A língua é um conceito muito complicado de ser definido, justamente por ser
tão abrangente e relacionar-se com vários outros conceitos, como o de linguagem e sociedade. De modo geral, a língua pode ser classificada como o veículo pelo qual o pensamento se expressa, ou seja, a maneira que um determinado alguém encontrou para exprimir suas ideias. Como dito anteriormente, o conceito de língua está diretamente ligado às definições de linguagem e sociedade. Apesar de essa relação não ter sido legitimada no passado, hoje percebe-se que essas formulações dialogam entre si, uma vez que para se expressar por meio da língua, é necessário recorrer, constantemente, aos seus domínios socioculturais. Não se pode definir com exatidão a relação entre língua, pensamento e cultura, afinal, todos são aspectos e conceitos muito complexos e abrangentes. Entretanto, pode-se traçar linhas de raciocínio que desencadeiam explicações para esse vínculo. A cultura, de tal maneira, molda a língua, uma vez que controla a necessidade de variações na mesma. Por exemplo, como cita a linguista Maria Cecília Mollica, em comunidades inuis (esquimós) há uma variedade enorme de adjetivos para neve. Nesse caso, a cultura demandou da língua diferentes classificações para a neve. É importante frisar que a existência desse abrangente vocabulário não determina a superioridade de uma comunidade. Dessa maneira, conclui-se que a complexidade de uma língua não abre espaço para a inferiorização de uma sociedade, e sim para a dedução das relações entre língua, pensamento e cultura.