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CURSO DE HISTÓRIA

DANIELE PEREIRA DE CARVALHO

HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

CRISTALINA - GO
2022
2

DANIELE PEREIRA DE CARVALHO

HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso da


Segunda Graduação em História –
Faculdade Única EaD, como requisito
parcial e obrigatório para conclusão
do curso.

Orientador: Jeová Pereira de Jesus

CRISTALINA - GO
2022
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RESUMO
Durante o período da escravidão no Brasil, especialmente na Bahia, os negros não
aceitaram pacificamente a condição infame a que eram submetidos. As disparidades
sociais entre brancos e negros ainda são muito acentuadas no país. A Lei nº
10.639/03 tornou obrigatórios os conteúdos de História e cultura afro-brasileira nas
escolas e representa o coroamento da resistência negra que deverá vir
acompanhada de uma mudança paulatina da mentalidade social. Dessa forma,
procura-se valorizar a cultura dos afrodescendentes com ampla conscientização da
sociedade para a igualdade de direitos entre todas as populações. O negro sempre
teve um papel ativo na sociedade e agora pode gozar como cidadão pleno tendo
seus direitos garantidos pela Constituição Federal. O objetivo geral desse artigo é
analisar o período colonial escravista no Estado da Bahia e as principais formas de
organização e resistência desenvolvidas pelos negros, escravos e libertos. Apesar
de termos consciência que costumes seculares não são abolidos com a mudança
das leis ou por decreto, mas esse processo de conscientização da sociedade
brasileira tem avançado no sentido de proporcionar uma releitura da participação do
negro na construção da base econômica da sociedade brasileira.

Palavras-chave: História e Cultura Afro-brasileira. Consciência Negra. Resistência


Negra.
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 5

2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................ 7

2.1 Crítica à legislação educacional e ao Estado ....................................... 11

2.2 A resistência negra na atualidade ........................................................ 15

3. CONCLUSÃO ....................................................................................... 18

4. REFERÊNCIAS .................................................................................... 19
5

1. INTRODUÇÃO

Nos 300 anos de escravidão no Brasil os negros não aceitaram pacificamente


da condição desumana impostas por conta das condições horrorosas a que eram
submetidos, obrigados a trabalhar em situações degradantes, alojados em galpões
úmidos e sem condições de higiene, chamados senzala, alimentação era terrível,
castigos inimagináveis caso não cumprissem as ordens que lhes eram dadas, e para
resistir à escravidão, além de fugas e suicídios era comum assassinato, abortos,
fugas coletivas e individuais.
Pesquisar sobre esse tema é uma oportunidade de ampliação e
aprimoramento do conhecimento, além de poder contribuir com pesquisadores e
estudantes.
Com a Lei nº 10.639/2003, foram inseridos conteúdos obrigatórios de história
e cultura afro-brasileiras nas redes pública e privada de ensino oficial com o intuito
de resgatar e preservar a cultura negra. Nesse contexto, há que se destacar a
atuação de movimentos sociais que foram ganhando expressividade com relação à
valorização da cultura afrodescendente na busca de conscientizar a sociedade e
alcançar a equiparação dos direitos entre as raças.
Considerando que os negros vieram de marcada exploração do trabalho
escravo e anulação de seus costumes e crenças precisam também despertar para
ocupar seu papel social ativo com apropriação de seus direitos e exercício de seus
deveres explicitados no texto da lei constitucional, assegurando-lhes o direito à vida,
à saúde, à educação, à livre expressão cultural.
Outro marco conquistado a partir da resistência negra e o reconhecido
legalmente é o Dia da Consciência Negra com base nos pilares humanos ligados à
luta pela libertação dos escravos: Zumbi de Palmares.
De que forma os negros se organizaram na luta pela liberdade, pela
sobrevivência e pela manutenção de seus hábitos e costumes trazidos da pátria-
mãe?
Os objetivos específicos são os seguintes: refletir sobre a estrutura colonial e
a importância dos negros africanos na formação da sociedade baiana; identificar as
formas de resistência dos negros escravos na Bahia colonial, relacionando os fatos
aos movimentos existentes em outras regiões do Brasil; identificar os principais
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hábitos e costumes originários da cultura africana, que foram mantidos ou


reinventados pelos negros, escravos e libertos.
A metodologia da pesquisa bibliográfica é limitada no sentido de coletar
apenas obras publicadas em bases online ou bibliotecas físicas, mas por outro lado,
possibilita uma pesquisa ampla em autores com distintas visões sobre o tema.
(JUNG, 2003)
Após a escolha do tema, elaboração da pergunta-problema, dos objetivos,
das hipóteses, foi realizado um levantamento bibliográfico, utilizando fontes
bibliográficas diversas, tais como livros, revistas especializadas nacionais e
internacionais, sites institucionais; foi realizada a leitura e a seleção das referências
bibliográficas e elaboradas as resenhas para confeccionar o capítulo teórico da
pesquisa. (GALVÃO, 2009)
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2. DESENVOLVIMENTO

Santos (2011) F realizou um estado sobre a diáspora africana no Estado da


que tem muito a contribuir sobre experiências vivenciadas com relação à resistência
negra e ao mundo escravista. No século XIX, a Vila de Maraú, na região sul da
Bahia abrigou práticas de sociabilidades na cotidianidade dos escravos, dos homens
livres e libertos que viviam na vila. Ali eram organizadas as festas do Cucumbi e do
Mandu e foi construída uma capela aberta à participação dos negros, paralelamente
às irmandades de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito.
Santos (2011) aponta a obra de Kátia Mattos denominada Ser escravo no
Brasil, marcou a fronteira da mudança de paradigmas da História Social ao ser
lançado nos fins da década de 1960. A partir de então, as experiências desses
indivíduos passaram a ser conhecidas desprovidas do olhar eurocêntrico que a
turvou.
As marcas da resistência negra nessa região estabeleceram-se nas
“conexões das heranças africanas a partir do tráfico-diáspora no litoral sul baiano”; é
um “erro de tentar estudar a escravidão no Brasil à luz do africanismo e das
manifestações da cultura afro-brasileira como produto, quase que mecânico, da
herança africana”. (SANTOS, 2011)
Há uma grande diversidade cultural (linguística, religiosa, ritualística) no
Recôncavo, pois os escravos chegavam de diversas regiões africanas de etnias
distintas. A autora esclarece que “o uso de vocábulos de origem africana, como
cambuizo, cucumbi, quimtungo, caçanje e mandu, incorporados nos falares
cotidianos, pertencem às línguas quicongo e quibumdo, majoritariamente faladas em
Angola, e, em parte do Congo, pertencentes à grande família etno-linguística banto”.
(SANTOS, 2011, p. 5)
O interesse em tratar da resistência negra na Bahia é, principalmente devido
ao grande número de negros soteropolitanos, pois Salvador é a cidade que possui a
maior população negra fora do continente africano. (AGUIAR, 2006)
Os negros islamizados tiveram que adaptar-se aos modos e à situação de
privação de liberdade, mas não se deixaram dobrar frente à rigidez dos opressores
e, assim, mantiveram hábitos alimentares celebrados em ceias nas datas
comemorativas segundo o calendário muçulmano, que eram verdadeiras cerimônias
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comunitárias, onde eram expressos os princípios da solidariedade e identidade


grupais. “Além de comunhão na fé, o repasto ritual alimentava projetos de
independência e rebeldia”, segundo Reis (apud GARCIA, 2006, 70).
Moura (apud AGUIAR, 2006) afirma que há uma variedade de manifestações
que marcaram a resistência dos negros escravizados, pois a resistência marcou de
forma indelével a personalidade do negro, que nunca vergou-se à escravidão com
passividade:
Desde quilombos, passando pelas revoltas que tiveram a religião em sua
base, até a organização em irmandades e resistências das religiões de
matrizes africanas, as formas de resistência foram as mais diversas
possíveis. E estas resistências se manifestavam em forma de protesto. As
formas de resistência foram assim elencadas: irmandades religiosas;
terreiros de Candomblé; levantes ou revoltas organizadas; os quilombos;
movimentos abolicionistas com presença de negros e organizações de
negros e negras no Brasil contemporâneo. (AGUIAR, 2006, p. 101)

Chucailo; Menegatte (2011) realizaram um estudo sobre a resistência negra


representada pela comunidade malê, grupo composto por indivíduos de distintas
origens étnicas (iorubás, haussás, nagôs, maioritariamente) de idioma árabe e
religião muçulmana, e cultura islâmica, desde a escrita e a leitura em árabe. Foram
responsáveis pelo Levante Malê ocorrido em 1835 na Bahia. Tal manifestação tem
relação direta com o modus vivendi do muçulmano africano, que contrapunha-se
totalmente ao sistema de escravidão apoiado pelo catolicismo.
Na África, os povos islâmicos tinham postura de pessoas importantes,
considerando-se muitas vezes superioras às outras que pertenciam às
religiões tradicionais. No Brasil eles se portaram de maneira diferente. A
informação que temos é de que os negros islâmicos consideravam o título
de malê como algo honroso e de prestígio. E que o modo arrogante como
se comportavam fazia parte do estilo de demonstrar poder nas relações
cotidianas, provocando acirramento dos ânimos entre os próprios malês e
os demais africanos. Fazer “opção pelo Islã, ser malê representava a
melhor forma de vencer ou pelo menos desafiar, aqui ou no outro mundo, o
senhor branco. (REIS apud AGUIAR, 2006, p. 71)

Os negros islâmicos oriundos da Baía de Benin, normalmente, “eram bem


bem instruídos, cientes de sua condição e fortemente unidos pelo vínculo
ideológico,que era o Islã”, o que pode explicar sua maior propensão às revoltas e
levantes, pois haviam nascido livres na África e não aceitavam pacificamente sua
condição de escravos no Brasil. (REIS apud CHUCAILO; MENEGATTE, 2011)
O vocábulo “malê” tem origem na língua iorubá “imale”, significando
“muçulmano”. O domínio da língua árabe e o bom nível intelectual do negro africano
malê torna-o distinto na comunidade escrava durante a colonização e lhes possibilita
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a prática de hábitos islâmicos como orações e rituais específicos baseados em


leituras do Alcorão, que provocava debates e reflexões sobre sua condição e a
manutenção da resistência.
Aguiar (2006) narra que o levante malê foi um movimento bastante elaborado
e traçado estrategicamente com antecedência, demonstrando muita organização e
comunicação eficiente que só não surtiu o efeito desejado porque foi delatado à
polícia que invitou reforços para combater os negros revoltosos. A Salvador
acorreram escravos de muitas localidades na véspera do dia 25 de janeiro de 1835
marcado para o levante. A estratégia consistia em tomar a cidade de Salvador para
instaurar um governo de ideologia islâmica baseado nos princípios da igualdade.
Devido à sua complexidade, esta manifestação pode ser reconhecida como o mais
importante realizado pelos escravos negros no Brasil.
O levante malê, ocorrido na primeira metade do século XIX foi um evento
relevante para demonstrar a resistência do negro no período da escravidão. Os
malês trouxeram e mantiveram certas práticas culturais como “o uso de amuletos de
proteção, geralmente, saquinhos de couro com versículos do Alcorão escritos em
pedaços de papel. Existem poucos estudos que se dedicam a essa influência
islâmica, transmitida por negros africanos escravizados e mulçumanos”.
(CHUCAILO; MENEGATTE, 2011, p. 2)
As peculiaridades dos malês eram intrínsecas à religião islâmica que baseada
em seu livro sagrado o Alcorão ou Corão ditado página a página ao profeta Maomé.
Segundo Chucailo; Menegatte (2011), “o Alcorão é dividido em quatro temas: as
crenças da fé, os cultos ou cerimônias, a moralidade e o que nos interessa: as
relações sociais entre os homens” que impunha como princípiobásico o igualitarismo
que deveria ser vivenciado após a conversão ao islamismo, não sendo admissível
diferençasentre raças, cor ou posição social.
Como retaliação a esse movimento, houve o massacre dos envolvidos,
deportação dos revoltosos e volta obrigatória à África dos muçulmanos que tinham
obtido a carta de alforria, segundo Krausen (apud AGUIAR, 2006, p. 85). Tal
repressão evitou a presença do islamismo em Salvador e no restante do Brasil, por
intimidação aos potenciais rebeldes. A resistência foi calada, mas não extinta, como
afirmou Reis (apud AGUIAR, 2006, p. 85): “após a revolta dos malês, a tentativa da
sociedade em esquecer todas as coisas que lembrassem este povo e sua religião.
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Houve uma verdadeira limpeza para que o passado de tais grupos étnicos
muçulmanos fosse esquecido”.
A revolta dos malês continha o poder da religião mesclado com a “consciência
ideológica da negritude e o desejo de ocupação das instâncias de atuação social [...]
a religião serviu para sustentar a rebeldia popular e dar suporte para a contestação”.
(AGUIAR, 2006, p. 87)
Pode-se dizer que o Brasil, devido à escravatura durante o período colonial
que se estendeu até a Abolição ocorrida em 1888, sempre manteve ligações
culturais com a África, no entanto, mesmo com a abolição da escravatura, o negro
foi mantido como subalterno nas relações socioeconômicas e culturais da sociedade
brasileira e, com a chegada dos imigrantes europeus, a mão-de-obra não
especializada dos negros foi preterida.
Silva (2009) está convicta que a história tradicional é a “história dos
vencedores” como constatou Walter Benjamim, pois é a história encontrada nos
livros, sendo capaz de impor o passado como verdadeiro, por meio de argumentos
políticos, chegando a ditar “como históricos alguns fatos míticos”.
A diáspora angolana “expulsou” para o Brasil centenas de milhares de luso-
angolanos e portugueses a partir de 1975. Atualmente o Brasil mantém boas
relações comerciais, culturais e econômicas com Angola por meio do que se
convencionou chamar eixo sul-sul.
Segundo Cardoso (2008), dos quase 300 mil luso-angolanos e portugueses
residentes em Angola na época da guerra pelo poder na metade da década de 1970,
muitos vieram dar às terras brasileiras como último refúgio para a maioria dos
imigrantes, que não quiseram ou não puderam ficar em Portugal. O Brasil foi a
opção de muitos.
Segundo Davies (1996), o livro didático atende às classes dominantes e aos
seus anseios, pois possibilita que os poderosos ampliem a acumulação de capital e
veiculem as visões que atendem aos seus interesses e sufoquem as potenciais
oposições. Na metade da década de 1990, o autor mostrava “como os livros
didáticos de História procuraram e procuram ainda construir uma memória oficial,
onde têm vez os ‘grandes homens’ das classes dominantes, o nacionalismo, e onde
os conflitos sociais são omitidos ou atenuados”.
11

A história nos livros didáticos é contada a partir das escolhas realizadas pelos
autores em conjunto com os editores, sendo que há muitos aspetos envolvidos na
escolha da abordagem.
Um exemplo da mudança dos parâmetros na disciplina de História ocorreu
com a pressão que o movimento negro fez junto aos órgãos públicos e à classe
política para inserir uma nova visão do negro na construção da sociedade brasileira,
que resultou na Lei Nº 10.639, de 9 de Janeiro de 2003 dispõe sobre as diretrizes e
bases da educação nacional, promovendo a inclusão da temática História e Cultura
Afro-Brasileira como obrigatória na Rede oficial de Ensino público e privado.
(BRASIL, 2003)
Houve um nítido processo de invisibilidade cultural sofrida pela população
negra e, incontestavelmente, a participação desse grupo étnico foi fundamental para
a consolidação da identidade nacional em todas as suas derivações, desde a
identidade cultural às heranças na configuração urbana dos assentamentos
humanos, principalmente assentamos espontâneos informais. (SOMMER, 2005, p.
19)
O discurso de Monteiro Lobato, no papel de narrador na obra Negrinha
expressa bem o espírito da consciência negra e o espírito de uma sociedade mais
igualitária e justa ao referir-se à abolição assinada em maio de 1888: “o 13 de Maio
tirou-lhe das mãos o azorrague, mas não lhe tirou da alma a gana”.
Costumes seculares não são abolidos por leis, de maneira que a instrução,
entre outras reparações e preparações que poderiam realmente conferir às
crianças filhas dos escravos libertos o status de cidadãs no novo Brasil que
a República proclamara, não foi concedida pela classe dirigente que mudou
o regime do país. E as gerações que se seguiram sentiram - e sentem ainda
- o peso da omissão daquela elite. (BIGNOTTO, 2005, p. 5)

Segundo Portilho; Almeida (2008, p. 480), ao avaliar o Ensino Médio afirmam


que “a escola é um espaço social instituído nas diferenças, onde deveriam ser
ensinados conteúdos que viabilizassem respostas às necessidades práticas da vida
e onde, principalmente, se buscasse uma formação humana plena”. Assim, a
preparação para a vida propõe situações variadas e abrangentes, para isso deve
contemplar variadas dimensões, incluindo a ética, a política, a social para permitir o
desenvolvimento material e espiritual do indivíduo e da sociedade.

2.1 Crítica à legislação educacional e ao Estado


12

No início do novo milênio, Vieira (2001) advertia sobre a espoliação que vinha
sofrendo o povo quanto ao desrespeito estatal frente aos direitos sociais, em uma
situação que já não era vista desde o Império Escravista.
Os espaços na escola, constantes do conteúdo programático, para o resgate
da história, das raízes, da cultura e da cidadania dos afrodescendentes são a
Educação Artística, a Geografia e a História. Dessa forma, os artistas negros ou os
que realizam em suas obras uma leitura crítica da participação do negro na
sociedade deve ser realçada para gerar reflexões acerca da cultura e da posição do
negro na sociedade. A própria Lei 11.645/2008 refere-se a determinadas disciplinas
que devem tratar da temática:
§ 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos
indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo
escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e
história brasileiras. (BRASIL, 2008)

Bosi (1992) afirma que a nação brasileira, a meio da segunda década do


século XIX, ainda com o regime escravista, sentia a pressão interna e externa por
mudanças radicais em sua economia, pois “enquanto terra de escravos — uma
nódoa no cenário feito de ondas de luz, verdes matas, céu de anil. E o retinir dos
ferros do cativo destoa da imensa orquestra, e um som discorde e vil”.
A participação do negro foi fundamental e intensa em todas as atividades do
país, desde o ciclo do açúcar e estima-se que cerca de 40% dos escravos
africanos destinavam-se ao país dos 15 milhões de negros que chegaram à
América. No período colonial, o Brasil recebeu mais africanos que qualquer
outro país e abriga, atualmente, a segunda maior população negra do
mundo em termos numéricos absolutos. (SOMMER, 2005, p. 18)

Para Lima (2008), a luta contra a desigualdade, no Brasil, sempre foi marcada
pelo envolvimento de intelectuais e militantes defensores da causa negra. Dessa
forma, foram envolvidos ao longo da diáspora negra muitas pessoas de posturas
mais africanistas ou relativizadoras:
Na pessoa do intelectual e militante Abdias do Nascimento, na década de
70, o movimento negro encontra um porta-voz para discordar da ideia de
monoetnicidade e monoculturalismo centrados nas concepções de
mestiçagem étnica e sincretismo cultural. A postura militante de
Nascimento, assim como de boa parte da militância da época era propor a
construção de uma democracia plurirracial e pluriétnica, na qual o
denominado mulato pudesse se solidarizar com o negro, em vez de ver
suas conquistas drenadas no grupo branco. Estas vozes discordantes
afirmam que, embora tida como ponte étnica entre negro e branco, o que
conduziria à salvação da raça branca, o mulato não goza de um status
social diferente do negro (MUNANGA apud LIMA, 2008, p. 37).
13

Dentre esses movimentos podemos destacar os movimentos das


Comunidades Remanescentes de Quilombos não só pela titulação de suas terras,
mas pelo reconhecimento da especificidade de sua ancestralidade africana e pela
expressão de suas produções culturais específicas. Do mesmo modo as
reivindicações e iniciativas por ações político-culturais contra a concentração da
população afrodescendente nos bolsões de miséria, de subempregados,
desempregados, analfabetos. (LIMA, 2008)
Lima (2008) argumenta que não há culturas puras e identidades endogâmicas
no contexto hodierno do país, mas há “identidades afrodescendentes múltiplas,
complexas, cujos contornos foram marcados, em sua constituição e expressão,
pelas relações políticas e socioculturais estabelecidas historicamente”.
As elites, historicamente, preocupam-se com seu próprio enriquecimento
econômico e com a preservação de seus privilégios e no Brasil “a educação
primária, durante mais de meio século após sua independência em 1822, será
proibida aos negros escravos, aos índios, e as mulheres enfrentarão muitos
obstáculos por causa de uma visão tradicionalmente discriminatória quanto ao
gênero”. (CURY, 2002, pg. 258)
A figura da princesa Isabel foi bastante emblemática em sua época, pois
tendo assumido a postura de rececionar furtivamente líderes negros, foragidos e
empenhados no movimento abolicionista.
Há um processo de sufocamento ou anulação no convívio das culturas.
Assim, Barbosa (apud ESCOBAR, 2010, pg. 37) explica que há duas características
que se evidenciam no movimento unicultural, onde ocorre a tentativa da destruição
do “outro”, do que é diferente: “a) o sincretismo negativo e B) a hiperespecialização
do trabalho do grupo subjugado. Sob a ótica das classes dominantes, apenas uma
cultura é possível ao negarem finalmente o direito à existência das outras culturas”.
A resistência negra no Rio de Janeiro deu-se em várias frentes, mas um
quilombo que ganhou destaque foi o do Leblon, que mantinha uma plantação de
flores como atividade econômica para garantir sua subsistência. Contrariamente, ao
que se pode apregoar, o negro não foi passivo, dócil, benevolente, fraco, pois havia
uma revolta silenciosa assoberbando-se em uma luta invisível aos olhos; o
movimento abolicionista crescia nos bastidores da sociedade, nos quilombos, nas
mentes dos escravos e dos que não aceitavam o cerceamento da liberdade.
(ESCOBAR, 2010, falta de pagina)
14

José do Patrocínio foi um crítico sagaz da monarquia, mas perante os


atos de benevolência e de valorização da raça negra demonstrados pela princesa
Isabel, acaba por dar-lhe apoio incondicional. (ESCOBAR, 2010, falta a pagina)
Segundo Santos (2009) falta a pagina, o Movimento Negro Brasileiro tem
voltado grandes esforços ao combate das desigualdades raciais e procura atuar no
campo da Educação, que tem papel preponderante na conscientização das pessoas.
O autor entende que a manifestação de preconceitos não se restringe a momentos
pontuais a exemplo do que ocorre quando do ingresso na faculdade por meio do
vestibular, mas é uma somatória de toda a história do passivo da escravidão
impingida pelos portugueses aos africanos oriundos da África, que geram uma trama
“de complexas práticas associadas ao racismo, em toda a trajetória educacional”.
A educação para a igualdade racial é uma interferência radical na
reformulação de referenciais, dos conhecimentos que abrangem a formação de
personalidades, na constituição de visão de mundo e “dos códigos comportamentais
que orientam a forma como o indivíduo se percebe/posiciona no mundo – como ele
vê o mundo e aprende a transitar, a se movimentar nele”. (SANTOS, 2009, pg. 3)
A escola tem um ambiente propício à promoção da igualdade racial por meio
de sensibilização social, abordando a existência de contextos culturais diversos para
integrar os sujeitos sociais que convivem no ambiente escolar e na sociedade.
Entende-se que práticas pedagógicas sejam essenciais como ferramentas para
educar para a igualdade racial. A formação compreende a maneira como o
“indivíduo se vê e vê ao outro”, porque o racismo não é inato e sim aprendido em
determinadas circunstâncias durante o seu processo de socialização e de educação,
quando compreendida como um campo da formação humana. Neste sentido, a Lei
10.639 é essencial para lutar contra o racismo e a Geografia pode desempenhar um
papel fundamental nesta direção. (SANTOS, 2009, p. 3)
A divisão racial não se sustenta a nível biológico, mas há ideologias fortes
que orientam e regulam os comportamentos baseados na associação de conceber
determinados grupos raciais a determinadas regiões do planeta. Para Pena (apud
SANTOS, 2009, p. 6), “‘Raça’ pode também denotar origem em uma região do
globo, assumindo o significado de ‘ancestralidade geográfica’ – fala-se então de uma
raça africana, raça oriental etc”.
Quanto a Geografia concebida como configuração dos espaços ocupados
pelo homem deve reservar uma reflexão sobre a reconfiguração dos espaços
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ocupados por negros e brancos, pois não há como manter uma cultura baseada no
eurocentrismo, na qual o branco é europeu e europeu é branco necessariamente o
que negro é africano e africano é negro, necessariamente. Basta ver a diáspora
angolana ocorrida na década de 1970, quando da independência daquele país,
quando o governo comunista somado à guerra civil expulsou de Angola, quase meio
milhão de afro-descendentes, na maioria, luso-angolanos. Naquela altura, muitos
migraram para o Brasil.
Normalmente, para os brasileiros, o “negro” está circunscrito à África, como
única localidade onde existiam negros antes do tráfico negreiro que trouxe os
escravos para cá e costumamos relacionar “branco” a Europa, embora saibamos
que “não é apenas lá que habitavam historicamente homens e mulheres com estas
características, e também que parte significativa dos indivíduos que no padrão de
relações raciais brasileiro são classificados como “brancos” não é oriunda do que
chamamos de Europa”. (SANTOS, 2009, p. 5)

2.2 A resistência negra na atualidade

Silva; Fonseca (2010) argumentam com veemência que os conteúdos


programáticos, ou seja, a história que é ensinada, sempre é o resultado de recortes
temporais por opção, dando relevância a alguns conteúdos e relegando outros ao
ostracismo.
A LDB, Lei 9.394/96, tem sofrido alterações para corrigir as distorções e
omissões a fatos importantes da história e da geografia do Brasil que geram visões
de mundo preconceituosas. Normalmente, o afrodescendente e o indígena ficaram
alijados da história do Brasil como personagens ativos e atuantes na sociedade,
porque em muitas versões esses tipos ficaram à sombra do colonizador. Com
relação à História do Brasil, a tríade matrizes indígena, africana e europeia na base
da formação da sociedade brasileira. (SILVA; FONSECA, 2010)
Com relação ao livro didático, Sousa et al. (2018) argumentam que:
A discriminação e o preconceito que os negros são vítimas durante longos e
cruéis anos, manifestam-se até hoje de maneira velada ou não na nossa
sociedade e de maneira aberta em alguns espaços educativos. Através de
um discurso preconceituoso de alguns professores que caracterizam muitos
de seus alunos negros como incapazes e preguiçosos e é claro, nos
veículos de informação, como o livro didático, é construído a imagem de um
negro predestinado ao fracasso.
16

Por volta da metade do século XVI já havia a preocupação em implementar


livros didáticos no ensino, na transmissão dos conhecimentos, que segundo Lima
(2021, p. 13),
Contribuir efetivamente para a consecução dos objetivos do ensino de
língua materna, tais como vêm definidos em documentos oficiais, como os
PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, assim é necessário que ele
abstenha–se de preconceitos discriminatórios e, mais do que isso, seja
capaz de combater a discriminação sempre que oportuno (RANGEL apud
LIMA, 2021, p. 3).
O livro didático tem a função de estimular a cidadania e desse modo possa
ser útil no combate de quaisquer preconceitos ou discriminações na escola e na
sociedade, porém não é isso que vem ocorrendo como esclarecem Lima et al.
(2021).
O livro didático, de modo geral, omite o processo histórico–cultural, o
cotidiano e as experiências dos segmentos subalternos da sociedade, como o índio,
o negro, a mulher, entre outros. Em relação ao segmento negro, sua quase total
ausência nos livros e a sua rara presença de forma estereotipada concorrem em
grande parte para a fragmentação da sua identidade e autoestima (LIMA, 2021, p.
47).
O livro didático tem seu papel desde a distribuição de conhecimento de
relevância histórica, preservar o conteúdo real dos acontecimentos, oferecer
equivalência, mesmo que a longo prazo dos espaços garantidos a todos os
povos o que resulta em sucesso nesta dura batalha de conquistar espaço
de qualidade, respeito e o lugar na história do país que ajuda e ajudou a
construir. (SILVA, 2018, p. 10)
Desde a década de 70, intensificaram-se as reivindicações por maior
igualdade no contexto da luta contra o preconceito, contra o racismo, extinção da
dominação e exclusão; reconhecimento dos direitos das minorias: indígenas e
negros. (SILVA; FONSECA, 2010, p. 20)
Segundo Silva; Fonseca (2010), tal movimentação culminou com a
promulgação da Lei Federal 10.639, de 9 de janeiro que incluiu obrigatoriamente em
toda a rede de ensino particular e público o estudo da História e Cultura Afro-
Brasileira. Mais tarde, em 2004, o CNE (Conselho Nacional de Educação) aprovou
as “Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais
e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana”; foi aprovada
também a Resolução nº 1 do CNE, de 7 de junho de 2004, que instituiu as Diretrizes.
Posteriormente, a Lei Federal 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a LDB – Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi acrescida de 2 artigos que diziam
respeito ao ensino de História.
17

Para Lefbvre (apud SANTOS, 2009), o espaço envolve as coisas produzidas,


“e compreende suas relações em sua coexistência e simultaneidade” e para que
uma organização social seja lembrada como pertencente a um território estruturado,
o trabalho de muitas pessoas tem que ser considerado.
Santos (2009, p. 51), ao pesquisar sobre comunidade quilombolas baianas,
“considera que tal sentimento de pertencimento ao território é produto ‘da construção
geo-histórica de uma identidade coletiva’”.
Essas Comunidades têm no passado escravo e quilombola as bases
fundamentais dessas marcações. Sua história e tradições socioculturais os
diferenciam de outros grupos locais pelos quais eles transitam ou aos quais
se inseriram em determinados momentos de sua trajetória histórica. Essa
identidade está vinculada, também, a condições sociais e materiais, como
por exemplo a negritude, a escravidão, a resistência às forças dominantes.
(SANTOS, 2009, p. 51)

Segundo Flausino (2006), há uma realidade vivida no Recôncavo, que a


historiografia de corrente tradicional não menciona com detalhes, mas após o
período áureo da mineração, o Estado de Minas entrou em decadência que gerou a
dispersão populacional para outras atividades. Nesta época, houve ociosidade de
mão-de-obra que levou à comercialização interna de escravos, pois estavam sendo
subutilizados naquela região.
É preciso realçar que a Lei Eusébio de Queirós foi promulgada em 1850
proibindo o tráfico de escravos oriundos da África, no entanto, o comércio interno
continuou apesar das leis proibitivas. A Inglaterra teve muita influência na extinção
paulatina da escravidão, porque já pautava-se pela industrialização e queria que os
países mudassem os sistemas de produção para consumir seus produtos.
18

3. CONCLUSÃO

A Lei 10.693 de 2003 que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura


afro-brasileira na rede de ensino oficial foi um passo importante no processo de
reescrever a história do negro e sua participação na base da economia brasileira. No
entanto, muitos esforços ainda têm que ser empenhados para mudar os olhares
preconceituosos sobre os negros e pardos, que hoje compõem a maior parte da
população brasileira, de acordo com o censo do IBGE de 2010.
Apesar de termos consciência que costumes seculares não são abolidos com
a mudança das leis ou por decreto, mas esse processo de conscientização da
sociedade brasileira tem avançado no sentido de proporcionar uma releitura da
participação do negro na construção da base econômica da sociedade brasileira.
Na prática, as experiências vivenciadas com relação à resistência negra e ao
mundo escravista são demonstrações da força da população negra, que cada vez
mais reencontra o seu papel de cidadania na sociedade brasileira que muito a ela
deve pelo seu desenvolvimento.
A sociedade brasileira já caminhou um pouco, mas há ainda um longo
caminho a percorrer para melhorar os níveis de escolaridade no Brasil, de
reestruturar as propostas pedagógicas da Geografia nas escolas e nas Faculdades
que formam professores da disciplina, que demanda tempo, vontade política que
irão refletir nas práticas de sala de aula formação das novas gerações.
O Brasil possui uma população afro-descendente superior a vários países
africanos e porisso tem uma grande responsabilidade em manter políticas sociais
que visem a total integração dessa população em condições igualitárias, punindo o
preconceito racial que fez história em solo brasileiro.
19

4. REFERÊNCIAS

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