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Serviço Público Federal

Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA


Instituto de Engenharia do Araguaia - IEA
Faculdade de Engenharia Civil - FEC

DISCIPLINA – FÍSICA II
Docente: Me. Mateus Gonçalves de Oliveira
mateus.oliveira@unifesspa.edu.br

SANTANA DO ARAGUAIA - 2020


APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

• Disciplina: Física Geral II.

• Carga Horária: 68h – Teórica e Prática.

• Período: 15 de Setembro a 07 de Outubro de 2020.

• Horário: 13h50 às 17h30.

• Metodologia: A interação desenvolver-se-á de forma síncrona e/ou assíncrona.

• A primeira, síncrona, será usada a ferramenta do G suite conhecida como Google Meet,
vídeo chamado do Whatsapp e outros.
• Já para a segunda, assíncrona, o suporte de serviços do Ambiente virtual de
Aprendizagem (ferramentas e programas do G suite, SIGAA, Whatsupp, outros), isto
com o uso de questionários, fóruns, tarefas e materiais de estudos, sendo eles:
resumos, resenhas, e leituras complementares.
EMENTA

1 ESTÁTICA DOS FLUIDOS

2 DIMÂMICA DOS FLUIDOS

3 LEIS DA TERMODINAMICA

4 OSCILAÇÕES

5 ONDULATÓRIA

6 PRÁTICAS: VÁRIOS ASSUNTOS


Referências recomendadas

• Bibliografia Básica:

• 1. BAUER, W. Física para universitários: relatividade, oscilações, ondas e


calor. São Paulo: AMGH Ed, 2013.

• 2. TIPLER, Paul Allen; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros. Vol. 1,
Mecânica, Oscilações e ondas, Termodinâmica. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, c2009.

• 3. YOUNG, Hugh D et al. Física. Vol. 2. 12. ed. São Paulo: Pearson Addison-Wesley,
c2008-2009.
Referências recomendadas

Bibliografia Complementar:

• 4. CHERER, Claudio. Métodos computacionais da física. 2. ed. São Paulo: Liv. da Física,
2010.

• 5. FEYNMAN R.; LEIGHTON, R. B. & SANDS, M. L. The Feyman Lectures on Physics: The
new millennium edition. Vol. I: mainly mechanics, radiation and heat. New York:
Basic Book, 2010.

• 6. JEWETT JR., John W; SERWAY, Raymond A. Física para cientista e engenheiros. Vol.
2. Tradução da 8. ed. Norte-americana. São Paulo: Cengage Learning, c2012.

• 7. NUSSENZVEIG, H.M. Curso de física básica. Vol. 2. 5. ed., rev. e atual. São Paulo:
Edgard Blucher, 2013.

• 8. RESNICK, Robert; KRANE, Kenneth S; HALLIDAY, David. Física 1. Vol. 2. 5. ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, c2003-2004.
Forma de avaliação

2ª Avaliação
(35%)
• Prova teórica - • Exercícios,
10,0 pts.; Seminários, e
• Prova teórico - Experimentos -
10,0 pts. 10,0 pts.

1ª Avaliação 3ª Avaliação
(35%) (30%)
Avaliação

E
9,0 a 10,0 pts.

B
7,0 a 8,9 pts.

R
5,0 a 6,9 pts.
I
0,0 a 4,9 pts.

OBS.: Arredondamentos maiores que 0,1 pts. não serão realizados.


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
❑1.1 O que é a densidade de um material e a densidade média de um corpo.

❑1.2 O que é a pressão em um fluido e como é medida.

❑1.3 Como calcular a força de empuxo exercida por um fluido sobre um corpo nele
imerso.

❑2.4 A diferença entre fluido laminar e fluido turbulento, e como a velocidade do


escoamento em um tubo depende do tamanho desse tubo.

❑2.5 Como usar a equação de Bernoulli em certos tipos de escoamento para


relacionar a pressão à velocidade do escoamento em diferentes pontos.

❑2.6 Como o fluido viscoso e o turbulento diferem do ideal.


1 INTRODUÇÃO
• Os fluidos desempenham papel vital em muitos aspectos de nossa
vida cotidiana. Nós bebemos, respiramos e nadamos em fluidos. Eles circulam
em nosso corpo e são responsáveis pelo clima.

• A física dos fluidos, portanto, é fundamental para nosso conhecimento da


natureza e da tecnologia (TIPLER E MOSCA, 2016).

• Vamos começar com a estática dos fluidos, o estudo de fluidos em


repouso, em situação de equilíbrio.

• Analogamente a outras situações de equilíbrio, ela se pauta na


primeira e na terceira leis de Newton. Vamos analisar os conceitos básicos
de densidade, pressão e empuxo (TIPLER E MOSCA, 2016).
1 INTRODUÇÃO

• Já a dinâmica dos fluidos, o estudo de fluidos em movimento, é


muito mais complexa; trata-se, na verdade, de um dos ramos mais
complexos da mecânica.

• Felizmente, podemos analisar muitas situações importantes utilizando


modelos idealizados simples e princípios familiares, como as leis de Newton
e a lei da conservação da energia (TIPLER E MOSCA, 2016).

• Mesmo assim, trataremos apenas superficialmente deste vasto e


interessante tópico (TIPLER E MOSCA, 2016).
1.1 GASES, LÍQUIDOS E DENSIDADES

Um fluido é qualquer substância que pode escoar e alterar a


forma do volume que ele ocupa. (ao contrário, um sólido tende a manter
sua forma.). Assim, usa-se o termo “fluido” para gases e líquidos (TIPLER
E MOSCA, 2016).

A principal diferença entre eles é que um líquido tem coesão e


um gás, não (TIPLER E MOSCA, 2016).

As moléculas em um líquido estão próximas umas das outras, de


modo que podem exercer forças de atração umas sobre as outras e,
assim, tendem a permanecer juntas (ou seja, coesas) (TIPLER E MOSCA,
2016).
1.1 GASES, LÍQUIDOS E DENSIDADES

É por isso que uma quantidade de líquido mantém o mesmo


volume enquanto flui: por exemplo, se você derramar 500 ml de água em
uma tigela, a água ainda ocupará um volume de 500 ml (TIPLER E MOSCA,
2016).

As moléculas de gás, ao contrário, são separadas na média por


distâncias muito maiores que o tamanho de uma molécula (TIPLER E
MOSCA, 2016).

Logo, as forças entre as moléculas são fracas, há pouca ou


nenhuma coesão, e um gás pode facilmente mudar de volume (TIPLER E
MOSCA, 2016).
1.1 GASES, LÍQUIDOS E DENSIDADES
Outro exemplo, se você abrir a válvula em um tanque de oxigênio
comprimido que possui um volume de 500 ml, o oxigênio se expandirá
para um volume muito maior (TIPLER E MOSCA, 2016).

Uma propriedade importante de qualquer material, fluido ou sólido,


é sua densidade, definida como a massa por unidade de volume
(TIPLER E MOSCA, 2016).

Em português, um sinônimo de densidade é massa específica. Um


material homogêneo, como o gelo ou o ferro, possui a mesma densidade
em todas as suas partes. Logo, usa-se a letra grega ρ (pronuncia-se
“rô”) para simbolizar a densidade (TIPLER E MOSCA, 2016).
1.1 GASES, LÍQUIDOS E DENSIDADES

❑ Para um material homogêneo,


Massa do Material

m
Densidade de um = Eq. 1
Material Homogêneo
V Volume Ocupado pelo
Material

Dois objetos feitos com o mesmo material possuem a mesma


densidade, mesmo que tenham massas e volumes diferentes. Isso acontece
porque a razão entre a massa e o volume é a mesma para ambos os objetos
(Figura 1.1) (TIPLER E MOSCA, 2016).
1.1 GASES, LÍQUIDOS E DENSIDADES

Figura 1.1 - Dois objetos de


massas diferentes e volumes
diferentes, mas com a mesma
densidade (TIPLER E MOSCA, 2016).
1.1 GASES, LÍQUIDOS E DENSIDADES

A unidade SI de densidade é o quilograma por metro cúbico (1


kg/m3). A unidade cgs, grama por centímetro cúbico (1 g/cm3), também é
muito empregada. O fator de conversão entre ambas é: (TIPLER E MOSCA,
2016).

Na Tabela 1.1, lista-se as densidades de algumas substâncias comuns


em temperaturas normais.
1.1 GASES, LÍQUIDOS E DENSIDADES

Observe a grande variedade das ordens de grandeza. O material


mais denso encontrado na superfície terrestre é o ósmio ( ρ =
22.500 kg/m3), porém essa densidade é muito pequena se comparada à
densidade de corpos astronômicos exóticos, como a estrela de nêutrons e
a anã branca (TIPLER E MOSCA, 2016).

A densidade relativa de um material é a razão entre a densidade


do material e a densidade da água a 4,0 °C, 1.000 kg/m3; trata-se de um
número puro, sem unidades.

Por exemplo, a densidade relativa do alumínio é 2,7.


1.1 GASES, LÍQUIDOS E DENSIDADES

A densidade de alguns materiais varia de um ponto a outro no


interior do material (TIPLER E MOSCA, 2016).

Um exemplo disso é o corpo humano, que inclui gordura, de baixa


densidade (cerca de 940 kg/m3), e ossos, de alta densidade (de 1.700 a
2.500 kg/m3) (TIPLER E MOSCA, 2016).

Dois outros exemplos são a atmosfera terrestre (que é menos


densa em altitudes elevadas) e os oceanos (que são mais densos em
profundidades elevadas) (TIPLER E MOSCA, 2016).
1.1 GASES, LÍQUIDOS E DENSIDADES

Tabela 1.1 – Densidades


de algumas substâncias
comuns
1.1 GASES, LÍQUIDOS E DENSIDADES
EXERCÍCIOS

❑ EXERCÍCIO 01: PESO DO AR NO INTERIOR DE UMA SALA

✓ Ache a massa e o peso do ar a 20° C no interior de uma sala de


estar com altura de 3,0 m e piso com área de 4,0 m X 5,0 m.
Quais seriam a massa e o piso de um volume igual de água?
1.2 PRESSÃO EM UM FLUIDO

Um fluido exerce uma força perpendicular sobre qualquer superfície que


esteja em contato com ele, como a parede do recipiente ou um corpo imerso no
fluido.

Essa é a força que pressiona suas pernas quando você as movimenta em


uma piscina. Embora o fluido como um todo esteja em repouso, as moléculas que
o constituem estão em movimento; as forças exercidas pelo fluido são oriundas
das colisões moleculares com as superfícies vizinhas (TIPLER E MOSCA, 2016).

Se pensarmos em uma superfície imaginária no interior do fluido,


este exerce forças iguais e contrárias sobre os dois lados da superfície.
(caso contrário, a superfície seria acelerada e o fluido não estaria em repouso.)
(TIPLER E MOSCA, 2016).
1.2 PRESSÃO EM UM FLUIDO
Figura 1.2.1 – Forças atuando sobre uma
pequena superfície dentro de um fluido em
Considere uma pequena superfície repouso (TIPLER E MOSCA, 2016).
de área dA centralizada em um ponto do
fluido; a força normal exercida pelo fluido
sobre cada lado da superfície é dF (Figura
1.2.1).

Definimos a pressão P nesse ponto


como a força normal por unidade de
área, ou seja, pela razão entre dF e dA
(Figura 1.2.2): (TIPLER E MOSCA, 2016).
1.2 PRESSÃO EM UM FLUIDO

Figura 1.2.2 – Forças atuando


sobre uma pequena superfície
dentro de um fluido em repouso
(TIPLER E MOSCA, 2016).
1.2 PRESSÃO EM UM FLUIDO Força normal exercida pelo
fluido sobre uma pequena
superfície nesse ponto
dF
Pressão em um ponto em P= Eq.2
um fluido dA Área de superfície

Quando a pressão for a mesma em todos os pontos de uma superfície


plana de área A, então (TIPLER E MOSCA, 2016).

F
P= Eq.3
A
❑Onde F é a força normal resultante sobre um dos lados da superfície. a
unidade SI de pressão é o pascal, onde
1.2 PRESSÃO EM UM FLUIDO

Duas unidades relacionadas, usadas principalmente em meteorologia,


são o bar, igual a 105 Pa, e o milibar, igual a 100 Pa (TIPLER E MOSCA, 2016).

A pressão atmosférica Pa é a pressão exercida pela atmosfera


terrestre, a pressão no fundo desse oceano de ar em que vivemos. Essa pressão
varia com as condições do tempo e com a altitude.

A pressão atmosférica normal ao nível do mar (um valor médio) é 1 atm


(atmosfera), equivalente a 101.325 Pa. com quatro algarismos significativos,
1.2 PRESSÃO EM UM FLUIDO
EXERCÍCIOS

❑ EXERCÍCIO 02: A FORÇA DO AR

✓ Na sala descrita no Exemplo 1, ache a força total de cima para


baixo exercida pela pressão do ar de 1,00 atm sobre a
superfície do piso.
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

Quando despreza-se o peso do fluido, a pressão no interior do fluido é a


mesma em todos os pontos do recipiente onde se localiza o fluido.
Porém, geralmente o peso de um fluido não é desprezível; as variações
de pressão são importantes (TIPLER E MOSCA, 2016).

A pressão atmosférica em altitudes elevadas é menor que a pressão


atmosférica ao nível do mar; por essa razão, a cabine de um avião deve ser
pressurizada (TIPLER E MOSCA, 2016).

Quando você mergulha em águas profundas, seus ouvidos informam a


você que a pressão está crescendo com o aumento da profundidade (TIPLER E
MOSCA, 2016).
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

Pode-se deduzir uma expressão geral entre a pressão P em um dado ponto


no interior de um fluido em repouso e a altura y desse ponto (TIPLER E MOSCA,
2016).

Vamos supor que a densidade ρ e a aceleração da gravidade g


permaneçam constantes em todos os pontos do fluido (ou seja, a densidade é
uniforme) (TIPLER E MOSCA, 2016).

Quando o fluido está em equilíbrio, qualquer elemento fino do fluido com


espessura dy também está em equilíbrio (Figura 1.2.1.1a).
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

Figura 1.2.1.1 – As forças que atuam sobre um elemento de fluido em equilíbrio


1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

As superfícies inferior e superior possuem área A e estão em elevações y e y


+ dy acima de algum nível de referência, onde y = 0 (TIPLER E MOSCA, 2016).

O volume do elemento de fluido é dV = A dy, sua massa é dm = ρ dV = ρA


dy e seu peso é dP = dm g = gA dy (TIPLER E MOSCA, 2016).

Quais são as outras forças que atuam sobre esse elemento de fluido
(figura 1.2.1.1b)?
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

Figura 1.2.1.1 – As forças que atuam sobre um elemento de fluido em equilíbrio


1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

Chame de P a pressão na superfície inferior; o componente y da força


resultante que atua sobre essa superfície é PA.

A pressão na superfície superior é P + dP, e o componente y da força


resultante que atua (de cima para baixo) sobre a superfície superior é – (P +
dP)A.
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

O elemento de fluido está em equilíbrio; logo, o componente y da força


total resultante, incluindo o peso e as outras forças mencionadas, deve ser igual
a zero: (TIPLER E MOSCA, 2016).

Dividindo pela área A e reagrupando os termos, obtemos:

Eq.4
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal
Esta equação 4 mostra que, quando y aumenta, P diminui; ou seja, à
medida que subimos através do fluido, a pressão diminui, como era de se
esperar.

Se P1 e P2 forem, respectivamente, as pressões nas alturas y1 e y2, e se


r e g permanecerem constantes, então (TIPLER E MOSCA, 2016):

Densidade uniforme do fluido Alturas dos dois


Diferença de pressão entre
dois pontos em um fluido de pontos
densidade uniforme

P2 − P1 = − g ( y2− y1 ) Eq.5

Aceleração decorrente da
gravidade (g > 0)
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal
Costuma ser mais conveniente expressar a Equação 5 em termos da
profundidade abaixo da superfície do fluido (Figura 1.2.1.2). (TIPLER E MOSCA,
2016):
Considere o ponto 1 em qualquer nível do
fluido e seja P a pressão nesse nível.

Considere o ponto 2 na superfície do


fluido, onde a pressão é P0 (subscrito 0 para a
profundidade zero).

A profundidade do ponto 1 abaixo da


superfície do fluido é h = y2 – y1,

Figura 1.2.1.2 – Como a pressão varia com a profundidade em um fluido com densidade uniforme.
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

A Equação 6 pode ser escrita na forma (TIPLER E MOSCA, 2016):

Densidade uniforme do fluido Profundidade


Pressão na profundidade h abaixo da
em um fluido com densidade superfície
uniforme
P = P0 + gh Eq.6
Pressão na superfície do Aceleração
fluido decorrente da
gravidade (g > 0)
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

A pressão P em uma profundidade h é maior que a pressão P0 na superfície,


e a diferença entre elas é rgh.

Observe que a pressão em qualquer dos dois


pontos do fluido é sempre igual em todos os pontos no
mesmo nível do fluido. A forma do recipiente não
altera essa pressão (Figura 1.2.1.3) (TIPLER E MOSCA,
2016).

Figura 1.2.1.3 – Todas as colunas de fluido apresentam a


mesma altura, independentemente de sua forma.
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

A Equação 6 mostra que, se aumentarmos o valor da pressão P0 no topo


da superfície, possivelmente usando um pistão que se adapta firmemente ao
interior do recipiente e empurra a superfície do fluido para baixo;

Já a pressão P em qualquer profundidade do fluido aumenta de um valor


exatamente igual ao do aumento da pressão. Esse fato é chamado de lei de
Pascal.
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

Um elevador hidráulico (Figura 1.2.1.4) ilustra a lei de Pascal.

Um pistão, cuja seção reta possui pequena área A1, exerce uma
força F1 sobre a superfície de um líquido como um óleo. a pressão
aplicada P = F1/A1 é transmitida integralmente através dos tubos até um
pistão maior com área A2. a pressão aplicada nos dois cilindros é a
mesma, logo:

Eq.7
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

O elevador hidráulico é um dispositivo que multiplica o valor de uma


força, e o fator de multiplicação é dado pela razão entre as áreas dos dois
pistões.

Cadeiras de dentista, elevadores de carro, macacos hidráulicos,


diversos elevadores e freios hidráulicos são exemplos de aplicação desse
princípio.
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

Figura 1.2.1.4 - O elevador hidráulico é uma aplicação da lei de Pascal. Para


maior clareza, o tamanho do recipiente que contém o fluído está exagerado.
1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

Em se tratando de gases, a hipótese de que a densidade r permanece


constante é realista apenas para pequenas diferenças de altura.

Em uma sala com 3,0 m de altura cheia de ar com densidade uniforme


igual a 1,2 kg/m3, a diferença de pressão entre o piso e o teto, de acordo
com a Equação 6, é

ou cerca de 0,00035 atm, uma diferença muito pequena.


1.2.1 Pressão, Profundidade e Lei de Pascal

Contudo, entre o nível do mar e o topo do Monte Everest (8.882


m) a densidade do ar varia de um fator aproximadamente igual a 3, e,
neste caso, não podemos usar a Equação 6.

Em contraste, um líquido é aproximadamente incompressível;


portanto, geralmente é uma boa aproximação considerar sua densidade
como independente da pressão.
1.2.2 Pressão absoluta e pressão manométrica

Se a pressão no interior do pneu de um automóvel fosse igual à


pressão atmosférica, o pneu ficaria arriado.

A pressão deve ser maior que a pressão atmosférica para que ele
possa sustentar o peso do carro, logo, a grandeza física importante neste caso
é a diferença entre as pressões interna e externa.

Quando dizemos que a pressão de um pneu é de “32 libras” (na


realidade, 32 lb/pol2, igual a 220 kPa ou 2,2 x 105 Pa), queremos dizer que ela
é maior que a pressão atmosférica (14,7 lb/pol2 ou 1,01 x 105 Pa) por esse
valor.
1.2.2 Pressão absoluta e pressão manométrica

A pressão total no pneu é, então, 47 lb/pol2, 320 kPa. O excesso


de pressão acima da atmosférica denomina-se pressão manométrica, e
a pressão total denomina-se pressão absoluta.

Quando a pressão absoluta for menor que a atmosférica, como no


caso de um recipiente no qual existe um vácuo parcial, a pressão
manométrica é negativa.
EXERCÍCIO

❑ EXERCÍCIO 03: CÁLCULO DAS PRESSÕES MANOMÉTRICA E


ABSOLUTA

✓ Um tanque de armazenamento de 12,0 m de profundidade


está cheio de água. O topo do Tanque é aberto ao ar. Qual é a
pressão absoluta no fundo do tanque?
1.2.2.1 Pressão manométrica

O manômetro mais simples é o manômetro de tubo aberto que


vemos na Figura 1.2.2.1a. O tubo em forma de u contém um líquido de
densidade r, geralmente mercúrio ou água.

Uma das extremidades do tubo está conectada ao recipiente onde


desejamos medir a pressão P, e a outra extremidade está aberta para a
atmosfera a uma pressão P0 = Patm.

A pressão na base do tubo decorrente do fluido da coluna da


esquerda é P + ρgy1, e a pressão na base do tubo decorrente do
fluido da coluna da direita é Patm + ρgy2. como essas pressões
referem-se ao mesmo ponto, elas são iguais:
1.2.2.1 Pressão manométrica
Figura 1.2.2.1a – Dois tipos de manômetro
1.2.2.1 Pressão manométrica

Eq.8

Na Equação 8, P é a pressão absoluta, e a diferença P – Patm entre


as pressões absoluta e atmosférica é a pressão manométrica.

Logo, a pressão manométrica é proporcional à diferença na altura


h = y2 – y1 entre as duas colunas do líquido.
1.2.2.1 Pressão manométrica
Outro tipo comum de manômetro é o barômetro de mercúrio.
Ele consiste em um longo tubo de vidro, fechado em uma extremidade,
previamente preenchido com mercúrio e posteriormente invertido em
um recipiente que contém mercúrio (figura 1.2.2.1b).

O espaço acima da coluna de mercúrio contém apenas vapor de


mercúrio; sua pressão extremamente pequena pode ser desprezada, de
modo que a pressão P0 no topo da coluna de mercúrio é praticamente
igual a zero. De acordo com a Equação 9,

Eq.9
1.2.2.1 Pressão manométrica
Figura 1.2.2.1b – Dois tipos de manômetro
1.2.2.1 Pressão manométrica

Portanto, o barômetro mede a pressão atmosférica Patm


diretamente a partir da altura h da coluna de mercúrio.

Em muitas aplicações, as pressões são descritas pela altura da


coluna de mercúrio correspondente como um certo valor de “milímetros
de mercúrio” (ou, de forma abreviada, mmhg).

A pressão equivalente a 1 mmhg denomina-se 1 torr, em


homenagem a Evangelista Torricelli, o inventor do barômetro de
mercúrio.
1.2.2.1 Pressão manométrica

Mas essas unidades dependem da densidade do mercúrio, que


pode variar com a temperatura, e de g, que varia com o local; portanto, o
pascal é a unidade de pressão preferida.

Muitos tipos de manômetro usam um recipiente flexível selado


(Figura 1.2.2.1.b). Uma variação de pressão fora ou dentro do recipiente
produz uma variação de suas dimensões.

Essa variação pode ser medida elétrica, óptica ou mecanicamente.


1.2.2.1 Pressão manométrica
Figura 1.2.2.1.2 – Dois tipos de manômetro
1.2.2.1 Pressão manométrica
EXERCÍCIOS
❑ EXERCÍCIO 04: A HISTÓRIA DE DOIS FLUIDOS

✓ O tubo de um manômetro é parcialmente preenchido com água.


Despeja-se óleo (que não se mistura com a água) no braço esquerdo
do tubo até que a linha de separação entre o óleo e a água esteja na
metade do recipiente, como mostra a Figura 1.2.2.2. Ambos os braços
do tubo são abertos para o ar. Encontre a relação entre as alturas
hóleo e hágua.
Figura 1.2.2.2

Figura 2.2.2.1
1.2.3 Empuxo

Um corpo imerso na água parece possuir um peso menor que no


ar.
Assim, quando o corpo possui densidade menor que a do fluido,
ele flutua.

O corpo humano normalmente flutua na água, e um balão cheio


de hélio flutua no ar. Estes são exemplos de empuxo, um fenômeno
descrito pelo princípio de Arquimedes:
1.2.3 Empuxo

Para demonstrar esse princípio, consideramos uma porção


qualquer de fluido em repouso. Na Figura 1.2.3.1a, a linha tracejada
externa indica a superfície que delimita essa porção do fluido.

As setas rotuladas com dF1 representam as forças exercidas pelo


fluido vizinho sobre a superfície da porção.

O fluido todo está em equilíbrio; logo, o componente y da força


resultante deve ser igual a zero.
1.2.3 Empuxo

Figura 1.2.3.1a – Princípio de Arquimedes


1.2.3 Empuxo

Portanto, a soma dos componentes y das forças que atuam


sobre a superfície deve ser uma força para cima com módulo igual ao
peso mg do fluido no interior da superfície.

Ao passo que, a soma dos torques sobre a porção do fluido deve


ser igual a zero, de forma que a linha de ação da força resultante deve
passar pelo centro de gravidade dessa porção do fluido.

Agora, substituímos o elemento de fluido por um corpo sólido


com uma forma exatamente igual à do elemento considerado (figura
1.2.3.1b).
1.2.3 Empuxo

Figura 1.2.3.1b – Princípio de Arquimedes


1.2.3 Empuxo

A pressão em cada ponto é exatamente a mesma que a anterior.


assim, a força para cima exercida pelo fluido é também a mesma,
novamente igual ao peso mg do fluido deslocado que abriu espaço para o
corpo.

Essa força para cima denomina-se força de empuxo sobre o


corpo sólido.

A linha de ação da força de empuxo novamente passa pelo centro


de gravidade do fluido deslocado (que não coincide necessariamente com
o centro de gravidade do corpo).
1.2.3 Empuxo

Quando um balão flutua em equilíbrio no ar, seu peso (incluindo


o gás de seu interior) deve ser igual ao peso do ar deslocado pelo balão.

O corpo de um peixe é mais denso que a água, e mesmo assim o


peixe flutua quando colocado dentro da água porque possui uma cavidade
cheia de gás dentro do corpo.

Isso torna a densidade média do peixe igual à da água, de forma


que seu peso total é o mesmo que o peso da água que ele desloca.
1.2.3 Empuxo

Um corpo cuja densidade média é menor que a do líquido pode


flutuar parcialmente submerso na superfície livre do líquido.

Um navio feito de aço (que é muito mais denso que a água) pode
flutuar porque a densidade é menor que a da água.

Quanto maior for a densidade do líquido, menor é a parte do


corpo submersa.

Quando você nada na água do mar (densidade igual a 1.030


kg/m3), seu corpo flutua mais facilmente do que quando você nada na
água doce (1.000 kg/m3).
1.2.3 Empuxo
Outro exemplo familiar é o densímetro, um dispositivo usado
para determinar a densidade de líquidos (Figura 1.2.3.2a).

Um flutuador calibrado afunda no líquido até que seu peso se


torne exatamente igual ao do fluido deslocado.

O flutuador do densímetro em um líquido mais denso flutua em


uma altura mais elevada que a altura em um líquido menos denso, e uma
escala na haste superior permite a leitura direta da densidade.

Densímetros como este são usados em diagnóstico médico para


medir a densidade da urina (que depende do nível de hidratação do
paciente).
1.2.3 Empuxo

Figura 1.2.3.2a – Medindo a densidade


1.2.3 Empuxo

A figura 1.2.3.2b mostra um tipo de densímetro geralmente usado


para medir a densidade do ácido de uma bateria ou de um
anticongelante.

A extremidade inferior do tubo maior é imersa no líquido, e o


bulbo é comprimido para expelir o ar e a seguir liberado, funcionando
como um conta-gotas gigante.

O líquido sobe no tubo e o flutuador atinge o equilíbrio na amostra


do líquido.
1.2.3 Empuxo

Figura 1.2.3.2b – Medindo a densidade


EXERCÍCIOS

❑ EXERCÍCIO 05: EMPUXO:

✓ Uma estátua de ouro sólido de


15,0 kg está sendo içada de um
navio submerso (Figura 1.2.4a).
Qual é a tensão no cabo de
sustentação (desprezando sua
massa) quando a estátua está
em repouso (a) completamente
submersa; (b) fora da água?

Figura 1.2.4 – Qual é a tensão no cabo que sustenta a estátua?


1.2.4 Pressão Superficial

PESQUISAR O QUE É PRESSÃO SUPERFICIAL, BEM COMO DÁ


PELO MENOS TRÊS EXEMPLOS DA MESMA.
OBRIGADO PELA
ATENÇÃO

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