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UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
221.9
R854h Stigar, Robson
História da religião / Robson Stigar. Indaial : UNIASSELVI,
2017.
164 p. : il.
ISBN 978-85-69910-62-6
1. História - Teologia.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Robson Stigar
APRESENTAÇÃO...................................................................... 7
CAPÍTULO 1
Introdução à História da Religião........................................ 9
CAPÍTULO 2
As Religiões Orientais.......................................................... 57
CAPÍTULO 3
As Religiões Ocidentais...................................................... 109
CAPÍTULO 4
As Religiões Afro-Brasileiras e Indígenas...................... 139
APRESENTAÇÃO
Entendemos a presente obra como relevante, uma vez que precisamos cada
vez mais de subsídios e conhecimentos sobre as Culturas e Tradições Religiosas,
tanto a Ocidental como a Oriental, permitindo assim um Diálogo Inter-religioso e a Paz
Mundial que segundo Hans Kung só será possível se o mesmo partir das Religiões.
O autor.
C APÍTULO 1
Introdução à História da
Religião
10
Capítulo 1 Introdução à História da Religião
Contextualização
Neste capítulo vamos estudar sobre a relação do ser humano com a
religiosidade e como ela se desenvolveu ao longo da História da humanidade.
11
História da Religião
Por outro lado, se somos religiosos por um simples ato da cultura humana,
conforme aponta Hock (2010), temos de entender o comportamento religioso
simplesmente como mais um entre os tantos outros que temos.
Nesta hipótese, não há nada de especial em ter ou não ter uma conduta
religiosa, visto que ter ou não ter tal conduta é um hábito humano totalmente
desprovido de qualquer relação divina.
Neste sentido, ter uma conduta religiosa seria – conforme apontam alguns
sociólogos – um hábito. Segundo Berger (1985), temos hábitos religiosos assim
como orações individuais e em comunidade. Logo, não somos seres ligados a
uma divindade que queremos reverenciar, apenas cumprimos atividades do
cotidiano de modo repetitivo que produz um certo costume religioso em nós.
O homem precisa se voltar para seu Criador através dos textos, ritos e religião
para se religar ao ser que o colocou nesta existência. Esse drama humano pode
nos levar às mais belas experiências místicas que já experimentamos e elevar
nosso ser ao divino, mas ao mesmo tempo pode produzir uma angústia terrível
naqueles sujeitos que não conseguem ter nenhum sentimento ou vivência da
dimensão religiosa do humano.
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
Estes eventos dramáticos que forjaram a maior parte das religiões. Segundo
Alves (1999), a religião procura responder a dilemas humanos sem solução aparente.
Neste aspecto, o Homo religiosus definido por Otto (1996) nos aparece como sendo
uma imposição da natureza humana. Tendemos ao sagrado de modo que, homens
que somos, queremos entender o divino mesmo estando distantes dele.
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História da Religião
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
morfologia e a estrutura das religiões e dos mitos para nos trazer o simbolismo e o
significado de cada comportamento religioso.
Logo, a história da religião não é algo fixo, imutável, mas, ao A história da religião
mesmo tempo, não pode ser qualquer coisa, por isso é importante uma não é algo fixo,
imutável,
boa historiografia para que a pesquisa produza bons frutos.
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História da Religião
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
Atividade de Estudos:
O Conceito de Religião
Conceituar o termo religião nos permite aprofundar a perspectiva do
entendimento e o funcionamento de um determinado grupo religioso. Se sabemos o
que os dirigentes, os fiéis e os adeptos de um grupo religioso entendem por religião,
sabemos também como pensam e organizam suas atividades em torno dela.
Embora saibamos que definir religião é uma tarefa difícil, devemos enfrentá-
la para diferenciar nossa atividade daquela simples profissão de fé desencadeada
durante os ritos religiosos pelos dirigentes e experimentada pelos fiéis, ou seja,
precisamos racionalizar a religião e a religiosidade e não apenas vivenciá-la.
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História da Religião
De acordo com Hock (2010, p. 17), “o termo religião não é usado de modo
uniforme, e até sua derivação terminológica é disputada”. Ao dizer isto, o especialista
nos lembra que a definição de religião remonta a Cícero (106-43 a.C.), que em
seu tratado De Natura Deorum (Sobre a natureza dos deuses) define religião como
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
cultus deorum, ou seja, culto aos deuses, como cultivo ou adoração dos deuses,
estando em evidência o comportamento ritual correto (HOCK, 2010, p. 18).
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História da Religião
Isso significa que ao adotar uma definição de religião temos que ser cientes
dos limites. No caso de seguirmos a definição de religião imanente, o limite se
encontra no objeto em que se experimenta ou sente ou ainda se pensa, pois a
dificuldade em sair do concreto impõe uma barreira intransponível. Por outro lado,
se seguirmos a religião transcendente, o objeto de adoração ou de crença está tão
distante, inatingível, que temos dificuldade em estabelecer um vínculo. No mundo
contemporâneo existem inúmeras denominações religiosas, ou se quisermos,
tipos de religião, a religião revelada e a religião natural.
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
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História da Religião
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
Atividade de Estudo:
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História da Religião
Uma religião é composta pelo texto sagrado, pelo carisma pela instituição
e pelo rito. Evidentemente que isto varia de acordo com as diferentes religiões,
e isso também é característica da riqueza das religiões. É importante mencionar
também as formas e as expressões dos fiéis.
Esta dupla dimensão - humana e divina - de nossa existência nos leva aos
bons atos, mediante nosso discernimento, pois somos seres livres. A liberdade de
escolher nos conduz para onde quisermos ir. Esta condição radical da liberdade
humana pode nos salvar ou pode nos condenar, depende de nossas decisões,
pois Deus e a Igreja já nos apontaram o caminho a seguir.
Eis que precisamos questionar: o que é a Igreja? Para que serve? Para
responder, devemos lembrar as palavras de Cristo: “tu és Pedro e sobre ti
assentarei a minha Igreja”. Ora, Ele mesmo nos disse que a Igreja é a instituição
que pelo seu magistério deve nos alimentar na busca da fé deste homem
multifacetado em nossos dias por se esquecer do papel da Igreja.
Para Zilles (2002), a dimensão religiosa engloba diversas Para Zilles (2002), a
dimensão religiosa
dimensões do ser humano, e embora diversas, não se excluem, elas se engloba diversas
completam. Desta maneira, se quisermos conhecer detalhadamente o dimensões do ser
ser humano, devemos entrar em cada uma destas características sem humano, e embora
diversas, não se
excluir anteriormente as diversidades de entendimento. excluem, elas se
completam.
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História da Religião
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História da Religião
religião possui várias dimensões e uma delas é justamente o aspecto social que
envolve ritos e hábitos, culturas que se mostram na experiência humana como
modos ou hábitos.
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
Assim, as forças religiosas só podem ser forças naturais. Por outro lado,
como elas têm, manifestamente, a função de agir sobre os espíritos, é preciso que
sejam forças morais. É preciso que elas emanem de consciências, pois somente
as consciências podem agir sobre as consciências.
Todavia, a superioridade de que falo não é puramente física: ela é moral. Com
efeito, a sociedade é, ao mesmo tempo, autora e depositária de todos esses bens
intelectuais cujo conjunto constitui a civilização onde se nutrem as consciências
humanas. A sociedade é, pois, a fonte eminente da vida moral na qual se alimenta
a vida moral dos indivíduos.
O termo sui generis indica algo que não tem semelhança alguma
com outra realidade, ou seja, é algo original e singular.
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História da Religião
Uma realidade peculiar, explicada por Berger (1985, p. 18) nos seguintes
termos: “Como os outros mamíferos, o homem está em um mundo que precede
o seu aparecimento. Em oposição aos outros mamíferos, este mundo não é
simplesmente dado, pré-fabricado para ele. O ser humano precisa fazer um
mundo para si”.
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
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História da Religião
Isso nos garante certa tranquilidade e agiliza o processo de identificação
de certas características de uma religião pesquisada pelo historiador da religião.
Assim ganhamos tempo e qualidade na pesquisa que desenvolvemos.
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
• O tipo orientado pelo ambiente e pela língua: neste caso há uma relação
mútua entre sagrado e profano. Seriam as religiões pré-históricas e do norte
da Eurásia.
• O tipo orientado por ritos: esse grupo enfatiza os ritos e corresponde a uma
ética independente. Os exemplos mais conhecidos são as religiões índicas
antigas (védicas), antiga religião Bön do Tibete ou as religiões cananeias.
• O tipo orientado por normas: esta religião se manifesta por ritos, mas
a prática ocorre a partir de uma vivência ética. As mais conhecidas são o
Confucionismo e o Judaísmo Rabínico.
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História da Religião
A busca pela paz A busca pela paz pode ser conquistada com diálogo e abertura
pode ser conquistada ao debate, evitando a perda de vidas. Sabemos dos limites da
com diálogo e
abertura ao debate, racionalidade humana, mas podemos construir um diálogo frutífero se
evitando a perda de nos colocarmos em posição de compreensão para com o outro.
vidas.
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
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História da Religião
mas como se usam os termos religiosos na prática, pelo uso é que se justificam
as atitudes e os ritos dentro de uma determinada religião. É claro que esta postura
possui problemas em seu bojo, contudo ela se aproxima mais de como funciona o
sistema de crenças na sociedade do século XXI.
O meio em que vivemos, ao contrário do que muita gente pensou e pensa, está
permeado pelo âmbito religioso, e isso é uma percepção do mundo em que vivemos.
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
Deste modo, classificá-las torna-se uma tarefa difícil, pois elas possuem
características muito voláteis e que variam muito de um período para outro, ou
mesmo de indivíduos. Desta maneira, o historiador da religião deve estar atento
ao modo como estas religiões jovens se organizam e se caracterizam.
O Sagrado E O Profano
Ao nos defrontarmos com o mundo em que vivemos, temos diferentes
percepções, mas duas aparecem de imediato em nossa existência: o sagrado
e o profano. Quer por causa das proibições e dos interditos ou pela percepção
do sublime e do belo, somos levados a entender que no mundo existem duas
dimensões básicas.
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História da Religião
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
O sagrado contém em si elementos morais e éticos, mas não pode ser pura
e simplesmente reduzido a estes, o que Otto se propõe a estudar é uma outra
dimensão do sagrado, onde o mesmo não pode ser tão facilmente medido e
compreendido, elucidado em conceitos ou mais ainda entendido e definido, pois
existe apenas no universo do inefável (OTTO, 1996, p. 11).
Otto (1996) defende em sua obra o sagrado, o aspecto não racional sem
esquecer os elementos do racional, já que sua intenção é fazer uma interação
entre o não racional e o racional. Para identificar o sagrado no seu elemento não
racional, ele inaugura a palavra numinoso, que também não deixa de possuir
elementos racionais.
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História da Religião
Otto utiliza-se da música como o grande exemplo. “Ter um Deus não significa
nada mais que confiar nele de todo o coração”. Atraído para esse que está fora
de si. Certamente o racional e o científico não podem explicar isso (OTTO, 1996,
p. 15).
Isso significa que existem coisas que não podem ser compreendidas pelo ser
humano, mas que expressam e manifestam a divindade. Deste modo, a música é
o elemento que explica bem esta dinâmica.
O homem que experimenta o numinoso não pela sua vontade, mas pela
vontade do Criador que irrompe no tempo para transformá-lo em instante de
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
Se o mundo de nosso tempo sofre tanto com a falta de sentido imposta pelo
processo de secularização moderna, cabe ao historiador da religião entender a
dinâmica da manifestação deste sagrado.
A cada sujeito cabe a interpretação, bem como a escolha livre sobre sua
existência, o modo de interpretar a experiência humana é na contingência que
se manifesta o limite absoluto tanto para crentes, agnósticos ou ateus. Mesmo os
céticos reconhecem na contingência algo que não pode ser colocado em dúvida,
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História da Religião
pois é uma experiência partilhada por todos e resolvida cada um a seu modo, o
que não existe é uma experiência da contingência sem interpretação, visto que
tudo que é experimentado é interpretado de certo modo.
Atividade de Estudos:
1) Como pudemos perceber a temática do Sagrado e do Profano
é fundamental para compreendermos a estrutura fundante
da religiosidade. Mircea Eliade, um autor que utilizamos para
fundamentar nossas análises, escreveu um livro cujo tema é: O
Sagrado e o Profano.
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História da Religião
Queremos dizer que estes textos são todos religiosos, e os classificamos para
fins de estudos didáticos. No caso do estudo da história da religião, classificamos
para não confundir fontes primárias, secundárias e terciarias. Lembramos que
muitas religiões orais e ágrafas não possuem textos escritos, sendo necessária a
pesquisa mais profunda e local do historiador das religiões.
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
Na busca pela sobrevivência, o homem foi aos poucos criando uma cultura.
Ao se fixar em um único lugar, esse processo ganhou rapidamente elementos
sofisticados e, por conseguinte, desenvolveu-se a religião. Se é por uma relação
íntima com o divino ou se é um modo de lidar com problemas concretos, como
a morte, podemos discutir, mas é comum entendermos que ao nos fecharmos
em um lugar queremos explicar nossas questões fundamentais. De onde viemos?
Quem nos criou? Porque existimos?
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História da Religião
Eis que o medo parece nos impor uma sensação terrível que nos impele
a tentar lidar com esta dificuldade. Neste sentido, teremos de considerar que o
medo nos move e que o homem é incapaz de suportar a ideia de que um dia ele
deixará de existir. Ora, o que parece natural, nascemos e um dia morreremos, é
assustador na medida em que a explicação racional não basta.
O fato de sermos seres afetados pelos nossos sentimentos parece nos impor
uma angústia interior que não pode ser resolvida por uma simples teoria racional.
Tendemos naturalmente a uma explicação objetiva e emocional. Nossa solução é
criar a religião e dela derivar a existência de uma vida após a morte, um paraíso,
uma recompensa pela boa conduta moral. Temos de fato dificuldade de lidar com
a angústia da existência e o fim da nossa existência.
Algumas Considerações
Chegamos ao fim desta unidade de estudo, com um pouco mais de
informações e conhecimentos sobre a História da Religião, porém temos muito
mais a explorar e a analisar, tanto em nível de conceitos (etimologia) como sobre
seus conhecimentos (epistemologias).
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Capítulo 1 Introdução à História da Religião
Referências
ALVES, R. O que é Religião. São Paulo: Loyola, 1999.
______. Tratado de História das Religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
GAARDER, J.; HELLERN, V.; NOTAKER, H. O livro das religiões. São Paulo:
Companhia das letras, 2005.
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História da Religião
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C APÍTULO 2
As Religiões Orientais
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
Contextualização
Neste capítulo estudaremos as religiões orientais, procurando conhecer as
suas características, bem como suas origens e ramificações. Vamos analisar as
influências histórico-culturais de cada uma dessas grandes religiões presentes no
Oriente. Vamos conhecer um pouco da história do Budismo, do Hinduísmo, do
Taoísmo, do Xintoísmo e do Confucionismo.
Origens e Ramificações
Podemos afirmar que há uma variedade de crenças no Oriente. Em especial,
destacamos nestes estudos: o Budismo, o Hinduísmo, o Confucionismo, o
Taoísmo e o Xintoísmo.
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História da Religião
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
O Hinduísmo, por sua vez, é considerado uma das religiões mais ricas,
tendo em vista a complexidade e diversidade de deuses e deusas. É também
considerado uma das religiões mais antigas, pois remente-se até o ano de 2500
a.C. Hoje essa religião tem muitos adeptos na Índia e pelo mundo.
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
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História da Religião
O Budismo
O Budismo surgiu na Índia, por volta dos séculos VI-V a.C., com a pregação
de Buda (O Desperto), considerado uma divisão do Hinduísmo, e que por volta do
século XI quase desapareceu.
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
Considera-se o fundador do Budismo Siddahãrta Gautama Buddha (Buda, o
Desperto), que foi um jovem que nasceu e morreu no norte da Índia por volta de
560-480 a.C., filho de um rajá. As histórias sobre a vida de Buda estão baseadas
em lendas, em um mito fundador:
PRÍNCIPE SIDARTA
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O Grande Veículo diz que, chegando à fase do Nirvãna, escolhe-se uma nova
reencarnação, para conduzir os outros à libertação. Essa doutrina não existia no
Budismo primitivo. O “Grande Veículo” abandonou o ateísmo inicial e procedeu a
uma espécie de transformação de Buda em um Deus, atribuindo-lhe três corpos
– humano, divino e cósmico. Esse Budismo, também transformado em religião
popular, tem seus templos ricamente ornados, peregrinações, festas e venera o
mais célebre Bodhisattva.
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
Segundo os budistas, fica claro que nós somos constituídos de vidas futuras
e por isso precisamos clarear nossa mente para encontrá-las. Para muitas
pessoas, o Budismo tende a ser universal, no sentido de que convive bem com
outras religiões. Inclusive, costuma-se admitir entre seus seguidores qualquer
pessoa que pertença a qualquer outra religião.
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História da Religião
Figura 2 - Mandala
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
Atividade de Estudos:
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História da Religião
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
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História da Religião
Hinduísmo
O Hinduísmo é O Hinduísmo é considerado a religião mais antiga da Ásia, e o
considerado a interessante é saber que o termo hinduísmo foi criado pelos ingleses por
religião mais antiga volta dos meados do século XIX. A palavra hinduísmo quer dizer então um
da Ásia.
conjunto de concepções e práticas religiosas que têm a Índia como berço,
é bom ressaltar que nem todos os indianos são hindus, a Índia tem uma diversidade
de religiões com características próprias.
O Hinduísmo surgiu na Índia, por volta do ano de 1500 a.C. No ano 2000 a.C.
os arianos começaram a povoar o Vale do Rio Indo, atualmente Paquistão. As
crenças que surgiram neste período nesta região tiveram influência das religiões
indo-europeias, como a grega, a romana e a germânica (GAARDER; HELLERN;
NOTAKER, 2005, p. 44).
O Hinduísmo não tem um Deus fundador, credo, clero e nem uma instituição.
É ensinado por mestres espirituais (gurus) e cada um à sua maneira. Só se pode
ser hindu por nascimento ou por um amplo e profundo processo de conversão.
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
Figura 3 - Xiva
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História da Religião
Figura 4 - Ganexa
Figura 5 - Visnu
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
• respeitar a tradição;
• acreditar nos livros sagrados;
• acreditar nos deuses;
• persistir no sistema das castas (determina o status de cada pessoa na
sociedade);
• ter conhecimento da importância dos ritos;
• confiar nos guias espirituais; e
• acreditar na existência de encarnações anteriores.
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História da Religião
Hinduísmo
atualmente é O Hinduísmo atualmente é resultado de diversas correntes
resultado de religiosas, entre as quais destacamos: o Vedismo, o Bramanismo,
diversas correntes o Xamanismo, o Hinduísmo purânico, Hinduísmo medieval,
religiosas.
Hinduísmo reformado, período moderno ou neo-hinduísmo. Não
nos aprofundaremos nessas correntes neste curso, mas fique à vontade para
pesquisar mais sobre elas.
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
A maior parte dos hindus acredita que o espírito ou a alma - o “eu” verdadeiro
de cada pessoa, chamado de ātman - é eterno. De acordo com as teologias
monistas/panteístas do Hinduísmo (tais como a escola Advaita Vedanta), este
ātma não pode ser distinguido, em última instância, do Brâman, o espírito
supremo; estas escolas são, portanto, chamadas de não dualistas. A meta da
vida, de acordo com a escola Advaita, é chegar à conclusão de que o seu ātman
é idêntico ao Brâman, a alma suprema. Os Upanixades afirmam que alguém
que toma consciência do ātman como o âmago de si próprio estabelece uma
identidade com Brâman, atingindo assim o moksha (“liberação” ou “liberdade”).
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
Quando o mundo está sob ameaça do mal, Vishnu aparece para protegê-lo,
em um de seus avatares, ou reencarnações. Vishnu também é conhecido como
protetor e preservador, Vishnu representa a força.
Atividade de Estudos:
MAṆḌALA I, HINO 2.
AṢṬAKA I, ADHYĀYA 1, VARGA 3-4.
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História da Religião
O Taoísmo
Talvez você já tenha ouvido falar no Ying e Yang. Bem, algumas pessoas
conhecem esses dois termos como representantes do símbolo abaixo e por
representar o bem e o mal, o claro e o escuro, o feminino e masculino. O que
muitas pessoas não sabem é que o símbolo pertence à religião do Taoísmo e
comumente visto e associado a equilíbrio, exercício e concentração – tudo isso
tem significado se nós entendermos a religião do Taoísmo.
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
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História da Religião
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
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História da Religião
Para um taoísta, O Taoísmo implica uma vida movida pela passividade e não pela
a ação mais atividade. Para um taoísta, a ação mais importante é a “não ação”,
importante é a “não
ação”. essa forma de pensar supõe uma visão e vivência em comunidade
muito diferente do homem ocidental. Enquanto que, para Confúcio, a
educação se faria por meio do conhecimento, para Lao Tse, a permanência do
homem na ingenuidade como das crianças e uma vida simples levaria o homem
à felicidade.
Enquanto Confúcio visava por regras e sistemas políticos fixos, Lao Tse dizia
que o homem deveria interferir o mínimo possível na natureza dos fatos. “Quanto
mais leis e mandamentos existirem, mais bandidos e ladrões haverá”, diz o Tao Te
Ching (GAARDER; HELLERN; NOTAKER, 2005, p. 77).
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
93
História da Religião
De acordo com o Taoísmo, o agir virtuoso que é chamando tê deve ser uma
atitude de busca presente em todas as criaturas. Neste sentido, o tao deve procurar
a bondade absoluta que está contida em sua ação. O homem deve seguir o agir
virtuoso em sua vida, pois o tao, uma vez atingido, proporciona a eternidade.
De acordo com o Taoísmo, podemos citar alguns princípios morais que devem
ser seguidos, a saber: não matar, não tomar bebidas alcoólicas, não mentir, não
roubar e não cometer adultério. Esses modos morais indicam a conduta ética para
os indivíduos no mundo.
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
O Xintoísmo O Xintoísmo é
uma antiga religião
japonesa cujo
surgimento se deu a
O Xintoísmo é uma antiga religião japonesa cujo surgimento se partir do ano 500 do
deu a partir do ano 500 do calendário cristão. calendário cristão.
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
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História da Religião
Atividade de Estudos:
O Espelho
O torii
100
Capítulo 2 As Religiões Orientais
O Shimenawa
O número oito
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____________________________________________________
____________________________________________________
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____________________________________________________
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O Confucionismo
O Confucionismo recebe este nome por considerar-se o seu fundador
Confúcio (MORA, 2001, p. 536).
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
Para Confúcio, o homem pode chegar a uma sociedade pacífica por meio de
sua própria bondade.
A Bíblia, porém, ensina que o homem não pode fazer nada sem Deus e
sua graça, sendo totalmente dependente de Deus em sua vida moral e espiritual
(BÍBLIA, Jó, 15, 5). Esta relação de interdependência entre o homem e Deus que é
possível verificar no Cristianismo e na Bíblia é justamente o que não encontramos
no Confucionismo.
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História da Religião
Isso posto, podemos dizer que Confúcio teve uma considerável influência no
desenvolvimento político e cultural da China. Após sua morte, os discípulos começaram
a difundir e ampliar suas ideias. O Confucionismo, por se tornar uma religião estatal,
acabou por vezes reprimindo outras religiões, como o Budismo e o Taoísmo.
É importante, a esta altura, salientar que essa religião abarcou uma série de
condutas morais, que abrangem uma série de ideias filosóficas e políticas que
formavam os pilares do governo e da burocracia da China imperial, muito embora a
ética do Confucionismo também permeasse amplas camadas da população chinesa.
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
Os conceitos mais
Os conceitos mais importantes para Confúcio são: piedade filial, importantes para
respeito e reverência. Confúcio não se opunha, de modo nenhum, à Confúcio são: piedade
filial, respeito e
religião popular, e não duvidava que os deuses e os espíritos existissem. reverência.
Atividade de Estudos:
105
História da Religião
Algumas Considerações
Procuramos destacar nestes estudos: o Budismo, o Hinduísmo, o
Confucionismo, o Taoísmo e o Xintoísmo de uma forma especial. Essas culturas e
tradições religiosas apresentadas situam-se no grupo das religiões classificadas
como salvíficas, que são aquelas portadoras dos meios de que os seres humanos
precisam passar para se salvar do sofrimento, a fim de posteriormente alcançar a
felicidade.
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Capítulo 2 As Religiões Orientais
Referências
ELIADE, Mircea; COULIANO, Ioan P. Dicionário das religiões. 2. ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2009.
LAO TSE. Tao Te Ching: o livro do caminho e da virtude. Trad. Mestre Wu Jyn
Cherng. Disponível em: <http://livros01.livrosgratis.com.br/le000004.pdf>. Acesso
em: 4 maio 2017.
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História da Religião
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C APÍTULO 3
As Religiões Ocidentais
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Capítulo 3 As Religiões Ocidentais
Contextualização
Olá! Nesta unidade vamos analisar as grandes religiões do Ocidente e
suas principais características, iremos conhecer as origens e ramificações que
ocorreram ao longo da história, a fim de entender um pouco mais da História das
Religiões e de sua influência na História Geral.
Origens e Ramificações
Podemos dizer que as religiões ocidentais são aquelas que nasceram na
cultura ocidental, embora tenhamos outras características, como o monoteísmo,
que fundamentam essa etimologia.
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História da Religião
Ao falar das religiões, sejam elas orientais ou ocidentais, temos que ter
um cuidado com a generalização, pois o processo de globalização acabou
generalizando muitas culturas e tradições religiosas, trazendo perdas na sua
conjuntura e identidade, reduzindo a compreensão das mesmas, muitas vezes, ao
senso comum. Sendo assim, se faz necessário um estudo mais criterioso dessas
religiões para melhor entendê-las.