Você está na página 1de 18

18 de outubro, 2016.

Carmen Bambo
carmenbambo@gmail.com

Bossa Nova

A bossa nova pode ser definida como um movimento musical brasileiro, que tem sua origem na cidade do Rio
de Janeiro, na segunda metade dos anos 1950. No começo da década de 1960, quando este estilo já fazia
sucesso no Brasil, ele desembarcou aos Estados Unidos, país em que também obteve destaque. As principais
influências da bossa nova foram o jazz norte-americano e o samba. Porém, muitos especialistas em música
dizem que o choro, o blues e a moda de viola também foram influências importantes para este estilo musical.

Conte-nos um pouco sobre a experiência do livro de Ruy Castro!


Quem são esses famosos representantes da Bossa Nova?
O estilo musical da Bossa Nova....
Temas descompromissados e ligados à vida cotidiana da classe média (principalmente carioca), amores e
exaltação de elementos da natureza (praias, vento, chuva, sol, etc.). Utilização do tom coloquial na narrativa
das canções. Músicas cantadas em tom baixo e calmo, como se fosse uma fala ou uma narração. Letras
poetizadas, principalmente as elaboradas pelo poeta Vinícius de Moraes.

Olha que coisa mais linda


Mais cheia de graça
É ela, menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar

Moça do corpo dourado


Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, por que estou tão sozinho?


Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse


Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor

Vai minha tristeza


E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz
Não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai

Mas
Se ela voltar
Se ela voltar
Que coisa linda!
Que coisa louca!
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços, os abraços


Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio


De você viver sem mim

Não quero mais esse negócio


De você longe de mim

Vamos deixar esse negócio


De você viver sem mim...

É melhor ser alegre que ser triste


Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza


É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não

Senão é como amar uma mulher só linda


E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão

Fazer samba não é contar piada


E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração

Porque o samba é a tristeza que balança


E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não

Feito essa gente que anda por aí


Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba

Ponha um pouco de amor numa cadência


E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não

Porque o samba nasceu lá na Bahia


E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

O canto da mais difícil


E mais misteriosa das deusas
Do candomblé baiano
Aquela que sabe tudo
Sobre as ervas
Sobre a alquimia do amor

Deaaá! Deeerê! Deaaá!

O homem que diz dou


Não dá!
Porque quem dá mesmo
Não diz!
O homem que diz vou
Não vai!
Porque quando foi
Já não quis!
O homem que diz sou
Não é!
Porque quem é mesmo é
Não sou!
O homem que diz tou
Não tá
Porque ninguém tá
Quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha
Traidor!
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor

Vai! Vai! Vai! Vai!


Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!

Que eu não sou ninguém de ir


Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for prá ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Amigo sinhô
Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha
Não vá!
Que muito vai se arrepender
Pergunte pr'o seu Orixá
O amor só é bom se doer
Pergunte pr'o seu Orixá
O amor só é bom se doer

Vai! Vai! Vai! Vai!


Amar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Sofrer!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Chorar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Dizer!

Que eu não sou ninguém de ir


Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for prá ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Vai! Vai! Vai! Vai!


Amar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Sofrer!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Chorar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Dizer!

Vinícius de Moraes, sua música e elementos estilísticos

i. Reconheça nas canções do poeta características estilísticas.


ii. A que estas expressões lhe remetem à cultura brasileira?
iii. A que especificidade da cultura brasileira você atribuiria estas expressões?
iv. O que você conhece sobre a cultura afro-brasileira?
A cultura afro-brasileira

Música Popular
Samba:

O samba foi uma das primeiras expressões da cultura afro-brasileira a ser admirada quando ocupou
posição de destaque na música popular, no início do século XX. Posteriormente, o governo
da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas desenvolveu políticas de incentivo do nacionalismo nas
quais a cultura afro-brasileira encontrou caminhos de aceitação oficial. Por exemplo, os desfiles
de escolas de samba ganharam nesta época aprovação governamental através da União Geral das
Escolas de Samba do Brasil, fundada em 1934.

Capoeira:
Outras expressões culturais seguiram o mesmo caminho. A capoeira, que era considerada própria de
bandidos e marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre Bimba ao presidente Vargas, que então a
chamou de "único esporte verdadeiramente nacional".
Ivete Sangalo: Berimbau Metalizado

Que som é esse mano que o povo tá dançando


Que vem de lá pra cá?
É um som diferente
Que alucina a gente, faz dançar

É uma mistura de tambor, violino e agogô que não deixa ninguém parado
Lá no fundo tá rolando o som que vem empurrando é o berimbau metalizado (2x)

Tá tá tá,tá arrastando toda a massa


Tá tá tá,tá balançando o chão da praça
Tá tá tá, tá todo mundo arrepiado
Curtindo o som do berimbau metalizado
Maracatu

É caracterizado pelo uso predominante de instrumentos de percussão de origem africana. Com o ritmo
intenso e frenético, teve origem nas congadas, cerimônias de coroação dos reis e rainhas
da Nação negra.
Na percussão chama-se a atenção os grandes tambores, chamados alfaias que são tocados com
talabartes (baquetas especiais para o instrumento). Estes dão o ritmo ou o baque da música e são
acompanhados pelos caixas ou taróis, ganzás e um gonguê ou agogô.
Religião

Os negros trazidos da África como escravos geralmente eram imediatamente batizados e obrigados a
seguir o Catolicismo. A conversão era apenas superficial e as religiões de origem africana conseguiram
permanecer através de prática secreta ou o sincretismo com o catolicismo.

Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase que totalmente suas raízes africanas, como é o
caso das casas tradicionais de Candomblé e do Xangô do Nordeste; outras formaram-se através
do sincretismo religioso, como o Batuque, o Xambá e a Umbanda. Em maior ou menor grau, as religiões
afro-brasileiras mostram influências do Catolicismo e da encataria europeia, assim como
da pajelança ameríndia[4]. O sincretismo manifesta-se igualmente na tradição do batismo dos filhos e o
casamento na Igreja Católica, mesmo quando os fiéis seguem abertamente uma religião afro-brasileira.
Enquanto o Catolicismo nega a existência de orixás e guias, as igrejas pentecostais acreditam na sua
existência, mas como demônios. A própria prática do catolicismo tradicional sofreu influência africana
no culto de santos de origem africana como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio
de Noto (Santo Antônio de Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto preferencial de santos facilmente
associados com os orixás africanos como São Cosme e Damião (ibejis), São Jorge(Ogum no Rio de
Janeiro), Santa Bárbara (Iansã); na criação de novos santos populares como a Escrava Anastácia; e em
ladainhas, rezas (como a Trezena de Santo Antônio) e festas religiosas (como a Lavagem do Bonfim onde
as escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia são lavadas com água de
cheiro pelas filhas-de-santo do candomblé).

Religiões Afro-Brasileiras:

 Babaçuê - Pará
 Batuque - Rio Grande do Sul
 Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
 Candomblé - Em todos estados do Brasil
 Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
 Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
 Macumba - Rio de Janeiro
 Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
 Quimbanda - Rio de Janeiro, São Paulo
 Tambor-de-Mina - Maranhão
 Terecô - Maranhão
 Umbanda - Em todos estados do Brasil
 Xambá - Alagoas, Pernambuco
 Xangô do Nordeste - Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe
 Confrarias
 Irmandade da Boa Morte
 Irmandade dos homens pretos
 Sincretismo
Umbanda:

Os rituais da Umbanda visam evocar o orixá ancestral e toda sua hierarquia composta por Orixás
menores, Guias e Protetores. Os rituais não têm forma ou modo definido de modo que variam de casa
para casa e estão subordinados às decisões de cada Pai-de-santo e cada entidade protetora do terreiro.
O local onde se dá as celebrações e o atendimento do público é geralmente uma casa denominada
por tenda que contém um terreiro e um salão apropriado para sessões.

Alguns termos e rituais comumente mencionados:

 Giras, é como são chamadas as sessões onde se reúnem os espíritos de várias categorias, as
giras podem ser festivas, de trabalho ou de treinamento.
 Bater cabeça, é como é chamado o ato de prostração, a reverência dada ao chefe do terreiro,
por exemplo. O contexto desse gesto varia de terreiro para terreiro sendo unânime que seja feito
antes da defumação.
 Defumação, é usada para purificar o ambiente, através do seu aroma desfaz no ambiente todo o
negativo expulsando os espíritos trevosos.

 Passe, é o gesto de imposição de mãos presente também no kardecismo.


 Pontos riscados são diagramas desenhados no chão como ângulos, retas, símbolos
representativos, desenhos geométricos, pontos cardeais etc representando a assinatura do Guia.
 Pontos cantados são as músicas e cantos entoados como forma de louvor ou invocação.
 Oferendas são a prática de dispor comida ritual e objetos específicos[75] nos templos ou locais
ao ar livre, em dias e para fins especiais. As oferendas são agradecimentos aos Guias e Orixás. .
As vertentes com mais influência dos cultos africanos como a Umbanda de Nação se utiliza
de ebós que são para finalidades próprias como reequilibrar aspectos da vida da pessoa, porém,
diferente de alguns cultos africanos, a Umbanda não se utiliza do sacrifício de animais.

 Descarrego é o nome dado a rituais para limpeza espiritual ou livrar-se de cargas negativas,
podem ser banhos com ervas especiais, como a Guiné[82], Espada-de-ogun, etc ou rituais como a
Roda de fogo" que usa pólvora.
 Batismo com ocorre em muitas outras religiões só pode ser realizado por líderes religiosos, no
caso o Bablorixá ou a Yalorixá.
Candomblé:

Candomblé é uma religião derivada do animismo africano, onde se cultuam os orixás, voduns ou nkisis,
dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões de matriz africana mais
praticadas, tendo mais de três milhões de seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil.
Também é possível encontrar o chamado povo do santo em outros países
como Uruguai, Argentina,, Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha
.

A religião tem, por base, a anima (alma) da Natureza, sendo, portanto, chamada de anímica. Os
sacerdotes africanos que vieram para o Brasil como escravos, juntamente com seus orixás/nkisis/voduns,
sua cultura, e seus idiomas, entre 1549 e 1888, é que tentaram de uma forma ou de outra continuar
praticando suas religiões em terras brasileiras. Foram os africanos que implantaram suas religiões no
Brasil, juntando várias em uma casa só para a sobrevivência das mesmas.

Portanto, não é invenção de brasileiros.

Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas


senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns
governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim
da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares
de templos. Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e
muitas pessoas de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações
culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente.
Orixás do candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte
do folclore brasileiro. O candomblé não deve ser confundido com umbanda, e/ou omoloko, e
outras religiões afro-brasileiras com similar origem.

O candomblé é uma religião monoteísta,[15][16] embora alguns defendam a ideia que são cultuados
vários deuses, o deus único para a Nação Ketu[17] é Olorum, para a NaçãoBantu[18] é Nzambi e
para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo
existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja
Católica.

Os orixás/inquices/voduns recebem homenagens regulares, com oferendas de animais, vegetais e


minerais, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma
divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia a dia dos membros do terreiro,
mas não são cultuados em templo exclusivo, é louvado em todos os preceitos e muitas vezes é
confundido com o Deus cristão.

 os orixás da mitologia ioruba foram criados por um deus supremo, Olorun (Olorum)
dos Yoruba;
 os Voduns da Mitologia Fon foram criados por Mawu, o deus supremo dos Fon;
 os Nkisis da mitologia banta, foram criados por Zambi, Zambiapongo, deus supremo e
criador.
Acreditam na vida após a morte, e que os espíritos dos babalorixás falecidos possam materializar-se em
roupas específicas, são chamados de babá Egum ou Egungun e são cultuados em roças dirigidas só por
homens no Culto aos Egungun, os espíritos dasiyalorixás falecidas são cultuados coletivamente Iyami-
Ajé nas sociedades secretas Gelede, ambos cultos são feitos em casas independentes das de candomblé
que também se cultuam os eguns em casas separadas dos Orixás.

Acreditam que algumas crianças nascem com a predestinação de morrer cedo são os
chamados abikus (nascidos para morrer) que podem ser de dois tipos, os que morrem logo ao nascer ou
ainda criança e os que morrem antes dos pais em datas comemorativas, como aniversário, casamento, e
outras.
Culinária:
Acarajé:

O acarajé é uma especialidade gastronômica da culinária afro-brasileira feita de massa de feijão-


fradinho, cebola e sal, frita em azeite de dendê. O acarajé pode ser servido
com pimenta, camarão seco, vatapá e caruru (todos estes, também pratos típicos da culinária da
África e cozinha da Bahia).

O acarajé também é um prato típico da culinária baiana e um dos principais produtos vendidos no
"tabuleiro da baiana" (nome dado ao recipiente usado pela baiana do acarajé para expor os alimentos),
que são mais carregados no tempero e mais saborosos, diferentes de quando feitos para o orixá.
A forma de preparo do acarajé da baiana é praticamente a mesma em relação ao acarajé de orixá:a
diferença está no modo de ser servido. Ele pode ser cortado ao meio e recheado com vatapá, caruru,
camarão refogado e pimenta.

Moqueca:

A moqueca (do quimbundo mu'keka ou poqueca (do tupi po'keka) é um cozido típico da culinária
brasileira, especialmente dos estados do Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e Pará. Pode ser preparado
com ingredientes como peixe, marisco, galinha e ovo, existe uma variação vegetariana que é feita com
carne de caju.
Escreva-nos um pouco sobre a
cultura de seu país, a Espanha, no que condiz a música, a culinária e a religião!

Você também pode gostar