu pai, Suddhodana, desejando para o
seu filho o destino de ser um grande rei e preocupado
com o desvio do filho desse caminho, segundo relatos
biográficos, tentou proteger o filho dos ensinamentos
religiosos e do conhecimento do sofrimento humano.
Devido a isso, seu pai o manteve preso em seu pa-
lácio por um bom tempo, mas um dia, Buda encontrou
uma passagem e conseguiu sair. Quando se deparou
com um homem velho, um homem doente e um corpo
em decomposição sentiu grande compaixão e partiu
em busca de sua liberdade. Buda sentiu que a riqueza
material não era o objetivo final da vida, muitos de
seus ensinamentos pregam a compaixão e a sabedo-
ria.
Buda ajudou as pessoas a despertar a consciência do
universo todo, porque acreditava que só há uma cons-
ciência para despertar seu verdadeiro eu, precisamos
despertar todos os seres. Existe uma infinidade de se-
res conscientes no universo, Buda se compromete a
ajudar todos em seu despertar que é chamado de Nir-
vana ou iluminação.

Krishna

No hinduísmo, Krishna é visto como um avatar ou


manifestação do deus Vishnu, é considerado a
suprema personalidade de Deus, é uma das divinda-
des mais cultuadas em toda a Índia. Krishna é muito
comparado a Jesus em alguns aspectos, ele também
significa a manifestação de Deus vivo e também foi
concebido sem união sexual, através do pensamento
ióguico da mente. Krishna significa a suprema ver-
dade absoluta. Ele é facilmente reconhecido por suas
representações artísticas.
Sua pele é retratada na cor preta ou azul escura, con-
forme descrito nas escrituras. Embora em representa-
ções modernas ele geralmente seja mostrado com pele
azul. A data de nascimento de Krishna, conhecida
como Janmastami, é o dia 18 de julho de 3228 a.C.
Kamsa havia sido alertado por Narada Muni que, em
breve, Vishnu nasceria na família de Vasudeva.
Soube também, através deste sábio, que em uma en-
carnação anterior, Kamsa havia sido um demônio
chamado Kalanemi que tinha sido morto por Vishnu.
Conta à tradição védica que Kamsa, temendo que
Vishnu nascesse em qualquer uma das famílias do
reino, mandou matar todos os meninos com até dois
anos de idade, a fim de evitar o cumprimento da pro-
fecia. Isso não lembra muito um conto bíblico sobre
Jesus e Herodes?
Os ensinamentos de Krishna também se asseme-
lham muito aos de Jesus, Krishna nos ensina que de-
vemos ajudar ao próximo, realizar serviço devocional
a Deus e não nos apegarmos a nada que é material,
pois esse apego escraviza nossa mente.
Krishna é o personagem principal do Bhagavad
Gita, nesse poema ele ensina ao jovem Arjuna todos
os seus ensinamentos sobre como vencer o ego e so-
bre a imortalidade da alma.

O amor

Todas as principais religiões do mundo ensinam a


amar a Deus e ao próximo. Jesus, Krishna, Buda,
Mahavira, entre outros, nos deixaram um legado
imenso sobre como tratar as pessoas que convivem
conosco.
Depois que você começou a aperfeiçoar uma espi-
ritualidade mais realista e menos imperfeita, vai per-
ceber que todo o nosso planeta é digno de amor. Não
se devem amar somente as pessoas, devemos amar
tudo o que nos permeia que foi criado por Deus. Ani-
mais, plantas, a água, os frutos e todas as demais cri-
ações de Deus. Esse amor sem preconceito confunde
um pouco a cabeça das pessoas e muitos se questio-
nam: O que devo amar? Devo amar um inimigo?
Devo amar alguém que realiza más ações? Como isso
é possível?
Para poder chegar nesse amor incondicional, você
primeiro tem que sair da condição de juiz. Não cabe
a nenhum ser humano julgar uma pessoa. Cada pessoa
é um universo particular. Quando encontrar uma pes-
soa que é vista como maldosa, tente imaginar como
ela era quando criança. Toda criança precisa de afeto,
proteção e amor, mas sabemos que a realidade esta
longe disso.
Mães depositam seus filhos recém-nascidos em sa-
cos de lixo, outras vão ainda mais longe e os afogam
e torturam. Imagine o tipo de psicológico essa criança
terá quando se desenvolver. Não fazer julgamentos
nos leva a dar o mesmo tipo de amor a todas as cria-
turas de Deus. Isso tira de nosso interior todo rancor
e mágoa que temos sobre as pessoas e que na verdade
só inquietam a nossa própria alma. O amor não deve
escolher quem ama, ele deve amar a todos da mesma
forma, pois o amor é uma frequência e se ela oscila
entre amar e não amar dificilmente você encontrara
uma sensação de paz interior em sua vida.
Veja os ensinamentos de Cristo sobre o amor e so-
bre o perdão, Cristo não fazia diferença entre um pe-
cador e um líder religioso, ele sabia que no fundo to-
dos tinham dores e problemas, por isso pregou que
amassemos uns aos outros como ele nos amou. Seu
amor pelas pessoas foi tão intenso e verdadeiro que
ao final de sua vida ele estava sendo seguido por pra-
ticamente mais de quatro mil pessoas. Acredito que
Jesus foi o maior exemplo de luz que já veio ao
mundo, não cabe a nós saber se seus milagres foram
verdadeiros ou se ele realmente ressuscitou. Infeliz-
mente a maioria das pessoas diz que amam a Jesus
por esses feitos, pois se ele fosse um homem comum
no máximo teriam apenas uma mera admiração pelos
seus ensinamentos.
Uma boa ação que praticada com sinceridade au-
menta e muito nossa capacidade de amar é a devoção
a Deus, ou o serviço devocional a humanidade. Sabe-
mos que o mundo está repleto de problemas, mas, o
que as pessoas estão fazendo sobre isso? Praticamente
nada, elas observam e ainda agradecem por tais pro-
blemas não estarem acontecendo em suas vidas, mas
até quando? Quando uma pessoa vai parar para per-
ceber que as pessoas precisam de ajuda? Quando elas
estiverem na mesma situação? Ai já é tarde, pois não
poderão mais ajudar e precisarão ser ajudadas.
Qualquer boa ação, não importa quão pequena ela
seja, para Deus é como uma dádiva que você pode
oferecer. Você pode doar um alimento sem que al-
guém lhe peça, pode aquecer alguém do frio da
mesma forma, pode procurar uma instituição de cari-
dade e ajudar de alguma maneira, não há motivos para
não ajudar as pessoas, pois amanhã pode ser que você
precise dos mesmos cuidados.
Quando você oferece uma oferta a alguém e este
aceita, esta pessoa está lhe ajudando muito mais do
que você a ela, por quê? Porque Deus se sente em dí-
vida com você, ele sabe que você fez aquela ação por
amor e por se colocar no lugar de seu semelhante.
A boa ação não pode ser feita esperando algo em
troca, ela deve ser praticada pelo simples fato de que
você ama e reconhece que o próximo também é você.
Quando você perceber que todos os seus semelhantes
possuem as mesmas necessidades e cuidados do que
você deseja para si mesmo, você vai passar a amar as
pessoas verdadeiramente sem nenhum motivo, isso é
o que chamamos de amor incondicional, ou o amor
Ágape pregado por Cristo.
Quando sua consciência estiver nesse estado, você
vai sentir profundas transformações em sua vida,
transformações que vamos falar no próximo capítulo
do livro.

A luz
“No princípio, Deus criou o céu e a terra. Ora, a
terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo,
e um vento de Deus pairava sobre as águas. Deus
disse: “Haja luz" e houve luz – Gênesis 1:1-3”.
O que é a luz? Até hoje a ciência não consegue ex-
plicar satisfatoriamente o que é a luz, mas sabemos o
que ela faz. A luz ilumina as trevas, nos revelando o
que realmente existe em nosso mundo, tanto físico
como espiritual. Aqui falaremos da luz espiritual que
existe dentro de nós e que pode ser desenvolvida com
o aperfeiçoamento dos pilares anteriores. Mas o que
essa luz em nosso interior pode nos trazer de bom?
Todos os dias, passamos por dezenas de situações
que colocam nossa vida em risco, pessoas que nos de-
sejam mal, lugares repletos de maldade, traições,
mentiras e disfarces. Quanto maior é sua espirituali-
dade maior é a luz que habita em seu interior.
Vou dar um simples exemplo de como uma pessoa
que possui uma luz interior reage diante de uma pla-
teia cheia de maldade.
Alguns espíritas chamam esse dom de mediuni-
dade, mas uma pessoa não precisa ser espírita para
possuir essas mesmas sensações. Quando uma pessoa
com uma luz interior forte se vê no meio de um show
ou festa onde todos estão bebendo, falando bobagens
e discórdias, essa pessoa sente um enorme mal-estar,
é como se aquelas palavras negativas tirassem toda
sua força, ela se sente fraca e sugada e se retira do
lugar o mais rápido possível.
Quando você está em um ambiente assim, quanto
maior for sua luz interior, maior será sua percepção
de que as energias que estão fluindo naquele lugar são
negativas e que tentam desfocar a luz interior dentro
de você. É muito mais fácil uma pessoa com maus
desejos influenciar uma pessoa boa do que o oposto.
As pessoas negativas, embora não tem a capacidade
de perceber essas sensações, elas também percebem
que existe algo em você contrário ao que elas sentem
e tentarão fazer de tudo para apagar sua luz e levar
você até as trevas que nelas habitam.
Quando uma pessoa desenvolve uma luz espiritual
forte, ela percebe antes mesmo de alguém falar qual-
quer coisa qual é a verdadeira intenção daquela pes-
soa. É como olhar nos olhos dela e ver refletido todos
os seus desejos e vontades. Esse é um dom que todos
temos, mas que só é possível adquirir buscando a es-
piritualidade e o amor. Se você for igual essas pessoas
com maldade e energia negativa, nunca vai distinguir
a diferença entre as forças.
Amor e ódio são energias que nossa consciência
emite no universo físico, quando uma pessoa com
muito amor se aproxima de uma pessoa com muito
ódio, ela sente literalmente toda essa carga negativa
que ocupa a mente dessa pessoa e isso nos traz uma
grande vantagem.
Existem inúmeros relatos de pessoas que tiveram
alguma sensação no decorrer da vida de que algo iria
lhes fazer mal. Por que elas sentem isso? Porque são
pessoas boas e a frequência de uma pessoa que deseja
o mal chega até elas antes mesmo que elas enxerguem
essas pessoas.
Desenvolver a luz espiritual nos ajuda a nos prote-
ger de inúmeras situações durante o dia a dia, nos
afasta de pessoas que somente querem tirar vantagem
de nós, fora outros benefícios que também trazem a
saúde como o controle da ansiedade, uma maior ca-
pacidade de se recuperar de doenças e um estado es-
piritual pacífico com todos.
Talvez você ache isso algo meio surreal, mas não é,
basta praticar os pilares acima e desenvolver em você
o amor que você vai começar a ter revelações surpre-
endentes.
A luz espiritual nada mais é do que uma proteção
ao seu redor, ela consegue captar todo tipo de energia
ruim e lhe mostrar o caminho correto para que você
saia de determinadas situações.
Às vezes, dependendo das escolhas que tomamos,
essa luz interior se apaga um pouco ou aumenta ainda
mais. Pessoas que tentam conquistar as outras por in-
teresse, que querem obter vantagem de uma pessoa
ingênua ou praticam atitudes que acumulam energias
negativas em seu interior, enfraquece essa luz. Por
isso é bom sempre estar atento as suas escolhas e pen-
samentos, a maneira como você trata o próximo e
qual sua verdadeira intenção ao se comunicar com as
pessoas.
A partir do momento que você busca o conheci-
mento, usa a sabedoria para discernir o certo do er-
rado, começa a absorver uma espiritualidade única e
desenvolve o amor incondicional em seu interior, essa
luz se expande a ponto de incomodar alguém que esta
perto de você sem que você diga uma palavra.
As pessoas que vivem nas trevas não suportam a
luz, porque a luz revela quem realmente elas são, elas
tentarão fazer de tudo para que você se afaste dos ami-
gos em comum, porque cedo ou tarde elas sabem que
você vai perceber a real intenção delas sobre os ou-
tros.
Essa luz espiritual é como um campo protetor sobre
seu corpo, ela bloqueia sentimentos ruins que as pes-
soas direcionam a você e revela se alguém quer lhe
fazer bem ou mal.
Desenvolver essa luz espiritual não é uma tarefa fá-
cil, mas é acessível a todos, basta um pouco de es-
forço e você verá que no final tudo será recompensa-
dor. Você terá sensações e sentimentos que jamais
acreditaria que estivessem ao seu alcance e vai saber
exatamente por onde deve caminhar.
Por todos os caminhos que passar vai deixar essa
luz diante das pessoas, trazendo sempre boas emo-
ções e sentimentos que voltarão a você por parte de
Deus.
Espero que esse livro possa lhe ajudar a conseguir
desenvolver esse poder que existe em você desde o
seu primeiro fôlego de vida e quando praticar e per-
ceber que esse poder é uma realidade, que você ajude
outras pessoas a desenvolverem nelas esse mesmo po-
der que desenvolveu em você.
Busque o conhecimento, nunca se acomode e acre-
dite que você não precisa aprender mais a cada dia.
Treine sua sabedoria questionando-se a si mesmo
sobre o universo ao seu redor e sua realidade. Procure
sempre aumentar sua espiritualidade buscando novas
ideias e crenças.
Perceba que o amor é a maior fonte de poder do uni-
verso. Com o amor podemos transformar lágrimas em
sorrisos, dor em alegria, fraqueza em força, desaven-
ças em amizade, diferenças em união.
Quando o amor em você for desenvolvido de forma
natural, você vai sentir uma sensação de harmonia
com você e seus semelhantes.
Após desenvolver em você o amor, a luz vai chegar
a você sem que você a procure, vai iluminar seu ca-
minho por onde quer que você esteja, deixando assim
todas as trevas da maldade.
Quando essa luz habitar seu coração, todos os pro-
blemas que você acreditava não terem solução deixa-
ram de existir. Que a paz possa lhe acompanhar em
todos os dias de sua vida e que todos os seus sonhos
e desejos se tornem realidade.

O paraíso de Andy

Parte um

Tudo estava escuro, sinto algo se esbarrando em


mim, aos poucos fui conseguindo abrir os olhos e
quando vi pela primeira vez, eu estava em um ninho
dividindo o espaço com mais dois irmãos. Eu era um
Falcão Peregrino, uma ave extremamente veloz, mas
que ainda não tinha aprendido a voar.
Enquanto minha mãe cuidava de nós, meu pai saía
para caçar alimentos para nosso desenvolvimento e
sustento. Éramos uma simples família de pássaros co-
muns. Morávamos em cima de uma colina, eu conse-
guia ver toda a paisagem a quilômetros de distância,
aquilo me fascinava, eu não via a hora de pode voar
como meu pai para explorar o mundo e isso não de-
morou muito para acontecer.
Conforme fui crescendo, começou a ficar difícil di-
vidir o ninho com meus outros irmãos, quando per-
cebi que já tinha uma estrutura desenvolvida, arris-
quei pular do ninho. Fui me debatendo e caindo, achei
que não conseguiria, mas após muito esforço eu le-
vantei voo.
Que sensação incrível era aquela, do alto eu obser-
vava tudo, as colinas, a floresta, os outros animais e
aves. Tudo o que existia eu conseguia enxergar. Mi-
nha audição era perfeita, pássaros cantavam o tempo
todo e eu conseguia escutá-los. Tudo era perfeito aqui
de cima, fiz um voo bem longo até o pôr do Sol, como
era deslumbrante observar aquela esfera brilhante se
escondendo no horizonte. Tudo era muito lindo, eu
podia sentir o cheiro da natureza e a harmonia da exis-
tência, eu não tinha ideia de quem havia criado tudo
isso, mas percebi facilmente que era um criador per-
feito, as paisagens, as flores, os animais em movi-
mento, tudo o que eu tinha presenciado até esse exato
momento me deixou perplexo.
A noite foi chegando, eu precisava de um lugar para
me refugiar, escolhi o alto de uma montanha, era se-
guro e aconchegante, ao anoitecer, pude presenciar
todos os astros no céu, era como se tudo o que
existisse fizesse parte de um plano divino e eu era
uma pequena fração disso tudo.
Lentamente fui acordando ao amanhecer. Estava
com fome, nunca tinha caçado antes, mas sabia que
cedo ou tarde isso iria acontecer.
Levantei voo rapidamente, de longe pude avistar
um pequeno pombo, por mais que eu não quisesse
atacá-lo, eu não tinha escolha. Persegui o animal com
uma velocidade incrível, quando ele pensou em fugir
já estava preso em minhas garras, levei ele até uma
pequena colina e me alimentei de sua carne, repus to-
das as energias de que precisava, mas confesso que
não me senti bem matando outro animal, será que
existia um predador que me atacaria um dia também?
Era o que eu me perguntava.
Passeando pela floresta, de longe avistei um espaço
de terra diferente. Fumaças saiam de enormes chami-
nés, veículos circulavam pelas ruas, humanos anda-
vam desesperadamente de um lado para o outro como
se estivessem atrasados para realizar alguma ativi-
dade, decidi ver isso mais de perto, então resolvi fazer
uma viagem até esse lugar que era desconhecido para
mim.
Eu estava bem acima de uma cidade, mas minha vi-
são e audição apuradas conseguiam captar tudo o que
estava acontecendo lá em baixo.
A maioria das pessoas pareciam estar assustadas,
elas mal se cumprimentavam, viviam andando rapi-
damente com bolsas, pastas e outros tipos de acessó-
rios nas mãos. Observei também um grande número
de prédios enormes e templos de adoração que prova-
velmente foram construídos para adorar algum Deus,
creio que o mesmo Deus que me criou.
Sentado no banco de uma praça, um senhor estava
praticamente alterado, provavelmente sobre efeito de
alguma substância que eu não conhecia. Ele vestia
roupa sujas, a barba era longa e o cabelo todo desar-
rumado. Cada pessoa que passava ele estendia sua
mão e pedia uma esmola, acredito que isso era algum
tipo de ajuda que alguém poderia lhe oferecer, mas
infelizmente todo mundo negava.
Em uma outra parte da cidade, enormes construções
lançavam no ar uma fumaça tóxica que eu poderia
sentir seus efeitos de longe, os veículos também fa-
ziam isso. Eu não sabia se isso era normal ou não, mas
tinha certeza de que não era bom.
Eu queria entender mais sobre esses seres, o que
eles pensavam, como agiam, porque estavam todos
desesperados, porque transformar esse maravilhoso
mundo em um caos?
O Sol já estava se pondo, percebi que nesse horário
o movimento não era tão assustador. Ao observar um
templo, percebi que uma quantidade razoável de pes-
soas estava entrando nele, fiquei curioso para saber o
que acontecia ali dentro, então voei mais próximo e
repousei em uma árvore a alguns metros de distância.
Mesmo um pouco longe, minha audição captava tudo
o que estava acontecendo lá dentro.
Primeiro o que ouvi foram cânticos e louvores, de-
pois algumas sentenças falada por alguma pessoa,
após isso um homem de voz calma e pacifica come-
çou a falar sobre um ser que viveu na Terra e que dei-
xou os maiores ensinamentos para que a humanidade
vivesse em paz. Seu nome era Jesus, esse homem de-
clarava que Jesus foi algum tipo de Deus, ou pelo me-
nos de origem divina, mas não foi essa parte que me
tocou.
Em certo ponto da reunião, esse homem começou a
pregar os ensinamentos desse mestre, o homem dizia
que Jesus veio para redimir a humanidade do pecado.
Quando estava na Terra, pregou que amassemos uns
aos outros como ele nos amou. Seu amor pela huma-
nidade foi tão grande que ele deu sua vida pelo que
acreditava e prometeu a vida eterna para quem nele
cresse.
Ao continuar, disse que Jesus nos ensinou a sermos
humildes, ajudarmos os pobres, tratarmos de forma
igual nossos semelhantes, pregar a paz e o amor em
todos os lugares e levar seus ensinamentos a todas as
pessoas do mundo.
Após dizer isso, o locutor pediu silêncio para citar
uma passagem que Jesus havia nos deixado, segundo
ele, era um dos seus maiores ensinamentos, então o
locutor começou a falar dizendo: “A herdade de um
homem rico tinha produzido com abundância;
E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não te-
nho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto:
Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros mai-
ores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os
meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em de-
pósito muitos bens para muitos anos; descansa, come,
bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te
pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem
será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e
não é rico para com Deus. E disse aos seus discípulos:
Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela
vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, so-
bre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e
o corpo mais do que as vestes. Considerai os corvos,
que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa
nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis
vós do que as aves? E qual de vós, sendo solícito,
pode acrescentar um côvado à sua estatura? Pois, se
nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais
ansiosos pelas outras? Considerai os lírios, como eles
crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que
nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu
como um deles. E, se Deus assim veste a erva que
hoje está no campo e amanhã é lançada no forno,
quanto mais a vós, homens de pouca fé? Não pergun-
teis, pois, que haveis de comer, ou que haveis de be-
ber, e não andeis inquietos. Porque as nações do
mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe
que precisais delas. Buscai antes o reino de Deus, e
todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não te-
mais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou
dar-vos o reino. Vendei o que tendes, e dai esmolas.
Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro
nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e
a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro,
ali estará também o vosso coração.” – Lucas 12:16-
34
Após ouvir tudo aquilo, eu fiquei emocionado.
Como pode um humano, pelo pouco que eu conheci
deles, nos deixar um ensinamento assim? E como
pode esse grande número de pessoas procurar por
uma fé ou salvação diante desse mestre, sem fazer o
que ele nos deixou como lição? Tudo estava confuso
em minha cabeça e para piorar, ao terminar a reunião
havia um mendigo em frente o templo pedindo esmo-
las alegando que estava com fome, mas ninguém o
atendeu, nem se quer uma pessoa. Isso me deixou
muito triste, como as pessoas podiam seguir Jesus,
que deu a vida por elas e serem hipócritas a ponto de
não fazerem nada do que ele nos ensinou? Isso me
deixou mais intrigado e decidi estudar um pouco mais
esses seres chamados humanos.
Ainda era cedo, o movimento nas ruas agora era
mais calmo, em alguns lugares coloridos e aparente-
mente divertidos, uma quantidade razoável de pes-
soas se agrupavam para celebrar algum tipo de con-
quista. Fiquei de longe observando e ouvindo o que
elas diziam, elas falavam em carros, casas, perfumes,
roupas e joias, basicamente eram pessoas materialis-
tas, nenhuma delas tinha interesse em saber do pró-
ximo, elas queriam fama e status para vida delas e o
pior disso tudo é que uma grande parte dessas pessoas
frequentavam aquele templo que observei. Agora eu
comecei a ter uma noção porque de dia todos anda-
vam rapidamente sem muito entusiasmo, elas se ma-
tavam de trabalhar para que com o dinheiro recebido,
alimentassem o vazio que existia dentro delas através
de compras e luxo.
Outras pessoas falavam mal da vida dos outros, tal-
vez por serem negativas demais para iniciar um as-
sunto positivo, viviam pregando a maldade e discór-
dia entre os mesmos seres. Como isso era possível?
Uma raça que criava máquinas complexas e que er-
guia templos enormes serem tão egoístas assim? Tudo
isso estava confundindo minha cabeça, a madrugada
foi chegando, depois de um dia todo de observações
eu precisava de descanso. Retornei a colina e tive uma
noite de sono bem agitada, algo em mim estava inqui-
eto, e o pior de tudo, eu não poderia fazer nada para
mudar.
Acordei no dia seguinte, decidi fazer um passeio
maior pela cidade a fim de encontrar algum vestígio
de bondade nas pessoas. Depois que aprendi sobre Je-
sus, comecei a acreditar que ainda poderiam existir
pessoas de coração nobre no mundo.
Subi o mais alto que pude pela cidade. Com minha
impressionante visão, eu enxergava tudo lá de cima.
As pessoas continuavam com pressa, era como se elas
fossem obrigadas a realizarem algo que elas não que-
riam, eu percebia na face delas o descontentamento.
Numa rua qualquer, observei uma senhora bem ve-
lhinha tentando atravessar uma avenida, ela tinha di-
ficuldade em andar e a rua era movimentada. Um jo-
vem chegou até ela e a pegou pelo braço ajudando
atravessar a rua. Aquilo me deixou feliz, ainda tinham
pessoas boas no mundo. Em um outro ponto da ci-
dade, homens fardados estavam em guerra com ado-
lescentes fortemente armados. Rajadas de tiro saiam
de todos os lados, meu Deus, o que era aquilo. Muitos
jovens foram feridos e os homens fardados que eram
chamados de policiais também, alguns não resistiram
e morreram. O que eles estavam fazendo? Por que es-
tavam matando uns aos outros? Eu já não conseguia
entender mais nada, o que eu me perguntava era como
as pessoas conseguiam ser felizes em um mundo as-
sim. Será que elas não percebiam que aqueles jovens
e policiais morrendo poderiam ser elas? Será que elas
realmente não podem fazer nada a respeito disso?
Eram muitas dúvidas em minha mente, por que um
animal como eu vivia em paz enquanto esses seres
dotados de inteligência e sentimentos estavam sempre
em conflitos?
Eu já estava cansado, decidi voltar embora para flo-
resta, no caminho encontrei um casal de jovens se
abraçando e trocando carinhos, não era isso que as
pessoas deveriam estar fazendo? Se amando e contri-
buindo para transforma nosso mundo em um lugar
melhor? Por que enquanto uns se amavam outros se
odiavam? Por que toda essa guerra desnecessária? Eu
já não tinha mais o que pensar, acredito que tudo o
que vi já era necessário para uma vida inteira, eu era
um Falcão Peregrino e nada do que eu fizesse mudaria
o mundo.
Decidi voltar e permanecer na floresta, no alto dos
montes. Ainda me restava bastante tempo de vida, eu
era jovem e sentia que tinha alguma missão a fazer.
Escutei o canto de uma ave, era uma ave como eu só
que fêmea, disparei em alta velocidade atrás dela,
juntos fizemos uma dança no ar com cantos e movi-
mentos acrobáticos, nesse momento eu estava me es-
quecendo de tudo, senti minha consciência livre e fe-
liz. Ficamos juntos pela noite toda, tivemos 2 lindos
filhotes e permanecemos juntos até o fim. Com o pas-
sar do tempo eu fui envelhecendo e sabia que iria
morrer. Eu já não tinha mais aquela disposição para
voar como antigamente, mas eu agradecia mesmo as-
sim. Por mais que eu estivesse com dó dos humanos
a minha vida foi maravilhosa e sempre fui grato a
quem me criou por me dar essa chance de viver.
No outro dia, acordei bem cedo, senti que aquele
seria meu último dia e aproveitei para fazer um último
voo, me despedi de minha companheira e sai voando
o mais alto que eu pude a uma enorme velocidade.
Decidi que queria ir de encontro ao Sol e quando
menos esperei, eu já não existia mais nesse mundo.

Parte dois

Abri meus olhos, tudo o que enxerguei foi uma luz


branca reluzente como um diamante, era uma luz cris-
talina que não tinha forma alguma. Eu também não
tinha forma, mas sabia que estava lá, confuso e assus-
tado perguntei:
- Quem está aí?
-Seu criador, respondeu uma voz.
- Onde estou? Perguntei.
-Você está na transição para uma nova vida.
- Uma nova vida? Animais vivem novamente? Per-
guntei confuso.
- Depende, se foi um humano que na transição pas-
sada me pediu para ser um Falcão Peregrino porque
sonhava em voar, sim.
- Não estou entendendo, respondi.
- Antes de ser um Falcão, você foi um humano
Andy e como humano você foi uma ótima pessoa,
você ajudou a transformar o mundo em um lugar me-
lhor e depois que morreu me pediu para ser uma Fal-
cão Peregrino porque sonhava em voar, eu lhe dei a
oportunidade de escolher um paraíso e foi isso que
você escolheu.
- Mas é isso que é a morte, cada um escolhe o que
quer ser após ela? Perguntei.
- Claro que não, somente tem esse privilégio quem
colaborou por um mundo melhor, respondeu a luz.
- Quer dizer que já fui humano um dia?
- Sim, e foi uma ótima pessoa, será que você não
percebeu que quando era um Falcão carregava senti-
mentos humanos ainda?
- Sim, mas eu achava que tinha um certo nível de
consciência para ter emoções. Respondi.
- Mas você tem, todos tem, todo ser vivo é consci-
ente.
- Era por isso então que eu achava injusto as ações
que eu via dos humanos? Perguntei.
- Sim, pois mesmo você sendo uma ave, seu espírito
imortal estava com você.
- O que acontece com uma pessoa que não foi uma
boa pessoa em vida?
- Simplesmente ela volta como um ser humano no
mesmo mundo que ela estava presa.
- Como funciona isso?
- Imagine que você nasça um ser humano e viva na
Terra, um planeta perfeito que criei, mas que o mal, a
ganância e o ego do ser humano dominem você. Você
não ajuda ninguém, vive festejando, não tem respeito
nem amor pelo próximo, só pensa em status e bens
materiais, como posso eu lhe oferecer um mundo me-
lhor se você não lutou por ele enquanto vivo? Res-
pondeu a voz.
- Quer dizer então que só vamos para um mundo
melhor quando transformamos o mundo em que nas-
cemos em um bom lugar?
- Com certeza, como posso eu sendo justo lhe colo-
car em um mundo melhor sendo que você não fez
nada para merecer?
- Sim, isso faz sentido, respondi, mas é sobre a vida
eterna que ouvi um suposto pregador dizendo que Je-
sus nos prometeu?
- Você não acharia a eternidade um tédio? Entre
viver eternamente e viver inúmeras vezes, experimen-
tando em cada vida uma sensação diferente, qual lhe
traz mais contentamento? Visto que você vive eterna-
mente da mesma forma, só que em corpos diferentes,
em seres diferentes e em lugares diferentes.
- Entendo, afinal, cada um sonha com o paraíso de
uma forma. Mas e se alguém pedir para viver em um
mundo perfeito? Sem guerra, injustiça e maldade
- Isso só é possível quando cada pessoa entender
que precisa voltar e ajudar o mundo a chegar nesse
estado, como Jesus fez.

- E um dia o mundo vai chegar a esse estado?

- Sim, mas isso depende do esforço das pessoas.


Como posso realizar a vontade dos homens se eles
não a possuem dentro de seus corações, eu não os dei
inteligência para viverem?
- Mas você não é Deus? Não pode fazer tudo?

- Posso fazer tudo, mas seria agir contra a vontade


da própria criação e isso eu não acho justo, pois dei
liberdade para que cada pessoa escolha o caminho
que quer seguir e ainda deixei uma enorme quanti-
dade de ensinamentos para ajudá-los a viverem em
paz.
- E agora, o que acontece? Perguntei.
- Você será um humano novamente, mas no mundo
que ajudou a construir.
- Viverei em outro mundo?

- Não, no mesmo mundo, mas no futuro, onde as


coisas já são melhores e estão se aproximando da per-
feição, em um mundo mais justo que você contribuiu
para que fosse possível existir quando foi humano.
- E o que seria a perfeição?

- Seria um mundo sem dor, sem sofrimento, sem


guerras, em harmonia e paz, como Jesus acreditava.
Veja todos os ensinamentos de Cristo, para que ser-
vem? Para ajudar as pessoas a viverem uma vida me-
lhor e contribuir para que o mundo se desenvolva
espiritualmente. Você consegue imaginar como seria
o mundo sem Jesus? O principal ideal de Jesus era
alterar a natureza dos seres humanos que exerciam fé
nele.

- Mas como pode o mundo chegar a esse estado


cheio de guerras e injustiça?

- Existem muitas pessoas boas no mundo Andy, só


que as pessoas preferem dar crédito somente a mal-
dade, os sistemas de informação entorpecem a mente
das pessoas fazendo elas acreditarem que o mundo é
um lugar ruim, mas todos os dias acontecem muitas
coisas boas, até mais do que as ruins, mas isso os sis-
temas de informação não têm interesse em divulgar.

- Então, resumindo, vivemos uma vida como huma-


nos e a outra como escolhemos ser?
- Se ajudar a humanidade a progredir, sim, é o preço
justo que posso dar. Quando uma pessoa coopera para
que meu propósito no mundo seja feito, ela tem o di-
reito de escolher um paraíso para viver, isso não quer
dizer que vai viver em outro mundo, pois a sensação
de um paraíso reside no interior de cada pessoa onde
quer que ela esteja, na forma em que esteja, até
mesmo uma simples célula pode experimentar as
mais variadas sensações e emoções.
- Então não existe um paraíso único para onde todos
vão?

- Não, cada pessoa sonha com um paraíso diferente,


seria injusto eu criar algo eterno e igual para todos,
visto que cada um tem sua própria ideia do paraíso.
Me sinto melhor dando a oportunidade para uma pes-
soa boa viver como queira.

- Jamais imaginei que a morte seria assim.

- Eu sou todo poderoso correto? Por que seria dife-


rente? Eu não estaria deixando de ouvir meus pró-
prios filhos? Além do mais, nada na existência é
eterno, apenas eu sou eterno, tudo passa por um ciclo,
até o próprio universo é assim.

- E porque tenho que voltar como humano nova-


mente?

- Porque o mundo ainda não é perfeito e precisa de


pessoas como você que ajudem no processo de evo-
lução da humanidade, por mais que a vida humana
seja dolorosa as, os humanos são os únicos seres ca-
pazes de transformar o mundo em um lugar melhor.

- Então quando eu era um Falcão Peregrino eu es-


tava no paraíso?
- Sim, foi o paraíso que você me pediu após sua
morte anterior, você desejava voar, viver como um
pássaro, ter uma liberdade que é difícil experimentar
como humano.

- E como é julgar um ser humano? Perguntei.

- É difícil julgar um ser humano, pois ele sofre uma


série de influências devido ao seu local de nasci-
mento, os costumes e a educação, mas quem não se
esforça, acaba voltando como humano novamente,
até que complete sua missão e possa escolher seu pró-
prio paraíso. Cada vida humana possui emoções, sen-
sações e escolhas. Através de sucessivas vidas o espí-
rito evolui. Muitas pessoas acreditam que porque uma
pessoa realizou algumas atitudes más, ela não merece
ter seu paraíso, mas somente eu sei olhar o coração
das pessoas, as vezes uma pessoa que todo mundo
considera justo, comete erros terríveis, mas se passam
por boas pessoas perante o próximo. Já outras que co-
metem alguns crimes, possuem um coração limpo e
bondoso. O julgar só pertence a mim, porque somente
eu sei como é um coração humano e porque ele rea-
liza determinadas ações.

- Acho justo, ficarei feliz quando voltar como hu-


mano sabendo de tudo isso.

- Você nunca terá lembranças de suas vidas anteri-


ores, assim como não tinha quando era um falcão, não
vai ter agora que voltar como humano, somente em
minha mente é que as lembranças dos espíritos per-
manecem. Em minha mente os espíritos são imortais,
eu sei tudo sobre eles, cada vida, cada ato e cada pen-
samento.

- Então eu irei me esquecer de tudo?

- Sim, mas irá permanecer com o mesmo espírito.

- Porque a morte amedronta tanto as pessoas?

- Porque elas têm consciência, algumas sabem que


no fundo não estão se esforçando para fazer o bem,
sem contar que existem milhares de crenças de que a
morte pode ser algo ruim, como um castigo eterno ou
a não existência, mas nenhuma é verdadeira. O pior
que pode acontecer é voltar como humano sucessivas
vezes até que o esforço para alterar seu próprio espi-
rito seja feito, o que vai automaticamente transformar
a humanidade em um lugar melhor.

- Interessante, bom, acho que preciso voltar então,


não deve ser tão ruim viver como humano, apesar de
todos os problemas dos humanos, eles possuem bem
mais emoções que os animais.

- Sim, porque foram feitos a minha imagem e seme-


lhança. Está na hora de voltar, continue ajudando a
humanidade a progredir até que o mundo em que você
sempre sonhou viver se torne realidade e talvez o que
Jesus acreditava aconteça, pois quando o mundo for
perfeito vamos desejar a eternidade, já a desejamos
mesmo nesse mundo cheio de aflições, imagine em
um mundo perfeito. De uma forma ou outra, Jesus ti-
nha razão, pois os justos viveram para sempre.

- Que assim seja.

Sempre acreditei que a morte poderia ser algo ruim,


mas nunca me questionei o motivo que Deus teria
para punir sua criação que já tanto sofre na vida. São
tantas ideias, tantos conceitos que o que era para ser
visto como liberdade, acaba aprisionando a mente das
pessoas. Não há porque temer a morte, percebi que a
justiça de Deus é feita com bondade e amor, jamais
ele permitiria que sua criação sofresse eternamente
em algum lugar ou deixasse de existir, pois só ele tem
o discernimento para julgar cada pessoa, e aos seus
olhos, todos temos um enorme valor, pois somos sua
criação e o amor de Deus para conosco é tanto, que
nos deu liberdade para fazer o próprio mal mesmo que
isso o magoe.

Após esse diálogo com Deus, percebi que cada um


de nós temos um paraíso diferente. Eu sonhava em ser
um Falcão Peregrino em minha vida anterior, era o
meu paraíso, isso se tornou realidade, agora me resta
continuar minha jornada como humano, para que eu
possa escolher meu próximo paraíso, afinal de contas,
toda vida é uma dádiva e criação de Deus.

Frequências Espirituais

Introdução

Você acorda em um dia como todos os outros qual-


quer, arruma sua cama, toma seu café da manhã e se
apronta para trabalhar ou fazer algum outro tipo de
atividade, e no meio de todas essas ações, você vai
conhecer todos os tipos de pessoas, pessoas más e
pessoas boas, pessoas construtivas e destrutivas, pes-
soas que amam e pessoas que odeiam, mas o que elas
têm a ver com sua vida? Tudo, elas podem transfor-
mar seu dia em um belo dia ou em um filme de terror
e não é somente um dia, quanto mais próximo você
conviver com as pessoas, mais elas vão influenciar
sua mente. Mas como você vai saber quem é bom e
quem é ruim? Primeiramente para distinguir as pes-
soas, você tem que ser uma pessoa boa. Se você não
se considera uma, comece a fazer pequenas mudanças
ao longo do dia, faça uma oferta a uma pessoa
necessitada, regue uma planta, cuide de um animal,
mas primeiramente, cuida de seus pensamentos. Na
maioria dos casos, atraímos o que pensamos. Se você
só pensa em dinheiro, dificilmente vai perceber as fre-
quências espirituais que emanam das pessoas, se você
tem uma vida desregrada, se envolve com qualquer
pessoa, se auto destrói com bebidas e drogas, sua ca-
pacidade de perceber o que vem da mente alheia tam-
bém será comprometida.
Para poder perceber a frequência espiritual das pes-
soas, você precisa antes de tudo fazer um trabalho de
purificação ao longo do tempo, não tente mudar tudo
de uma vez, mas a cada, dia tente melhorar em algum
aspecto de sua vida. Tente ser uma pessoa mais amo-
rosa com tudo o que tem vida, retire de seu coração
todo preconceito que há nele, todo rancor, mágoa e
ódio devem ser eliminados. Você precisa esvaziar-se.
Um bom meio de fazer isso é através da meditação.
Quando meditar, pense que você está passando por
uma ponte sobre um imenso rio cuja correnteza desa-
gua em uma cachoeira não tão longe dali, visualize lá
na frente um cofre enorme, entre dentro dele, feche a
porta, comece a pensar em tudo o que já lhe magoou
e tudo que lhe causa dor, as vezes que lhe feriram, as
vezes que você feriu alguém, seus medos, suas dores,
vai colocando tudo o que você sente dentro desse co-
fre. Deixe nele tudo o que lhe faz mal e causa dor,
quando você estiver completamente vazio, saia desse
cofre, tranque pelo lado de fora, volte pelo caminho
da ponte e jogue a chave no rio. Quando você fizer
isso, vai sentir um alívio imediato, vai abandonar seu
velho eu para dar uma chance para que você se trans-
forme em uma pessoa melhor.

O que devemos evitar?

Quem não gosta de beber uma taça de vinho? Co-


mer uma deliciosa carne? Fazer amor com a pessoa
que ama? Todos gostamos dessas coisas, elas nos dão
prazer, mas muitas pessoas abusam disso e isso pre-
judica nossa frequência espiritual. Para que você
possa aumentar sua frequência espiritual é necessário
fazer não só uma limpeza emocional, mas física tam-
bém.
Quando bebemos muito, nossa espiritualidade
abaixa, nos tornamos vulneráveis ao mundo e isso é
perigoso, geralmente temos a tendência de cometer
ações que não faríamos sóbrios. Quando exageramos
na alimentação, nosso corpo se intoxica, por isso é
necessário ter uma boa alimentação. E quando nos re-
lacionamos com as pessoas, precisamos conhecê-las
bem antes de qualquer envolvimento. O sexo é uma
dadiva que Deus nos ofereceu, porém, quando você
se relaciona com alguém, é uma troca intensa de ener-
gia. Se você for uma pessoa boa, estiver bem, mas ti-
ver relação sexual com uma pessoa má, ela vai sugar
toda sua energia, fazendo com que você se sinta mal
e arrependido do que fez.
A alimentação, o sexo e todas as demais coisas que
nos dão prazer, precisam ser feitas com cautela e sin-
ceridade, pois só assim conseguiremos perceber a fre-
quência espiritual de outra pessoa e aumentarmos a
nossa.

Como atrair espiritualidade?

Ter espiritualidade é diferente de ter religião, você


não precisa de religião para ter espiritualidade, em-
bora precisa conhecer o que as religiões ensinam.
Ter espiritualidade é sentir amor e compaixão por
tudo o que é vivo, por todos os seres que precisam de
ajuda, não só as pessoas, os animais também.
Existem muitas religiões no mundo, algumas pes-
soas preferem fazer parte de somente uma, eu acredito
que quanto mais aprendermos sobre Deus, melhor
será nossa espiritualidade.
Hoje em dia com o fácil acesso a informação, pode-
mos estudar quase todas as religiões do mundo e
escolher em que devemos acreditar ou não. Sua espi-
ritualidade é algo único, somente você deve escolher
em que acreditar e em que não acreditar.
Toda espiritualidade deve envolver o amor e o res-
peito pelo próximo, assim como deve eliminar de
nosso interior todo o ego que possuímos, aquela sen-
sação de que somos melhores que os outros. Temos
que nos colocar no lugar das pessoas, tentar sentir o
que elas sentem antes de julgá-las e fazer o possível
para ajudarmos nossos semelhantes.
Quando começar a se espiritualizar, perceba que to-
dos os grandes mestres e professores espirituais do
mundo, ensinam o amor ao próximo e a compaixão.
Jesus, Buda, Krishna entre outros, nos ensinam que
esse mundo é uma passagem e que devemos fazer o
bem por aqui para que possamos continuar vivendo
ou nos unirmos a Deus, portanto, todo pensamento
maléfico deve ser eliminado de sua mente, as vezes
guardamos rancor de quem nos fizeram mal, mas não
pensamentos que também já fizemos mal a outras
pessoas, por isso é de extrema importância que você
perdoe a todos e que se perdoe também para que possa
aumentar sua espiritualidade.
O que é uma frequência?

Frequência são oscilações em um determinado es-


paço de tempo, quando você está ouvindo uma mú-
sica, está chegando até você a frequência com que os
sons se propagam no espaço tempo. O som é consti-
tuído por alterações na pressão do ar sob a forma de
ondas. As frequências que os ouvidos podem ouvir
são limitadas a uma faixa específica de frequências.
O mesmo acontece quando você pensa ou fala as
coisas, você emite uma frequência que distorce a rea-
lidade, essas frequências alteram nosso plano espiri-
tual, principalmente se for uma frequência muito po-
sitiva ou muito negativa.
Cada pessoa está em um certo nível de frequência
espiritual, esse nível aumenta ou diminui de acordo
com suas ações no dia a dia.
Pessoas negativas, que enxergam maldade em tudo,
que não vê felicidade em nada, estão com uma fre-
quência completamente negativa enquanto pessoas
que amam a vida, são bondosas e sentem compaixão
pelo próximo, estão com suas frequências elevadas.
Quando nos comunicamos com qualquer tipo de
pessoa, nossas frequências espirituais tendem a se
igualar, porque todo ambiente quer ficar em
harmonia, se você tem uma frequência muito alta e a
outra pessoa uma frequência muita baixa, essa pessoa
vai sugar sua frequência, fazendo com que você se
sinta para baixo, já quem sugou vai se sentir animado,
pois sua intenção era essa mesmo, tirar de você o bri-
lho de sua alma. Por isso é de extrema importância
tomar cuidado com quem nos relacionamos, princi-
palmente sexualmente que é uma das formas de maior
troca de frequências entre as pessoas.
Uma prova de que essas frequências existem é a na-
tureza, quem não se sente em paz em meio a natureza
e por quê? Porque as plantas, os animais e tudo que é
vivo na natureza fora o ser humano é bom por ins-
tinto, trazem até nós alegria, felicidade e harmonia.

Frequência espiritual

Você deve estar se perguntando, para quê ter uma


alta frequência espiritual? A resposta é simples, você
vai começar a perceber como as pessoas realmente
são antes mesmo que elas o digam. Você vai começar
a sentir que certas pessoas sugam sua energia en-
quanto outras aumentam sua frequência, sendo assim,
você vai se afastar de pessoas ruins que só querem seu
mal.
Alguns médiuns espíritas conseguem enxergar na
face das pessoas como elas realmente são, e se nós
fossemos capaz disso, não nos envolveríamos com
mais da metade das pessoas que conhecemos.
Uma pessoa ruim só tem por objetivo destruir sua
vida, principalmente se sua frequência espiritual for
alta. O inimigo vem para roubar de você sua felici-
dade, causar conflitos em seu dia a dia e trazer você
para a frequência espiritual que ele vive. Mas quando
você esta com a frequência espiritual alta, você já
sente a energia negativa da frequência de uma pessoa
ruim.
Quer dizer que temos que ignorar essas pessoas en-
tão? Não, geralmente essas pessoas são pessoas que
estão cheias de conflitos, você não deve dar as costas
a elas e sim ajudar da forma que puder, o que você
não pode fazer e entrar na frequência espiritual delas.
Se elas lhe pedirem um favor, desde que não seja algo
que lhe comprometa, faça, se elas pedirem uma pala-
vra amiga, dê, o jeito correto de tratar pessoas assim
é sempre falando algo positivo para elas, para fazer
com que elas parem para pensar e refletir que estão
agindo da forma errada, mas tudo tem um limite.
Algumas pessoas têm baixas frequências espirituais
de acordo com o que já passaram na vida, outras por-
que são pessoas ruins mesmo. Geralmente as pessoas
do primeiro caso são quietas, com olhares tristes e
sem intuito de prejudicar o próximo, já as pessoas
ruins, são ativas, estão sempre criticando alguém ou
tirando sarro da cara dos outros, esse tipo de pessoa
você deve eliminar de seu círculo de amizade, a pró-
pria Bíblia nos ensina isso, esse tipo de pessoa é
aquela pessoa que é má conscientemente e você vai
saber a diferença quando perceber as atitudes das pes-
soas em relação as outras e a você mesmo.
Quando sua frequência espiritual estiver forte, você
vai até saber doar um pouco dela para uma pessoa ne-
cessitada, através de um abraço, de um presente ou
qualquer outra forma de carinho. Muitas pessoas têm
suas frequências baixas devido ao sofrimento que car-
regaram através do tempo, é uma minoria que são re-
almente ruins, dessas ruins você deve fugir, mas des-
sas que necessitam de um apoio você deve doar, por-
que quando você doa, essa frequência volta a você em
dobro da parte de Deus.
Entre a luz e as trevas

Introdução

Cada dia é um novo dia, é um dia de aprender, um


dia de viver e um dia de sorrir. Diante da realidade
espantosa que observamos todos os dias, teria o ho-
mem alguma motivação para viver? O que explica
tanto sofrimento e desgosto pela vida? Por que o
mundo vive esse conflito sem fim entre o bem e o
mal?
Essas são perguntas que nos fazemos todos os dias
e que aparentemente parecem não possuir resposta.
Todos nós vivemos em um mundo onde há trevas e
luz, cabe a cada um saber em qual caminho quer an-
dar. O que chamamos de mal é apenas ausência do
bem, assim como as trevas é a ausência de luz, mas
como discernir em qual caminho estamos?
Todos os dias vivemos rodeados por pessoas e situ-
ações que colocam nossos valores morais em ação.
Como devo agir? Como retribuir a ação de uma pes-
soa, seja ela boa ou má?
Vamos através deste pequeno livro, procurar apren-
der a diferença entre o bem e o mal, a luz e as trevas,
para que possamos caminhar com segurança todos os
dias de nossas vidas.

O que são as trevas?

Quando ouvimos a palavra trevas, nos lembramos


logo da escuridão, mas o que realmente significa vi-
ver nas trevas?
Significa não ter encontrado a luz espiritual que nos
guia através dos caminhos sombrios da vida.
Viver sem luz não é possível, vou dar um exemplo
de como a luz nos guia em direção ao caminho certo
mesmo quando as trevas predominam.
Imagine que eu lhe coloque dentro de uma casa des-
conhecida sobre total escuridão, você precisa sair
desta casa. Certamente na caminhada, você vai esbar-
rar nos objetos, vai trombar nas paredes, vai ficar per-
dido e desorientado, vai levar muito tempo para que
você saia, vai percorrer várias vezes os mesmos ca-
minhos e trombar nos mesmos objetos até que possa
encontrar a saída.
Agora imagine que você esta dentro de sua casa,
que você já conhece e já viu todo seu formato através
da luz. Mesmo que você apague todas as luzes, você
sabe onde está cada objeto, cada parede, e sairá da
casa com muita facilidade.
Assim é a vida todos os dias, caminhamos perante
ela entre a luz e as trevas e temos que saber qual a
diferença entre esses dois caminhos.

O cenário existencial

Onde quer que você esteja, sempre haverá pessoas


boas e pessoas más. Você não pode fugir disto, mas
pode aprender como lidar com determinadas situa-
ções sem prejudicar seu interior e sua espiritualidade.
Um dos maiores ensinamentos que Jesus nos deu,
foi não resistir ao mal, mas por quê? Devemos ver o
mal e ficar calados diante dele? Não!
O que Jesus tentou nos ensinar, foi que a maldade
quando retribuída com o mal não tem fim. Quando
alguém tem algo contra você e lhe ofende ou lhe ma-
chuca, tudo que essa pessoa espera é que você entre
no jogo dela, é tirar você de sua luz interior e a rebai-
xar a sensação de espírito que esta pessoa possui.
Essa situação é bem diferente de você ver alguém
fazendo mal a outra pessoa fisicamente por exemplo,
nesse caso, você pode e deve com certeza lutar para
não permitir isso. Mas essas são raras situações,
geralmente no dia a dia as pessoas tendem a atacar as
outras com gestos e palavras.
Todos nós vivemos entre a luz e as trevas, a dife-
rença é que enquanto uns procuram aumentar sua luz
interior, outros, por ser mais prazeroso, acreditam que
são as trevas que movem suas vidas e se sentem mais
confortáveis fazendo parte da escuridão.

Aumentando a luz interior

Muitas pessoas no mundo hoje, estão com a luz in-


terior ofuscada devido a tanto sofrimento e injustiça
decorrente das ações que ocorrem no mundo. Primei-
ramente temos que entender que apesar de vivermos
neste mundo obscuro, não precisamos fazer parte
dele.
A maior causa de inquietação na alma das pessoas
é a vontade do ego de fazer parte desse sistema social
consumista. Muitas pessoas vivem e trabalham ape-
nas para sustentar seus luxos pessoais. Se livrar um
pouco do ego e do materialismo nos ajuda a perceber
melhor o que realmente importa no mundo. As ami-
zades, a família, a contemplação das pequenas coisas
e a satisfação pela vida. A maioria das pessoas não
agradecem pelo simples fato de serem saudáveis, elas
agradecem as conquistas, mas não a vida.
A renúncia dos desejos é algo que lutamos dia a dia
contra nós mesmos. Quanto mais afastado dessa infi-
nita vontade de ser melhor ou superior ao outro, mais
vamos perceber as coisas que realmente merecem
nosso valor.
Quando apreciamos as pequenas coisas que a vida
nos oferece, começamos a sentir uma gratidão
enorme pelo que temos.

A ilusão do eu

Todos nós estamos presos ao ego, acreditamos que


possuímos um eu independente das outras pessoas. O
apego ao eu é o motivo de toda dor e sofrimento do
mundo. Quando alguém está furioso, violento e agres-
sivo, seu eu está completamente descontrolado e uma
má ação que essa pessoa executa, pode desencadear o
descontrole de milhares de outras más ações que fa-
zem um efeito bola de neve.
Existe uma forma de evitar que o erro de outras pes-
soas atinja você diretamente, basta apenas perceber
que esta pessoa que está agindo de forma errada, está
com o eu perturbado, ela está na ignorância. Buda nos
ensina que não existe o bem ou o mau e sim a igno-
rância e o conhecimento, quem tem conhecimento,
percebe em todos os seres a imensidão da criação e
trata todos de forma igual não agindo violentamente
com nenhum ser. Quem está submerso na ignorância,
acredita que seu eu interior deve ditar as regras do
jogo e agir conforme sua própria vontade contra todos
ao seu redor.
Uma pessoa que aprende a controlar se ego, se eu
interior, aprende a ter controle sobre suas emoções e
agir corretamente em qualquer circunstância man-
tendo a calma e a serenidade.

O outro também é você

Quando você começa se desamarrar do seu eu inte-


rior, vai começar a perceber que todos os seres vivos
e todo o universo está conectado com você.
Aquela criança miserável que sofre por não ter o
que comer é você, as pessoas doentes também, tudo
está interligado.
Quando você tem essa percepção de que não existe
um eu interior e que tudo faz parte de um único pro-
cesso, de uma única consciência, você vai aumentar
em seu espírito sensações como compaixão e
misericórdia, que são atributos do criador. Você vai
começar a entender que o mundo ao seu redor precisa
de sua ajuda e se sentir na obrigação de tratar as pes-
soas com o devido respeito e compaixão.
Pessoas que caminham nas trevas tendem a agir so-
mente por interesse próprio, alimentando seu ego e
causando sofrimento e carma no mundo, suas ações
negativas influenciam diretamente todos os seus
meios de convívio, gerando desavenças e conflitos
entre as pessoas que vivem ao seu redor.
Cuidado com pessoas desse tipo, o objetivo delas é
levar você junto para as trevas que nelas habitam,
você não precisa desprezá-las, apenas não se deixar
influenciar pelas suas ações.

Caminhando na luz

Quando você começar a ter entendimento para sa-


ber a diferença entre a luz e as trevas, você vai perce-
ber que aqueles que caminham na luz não tem do que
se esconder, enquanto aqueles que estão submersos
nas trevas tendem a ser mais cautelosos e retraídos,
pois não desejam que você perceba suas intenções.
Jesus nos deixou um ensinamento que resumi essa
ideia, preste bem atenção em suas palavras.
“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e
os homens amaram mais as trevas do que a luz, por-
que as suas obras eram más. Porque todo aquele que
faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que
as suas obras não sejam reprovadas.
Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim
de que as suas obras sejam manifestas, porque são fei-
tas em Deus. - João 3:19-21”
Jesus nos dá um claro exemplo de que quem está
nas trevas tenta se esquivar e se esconder da luz, pois
essas pessoas sabem que se você perceber a intenção
delas, você terá recursos para se defender. Isso não
quer dizer que você deva ter um sentimento negativo
sobre essas pessoas, elas precisam de compaixão para
enxergar a mesma realidade que você enxerga.

Vivendo em paz

Quando aprender a colocar em prática esses poucos


ensinamentos que este pequeno livro oferece, você
vai perceber que com o tempo, a ansiedade, o medo e
a desesperança vão começar a desaparecer de sua
vida, você vai começar a ter ótimas sensações, pois
vai se livrar do carma de ação e reação que é o motivo
de todo o sofrimento que parece inacabável no
mundo.
Permanecendo tranquilo, você vai começar a tomar
decisões corretas e saber como agir em situações de
perigo, esquecendo do seu eu dominado pelo ego e
pensando no eu universal que busca sempre o bem e
a paz.
A maldade como já dissemos, é uma bola de neve,
e você quando retribui uma má ação com outra, está
colaborando para esse carma negativo que se acumulo
no mundo.
Mantenha-se sempre sereno e atento quanto as
ações das pessoas ao seu redor, nunca se deixa ser in-
fluenciado por emoções negativas, afaste-se de pes-
soas que sempre estão manifestando ódio e desaven-
ças por onde passam.
Ore por essas pessoas e as faça bem, mas acima de
tudo, procure sempre em sua vida levar pessoas que
vivem nas trevas para luz sem que isso lhe prejudique.
Um dos nossos objetivos nesta vida, é ajudar nossos
semelhantes a evoluir, estamos aqui de passagem e
nossa esperança é de que um dia possamos viver em
uma sociedade mais justa e com menos problemas,
cabe a nós lutarmos por isso todos os dias de nossas
vidas.
Ajude a humanidade

Todos os grandes místicos nos ensinarem que o ser-


viço devocional é o que mais nos aproxima de Deus,
Krishna, Buda e Jesus nos ensinarem as mesmas coi-
sas a respeito desta ação. Vimos anteriormente na lei-
tura, que você é também o outro, por isso, quando
você faz uma caridade, está ajudando a você mesmo
e ao criador.
Existe um ensinamento na cabalá que nos diz que
quando ajudamos alguém, Deus se sente endividado
conosco. Por isso, quando uma pessoa miserável
aceita sua oferta, ela está lhe fazendo mais bem a você
do que você a ela, existe sensação melhor do que acre-
ditar que quando ajudamos alguém estamos ajudando
a Deus?
Jesus já nos dizia que há mais felicidade em dar do
que receber e isso é uma grande realidade, perceba
que quando você faz uma doação seu coração se sente
feliz, em paz e em harmonia com o universo, procure
praticar sempre esta ação, pois não há nada no mundo
que possui maior valor do que nossa paz interior em
saber que estamos fazendo nossa parte.
A chave da vida

Introdução

Você nasce uma criança livre, um reflexo do início


da vida, mas desde muito cedo, começam te rotular.
Se sua família é cristã você será um cristão, se sua
família é budista, você aprendera o budismo, as pes-
soas acham que dessa forma estão lhe ensinando algo
que o liberte, quando na verdade, estão lhe colocando
rótulos, estão lhe colocando caixas, caixas dentro de
caixas.
Quando você se dá conta do que fizeram de você,
geralmente é tarde demais, você percebe que esta
preso, que sua liberdade foi roubada em uma época
que você nem era capaz de se defender, e o que todos
tem a dizer sobre isso? Que você tem que ser assim,
que é para seu bem, que o mundo é cruel. Existe cru-
eldade maior do que aprisionar a mente de alguém?
Quantos medos e traumas uma crença pode gerar em
uma pessoa? Quem define o que é bom e o que é mau
para você? Desde seu nascimento, você é bombarde-
ado por informações, dogmas, crenças e superstições,
e nos períodos onde você deveria estar descobrindo
as coisas, sua mente já esta formada pelas opiniões
dos outros. Querendo ou não, somos um reflexo de
tudo aquilo que abstraímos desde que nascemos, so-
mos nós e não somos ao mesmo tempo, na esperança
de que um dia, nosso próprio interior possa encontrar
o caminho que nos liberte das amarras que foram co-
locadas em nós.
Você pode estar meio perdido no espaço tempo, de-
sorientado, não sabe mais no que acredita e nem tem
ideia por onde começar, você não está só, se você sou-
besse o número de pessoas que estão na mesma situ-
ação, talvez se sentisse mais confortável.
No mundo atual, quase todas as pessoas têm algum
distúrbio psiquiátrico, os antidepressivos e ansiolíti-
cos são os remédios que mais saem das prateleiras das
grandes farmácias, e tudo por quê? Porque aprende-
mos o errado desde o nascimento, porque fomos mol-
dados por pessoas que viviam ao nosso redor, nos en-
sinando o que elas acreditavam. Mas fique tranquilo,
você é só mais uma pessoa entre milhões e chegou
sua hora de mudar essa visão do mundo que você
aprendeu e aprender que tudo o que você deseja é pos-
sível novamente.
Mesmo diante de todos os problemas da vida, nunca
devemos parar de sonhar, pois enquanto sonhamos
permanecemos com esperança.
O que é a realidade?

Todos vivemos em dois mundos, existem uma rea-


lidade objetiva, que é aquela igual para mim e para
você. O fogo queima todas as pessoas, essa é uma re-
alidade objetiva, mas também existe uma realidade
subjetiva, que é aquela que você tem em seu interior
e cada um tem a sua. Crenças, superstições, senti-
mento fazem parte da realidade subjetiva. Tudo o que
existe em seu interior sobre Deus, a criação, o amor é
sua realidade subjetiva, mas será que essa realidade é
como as coisas realmente são? Será que o mundo é o
que nossas crenças determinam ou o mundo deve de-
terminar nossas crenças?
Os acontecimentos que enxergamos no mundo to-
dos os dias, nos fazem perder com o tempo, algumas
crenças sobre Deus e a vida. Aprendemos desde cedo
que Deus pode tudo, que é como um pai amoroso, no
entanto, ouvimos notícias inacreditáveis do que o ho-
mem é capaz de fazer. Mas o que tem Deus a ver com
isso tudo, é o homem quem comete essas atrocidades
não Deus, mas Deus não deveria impedir? No nosso
mundo talvez não, se não a vida não teria significado
e seríamos como robôs, mas tudo tem um preço, todo
pecado gera uma reação. Talvez a ideia do karma hin-
duísta faça mais sentido no mundo em que vivemos,
o mal que uma pessoa faz de alguma forma volta a
ela cedo ou tarde, é assim também com o pecado,
muitos acreditam que quem comete um pecado será
punido por Deus mas não é, talvez Deus seja impar-
cial, mas na própria ação do pecado já está a conde-
nação, ninguém que comete uma atitude má consegue
ter paz em sua consciência, e uma consciência pesada
gera doenças, traumas, medo, angústia e remorso,
sentimentos que destroem a vida de qualquer pessoa.
Não podemos confundir essa realidade assombrosa
do mundo com a realidade que Deus queria para nós.
Em todas as grandes religiões do mundo, Deus quer
uma humanidade com amor e sabedoria, se o homem
ainda não aprendeu isso, não é culpa do criador, por-
tanto, percebermos a realidade por um outro ponto de
vista, talvez nos ajude a perceber que essa realidade é
construída pelos homens e que dominam toda a soci-
edade, trazendo até nós medos e incertezas sobre a
vida e o propósito do criador para conosco.

Desconstruindo crenças

Um dos primeiros passos para entrarmos em harmo-


nia com a vida é desconstruir velhas crenças dentre de
nós, a de que Deus vive em Guerra com o diabo e por
isso o mundo está passando por todos esses
problemas. Você acha mesmo que Deus iria permitir
que o mal dominasse o mundo porque um de seus an-
jos se revoltou contra ele? É claro que não, essa dua-
lidade onde Deus luta com o diabo o tempo todo é
uma grande mentira, pois logo no início da Bíblia ve-
mos claramente que o mal é a escolha dos humanos
de governarem a si próprios.
Você tem um casal de humanos, uma serpente e
uma árvore proibida que Deus mandou não comer de
seu fruto. A serpente ilude e engana Eva, ela come do
fruto e dá a Adão, daí surge o pecado e a morte. A
escolha de Adão e Eva, simboliza que o homem deci-
diu ser seu próprio governante, e Deus sabia que isso
daria errado, pois somos criaturas que precisamos de
orientação. Observe qualquer forma de vida no
mundo, pegue um cachorro e jogue na água, ele sai
nadando, jogue um ser humano na água sem que ele
tenha aprendido a nadar, ele morre afogado, Deus
criou todas as criaturas da Terra com perfeição, cada
uma delas já nasce programada sabendo o que deve
fazer ou não, menos o homem, o homem necessita de
instrução e Deus sabe disso, por isso as revelações,
por isso as escrituras sagradas, você já se perguntou
de onde veio tantas ideias sobre Deus? Estude a Bíblia
profundamente, estude as escrituras orientais tam-
bém, você vai perceber que existem mensagens ali
que são claramente reveladas ao homem que busca
conexão com o criador, Deus está a todo momento
tentando nos dizer algo, seja através das escrituras ou
através de um sonho ou pensamento, mas isso não
significa que tudo o que está escrito na Bíblia seja
verdade, mas muito do que esta é, assim é com todas
escrituras inspiradas por Deus.
Para nos aproximarmos de Deus, basta nos retira-
mos da sociedade e ir passar uns dias na natureza,
você sente a criação, o cantarolar dos pássaros, o
cheiro fresco do ar que emana das árvores, todos os
animais vivendo em harmonia, um mundo que seria
perfeito se não fossem as atitudes destrutivas do ho-
mem. Deus está em todo lugar, em toda criatura viva.
No ato da criação, Deus se espalhou pelo universo,
tudo o que vemos e observamos é Deus, menos a es-
colha do homem, portanto, não pense que Deus não
tenha conhecimento da maldade do mundo, ele têm,
pois ele permitiu que a vida continuasse mesmo o ho-
mem o desobedecendo, para que o próprio homem um
dia, possa enxergar que é impossível viver sem os
mandamentos e revelações de Deus.

Procure relaxar

Uma das maiores causas de transtornos psicossomá-


ticos da atual realidade é o estresse devido a rotina
corrida que enfrentamos. Muitas pessoas trabalham o
dia todo, são viciadas em trabalhar porque querem ter
mais dinheiro, querem se sentir mais importantes e se
esquecem de que a vida pode ser vivida com simpli-
cidade. Todos devemos trabalhar, sem o trabalho fica
impossível viver, mas o que todos também precisa-
mos fazer é relaxar, ouvir uma boa música, deitar em
uma rede, ler um bom livro, entre outras ações que
nos trazem benefícios para a nossa própria vida.
Uma das ferramentas mais poderosas para relaxar é
a meditação, existem vários tipos de meditação, não
sou um especialista nisso, você precisará pesquisar
mais a respeito se o assunto lhe interessar, mas as ve-
zes eu pratico meditação observando minha respira-
ção, puxo o ar profundamente e solto, quando puxo o
ar imagino todos os problemas ruins que o mundo me
traz, quando solto penso neles todos indo embora com
a expiração.
Nós somos seres humanos e não máquinas, buscar
todos os dias relaxar de alguma maneira faz com que
a vida se torne mais alegre de ser vivida, reduz nossas
ansiedades e preocupações e nos coloca em harmonia
com o sentimento de amor que emana das pessoas.
Ficar o dia todo em redes sociais ou assistindo tele-
visão, principalmente esses programas sensacionalis-
tas sobre o que acontece no mundo é um péssimo ha-
bito que algumas pessoas têm. Evite isso, assista
programas humorísticos, relaxantes, filmes que tra-
zem bons ensinamentos e documentários sobre a na-
tureza ou do universo, além de aprendermos sobre nós
mesmos, vamos abandonando essa ideia de que só
existe maldade no mundo que é o que todas essas fer-
ramentas de informação querem que nós acreditamos.
Existem muitas coisas boas no mundo, pessoas que
põe suas vidas em risco para salvar a vida dos outros,
pessoas combatendo outras que destroem a natureza,
pessoas ajudando outras miseráveis, mas isso nin-
guém gosta de mostrar, quem domina o mundo não
quer que você veja isso, quer que você veja coisas
ruins para se confortar com sua vida, você vê uma no-
tícia ruim e pensa, “Isso poderia ter acontecido co-
migo.” E já se sente aliviado mesmo estando sobre os
mesmos riscos do que as pessoas que sofrem malda-
des todos os dias. Portanto, mude sua programação,
filtre o que você perceber que lhe traz apreensão,
medo, ansiedade e comece a trocar por coisas que fa-
çam com que você relaxe.

Sempre lute por um sonho

Muitas pessoas no mundo de hoje, trabalhavam, fa-


zem seus deveres de casa, suas necessidades e vão
dormir para no dia seguinte começarem tudo
novamente. Eu sei que poucas pessoas têm tempo ou
oportunidades de fazer algo diferente, mas hoje em
dia existem milhares de coisas que você pode fazer
para acrescentar coisas boas em sua vida. Nunca acre-
dite que é tarde demais para buscar por um sonho, já
vi pessoas com 60 anos estudando, outras realizando
sonhos abrindo seu próprio negócio, lutar por um so-
nho, nos mantém ocupados e nos traz satisfação. Hoje
em dia existem muitos cursos online gratuitos que
você pode aprender basicamente tudo o que você qui-
ser, basta um pouco de força de vontade, vou contar
uma história agora de um jovem que buscava por uma
oportunidade de ser um escritor, mas que ainda não
tinha conseguido publicar um livro.
“Fausto queria ser um escritor, embora vivesse em um
país onde poucas pessoas tinham o habito de ler, ele
procurava não desistir de seu sonho e manter a chama
acesa, após um tempo e tendo escrito alguns livros di-
gitais, ficou cansado e foi conversar com um amigo,
um senhor muito sábio que cuidava de plantas e flo-
res. Comentando sobre seu cansaço ao tentar publicar
um livro, o velho senhor nada respondeu, apenas con-
vidou o jovem Fausto para fazer uma caminhada no
dia seguinte sobre os vales da região onde moravam,
disse que iria lhe dar um prêmio no final da jornada.
No outro dia bem cedo, Fausto entusiasmado, já es-
tava esperando pelo velho sábio. Juntos começaram a
caminhada, primeiro caminharam por uma planície
reta com um gramado verde, depois pegaram um ata-
lho por uma floresta cheia de pássaros e arvores, após
isso escalaram uma pequena montanha, Fausto já es-
tava cansado e em dúvida de onde esse velho sábio o
levaria, após muitas horas de caminhada, finalmente
chegaram no topo de uma colina por onde dava para
ver toda a cidade, chegando lá, o velho sábio pergun-
tou: Está vendo estas flores azuis ao nosso redor?
Esse é seu prêmio. Fausto confuso e sem entender
pergunta ao velho sábio: - O senhor fez eu andar todo
esse tempo para me dar uma flor que vive em cima da
colina de prêmio? – Sim, responde o velho, mas vou
lhe ensinar algo maior, quando partimos em nossa jor-
nada, você estava tão ansioso pelo prêmio que passa-
mos por belos bosques, vimos árvores fantásticas,
animais cantando, belas paisagens, mas você não per-
cebeu nada disso porque sua mente só estava no prê-
mio. O prêmio é a chegada, o final da trilha, o mais
importante é a caminhada, nela está a satisfação de
buscar por algo, quando você encontra o que busca, a
caminhada já deixa de existir.”, esse belo ensina-
mento nos traz uma linda lição, é na jornada que esta
a beleza das coisas, pense em tudo o que você já con-
quistou nessa vida e perceba que lá atrás um dia tudo
o que você tem já foi um sonho e que você teve que
passar por uma jornada para conquistá-lo.
Amar é sempre a melhor opção

O motivo pelo qual o mundo está passando por to-


dos esses problemas e dificuldades é a falta de amor.
O amor é o elo mais forte entre os humanos e até
mesmo com qualquer outra forma de vida. No mundo
de hoje, as pessoas estão esquecendo de amar, elas
amam muitas coisas, seus celulares, seus carros, suas
casas, suas roupas, menos as pessoas.
A falta de amor no mundo criou uma sociedade va-
zia, sem sentimento. Hoje em dia as pessoas negam
moedas a um sem teto, elas acreditam que algumas
pessoas estão nessas condições porque querem, mas a
vida nem sempre é generosa com todos, poderia ser
você morando na rua e precisando de ajuda.
Quando falamos em amor, nos vem a mente amar-
mos nossos parceiros e nossa família, sim, devemos
amá-los também, mas também devemos amar a todos.
Qual foi o maior ensinamento que aquele que morreu
para nos salvar deixou? “Ame teu próximo como a ti
mesmo.” e como é isso? Se coloque no lugar do outro,
tente sentir as dores que ele sente, o vazio que há em
seu coração por não ter uma família, por passar ne-
cessidade enquanto a maior parte da população só
está preocupada com o que vai fazer no final de
semana, como vai gastar seu dinheiro e o que vai
comprar.
O amor não é somente para aqueles que conhece-
mos, é para os que não conhecemos também, todos
somos criaturas do mesmo criador e ele faz o Sol nas-
cer sobre justos e injustos, não queira você escolher
ajudar uma pessoa porque você a conhece e ela é uma
boa pessoa, ajude quem você puder ajudar. Eu já co-
mentei em outros livros que a caridade á a ferramenta
mais poderosa para nos aproximarmos de Deus, nada
deixa o criador mais contente do que quando você doa
um alimento a um pobre, um brinquedo a uma criança
cuja família não tem condições, uma roupa no frio
para um necessitado.
A doação e a caridade lavam nossas almas, curam
nossas feridas e nos renovam com Deus. Quando você
doa, Deus se sente em dívida com você e pode ter cer-
teza de que você recebera em dobro o que doou, mas
sempre doe por amor e não por interesse ou para que
os outros vejam e comentem que você é uma boa pes-
soa, lembre-se do que Jesus disse, quando estiver a
serviço de Deus que sua mão direita não saiba o que
a esquerda fez. Quando você começar a fazer cari-
dade, vai se sentir cada vez melhor e vai querer doar
cada vez mais e receber cada vez mais da parte de
Deus.
Livre-se de todo mágoa

Todos nós guardamos mágoas de coisas que já nos


fizeram, você pode ter 30 anos e ter estudado com
mais de 100 pessoas ao longo da vida, mas você se
lembra somente daquela que te fez algum mal, en-
quanto as com que você sorriu e compartilhou felici-
dade, você nem lembra mais quem são, mas por que
somos assim? Porque toda dor nos causa um trauma
e esse trauma carregamos pela vida toda, não tente
vencer o trauma, ele esta em você, tente superá-lo,
tente mostrar a você mesmo que qualquer mágoa que
tenham lhe feito passou. Guardar rancor das pessoas
é uma das emoções que mais nos escraviza. Temos
que nos livrar de todos esses sentimentos que nos
aprisionam. Uma boa maneira de nos livrar de má-
goas é orando, a oração é uma ferramenta muito po-
derosa para nos ajudar a lidar com inúmeros proble-
mas que passamos ao decorrer da vida.
“E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e
achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que
pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-
se-lhe-á. - Lucas 11:9,10”, olha com que simplicidade
Jesus nos ensina a orar, é na oração que você vai pedir
para que essa mágoa passe e que essa pessoa que a
causou possa estar bem na vida.
Um outro fator importante também sobre perdoar-
mos as pessoas, é o de que nós também cometemos
erros, não somos perfeitos, podemos não ser agressi-
vos nem ofensivos, mas com certeza já magoamos al-
gumas pessoas em nossas vidas, se queremos o per-
dão de Deus pelas nossas falhas, primeiramente deve-
remos perdoar as falhas que outras pessoas comete-
ram conosco, somente assim seremos dignos de ser-
mos perdoados.

Buscando espiritualidade

Quando alguém me pergunta se tenho religião, digo


que não, costumo dizer que tenho espiritualidade, mas
o que é espiritualidade? Espiritualidade é você carre-
gar consigo um pouco de tudo o que aprendeu sobre
os ensinamentos de toda as religiões que pregam a paz
no mundo. Eu acho que a espiritualidade é muito
mais importante que a religião, pois ela não nos clas-
sifica e nos une sobre o mesmo Deus criador. Tudo
bem você ter uma religião, desde que você veja em
seu semelhante que tem uma religião diferente da sua
a mesma pessoa como uma que seja de sua religião.
Para buscar espiritualidade é preciso estudar um
pouco as escrituras, ler livros sagrados, livros de
autoajuda espiritual, tudo o que você perceber que vai
lhe trazer um ensinamento bom sobre Deus é válido.
Sabemos que Deus é justo e que Deus é amor como
expressado na Bíblia, mas o que não sabemos é como
Deus age, a Bíblia também nos ensina que não pode-
mos conhecer tudo sobre Deus, portanto, sobre esses
acontecimentos ruins que ocorrem no mundo, deve-
mos pensar sempre que Deus esta no controle, pois só
ele sabe o que fazer nessas situações. Não podemos
deixar nossa fé nos abalar porque acontecem coisas
ruins, essas dívidas serão cobradas um dia, ninguém
sai impune de sua própria maldade, mas essa é uma
tarefa de Deus e não de nós humanos. Nossa tarefa e
nos aproximarmos de Deus e tentar sentir o que Deus
sente com cada ação que praticamos.
Devemos sempre tentar fazer o bem em qualquer
circunstância e não importe para quem. Muitas pes-
soas se sentem confusas quando o assunto é Deus,
mas lembre-se do ensinamento de Jesus que vimos
anteriormente, “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e acha-
reis; batei, e abrir-se-vos-á;”, uma da maneiras de se
conhecer Deus é orando, converse com Deus como se
ele fosse um amigo, Deus quer ser seu amigo e prote-
tor, as vezes você vai ficar horas refletindo em algo
na oração, mas do nada vem uma resposta, as vezes
você esta confuso sobre uma escolha, mas aparece
uma pessoa que você nem imagina e lhe dá uma dica.
Deus está agindo a todo momento, ele sabe a hora de
falar com você, ele tem toda uma humanidade para
cuidar, mas ele não abandonada ninguém e responde
a todos.
Um dos segredos de se orar não é pedir as coisas a
Deus, Deus é onisciente, ele já sabe do que você pre-
cisa, o segredo de orar está em agradecer a Deus pelo
que ele já lhe concedeu e pedir que ele sempre lhe
coloque no caminho correto em sua vida. Deus sabe
o que é melhor para você antes mesmo que você peça,
portanto, apenas agradeça e peça segurança que Deus
lhe ouvirá.

A chave da vida

Nos capítulos anteriores, vimos tudo o que podemos


e devemos fazer para vivermos uma vida mais harmo-
niosa e em paz, mas é neste capítulo final que vamos
expor o que você realmente precisa para que todos os
seus problemas se resolvam ou no mínimo melhorem,
e a ferramenta utilizada aqui será a fé.
Ter fé não é pensar que algo em sua vida pode dar
certo ou não, ter fé é ver esse algo já concretizado na
realidade, observe aqui que não estamos falando em
fé em Deus, isso já falamos no capítulo acima,
estamos falando aqui de ter fé no que você quer para
sua vida.
O universo está totalmente conectado entre si
mesmo, na verdade, nós somos poeira das estrelas,
tudo o que existe no universo existe em nossos pró-
prios corpos. A ciência já comprovou que nossos pen-
samentos podem alterar o comportamento da matéria.
Tudo no universo é energia condensada, nós somos
energia, uma pedra é energia, uma planta é energia.
Segundo a ciência nada de novo se cria, tudo apenas
passa de um estado transitório a outro.
Ter fé é como pedir ao universo que o que você de-
seja e quer se torne realidade, não estou falando aqui
que basta você querer e pedir que o universo lhe con-
cederá, você tem que ter determinação quando quer
realizar um sonho, seja ter uma vida melhor, seja con-
quistar algo, tudo depende de dois aspectos, fé e obra.
Não importa o tamanho dos seus sonhos, o impos-
sível é apenas uma fronteira criada pela sua mente di-
ante de tantas tentativas de várias conquistas que não
deram certo, não importa quantas vezes você tentou e
fracassou, o que importa é que você não vai parar de
tentar, continue sempre lutando, sempre realizando a
obra e sempre tendo fé no desejo realizado. Quando
deitar na cama, lembre-se de que você é um ser único,
que seus sonhos pessoais são só seus, praticando os
passos anteriores que aprendemos, vamos estar em
uma ótima conexão com o criador e com o universo.
O universo doa a você o que você deseja, por isso
você deve doar ao universo o que ele deseja também.
Faz pouco tempo que estudo cabala. E o principal
ensinamento da cabala é a ação de doar. A cabala
acredita que Deus sente prazer em doar a toda a hu-
manidade tudo do melhor, mas devido ao homem es-
tar vivendo apenas pelo seu ego, essa característica de
Deus fica obsoleta para tais pessoas. Não seja uma
pessoa assim, doe o máximo do que puder ao uni-
verso, o universo precisa de tudo o que já falamos,
amor, harmonia, compaixão, perdão e altruísmo.
Quando você começar a pôr em prática todas essas
ações, automaticamente o universo vai lhe responder
e você vai sentir. Isso vai aumentar sua fé e aumen-
tando sua fé aumenta seu poder de conquistar seus de-
sejos também. Veja o que a Bíblia diz sobre a fé:
“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova
das coisas que não vemos. - Hebreus 11:1”, fé é a
certeza do que esperamos, a certeza de que tudo vai
se realizar conforme o tempo de Deus. O tempo de
Deus não é o nosso tempo, por isso devemos ter paci-
ência quando estamos em busca de realizar um de-
sejo, por isso é importante que você já visualize esse
desejo realizado e nunca desista.
"Eu asseguro que, se vocês tiverem fé e não duvi-
darem, poderão fazer não somente o que foi feito à
figueira, mas também dizer a este monte: 'Levante-se
e atire-se no mar', e assim será feito. - Mateus 21:21”,
veja claramente como Jesus nos ensina o que a fé é
capaz de realizar, a fé pode tudo, por isso existem tan-
tos mistérios e coisas inexplicáveis no mundo, pes-
soas que se curam de doenças, pessoas que realizam
seus sonhos, pessoas que vivem felizes todos os dias.
A fé é o elemento central da vida, é a chave da vida,
sem fé nada é possível. Portanto, ore sempre, peça
sempre, acredite sempre, nunca desista que um dia
com toda certeza do mundo tudo o que você sonha e
deseja se realizará.

Em busca da felicidade

Introdução

Como devemos viver? Será que existe uma fórmula


para felicidade? Por que a vida tem tantas complica-
ções? Qual o segredo da prosperidade?
Quem não gostaria de ter todas essas respostas?
Nessa jornada pela vida, buscamos incansavelmente
a felicidade e tentamos fazer de tudo para nos afastar
dos sofrimentos da vida, mesmo assim, essa tarefa pa-
rece impossível quando não temos o conhecimento
necessário de como o mundo ao nosso redor funciona.
Para grande parte dos filósofos, a felicidade esta na
contemplação. Para maioria dos místicos, na renúncia
dos desejos, para alguns religiosos, na caridade que
podemos fazer ao próximo.
Existem diversas formas de ser feliz, cada um en-
contra uma maneira, o problema é que a maioria do
que as pessoas consideram felicidade é passageiro,
existe uma maneira de ser feliz a todo tempo?
Através deste livro, podemos obter as repostas que
precisamos para uma vida de plena felicidade.

Livre-se do apego

Um dos problemas que mais trazem tristeza as pes-


soas é o apego as coisas, as pessoas não percebem que
assim como conquistaram bens matérias, elas podem,
através de uma crise, perdê-los.
Tudo o que conquistamos, podemos também per-
der. Quantas pessoas que você conheceu já tiveram
carros, casas e hoje estão lutando para sobreviver?
Existem exemplos até de pessoas que foram milio-
nárias e hoje estão na pobreza ou passando por difi-
culdades e até entram em depressão por isso, mas por
que isso acontece? Porque nos apegamos as coisas,
colocamos nos objetos e nas pessoas o motivo de
nossa felicidade e isso cedo ou tarde pode ter fim.
Uma pessoa sábia, não procura ser feliz apenas com
o que tem e sim com o que é. Para ela, a felicidade
esta em seu interior, em seu estado de espírito e não
nos bens materiais.
Os bens matérias podem acabar, mas o estado de
espírito de uma pessoa em paz pode durar uma vida
toda, por isso, tente se desapegar do que tem e se ape-
gar ao que você é.

O momento presente

Outro fator que atrapalha e muito a felicidade das


pessoas é o tempo. Grande parte das pessoas vivem
no passado e no futuro, mas se esquecem do presente.
O passado não existe mais, assim como o futuro
ainda não existe, o único momento que existe é o mo-
mento presente.
Os antigos estoicos, já nos ensinaram sobre a con-
templação do presente e o abandono do passado e do
futuro.
Quando você vive no passado, esta preso a todas
emoções negativas que lhe ocorreram ao longo da
vida, quando pensa no futuro, esta idealizando algo
que pode nem existir, você nem sabe se estará vivo
amanhã.
Viver o presente e contemplar cada segundo, é nos
livrar das angústias e das preocupações do passado e
do futuro.
Ninguém é feliz vivendo no passado, muito menos
se preocupando com o futuro, viva o momento pre-
sente, pois esse é o único tempo em que você pode
aproveitar a vida. Você pode ter planos, mas não
deixe ser manipulado por eles, de um passo de cada
vez e aproveite cada segundo que a vida lhe oferece.

Contemple as pequenas coisas

Como falamos no início do livro, bens matérias po-


dem trazer felicidade, mas também podem levar tudo
embora de uma hora para outra.
Existem milhares de coisas boas no mundo que não
é preciso ter dinheiro para aproveitar. Brincar com
uma criança, agradar uma criatura de Deus, ver um
pôr do Sol, contemplar o universo, passear pela natu-
reza e muito mais.
Contemplar a criação, nos traz uma grande paz de
espírito, nos tira um pouco deste mundo sufocante
que nos enche de más notícias e poluição mental.
Tire uns dias para relaxar, tente se aproximar das
pessoas que você ama e levar carinho a elas.
Quando doamos amor, recebemos de volta por parte
do criador o amor que doamos e o amor se doa a todas
as espécies e criaturas que Deus criou, animais, plan-
tas e pessoas.
Quando você aprender a contemplar as pequenas
coisas, vai perceber que elas trazem muito mais feli-
cidade do que bens matérias e possuem uma grande
vantagem, elas não acabam, você pode aproveitá-las
a qualquer momento.
Medite

Meditar é relaxar a mente, seja através de um exer-


cício de respiração, seja através de uma leitura ou
uma música.
Meditar é refletir sobre a vida, repensar se o que
você está fazendo está lhe trazendo benefícios ou lhe
fazendo mal.
Podemos meditar sobre muitas coisas, Deus, a exis-
tência, o amor, nosso papel aqui e o que podemos fa-
zer para melhorar.
Hoje em dia, existem milhares de meditações guia-
das na internet que podem lhe auxiliar a fazer uma
boa meditação.
Meditar, acalma os ânimos, cura ansiedade, depres-
são, insônia e outros males que a rotina massacrante
da realidade nos causa.
Procure, mesmo que seja 15 minutos por dia, fazer
algum tipo de meditação, você vai perceber como se
sentirá mais leve e mais disposto a acordar na manhã
seguinte para encarar mais um dia de trabalho e con-
quistas.
Exercícios de respiração também podem auxiliar
muito para saúde mental.
Ajude a humanidade

Em quase todos os meus livros eu falo sobre o ser-


viço devocional. Fazer caridade é uma das ações mais
poderosas do universo. Quando você ajuda uma pes-
soa sem interesse é como curar milhares de feridas em
seu coração.
Deus criou o mundo para que todas as pessoas pos-
sam desfrutá-lo de suas maravilhas, no entanto, o ego-
ísmo do homem impede que milhares de pessoas te-
nham saúde, uma boa alimentação e um pouco de la-
zer.
Em qualquer lugar que você esteja, sempre haverá
alguém que você possa ajudar. Não hesite em oferecer
apoio a quem precisa, pois quando doamos, Deus se
sente em dívida conosco e vai nos recompensar cada
vez mais.
Caso não tenha tempo, procure por instituições de
caridade, faça uma doação, que seja um alimento, um
agasalho, um brinquedo que esta empoeirado em sua
estante.
Para Deus, um objeto doado tem o mesmo valor do
que quem doa milhões, cada um doa o que pode o im-
portante é que a ação seja feita de coração.
Ame mais

Amor nunca é demais, sabemos que um dia vamos


partir deste mundo e qual impressão queremos deixar
as pessoas que vão ficar? A de que fomos uma pessoa
egoísta que só pensou em si mesma ou a de uma pes-
soa, que por onde passou, doou amor?
O amor é o elo mais forte ente os seres humanos,
até um animal corresponde o amor, partiremos deste
mundo sem levar nada, apenas vamos deixar, e o que
você quer deixar? Orgulho? Rancor? Mágoas ou
amor?
Quando amamos as pessoas, criamos uma sensação
de paz em torno delas, elas se sentem protegidas, aco-
lhidas e isso as fortifica para enfrentarem os proble-
mas da vida.
Quantas pessoas no mundo hoje não estão sofrendo
por falta de amor? São milhares, pessoas que preci-
sam de nossa compaixão e de nossa ajuda.
O amor não pode escolher a quem amar, não deve-
mos amar somente quem faz parte de nossa família ou
as pessoas com quem temos relações. Devemos amar
a todos da mesma forma, pois em Deus, somos todos
irmãos e Deus tem por todos nós o mesmo amor.
Ore a Deus

Orar, significa conversar com Deus, é uma ferra-


menta poderosa que o criador nos colocou à disposi-
ção.
Todos os dias passamos por situações que nos sen-
timos perdidos e não sabemos que atitude tomar,
quando estiver sobre uma situação assim, tire um
tempo, ore a Deus que com certeza ele fará com que
você tome a atitude correta.
Quando temos um problema de saúde a oração tam-
bém é eficaz, ela fortalece até mesmo nosso sistema
imunológico contra vários tipos de doenças e ajuda na
produção de anticorpos que combatem até mesmo do-
enças como o câncer.
Orar nos coloca em harmonia com o criador, Deus
quer ser nosso amigo e instrutor, você pode orar a
qualquer hora do dia e em qualquer lugar.
Não ore somente por você, Jesus nos ensinou a orar
por todos, com certeza existem muitas pessoas que
você conhece que precisam de oração.
O pensamento é uma energia e quando você ora por
quem quer que seja, essa energia de alguma forma
chega até a pessoa a ajudando enfrentar os problemas
da vida.
Tenha fé

Ter fé é acreditar em você, acreditar que mesmo que


você esteja passando por problemas e dificuldades
isso um dia passara.
Nunca deixe que as pessoas tirem de você a fé que
você tem. Ao longo de sua vida, você vai encontrar
várias pessoas negativas que quando você se abrir so-
bre um sonho ou desejo que você tem, elas tentam de
forma negativa de influenciar. Procure não pedir con-
selhos a pessoas assim, elas fracassaram e quer que
você fracasse também.
Lute por um sonho, coloque uma meta em sua vida
e corra com todas as suas forças para realizar seus ob-
jetivos.
Ter um sonho nos ajuda e nos motiva a viver,
quando deixamos de sonhar, perdemos uma parte im-
portante que há em nós, a fé em nós mesmos.
Sobre a luz da cabala

O ciclo vicioso em busca da felicidade

Nascemos, crescemos, alguns de nós nos reprodu-


zimos e morremos. Qual o sentido de toda essa vida?
Estamos aqui de passagem por um breve período e
depois tudo cessa com a morte? Que significado tem
essa busca incessante por prazer e bens materiais se
tudo não passa de um jogo de ilusão? Qual nosso ob-
jetivo aqui?
Essas são as principais questões filosóficas e até re-
ligiosas que movem a humanidade. Ninguém possui
tais respostas, mas um grande número de pessoas, vi-
vem suas vidas em função de mandamentos e regras
com medo de que a morte é algo ruim.
A morte não pode ser algo ruim, a morte é um pro-
cesso, uma passagem desse plano ou de volta a esse
plano, pelo menos é como alguns cabalistas acredi-
tam.
Epicuro, um filósofo grego, acreditava que a morte
não era nada para nós, pois quando morremos já não
existimos mais, por isso devemos usufruir o máximo
possível essa vida sem a perspectiva de uma vida
eterna. Pois nada há de temível na vida para quem
compreendeu nada haver de temível no facto de não
viver. É pois, tolo quem afirma temer a morte, não
porque sua vinda seja temível, mas porque é temível
esperá-la.
Tolice afligir-se com a espera da morte, pois trata-
se de algo que, uma vez vindo, não causa mal. Assim,
o mais espantoso de todos os males, a morte, não é
nada para nós, pois enquanto vivemos, ela não existe,
e quando chega, não existimos mais.
Não há morte, então, nem para os vivos nem para
os mortos, porquanto para uns não existe, e os outros
não existem mais. Mas o vulgo, ou a teme como o pior
dos males, ou a deseja como termo para os males da
vida. O sábio não teme a morte, a vida não lhe é ne-
nhum fardo, nem ele crê que seja um mal não mais
existir. Assim como não é a abundância dos manjares,
mas a sua qualidade, que nos delicia, assim também
não é a longa duração da vida, mas seu encanto, que
nos apraz. Quanto aos que aconselham os jovens a vi-
verem bem, e os velhos a bem morrerem, são uns in-
génuos, não apenas porque a vida tem encanto mesmo
para os velhos, como porque o cuidado de viver bem
e o de bem morrer constituem um único e mesmo cui-
dado. – Epicuro em, A Conduta da vida.
Com essa base, percebemos que Epicuro achava to-
lice se preocupar com a morte, visto que não podemos
fugir dela em nenhum momento, devemos desfrutar
dessa vida enquanto a temos, pois ela até onde sabe-
mos, é a única vida que vivenciamos.
Sabemos que poucas pessoas no mundo pensam
dessa maneira, a maioria delas vive apressadamente.
Quando foi que você percebeu um sorriso sincero de
alguma pessoa? Nem de sorrir as pessoas são capazes
hoje em dia, e qual o motivo disso? As pessoas sem-
pre querem mais, querem mais luxo, mais viagens,
mais carros e casas. Hoje em dia o sistema impôs uma
disputa na civilização, onde que tem seu status ele-
vado é visto como uma pessoa que venceu na vida,
enquanto aqueles que não possuem um teto é visto
como indigente. Esse é um ciclo vicioso que governa
a humanidade e infelizmente, todos nós fazemos parte
disso.
Mas devemos nós querer pouco? Ou devemos so-
nhar alto? Qual o propósito de Deus para nós? Será
que Deus quer que tenhamos pouco ou muito? Se-
gundo a cabala, Deus quer nos dar todas as coisas pos-
síveis, mas para isso precisamos fazer por merecer.
Deus tem em seu coração o prazer da doação e quer
que todos os seus filhos tenham tudo do bom e do me-
lhor, esse é o principal ensinamento da cabala.
Você é grato pelo que têm?

Muitas dessas pessoas, conseguem ao longo da


vida, atingir seus principais objetivos. Esses objetivos
nem sempre são iguais para todos, mas a maioria das
pessoas possuem um carro, uma casa, alimentação,
saúde e uma vida digna, mas quem de todas essas pes-
soas é realmente grata pelo que já alcançou?
Comece percebendo o que você tem e não o que não
têm, você tem saúde? Tem uma casa, um carro? Tem
uma família que lhe apoia?
Comece a perceber que até esse momento, você
nunca tinha parado para pensar nas coisas que têm,
mas sempre estava pensando nas coisas que queria
ter, você já pensou que o que você tem hoje foi algo
que um dia você queria ter e hoje se realizou? Se não,
faça essa reflexão, que vai perceber que o que você
deseja hoje amanhã pode se tornar realidade.
O grande problema de desejar ter as coisas, não é
quanto você devera lutar para conquistá-las e sim o
quanto você é feliz tendo o que já conquistou.
A ingratidão para Deus é um dos piores desejos que
podemos sentir, esse desejo deixa nossas vidas vazias,
parece que sempre falta algo e não adianta você
conquistar que vai colocar outra meta em cima do que
já têm.
Para que esse desejo seja controlado, você precisa
fazer o que chamamos de prece, um agradecimento ao
criador por tudo o que ele já lhe deu. Mostrar gratidão
a Deus pelas pequenas coisas faz com que ele perceba
que você merece coisas maiores também e sendo as-
sim, ele vai ajudar você a realizar com um passo de
cada vez, aquilo que você deseja.
Quando falamos em oração, a primeira coisa que
vem à mente das pessoas é o que elas precisão, este é
um grande erro, Deus sabe de todas as coisas, ele en-
xerga seu coração, ele sabe do que você precisa antes
mesmo de você pedir pois é onisciente, portanto,
deixe a oração para agradecer a Deus pelo que lhe foi
concedido.
Todos os dias de valor ao que você possui, isso
ajuda a afastar os pensamentos negativos e nos trazer
o que nos falta. Ser feliz não significa ter tudo e sim
ser grato por tudo o que você tem.
Devemos sempre agradecer por tudo o que a vida
nos deu, até mesmo pelas coisas ruins, pois tudo vem
de Deus, como dádiva ou como lição.
A oferta

Muitas pessoas, possuem uma enorme quantidade


de objetos que não fazem mais uso, são roupas, tape-
tes, eletrodomésticos entre outras coisas. Muitas ve-
zes, esses objetos ficam empoeirando em suas casas
sem utilidade alguma enquanto poderia estar aju-
dando outras pessoas que necessitam deles.
Fazer uma oferta a Deus é o maior poder de atração
que podemos ter, quando você oferece uma caridade
ao próximo, na verdade você está sendo mais ajudado
do que aquele que recebeu a caridade, por quê? Por-
que Deus se sente em dívida com você.
Esse princípio é cabalístico, a cabala nos ensina que
Deus tem em seu coração o amor e a doação, que seu
maior desejo é doar a todos os seres humanos tudo o
que existe de melhor em sua criação. Percebemos isso
facilmente observando o Sol, ele não escolhe para
quem nascer, ele nasce sobre os justos e injustos. Ob-
serve também uma planta, o justo que a semeia colhe
da mesma forma que o injusto. Essa ideia de que Deus
julga as pessoas pelos seus atos é uma visão errônea
da realidade. Quando Deus criou o universo e tudo o
que nele há, ele já colocou em seu firmamento todas
as regras para que nós humanos pudéssemos viver e
evoluir. Não é Deus quem julga e sim o próprio
pecado ou transgressão. Com certeza você deve co-
nhecer uma pessoa que todos comentam que é uma
má pessoa, comece a reparar mais nela, ela não sorri,
não tem alegria na vida, está sempre reclamando de
tudo, não sabe o que é felicidade muito menos amor,
o que de pior Deus poderia fazer a uma pessoa assim?
Portanto, quando for fazer sua oferta, não escolha
para quem oferecer, ofereça a quem lhe pedir, como
o ditado popular diz, faça o bem sem ver a quem. Tal-
vez essa pessoa má e ingrata é assim pela criação que
teve, as vezes uma oferta faz com que ela se sinta
amada e cuidada.
“Somos um espelho dos mundos superiores. O que
dizemos e o que fazemos abaixo reflete o que nos é
dado de cima – Karen Berg”.
Portanto, faça sempre ao próximo o que queria que
fizessem com você mesmo, essa é a principal lei que
governa nossos desejos e anseios.

Alterando a realidade

“O futuro não é um lugar para onde estamos indo,


mas um lugar que estamos criando - Shmuel Lemle”.
Muitas pessoas andam ansiosas pelo futuro, elas
querem que tudo aconteça muito rápido, O futuro é
consequência do presente que estamos criando nesse
exato momento.
Se você deseja uma casa, primeiro tem que desejar
um emprego. Se deseja um emprego, primeiro tem
que desejar uma profissão. As coisas são assim na
vida, é um passo de cada vez.
A maioria das pessoas acreditam que porque dese-
jam algo, aquilo já se torna realidade. As coisas não
são bem assim. Para que cada objetivo seja conquis-
tado, primeiramente temos que saber por onde come-
çar. Para criar a vida que desejamos primeiro temos
que saber o que realmente queremos que ela nos
traga.
O futuro ainda não existe, ele está sendo criado
nesse exato momento com cada atitude e escolha sua.
Para que tudo aquilo que você deseja se concretize,
primeiramente você tem que ter um plano de ação, di-
vidir suas conquistas em metas e alcançar uma de
cada vez e para isso o que você tem que alterar é o
presente.
A fé é um elemento poderoso na busca de nossos
sonhos, mas sem ação a fé é morta, ela não age por si
mesma ela age conforme você acredita. Ter fé não
significa ficar parado visualizando tudo aquilo que
você deseja e sim trabalhar no presente visando seus
desejos lá no futuro. A fé é como um homem que arou
seu terreno e plantou uma enorme plantação de milho,
todos os dias esse homem vai cuidar do que ele plan-
tou, vai regar, eliminar as pragas e cuidar com amor
de sua plantação, meses depois ele ira ter uma enorme
fartura em sua vida. Assim é a fé e o que devemos
fazer para alterar através do que acreditamos o que
desejamos de Deus.
A fé é a certeza das coisas que esperamos a convic-
ção dos fatos que não vemos – Hebreus11:1
A muito tempo atrás, em torno de 80 anos, um ho-
mem foi condenado à morte por enforcamento dos
Estados Unidos. Durante o julgamento, esse homem
descobriu o amor de Deus e se arrependeu de seu
crime que era um homicídio. Após ler a Bíblia e ver
seus ensinamentos, esse homem passou a acreditar
que Deus iria salvá-lo e mentalizou isso todos os dias.
Quando o prisioneiro foi levando para o enforca-
mento, o alçapão que geralmente abre sobre os pés do
condenado travou e não abriu. Os guardas tentaram
repetidas vezes corrigir o problema, mas não conse-
guiram. No fim, o condenado foi trazido de volta a
cela e a pena passou a ser perpétua, pois se algo da
errado em uma pena de morte não podem mais matar
a pessoa em outra ocasião.
Portanto, quando queremos que algo aconteça, te-
mos que visualizar isso todos os dias. No caso desse
homem, travar o alçapão era tudo o que poderia
acontecer, mas em muitos dos nossos casos o que vi-
sualizamos depende de nós criarmos na realidade.

Meditação e oração

Quase todos nós queremos que nossos desejos já se


realizem do dia para noite, porém, a realidade não
funciona dessa forma. A oração e a meditação são as
ferramentas poderosas que você vai utilizar nesse pro-
cesso de atração sobre os seus desejos.
Sempre que possível, tire um dia para meditar, se
deitar em um lugar calmo, até mesmo sua cama, por
uma música agradável, fechar os olhos e imaginar
aquilo que você gostaria que acontecesse. Sinta como
se já tivesse acontecido, se você deseja um carro, sinta
você o dirigindo, se deseja uma casa, sinta-se an-
dando por ela, se deseja uma cura, sinta-se curado.
Respire fundo e com calma para que esses desejos se
instalem de forma mais intensa em sua mente.
Uma outra ferramenta poderosa para atrair aquilo
que deseja é a oração, mas ao contrário do que você
pensa na oração você não vai pedir nada, pois deus já
sabe de seus desejos. Use a oração para agradecer por
aquilo que você já conquistou, agradeça a Deus por
tudo de bom que ele lhe proporcionou nessa vida, já
dissemos isso no início, mas é algo importante a re-
forçar. Agradeça pela sua casa, seu emprego, sua sa-
úde, sua família. Quando não estamos felizes com o
que temos nem adianta tentar focar na lei da atração,
como você pode conquistar algo se é ingrato pelo que
já recebeu? Não é dessa forma, que a realização de
nossos desejos funciona.
Acorde um dia de manhã, antes do Sol nascer, se
possível em meio a natureza, repare nas árvores se
movimentando lentamente pelo vento, escute o cantar
dos pássaros anunciando o novo dia, sinta o cheiro da
natureza, veja como as melhores coisas da vida Deus
nos deu de graça sem custo algum porque assim é seu
desejo e assim como Deus se sente extremamente ale-
gre em lhe dar tudo isso sem preço algum, sinta-se
extremamente alegre em receber tudo o que Deus lhe
deu, mesmo que isso tenha um custo. No mundo dos
humanos tudo tem um preço, seu objetivo e lutar para
conquistar aquilo que deseja.
Lembre-se do conceito de felicidade de Epicuro que
falamos lá no início da leitura, essa é a vida que temos
certeza ter, portanto, aproveite-a com o máximo de
felicidade e gratidão que puder, Deus sempre lhe de-
seja tudo de bom nessa vida, busque e encontrarás a
felicidade nos pequenos detalhes do dia a dia
Esquecendo o passado

Todas as pessoas têm algum tipo de trauma, seja por


pessoas que viveram conosco na infância, seja por al-
gum amigo ou parente próximo. Guardar rancor é o
sentimento que mais nos atrapalha a criarmos um fu-
turo que desejamos, por quê? Porque ainda estamos
vivendo as dores do passado. Quando nos permitimos
guardar rancor das pessoas, criamos muros que são
difíceis de derrubar e que nos isolam dos outros.
Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus.
Que nenhuma raiz de amargura brote e cause pertur-
bação, contaminando a muitos. - Hebreus 12:15.
Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos
do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti
mesmo. - Levítico 19:18.
A Bíblia está repleta de passagens que nos aconse-
lham a não guardar mágoas das pessoas e ela não nos
alerta isso sem motivo e sim para o nosso próprio
bem.
Quando você guarda mágoa de alguém, você vive
aprisionado a essa pessoa, esse tipo de pensamento
bloqueia seu espírito para receber as dádivas de Deus,
portanto, perdoar é o melhor caminho para que o cri-
ador possa chegar até nós.
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se,
porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofen-
sas. - Mateus 6:14,15.
Foi por esse motivo que Jesus enfatizou tanto o per-
dão em seus ensinamentos, quando lhe perguntaram
quantas vezes devemos perdoar alguém, ele responde,
não 7 vezes, mas até 70 vezes 7.
A melhor maneira de começar a perdoar alguém é
refletir sobre o que teria levado essa pessoa a agir de
tal maneira. Talvez você descubra que ela também
está perdida e que só age assim porque não conhece
outro jeito de ser.
Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de co-
mer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo
isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o
bem. - Romanos 12:20,21.
São muitos os exemplos que temos na Bíblia sobre
o perdão, isso nos prova que quando guardamos ran-
cor quem perde somos nós mesmos. Nós não somos
perfeitos, também cometemos erros e assim como
gostaríamos que as pessoas nos perdoassem de nossas
falhas, devemos perdoar a todos pelas suas dividas
conosco.
Sobre a luz da cabala

Desde o alvorecer da humanidade, indivíduos ex-


cepcionais subiram a escada espiritual e atingiram o
nível mais elevado de união com a Força Superior, o
Criador. Essas pessoas são o que chamamos de “Ca-
balistas”.
Através dessa ligação, vieram a entender que toda a
realidade, desde os mais altos mundos espirituais até
o nosso mundo, se baseia no amor e na doação. Eles
perceberam que não há nada no mundo exceto essa
Força, e que tudo o que acontece, na realidade ocorreu
apenas para levar a humanidade à existência perma-
nente com essa sensação.
Todos os Cabalistas sonharam com a nossa geração,
quando a humanidade inteira poderia descobrir as coi-
sas maravilhosas que eles já sabiam. Eles esperavam
que, através da leitura das fontes autênticas que ha-
viam nos deixado, nós também, como eles, atingísse-
mos um vínculo com a Força Superior. Em seu co-
mentário sobre O Livro do Zohar, Baal HaSulam nos
atirou uma corda, “uma bóia de salvamento”. Ao
fazê-lo, pavimentou nosso caminho para um futuro de
abundância e prosperidade.
Baal HaSulam nos exortou a dar maior peso ao en-
gajamento na sabedoria da Cabalá e acelerar a difusão
dessa sabedoria. Ele sabia que somente a sabedoria da
Cabalá poderia alçar o mundo ao reino espiritual e à
eternidade que os Cabalistas experimentaram através
de gerações.
Como podemos ver, a cabala é uma das diversas fer-
ramentas que podemos utilizar para atrairmos aquilo
que desejamos, porém, seu método de ensino é com-
plexo e leva anos a ser estudado, vamos tentar aqui
com algumas passagens do Zohar, expor um pouco
dessa ciência exotérica que acreditasse ter surgido a
mais de 4 mil anos.
A Cabalá explica como cada parte da pessoa, cha-
mada “a alma”, pode ser mudada de modo a se alcan-
çar o objetivo da criação, o estado desejado por am-
bos, o Criador e o próprio homem, contanto que este
último o perceba. Não existe no mundo uma ciência
que possa descrever, seja gráfica ou analiticamente,
mediante o uso de fórmulas, nossas sensações e dese-
jos, e quão diversos e multifacetados eles são. Isto é,
quão instáveis, imprevisíveis e absolutamente distin-
tos eles são em cada um. Isto é porque nossos desejos
emergem em nossa mente e sensações em uma ordem
gradual, em uma certa sequência, de modo que pos-
samos reconhecê-los e corrigi-los.
Nosso ser é nossa essência, o único fator que carac-
teriza um indivíduo. No entanto, ele está em constante
mudança e o que permanece é meramente uma casca
externa animada. Por isso se diz que o homem nasce
novamente a cada momento. Porém, se assim é, como
encararíamos um ao outro e como nós próprios nos
veríamos? Como seria possível “estabilizar” algo
dentro e fora de nós se estamos mudando constante-
mente, e tudo o que percebemos é uma função do
nosso estado interior? O Criador é a fonte de Luz (pra-
zer). Os que se aproximam Dele, O sentem como tal.
Essas pessoas, que se aproximam do Criador e, dessa
forma, O sentem, são chamados Cabalistas (do verbo
Lekabel, receber a Luz do Criador). Só podemos nos
aproximar do Criador através da equivalência de de-
sejos. O Criador é incorpóreo e só pode ser sentido
com nosso coração. Naturalmente, o que se quer dizer
por “coração” não é o músculo que bombeia o sangue
por nossas veias, mas o centro de todas as sensações
do homem. Contudo, não se pode sentir o Criador
simplesmente com o coração, mas apenas com um pe-
queno ponto nele. E para sentir esse ponto, cada um
deve desenvolvê-lo por si.
Quando alguém desenvolve e expande esse ponto,
a sensação do Criador, de Sua Luz, pode penetrá-lo.
Nosso coração é a soma de nossos desejos egoístas e
o pequeno ponto em seu interior é parte do desejo es-
piritual e altruísta implantado das Alturas pelo pró-
prio Criador. É nossa tarefa nutrir esse embrião de um
desejo espiritual, a tal ponto que este (e não nossa
natureza egoísta) venha a determinar todas as nossas
aspirações. Ao mesmo tempo, o desejo egoísta do co-
ração se renderá, se contrairá, murchará e diminuirá.
Tendo nascido neste nosso mundo, a pessoa é obri-
gada a mudar seu coração, de egoísta para altruísta,
enquanto aqui viver. Este é o propósito de sua vida, a
razão por trás de seu aparecimento neste mundo, e a
finalidade de toda a criação. Uma completa substitui-
ção de desejos egoístas por altruístas é chamada “o
Fim da Correção”. Cada indivíduo e toda a humani-
dade devem alcançá-lo neste mundo juntos. Até que
consiga isso, ele continuará a nascer neste mundo. A
Torá e todos os profetas falam exclusivamente disso.
O método de correção é chamado “Cabalá”.

Só pode mudar seus desejos, quem quiser mudá-los.


O homem écriado como um egoísta absoluto; ele não
pode adotar desejos diferentes de outras pessoas, nem
do mundo que o cerca — pois todos ao seu redor são
exatamente iguais a ele — nem tem qualquer vínculo
com os mundos espirituais, pois tal vínculo só é pos-
sível através de propriedades mútuas. O espiritual só
pode ser percebido em desejos altruístas. Por conse-
guinte, um indivíduo em nosso mundo não tem opor-
tunidade de transcender os limites deste mundo por si
só.
É por isso que nos foi dada a Torá(Pentateuco, os 5
primeiros livros da Bíblia e livro sagrado para os ju-
deus) e sua parte mais efetiva, a Cabalá, para ajudar o
homem a alcançar os desejos dos mundos espirituais.
A fim de criar o homem distanciado Dele, de modo
que tivesse consciência de sua insignificância e che-
gasse por si só ao desejo de elevar-se, o Criador con-
cebeu toda a criação em forma de degraus descenden-
tes a partir Dele. A Luz do Criador desceu por esses
degraus e, no mais baixo deles, criou o nosso mundo
e, neste, o homem. Ao perceber sua insignificância e
desejando ascender ao Criador, o homem (na medida
em que almeje aproximar-se do Criador) sobe pelos
mesmos degraus por onde se deu sua descida inicial.

Como você pode ter observado, o segredo da cabala


é desenvolver em nós os atributos do criador, vou ex-
por aqui a árvore da vida para que você possa sabe
quais são esses atributos.
Como você está observando, o desenho descreve os
atributos de Deus, expus o desenho aqui mais para
que você se interesse e pesquise mais sobre o assunto,
pois para escrever um livro sobre a Árvore da vida,
levaria muito tempo. Mas basicamente, esses são os
atributos que devemos desenvolver em nós para nos
aproximar do criador.
Você já deve ter percebido que cabala é algo bem
complexo, mas para quem gosta de estudar lei da atra-
ção eu aconselho que comece com essa ciência exo-
térica, ela vem funcionando muito bem para mim e
para quase todas as pessoas que a estudam.

O homem sempre procurou respostas às perguntas


básicas da existência: Quem sou? Qual é o propósito
de minha existência? Por que existe o mundo? Segui-
mos existindo depois que o corpo físico completou
sua tarefa?

Cada um à sua maneira tenta responder a tais per-


guntas a partir das fontes de informação de que dis-
põe. Cada um de nós formula sua concepção do
mundo a partir de sua experiência. A realidade e a
vida cotidiana encarregam-se de pôr à prova constan-
temente esta percepção, obrigando-nos a reagir, me-
lhorá-la ou então mudá-la. Alguns o fazem conscien-
temente, em outros ocorre como um processo incons-
ciente.
A necessidade de efetuar mudanças e de procurar
respostas provém do desejo de receber prazer e de
evitar o sofrimento. As leis da natureza, nossa expe-
riência de vida e a conduta das criaturas viventes nos
ensinam que não existe um modo lógico de evitar por
completo o sofrimento. Neste sentido, somos iguais
aos demais seres vivos. Uma vaca, uma rã ou um
peixe também procuram, à sua maneira, a maior
quantidade de prazer com a menor quantidade de es-
forço.

As questões essenciais a respeito do ser humano


agregam outra dimensão ao sofrimento humano. Não
nos permitem nos sentirmos satisfeitos mesmo depois
de termos alcançado tal ou qual objetivo particular.
Ao atingir a meta ansiada, sentimos rapidamente a
carência de algum outro prazer. Isto nos impede de
desfrutar nossas conquistas, reativando assim o nosso
sofrimento. Vemos retrospectivamente que gastamos
a maior parte do tempo esforçando-nos por atingir
nossos objetivos, obtendo muito pouco prazer pelo
sucesso em si. Nos últimos anos iniciou-se uma busca
em massa a nível mundial por respostas. Muitos se
voltam para o longínquo oriente e para a Índia em
busca da verdade. Alguns encontram satisfação tem-
porária mediante técnicas e procedimentos de relaxa-
mento ou de redução do sofrimento por minimização
das expectativas e da força do desejo.
Estas ações meramente camuflam o fato de que não
se tem obtido satisfação. Diversas formas de medita-
ção, alimentação e exercícios físicos e mentais aquie-
tam os instintos animais do ser humano, permitindo-
lhe sentir-se fisicamente mais confortável.

Sente-se senhor de suas reações, desenvolvendo a


autoconsciência. Aprende a escutar as necessidades
de seu corpo e de sua personalidade e a satisfazê-las.
Este procedimento, que lhe ensina a diminuir suas ex-
pectativas, representa uma mera alternativa aos seus
verdadeiros desejos.

Em lugar de soluções, recebe anestesia local na


fonte de
seu sofrimento. Mas quando os efeitos da anestesia
desaparecem, descobre que não pode ignorar a ver-
dade: minimizar o desejo de receber prazer não nos
permite escapar dele. Qualquer um que, tendo esco-
lhido este caminho, realizar um honesto auto-exame,
comprovará que ainda não atingiu o objetivo dese-
jado, deixar para trás o sofrimento e encontrar prazer
ilimitado.

A Cabala é um método preciso para investigar e de-


finir a posição do ser humano no universo. A sabedo-
ria da Cabala nos diz por que existe o homem, por que
nasce, por que vive, qual é o propósito de sua vida, de
onde vem e para onde vai quando completa sua vida
neste mundo.
A Cabala é um método para alcançar o mundo espi-
ritual. Ensina-nos a respeito do mundo espiritual, e,
ao estudá-la, desenvolvemos um sentido adicional.
Com a ajuda deste sentido, podemos estabelecer con-
tato com os mundos superiores.

A Cabala não é um estudo abstrato ou teórico, mas


pelo contrário, muito prático. O homem aprende a
respeito de si mesmo, quem é e como é. Ele aprende
o que deve fazer para mudar, etapa por etapa, passo a
passo. A sua investigação direciona-se ao seu mundo
interior.

Toda a experimentação ocorre no homem, dentro de


si mesmo. É por isso que a Cabala se denomina "A
Sabedoria Oculta". Através dela, a pessoa sofre mu-
danças internas, ocultas aos olhos dos demais, que só
ela sente e sabe que estão ocorrendo. Esta atividade,
própria, específica e peculiar ocorre em seu interior,
e só ela tem conhecimento do que ocorre.

A palavra "Cabala" vem da palavra hebraica "le-


kabbel", que significa “receber”. A Cabala descreve
os motivos das ações como "o desejo de receber".
Este desejo se refere a receber diversos tipos de pra-
zeres. Com o objetivo de receber prazer, uma pessoa
está geralmente disposta a fazer um grande esforço.
A questão é: como atingir o máximo prazer pagando
o mínimo preço? Cada um tenta responder a esta per-
gunta à sua maneira.

Este desejo de receber se desenvolve e cresce se-


gundo uma ordem determinada. No primeiro estágio,
deseja-se o prazer dos sentidos. Depois se busca o di-
nheiro e a honra. Um desejo ainda mais poderoso
torna a pessoa sedenta de poder. Mais adiante, quem
sabe, poderá surgir um desejo muito especial, que está
no pico da pirâmide dos tipos de desejos que podemos
possuir: a espiritualidade. Quem reconhece a força
deste desejo, começa a procurar os meios de satisfazê-
lo.

Ao passar pelas etapas do desejo, a pessoa se fami-


liariza com suas habilidades e limitações. A Cabala
ocupa-se com os mundos superiores, com as raízes
dos nossos sentimentos e pensamentos, que não po-
demos deter nem controlar. Como não temos controle
sobre esses mundos, não sabemos como e nem por
que nossos sentimentos são criados. Não sabemos
como são criados os sentimentos. Maravilhamo-nos
diante das experiências do doce, do amargo, do agra-
dável, do áspero etc. Não conseguimos construir ins-
trumentos científicos para examinar nossos sentimen-
tos, nem sequer no campo da Psicologia, da Psiquia-
tria e demais Ciências Humanas. Os fatores da con-
duta permanecem ocultos ao nosso entendimento.
A Cabala é um sistema para avaliar cientificamente
nossos desejos: toma todos os nossos sentimentos e
desejos, os divide e dá uma fórmula matemática exata
para cada fenômeno, a cada nível, para cada tipo de
compreensão e de sentimento. É um trabalho de sen-
timentos combinado com o intelecto. Para os inician-
tes, utiliza geometria, matrizes e diagramas. Quando
se estuda a Cabala, começamos a reconhecer nossos
sentimentos e a entendê-los. Os que avançam encon-
trarão uma ciência muito exata que examina os senti-
mentos. Saberão que nome dar-lhes, segundo sua
força, direção e caráter.

A sabedoria da Cabala é um método antigo e com-


provado, pelo o qual o ser humano pode receber uma
consciência superior, atingindo a espiritualidade. Este
é seu real objetivo no mundo. Se alguém sente um de-
sejo e um anseio por espiritualidade, poderá dar-lhe
vazão mediante a sabedoria da Cabala, outorgada
pelo Criador.

A palavra "Cabala" descreve a meta do Cabalista:


atingir tudo aquilo que o ser humano é capaz, como
ser pensante e a mais elevada de todas as criaturas.

Como você percebeu, falar de cabala é algo bem


complicado, mas a essência da ciência cabalística é o
doar e o receber e com o tempo desenvolver os atri-
butos do criador.
A cabala acredita que todos temos um messias den-
tro de nós e é questão de aperfeiçoamento para desen-
volvermos esse ser iluminado que esteve conosco
desde o nosso nascimento.
Deixarei como fim uma passagem de Jesus que foi
o maior cabalista de todos os tempos.

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e


abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o
que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. -
Mateus 7:7,8

Por que estamos aqui?

Introdução

A luz. Quem criou a luz e o que é a luz? Ninguém


consegue explicar satisfatoriamente o que é a luz, no
entanto ela existe. Qual foi a última vez que você
olhou para o Sol mesmo que por um segundo? Sei que
isso parece loucura, mas olhar o Sol de vez em
quando é bom. Você sente uma explosão de energia
chegando até você e o Sol é apenas uma estrela pe-
quena. Existe uma estrela chamada VY Canis Majoris
cerca de duas mil vezes maior que o Sol, tente imagi-
nar o seu poder.
Estamos em um universo imenso, sabemos dominar
uma enorme tecnologia científica por novas desco-
bertas. Todos os anos são gastos bilhões em orça-
mento para pesquisar o céu. No entanto, nunca encon-
tramos vida igual a nossa em lugar algum. Será que
somos especiais?
Todos os dias acordamos em um mundo perturbado.
Exceto algumas pequenas aldeias que vivem em paz
em belos campos, o restante da humanidade vive nas
grandes cidades cheias de problemas.
No mundo moderno com a facilitação dos meios de
comunicação, somos bombardeados por notícias o
tempo todo e creio que a maioria das pessoas não se
conformam com muitas notícias que veem todos os
dias.
Quem conhece um pouco a Bíblia, tem a sensação
de estar vivendo o fim dos tempos. Um verdadeiro
Apocalipse a todo momento. Mas então por que con-
tinuar? Por que esse mundo injusto não dá um fim a
sua existência ou, para aqueles que creem, por que Je-
sus não volta para o juízo final? O que mais falta
acontecer?
O homem como conhecemos hoje, desde seu surgi-
mento, se questiona sobre nosso futuro como
humanidade. Existem muitas crenças espalhadas pelo
mundo todo sobre o que é a existência, qual seu obje-
tivo, porque estamos aqui e quem está nos obser-
vando. No entanto, nada sabemos sobre isso.
Tentarei apresentar a você, um pouco do meu co-
nhecimento sobre nossas origens, as crenças que sur-
giram desde o início da humanidade e os mais diver-
sos pensamentos sobre quem somos e porque existi-
mos.
É difícil estabelecer um momento exato em que o
homem passou a viver em sociedade, para alguns his-
toriadores tudo começou na antiga Mesopotâmia
quando diversos grupos se uniram para viver em con-
junto. Desses grupos, os sumérios deram um impor-
tante passo para nos ajudar a compreendermos uns
aos outros, eles inventaram a primeira forma de es-
crita que temos conhecimento, a escrita cuneiforme.
Imagine o primeiro ser humano que tentou passar
uma mensagem ao próximo moldando um símbolo
em um pedaço de argila com um pedaço de madeira
em forma de cunha.
Sem dúvida aprender a nos comunicar foi um passo
decisivo para evolução das sociedades primitivas.
Desde esse momento, o homem foi se aprimorando
e transmitindo, de geração em geração, seu conheci-
mento sobre a existência. É praticamente impossível
saber todas as ideias que nós humanos já tivemos so-
bre nós mesmos, boa parte que nos poderia revelar
como antigas aldeias pensavam se perdeu através do
tempo, mesmo assim temos um número considerável
de crenças que chagaram até nós.
Desse grande número de crenças, vamos analisar
um pouco sobre cada uma, como é visto a morte e a
recompensa por um lugar melhor do que vivemos.
Como cada uma enxerga Deus e a vida e o que deve-
mos fazer para conseguir a tão sonhada salvação.

Hinduísmo

O hinduísmo sem dúvida é uma das mais antigas e


mais importantes religiões do mundo. Hoje estima-se
que aja entre 700 a 800 mil hinduístas em todo
mundo. Grande parte vive na Índia. O hinduísmo foi
a primeira religião a pensar em um Deus fora do es-
paço tempo.
E difícil saber a exata idade dessa religião. Alguns
estudiosos acham que foi do hinduísmo que os persas
tiraram suas ideias para formarem seu conjunto de
crenças chamado zoroastrismo.
Ao contrário da maioria das religiões, o hinduísmo
não tem um fundador. Os sábios que escreveram e
passaram de geração em geração o conhecimento à
cerca da vida, do universo e sobre Deus, preferiam se
manter no anonimato, pois acreditavam que essas ver-
dades sempre existiram e eles não deveriam levar cré-
dito por elas.
O hinduísmo também possui milhões de deuses,
isso devido ao fato de que toda família hindu deveria
ter seu próprio deus e com o tempo esses deuses fo-
ram se acumulando.
É evidente que não temos conhecimento de todos
esses deuses, conhecemos os deuses mais famosos
como Shiva, Vishnu, Brahma que formam a trindade
hindu e Krishna que é a manifestação de Deus como
personalidade humana, assim como Jesus para os
cristãos.
A Shiva, é atribuído os poderes de transformação
do universo. Shiva é o grande destruidor, que das cin-
zas faz renascer o novo. Acreditasse que quando
Shiva está dançando, o universo está em movimento.
Vishnu seria o deus sustentador do universo respon-
sável pelas leis que governam o cosmo e Brahma é o
criado do universo físico e material que conhecemos.
Apesar de existirem milhares de deuses, há um con-
ceito universal único sobre a criação e a existência
chamada Brâman, ou alma universal que é responsá-
vel por tudo o que existe.
Os hindus acreditam que nosso espírito ou nosso
“eu” ou ãtman é imortal e seu propósito final é se unir
a Brâman após um grande ciclo de nascimento e
morte chamado samsara ou a roda da vida.
O objetivo de todo hindu é atingir essa libertação
chamada moksha, onde a alma se desprende do corpo
e volta a Brâman para eternidade. Para que tal alma
atinja esse estado, é preciso se livrar de todo ego pes-
soal que nos mantém presos nesse mundo físico ilu-
sório. Para os hindus, esse mundo em que vivemos é
uma ilusão da matéria chamada maya que nos enga-
nam através dos sentidos.
Alguns hindus também acreditam em um reino vé-
dico, onde as almas, após se libertarem do ciclo de
nascimento e morte vão para lá pela eternidade. Esse
reino védico é perfeito, ao chegar lá as almas sentem
grande ecstasy, mas com o passar do tempo essa eter-
nidade se torna um tédio e as próprias almas pedem
para voltar em uma vida terrena.
Existe um número considerável de escrituras hin-
dus, acredito que nenhuma outra religião tenha nos
deixado tanto conhecimento sobre suas crenças, mas
a mais importante escritura hindu se chama Bhagavad
Gita. Nessa pequena escritura, Krishna estimula o jo-
vem Arjuna a lutar pelo seu reino, visto que seus ini-
migos eram pessoas de sua própria família que usur-
param o que era seu por direito. Arjuna se recusa a
lutar, mas Krishna o incentiva, mostrando a ele que a
morte física não é nada e que Arjuna deve reconquis-
tar seu reinado. O principal ensinamento desse livro é
de que todo o mal humano e proveniente do ego, ou
seja, de nossas escolhas e que todo corpo físico possui
uma alma imortal.
Antigamente, os hindus viviam um grande dilema,
trabalhar e acumular carma negativo ou ficar inativo
e se livrar do ciclo de nascimento e morte. Os hindus
acreditavam que quanto mais preso ao mundo mate-
rial, maior seria seu acumulo de carma, mas quanto
menos eles se prendiam a esse mundo e abandonas-
sem os desejos do ego, o carma não era acumulado. O
Bhagavad Gita veio para resolver esse dilema, ele nos
ensina a seguir um caminho do meio. Devemos traba-
lhar, mas não se apegar aos frutos do trabalho nem em
sua recompensa. Para atingir a libertação o hindu pre-
cisa realizar serviços devocionais a humanidade e se
libertar de todos os seus desejos. Usar do fruto do seu
trabalho para transformar o mundo em um lugar me-
lhor.
Sem dúvida nenhuma, precisaria de um livro
imenso para esclarecer de forma mais concreta todas
as crenças hindus. Fiz aqui um pequeno resumo para
que você entenda um pouco sobre a crença milenar
desse povo que subsiste até hoje.
O budismo

O budismo também é uma religião antiga. Seus fun-


damentos são baseados nos ensinamentos de Sidarta
Gautama conhecido como Buda que significa o Ilu-
minado. Buda tenta através de seu conhecimento, en-
sinar todas as pessoas a atingir sabedoria, paz, alegria
e liberdade alcançando assim o fim do sofrimento.
O budismo é bem semelhante ao hinduísmo em suas
crenças, visto que Buda foi educado com ensinamen-
tos hindus. Mas existe uma pequena diferença entre
essas duas formas de religiões. Enquanto no hindu-
ísmo existem milhões de deuses no budismo não há
se quer um deus.
Os principais ensinamentos budistas, estão entre a
prática do bem e a paz interior afim de atingir o nir-
vana que é bem parecido com o moksha hindu. No
nirvana o indivíduo sente uma completa paz interior,
libertando a alma e sentindo uma completa felicidade
e união com o todo ou um vazio absoluto.
Como lemos acima, o budismo não cultua nenhuma
forma de divindade e nem promete nenhum tipo de
salvação para uma suposta vida após a morte. O bu-
dismo assim como o hinduísmo, acredita na reencar-
nação da alma após o ciclo de nascimento e morte.
O dharma é a lei suprema ensinada por Buda, á atra-
vés desse caminho e desse conjunto de ensinamentos
que os budistas podem chegar a iluminação.
Não existem muitas escrituras no budismo, visto
que Buda passava aos seus discípulos os ensinamen-
tos de forma oral. Talvez o Tipitaca seja a escritura
mais sagrada do budismo.

O judaísmo

O judaísmo, ao lado do hinduísmo, é uma das reli-


giões mais antigas do mundo. É considerada a pri-
meira religião monoteísta de que temos conheci-
mento.
Tudo começou com Abraão. Abraão morava em Ur
e era sabiano, uma religião que adorava os astros, fa-
ziam imagens de ouro para o deus maior Sol e ima-
gens de prata para o deus menor Lua. Era comum
nessa religião alguns pais sacrificarem seus filhos aos
astros. Quando lemos na Bíblia a passagem em que
Deus pede para Abraão sacrificar seu filho Isaque é
devido a essa crença. Mas como relata a Bíblia, no
momento do sacrifício, um anjo interfere e não deixa
Abraão sacrificar seu filho. Não sabemos a veraci-
dade desses contos, o que sabemos é que Abraão
observava os astros e deve ter se questionado se eles
eram deuses. Provavelmente ele percebeu que os as-
tros não poderiam ser Deus, pois estavam no mesmo
plano que ele. Dessa história surge o monoteísmo,
Abraão foge de Ur com sua família e começa a pregar
a crença em um único Deus, visto que sua antiga terra
era politeísta e sua nova crença não seria aceita por lá.
No início, a crença dos hebreus era de que seu Deus
Yahweh lhes daria uma terra prometida. Por anos os
hebreus ficaram cativos na Babilônia, no Egito e em
outros povoados. Devido a influência dessas culturas,
os hebreus foram inserindo em suas escrituras um
pouco do que essas civilizações acreditavam.
Uma das influências mais fortes que chegou aos he-
breus foi a crença em um outro deus que lutava contra
o deus dos hebreus pelo governo da humanidade.
Quando a Babilônia foi invadida pelos persas o rei
Ciro tentou dizer aos hebreus que existia um deus do
bem e um deus do mal e que ambos duelavam pelo
governo do mundo, mas teve a seguinte resposta de
Isaias: “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim
não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me co-
nheças; Para que se saiba desde o nascente do sol, e
desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou
o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as
trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço
todas estas coisas. - Isaías 45:5-7”. Isaias deixa claro
a Ciro que a crença dos hebreus é um único deus e
que nenhum outro deus é igual ou superior a Yahweh.
Você deve estar confuso e se perguntando, mas
Deus faz o mal?
Os hebreus tinham uma explicação para isso. Se-
gundo os hebreus, deus crio Há Satan, um anjo que se
opõe a vontade de Deus em nós humanos. Em outras
crenças, esse anjo duela com deus pelo destino da hu-
manidade, mas para os hebreus não, isso é facilmente
visto no livro de Jó na passagem a seguir:
“E num dia em que os filhos de Deus vieram apre-
sentar-se perante o Senhor, veio também Satanás en-
tre eles. Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens?
E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a
terra, e passear por ela. E disse o Senhor a Satanás:
Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na
terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente
a Deus, e que se desvia do mal. Então respondeu Sa-
tanás ao Senhor, e disse: Porventura teme Jó a Deus
em vão? Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a
sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos
abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra.
Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto
tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face. E
disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem
está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua
mão. E Satanás saiu da presença do Senhor. - Jó 1:6-
12”
A maioria dos teólogos acreditam que o livro de Jó
é simbólico, mas observe bem o que Deus diz a Sata-
nás quando ele acusa Deus de ter dado tudo a Jô e que
por esse motivo Jó era um homem justo, Deus diz que
Satanás pode tirar tudo de Jó menos sua vida, Satanás
então sai da presença de Deus.
Qualquer um vê que Satanás obedece a Deus e não
é um anjo que se rebelou contra seu criador, pois se
fosse assim, ele não respeitava os mandamentos de
Deus e mataria Jó, mas isso não acontece. Jó perde
tudo, animais, família, saúde, mas no fim tem de volta
tudo em dobro por permanecer com sua fé mesmo di-
ante das calamidades. Então como os hebreus inter-
pretam Há Satan?
Para os hebreus, Há Satan é uma força criada por
Deus para dar ao homem o livre arbítrio, ou seja, ofe-
recer ao homem outra escolha, a escolha entre o bem
e o mal, pois se só existisse o bem no mundo, como
Deus iria saber se realmente somos pessoas boas?
Isso seria impossível e seriamos como robôs.
Para que Deus possa nos julgar de forma justa, ele
precisa ter conhecimento de nossas escolhas e é Há
Satan que nos oferece a chance de fazer o mal.
Por mais que no início da Bíblia o mal é o próprio
ego do homem e não um anjo, os hebreus com o
tempo adotaram a crença dos persas, mas mantiveram
a crença de que contra Deus ninguém tem o poder de
duelar.
A crença dos hebreus é sobre a morte e a ressurrei-
ção, eles acreditam que um dia haverá uma era mes-
siânica ou um mundo vindouro onde os justos vão res-
suscitar e viver em um mundo em paz governado por
um messias. Vale lembrar que para os hebreus, o mes-
sias não é como para os cristãos. A morte para os he-
breus é quando damos o último suspiro, devolvendo
a Deus o fôlego de vida e ao pó de terra nosso corpo
material. Alguns judeus praticantes de cabala acredi-
tam em reencarnação da alma, embora essa não seja
uma característica geral do judaísmo e sim de uma
vertente de alguns judeus, mas a crença da maioria é
em uma suposta ressurreição da carne em um mundo
messiânico.
Os judeus não consideram a Bíblia toda como suas
escrituras, basicamente o livro mais importante para
eles é a Torá, que conhecemos como Pentateuco e o
Tanakh, que conhecemos como o Velho Testamento.
Para alguns judeus, Jesus não foi o messias, mas
para os primeiros cristãos que fundaram a igreja pri-
mitiva sim, hoje são considerados judeus
messiânicos, cristãos, evangélicos entre outras cren-
ças sobre Cristo.

O cristianismo

O cristianismo é hoje a maior religião do mundo,


estima-se que exista cerca de mais de 10 mil religiões
cristãs em todo planeta.
A base do cristianismo são as escrituras sagradas do
judaísmo mais o novo testamento que contém os
evangelhos sobre o que Cristo pregou, as cartas de
Paulo e outros livros.
A crença cristã é fundada na fé dos hebreus junto
com as influências que esse povo carregou durante o
tempo.
Antigamente, os hebreus faziam derramamento de
sangue para expiação dos pecados. A ideia de um
messias salvador do mundo surgiu primeiramente até
onde se sabe com os persas, mas que foi se infiltrando
na cultura dos hebreus.
Para o povo judeu, o messias seria um líder político
ou religioso que levaria Israel a uma nova era, mas
não foi bem isso que aconteceu.
Yeshua era o nome em hebraico de Jesus, esse pro-
feta começou a andar pela Galiléia pregando seus en-
sinamentos a todos aqueles que queriam ouvi-lo. Je-
sus era judeu, mas com toda certeza tinha uma outra
visão sobre o pecado e a justiça. Para Jesus não eram
as pessoas sem pecado que precisavam de ajuda e sim
os pecadores.
Jesus andava e perdoava pecados de seus seguido-
res e de pessoas doentes, fazia prodígios aos sábados
o que era considerado blasfêmia pelos judeus e basi-
camente foi o que o levou à morte por crucificação.
Após sua morte, rumores de que ele teria ressusci-
tado começaram a circular por Jerusalém, não vou en-
trar nesse detalhe no livro pois isso é uma questão de
fé.
Depois da morte de Jesus, surgiram as primeiras
igrejas primitivas cristãs e o número daqueles que
acreditavam em Cristo crescia cada vez mais. Por
volta de 325 depois de Cristo, Roma se encontrava em
uma situação delicada e reuniu padres e bispos de to-
das as igrejas para decidir o futuro dos cristãos e a
divindade de Cristo no Concílio de Niceia. A partir
dessa reunião, ficou decidido que Cristo era um ser
divino. Com isso a igreja católica começou a ganhar
cada vez mais poder e fiéis em nome de Jesus.
A crença dos católicos é a de que Jesus era Deus
encarnado, alguns preferem acreditar que ele era o fi-
lho. Jesus veio a Terra para nos ensinar como viver e
sua morte e derramamento de sangue foi para redimir
a humanidade do pecado, assim como os hebreus fa-
ziam expiação de sangue pelas suas dívidas. Toda re-
ligião cristã acredita que o mundo é governado por
Satanás, mas que um dia Jesus ira retornar para julgar
o mundo, destruir o mal e ressuscitar os justos. Algu-
mas crenças cristãs acreditam que após a morte nos-
sas almas imortais vão para um paraíso de abundância
ou para um lugar de sofrimento eterno mesmo que a
Bíblia não ensine isso. É difícil explicar em um pe-
queno livro, porque algumas crenças têm essa ideia
de céu e inferno, esses termos são citados na Bíblia,
mas representam a ressurreição no paraíso ou a des-
truição na sepultura.

O islamismo

O islamismo é uma das 3 grandes religiões monote-


ístas do mundo fundada pelos ensinamentos do pro-
feta Maomé. A palavra Islã significa submissão, ou
submeter-se a vontade de Allah (Deus em árabe).
O livro sagrado do islã é o Alcorão ou Corão que é
praticamente os ensinamentos revelados a Maomé.
Basicamente a crença do islã sobre a vida após a
morte é semelhante ao cristianismo e judaísmo. Um
dia Deus vai ressuscitar os mortos e fazer um julga-
mento final sobre todos, fazendo com que cada pessoa
entre em sua morada final que será o inferno ou o pa-
raíso.
Para o islã, Jesus foi somente mais um profeta que
veio da linhagem de Adão e Davi, e Maomé é o último
profeta a quem foi revelada a verdade plena.
Analisando essas 5 grandes religiões, temos uma
base de como cada uma enxerga a vida e a morte. De
um lado temos a crença da reencarnação da alma, de
outros a ressurreição da carne. Para algumas religiões,
a libertação seria não voltar ao plano terreno, en-
quanto que para outras, só vivemos uma única vez e
haverá um julgamento para determinar o futuro de
nossas vidas num possível paraíso ou inferno, vida
eterna ou destruição.
Observando essas crenças detalhadamente, perce-
bemos que a vida e a morte fazem parte de toda crença
religiosa. Apesar de cada uma dar uma resposta dife-
rente, todas elas se preocupam com o futuro que nossa
existência terá após partirmos desse mundo.
Com esse pensamento, todas as religiões elabora-
ram um enorme conjunto de normas e leis morais que
devemos seguir nessa vida para atingir a salvação em
uma próxima, mas uma questão que fica ne mente de
todo religioso é: Como posso ter certeza de que após
a morte será como realmente acredito? Devo eu nessa
vida me sujeitar a um conjunto de normas, muitas ve-
zes sem sentido e que nos reprimem para herdar o pa-
raíso? São questões assim que fazem com que a hu-
manidade se comporte, muitas vezes, de maneira ex-
trema em relação as religiões.
Hoje em dia as religiões só servem para nos classi-
ficar e nos dividir. Cada uma prega que somente o que
elas acreditam salvará nossas vidas, outras ainda pro-
íbem seus fiéis de se relacionarem com pessoas de ou-
tras religiões, será que era isso que o criador queria?
Nos dividir como humanos e encher nossas vidas de
regras para uma suposta salvação? Devemos abando-
nar essa nossa existência na esperança de uma outra
vida melhor?
Todos os dias, milhares de pessoas vão as igrejas,
sinagogas, templos e mesquitas pedirem a salvação a
Deus, mas será que ao longo dos dias elas se compor-
tam como pessoas boas? Será que ajudam seus seme-
lhantes e fazem o que as escrituras em que acreditam
diz? Por que esse medo todo de perder uma suposta
vida futura sem evidência nenhuma de que ela exista,
por uma vida que podemos viver todos os dias?
A resposta é bem simples, temos em nós o desejo
de eternidade como é expressado nessa passagem
bíblica: “Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Tam-
bém pôs no coração do homem o anseio pela eterni-
dade; mesmo assim este não consegue compreender
inteiramente o que Deus fez. - Eclesiastes 3:11”
Nenhuma pessoa saudável quer ficar doente, enve-
lhecer ou morrer. Ninguém aceita isso, claro que exis-
tem exceções, algumas pessoas sofrem doenças terrí-
veis que desejam a morte, muitas delas cometem sui-
cídio, mas uma pessoa em sã consciência não aceita o
fato de que um dia ira morrer e é devido a isso que
surgem esse grande número de ideias sobre o que
ocorre após a morte.
Até esse ponto do livro, mostramos um pouco sobre
as crenças de cada religião sobre a vida e a morte,
agora vamos fazer um paralelo entre a ciência e as es-
crituras para saber se nessa existência o homem po-
derá ser eterno como cada crença acredita.

O que a ciência diz sobre o universo?

Segundo a Bíblia, o homem perdeu a eternidade as-


sim que comeu do fruto proibido, mas será que se isso
não ocorresse seríamos eternos?
Sabemos que a ciência hoje ainda é prematura sobre
o universo, mas sabe-se que o nosso Sol como conhe-
cemos um dia deixará de existir. Outro fator
cataclísmico é sobre a galáxia de Andrômeda, a ciên-
cia sabe que um dia ela se chocara com nossa Via
Láctea produzindo um verdadeiro caos cósmico, por-
tanto, fica claro que não é nessa existência que tere-
mos uma vida eterna como prometido nas escrituras,
a menos que quando morrermos iremos realmente
para um paraíso que não possua leis nem tempo, o que
acho improvável, mas não impossível.
A teoria que a ciência hoje acha plausível sobre a
origem do universo é o Big Bang, uma grande explo-
são de energia e matéria que deu origem a tudo o que
conhecemos. Na verdade, nossos corpos e toda forma
de vida na Terra veio das poeiras estelares através do
tempo. Assim como o Big Bang deu início a tudo, a
ciência acredita que o Big Crunch trará o fim a nossa
existência. O Big Crunch é o contrário do Big Bang.
A ciência acredita que o universo nasceu, ira se ex-
pandir ao máximo e depois retornar em um único
ponto chamado singularidade e tudo acontece outra
vez em um ciclo sem fim. Se isso for verdade, os hin-
dus sabiam disso a mais de 4000 anos. Mas o fato é,
ninguém pode provar que essas teorias sejam verda-
des absolutas, provavelmente quem vai destruir nosso
planeta Terra somos nós mesmos.
Se todas essas ideias não passam de teorias, tanto
religiosas como científicas, devemos levar uma vida
tranquila em nossas casas na esperança de uma futura
vida sem sofrimento? Eu acredito que não e vou expor
minha ideia para tentar lhe convencer de que devemos
continuar lutando e vivendo.

Por que devemos continuar?

Todos os grandes mestres, profetas, místicos e espi-


ritualistas, nos deixaram ensinamentos de como viver
esta vida, fora os ensinamentos de Cristo sobre o
amor e como tratar o próximo. Se um dia o mundo
passasse por uma guerra entre Deus e o homem, por
qual motivo teríamos tantos bons ensinamentos para
nos tornarmos pessoas melhores? Percebe que isso
não faz muito sentido? Nós sabemos que nossa exis-
tência nesse plano um dia terá um fim daqui a bilhões
de anos, mas será que devemos nos confortar e espe-
rar que essa guerra entre Deus e o homem ou as forças
naturais aconteça?
Todos os finais de semana as pessoas procuram por
igrejas, mesquitas, sinagogas e templos para pedirem
perdão e agradecerem pelas suas vidas. Se elas usas-
sem metade desse tempo para fazer alguma atividade
beneficente com certeza o mundo seria melhor.
Existem cerca de 3 bilhões de cristãos no mundo,
não é de se admirar que ainda vemos nas grandes
cidades miséria, abandono, falta de amor ao próximo
e ganância? Por qual motivo essas pessoas frequen-
tam seus templos de adoração se nada fazem o que
seus mestres espirituais ensinaram?
Jesus, Buda, Krishna, todos esses, nos deixaram en-
sinamentos de altruísmo ao próximo, por que não fa-
zemos? Justamente por esse enorme conjunto de
ideias de que um dia tudo terá um fim. Mas quando?
Não sabemos, e se não sabemos é preciso que conti-
nuemos a lutar contra todo mal do mundo.
Nós não viemos parar aqui para viver uma vida con-
fortável em nossas casas sem fazer o mínimo de es-
forço para ajudar a humanidade. Nossa missão aqui é
transformar o mundo em um lugar melhor. Todos os
dias pessoas morrem de fome, de frio, são abandona-
das e tratadas com pouco caso e a maioria das pessoas
se desviam de gente assim, parece que uma pequena
oferta nos vai deixar mais pobres. Não que você não
deva viver e renunciar a tudo para ajudar as pessoas,
mas se cada um fizer um pouco, podemos melhorar o
mundo ao nosso redor.
Imagine que nossas vidas continuarão mesmo de-
pois da morte, que seja através da reencarnação ou
ressurreição, você acharia justo Deus colocar você em
um mundo melhor sendo que você não colaborou com
nada para mudar este mundo?
Essa ideia é bem hinduísta e espírita, mas faz sen-
tido, como você vai se desprender deste mundo se
seus desejos pertencem a ele? Segundo o hinduísmo
você vai voltar até transformar o mundo em um lugar
melhor e se livrar da ilusão do ego.
Ninguém sabe o que vem após a morte, portanto é
melhor sermos boas pessoas do que arriscarmos em
acreditar que só porque não fazemos mal a ninguém
teremos a salvação.
Ficar esperando por um Apocalipse, pela volta de
Jesus ou uma intervenção de Deus é comodismo. Não
sabemos se realmente tudo isso é verdade, e se o pró-
prio Jesus nos deixou ensinamentos de como amar e
cuidar dar pessoas é porque ele sabia que a vida tinha
que continuar.
Estamos aqui de passagem, não levaremos nada
desse mundo. Milhares de pessoas têm bens materiais
que não precisam e que poderiam ajudar um grande
número de pessoas, mas elas não fazem isso, estão
mais preocupadas em como adquirir mais riquezas e
poder. Lembrem-se do que Jesus disse nessa passa-
gem: “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo
inteiro e perder a sua alma? Marcos 8:36”. Será que
vale a pena viver em um mundo luxuoso enquanto
nossos semelhantes passam necessidade?
Pois então, como viver? Como se comportar neste
mundo de cabeça para baixo?
Não sendo melhor que ninguém, vendo no próximo
você mesmo. Deus não quer que você se sacrifique
pelas pessoas, ele quer que você as ajude, porque so-
mente dessa maneira vamos encaminhar a humani-
dade por um futuro melhor. Se Jesus vai voltar ou não
e se o Apocalipse vai acontecer ou não, devemos por
obrigação transformar nosso planeta em um lugar me-
lhor e para isso não é preciso nenhum sacrifício.
Deus quer que você viva, que você desfrute da vida,
Deus criou tudo o que existe e criou para mim e para
você. A água, os alimentos, os animais, os frutos, tudo
isso Deus nos deu de graça e ele se sente extrema-
mente feliz quando aproveitamos, mas também se
sente extremamente triste quando vê que um filho seu
não tem os mesmos direitos que todos seus outros fi-
lhos têm.
Estamos aqui para mudar essa situação, devemos
ser gratos pelo que temos e fazer o que estiver ao
nosso alcance para transformar o mundo em um lugar
melhor e não nos confortar e esperar que o fim venha.
Se esse caos cósmico for verdade, que seja através de
Deus ou da natureza do universo, será tarde demais
para nos arrependermos. Sabemos que um dia nossa
galáxia como conhecemos terá um fim, o próprio
livro do Apocalipse fala de uma guerra cósmica onde
o Sol se tornará trevas e as estrelas cairão do céu.
Vou deixar aqui um texto sobre o Deus de Baruch
Espinoza, é um ótimo texto para refletirmos sobre
muitos conceitos de Deus que as religiões tentam nos
passar. Espinoza era panteísta e via Deus em toda na-
tureza. Einstein, quando perguntado se acreditava em
Deus, respondeu: "Acredito no Deus de Spinoza, que
se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que
existe”.

O Deus de Baruch Espinoza

Pare de ficar rezando e batendo no peito! O que eu


quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de
tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que
desfrutes de tudo o que eu fiz para ti.

Pare de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios


que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha
casa.

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos


rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde eu vivo e aí ex-
presso meu amor por ti.
Pare de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca
te disse que há algo mau em ti ou que eras um peca-
dor, ou que tua sexualidade fosse algo mau.

O sexo é um presente que eu te dei e com o qual


podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. As-
sim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pare de ficar lendo supostas escrituras sagradas que


nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num ama-
nhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos
olhos de teu filhinho. Não me encontrarás em nenhum
livro!

Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me


dizer como fazer meu trabalho?

Pare de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem


te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te
castigo. Eu sou puro amor.

Pare de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se


eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de limitações, de
prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoe-
rências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se res-
pondes a algo que eu pus em ti? Como posso te casti-
gar por seres como és, se eu sou quem te fez? Crês
que eu poderia criar um lugar para queimar a todos
meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da
eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer
tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular,
para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras


para ti. A única coisa que te peço é que prestes aten-
ção à tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um


passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio
para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora,
e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem


castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva
um placar. Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um
céu ou um inferno.

Não te poderia dizer se há algo depois desta vida,


mas posso te dar um conselho. Vive como se não hou-
vesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de
aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada,
terás aproveitado da oportunidade que te dei.

E se houver, tem certeza que eu não vou te pergun-


tar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar
se tu gostaste, se te divertiste.
Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pare de crer em mim – crer é supor, adivinhar, ima-


ginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que
me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando
beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha,
quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho
no mar.

Pare de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu


acreditas que Eu seja?

Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que agra-


deçam. Tu te sentes grato?

Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas


relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?
Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pare de complicar as coisas e de repetir como papa-


gaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é
que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo
está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais
milagres? Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me
dentro… aí é que estou, batendo em ti.
Por que estamos aqui?

Deus nos criou para vivermos e não para passarmos


por um teste, toda sua criação é para nos ajudar nessa
vida, mas isso não quer dizer que não devemos nos
preocupar com o próximo, que motivo teria Jesus para
nos deixar os maiores ensinamentos da humanidade
se de uma forma ou outra ele saberia do fim? E se
Deus sabe de tudo, inclusive do fim, do que adianta
você orar? Deus já sabe se você vai ser condenado a
morte ou a vida.
Deus quer que você desfrute a vida da melhor ma-
neira, fazendo amizades, se divertindo, sorrindo e
aproveitando tudo na criação.
Ver um pôr do sol, contemplar as estrelas, amar as
crianças, cuidar da natureza, se refugiar nela, são sim-
ples atos que nos enchem de felicidade.
Esperar por um suposto fim é se acomodar e aban-
donar a própria vida que nos foi dada. Não sabemos
nada sobre a morte, e se ela for o fim de tudo? Por
mais que eu não acredite nisso é uma possibilidade.
Vai valer a pena deixar de viver e seguir ensinamen-
tos religiosos que muitas vezes não tem fundamento?
Jesus resumiu tudo o que devemos fazer em 2 man-
damentos: Amar o próximo como a ti mesmo e amar
a Deus sobre todas as coisas. Se seguirmos esses man-
damentos não faremos mal ao próximo, não deixare-
mos de ajudar um necessitado e nos colocaremos no
lugar de todos os nossos semelhantes. Com esses dois
mandamentos podemos realizar harmonia entre todos
nós.
Às vezes parece realmente que o nosso mundo esta
no fim, mas se estamos aqui é porque de alguma ma-
neira devemos continuar, você pode crer na ressurrei-
ção, na reencarnação ou até mesmo ter sua ideia única
do que acontecerá após a morte, mas uma verdade é a
de que estamos nessa vida e a vida pode ser boa ape-
sar dos problemas que enfrentamos todos os dias.
Ninguém que vive em paz e harmonia terá medo da
morte, a morte é somente uma passagem e como Im-
manuel Kant dizia “Se vale a pena viver, e se a morte
faz parte da vida então morrer também vale a pena”
Se temos em nós ainda esse desejo de perpetuar a
espécie e dar continuidade a existência é porque al-
gum objetivo ela tem, mesmo que não sabemos qual
é seu significado, talvez seja evoluir de geração em
geração até que o homem desenvolva uma melhor
consciência.
Imagine que daqui a 1000 anos o homem ainda
exista na Terra, mas em uma vida menos dolorosa e
mais justa, será que quem foi justo nessa vida não terá
o direito de viver novamente?
Se Deus colocou em nós o desejo de eternidade, é
porque de alguma forma seremos eternos segundo a
vontade de Deus, mas já que nascemos nessa existên-
cia, também devemos viver cada dia como se fosse o
último, pois nunca se sabe o que pode acontecer ama-
nhã.
A certeza que temos é essa vida, então vale a pena
vivê-la, não que você deve sair por aí fazendo tudo o
que é possível, mas sim as bênçãos boas que Deus nos
deu nessa vida.
Espero que este livro possa lhe dar uma visão sobre
como devemos viver e aproveitar o pouco tempo que
nos resta, de uma forma feliz e em harmonia com to-
dos ao nosso redor, para que na hora de nossa morte
viajaremos em paz para onde quer que iremos.
"A vida é uma peça de teatro que não permite en-
saios. Por isso, cante, ria, dance, chore e viva intensa-
mente cada momento de sua vida, antes que a cortina
se feche e a peça termine sem aplausos. - Charlie Cha-
plin”

Fim
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