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PARA ONDE DEUS ESTÁ

LEVANDO A IGREJA?
Reggie Kelly
No homem, mas não do homem O nascimento virginal de
Cristo significa que a “semente da mulher”[1] nasce no mundo sem a
ajuda do homem. O mesmo acontece com a criação ex nihilo[2] e
com a ressurreição dos mortos. Essas são as metáforas (criação,
nascimento virginal e ressurreição) que as Escrituras usam para
descrever a regeneração. Em todos esses exemplos, o sujeito é
passivo, ou seja, não está produzindo nada; pelo contrário, está
sofrendo a ação. A salvação de Deus, onde quer que aconteça, é
manifesta como um ato de intervenção soberana de Deus sem o
auxílio da mão humana.
A salvação precisa ser uma obra exclusiva de Deus, porque
uma divisão no trabalho implica uma divisão da glória. Embora a
salvação de Deus seja feita “no homem” e manifesta “por meio do
homem”, não existe nada nela que seja “do homem”. É
precisamente isso que diferencia a fé cristã de todos os outros
sistemas religiosos. E o que fez com que Paulo fosse considerado
inimigo, não apenas da sua nação, mas também de muitos dentro
da igreja. O conflito não se estabeleceu porque Paulo defendia uma
elevada doutrina cristológica, mas por sua soteriologia (doutrina da
salvação) monergista (obra realizada por apenas uma das partes, a
divina).
Os cristãos costumam colocar uma grande ênfase na
encarnação de Cristo como a base de sua fé, mas ficam
escandalizados quando alguém começa a falar sobre as implicações
de Deus encarnar a sua natureza em nós pelo mesmo Espírito que
gerou o Filho de Deus no ventre de Maria, ainda que, no nosso
caso, o Espírito habite de modo parcial e não em toda a sua
plenitude.
A encarnação sobrenatural da vida divina naquele que crê é
exatamente o significado da expressão “em Cristo”, encontrada tão
frequentemente na Bíblia. A ofensa à mente humana ocorre quando
as Escrituras reforçam que a única “cooperação” existente entre
Deus e o homem ocorre por meio da nova criação, pois nenhuma
outra poderia satisfazer as exigências divinas. Quando afirmamos
que nada “do homem” natural é aceitável, no sentido de ações
geradas na carne, não estamos dizendo que temos de ficar
assistindo passivamente enquanto Deus age independentemente de
nós, como se estivéssemos em uma espécie de “possessão” ou
transe divino. Estamos enfatizando a necessidade do milagre da
encarnação como a união simples e sobrenatural entre o divino e o
humano, com a condição de que seja desprovida da capacidade e
da sabedoria natural do homem.
Parafraseando Paulo: “Ai de mim se eu não cooperar com
Deus” (tirado do contexto de 1 Co 9.16, onde Paulo diz que anuncia
o evangelho espontaneamente e, ao mesmo tempo, constrangido
pela vida de Deus no seu interior). Portanto: “Quem é suficiente para
estas coisas?” (2 Co 2.16). “De fato, trabalhei muito mais que todos
eles… e posso dizer isso sem me gabar porque não fui eu”
(paráfrase de 1 Co 15.10). “Não sou mais eu quem vive” (Gl 2.20).
Essa revelação não fez com que Paulo negligenciasse a
responsabilidade do homem ou a necessidade de obediência. Em
outras palavras, entender que a salvação provém de Deus não nos
deve levar a rebaixar o padrão da exigência divina. Paulo pregava a
santidade ao mesmo tempo em que se opunha veementemente à
opção de introduzir ilegalmente qualquer elemento do homem caído
na equação, para que Deus não tivesse que dividir sua glória. Tudo
isso vai além da nossa compreensão e capacidade, pois “sem
dúvida, grande é o mistério da piedade”:[3] a obra de Deus a ser
revelada em nós será sobrenatural e jamais poderá ser associada
com aquilo que provém da força natural do homem.
Essa visão monergista que Paulo tinha da graça e da nova
criação é tão ofensiva para grande parte da liderança cristã
moderna quanto para a liderança religiosa de sua época. É uma
verdade que está sujeita a distorções e abusos? Claro. Mas se o
nosso ensino não suscita as mesmas objeções que foram feitas ao
ensino de Paulo, é provável que estejamos ensinando algo mais
palatável à sensibilidade humana, porém menos divino e poderoso.
A “ausência de associação” da obra de Deus com qualquer
elemento do homem caído é inegociável para a fé. Não podemos
contaminar a única fonte da justiça verdadeira. Por melhor que
pareça qualquer motivação ou ação, se não proceder da nova
criação será, com efeito, “destituída da glória de Deus”. Não
conheço nenhum meio-termo exequível ou agradável que não acabe
cedendo ao homem aquilo que as Escrituras se recusam a lhe dar,
ou seja, uma “porçãozinha da realização”.
Resumindo: chegamos a um impasse, pois só Deus pode agir,
tanto para o querer quanto para o realizar. Essa verdade, mais do
que qualquer outra, nos faz tremer. Embora o Senhor esteja
atuando, no tempo presente, no meio do seu povo, até mesmo
intervindo ocasionalmente com grande poder, as Escrituras afirmam
que ele ainda haverá de aperfeiçoar a sua glória na Igreja em uma
demonstração muito mais impressionante e visível. Toda a criação
geme, e nós também gememos. Em outras palavras, ele prometeu
muito mais do que estamos vendo hoje, e podemos estar certos de
que ele não se resignou a deixar as coisas como estão. NÃO é
assim que a história termina.
Jesus disse: “Quando vier o Filho do homem, achará fé na
terra?” (Lc 18.8). Se ele sabia que Daniel (além de outros profetas)
profetizou que, no fim dos tempos, os sábios e fiéis do povo
resplandeceriam “como o fulgor do firmamento” (Dn 11.33; 12.3,10),
por que fez essa pergunta? Porque sabia que a verdadeira fé em
Deus estaria escassa na terra nos dias que antecederiam a
sequência final de cumprimentos proféticos e de grandes restrições
e estímulos que levarão a Igreja a patamares elevados. Acredito que
Deus ainda esteja permitindo a construção das nossas “torres
religiosas de Babel” para nos levar ao esgotamento total da nossa
própria energia. Esse esvaziamento dos recursos humanos virá
quando a exigência da fé exceder o nível confortável das nossas
suposições otimistas a respeito do homem. Deus tem muito mais
ciúme de sua própria glória do que podemos imaginar.
Para onde Deus quer levar a Igreja?
Assim como o nascimento virginal foi um ato divino que sobrepôs o
processo natural de concepção, o mesmo princípio é válido para
todos os demais aspectos da salvação de Deus. A cruz significa que
Deus rejeitou totalmente qualquer contribuição do homem caído
para obter a sua própria ressurreição. “Ele vos deu vida, estando
vós mortos” (Ef 2.1). Nossa vida pelo Espírito só tem início quando
constatamos a total falência de toda a estrutura natural (“Não me
atrevo a confiar em outra base ou estrutura por mais atraente ou
forte que seja; me apoio inteiramente no nome de Jesus”[4]). É por
isso que a prometida salvação de Israel no fim dos tempos é sempre
descrita como uma intervenção divina que ocorrerá quando a nação
atingir o fundo do poço, sem forças naturais.[5]
Se esse princípio é verdadeiro para Israel na crise
escatológica, não é menos aplicável à Igreja nesta era atual. De
fato, esse é um traço essencial da Igreja. Por meio do poder
transformador da revelação do Evangelho, o crente recebe a
salvação da era vindoura como uma espécie de antecipação
inesperada da plenitude futura. A Igreja, por definição, são as
primícias da salvação futura de Israel. A Igreja só é Igreja na medida
em que recebe, antecipadamente, o Espírito que será derramado
futuramente sobre o remanescente penitente de Israel no final da
Grande Tribulação.
Podemos dizer que a Igreja é o produto de uma escatologia
parcialmente “realizada”[6]. Como tal, a Igreja NÃO é a negação (ou
a substituição) da plenitude prometida a Israel, mas, como o povo
do Espírito, gerado pela revelação do segredo messiânico,[7] é o
primeiro fruto do Israel milenar. Vivendo “entre os tempos” (ou eras),
[8] a Igreja é o povo da tribulação, que instrui muitos (Dn 11.33;

12.3). O que, então, deve ser a Igreja? Qual é o chamado da Igreja


a ser demonstrado diante dos homens e dos anjos em antecipação
a esse dia?
Obviamente, a Igreja visível, composta daqueles que se
declaram cristãos, vive terrivelmente abaixo do padrão que Deus
estabeleceu para ela. A pergunta penetrante do Criador, “Onde
estás?” (Gn 3.9), encontra a maior parte da coletividade que
conhecemos como Igreja nua e envergonhada. Diante disso,
devemos perguntar: O que é a Igreja? Em que condições ela se
encontra?
A grandeza do propósito de Deus para a Igreja, especialmente
as maravilhas que prometeu demonstrar e confirmar por meio dela,
nos leva a perguntar, como Maria: “Como isso poderá acontecer?”.
Creio que podemos ouvir, como a Igreja dos nossos dias, a
mesma promessa que Maria recebeu: “Porque para Deus nada será
impossível” (Lc 1.34-37). Há uma sensação de que esta era ainda
está esperando algo a ser realizado na Igreja; algo que ela jamais
poderá alcançar sem as circunstâncias especiais que lhe sobrevirão
por meio da crise dos últimos dias, envolvendo Israel. Essa crise
trará para a Igreja, ao mesmo tempo, grandes pressões e
perseguições, por um lado, e tremendos reforços de revelação e
unidade, por outro.
O auge dessa crise em torno de Israel, particularmente no que
diz respeito à aliança de Deus concernente à terra (Gn 15.18; 17.8)
e à controvérsia sobre Jerusalém (Is 34.8; Zc 12.2), será um grande
divisor de águas no cenário mundial, que trará à tona todos os
grandes desafios da fé. Em síntese, Deus provocará as nações para
provocá-lo, pois quando as nações se levantam para atacar Israel,
constituindo a provocação máxima da ira divina, o furor do Senhor
se acenderá (Ez 38.18; Jl 3.2). É nesse ponto que a linha final será
cruzada; a última etapa antes da volta de Jesus será introduzida, e
não haverá mais demora.
A questão de Israel será transformada em uma grande prova
do coração; será um prumo de separação, não apenas entre as
nações, mas também no seio da própria Igreja, já que o povo judeu,
que estará no centro da turbulência mundial não tem sido, durante o
tempo dos gentios, amigo do evangelho[9]. Por isso, essa questão
testará os corações de muitos, particularmente porque esse povo,
inteiramente indigno por si mesmo, de acordo com o plano e
desígnio de Deus, terá um encontro transformador com o seu
Messias e será justificado no tempo estabelecido, assim como
aconteceu com Paulo no caminho de Damasco. Sendo assim, a
teologia adotada pela Igreja em relação a Israel revelará se ela
realmente entendeu a natureza da graça divina que a alcançou
anteriormente.[10]
Atualmente, existe uma Igreja gloriosa, que vive a vida de
Deus, em Cristo, de acordo com as promessas das Escrituras. O
problema é que essa Igreja pura está espalhada por toda parte e
escondida aos olhos do mundo, e até aos olhos dos verdadeiros
discípulos. Contudo, Deus designou um dia em que o joio e o trigo
serão separados e os verdadeiros filhos se manifestarão em meio
aos eventos e juízos decisivos da tribulação. É fato também que a
essência das provações e perseguições que a Igreja enfrentará na
tribulação final não será sem precedentes na História ou nas últimas
décadas. A diferença estará simplesmente na intensificação final e
concentrada dos conflitos e das tensões que sempre existiram ao
longo de toda a era da Igreja. As exigências desse tempo trarão à
tona, mais claramente, a distinção entre o trigo e o joio, mesmo
antes do acontecimento principal do retorno de Cristo.
Em síntese, portanto, a condição atual da Igreja não é
permanente, não é o que Deus planejou nem o que havemos de ser
(1 Jo 3.2). Deus sabe como nos levar dessa condição imperfeita
para a plenitude prometida. “Quem vos chamou é fiel, e ele também
o fará” (1 Ts 5.24). Aleluia! Esse pequeno verso, tão carregado de
significado, afirma que o plano determinado por Deus para o seu
povo, e por meio dele, certamente se cumprirá. Que senso de
segurança isso nos traz! Quando penso na atual condição da Igreja
e, é claro, na minha própria condição como cristão, penso nas
palavras do Senhor para Pedro, em João 21.18: “Em verdade, em
verdade te digo que, quando eras mais moço, te vestias a ti mesmo
e andavas por onde querias. Mas, quando fores velho, estenderás
as mãos e outro te vestirá e te levará para onde não queres ir”.
Santo esgotamento antes da plenitude Diante de tudo
isso, o que falta para que a Igreja atinja sua plena estatura
escatológica antes que esta era presente se encerre e dê lugar à
glória milenar? Falta uma transformação final que exigirá um poder
nada inferior àquele que cobriu Maria com a sombra do Altíssimo
(Lc 1.35). O “Corpo santo” que será concebido na Igreja será tão
sagrado, gerado sem a ajuda de mãos humanas, quanto aquele
“Ente santo” que foi concebido no ventre de Maria, ou seja, a
semente da mulher, a encarnação da Palavra e do Espírito.
Sabemos também que a ação desse poder exigirá uma humildade
de fé divinamente gerada em nós, que só é possível quando nossa
força humana é totalmente esgotada. Deus é capaz de levar a Igreja
a esse santo esgotamento.
Propor uma saída pré-tribulacional para a Igreja (o
arrebatamento antes da tribulação), sendo que ela é a testemunha
escolhida por Deus, chamada de “coluna e baluarte [ou alicerce] da
verdade” (1 Tm 3.15), é contentar-se com um anticlímax, um final
indigno e desconectado de tudo o que as Escrituras revelam sobre o
padrão cruciforme[11] dos caminhos de Deus com o seu povo ao
longo da história redentora. Jesus reprovou os dois discípulos no
caminho de Emaús por não entenderem esse princípio, quando
perguntou incisivamente: “Acaso o Cristo não tinha de sofrer essas
coisas?” (Lc 24.26).
Observe que os santos sofredores da tribulação nunca são
retratados como objetos da ira divina, apenas da perseguição dos
homens. Alguns serão escondidos e alimentados (Is 26.20; Ap
12.6), a fim de serem preservados vivos até o fim, enquanto uma
grande multidão será morta por causa do testemunho de Jesus (Ap
6.10-11).
O princípio de que a revelação de Cristo representa um golpe
mortal à presunção e à autoconfiança humana é um aspecto
fundamental da fé. É por isso que Paulo enfatiza o papel da
tribulação para amadurecer os cristãos na experiência e na
esperança. Quanto mais fracos, mais fortes nos tornamos. O
caminho dos justos se torna mais brilhante à medida que a
tendência de confiar em si mesmos vai sendo acentuadamente
extinta.
O véu que bloqueia o brilho total da face de Cristo é tão denso
quanto a autossuficiência humana; é por isso que o Espírito está
sempre lutando contra nossa autoconfiança, presente até mesmo no
verdadeiro crente. Paulo disse: “Na verdade, tínhamos sobre nós a
sentença de morte, para que não confiássemos em nós mesmos,
mas em Deus, que ressuscita os mortos” (2 Co 1.9). Sabemos que
Paulo foi golpeado duramente por Satanás (o espinho na carne)
para preservá-lo do orgulho que poderia resultar do seu alto
chamado. Se não servisse a um propósito, o espinho na carne teria
sido removido.
Paulo disse: “Morro todos os dias!” (1 Co 15.31). Além das
dispensações específicas de tribulação e disciplina divina que são
adaptadas a cada cristão individualmente (e que não podemos
escolher por nós mesmos), somos ordenados a fazer uso fiel dos
“meios de graça” (a Palavra, a comunhão cristã, a participação na
mesa do Senhor, as boas obras e a cuidadosa obediência à direção
do Espírito). Tomar a cruz para mortificar continuamente a vida
natural [ou as obras da carne] é um dever diário do cristão;
negligenciá-lo pode ser fatal.
De fato, a plenitude de poder que aguardamos ver na Igreja no
começo da tribulação não será algo totalmente novo. A tese e a
prática mostram que a essência daquilo que virá esteve presente
em todo avivamento autêntico ao longo da História da Igreja. No
entanto, o revestimento final será diferente em vários aspectos, o
que explica por que o último mover de Deus não desaparecerá
rapidamente como todos os anteriores.
Podemos, então, concluir que é Deus que está esperando que
a Igreja tome uma posição? Ou a Igreja está esperando que Deus a
leve a um maior esvaziamento da vida natural e a uma plena
manifestação da glória divina? De fato, há uma ordem necessária,
mas Deus não está esperando que a Igreja assuma, por sua própria
capacidade, essa condição de poder, assim como não está
esperando que Jacó (Israel) alcance sozinho seu lugar de
restauração e graça. Isso não acontecerá sem um abalo veemente e
fundamental da confiança no natural, na carne, que é exatamente o
que está por trás do véu que cobre as mentes humanas. A
promessa é que Israel estará pronto e se apresentará de livre
vontade no dia da manifestação do poder de Deus (Sl 102.13;
110.3). Estamos certos de uma coisa: para que isso aconteça, o
Senhor não depende da ajuda do homem! (Is 59.16; 63.5) Se
aprendemos algo com a história, sabemos que, se Deus estivesse
esperando por Israel, ele ficaria esperando para sempre. Pelo
contrário, embora a soberania do propósito de Deus nunca deixe de
lado a obrigação humana de cumprir os requisitos exigidos pela
justiça, de acordo com as profecias escatológicas sobre Israel, a
disposição voluntária e a obediência do povo aguardam um ato
especial de poder divino. “Teu povo se apresentará de livre vontade
no dia do teu poder” (Sl 110.3; Jr 31.18; Gl 1.15). E,
significativamente, esse dia vem logo após a humilhação da nação
por ocasião da aflição imposta pelo Anticristo (Is 10.5-6; Jr 30.14).
Certamente, a Igreja já alcançou alguma medida do poder
divino, pelo dom do Espírito; do contrário, não seria Igreja. No
entanto, o poder do Pentecoste não aconteceu em um vácuo.
Podemos ter certeza de que a determinação de Deus de manifestar
o poder de Cristo por meio da Igreja ainda se cumprirá em um
crescendo de glória que acompanhará seu testemunho final de
martírio, amor e obediência. Essa mensagem será marcada
indelevelmente na consciência de Israel, movendo alguns à ira e
outros à santa emulação e ciúme (Dt 32.21; Rm 10.19; 11.11,14).
Quer incite ira ou ciúme, uma Igreja que chega à sua estatura
designada é uma Igreja que provoca uma reação.

Tempo determinado – tempo de angústia Assim como


a semente não apareceu até a “plenitude do tempo” (Gl 4.4), o
propósito completo de Deus para a Igreja tem seu tempo
determinado, e acreditamos que esse tempo coincidirá com “o
tempo da angústia para Jacó”.[12] A Igreja precisa entender o tempo
e a natureza dessa crise final, os aspectos que a provocarão e o
que estará realmente em jogo nessa época. Acreditamos que o
“entendimento dos sábios”[13] é crucial e se provará indispensável e
transformador para a Igreja no tempo do fim.
Acreditamos que a primeira metade da septuagésima semana
de Daniel[14] (Dn 9.27) terá acontecimentos que pressionarão a
Igreja a alcançar a posição necessária para dar o seu testemunho
final. Não é por acaso que esse será o mesmo período em que o
arcanjo Miguel derrubará Satanás, desencadeando o início da
tribulação final, a segunda metade da última semana de Daniel 9 e o
período de “pouco tempo” que Satanás sabe que terá antes da volta
do grande Rei.[15]
Teologicamente, a Igreja é a semente corporativa da mulher,
gerada pelo Espírito de Cristo que habita em todos os que foram
regenerados por Deus desde o começo (1 Pe 1.11; Ef 1.13), assim
como Cristo é a semente pessoal ou individual da mulher. Nascida
pela concepção milagrosa da Palavra (1 Pe 1.23), a Igreja é a
plenitude corporativa de Cristo em seu povo por meio do Espírito (Ef
1.23; Cl 1.18-19). Em essência, a Igreja foi gerada de modo tão
sobrenatural quanto o seu Senhor, que nasceu de virgem, morreu,
ressuscitou e subiu às alturas celestiais. Assim como o próprio
Cristo veio do Alto, “não do desejo da carne, nem da vontade do
homem, mas de Deus”,[16] o nascimento da Igreja e de cada um dos
seus membros não pode ser menos sobrenatural.
Portanto, se a vida encarnada de Deus em seu povo é o
padrão, muitos estão ansiosos por ver evidências de uma realidade
correspondente em manifestações tangíveis, particularmente, em
poderosas demonstrações do poder do Espírito Santo. Aqui,
precisamos advertir sobre algo muito perverso da natureza humana:
o espírito de demanda ou exigência. Essa questão também traz à
tona a necessidade de purificar as motivações daqueles crentes que
buscam evidências de poder e manifestação das obras de Deus.
O desejo puro e único de ver uma maior demonstração da
glória de Deus na Igreja levará as pessoas a buscarem uma atitude
humilde e dependente diante de Deus, pois só assim ele lhes
revelará os seus caminhos [ele oculta seus caminhos aos que se
consideram sábios e entendidos]. A não ser nas ocasiões em que
age em juízo, Deus geralmente oculta as manifestações mais
espetaculares do seu poder para não promover o orgulho humano.
Deus faz questão de trazer a sua “coisa boa” de Nazaré (Jo 1.46 dá
a entender que era uma cidade desprezada), e esconder a glória da
sua presença no tabernáculo debaixo de peles de animais (Nm
4.6,10). Assim como o Senhor, a Igreja não tem beleza ou
formosura (Is 53.2) na avaliação do mundo. Sua beleza é uma
beleza oculta, conhecida apenas por Deus e por aqueles que são
gerados por ele.
A Igreja só é forte quando é fraca. Só está cheia quando está
vazia. A Igreja demonstra a sabedoria da cruz quando rejeita todas
as falsas formas de poder para abraçar uma fé exclusiva no “Deus
que ressuscita os mortos”. Tal fé não pode ser intimidada por
nenhum poder ou ameaça terrena. Tem liberdade tanto para morrer
quanto para viver. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente
sereis livres” (Jo 8.36). A verdadeira liberdade é a liberdade do amor
que lança fora o medo (1 Jo 4.8).
Precisamos observar que apenas uma Igreja que é
aperfeiçoada na prática do amor pode ser ousada em face da morte,
e é exatamente essa a descrição dos santos que passam pela
tribulação apresentada nos livros escatológicos de Daniel e
Apocalipse. Como Jesus aprendeu a obediência pelas coisas que
sofreu, assim a Igreja dos últimos dias será aperfeiçoada por meio
dos sofrimentos. É um princípio inviolável da fé (At 14.22). Seja José
ou Davi (e será que existe alguma exceção?), as aflições dos filhos
de Deus estabelecem o padrão que Cristo, o Filho por excelência,
cumpre de maneira mais completa.
Mais uma vez, nos lembramos da pergunta enfática de Jesus,
quase chocado ao ver que os discípulos ainda não entendiam a sua
missão: “Acaso o Cristo não tinha de sofrer essas coisas e entrar na
sua glória?” (Lc 24.26). Assim como Israel terá de ser levado até o
esgotamento de suas próprias forças para poder receber a
revelação de Cristo, a Igreja igualmente terá de ser levada ao
esgotamento das suas. “Chegou a hora de começar o julgamento
pela casa de Deus” (1 Pe 4.17).

Glorificação da Igreja – salvação de Israel As


perguntas que vêm logo a seguir são: “O que Deus usará para levar
a Igreja à sua plenitude prometida? Como ele vai nos conduzir de
onde estamos até onde ele quer nos levar, como coletividade, como
o seu Corpo na terra? Podemos acreditar que Israel alcançará uma
glória “manifesta” no final de sua angústia na tribulação, mas crer
em algo menor para a Igreja no final da sua?
Se eu fosse professor, adoraria dar uma tarefa de pesquisa
para meus alunos e combinar as perspectivas de todos para formar
uma visão coletiva sobre o que as Escrituras revelam sobre a
estratégia de Deus para levar a Igreja ao seu pleno destino
escatológico em preparação para a restauração de Israel.
Veja que, no exato momento em que a Igreja está sendo
glorificada, Israel está se convertendo. A salvação de Israel não
acontece gradualmente; acontece de repente, “de uma só vez” e
“num só dia”,[17] no “tempo determinado”.[18] A salvação de Israel no
Dia do Senhor pode ser comparada à súbita captura de Paulo por
Deus na estrada para Damasco.
Devemos entender não apenas o fato de que a restauração de
Israel ocorre paralelamente ao retorno de Cristo, no Dia do Senhor,
mas também o porquê disso. O retorno de Israel à Terra Prometida
como uma nação totalmente santa, revestida de uma justiça que
não foi alcançada por si mesma,[19] é sine qua non[20] para a
glorificação do próprio Nome e da Palavra de Deus.[21] A missão
impossível que Deus escolheu para si mesmo é levar, de uma vez
por todas, o mesmo povo que tirou do Egito para a Terra Prometida
mas, desta vez, revestindo-o de uma justiça eterna que lhe
assegurará a posse da sua herança para sempre.
É exatamente essa a promessa da Nova Aliança que Deus fez
com os judeus antes que os crentes gentios fossem enxertados no
meio deles.[22] É por isso que Satanás tem tanto medo e resiste com
tamanha intensidade à entrada dos ramos naturais novamente,[23]
porque ele sabe melhor do que a Igreja que o retorno dos ramos
originais, quando Jesus voltar, marcará a reivindicação pública de
Deus quanto à sua eterna aliança “com eles” (Rm 11.27), o fim do
tempo dos gentios e o fim do domínio de Satanás sobre as nações.
De fato, o retorno de Israel à oliveira trará vida dentre os mortos
(Rm 11.15).
Observe também como o arrependimento e a regeneração
nacional de Israel no retorno de Cristo estão ligados ao
aprisionamento de Satanás no início do milênio (Ap 20.2). O mistério
de Deus termina quando a sétima trombeta soa.[24] À medida que os
sobreviventes de Israel (já que muitos morrerão durante a tribulação
final) recebem a revelação daquele a quem a nação traspassou,[25]
eles serão reunidos de todas as nações.[26] Somente depois de a
aliança ser publicamente vindicada à vista de todas as nações é que
Deus poderá encontrar seu lugar de descanso na salvação de Israel
(Is 62.1,6-7).
Significativamente, ao mesmo tempo em que Satanás é
amarrado (aquele a quem Ezequiel chama de “o querubim da
guarda ungido”; Ez 28.14), o véu que cobre todas as nações é
desfeito e os mortos ressuscitam.[27] No final dessa tribulação sem
precedentes (Jr 30.7; Dn 12.1), as dores de parto de Sião terminam
com o nascimento da nação “num só dia”.[28] Mas é apenas a Sião
terrestre que sofre as dores de parto?
Há um mistério relacionado à Sião celestial e à Sião terrena
que inclui uma gloriosa intersecção entre as duas. Podemos apenas
imaginar como os leitores antigos de Isaías 66.7-8 ficaram
intrigados, se perguntando como uma criança poderia nascer antes
do trabalho de parto de Sião? Não seria depois dessa dor de parto
que a nação nasceria num único dia? O mistério de Cristo resolve o
paradoxo (Ap 12.1-2,5). O Salvador foi a criança que nasceu antes
de a nação toda de Israel entrar em dores de parto (o que
acontecerá somente no fim dos tempos). O Messias realizou a
redenção antes da tribulação, antes da regeneração da nação. Mas
chegará o tempo em que a nação passará por um período de
intensa angústia, mas uma grande transformação acontecerá dentro
de um curto espaço de tempo (num único dia).
Seguindo o mesmo padrão, creio que a Igreja precisa passar
por outro trabalho de parto antes que o mistério da iniquidade possa
ser revelado mediante a expulsão de Satanás do céu, que descerá
para a terra para assumir controle total e desimpedido sobre o
homem do pecado (2 Ts 2.3,7-8). Fazendo uma analogia com a
significativa intercessão sacerdotal, auto humilhação e angústia de
alma de Daniel (Dn 10.12-13), a Igreja também precisa obter uma
vitória nos céus por meio de um trabalho de parto semelhante, que
resultará na mesma intervenção e vitória de Miguel sobre aquele
que o resistia.[29]
De acordo com Apocalipse 12.7-14, Satanás permanecerá no
céu até ser expulso por Miguel e seus anjos, o que desencadeará o
início da tribulação (o período de “pouco tempo” que Satanás terá
durante os últimos três anos e meio). Independentemente do que
isso significará para os habitantes da terra, o fato de Satanás ser
expulso do céu é motivo de grande júbilo no céu (Ap 12.10). Isso
porque o reino de Deus não pode vir até que o mistério da
iniquidade seja revelado, com a remoção daquele que o impede. Se
Satanás é quem impede, o que ele está retendo? Ele está retendo a
revelação do mistério da iniquidade no último homem do pecado,
que precisa surgir antes que Jesus possa retornar. Satanás teme e
resiste essa revelação com toda a sua força, porque quando for
lançado para a terra, ele sabe que lhe resta pouco tempo (Ap
12.12).
Pelo que podemos ver no Apocalipse, a sétima besta que sai
do mar recebe um golpe, uma ferida mortal na cabeça, mas ela
ressuscita para então subir do abismo e tornar-se a oitava besta,
que incorporará toda a plenitude das bestas anteriores.[30] Tudo isso
se concentrará, no final, em um homem que precisa manifestar em
si mesmo o mistério da iniquidade antes que Jesus possa voltar. É
como se um mal muito grande fosse necessário para liberar um bem
maior ainda. É por isso que é tão difícil conceber que algo que
prenuncia tamanho sofrimento na terra possa causar júbilo no céu.
Esse paradoxo é a chave.
O ponto que precisamos entender aqui é que nada disso
acontecerá sem o envolvimento da Igreja. Como uma espécie de
Daniel corporativo, a Igreja, que em grande medida chegará ao
esvaziamento do poder da carne em virtude da taça do sofrimento
que terá de beber, será constrangida a orar como Daniel pelo reino
que trará um fim para a angústia dos judeus e, ainda mais
importante, a gloriosa vindicação do nome e do testemunho do Deus
de Israel em toda a terra! Isso significa que a intensidade e o amor
da Igreja pelo reino precisam chegar a um nível que a leve ao
trabalho de parto, assim como aconteceu com Daniel. Nessa hora, a
oração “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade na terra” será
feita com pleno entendimento do preço a ser pago e será ouvida do
trono de Deus.
Diante de tudo isso, não temos a presunção de achar que já
temos as respostas completas às duas perguntas centrais desta
pequena reflexão: 1. Qual é o papel da Igreja como testemunha
profética para preparar o caminho para a volta de Jesus?
2. O que Deus fará para levar a Igreja ao seu lugar destinado no
Espírito, a partir do qual ela se colocará na brecha em favor da
salvação de todo o Israel e de sua preservação no dia da
tribulação?
Mantenhamos uma posição de busca intensa e humilde diante
do Senhor com disposição total para ouvir sua voz e obedecer!
Nota do editor: Este artigo foi traduzido e adaptado do site
the.mysteryofisrael.org. Não foi escrito como artigo, mas como uma
resposta a perguntas feitas no site. Por isso, foi necessário fazer
algumas adaptações e acrescentar notas de rodapé para ajudar o
leitor a compreender pontos que não foram abordados em mais
profundidade. Mesmo assim, o leitor poderá encontrar algumas
dificuldades e se deparar com dúvidas, sendo que provavelmente
não conseguirá absorver todo o conteúdo de uma só vez. Por isso,
recomendamos que sejam feitas várias leituras, conferindo as
referências bíblicas, fazendo estudos em grupo e buscando
entendimento e revelação do Senhor. Não estamos colocando os
aspectos escatológicos como pontos dogmáticos, mas oferecendo-
os como estímulo para um aprofundamento maior, no desejo de que
o Espírito nos dê luz maior à medida que o Dia do Senhor se
aproxima (Dn 12.4).

Para ajudar a guardar os pontos principais,


oferecemos aqui um resumo do artigo:
1. A “salvação”, como obra plena de redenção e restauração
do homem caído, é um milagre tão grande quanto a criação
do mundo, a encarnação de Jesus e a ressurreição dos
mortos.
2. Essa obra sobrenatural é necessariamente um trabalho
exclusivo de Deus, para que somente ele receba glória. Não
significa que o homem não tenha responsabilidade alguma,
mas que só em Cristo ele pode encontrar o poder da vida
ressurreta, nunca em si mesmo.
3. Deus tem agido na Igreja desde seu início e está agindo até
hoje. Mas o milagre da salvação completa e da
manifestação total da vida de Cristo por meio da Igreja ainda
não apareceu. Tal plenitude não será algo diferente em
essência daquilo que já existe, mas será muito mais
completa e visível.
4. Existe outra promessa de Deus que ainda não se
concretizou. Essa promessa, que é para a nação de Israel,
atravessa toda a Bíblia e fala de um tempo de glória e
restauração que virá somente depois que Israel chegar ao
fundo do poço, sem forças naturais.
5. A Igreja não tomou o lugar de Israel, contudo é coerdeira
das mesmas promessas. A operação de Deus no meio da
Igreja hoje, por meio do Espírito Santo, é uma espécie de
amostra antecipada daquilo que acontecerá com Israel no
final.
6. Antes de sua restauração e glorificação final, Israel passará
por uma grande crise que envolverá todas as nações. Essa
crise será uma prova final para o mundo (de que lado os
governos e os povos ficarão) e também para a própria
Igreja. Será a consumação do conflito entre os dois reinos,
que vem se desdobrando desde o princípio da humanidade.
7. Assim como Jesus passou pela cruz antes de ser glorificado
pela ressurreição e pela ascensão, e assim como Israel só
chegará ao tempo de glória e restauração depois de passar
por uma crise de intensidade maior que qualquer outra em
sua história, a Igreja também terá de passar por grandes
provações e pela Grande Tribulação para alcançar sua
glória final. O tempo de crise da Igreja será bem próximo ao
tempo de crise de Israel.
8. O requisito tanto para a Igreja quanto para Israel é o
esvaziamento total de suas forças naturais e o abalo
fundamental de sua confiança na carne. Só então a glória do
Senhor aparecerá.
9. A plenitude da salvação, da encarnação de Deus na Igreja,
é necessária para a plenitude de Israel.
10. Uma Igreja gloriosa será uma Igreja perfeita em amor
(disposta a morrer) e pronta para se entregar totalmente à
sua função sacerdotal, à semelhança de Daniel. Isso
resultará na expulsão de Satanás e de seus anjos das
regiões celestes e na intensidade da fúria final do Anticristo.
Será o trabalho de parto final da Igreja para dar à luz a
semente corporativa da mulher.
11. O mistério da iniquidade também chegará à sua plenitude
final, com a manifestação do homem do pecado, do
Anticristo e do sistema da besta com força máxima.
12. A Igreja reconhecerá que foi enxertada na oliveira de Israel
e Israel será enxertado novamente em sua própria oliveira,
e os dois se tornarão uma só oliveira, em poder e plenitude,
para dar testemunho ao mundo e para abrir o caminho para
a volta de Jesus e seu reino milenar. Um milagre em nada
inferior ao milagre da encarnação ou ao da ressurreição!!!
[1] Da primeira profecia messiânica da Bíblia, no Jardim do Éden, em Gênesis
3.15.
[2] A partir do nada, só pela palavra de Deus.
[3] 1 Tm 3.16
[4] Tradução livre de dois versos do hino tradicional My hope is built on nothing
less (com versão em português, Firmeza, do Cantor Cristão).
[5] Dt 32.36; Lv 26.19; Jr 30.6-7; Dn 12.1,7
[6] “Escatologia realizada” é o nome dado a uma interpretação associada
especialmente a Charlos Dodd (teólogo do País de Gales, do século
passado), que ensinava que os ensinamentos de Jesus sobre o reino de Deus
se referiam a uma realidade presente, e não futura.
[7] Mc 4.11; 8.30; 9.9; Rm 16.25-26; 1 Co 2.7-8; Ef 6.19; 1 Pe 1.11-12; Ap 10.7
[8] Entre a era presente, sob o efeito da queda, e a era futura, do reino em
plenitude.
[9] Nem tampouco a Igreja tem sido, ao longo dos séculos, amiga dos judeus!
[10] Em outras palavras, se a Igreja não estiver aberta para aceitar a
manifestação soberana da graça de Deus na salvação de Israel no tempo do
fim, isso mostrará que a Igreja não entendeu a graça de Deus para si própria.
[11] Padrão cruciforme: tudo o que Deus faz passa pela cruz antes de chegar à
consumação.
[12] Joel 2.1-3; Jr 30.7; Dn 12.1; Mt 24.21
[13] Dn 9.25; 11.33; 12.3,10
[14] De acordo com muitos estudiosos da profecia escatológica, a
septuagésima semana da profecia de Daniel 9.24-27 se refere a um período
de sete anos logo antes da volta de Jesus, que será dividido em duas partes
de três anos e meio cada.
[15] Dn 12.7; Ap 12.12; 17.10
[16] Jo 1.13; Sl 87.5 com Gl 4.26
[17] Is 59.21; 66.8; Ez 39.22; Zc 3.9; 12.10; Mt 23.29; At 3.21; Rm 11.26; Ap
1.7
[18] Sl 102.13; Dn 9.24; 11.35
[19] Is 45.17,24-25; 54.17; Jr 23.5-6; Dn 9.24
[20] O requisito ou condição indispensável
[21] Ëx 32.11-13; Dt 7.7-8; 9.5-7,26-28; Nm 14.13-21; Sl 106.8; 115.1-2; Ez
36.22-23,32; Jr 14.21
[22] Is 27.9; 59.21; Jr 31.31-34; Rm 11.25-27
[23] Dn 12.1,11; Mt 23.39; 24.15-16,21; At 3.21; Rm 11.25-26; Ap 12.6,14-15
[24] Is 27.13; Mt 24.31; 1 Co 15.52; Ap 10.7; 11.15
[25] Zc 12.10; Mt 23.39; 24.30; Ap 1.7
[26] Is 11.12,15-16; 27.12-13; Ez 39.28-29; Zc 8.7-8,23; 10.10-11
[27] Is 25.7-8; 26.16-21; Dn 12.1-2
[28] Is 66.8; Mq 5.3; Ez 39.22; Zc 3.9
[29] Dn 10.13; 1 Ts 2.18; 2 Ts 2.7
[30] Ap 13.1-3; 11.7; 17.8-11

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