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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
CURSO DE JORNALISMO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) 2

MARIA EDUARDA GONÇALVES LIMA SILVA

MENSTRUAÇÃO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A ABORDAGEM DA


FOLHA DE SÃO PAULO E DO NEXO JORNAL

RECIFE
2021
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
CURSO DE JORNALISMO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) 2

MENSTRUAÇÃO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A ABORDAGEM DA


FOLHA DE SÃO PAULO E DO NEXO JORNAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade


Católica de Pernambuco, como exigência parcial para a
obtenção do título de bacharel em Comunicação Social -
Jornalismo, sob a orientação da Profª Drª Andrea de Lima
Trigueiro de Amorim.

RECIFE
2021

1
AGRADECIMENTOS

Foram muitos os que cruzaram esta pesquisa e contribuíram para seu


desenvolvimento. Mas gostaria de agradecer principalmente:

A minha orientadora, amiga e professora Andrea Trigueiro, que me incentivou e


sustentou a pertinência desse trabalho do início ao fim.

Ao meu pai, que sempre me incentivou aos estudos e fez questão de clarear o meu
caminho durante todos os dias desta pesquisa: sem ele esta caminhada não seria
possível.

A minha mãe, meus irmãos Luz e Bernardo - que apesar de estarem sempre clamando
por atenção e interferindo na produção, alegravam os meus dias e me motivaram a
continuar.

A Nilma, Sofia e Ian, que participaram direta e indiretamente dos processos para
conclusão do trabalho e estavam sempre dispostos a me ajudar.

A minha amiga e irmã de vida, Camila Emerenciano, por fazer questão de estar
presente em todas as etapas desta jornada acadêmica, desde trabalhos ao longo do
curso de Jornalismo, até a minha tese de conclusão de curso, a qual sem você, não
seria concebida da mesma maneira.

Aos meus amigos que deram suporte, ao mesmo tempo em que me distraíam e
geravam risadas - mas nunca deixaram de acreditar em mim.

2
“O patriarcado e a misoginia
mantiveram a mulher quieta pelo mundo
por tempo demais.”

- Rupi Kaur

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RESUMO

A menstruação é um evento fisiológico na vida da mulher, permeado de


problemas e tabus. Prova disso é o fato de que, hoje, as pessoas que menstruam
vivem numa escassez de políticas públicas de saúde voltadas à higiene menstrual.
Por sua forte função social, é papel do jornalismo desvendar o conjunto de variáveis
e problemas envolvidos na menstruação enquanto fato social, promovendo o
pensamento crítico e, assim, ajudando as mulheres a formularem práticas de saúde
pública junto ao Estado. O presente trabalho tem como objetivo investigar de que
maneira este tema é abordado pela mídia, por meio de uma análise quantitativa e
qualitativa de corte transversal, utilizando como instrumento o uso de pesquisa
bibliográfica (referências teóricas) e documental (políticas públicas existentes).
Fundamentando-se na perspectiva da teoria do enquadramento, coletando
documentos extraídos da Folha de São Paulo (online), um dos principais jornais da
grande mídia brasileira, e do Nexo Jornal, um dos pioneiros da mídia independente
no país, entre o período de 2016 à 2020. Concluímos que, apesar dos recentes
avanços, o tema pouco tem sido pautado na mídia enquanto política pública, além de
ser guiado quase exclusivamente pelo factual. A Folha de São Paulo faz mais
menções ao tema, mas o Nexo aborda com mais profundidade e diversidade de
fontes.

Palavras chave: Menstruação. Políticas Públicas. Saúde da Mulher. Mídia. Teoria do


Enquadramento.

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ABSTRACT

Menstruation is a physiological event in a woman's life, fraught with problems and


taboos. Proof of this is the fact that, today, people who menstruate live in a shortage
of public health policies aimed at menstrual hygiene. Due to its strong social function,
it is journalism's role to reveal the set of variables and problems involved in
menstruation as a social fact, promoting critical thinking and thus helping women to
formulate public health practices with the State. The present work aims to investigate
how this theme is approached by the media, through a quantitative and qualitative
cross-sectional analysis, using as an instrument the use of bibliographic (theoretical
references) and documentary (existing public policies) research. Based on the
perspective of framing theory, collecting documents extracted from Folha de São Paulo
(online), one of the main newspapers of the large Brazilian media, and Nexo Jornal,
one of the pioneers of independent media in the country, between the period of 2016
to 2020. We conclude that, despite recent advances, the topic has not been addressed
in the media as a public policy, in addition to being guided almost exclusively by the
hard news coverage. Folha de São Paulo makes more mentions of the theme but
Nexus addresses it with more depth and diversity of sources.

Keywords: Menstruation. Public Policies. Women's Health. Mass Media. Frame


Analysis.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………… 07
2. MULHER: VISIBILIDADE, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E DIREITO ……….. 13
3. ASPECTOS SOCIAIS E FISIOLÓGICOS DA MENSTRUAÇÃO ……………….. 25
3.1 MENSTRUAR É UM ATO POLÍTICO…………………………………………….... 29
3.1.2 POLÍTICAS QUE TRANSCENDEM O GÊNERO………………………………. 31
4. POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS E OS DESAFIOS PARA O JORNALISMO .. 33
5. METODOLOGIA …………………………………………………………………...….. 38
5.1 ENQUADRAMENTO NOTICIOSO………………………………………...…….…. 40
5.2. ANÁLISE DE CONTEÚDO E ANÁLISE COMPARATIVA …………….…….…. 42
5.3 OS VEÍCULOS ESCOLHIDOS ……………………………………………...……... 43
6. ANÁLISE ……………………………………………………………………………….. 45
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ………………………………………………………….. 65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS …....…………………...………………………… 66

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1. Introdução

O presente trabalho tem como objetivo investigar de que maneira a


menstruação é abordada pela mídia, relacionando os referidos textos às políticas de
saúde pública da mulher por meio de uma análise quanti-qualitativa de corte
transversal, com uso de pesquisa bibliográfica (referências teóricas) e documental
(políticas públicas existentes). Fundamentando-se na perspectiva da teoria do
enquadramento, coletando documentos extraídos da Folha de São Paulo (online), um
dos principais jornais da grande mídia brasileira, e do Nexo Jornal, um dos pioneiros
da mídia independente no país, entre o período de 2016 à 2020. O recorte de tempo
foi escolhido por se tratar de um período recente, com o propósito de alertar para o
fato de que, mesmo na atualidade, questões essenciais à mulher, que deveriam ser
discutidas pela mídia e pelo Estado, são deixadas à margem. E por fim, aplicamos
aos dados coletados a análise de conteúdo e realizamos uma análise comparativa.
Para além disso, esta monografia busca desmistificar a menstruação dentro da mídia
e contribuir para a compreensão desse fenômeno natural como um fenômeno social.
A menstruação, apesar de natural da mulher cisgênero, possui um histórico de
discriminação social fazendo com que não só as mulheres sintam vergonha do seu
corpo, como também que a sociedade repudie esse fenômeno. Biologicamente, a
menstruação é conceituada como um processo natural do corpo feminino, possuindo
em média um ciclo de 28 dias separados em duas fases, caracterizadas a partir da
ovulação. A primeira constitui-se na fase folicular, relacionada com o crescimento de
um novo folículo e espessamento do endométrio. Logo após, acontece a ovulação,
caracterizando a segunda fase (lútea). A partir disso, o período menstrual é tido como
a descamação do interior do útero, composto por células endometriais e sangue
(SANTOS et al, 2020). O final da vida menstrual de uma mulher finaliza-se no
fenômeno da menopausa, caracterizado pelo fim da atividade ovariana.
Para Simone de Beauvoir (1949), a menopausa é o escape da mulher aos
domínios da espécie. “A mulher acha-se libertada da servidão da fêmea, traduzindo
essa autonomia fisiológica por uma saúde, equilíbrio e vigor que antes não possuiam”.
Essa compreensão, no entanto, é um avanço recente no lidar com esse fenômeno, a
partir dos movimentos de liberação feminina. Apesar de se tratar de um evento natural
e biologicamente comum a pessoas do sexo femino, historicamente, o processo

7
menstrual era cercado de mistérios, mas tido pelo homem primitivo como uma
adoração e apaziguamento para garantir a sua segurança temporária. Com a chegada
da agricultura e a “substituição da caça e a coleta dentro da economia primitiva, a
estabilidade relativa permitiu ao homem usar meios mais diretos para isolar a mulher
menstruada. Então ele a tornou um tabu” (DELANEY; LUPTON; TOTH, 1988, p.3,)
O sociólogo Franz Steiner (1956) coloca o tabu como uma forma de proteção
dos seres humanos contra o perigo lidando com ele a partir da “sociologia do perigo”
e sugere o porquê se preocupa tanto com a proteção de indivíduos perigosos de si
próprios quanto com a proteção da sociedade contra eles:

Em muitas sociedades, acredita-se que a mulher menstruada emite um mana,


ou poder sobrenatural ameaçador. Os tabus da menstruação são práticas que
ajudam os outros a evitá-la e a sua perigosa influência e que permitem que
ela atravesse o período menstrual sem sucumbir ao seu próprio poder mortal
(STEINER, 1956, p.21, apud DELANEY; LUPTON; TOTH, 1988, p.7)

Bruno Bettelheim (1962) e outros estudiosos sugerem que a gravidez e a


menstruação já foram uma fonte de inveja para os homens, que impuseram o tabu na
tentativa de igualar os sexos. Posteriormente, Elizabeth Gould Davis (1972) traz a
ideia de que as matriarcas eram a primeira forma de política no mundo, “enxergando
o tabu do sangue feminino como um vestígio da época em que as mulheres
governantes usavam o tabu para fazer os homens respeitarem e temerem as
mulheres” (DAVIS apud DELANEY; LUPTON; TOTH, 1988, p.8).
Até 1970 esse assunto pouco era discutido e compreendido pelas mulheres,
apesar de intrínseco a sua saúde, sendo elas excluídas da compreensão do seu
próprio corpo. “Os médicos costumavam dar diagnósticos para os maridos das
mulheres que examinavam, e as experiências não eram levadas em consideração”
(McCANN, 2019, p.150). Com a evolução da humanidade, houve a transfiguração do
mito para a ciência que, desde a Grécia Antiga, questionava-se a respeito da
menstruação. Em Geração dos Animais, Aristóteles coloca a menstruação como um
sinal de inferioridade feminina, uma deficiência física:
Como a mulher não tem calor vital natural suficiente, suas realizações
inventivas vão apenas até o sangue menstrual. Isso forma a "Alma Nutritiva"
do embrião. O macho, entretanto, pode transformar a matéria com calor e
produzir sêmen, o produto final da mistura (...). Um resíduo de nutrição inútil
se acumula em seus vasos sanguíneos. Quando os vasos sanguíneos estão
cheios, um transbordamento é necessário; esse estouro é menstruação (4. 5.
451, apud DELANEY; LUPTON; TOTH, 1988, p.46)

8
A medicina, mesmo a essa altura, era regida majoritariamente por homens,
fazendo com que os conceitos se voltassem para as questões morais, com ênfase na
etiologia sexual. Com a primeira onda do feminismo, as mulheres reivindicaram seu
“acesso à formação médica e (...) defenderam que as mulheres seriam mais bem
tratadas por médicas mulheres” (McCANN, 2019, p. 76). A luta pela igualdade política
e social também faziam parte desta primeira onda.
A segunda onda do feminismo nasce com a publicação do livro Mística feminina
(1940) de Betty Friedan, abordando a infelicidade das mulheres brancas na classe
média, questionando a continuação da carreira destas após a formação universitária.
Em 1966, a National Organization for Women (NOW) foi fundada por Friedan e outras
feministas, colocando que “primeiro e antes de mais nada, as mulheres são seres
humanos que [...] devem ter a oportunidade de desenvolver plenamente seu potencial
humano” (McCANN, 2019, p. 123). A década de 1960 trouxe uma série de adventos
para o movimento feminista: no início da década, houve a chegada da pílula
contraceptiva, iniciando uma era de liberdade sexual. No final dos anos 60, o
movimento feminista se tornou de alcance mundial. Ainda na mesma década, a ONU
elegeu o dia oito de março como Dia Internacional da Luta pelos Direitos das
Mulheres.
Com a segunda onda do feminismo, o movimento tomou como um dos objetivos
possibilitar às mulheres o conhecimento de seus corpos e obter poder sobre eles,
erguendo um movimento pela saúde da mulher, desafiando o controle dos homens
sobre as mulheres. (McCANN, 2019, p.150). A terceira onda do feminismo tem início
a partir de 1980. Na mesma década, Dale Spender contribui para o movimento, tendo
em vista os estudos da linguagem na perspectiva feminista, publicando o texto Man
Made Language (Homens Fazem a Linguagem, na tradução literal), em que a autora
defende que os homens, em seu papel dominante na sociedade, criaram uma
linguagem que reforça o enfraquecimento das mulheres em relação a eles. Para
Spender, a linguagem e suas regras estão sob a manipulação masculina e refletem
seus princípios, a exemplos do “he” (na língua inglesa), como um pronome genérico,
ou “mankind” para se referir à toda raça humana.
Apesar da constante tentativa do movimento feminista de desdobrar seus
conceitos para evoluir tudo que abrange a mulher, os hábitos masculinos continuam
nas dependências físicas manifestadas pela mulher “para justificar sua crença em sua
alteridade emocional, econômica e social” (DELANEY, LUPTON, TOTH, 1988, p. 3).
9
Como colocado no início deste texto, desde o começo da ciência moderna a
menstruação foi cercada de medos e preconceito e tais concepções ainda continuam,

especialmente no século vinte e um, as mulheres continuam sofrendo os


tabus de séculos passados. Direito, medicina, religião e psicologia têm
isolado e desvalorizado a mulher que menstrua. As mulheres continuam
sendo consideradas trabalhadoras não confiáveis e seres humanos instáveis
em certo período do mês (Janice Delaney, Mary Jane Lupton, Emily Toth,
1988, p.3).

Acerca das problemáticas da menstruação no século XXI, destacamos dados


levantados pelas Nações Unidas acerca dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) - conceituados como um “um apelo global à ação para acabar com
a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos
os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade” (ONU, 2021). Apesar de não
ser citado diretamente entre os 17 ODS, o manejo da higiene menstrual (MHM) pôde
ser identificado em seis dos Objetivos. Define-se o manejo da higiene menstrual como:

utilização de material de gerenciamento menstrual limpo para absorver ou


coletar sangue menstrual, que pode ser trocado com privacidade e com a
frequência necessária durante o período menstrual, usando água e sabão
para lavar o corpo conforme necessário e com acesso a instalações seguras
e convenientes para descartar os materiais de manejo menstrual usados
(Bahia, 2021, p. 9)

A igualdade de gênero, assim como o saneamento básico, são Direitos


Humanos contemplados pela Agenda 2030 nos ODS 5 e 6, respectivamente. A
relação entre eles foi foco da 33ª Sessão da Assembleia Geral do Conselho de Direitos
Humanos das Nações Unidas, ocorrida em 2016. O relatório resultante do encontro
observa que infraestruturas inadequadas de saneamento afetam de maneira mais
intensa a vida das mulheres e meninas do que a dos homens, devido ao seu papel
protagônico nos trabalhos domésticos e de cuidados. O texto também menciona a
menstruação estigmatizada, afirmando que “o direito humano à água e saneamento
inclui o direito de todos a produtos de higiene menstrual seguros e acessíveis, que
devem ser subsidiados ou providos gratuitamente quando necessário” (OHCHR,
2020, p.10, tradução livre da autora, apud BAHIA, 2021, p.15).
Pode-se observar que, historicamente, o movimento feminista ampliou
intrumentos para a proteção e expansão dos direitos das mulheres, surgindo a
possibilidade de intervir na gestão de políticas públicas e equidade de gênero. Para

10
Jussara Prá e Léa Epping (2012), é a partir desse cenário que surge uma nova
concepção de cidadania e ampliação dos Direitos Humanos voltados à população
feminina, incluindo “os civis, políticos, sociais, culturais, além dos sexuais e
reprodutivos” (p. 33-34).
Dentre os desafios da implementação dos direitos humanos na
contemporaneidade, se incorpora o enfoque de gênero e a criação de políticas para
grupos socialmente vulneráveis:

A efetiva proteção dos direitos humanos demanda não apenas políticas


universalistas, mas também de ordem específica, endereçadas a grupos
socialmente vulneráveis, enquanto vítimas preferenciais da exclusão.
Portanto, requer a universalidade e a indivisibilidade destes direitos,
acrescidas do valor da diversidade. (...) Nesse cenário as mulheres, dentre
outras categorias vulneráveis, devem ser vistas nas especificidades e
peculiaridades de sua condição social. Ao lado do direito à igualdade, surge,
também, como direito fundamental, o direito à diferença. Na experiência
brasileira, considerando os processos de “feminização” e “etnização” da
pobreza, percebe-se que as principais vítimas de violação dos direitos
econômicos, sociais e culturais são as mulheres e as populações afro-
descendentes“ (Piovesan e Pimentel, 2002).

A partir dos princípios de direitos humanos citados acima, podemos considerar


que as lacunas sociais existentes carecem de políticas públicas para garantir a
efetivação dos Direitos Humanos, em especial os Direitos Humanos das Mulheres.
Ligamos o conceito de políticas públicas como “qualquer ação dos poderes públicos
que seja executada a fim de garantir os mais diferentes direitos de cidadãos e cidadãs,
segundo o estabelecido no ordenamento jurídico de um dado país” (Canela, 2008,
p.19). Sendo assim, com o entendimento de como os Direitos Humanos estão
atrelados a mulher e, consequentemente, à menstruação, ligamos esta ao âmbito
social, a partir do recorte de políticas públicas sociais, que se classificam em:

um conjunto de programas e ações do Estado, em geral de forma continuada


no tempo, que tem como objetivo o atendimento de necessidades e direitos
sociais fundamentais que afetam vários dos elementos que compõem as
condições básicas da vida da população, principalmente aqueles que dizem
respeito à pobreza e à desigualdade (Castro et al., 2003: 9).

Portanto, a escolha do tema se dá ao fato de que os meios de comunicação


são as fontes mais relevantes de informação para o público e, para isso, pressupõe-
se que exista a devida cobertura de políticas públicas e diversidade de informações
sobre a menstruação. A partir disso, a presente pesquisa tem como intuito abordar a

11
temática da menstruação e como esta abordagem está relacionada às políticas de
saúde pública da mulher no Brasil.
A menstruação precisa ser ressignificada pela sociedade para que haja uma
mudança eficaz, principalmente na questão da saúde da mulher no Brasil, a exemplo
de questões como
as mudanças psicossociais neste período, com destaque para a ansiedade e
depressão (RODRIGUES et al, 2011; ALENCAR GOMES et al., 2016), e o
absenteísmo escolar atrelado à menstruação (SILVA et. al., 2020, LIMA et al.,
2014). Essas faltas podem se dar por inúmeras razões, como cólicas, cefaléia
e outros mal-estares ligados ao período menstrual, bem como pela falta de
infraestrutura para o adequado manejo da higiene menstrual, incluindo
acesso a instalações seguras e convenientes para descartar materiais
usados. Há que se citar ainda o custo elevado - às vezes proibitivo - de
absorventes ou outros produtos menstruais. Estima-se que uma mulher gaste
entre R$ 3 mil e R$ 8 mil ao longo de sua vida menstrual com absorventes
(PEREIRA, 2019). De acordo com a PNAD (IBGE, 2020), a renda anual dos
5% mais pobres é de R$ 1.920. Portanto, as mulheres que se encontram
dentro desta faixa de renda precisam trabalhar até 4 anos para custear os
absorventes que usarão ao longo da vida (BAHIA, 2021, p.16)

Trazendo a hipótese da possível existência de uma diferença na abordagem do


assunto na mídia tradicional / comercial e da mídia independente, colocaremos
também em questão as considerações dos levantamentos citados acima. Visto ainda
que a temática é escassa e pouco aprofundada em ambos os espaços.

2. Mulher: visibilidade, representações sociais e direitos

Os primeiros conceitos para designar os papéis sexuais e sociais ainda hoje


hegemônicos no Ocidente aconteceram a partir da filosofia grega e do judaísmo,
através do mito da criação. Conceituando a filosofia grega sobre a mulher, Aristóteles
(1957) coloca que “a fêmea é fêmea em virtude de certa carência de qualidades”,
seguido do mito da criação, em que Eva aparece como extraída, segundo Bossuet, de
um “osso supranumerário” de Adão. Para Ana Colling (2015) Estas simbologias foram
utilizadas para atrelar papéis e posições de gênero, como também as representações
femininas. Ainda seguindo o pensamento grego na definição do homem e da mulher

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a partir de suas características físicas, Platão (427 - 347 AC) argumenta em Timeu a
respeito da “natureza feminina”:

Eis porque nos machos os órgãos genitais são naturalmente insubmissos e


autoritários, como animais surdos à voz da razão e, dominados por apetites
furiosos, querem comandar tudo. Nas mulheres também e pelas mesmas
razões, o que se chama a matriz ou útero é um animal que vive nelas com o
desejo de procriar. Quando ele fica muito tempo estéril depois do período da
puberdade, ele tem dificuldade em suportar isso, indigna-se, erra por todo o
corpo, bloqueia os canais do sopro, impede a respiração, causa um grande
incómodo e origina doenças de toda a espécie, até que, o desejo e o amor
unindo os dois sexos, eles possam colher um fruto, como numa árvore, e
semear na matriz, como num sulco(...) Tal é a origem das mulheres e de todo
o sexo feminino (1969a, p. 377-469, 41d.)

Hipócrates (460 - 377 AC), considerado pioneiro da medicina na Antiguidade,


assemelhou seus pensamentos ao de Platão, concebindo ao homem o papel de
produtor e a mulher o de reprodutora. Destacando ainda a menstruação como papel
regulador do homem:

se elas têm relação com os homens, a saúde delas é melhor, menos boa se
não têm. Com efeito, por um lado, no coito, as matrizes umidificam-se e
deixam de estar secas; ora, quando elas estão demasiado secas, contraem-
se fortemente, e esta contração forte causa dores no corpo. Por outro lado, o
coito, aquecendo e umidificando o sangue, torna o caminho mais fácil para a
menstruação; ora, se a menstruação não se dá, às mulheres tornam-se
doentias (HIPÓCRATES apud JOAQUIM; TERESA. 1997. p. 83).

A relação com o sagrado teve grande influência ao transpor os pensamentos


da Antiguidade para concepção de imagem da mulher ao longo da história, colocando
sempre a questão da superioridade masculina. São Tomás de Aquino condiciona as
mulheres como sujeitas à tutela de alguém, sendo estes primeiramente o pai e,
posteriormente, o marido. A partir disso, os preceitos do casamento definem a imagem
“perfeita” da mulher pura, sucumbindo-a à maternidade e criando, assim, o ideal de
mulher (Colling, 2015). Esta condição da mulher em relação ao homem remete às
ideias de patriarcado que, segundo Neuma Aguiar, definem-se na falta de instituições
políticas em que:

o patriarca é soberano em suas decisões constituindo a autoridade máxima


em assuntos econômicos, jurídicos e políticos sobre seus comandados. [..] A
autoridade do chefe é ilimitada, com poder de vida e morte, de
reconhecimento ou exclusão econômica, e de arbítrio sobre os destinos de
seus comandados (AGUIAR apud FLEURY-TEIXEIRA; MENEGHEL, 2015,
p. 270).

13
Nas ideias do patriarcado em que o homem atribui à mulher o papel da
reprodução, Aristóteles concebe o feto como o encontro do esperma com a
menstruação, sendo o homem o princípio de força e vida. Essa teoria consolidou-se
da Idade Média até a Idade Moderna. Com a influência aristotélica, Hegel avalia os
sexos como passivo e ativo, atribuindo à mulher a passividade. “O homem é assim,
em consequência dessa diferenciação, o princípio ativo, enquanto a mulher é o
princípio passivo porque permanece dentro da sua unidade não desenvolvida”
(Filosofia da Natureza, 3ª parte, p.369). Como bem cita Simone de Beavouir (1980)
em O Segundo Sexo, as mulheres estão sempre seguindo interpretações masculinas
do saber: “O Homem é o sujeito, o Absoluto; ela é o Outro”.
Podemos então iniciar a história da construção social da participação feminina
a partir das teorias feministas, ao procurar reafirmar a mulher socialmente, adotando
a expressão do feminismo como movimento político-social em 1789, na França. Tendo
como primeiro marco histórico o processo da Revolução Francesa, Gurgel afirma que:

Além da reivindicação pelos direitos políticos, existe registro da luta das


mulheres pelo direito ao alistamento na carreira militar e acesso às armas, na
defesa da revolução. Direito até então restrito aos homens, apesar da
presença massiva das mulheres nas ruas em levantes populares contra o
poder Real e da Igreja na organização da sociabilidade à época. Desta forma,
além de lutarem pela consolidação do poder popular em contraponto ao poder
burguês, as mulheres iniciaram uma batalha histórica em torno do direito de
participar ativamente da vida pública, no campo do trabalho, da educação e
da representatividade política (GURGEL, 2010, p.1)

Dessa forma, além de lutarem pela consolidação do poder popular em


contraponto ao poder burguês, as mulheres iniciaram uma batalha histórica em torno
do direito à participação ativa na vida pública, no campo do trabalho, da educação e
da representatividade política.
Com o início da industrialização e do capitalismo presente na sociedade,
provocações econômicas, políticas e sociais reverberaram positivamente na vida das
mulheres. Apesar disso, elas continuavam excluídas dos direitos civis e políticos.
Nesse contexto de exclusão surge a luta do movimento de mulheres sufragistas, as
quais defendiam que o sufrágio universal possibilitaria o acesso das mulheres ao
parlamento e assim conseguiriam mudanças nas constituições. Os problemas sociais
do século XIX aprofundaram o caráter da opressão às mulheres. Ao decorrer do

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século XX, após o movimento das sufragistas (concebido como primeiro movimento),
as mulheres desenvolveram mais três respectivas ondas de feminismo.
A segunda onda permeou entre os anos 1960 e 1970, reunindo mulheres
intelectuais, anarquistas e líderes operárias que defendiam o direito à educação
(educação igualitária), à sexualidade e ao divórcio. A questão de gênero também é
colocada em pauta através do cientista Robert Stoller - compreendendo o gênero
como uma construção social a partir da diferença sexual entre homens e mulheres.
Novas ideias contra a opressão feminina eclodem na segunda onda:

No ano de 1963, Betty Friedan lança a mística feminina, no qual retoma as


ideias de Beauvoir e delata a opressão contra a mulher na sociedade
industrial. É a partir dessas novas ideias que o feminismo se expande pelo
mundo e inicia-se um período de movimentos sociais feministas. O
tradicionalismo sobre a mulher perde suas forças e o novo pensamento
feminino começa a ganhar a adesão das pessoas. Assim é que, em 1975, é
declarado o Ano Internacional da Mulher pela ONU (ALVES; ALVES; 2013).

A falta de representação social feminina resultou historicamente em uma


imagem negativa da mulher. No Brasil, através de análises historiográficas sobre a
temática feminina, verificou-se que num período entre o século XIX até o século XX
as mulheres eram representadas como: ama-de-leite, operária, prostituta, militante,
solteirona, entre outros (LEITE, Miriam L. Moreira - A condição Feminina no Rio de
Janeiro, 1984), construindo uma consciência-identidade feminina de “diferença” na
sociedade.

No início do século XX, a representação simbólica da mulher se destinava à


esposa-mãe-dona de casa, enquanto os médicos-higienistas, autoridades públicas e
setores da burguesia se preocupavam em formar uma nova figura do trabalhador e de
sua família, integrando-os no universo de valores burgueses. (CUNHA, 2000).
Margareth Rago (1985) percebe a elaboração de um novo modelo de feminilidade:

À mulher cabia, agora, atentar para os ínfimos detalhes da vida cotidiana de


cada um dos membros da família, vigiar seus horários, estar a par de todos
os pequenos fatos do dia-a-dia, prevenir a emergência de qualquer sinal de
doença ou de desvio. Por outro lado, ainda na ótica de Rago, o movimento
operário, liderado por homens, atua no sentido de fortalecer a intenção
disciplinadora de deslocamento da mulher da esfera pública do trabalho e da
vida social para o espaço privado do lar, obstaculizando sua participação nas
entidades de classe, nos sindicatos e no próprio espaço de produção,
reproduzindo, desta forma, a exigência burguesa de um novo ideal feminino

15
para a mulher, consagrado ao lar e à maternidade (Apud CUNHA, 2000,
p.146).

A exploração da mulher enquanto classe foi concebida como “dupla” a partir do


momento em que a mesma se colocava como trabalhadora fora e dentro de casa
(“dona de casa”), sendo o último um trabalho não-assalariado. Deste modo, a
opressão da mulher está ligada ao funcionamento de sistemas que se interligam: o
capitalismo e o patriarcalismo (PENA, 1981, apud Cunha, 2000).
O conceito de remuneração do trabalho doméstico foi levantado pela primeira
vez na Itália, em 1972, ganhando a atenção midiática e se transformando na
campanha internacional Wages for Housework (Remuneração para o Trabalho
Doméstico), tendo como uma das líderes do movimento Silvia Federici. A ativista
expressa que o trabalho doméstico é um trabalho oculto precioso para o mercado
capitalista, tendo em vista que são as mulheres que constituem a força de trabalho:

O trabalho doméstico é muito mais que limpar a casa. É servir aos


assalariados física, emocional e sexualmente, preparando-os para o trabalho
dia após dia. É cuidar das nossas crianças - os trabalhadores do futuro -,
amparando-as desde o nascimento e ao longo da vida escolar, garantindo
que o seu desempenho esteja de acordo com o que é esperado do
capitalismo. Isso significa que, por trás de toda fábrica, de toda escola, de
todo escritório, de toda mina, há o trabalho oculto de milhões de mulheres
que consomem sua vida e sua força em prol da produção de força de trabalho
que move essas fábricas, escolas, escritórios ou minas” ([cc] FEDERICI,
2019, p. 68).

Considerando ainda a luta pelos direitos da mulher, o processo da legalização


do aborto foi parte vital do Movimento de Libertação das Mulheres (WLM) e continua
como uma questão central do movimento feminista, visto que mais de sessenta países
ao redor do mundo ainda consideram o aborto como ato ilegal, incluindo o Brasil. Em
muitos casos, o motivo da absolvição se dá pelo sofrimento da mulher em sofrer abuso
sexual, gerando uma gravidez sem consentimento. O estupro, também cometido
dentro do casamento, faz parte da violência doméstica - que até os anos 1970 pouco
era discutida publicamente.
Apesar da grande importância dos direitos trabalhados pelas feministas citados
acima, existe a problemática de que grande parte deste material acadêmico foi escrito
por mulheres brancas, de classe média ou alta. Ainda segundo McAnn (2019):
Por mais que as mulheres negras sempre tenham feito parte dos movimentos
feministas, suas questões específicas, as das mulheres pobres e da classe

16
trabalhadora, foram muitas vezes ignoradas dentro da corrente principal do
feminismo. Dos anos 1970 até os anos 1980, feministas negras, pobres e da
classe trabalhadora, e feministas na intercessão desses dois grupos,
começaram a chamar a atenção para o racismo e o preconceito que minavam
a ‘irmandade’ do feminismo” (et al, p.202)

Na década de 1980, marcos históricos como o final da Guerra Fria e a queda


do muro de Berlim, além da globalização, trazem mudanças de pensamentos e
paradigmas, levando à tona as diferenças das mulheres, gerando então o pensamento
interseccional, marca da terceira onda feminista. Questões sociais, étnicas, sexuais e
construções de gênero também foram unidas nas questões de classe e gênero do
movimento, abrindo espaço para novas teorias feministas. Em 1989, Kimberlé
Crenshaw publicou um artigo sobre a interseção de raça, gênero e classe, colocando
pela primeira vez o termo “interseccionalidade” a partir de uma ótica feminista negra.
O artigo de Crenshaw foi uma das influências para a terceira onda do feminismo, como
também os questionamentos de Judith Butler, indagando as diferenças sexuais como
uma construção através do gênero. Diferente da segunda onda, Butler (1988) propõe
uma nova definição de gênero, afirmando que “o gênero é uma repetição estilizada de
performances”. A escritora acrescenta ainda que a história é feita para justificar as
diferenças, e não contestá-las.
Com o fim da União Soviética, a queda do muro de Berlim e as ditaduras na
América Latina, a década de 1990 construiu marcos (positivos e negativos) para a
sociedade, dentre eles a revolução tecnológica e midiática que permitiu a expansão
das construções feministas para uma quarta onda - que reflete a visibilidade das
mulheres na contemporaneidade. Assim, esta onda é colocada como um feminismo
digital, gerando um grande impacto, crescimento, visibilidade e estrutura dos
movimentos sociais:

Feministas da quarta onda se basearam nas percepções interseccionais e de


positividade sexual da terceira onda, usando-as como princípios
fundamentais de sua filosofia e prática política. Formada em grande parte
pelas Millennials e pela ‘Geração Z’ (nascidos entre os anos 1990 e 2000), a
quarta onda de feministas cresceu em culturas e famílias em que se aprendeu
sobre igualdade de gênero com mulheres que foram beneficiadas pela
segunda e terceira ondas do feminismo. Quando descobrem, então, que as
relações de gênero são desiguais, as feministas da quarta onda se chocam
por ainda precisarem lutar por justiça” (McANN et al, 2019).

17
O feminismo digital também despertou a discussão pública a respeito da
menstruação, gerando oportunidade para a ação e ativismo, como foi o caso da
maratonista Kiran Gandhi, que menstruou enquanto percorria a Maratona de Londres
e decidiu finalizar o trajeto sem protetores menstruais. A ação de Gandhi repercutiu
na mídia, Casa Branca, e nas Nações Unidas, emblemizando o “Ano da Menstruação”,
em 2015. A ativista pontua ainda sobre a necessidade da mulher de construir a
narrativa de seu próprio corpo, acrescentando que “falar sobre um problema é a única
maneira de combater seu silêncio, e o diálogo é a única maneira de soluções
inovadoras ocorrerem” (apud MCANN, 2019).

2.1 O papel social da mulher na história recente

Respaldando as análises historiográficas, a condição feminina ao longo dos


séculos XIX e XX relaciona-se diretamente aos efeitos do capitalismo quanto à
exploração sobre as mulheres, tendo em vista a apropriação do capital sobre a força
de trabalho. Karl Marx, citado por Vanessa Simon (2006), enfatiza que todos os
membros da família foram colocados sob domínio do capital a partir da substituição
de trabalho e trabalhadores por máquinas, transformando e aumentando o número de
assalariados.
Com a Revolução Industrial (1760 - 1840) e o início do século XIX, as mulheres
se colocavam na sociedade com uma diferente posição social: trabalhadoras
produtivas. Porém, com o ingresso de todos os membros da família no mercado de
trabalho, a mulher se encontra sobrecarregada, unindo um movimento de mulheres
contra a luta pela redução da jornada de trabalho e condições de vida. Os critérios
para adentrar no mercado incluiam a condição do sexo, menosprezando o trabalho
feminino, levando mulheres a ocupar cargos e funções inferiores aos homens.
Consequentemente, os salários também eram mais baixos, criando dificuldades para
esse grupo social - associados às condições políticas e econômicas dentro do papel
de classe, como também pelo contexto familiar de mãe, filha ou esposa:

Num estudo sobre as burguesas do Norte da França no século XIX, Bonnie


Smith analisa como, excluídas após 1860 da gestão dos assuntos a que
estavam, até então, associadas, estas mulheres tiveram que modificar
profundamente seu papel na sociedade (SMITH, 1981). Torna-se necessário,
desde então, que administrem toda a casa, composta de numerosa família e
18
de criadagem. Em consequência, constroem uma nova representação de si
mesmas, em particular, no mundo romanesco que domina seu círculo social.
Elas são igualmente levadas a fundar seus próprios valores, sempre em
oposição à ideologia masculina da época: assim (SÉGALEN, 1980) pregam,
por exemplo, a fé contra a razão, a caridade contra o capitalismo, o
matriarcado doméstico contra a gestão econômica, a alta consciência moral
contra o dinheiro ( EdUFF, 2000, p.10)

Os estereótipos definidos aos valores relacionados à natureza feminina


colocavam as mulheres como frágeis, recatadas e sob:
o predomínio das faculdades afetivas sobre as intelectuais: a vocação
maternal. Já ao homem era atribuída a força física, natureza autoritária,
empreendedora, racional, sexualidade sem freios. Tal pensamento justificava
que se esperasse das representantes do sexo feminino atitudes de
submissão e um comportamento que não maculasse sua honra. Sendo
assim, existia uma forte repressão àquelas cujo comportamento fugisse às
normas próprias da “natureza feminina”, ou seja, que não seguisse as regras
estabelecidas e na maioria das vezes, a violência estava presente’
(MOREIRA, 2005, p.32).

A mulher de classe alta no século XIX exercia funções de aparências para


torná-las favoráveis ao marido na conquista de êxitos - mesmo sendo esta concessão
de participar de grandes eventos uma conquista, a mulher continuava exercendo a
função de administradora do lar e procriadora. As últimas décadas deste século
apontaram para a necessidade da educação da mulher, vinculando-a à modernização
da sociedade. A educação oferecida, contudo, apenas reivindicava beleza e atração,
sendo atrelados conhecimentos de cuidados com o lar: maternidade, aulas de piano,
canto e dança.
Assim, com a expansão capitalista, as conexões socialistas ganham destaque
com os teóricos Friedrich Engels e Karl Marx no final do século XIX. Os pensamentos
de Engels e Marx liam a sociedade a partir das condições de exploração - no sentido
de dominação de uma classe (dominante) sobre a outra, e a opressão, no quesito de
utilização das diferenças de gênero, sexo e raça para subordinar um grupo social.
Em A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Engels
compreende que a opressão tem uma origem histórica, correlacionando com a tríade
da Família, Propriedade e Estado. Nesse sentido, levanta:

O homem também assumiu o comando da casa; a mulher foi degradada e


reduzida à servidão; tornou-se escrava de sua luxúria e um mero instrumento
para a produção de filhos... Para garantir a fidelidade de sua esposa e,
portanto, a paternidade de seus filhos é incondicionalmente entregue ao
poder do marido; se ele a mata, está apenas exercendo seus direitos (apud
SMITH, 2015).

19
Apesar de ressaltarem a exploração injusta e sugerir alternativas socialistas ao
capitalismo, o papel das mulheres não ocupava um lugar central nos textos de Marx
e Engels. Com a chegada na Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918), o
empoderamento feminino a partir das óticas socialistas foram empregadas por Rosa
Luxemburgo e Clara Zetkin, na Alemanha, e Alexandra Kollontai, na Rússia. As líderes
do movimento comunista internacional rejeitavam a ideia de que as mulheres não
pertenciam à liderança socialista pelo seu gênero, lutando assim pela visibilidade do
direito das mulheres na luta pela emancipação dos trabalhadores.
No final do século XIX e início do século XX o movimento feminista apostou no
movimento global pelo sufrágio (luta por direitos iguais) e pelo controle de natalidade,
cujo termo foi concebido pela primeira vez em 1914 pela ativista Margaret Sanger e
que, em sua visão, “nehuma mulher pode se dizer livre se não é dona do seu próprio
corpo, se não tem controle sobre ele” (apud McANN, 2019, p.101).

2.2 O avanço de direitos femininos no último século

Desde o século XIX as mulheres têm conquistado seu espaço e


consequentemente o avanço de seus direitos. Em 1827 foi promulgada a Lei Geral,
permitindo o acesso de meninas nas escolas - para além do ensino primário. Em 1852,
o primeiro jornal editado e direcionado para mulheres foi criado no Brasil: O Jornal das
Senhoras. Em mais uma conquista no âmbito educacional, a entrada de mulheres nas
universidades é concebida em 1879, garantindo a elas o acesso ao ensino superior.
No final do século XIX, o Movimento Sufragista alcança a Nova Zelândia, tornando o
país como primeiro a conceber o voto feminino.
No início do século XX, o Ato das Causas Matrimoniais torna iguais as bases
do divórcio para mulheres e homens pela primeira vez, em 1923, na Grã-Bretanha.
Nove anos depois, o sufrágio feminino alcançou o Brasil, sendo concebido pelo
primeiro Código Eleitoral brasileiro. Ao longo dos debates e exigências pelos direitos
20
das mulheres (espelhados especialmente pela revolução francesa), a fundação da
Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu internacionalmente, em 1945, a
igualdade entre homens e mulheres. Em 1960, a pílula anticoncepcional é
amplamente disponibilizada nos Estados Unidos, gerando uma revolução reprodutiva
mundialmente e concebendo assim, mais autonomia para as mulheres. Dois anos
após, é promulgada a Lei de nº 4.212/1962, permitindo à mulher o direito de ir trabalhar
sem a permissão do marido. Além disso, elas teriam acesso à herança e chance de
pedir a guarda dos filhos - em caso de separação.
Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) elegeu o dia 8 de março
como Dia Internacional da Luta pelos Direitos das Mulheres como reconhecimento e
celebração das mulheres na construção de uma sociedade mais igualitária. Dois anos
após este reconhecimento, o Brasil promulga a Lei de nº 6.515/1977, legalizando o
divórcio no Brasil. Em 1985 é criada a primeira Delegacia de Defesa da Mulher (DDM),
em São Paulo, especializada no atendimento à mulher, ressaltando a preocupação da
violência contra a mulher no país. Em 1988, com a popularização do feminismo negro
no Brasil, acontece o primeiro encontro nacional de mulheres negras no país,
promovendo o debate acerca desta vertente feminista. No início do século XXI, em
2006, é sancionada a Lei de nº 11.640/2002, promovida ao combate da violência
contra a mulher, nomeada de Lei Maria da Penha como homenagem à mulher que
lutou por cerca de vinte anos para que seu marido fosse preso após duas tentativas
de homicídio.
Em 2015, a Constituição Federal sancionou a Lei de nº 13.104, reconhecendo
o feminicídio como um crime de homicídio. Em 2017 o movimento #MeToo utiliza das
mídias sociais para debater acerca do assédio sexual no mundo inteiro. Um ano após
é criada a Lei de nº 13.718/2018, considerando o assédio sexual como crime no Brasil.
O avanço em direitos, no entanto, não soluciona toda a problemática do campo
simbólico. A existência humana perpassa por uma série de necessidades a serem
respondidas e, para isso, o ser humano precisa questionar-se. A necessidade de
compreensão do comportamento resultou na teoria psicológica das Representações
Sociais de Serge Moscovici (1978), com enfoque no sujeito/objeto e
indivíduo/sociedade, no qual o sociólogo questiona a socialização da psicanálise e
também uma forma sociológica de Psicologia social (Farr, 2009) .

21
Para Moscovici (1985), o dualismo entre o mundo individual e o mundo social
provocava repulsa, uma vez que sua intenção era desenvolver uma
psicossociologia do conhecimento que levasse em consideração tanto os
elementos individuais quanto os fatos sociais, sendo essencial, segundo Sá,
a influência dos contextos sociais não somente nos comportamentos
individuais mas também na construção das próprias realidades sociais.
Durkheim (1895 como citado em Jodelet, 2001) foi o primeiro a identificar e a
estudar os objetos e os elementos das representações sociais como
produções mentais, extraídos de um estudo sobre a ideação coletiva.
Contudo, a perspectiva durkheimiana despreza qualquer explicação
psicológica para os fatos sociais (Sá, 1995, apud ROCHA, 2014, p. 52).

A teoria das representações sociais busca entender fenômenos que são


simultaneamente psicológicos e sociais, como as comunicações de massa, as
influências sociais e os conhecimentos socialmente elaborados e compartilhados
(MOSCOVICI, 2012). Nesse sentido, para Lewin (1984), a realidade é, para a pessoa,
em grande parte, determinada por aquilo que é socialmente aceito como realidade.
Fenômenos psicológicos e sociais estão atrelados à teoria das representações
sociais e, segundo Moscovici (2007), esta é colocada principalmente quando um grupo
(ou suas imagens) passa por um período de crises ou mudanças. É então nesta fase
que os indivíduos colocam-se numa posição mais transparente, se tornam mais
comunicativos, espontâneos e com uma memória coletiva vívida, procurando entender
os pensamentos e comportamentos fora da sua relação comum. Porém, este aspecto
cria tensões entre o mundo público e privado, gerando uma ruptura entre a linguagem
dos conceitos e das representações, conhecimento científico e popular.
Para Silvana Costa (2015), as representações sociais vão além da atribuição
de seu significado:

nos ‘guiam no modo de nomear e definir conjuntamente os diferentes


aspectos da realidade diária, no modo de interpretar esses aspectos, tomar
decisões e, eventualmente, posicionar-se frente a eles’ (JODELET, 2001, p.
17). Também podem atuar com uma função identitária, protegendo um grupo
ou transformando-o radicalmente; processo este que, por sua vez, demanda
tempo (p. 42).

A teoria das representações sociais se encontra com os estudos de gênero


(ligados às ciências sociais) e, ainda segundo Angela Arruda (2000), pela crise dos
estudos da psicologia, principalmente no que se refere a mulher dentro dos estudos
na América Latina:

22
Tal interesse parece se dar em nosso continente buscando compreender a
mulher como objeto da dominação patriarcal, o processo de reprodução
desta, mas também a sua constituição como sujeito e as múltiplas identidades
que o ser mulher comporta, nos estudos sobre identidade que proliferaram a
partir dos anos 80. Vemos então preparar-se, também na psicologia, o que
seria a onda seguinte da produção feminista, advinda do fim do sujeito.
Contudo, é forçoso reconhecer que a entrada da categoria de gênero na
psicologia social, embora tenha provocado mudanças de enfoque e de
direção da pesquisa, não encontrou ainda uma sistematização como a que
se vê em outras partes do mundo, e por vezes parece não ter atingido o
protagonismo que alcançou em outras ciências sociais (p.114).

O interesse pelo simbólico leva Moscovici a considerar as representações


sociais como de cunho psicológico. Assim como o simbólico também cresce nas
ciências sociais e acrescenta a categoria de gênero, tornando dois pontos comuns
das teorias feministas e das representações sociais, como também pode-se abordar
no campo epistemológico.
Os eixos epistemológicos feministas (considerando as vertentes do feminismo)
atribuem-se basicamente na ruptura radical entre a noção biológica de sexo e gênero
e a colocação do gênero como construção social, onde o simbólico engloba o fator
cultura, social e econômico em contraposição ao biológico (ARRUDA, 2000). Já no
campo da teoria das representações sociais consolida na busca de Moscovici em
remodelar o conceito de Durkheim da teoria, introduzindo que:
A ideia de que crenças são racionais, e são racionais porque são coletivas. O
que Moscovici descarta no conceito é seu caráter estático e a generalização
a que ele induz, a qual tende a obnubilar as diferenças em prol das
semelhanças, a ponto de tornar o indivíduo um ponto cego na construção do
conhecimento. Moscovici aceita então a encomenda que Durkheim fizera à
psicologia social e vai se dedicar ao estudo da transformação das idéias - das
teorias científicas, em particular - ao circularem na sociedade (Arruda, 2000,
p.125).

A epistemologia feminista, ao proclamar a experiência das mulheres como


característica de uma cultura específica propõe para a agenda feminista uma
antropologia da cultura moderna, como Moscovici com as representações sociais. As
representações sociais se fazem presentes na abordagem de várias teóricas
feministas, uma vez que o simbólico é parte da construção da subjetividade e dos
gêneros (Maria Banchs, 1998; L. Scavone, 1996). Podemos colocar em prática alguns
exemplos citados no capítulo anterior, como a luta das sufragistas, a conquista dos
métodos contraceptivos e o controle de natalidade, como também a luta pela
conquista do aborto legal, que permea até os dias atuais.

23
24
3. Aspectos fisiológicos e sociais da menstruação

As problemáticas acerca da menstruação podem estar relacionadas a partir da


etimologia da palavra, ligada ao termo do latim mensis (mês), que também está
atrelada ao grego mene (lua). Ainda, existem culturas que conectam esses
significados, como a palavra ritual, do Sanskrit r’tu, que traduz-se como menstrual; e
a palavra taboo vem do polinésio tapua, cujo significado é sagrado e, literalmente,
menstruação. Judy Grahn atribui outros significados em Blood, Bread and Roses: How
Menstruation Created the World:
“sagrado e tabu também significam proibido, válido, maravilhoso, mágico,
terrível, assustador e lei imutável.” Ela aponta que na cultura europeia a
palavra utilizada é regulação, e não tabu, que estão ligadas a menstruação.
Em alemão, a palavra que se refere a menstruação é regel (regular) e em
Francês, règle (regra). No espanhol, las reglas significam regra e régia, mas
também significação, literalmente, menstruação (apud WOLF, 2017, p. 8-9).

Desde sua descoberta, o processo menstrual tem causado impacto para os


seres humanos (em aspectos positivos e negativos). Na era primitiva, a reação dos
homens primitivos foi transformar o útero em uma deusa para reduzir a ameaça ligada
ao sangramento da mulher.
A história dos aspectos fisiológicos e sociais da menstruação podem se dar
como iniciados no século XVII, quando Regnier de Graaf descobriu e descreveu o
folículo ovariano (1673). Ainda no mesmo século, o médico concordou com a
afirmação de Aristóteles de que o útero é a parte mais fraca da mulher e por isso
ocorre a saída dos fluidos menstruais. “O sangue menstrual escapa pelas partes mais
frágeis do corpo, da mesma forma que o vinho ou a cerveja em fermentação escapa
pelas partes defeituosas do barril.” (Fluhmann, Menstrual Disorders: Pathology,
Diagnosis and Treatment, pp.19-20.) Este, então, era o conceito de menstruação
como fermento - ou útero como barril defeituoso (Apud Delaney, 1988).
Em 1882, William Stephenson descreve em sua teoria (Onda de Stephenson)
que a menstruação está ligada à temperatura corporal e consequentemente em uma
“onda de energia vital”, interferindo na quantidade de urina diária e na pulsação do
corpo. “Quando o excesso de material nutritivo e energia vital não são usados na
reprodução, eles são usados na menstruação” (William Stephenson, (1882): 287-294,
apud Delaney, 1988).

25
O processo da menstruação se inicia com a ativação da mesma pela glândula
pituitária (localizada na base do cérebro). Esta glândula, além de liberar um hormônio
folículo-estimulante, também está relacionada à produção de estrogênio e
progesterona ao longo do ciclo e, ainda, à estimulação dos ovários para a liberação
dos óvulos.

A cada mês, o ovário esquerdo ou direito produz um óvulo maduro, que


irrompe de seu saco, o folículo de Graaf. A jornada do óvulo pela trompa de
Falópio até o útero é chamada de ovulação. Conforme o óvulo desce pelo
tubo, ele pode se encontrar com o esperma, se unir e formar um embrião.
Esse embrião vai então se alojar no endométrio, o revestimento do útero (...).
Durante os estágios iniciais de seu desenvolvimento, o ovo aninhado se
alimenta do endométrio, que se tornou espesso e fofo, cheio de fluidos
aquosos e sangue. O colo do útero será selado; nenhuma menstruação
ocorre durante a gravidez, nem por um período de três a seis meses depois.
A amamentação pode impedir o retorno da menstruação por um período
ainda mais longo, mas se o óvulo desce pelo tubo sem ser atingido por um
espermatozóide fertilizante, o endométrio enriquecido não é necessário para
a alimentação. O hormônio estrogênio, que sustentava o revestimento, logo
para de funcionar. A progesterona assume o controle, estimula a contração
do útero e ajuda o forro aveludado a sair pela vagina como “sangue”
menstrual (DELANEY, 1988, p.69).

A partir disso, podemos analisar que os fluidos menstruais são compostos de


muco, fragmentos da membrana uterina e tecidos celulares da vagina (Delaney,
1988). Hoje, o ciclo menstrual pode ser compreendido em três fases principais: a fase
folicular, a fase ovulatória e a fase lútea. A primeira ocorre no primeiro dia do
sangramento menstrual, possuindo sintomas como cólicas menstruais, enxaqueca,
fadiga, entre outros. Esta possui um período de catorze dias, finalizando-a com o
aumento do hormônio luteinizante (LH) e dando início à fase de ovulação.
A fase ovulatória é curta, com duração aproximada de 16 a 32 horas, sendo
encerrada com a liberação do óvulo. Depois da ovulação, se dá início à última fase do
ciclo: a fase lútea. Esta acontece quando o “folículo rompido forma um tecido chamado
de corpo lúteo, que além de estrogênio, produz maior quantidade de progesterona”
(Ribeiro, 2017). É no final desta fase que aparecem as tensões pré-menstruais (TPM).
Os sinais (inchaço nas mamas e abdômen, dores de cabeça, ansiedade, irritabilidade,
entre outros) duram até o quarto dia da menstruação (fase folicular). No decorrer do
processo de desenvolvimento do corpo feminino, as mudanças físicas e psicossociais
acontecem em várias fases. No que tange o período menstrual, podemos dividi-lo em
duas fases principais: a menarca e a menopausa.

26
Para Barbosa (et al., 2006), a puberdade é conceituada como um processo
fisiológico de maturação hormonal, tornando o organismo apto para a reprodução. É
nessa fase, entre os dez e catorze anos que ocorre a primeira menstruação - a qual
recebe o nome de menarca. Essa fase é celebrada em muitas culturas com uma
espécie de ritual que transforma a menina em uma suposta mulher. “Indígenas do
Brasil, Nova Guiné Britânica (Papua) e Bolívia balançavam suas menarcas na rede
como um ritual de passagem” (Hutton Webster, 1942 ,p.82,130, apud Delaney, 1988,
p. Pág.29).
O fim do ciclo menstrual é marcado pelo episódio da menopausa, quando os
ovários param de funcionar - o termo climatério, o qual refere-se aos anos antes e
depois da cessação do sangramento, abrange todos os sintomas físicos e emocionais,
sendo também utilizado para substituir o termo menopausa.
No início do século XX, os produtos de higiene menstrual começaram a ser
comercializados e, então, a menstruação tornou-se pública. A história dos
absorventes é marcada inicialmente pela produção e comercialização da empresa
Johnson & Johnson em 1896. Alguns anos depois, durante a Primeira Guerra, a
iniciativa de enfermeiras ao perceber que ítens utilizados como curativos em soldados
poderiam absorver melhor o sangue ao invés do algodão se tornou inspiração para os
absorventes descartáveis da marca Kotex, da Kimberly-Clark. A partir da década de
1920, os produtos e mensagens sobre a menstruação foram lançados em campanhas
de marketing. Apesar da suposta facilidade para as mulheres adquirirem produtos de
higiene menstrual de segurança, havia a vergonha e o constrangimento explícito pela
menstruação. Um anúncio do Ladies Home Journal (1928) colocou:

Para que Modess possa ser obtido em uma loja lotada sem constrangimento
ou discussão, a Johnson & Johnson criou o cupom de compra silencioso
presente abaixo. Simplesmente recorte e entregue ao vendedor. Você
receberá uma caixa de Modess. Alguma coisa poderia ser mais fácil? (Lynn,
2015, apud Wolf, 2017, Pág.14)

Com alguns avanços dos produtos e também na propaganda deles no início do


século XX, a empresa Procter & Gamble lança (e também patenteia) em 1931 os
absorventes internos feitos de “algodão comprimido, com aplicadores de papelão e
fios de remoção”. Porém, a proteção interna não foi uma ideia nova: “ao longo dos
séculos, mulheres em todo o mundo criaram absorventes internos a partir de uma

27
ampla variedade de materiais, incluindo fiapos, linho, algodão, papel, lã, plantas,
grama ou essencialmente qualquer coisa absorvente”. Mas com a entrada das
mulheres no mercado de trabalho, a praticidade e a necessidade produtos de higiene
menstrual confiáveis passaram a circular no mercado (WOLF, 2017).

Os tampões e absorventes orgânicos e sem toxinas ocuparam um pequeno,


mas crescente canto do mercado de massa desde que foram introduzidos
pela empresa britânica Natracare em 1989. E um punhado de produtos
alternativos teve um número limitado de seguidores, embora ferozmente
leais. Com pouco alarido público, os copos menstruais entraram e saíram do
mercado a cada década, aproximadamente, desde os anos 1930. Em uma
escala menor, então tenha outras opções reutilizáveis, como almofadas de
pano laváveis. (Wolf, 2017, P.158-159)

Em 1980, 813 casos de infecções bacterianas foram relacionadas ao uso de


tampões, ocasionando a morte de trinta e oito mulheres (naquele período) e, também,
a principal manchete menstrual da década. Com o aumento dos relatos, a mídia
decidiu ampliar a cobertura do caso. Wolf (2017) ressalta que o New York Times
publicou a palavra tampão 255 vezes entre 1850 e 2000, quando mais da metade das
menções estavam relacionadas aos casos de choque tóxico, entre 1980 e 1989. Em
1997, a congressista Carolyn Maloney exigiu fundos para pesquisas sobre os riscos
potenciais apresentados por fibras sintéticas e produtos químicos em absorventes
internos, bem como para exigir mais transparência nos resultados dos testes, através
de uma legislação federal que, depois de diversas reintroduções não foi aprovada.

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3.1. Menstruar é um ato político

O ano de 2015 se tornou emblematicamente o “Ano da Menstruação”. Alguns


protestos contribuíram para definir o movimento. O primeiro pode ser definido como
um golpe público na plataforma do Instagram, quando a artista Rupi Kaur postou uma
foto relacionada a uma série intitulada menstruação - criado para um curso na
Universidade de Waterloo, Estados Unidos. A imagem consistia em um autorretrato
da artista, deitada em uma cama, captando as dores menstruais e realçando o
vazamento de sangue menstrual nos lençóis. O Instagram removeu as fotos alegando
que violavam as “diretrizes da comunidade” (as quais proíbem imagens de atos
sexuais, violência e nudez). Em resposta, Kaur postou em suas contas no Facebook
e Tumblr, “Obrigado, Instagram, por me fornecer a resposta exata que meu trabalho
foi criado para criticar.” Em sequência, publicou:“O patriarcado deles está vazando.
Sua misoginia está vazando. Não seremos censurados”. A reação do público quanto
a censura da plataforma gerou engajamento, forçando o Instagram a restabelecer a
imagem e publicar um pedido de desculpas.
Em abril do mesmo ano, a maratonista Kiran Gandhi percorreu a Maratona de
Londres menstruada - sem protetores menstruais. A atleta relata que o uso dos
absorventes causa um atrito prejudicial para a prática do esporte, e que se machucar
não era uma opção.
Para mim, fazia muito mais sentido fazer a corrida sem nenhum objeto
estranho em meu corpo. Para apenas correr. Embora eu tivesse a liberdade
de rejeitar minha própria vergonha naquele dia, milhões de pessoas que
menstruam em todo o mundo não o fazem por causa do estigma ainda
associado às menstruações. Corri para dizer esse estigma - ele existe - e nós
o superamos todos os dias. (Kiran Gandhi apud Wolf, 2017,p. 95)

O ato de Gandhi ajudou a incentivar a discussão pública sobre saúde


menstrual, conforto e acesso: “As mulheres devem possuir a narrativa de nossos
próprios corpos. Falar sobre um problema é a única maneira de combater seu silêncio,
e o diálogo é a única maneira de soluções inovadoras ocorrerem. ” (Idem, Pág.98)
Sem produtos menstruais, as pessoas estão sujeitas a infecções, humilhação,
e uma higiene potencialmente comprometida. A falta de uma classificação consistente
de “necessidades médicas” nos Estados Unidos resulta em uma inconsistência
burocrática. Enquanto os medicamentos prescritos, como insulina e viagra são em
grande parte isentos de impostos, tanto quanto xampu para caspa e protetor labial sob

29
essa classificação, ítens que parecem comparáveis aos suprimentos menstruais e que
também podem ser considerados necessidades básicas são constantemente
tributados - papel higiênico, sabonete, curativos e, inclusive, produtos menstruais.
Arrecadando cerca de 120 milhões de dólares sobre imposto de vendas por ano
(WOLF, 2017).
Uma das maiores dificuldades relacionadas à menstruação no mundo inteiro é
a pobreza menstrual. O termo constitui-se pela falta de acesso da população a
produtos menstruais, a informação sobre menstruação e a infraestrutura adequada
para o manejo da higiene menstrual.

Em todo o mundo, em um determinado dia, mais de oitocentos milhões de


pessoas estão menstruadas. E pelo menos quinhentos milhões deles
carecem de recursos adequados - incluindo suprimentos, educação e
instalações - para administrar seus períodos.” (UNICEF, 2015, apud WOLF,
2017, p.29)

No contexto global, estima-se que pelo menos 500 milhões de meninas e


mulheres não dispõem de instalações apropriadas para o manejo da higiene menstrual
(MHM) (BANCO MUNDIAL, 2018). Dentre as 60 milhões de pessoas que menstruam
no Brasil, um milhão e meio vivem em residências sem banheiro e tratamento de
esgoto (BRK AMBIENTAL, 2108).
Em 2016, durante a 33ª Sessão da Assembléia Geral do Conselho de Direitos
Humanos das Nações Unidas, a água potável e o saneamento básico foram
contemplados como Direitos Humanos pela Agenda 2030 nos ODSs 5 e 6,
observando ainda questões referentes a infraestruturas inadequadas de saneamento
para as pessoas: “o direito humano à água e saneamento inclui o direito de todos a
produtos de higiene menstrual seguros e acessíveis, que devem ser subsidiados ou
providos gratuitamente quando necessário” (OHCHR, 2020, p.10).
Nas residências brasileiras, 17% das meninas com até 19 anos e 11% das
mulheres com mais de 80 anos não têm acesso à rede geral de distribuição de água
(BRK AMBIENTAL, 2018, apud BAHIA, 2021). Fora de casa, as condições do manejo
menstrual também são preocupantes, principalmente para aquelas que frequentam a
escola - O Brasil tem hoje cerca de 7,5 milhões de meninas que menstruam na sua
vida escolar, mas Segundo dados da Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar
(PENSE) do IBGE (2015), cerca de 3% das alunas estudam em escolas que não têm
banheiro em condições de uso. - correspondendo a um número estimado de 213 mil

30
meninas. Dentre elas, cerca de 90% delas frequentam a rede pública de ensino 4.
Dentro desses números, 65% são negras, ressaltando a disparidade no que tange às
desigualdades de raça e de classe no país.
De acordo com a PENSE, São Paulo e o Distrito Federal são os únicos lugares
em que 100% dos alunos usufruem de banheiro em condições de uso nas escolas.
Segundo estudo focado em meninas brasileiras, gerido no interior de Pernambuco,
31% das adolescentes já faltaram à escola em decorrência da menstruação
(PITANGUI et al., 2013). Como citado anteriormente, a maior parte das meninas que
sofrem com a falta de saneamento na rede pública são negras. Essa realidade
também se enquadra nas residências: 17,5% das pardas e 15,7% das pretas não
recebem água encanada regularmente, sendo estes os dois grupos étnicos com
acesso inferior à média geral de 13,2% (BRK AMBIENTAL, 2018, apud BAHIA, 2021).

3.1.2 Políticas que transcendem o gênero

A dignidade menstrual é um direito de todas as pessoas que menstruam:


mulhere cis, pessoas trans e não binárias com sexo biológico feminino. Em 1978, a
jornalista e feminista Gloria Steinem’s escreveu um ensaio com a indagação de “se os
homens menstruassem”, perguntando o que seria do mundo se de repente os homens
começassem a sangrar todos os meses. Em 2016, o Twitter replicou: alguns homens
já menstruam (WOLF, 2017, tradução livre da autora).
Os levantamentos abordados até agora nesta pesquisa buscam enaltecer a
necessidade de visibilidade e pluralidade de representações sociais em grupos
minoritários, além da necessidade de construção de políticas públicas para esses
grupos. Raça, gênero e classe são pontos focais para tratar da universalização da
dignidade menstrual que, meticulosamente, carece de adaptação a contextos
específicos, como as pessoas em situação de rua e a população carcerária:

As calcinhas menstruais, por exemplo, embora reduzam drasticamente a


quantidade de resíduos, precisam ser lavadas e secadas imediatamente após
o uso, algo impraticável sem privacidade, chuveiro ou mesmo acesso a água
encanada. Os absorventes descartáveis precisam ser comprados e alocados
em uma calcinha - ítem indisponível para muitas. Nas prisões, limitações
similares são comuns. Relatos sobre o uso de miolo de pão como absorvente
dão uma mostra do grau de insalubridade enfrentado pela população
carcerária (QUEIROZ, 2015, apud BAHIA, 2021, p. 22).

31
O alto custo dos produtos menstruais ainda são uma problemática para as
mulheres ao longo de sua vida menstrual, estimando-se um gasto de três mil a oito
mil reais - apenas com absorventes (PEREIRA, 2019). De acordo com a PNAD
Contínua (IBGE, 2020), a renda anual dos 5% mais pobres é de mil novecentos e vinte
reais. Sendo assim, é possível calcular que as mulheres que se encontram dentro
desta faixa necessitem de quatro anos de trabalho para custear esses absorventes.
No âmbito da criação e implementação de políticas públicas quanto ao
saneamento básico e recursos para a compra de produtos menstruais ainda há muito
para desenvolver, mas algumas iniciativas já começaram a ser providenciadas no
Brasil, a exemplo de um projeto de lei aprovado em 2020, criado por uma mobilização
realizada por um grupo de meninas no Rio de Janeiro, ao persuadir o Deputado
Estadual Renan Ferreirinha. No âmbito federal, a Deputada Federal Tabata Amaral
propõe a distribuição gratuita dos absorventes em espaços públicos por meio de um
projeto de lei. Ainda, a Deputada Estadual Marina Helou tramitou um projeto de lei que
defende a distribuição gratuita e redução tributária dos produtos de higiene menstrual,
além do incentivo à educação menstrual e o fomento à pesquisa.

32
4. Políticas Públicas Sociais e os Desafios para o Jornalismo

A história das políticas públicas no Brasil, se inicia em 1930, com o governo de


Getúlio Vargas (1930-1945). Antes disso, havia programas assistenciais e pontuais,
exclusivos para determinados grupos de interesse e de profissionais (bancários,
ferroviários etc.). Diversos autores, por mais divergências que tenham entre si,
concordam: as políticas públicas começam com Vargas, que dá origem a um conjunto
de ações nas áreas da saúde, educação profissional, habitação, trabalho e emprego.
Apesar desse marco, é importante ressaltar que as políticas propostas por ele mantém
o caráter excludente das ações existentes no período pré-Vargas.
A constituição de 1988 é o grande marco em relação ao redesenho das políticas
sociais como um todo. Ela representa um avanço significativo, de um lado, no campo
dos direitos e, de outro, do padrão de proteção social até então vigente.
Paralelamente, o conjunto de inovações introduzidas com a nova Carta sugere um
adensamento do caráter redistributivista das políticas sociais, assim como da
responsabilidade pública na regulação, produção e operação das mesmas (Castro,
Draibe, Azeredo, 1991).
Dentre as áreas em que a nova Carta avança claramente estão a saúde e a
educação, possibilitando a criação do SUS, a universalização do ensino fundamental
(obrigatório por lei) e uma ampliação significativa do acesso ao ensino médio. No que
se refere à assistência social, a nova Constituição prescreve inovações relevantes:
ela é tratada como um direito da população, independentemente de contribuições
prévias de qualquer natureza. Desse modo, as ações assistenciais passam a ser
concebidas como garantia de mínimos sociais (em renda e/ou espécie) aos
necessitados ou aqueles cujos rendimentos são inferiores a um mínimo estabelecido.
Em termos organizacionais, preconiza-se a municipalização das ações e a
participação da população na formulação e implementação das políticas (Castro,
2005, p.7).
Outro problema que a Carta Magna não solucionou é a questão federativa,
sobretudo no que diz respeito à definição das autonomias e do federalismo fiscal. Em
outras palavras, quem deve ser o gestor último de políticas públicas específicas e
como as despesas envolvidas na formulação e execução destas políticas são
financiadas a partir dos tributos recolhidos pelos três entes federados (União, estados
e municípios). Neste sentido, pode-se dizer que há uma distorção que implica
33
dificuldades muito grandes para melhorar as políticas públicas. Desde o governo
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), vem sendo criada uma série de
contribuições, concentrando, cada vez mais, a carga tributária nos cofres do governo
federal - apesar de os estados e municípios serem os responsáveis diretos por boa
parte dos serviços.
Partindo do ponto que a imprensa é um meio noticioso fundamental para a
sociedade, esta precisa, consequentemente, pautar também discussões político-
sociais e contribuir com o desenvolvimento social. Sendo assim, as etapas dos
processos de políticas públicas fazem parte do papel central da imprensa (ALENCAR,
2004). Nesse sentido, Guilherme Canela (2008) coloca que “uma política pública pode
ser definida como qualquer ação dos poderes públicos que seja executada a fim de
garantir os mais diferentes direitos de cidadãos e cidadãs, segundo o estabelecido no
ordenamento jurídico de um dado país”. Ainda, Canela apresenta o conceito de
políticas públicas a partir de uma característica abordada por Alencar (2004) de que
“não se pensam políticas públicas”:

As políticas públicas devem, necessariamente, ser acompanhadas de um


qualificador. Temos uma política pública educacional, de saúde, econômica,
tributária. Isto é, não se acusa um governo por não ter “políticas públicas” em
geral, mas sim se aponta ineficiência neste ou naquele setor em particular.
(Pág.19)

Os principais atores no desenvolvimento das políticas públicas, segundo Souza


(2003), são os governos - os quais apresentam discussões em torno de interesses,
preferências e ideias; mas, como pano de fundo das formulações das políticas
públicas e suas reivindicações, marcam-se os acordos que integram os governos,
assim como os grupos de interesse, movimentos sociais, e outros segmentos que
influenciam no tipo de política pública a ser formulada (Rossini; Rotta; Borkovski,
2019). No Brasil, somente “a partir do início do presente século é que o país passou
a experimentar a formulação e a implementação de políticas públicas voltadas para a
promoção do desenvolvimento num sentido socialmente mais inclusivo do que o
praticado anteriormente” (CASTRO; OLIVEIRA, 2014, p. 21).
Como lembrado por Castro e Oliveira (2014), as políticas públicas não são algo
formulado de maneira definitiva:

34
elas estão sendo criadas e reformuladas constantemente, devido à
dinamicidade das mudanças sociais, por estarem na arena de disputa por
recursos ou embates ideológicos de entendimento de qual seja a via de
atuação estatal, se mais conservador ou liberal, e em se tratando de políticas
sociais, se a ação estatal se dará de maneira mais abrangente ou restrita. A
abrangência e diversidade das políticas sociais, com seu conjunto de
mecanismos de proteção e promoção sociais são fundamentais para ampliar
a justiça e a coesão social, que possibilitam melhorias substanciais nas
condições básicas de vida da população, contribuem para o enfrentamento
das mais diversas situações de contingência, necessidades e riscos que
afetam a população (Apud ROSSINI; ROTTA; BORKOVSKI, 2019).

Após o esboço de uma determinada política pública, esta é submetida a um


processo de aprovação que, em geral, acontece no legislativo do Estado. Depois desta
aprovação, o projeto passa para fase de implementação que, para Guilherme Canela
(2008), “É neste momento que a mídia exerce uma função que, historicamente, lhe é
conferida por quase todas as vertentes ideológicas em países democráticos: a de
fiscalização”. A fiscalização das etapas de uma política pública envolve muitos atores:
a burocracia governamental, os prestadores de serviço e os próprios beneficiários; de
outro, os Tribunais de Conta, o Ministério Público e os grupos de interesse.

35
4.1 Papéis e comportamentos da mídia

Analisados pelos cientistas sociais, os meios de comunicação detém quatro


características importantes para o processo de desenvolvimento das políticas
públicas: sua capacidade de agendamento, enquadramento, construção da
informação e controle social. Ainda assim, as políticas públicas não ganham seu
devido espaço nos jornais e poucas vezes são colocadas no próprio espaço de
política:

Assim, a violência só passa a ser entendida como questão de política pública


quando sai dos cadernos policiais, sendo, portanto, coberta por repórteres
diferenciados das redações, e à medida que as personagens são membros
executivos estaduais, municipais ou federal diretamente ocupados das
políticas de segurança pública, ou quando especialistas se dedicam ao tema,
tratando-o como um fenômeno social, cultural e político, e até mesmo de
saúde pública. De resto, o assunto continua sendo explorado fortemente
como o crime que o indivíduo x cometeu contra o indivíduo y (CANELA, 2008,
p.26).

A pesquisa de Tratamento de diferentes temáticas segundo uma perspectiva


de política pública governamental, tendo como fonte análises temáticas de mídia
realizadas pela ANDI, desde 2000 coloca 17 temas, num período de 2000 a 2007,
analisando a porcentagem de textos enquadrados como políticas públicas
governamentais de cada tema. A pesquisa acerca dos Direitos Humanos, no período
de 2004, ficou em quarto lugar e obteve 54,1% de enquadramento nas políticas
públicas. Já a pesquisa relacionada ao Desenvolvimento Humano e Social no período
de 2001 a 2002 ficou em quinta posição, com 52,2% de enquadramento.

Dessa forma, alguns assuntos podem ou não ser entendidos como políticas
públicas. Ou seja, o enquadramento conferido ao tema pode influenciar
distintas etapas do processo de construção de significados sobre políticas
públicas pelos diferentes atores envolvidos (CANELA, 2008, p.26).

No campo da ciência política, existem duas definições clássicas que são úteis
para compreender o que são políticas públicas. A primeira é de autoria de Bruno
Jobert e Pierre Muller (1987), que define: “política pública é o Estado em ação”. Um
segundo conceito clássico de políticas públicas (porém mais ligado às políticas
sociais) é o de T.H. Marshall (2002), em que o autor coloca toda política social como
bem produzida para promover o desenvolvimento das coletividades. Apesar da

36
importância do conceito de Marshall, especialistas modificaram-o, criando recortes
extremamente específicos (CASTRO, 2008

Pode-se mencionar ainda a vertente do sociólogo Jürgen Habermas, que


desenvolve o conceito de "comunicação". O autor sustenta que as formas de
deliberação por meio da comunicação constituem-se no princípio estruturante
das sociedades pós-industriais. Segundo ele, estas tendem a desenvolver
diferentes modos de formulação e de implementação de políticas públicas,
vinculadas ou não ao Estado, mas certamente conectadas aos processos de
deliberação influenciados pelas estratégias comunicacionais. A tendência
mais recente, no campo da ciência política, está ligada, por um lado, aos
autores neo-institucionalistas, como a norte-americana Theda Skocpol. Ela
evoluiu para uma abordagem de retorno ao Estado como um garantidor
legítimo de políticas públicas mais efetivas para a promoção dos direitos dos
cidadãos. O noruegués Gosta Esping-Andersen (2002), por outro lado,
vincula as políticas públicas a três fatores: a compreensão do regime político;
a organização dos partidos decisiva para a implementação das políticas; a
organização sindical e dos movimentos sociais. (CASTRO, 2008, p.67).

A partir destas concepções, compreende-se que a mídia tem papel


fundamental para compreensão das políticas públicas, mas que existem lacunas as
quais precisam ser investigadas. Visto isso, esta pesquisa propõe abordar as políticas
públicas a partir das questões de menstruação abordadas (ou não) pela Folha de São
Paulo e o Nexo Jornal, como proposto no capítulo de metodologia.

37
5. Metodologia

A presente pesquisa traz como abordagem metodológica a análise de


conteúdo, tendo Bardin (2011) como principal referencial teórico. Trata-se de uma
análise de dados quanti-qualitativa, de corte transversal. A análise de conteúdo,
conceituando-a, engloba:

Um conjunto de instrumentos metodológicos cada vez mais sutis em


constante aperfeiçoamento, que se aplicam a ‘discursos’ (conteúdos e
continentes) extremamente diversificados. O fator comum destas técnicas
múltiplas e multiplicadas - desde o cálculo de frequências que fornece dados
cifrados, até a extração de estruturas traduzíveis em modelos - é uma
hermenêutica controlada, baseada na dedução: a inferência (Bardin, 2011, p.
15).

A análise de conteúdo funciona basicamente a partir de três divisões. A primeira


é constituída em uma pré-análise, caracterizada na leitura do material, a escolha dos
documentos a serem analisados, constituindo dos textos dos jornais, formulação dos
objetivos, sendo eles o questionamento sobre como os jornais abordam a
menstruação, obtendo ainda palavras-chaves como políticas públicas, saúde da
mulher, sangramento vaginal, sangramento, fluxo menstrual, ciclo menstrual, sangue
menstrual, higiene menstrual e tensão pré-menstrual. A seleção foi realizada.
Consistindo ainda na preparação do material qualitativo a partir do programa Atlas ti,
e do material quantitativo a partir das análises anteriores. Para Bardin (1977), a
descrição analítica funciona a partir de procedimentos sistemáticos e objetivos que
descrevem os conteúdos das respectivas mensagens. Concebe-se portanto, de um
tratamento dos resultados obtidos a partir das mensagens.
O conceito de análise temática proposto por Bardin também será abordado na
pesquisa. A etapa de formulação e exploração do material de análise, sendo realizada
para codificação (em unidade de registro e unidade de contexto) e categorização do
material. Por último, o tratamento dos resultados obtidos e interpretação dos mesmos
pode ser feita pela inerência - a qual considera o interesse no que a descrição dos
conteúdos podem passar depois de serem classificados. A partir da inerência, podem-
se conduzir dois problemas: o primeiro aponta as causas das mensagens e quais os
pressupostos que conduziram ao enunciado. O segundo aponta para as possíveis
consequências que um determinado enunciado pode provocar.

38
Os procedimentos desta pesquisa abordam ainda os levantamentos acerca da
pesquisa bibliográfica, formuladas a partir de Souza, Fialho e Otani (2007) abordam
como pesquisa bibliográfica um processo constituído como:

Da obtenção de dados através de fontes secundárias, utiliza como fontes de


coleta de dados materiais publicados como: livros, periódicos científicos,
revistas, jornais, teses, dissertações, materiais cartográficos e meios
audiovisuais, etc. (SOUZA, FIALHO E OTANI, 2007, p.40)

Dentro da abordagem pretende-se, ainda, fundamentar as análises a partir das


teorias do enquadramento de Bateson (1954) e Goffman (1974), para analisar como
os jornais abordam o tema da menstruação no contexto referente às políticas de
saúde pública. pautada nas edições online da Folha de São Paulo e do Nexo Jornal,
no período de 2016 a 2020. Para Bateson (2002), as mensagens possuem um nível
metalinguístico, caracterizado por elementos implícitos e explícitos, e um nível
metacomunicativo, definindo a própria relação estabelecida entre os comunicadores.
A partir dessas definições, Bateson (2002, p.99) traz o conceito de enquadro como
algo que tem cunho psicológico, acrescentando ainda, que “todo enquadro é
metacomunicativo e toda metacomunicação define um enquadro”.
Uma outra vertente associada ao enquadramento destaca a preocupação em
analisar discursos que influenciam os receptores a seguirem determinada linha de
pensamento, sendo uma abordagem comum nos estudos jornalísticos. Robert
Entman, autor de importância para essa vertente, explica que:

Enquadrar é selecionar alguns aspectos da realidade percebida e ressaltá-


los em um texto comunicativo, promovendo uma definição particular de um
problema, uma interpretação causal, uma avaliação moral
e/ou um tratamento recomendado (ENTMAN, 1993, P. 52).

Faremos, ainda, uma análise comparativa, utilizando métodos da Análise de


Conteúdo (Bardin, 1977), abordando os materiais dos jornais citados acima. A coleta
de dados será de natureza periódica, sendo uma pesquisa de levantamento de dados.
A busca dos textos foi realizada pelo respectivo site de cada jornal, utilizando como
termo de busca as palavras menstruação, menstrual, e menstruar. Todos os textos
que contextualizam a menstruação como aspecto de saúde da mulher e políticas
públicas foram selecionados para estudo. Os conteúdos publicados pelos dois

39
veículos serão comparados quanto aos respectivos temas. Com a análise do
levantamento de materiais dos jornais citados anteriormente, objetiva-se compreender
e analisar a menstruação a partir da frequência com que o assunto é retratado nos
jornais, de que formas o tema é mencionado, em que subgrupos pode-se,
respectivamente, agrupar os materiais coletados, para posteriormente compará-los e
observar se possuem natureza positiva ou negativa e de que forma se relacionam às
políticas de saúde pública. Pretende-se também comparar se há distinção entre a
abordagem da Folha de São Paulo, como representante da grande mídia, e do Nexo
Jornal, como representante da mídia independente.

5.1 Enquadramento noticioso

Originalmente conceituada por Gregory Bateson através dos estudos


psicológicos e psiquiátricos, a noção de enquadramento é moldada a partir da
interpretação da comunicação e ações dos indivíduos. Ponderando essa questão,
Bateson apresenta que toda mensagem detém um nível para além do denotativo (de
conteúdo), um nível metalinguístico e um nível metacomunicativo (Bateson, 2002, p.
87). Bateson concebe sua primeira experiência de possíveis mensagens
metacomunicativas a partir da observação de animais. Tendo assim, sua primeira
definição do que seria um enquadro:

[...] vi dois jovens macacos brincando, isto é, envolvidos em uma


sequência interativa na qual as ações ou sinais, individualmente, eram
semelhantes, mas não idênticos, aos de um combate. Era evidente,
mesmo para um observador humano que, para os macacos
participantes na atividade, aquilo era "não-combate". Ora, esse
fenômeno, o da brincadeira, só poderia ocorrer se os organismos
participantes fossem capazes de algum grau de metacomunicação,
isto é, de trocarem sinais que levassem a mensagem "Isto é
brincadeira'' (BATESON, 2002, p, 89, apud MENDONÇA, 2012, p.
188).

Essa mensagem metacomunicativa permite compreender que esse tipo de


mensagem contém uma meta-asserção que nega as aparências fornecidas pelo
conteúdo mais imediato. Nesse sentido, na visão de Bateson, todo enquadro é
metacomunicativo e toda metacomunicação define um enquadro (BATESON, 2002,
p, 99, apud MENDONÇA, 2012, p. 188). Indicando assim,

40
que todo enquadramento permite indicar o tipo e a natureza da interação
entre os interlocutores em determinada situação. Ao mesmo tempo, toda
mensagem que faça referência à natureza da relação entre os sujeitos
delimita um enquadre que permite compreender a situação ali delineada,
assim como as regras implícitas que orientam as ações dos sujeitos (IDEM).

Apesar do conceito de enquadramento ter sido inicialmente desenvolvido para


questões psicoterapêuticas, este pode se associar a análises de processos no âmbito
da comunicação. Ainda que essa discussão sobre os enquadramentos tenha sido
desenvolvida para refletir sobre fenômenos particulares da psicoterapia, ela pode ser
apropriada para analisar outros processos comunicativos. Ao tematizar sua própria
linguagem e também a relação entre interlocutores, as interações comunicacionais
indicam aos sujeitos como estes devem agir, possibilitando outras ações. Sempre
presente, o enquadramento possibilita identificar as regras e as instruções que
orientam determinada situação e o envolvimento dos atores nela.

Mendonça e Simões (2012) evidenciam ainda que “os quadros não são
inventados pelos sujeitos, mas mobilizados na interação comunicativa, dependendo,
pois, da existência de sentidos partilhados”. Acrescentando ainda ao enfoque de
intersubjetividade do enquadro como “atualização situacional de um conhecimento
comum que permite que os sujeitos operem com um conjunto de regras e normas
guiando suas ações” (p.189).

O sociólogo Erving Goffman trabalhou o conceito de enquadramento a partir da


ideia batesoniana em seu estudo Frame analysis: an essay on the organization of
experience (1986), em que ele restringe e utiliza o método anterior para uma
“microssociologia sistemática”. Com foco nas interações cotidianas que estruturam o
conhecimento dos indivíduos dentro do questionamento de análise da ação ao qual
ele presencia.

Na trilha de Bateson, Goffman define frame como o conjunto de princípios de


organização que governam acontecimentos sociais e nosso envolvimento
subjetivo neles. São esses princípios conformadores dos quadros que
permitem a definição da situação pelos sujeitos. Quando um indivíduo se
insere em uma situação, é preciso compreender qual é o quadro que a
conforma e, consequentemente, qual o posicionamento que deve adotar
perante ele. Goffman ressalta que, evidentemente, na maioria das situações,
muitas coisas diferentes estão acontecendo ao mesmo tempo, ou seja, pode
haver sobreposição de quadros. Mas, para o autor, é possível isolar alguns
dos quadros básicos disponibilizados pela cultura, a fim de compreender a
organização da experiência. É assim que o sociólogo parte para uma
caracterização dos quadros, começando pelos quadros primários.
(GOFFMAN, 1986, pp. 9-11, apud MENDONÇA, 2012, p.189)

41
Os quadros primários permitem ao usuário "situar, perceber, identificar e rotular
um número quase infinito de ocorrências concretas definidas em seus termos"
(Goffman, 1986, p. 21). Sendo estes produzidos e modificados socialmente, sendo
elemento central da existência intersubjetiva de uma coletividade (Idem, p. 27).
Mendonça (2012) aborda as transformações de Goffman (1986) relativas aos quadros
primários com os conceitos de key (chave) e keeing. Sendo a chave um “conjunto de
regras e convenções a partir das quais uma atividade é transformada em outra,
partindo de um quadro primário e atualizando-o” (Idem, p. 190)
Goffman coloca ainda a ideia de footing como posicionamento dos sujeitos em
uma interação. A partir disso, os discursos dos participantes são construídos e
transformados por uma interação, diretamente ligada aos enquadros:dos
acontecimentos:

Uma mudança de footing implica uma mudança no alinhamento que


assumimos para nós mesmos e para os outros presentes, expressa na
maneira como conduzimos a produção ou a recepção de uma elocução. Uma
mudança em nosso footing é um outro modo de falar de uma mudança em
nosso enquadre dos eventos (GOFFMAN, 2002, p. 113).

É perceptível (a partir das colocações acima) que Goffman utilize os frames de


forma estruturada para gerar sentido ao encontro dos sujeitos em uma determinada
situação. Mendonça (2012) coloca que “a microssociologia de Goffman não é uma
apologia das agências individuais, mas o reconhecimento de que essas agências se
conformam no interior de situações concretas e específicas, ao mesmo tempo em que
as transformam” (p.190).

5.2 Análise de conteúdo e análise comparativa

Para analisar o conteúdo dos dezoito textos do Nexo Jornal e sessenta e seis
da Folha de São Paulo, a leitura das matérias foi feita para que o recorte do período
(2016 à 2020), tema principal (menstruação e saúde da mulher) e palavras-chave se
relacionassem. Na pré-análise, realizamos a leitura e recorte do material a ser
analisado, a formulação de hipóteses e objetivos acerca da menstruação para auxiliar
na codificação do material. Na segunda etapa (codificação), foi desenvolvida a
unidade de registro, categorizada pelo tema da menstruação e palavras correlatas,
políticas públicas e saúde da mulher. O tratamento e interpretação dos resultados

42
obtidos foi a terceira etapa, elaborada a partir da inferência, apoiando-se nos códigos
e seu canal. Ao total, foram analisados oitenta e quatro textos, sendo dezoito
veiculados no Nexo Jornal e sessenta e seis na Folha de São Paulo online.

É válido ressaltar ainda que o número de matérias diverge dos números


alocados nas categorias e consequentemente dos resultados finais, pois houve a
necessidade de analisar separadamente sentenças que divergiam com o tema
principal do texto analisado. A ausência de elementos significativos teve grande
influência para o resultado final do estudo, na compreensão editorial dos jornais,
principalmente no que se refere a políticas públicas. Formular um padrão de sujeitos,
ação e reação também foi de grande importância para compreender as categorias a
serem alocadas.

5.3 Os veículos escolhidos

Folha de São Paulo

A história da Folha teve início há 100 anos, em 19 de fevereiro de 1921.


Fundado com o nome de “Folha da Noite”, o jornal teve uma aceitação tão boa que,
posteriormente, também foram fundadas as suas versões diurnas: a “Folha da
Manhã”, em 1925 e a “Folha da Tarde”, em 1949. Apenas no ano de 1960 aconteceu
a fusão das três edições, dando origem à Folha de São Paulo. O periódico foi criado
por um grupo de jornalistas e surgiu em oposição ao O Estado de S. Paulo, que, além
de ser a principal publicação produzida e editada em São Paulo naquela época,
representava as elites rurais, assumindo um tom conservador, tradicional e rígido.
Em 1984, a Folha lançou o famoso Manual de Redação, que se tornou uma
referência para estudantes e jornalistas de todo o país. O livro foi atualizado algumas
vezes, e a reedição mais recente foi publicada em 2018. No ano de 1986 a Folha se
tornou o jornal de maior circulação no Brasil, posto que ocupa até hoje. A FSP foi o
primeiro veículo de comunicação brasileiro (1989) a ter a presença do ombudsman,
jornalista encarregado de receber e tecer críticas ao jornal em que trabalha. Em 1995
foi inaugurado o Centro Tecnológico Gráfico Folha em Tamboré, São Paulo. O parque
gráfico é considerado o maior e mais moderno da América Latina. No mesmo ano, a
Folha foi o primeiro jornal do país a divulgar notícias em tempo real na internet. A
43
Folha se consolidou como principal representante da mídia tradicional digital e
impressa no Brasil e compõe, também, um dos maiores conglomerados de mídia do
país.

Nexo Jornal

Fundado por Paula Miraglia, Renata Rizzi e Conrado Corsalette em novembro


de 2015, o Nexo é um jornal independente e exclusivamente digital. Como não utiliza
anúncios publicitários no site, a sua principal fonte de renda vem das assinaturas. O
jornal tem como principal motivação contribuir para um jornalismo democrático, com
princípios editoriais de clareza, equilíbrio e transparência, buscando fontes de
credibilidade e diversificando as perspectivas abordadas. A plataforma digital é
explorada com formatos de infográficos, materiais interativos, vídeos e podcasts.
Além do Jornal, o Nexo integra o projeto Credibilidade, unidade brasileira do
Trust Project, um consórcio global de organizações de mídia cujo objetivo é
implementar padrões de transparência que ajudem o público a avaliar a qualidade e a
confiabilidade do jornalismo. Ainda, traz formatos inovadores como o Nexo Políticas
Públicas, espaço de formação, reflexão e debate acadêmico-jornalístico.

44
6. Análise

Os resultados desta pesquisa mostram uma disparidade de conceitos acerca


dos jornais ao longo dos cinco anos analisados. Os dados coletados correspondem
aos dezoito textos do Nexo Jornal e sessenta e seis da Folha de São Paulo, os quais
evidenciaram conotações positivas, negativas e neutras, sendo estudadas a partir do
tema/título, sujeito, ação e reação localizadas no corpo textual. Os textos analisados
considerados como positivos são interpretados a partir do momento em que o tema
abordado no texto está atrelado a expressões, adjetivos, substantivos e pronomes de
caráter positivos, enquanto os textos negativos são atrelados as mesmas palavras,
porém, consideradas sintaticamente e semanticamente negativas. O termo de
neutralidade foi interpretado também acerca do tema proposto (menstruação) a partir
da análise semântica e sintática ligadas a menstruação ou o contexto da matéria, sem
que mencionasse adjetivos de característica positiva ou negativa.

Figura 1: Gráfico de categorização dos jornais

Fonte: Maria Eduarda Lima

Figura 2: Gráfico de porcentagem das categorias - Folha de São Paulo

45
Fonte: Maria Eduarda Lima

Figura 3: Gráfico de porcentagem das categorias - Nexo Jornal

Fonte: Maria Eduarda Lima


Para realizar a análise foi feito, primeiramente, um levantamento dos textos que
mencionam a menstruação e palavras correlatas em cada um dos jornais,
identificando o período produzido. Depois de coletar todas as amostras, o recorte das
46
unidades de registro (menstruação, políticas públicas e saúde da mulher) foi
indispensável para conceber quais textos se encaixavam nos objetivos da pesquisa.
No processo de categorização, a teoria do enquadramento foi colocada para ponderar
como as abordagens eram realizadas e quais tinham mais pertinência em ambos os
jornais. Sendo, a partir disso, problematizada duas questões: “os jornais abordam a
menstruação como assunto de saúde pública?” e, a segunda, “há diferença na
abordagem dos jornais?”. Depois de perceber que poucas matérias mencionavam
políticas públicas e que a abordagem dos jornais precisou se aprofundar em questões
quantitativas pela disparidade do volume de textos referidos aos jornais, necessitou
acrescentar mais um questionamento: como a palavra menstruação e termos relativos
eram abordados nos textos?.
A partir disso, conseguiu-se encontrar, para além das matérias 18 matérias do
Nexo Jornal e 66 da Folha de São Paulo que tratavam sobre a menstruação em si,
trechos das matérias que abordaram todas as temáticas alocadas, totalizando 434
trechos analisados e categorizados delimitadamente para se aproximar dos objetivos
e hipóteses propostos inicialmente e, realizar os tratamentos dos resultados e
interpretações obtidas.
A primeira questão foi quanto à abordagem da menstruação, setorizando em
abordagem positiva, negativa e neutra. Trinta trechos dos textos foram relacionados
positivamente, sendo quatro do Nexo Jornal e vinte e seis da Folha de São Paulo.
Como por exemplo uma das matérias do Nexo Jornal intitulou uma matéria em “Por
que uma marca de absorvente decidiu mostrar ‘sangue’ em seus anúncios”. A Folha
também iniciou o artigo com a intitulação positiva: “Exercícios e alimentação ajudam
a enfrentar sintomas do climatério”.

Figura 4: Matéria Nexo Jornal - Por que uma marca de absorvente decidiu mostrar ‘sangue’ em
seus anúncios

47
Fonte: print da autora (2021)

Figura 5: Matéria Folha de São Paulo - Exercícios e alimentação ajudam a enfrentar sintomas
do climatério

Fonte: print da autora (2021)

A soma das categorias negativas foi de trinta e sete, dos quais sete somam-se
ao Nexo Jornal e vinte e oito à Folha de São Paulo. Como exemplo, o nexo apresenta
“O que o coletor menstrual tem a ver com tabus femininos em relação ao próprio

48
corpo”, abordando assim, características negativas (relacionadas ao tabu) já no
próprio título. A exemplificação da Folha pode ser colocada a partir de uma coluna
escrita pelo médico Dráuzio Varella, em que o mesmo aponta “Menstruação - Falta de
pesquisas é reflexo do valor que a sociedade dá ao sofrimento das mulheres”. No
título da coluna, os adjetivos falta e sofrimento geram uma perspectiva negativa que
permanece ao longo do texto.

Figura 6: Matéria Nexo Jornal - O que o coletor menstrual tem a ver com os tabus femininos
em relação ao próprio corpo

Fonte: Print da autora (2021)

Figura 7: Coluna Drauzio Varella para Folha de São Paulo - Menstruação

49
Fonte: Print da autora (2021)
Vinte trechos foram analisados de forma neutra. Sendo três do Nexo e
dezessete da Folha. O exemplo do Nexo não menciona a menstruação no título,
apenas no corpo do trecho, mas ambos possuem neutralidade: O que é
intersexualidade. E como é se descobrir intersexual. A Folha de São Paulo exemplifica
em “Como monitorar o ciclo menstrual ajuda as mulheres no esporte”.

Figura 8: Matéria Nexo Jornal - O que é intersexualidade. E como é se descobrir intersexual

Fonte: Print da autora (2021)

Figura 9: Matéria Folha de São Paulo via BBC - Como monitorar o ciclo menstrual ajuda as
mulheres no esporte

50
Fonte: Print da autora (2021)

Saúde da mulher foi o segundo tema proposto, com respectivas respostas


positivas e negativas. Das sessenta e sete abordagens positivas, catorze foram do
Nexo, e dez da Folha. O exemplo do Nexo carateriza na seguinte matéria: “Por que
mulheres são mais sensíveis aos efeitos colaterais do ecstasy” - o qual menciona a
menstruação apenas no corpo do trecho apenas como função de sensibilidade à
droga, mas conceitualiza e explica os motivos, relacionando-se à saúde da mulher.

Figura 10: Matéria Nexo Jornal -

51
Fonte: Print da autora (2021)

O exemplo da Folha também não menciona a menstruação no título mas no


corpo do trecho: “Obstetras e grupo pró-parto normal se dividem sobre nova regra de
cesáreas” - a saúde da mulher é colocada do início ao fim do texto, já a menstruação
entra apenas como função de reprodutividade.

Figura 11: Matéria Folha de São Paulo - Obstetras e grupo pró-parto normal se dividem sobre
nova regra de cesáreas

Fonte: Print da autora (2021)

52
Os trechos negativos (que não mencionaram a saúde da mulher e a
menstruação em nenhum momento) obtiveram dezesseis no total, com treze trechos
da Folha e três do Nexo. Na exemplificação da Folha, a matéria intitulada “Não chamo
nem de ‘menstruação', diz Bianca Bin sobre ritual com sangue” relaciona a
menstruação apenas como caráter social.

Figura 12: Matéria Folha de São Paulo - “Não chamo nem de ‘menstruação', diz Bianca Bin
sobre ritual com sangue”

Fonte: print da autora (2021)

No trecho do Nexo, “A disputa sobre a presença de mulheres neste templo


hindu” também retrata a menstruação apenas como um caráter social, e não de saúde.

Figura 13: Matéria Nexo Jornal - “A disputa sobre a presença de mulheres neste templo hindu”

53
Fonte: print da autora (2021)

A terceira categoria proposta relacionou a saúde da mulher dentro do contexto de


políticas públicas, com duas respectivas variantes: se estas relacionam-se, ou não.
Treze textos foram classificados positivamente, sendo três textos referidos ao Nexo e
dez à Folha de São Paulo. No que se exemplifica ao Nexo jornal, a matéria “Os
projetos que preveem distribuir absorventes para mulheres” trata claramente do tema.

Figura 14: Matéria Nexo Jornal - “Os projetos que preveem distribuir absorventes para
mulheres”

Fonte: Print da autora (2021)

54
A matéria “Ignorar saúde sexual não protege jovem, diz criadora de caderneta
vetada por Bolsonaro” da Folha de São Paulo, trata de políticas públicas e saúde da
mulher (mencionando a menstruação) no corpo do texto.

Figura 15: Matéria Folha de São Paulo - “Ignorar saúde sexual não protege jovem, diz criadora
de caderneta vetada por Bolsonaro”

Fonte: Print da autora (2021)

Das setenta e duas negativas, quinze relacionam-se ao Nexo e cinquenta e


nove à Folha. Na matéria “O que é a precariedade menstrual. E como combatê-la” do
Nexo Jornal, o próprio subtítulo menciona uma série de questões relacionadas a
políticas públicas, mas não as menciona diretamente (situação que ocorre no restante
do texto): “Em várias partes do mundo, a falta de acesso a produtos de higiene e o
tabu prejudicam a saúde e o desenvolvimento escolar de mulheres e meninas”.

Figura 16: Matéria Nexo Jornal - “O que é a precariedade menstrual. E como combatê-la”

55
Fonte: Print da autora (2021)

Na Folha, o problema é exatamente o mesmo. Na matéria “Cresce presença


de crianças palestinas em prisões de Israel” os problemas relacionados a políticas
públicas podem ser subentendidos, mas não diretamente relacionados.

Figura 17: Matéria Folha de São Paulo - “Cresce presença de crianças palestinas em prisões
de Israel”

Fonte: Print da autora (2021)

Com a proposta de investigar se a menstruação foi abordada apenas como


correlacionada a reprodução, obtivemos o seguinte resultado: treze textos
apresentaram essa abordagem, dos quais quatro foram do Nexo e nove da Folha. Em
uma das matérias que abordam a menstruação apenas no sentido reprodutivo, a Folha
publicou “Menopausa precoce põe em risco o sonho da maternidade”, sendo a
menstruação de caráter denotativo por impedir a gravidez.

56
Figura 18: Matéria Folha de São Paulo - “Menopausa precoce põe em risco o sonho da
maternidade”

Fonte: Print da autora (2021)

As mesmas características foram encontradas neste exemplo do Nexo: ‘O uso de


implante contraceptivo para prevenir gravidez na adolescência”.

Figura 19: Matéria Nexo Jornal - “O uso de implante contraceptivo para prevenir gravidez na
adolescência”

Fonte: Print da autora (2021)

Num total de setenta e dois textos foi possível observar que os jornais não
fizeram relação exclusiva da menstruação com questões de reprodução. Sendo
57
cinquenta e nove pertencentes à Folha e treze ao Nexo. Um dos exemplos foi o texto
de Marcelo Bernardes pela Folha de São Paulo, “Obama e nova-iorquinas protestam
contra ‘taxa do tampão''', que debate sobre políticas públicas e saúde da mulher sem
tratar da menstruação como assunto sinônimo de reprodutividade.

Figura 20: Matéria Folha de São Paulo - “Obama e nova-iorquinas protestam contra ‘taxa do
tampão''

Fonte: Print da autora (2021)

A matéria do Nexo, “Licença menstrual: entre a produtividade e o debate sobre


igualdade de gêneros”, debate as questões de saúde da mulher e sexismo, sem
correlacionar a menstruação com questões de reprodução - Em “Empresa britânica
adota licença remunerada no período menstrual”, a Folha trata exatamente sobre o
mesmo tema.

Figura 21: Matéria Nexo Jornal - “Licença menstrual: entre a produtividade e o debate
sobre igualdade de gêneros''

58
Fonte: Print da autora (2021)

O último recorte considerou a menstruação diretamente relacionada à saúde


da mulher. As amostras do Nexo resultaram em onze textos de caráter positivo, a
exemplo da matéria “Os aplicativos sobre os ciclos menstruais e a exposição de dados
pessoais das usuárias” e seis de caráter negativo, a exemplo da matéria “Por que o
direito ao aborto está em xeque nos Estados Unidos”.

Figura 22: Matéria Nexo Jornal - “Os aplicativos sobre os ciclos menstruais e a exposição de
dados pessoais das usuárias”

Fonte: Print da autora (2021)


Figura 23: Matéria Nexo Jornal - “Por que o direito ao aborto está em xeque nos Estados
Unidos”.

59
Fonte: Print da autora (2021)

Já a Folha obteve trinta e dois textos positivos, em um deles, publicou “Se você
não sente cheiro de psicopatia aqui, deve procurar ajuda”. Já os textos que não
relacionam a menstruação diretamente à saúde da mulher na Folha, obteve um total
de trinta e oito. Sendo a matéria “Ignorar saúde sexual não protege jovem, diz criadora
de caderneta vetada por Bolsonaro” uma representação desse levantamento.

Figura 24: Matéria Folha de São Paulo - “Se você não sente cheiro de psicopatia aqui, deve
procurar ajuda”

60
Fonte: Print da autora (2021)

Figura 25: Matéria Nexo Jornal - Ignorar saúde sexual não protege jovem, diz criadora de
caderneta vetada por Bolsonaro”

61
Fonte: Print da autora (2021)

Pondera-se ainda a questão de uma desproporção no volume de matérias dos


jornais. A Folha predomina na produção com 78,57% das matérias, enquanto o Nexo
obteve um total de 21,43%. A interpretação desses números pode ser colocada a partir
da idade dos meios de comunicação, visto que a Folha é um jornal 94 anos mais antigo
que o Nexo e, consequentemente, obteve uma maior consolidação durante esse
trajeto, sendo atualmente, o maior jornal de circulação no Brasil e, pioneiro no modelo
digital, com um total de 268.557 assinantes digitais. Enquanto o nexo, apesar de ter
se estabelecido no meio digital e consolidando esta a partir da sua parceria com o
jornal americano The New York Times, não tem uma produção tão assídua quanto a
da Folha por se tratar de um jornal independente, ou seja, sem vínculo com a
publicidade. Tendo em vista sua vida inicial nos meios de comunicação, não foi
possível encontrar informações quanto a quantidade de assinaturas.

Levando-se em consideração as unidades de registro ou de codificação


(BARDIN, 1977, p. 36) das mensagens dos sujeitos e do roteiro da entrevista, foram
definidas as categorias de análise das mensagens. O autor as compara a “caixas de
sapatos dentro das quais são distribuídos objetos”; como se fossem uma “espécie de
62
gavetas” que possibilitam a classificação dos referidos elementos (BARDIN, 1997, p.
64, apud TRIGUEIRO, 2011, p. 94).
O simples fato de discutir a menstruação na mídia, de forma pública, já é um
avanço para formação de uma sociedade mais justa e da garantia de visibilidade. A
agenda social no jornalismo reflete na responsabilidade social das práticas de um
jornalista. O que, no Brasil, pode-se considerar um problema ao colocar que o país se
encontra na 84ª posição entre 189 países no ranking de desenvolvimento humano,
estando ainda em nono lugar entre os dez países mais desiguais do mundo, segundo
matéria publicada no jornal O Globo (2017), sendo de grande importância criar uma
consciência pública sobre as necessidades do país.
As análises estudadas enfatizaram que os meios de comunicação continuam
dando atenção secundária aos problemas sociais: ambos os jornais tratavam
basicamente da mesma maneira as questões de menstruação, políticas públicas e
saúde da mulher, chegando a tratarem exatamente do mesmo assunto, no mesmo
período de tempo. As três principais correlações à menstruação no texto de ambos os
jornais referem-se aos termos tabu, vergonha e medo. As poucas menções de
políticas públicas não tinham contexto ou relacionavam-se apenas a projetos de lei.
Já o termo relacionado à saúde da mulher foi higiene.
A partir do segundo semestre de 2016, os textos começaram a abordar a
temática da menstruação com a saúde da mulher, os direitos humanos e as políticas
públicas (minimamente), coincidindo com os fatos históricos mundiais citados nos
capítulos anteriores. Porém, a partir de 2017, mesmo que as matérias relacionassem
à saúde da mulher, poucas colocavam a menstruação como assunto de direitos
humanos e, muito menos ,de políticas públicas - o que pode ser diretamente
relacionado ao declínio do governo brasileiro a partir do golpe de 2016, sofrido por
Dilma Rousseff, e a posse de Michel Temer. A sistemática do Governo de Temer (ou
a falta dela) se estendeu ao Governo Jair Bolsonaro em 2019, até a presente data.
Ambos os presidentes marcaram negativamente as questões de direitos
humanos e políticas públicas, principalmente referente às minorias, o que torna ainda
mais desafiadora esta análise no sentido de que, menos de dez por cento dos textos
analisados mencionaram estas problemáticas e, menos ainda, propuseram alguma
solução. A abordagem da mídia quanto a estas problemáticas é necessária para que
as pessoas obtenham entendimento das questões para que também possam cobrar
delas ao Estado:
63
“Um desafio inerente à cobertura dos temas sociais é incluir as diferenças e
retratá-las de maneira equivalente no contexto das matérias, quaisquer sejam
elas. Ao abordar a diversidade somente como um tema especial,
separadamente, reforça-se a ideia de que as diferenças devem ser
abordadas de forma distinta, e não inclusiva. Homens ou mulheres, jovens,
idosos ou crianças, indígenas, brancos ou negros, LGBTQIA+, pobres ou
ricos, pessoas com deficiência ou não, todos devem ter suas opiniões
consultadas e incluídas, de forma equilibrada, na reportagem diária, como
cidadãs e cidadãos brasileiros, como de fato são” (CARRANCA, apud
CANELA, 2008, p.308-309).

A quebra de tabus relacionados à menstruação ainda são inúmeras. Seja,


quanto ao próprio sangue, seja nas condições sociais, a qual grupos menos
desfavorecidos como aqueles desprovidos de liberdade ou pessoas em condições de
rua, até questões de gênero. É necessário analisar o motivo da falta de políticas
públicas ligadas à saúde da mulher e, principalmente, à menstruação. É importante
enfatizar e alocar a menstruação como questão de saúde pública e também como um
fenômeno social, para que a população compreenda o entendimento deste fenômeno
natural e não colabore com os tabus e preceitos desenvolvidos ao longo da
humanidade.

7. Considerações finais

64
O objetivo deste trabalho foi analisar como a Folha de São Paulo e o Nexo
Jornal abordam a temática da menstruação acerca da saúde da mulher e das políticas
públicas. Por meio de uma análise quanti-qualitativa de corte transversal, com uso de
pesquisa bibliográfica e documental, foi possível analisar que a menstruação ainda
não encontra respaldos suficientes nos textos dos jornais, no que se refere às políticas
públicas. E ainda observar que a menstruação e a saúde da mulher, apesar de
assuntos correlatos, não são automaticamente atribuídos a um mesmo tema. Também
foi possível identificar que, apesar de haver uma pressuposta liberdade do Nexo por
ser uma mídia independente, os poucos textos que se referem (apenas) à
menstruação ainda carecem de informações mais detalhadas.
Já no que se refere à Folha de São Paulo, pode-se analisar que apesar de
haver uma grande menção da menstruação em si, os textos minimamente agregaram
à saúde da mulher ou davam importância à questão da menstruação. Contudo, a
maioria dos textos associava a menstruação e a saúde da mulher (quando
mencionada) como de caráter positivo. As cinco categorias criadas para analisar o
enquadramento dos jornais possibilitaram enxergar a necessidade da mídia em
abordar as problemáticas mencionadas ao longo da dissertação.
Em ambos os jornais, a cobertura foi excessivamente factual, relatando fatos
desvinculados de outros fatos e de um contexto histórico e social. Ainda, a ausência
de explicação das causas e consequências dos eventos propostos nos textos deixou
lacunas em boa parte dos textos, trazendo também à tona a ausência ou menção de
políticas públicas relacionadas aos eventos relatados, enquanto a referência ou
menção da legislação pertinente ao tema foi minimamente relatada.
Quanto às questões relativas à ética de fontes, envolvidos nos fatos e ao
público, a pluralidade de fontes de informação foi mais absorvida pelo Nexo do que
pela Folha, tanto como a presença na cobertura de preceitos e julgamentos dos atores
sociais citados.
Ainda, é de suma importância enfatizar que esta pesquisa procurou
desenvolver assuntos de aspectos sociais da maneira mais respeitosa. Ao tratar de
“pessoas que menstruam”, evidenciamos o fato de que não são apenas as mulheres
que menstruam. Porém, algumas vezes, foi necessário realizar o corte de pesquisas
para obtenção de dados, pela falta de atualização destas no que se refere aos
conceitos do ato de menstruar. A luta feminista foi também uma questão que não

65
poderia deixar de ser abordada ao longo do estudo, pela importância desta na vida
das mulheres (mesmo que nem sempre reconhecidas).
Este estudo pode contribuir para o aprofundamento das questões menstruais
quanto assunto de saúde pública, representação social das mulheres e compromisso
midiático no que se refere aos direitos humanos. Dessa maneira, a pesquisa possibilita
novas oportunidades de estudos na área, aplicados a outros objetos de pesquisa.

66
Referências

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