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Universidade Federal do Pará

Instituto de Tecnologia

Disciplina: Laboratório de Automação Industrial.

Roteiros da Parte Prática de Automação


Industrial

Professor:
Prof. Dr. Walter Barra Junior (PPGEE/ITEC/UFPA)
SUMÁRIO

• Experiência 01 – Bancada de Treinamento em Automação e seus Componentes ............ Pág. 03


• Experiência 02 – Partida direta de motor trifásico de indução ...........................................Pág. 09
• Experiência 03 – Comando de parada com reversão automática de sentido de rotação do motor
de indução utilizando circuito com Relés ......................................................................... .Pág. 12
• Experiência 04 – Relé temporizado com retardo na energização .......................................Pág. 15
• Experiência 05 – Acionamento temporizado de dois motores ...........................................Pág. 20
• Experiência 06 – Disparo Estrela-Triângulo Temporizado ................................................ Pág. 22
• Experiência 07 – Utilização do CLP e do software de programação ..................................Pág.25
• Experiência 08 – Utilização do CLIC e do software de programação ............................... Pág. 35
• Experiência 09 – Partida direta de motor trifásico de indução com CLP ........................... Pág.41
• Experiência 10 – Comando de parada com reversão automática de sentido de rotação do motor
de indução utilizando CLP .................................................................................................. Pág. 46
• Experiência 11 – Acionamento temporizado de dois motores utilizando CLP .................. Pág. 49
• Experiência 12 – Disparo Estrela-Triângulo temporizado utilizando CLP ......................... Pág.52
• Experiência 13 – Semáforo utilizando CLP ........................................................................ Pág. 57
• Experiência 14 – Correção de Fator de Potência ................................................................ Pág. 60
• Experiência 15 – Arrancador Suave – Chave de Partida Soft-Starter .............................. ...Pág. 64

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Experiência 1- Bancada de Treinamento em Automação Industrial e seus
Componentes

1. Objetivos:

Permitir ao aluno o conhecimento e familiarização com os elementos da Bancada


WEG de treinamento em Automação Industrial, assim como habilitá-lo a realização de
experimentos simples no referido sistema, através da apresentação dos seguintes
tópicos:

• Aspectos de proteção e de segurança na operação da bancada de automação;

• Operação de ligar/desligar a bancada;

• Botão de parada de emergência;

• Chaves de pressão e de retenção disponíveis na bancada;

• Fontes de alimentação de corrente contínua (24 volts) e de corrente alternada


( trifásica 220 V rms, 60Hz);
• Contactores (bobinas de comando, contatos de força e auxiliares);

• Proteção térmica de motores contra sobrecarga;

• Acionamento de uma carga monofásica utilizando comando por relé;

• Acionamento de uma carga trifásica utilizando comando por contactor, etc;

• Comprovação prática dos conceitos de projeto estudados na disciplina


Automação Industrial.

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2. Informação teórica:

Bancada de eletrotécnica com CLP (PP02-20MR WEG)

Fusíveis DIAZED
500 V x 2 A

Disjuntor

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Botão de Emergência – Este dispositivo de segurança presente
nas bancadas de Eletrotécnica e de Automação tem a parada de
emergência, desenergizando todos os componentes da bancada
através do bloqueio instantâneo da alimentação.

Chave Geral (Placa MBD-001) – É a responsável pela alimentação


da bancada, quando acionada (Chave comutadora na posição 1).
Uma lâmpada sinalizadora “bancada energizada” fica acendendo e
apagando de forma intermitente.

Placa de Fusíveis (Placa MBD-004) – É uma placa contendo


fusíveis (DIAZED 500 V x 2 A), cuja a função é bloquear
correntes superiores as especificadas pelo fabricante,
protegendo, assim, os elementos que compõem a bancada por
abrir o circuito quando os valores de corrente ultrapassam o
valor nominal especificado. Proteção contra curto-circuito

Placa de lâmpadas (Placa MBD-002) – É utilizada como


carga, sendo constituída de 4 lâmpadas incandescentes de
220V- 60W.

Contactor (Placa MBD-005) – É um dispositivo de


comando para acionamento de cargas trifásicas
(principalmente motores), é constituído por uma bobina com
núcleo de ferro e armadura móvel que, ao ser energizada
provoca o fechamento dos contactos de força utilizados para
alimentar a carga industrial. O contactor é geralmente
utilizado no comando de motores elétricos, executando um
elevado número de manobras sem se danificar.

Botoeira (Placa MBD-011) – É uma chave de comando que


apresenta como função básica permitir ao operador comandar o início
ou fim de uma operação. Pode apresentar contatos normalmente
abertos, como ilustrado na figura ao lado, ou normalmente fechados,
ou ambos, que serão observados no decorrer do curso.

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Sinalizador
CLP (TP02-20MR WEG) Sinalizador de
que indica
alimentação
Bancada
do CLP.
Energizada.

Botão de
Parada de
Emergência

Disjuntor de
alimentação Chave Geral
do CLP. de
Alimentação
Interface
Homem-
Máquina.

Fonte de 24Vcc e 2A
Entrada digital
responsável pela
do CLP com
alimentação das
24Vcc.
entradas do CLP.

Saída digital do CLP


com tensão de 220V e Rede trifásica 220V AC
corrente 2A. 60Hz para alimentar os
componentes da bancada.

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3. Experiência demonstrativa:

Para exemplificar o conhecimento teórico dado acima, será feito um pequeno


experimento, que consistirá na utilização de alguns componentes colocados e mostrados
nesse roteiro de aula.

3.1. Equipamentos e Componentes:

Quatro fusíveis (placa MBD004);


Três lâmpadas incandescentes (220 V / 60 W- (placa MBD002));
Contactor (placa MBD005) ;
Botoeira (placa MBD011 ou placa MBD013);
Cabos para contato;
Alimentação do circuito pela rede;

7
Circuito de Força e Circuito de Comando (Sem auto-retenção):

Circuito de Força e de Comando (Com auto-retenção):

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Experiência 2 - Partida direta de motor trifásico de indução

1. Objetivos:

• Uma breve revisão sobre o princípio de operação de um motor de indução


(gaiola de esquilo);
• Leitura dos dados do motor de indução, e identificação dos terminais dos
enrolamentos do estator;
• Montagem e teste de circuitos de força, com contactor e proteção contra
sobrecarga (relé térmico) e proteção contra curto-circuito para acionamento de
motor de indução em configuração estrela;
• Montagem e teste de circuitos de força, com contactor e proteção contra
sobrecarga (relé térmico) e proteção contra curto-circuito para acionamento de
motor de indução em configuração triângulo.

2. Informação teórica:

Motor Elétrico
de Indução
Trifásico.

Relé Térmico – É um dispositivo de proteção contra sobrecarga elétrica utilizado em


motores elétricos. Este dispositivo de proteção tem por objetivo evitar o
sobreaquecimento dos enrolamentos do motor quando ocorre nestes uma circulação de
corrente acima da tolerada.

3. Experiência Demonstrativa:
Será realizado um experimento para por em prática os conceitos abordados em sala,
e por meio deste experimento analisaremos o comportamento da partida direta de
motores de indução trifásicos configurados em modos tipo estrela e
triângulo.

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3.1. Equipamentos e Componentes:

Um contactor de Força (Placa MBD-014);


Um Relé Térmico Bimetálico (Placa MBD-007);
Um motor trifásico (Placa MBD-040);
Cinco fusíveis para o circuito de força e de comando (Placa MBD-004);
Botoeiras (placa MBD-011 ou MBD-013).

3.2. Circuito de Comando:

Figura 1 – Circuito de comando para partida direta do motor trifásico de indução

10
3.3. Circuito de Força (configuração estrela):

Figura 2 – Partida direta em estrela com contactor

Onde K1 é a Bobina do Contactor.

3.4. Circuito de Força (configuração triângulo):

Figura 3 – Partida direta em triângulo

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Experiência 3 - Comando de parada com reversão automática de sentido de
rotação de motor de indução utilizando circuito de comando com Relés.

1. Objetivos:

• Circuito de força para reversão do sentido de rotação mediante troca da


seqüência de fases, montagem do circuito de força, implementação do
circuito de comando através de relé;

2. Experiência demonstrativa:

a) Giro no sentido horário ( Seqüência RST)

12
b) Giro no sentido Anti-horário ( Seqüência SRT)

c) Circuito de força completo para giro no sentido horário ou Anti -Horário.

13
Observação: No circuito de comando deve haver intertravamento para impedir que os
contactores C1 e C2 sejam energizados simultaneamente, pois isso provoca um curto
circuito nas fases e enrolamentos do motor.

Circuito de comando com Relés

F2

14
Experiência 4 - Relé temporizado com retardo na energização.

1. Objetivo:

Familiarizar o aluno ao uso do Relé temporizador, e habilitá-lo a


realização de experimentos com uso do referido equipamento.

2. Componentes utilizados:

Chave com retenção – dispositivo usado para


acionar/desacionar um circuito, possui um funcionamento
diferente da botoeira, pois não precisa de um selo.

Relé temporizador - O Relé temporizado é um dispositivo


para acionamento/desacionamento temporizado de
processos com intervalo pré-selecionado. É empregado nos
controles de tempos curtos em quadros de comando,
automação, sincronismos industriais e grupos geradores.

15
Simbologia do Relé temporizado:

3. Experiências demonstrativas:

Exemplo1: Ligar uma lâmpada após ∆T segundos do acionamento de um comando:

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Equipamentos e Componentes.

 Dois fusíveis (placa MBD004) ;


 Uma lâmpada incandescente (220 V / 60 W- (placa MBD002));
 Relé Temporizado (Usaremos o contato NA do Relé);
 Uma Chave de retenção;
 Cabos para contato.

Exemplo2: Piscar uma lâmpada L1, periodicamente em um período ∆T = 10 seg.

Diagrama de tempo:

17
Equipamentos e Componentes.

 Dois fusíveis (placa MBD004) ;


 Uma lâmpada incandescente (220 V / 60 W- (placa MBD002));
 Relé Temporizado (nesse exemplo usaremos os dois contatos de saída);
 Um interruptor;
 Cabos para contato.

Exemplo3: Fazer o acionamento periódico de uma carga

Circuito de Comando Circuito de Força

Diagrama de tempo:

18
T = período.

t on = Tempo que a carga fica ligada dentro de cada período.

t off = Tempo em que ficará desligada em cada período.

Temporizador K1 - Controla o período do ciclo (T).

Temporizador K2 - Controla o intervalo em que a carga fica desligada em cada período


(toff).

Equipamentos e Componentes.

• Um fusível (placa MBD004);

• Duas lâmpadas incandescentes (220 V / 60 W- (placa MBD002));

• Dois Relés Temporizados;

• Um relé;

• Interruptor;

• Cabos para contato

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Experiência 5 – Acionamento temporizado de dois motores.

1. Objetivo:

Temporizar o acionamento de dois motores, sendo que enquanto um


motor estiver ligado o outro deverá está desligado.

2. Experiências demonstrativas:

Exemplo: Um motor M1 deverá ser ligado, e após ∆T segundos do acionamento, um


comando deverá desligá-lo e imediatamente acionar um segundo motor M2, esse evento
deve ocorrer de maneira intermitente.

Esse exemplo servirá para ampliar o conhecimento adquirido através do


experimento passado sobre o uso do Relé temporizado.

Circuito de comando

20
Circuito de força

Equipamentos e Componentes

 7 fusíveis (placa MBD004);

 2 Motores;

 Relé Temporizado (Usaremos o contato NA do Relé);

 Uma chave com retenção;

 1 Relé;

 2 Relés térmicos

 2 Contactores;

 Cabos para conta

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Experiência 6 - Disparo Estrela-Triângulo Temporizado

1. Objetivos:

Acionamento de uma carga (motor de indução trifásico) em configuração


primeiramente estrela e após um período de 10 segundos em configuração triângulo;

2. Informação teórica:

Durante a partida de um motor elétrico, normalmente é demandada uma quantidade


substancial de energia elétrica da rede CA de alimentação. Esta energia inicial deverá
ser suficiente para retirar o rotor da inércia e conduzi-lo até a velocidade angular
nominal. Quando o motor atingir a velocidade nominal, a potência elétrica reduz-se
apenas àquela necessária para suprir a carga mecânica. Em uma ligação estrela, cada um
dos enrolamentos das bobinas do estator de um motor CA trifásico é alimentado por um
valor de tensão RMS igual ao valor RMS da tensão de fase (Vfase_rms) da rede
trifásica. Como a taxa de crescimento do valor RMS da corrente é proporcional a tensão
aplicada, o valor de pico do valor RMS da corrente demandada na partida será menor na
configuração estrela. Isso reduz os efeitos adversos provocados sobre as demais cargas
da rede. Quando o motor atingir a velocidade nominal, em regime permanente, o mais
indicado é passar da ligação estrela para a ligação triângulo, pois na configuração
triângulo a eficiência energética na operação do motor é maior, pois as perdas por efeito
joule serão menores.

3. Equipamentos e Componentes:

Amperímetro – É um aparelho de medida que permite medir


intensidades de corrente, em amperes (A). Este aparelho é ligado
em série no circuito e tem, por isso, uma resistência elétrica interna
baixa (poucos ohms) de modo a não alterar as condições de
funcionamento do circuito, nomeadamente a corrente que se pretende
medir.

Contactor (Placa MBD-005) – É um dispositivo de comando


para acionamento de cargas trifásicas (principalmente motores),
é constituído por uma bobina com núcleo de ferro e armadura
móvel que, ao ser energizada provoca o fechamento dos
contactos de força utilizados para alimentar a carga industrial. O
contactor é geralmente utilizado no comando de motores
elétricos, executando um elevado número de manobras sem se
danificar.

22
Botoeira (Placa MBD-011) – É uma chave de comando que apresenta
como função básica permitir ao operador comandar o início ou fim de
uma operação. Pode apresentar contatos normalmente abertos, como
ilustrado na figura ao lado, ou normalmente fechados, ou ambos, que
serão observados no decorrer do curso.

Relé temporizador - O Relé temporizado é um dispositivo para


acionamento/desacionamento temporizado de processos com
intervalo pré selecionado. É empregado nos controles de tempos
curtos em quadros de comando, automação, sincronismos
industriais e grupos geradores.

Motor Elétrico
de Indução
Trifásico.

4. Experiência Demonstrativa:

Realizar o acionamento de um motor trifásico de indução com configuração estrela-


triângulo temporizado, com tempo de mudança de configuração de 10 s.

23
Montar o circuito de comando utilizando o relé temporizado:

Montar o Circuito de Força:

24
Experiência 7 - Utilização do CLP TP-02 (Controlador Lógico Programável) e
do software de programação.

1. Objetivos:

 Apresentação do PLC/CLP (controlador lógico programável);

 Ligação das entradas e saídas do CLP;

 Fonte de alimentação do CLP;

 Programa de edição de diagrama LADDER;

 Ligação do cabo de comunicação serial interligando PC-CLP;

 Estabelecimento do enlace entre CLP e PC (COM PORT);

 Edição de programa ladder;

 Apagando programas anteriores residentes na memória FLASH do CLP;

 Executar programa de usuário;

 Modo de execução;

 Teste de um programa ladder com lógica NOT, AND, OR.

2. Informação Teórica

A seguir será mostrado um exemplo ilustrativo de edição de diagrama em LADDER, e


assim programar o CLP para executar lógicas determinadas pelo operador.

25
 Programando no CLP

1º. Passo

2º. Passo

3°. Passo
26
4°. Passo

Com Port: Opção para selecionar a porta de comunicação serial do computador através
da qual o aplicativo se comunicará com o CLP. Também é possível selecionar nesta
opção se a comunicação será através do cabo serial ou através de um modem. O link de

27
comunicação entre o aplicativo e o CLP é iniciado e terminado através de botões nesta
opção. Para iniciar a comunicação pressiona-se o botão LINK e para encerrar o botão
UNLINK. Enquanto há comunicação entre o computador e o CLP, a barra de estado
informará a mensagem “COM:Link”. Em caso contrário, aparecerá a mensagem
“COM:Unlink”.

5º. Passo

Stop: Pára a execução de um programa qualquer que foi anteriormente


armazenado na memória FLASH do CLP, esse passo é importante por não se saber
previamente qual o programa anteriormente executado, o qual poderia colocar em
risco a segurança dos operadores. A partir desse passo o led do CLP que indica
RUN fica INTERMITENTE.

6º. Passo

28
Clear Program: Esse passo apaga da memória flash do CLP o programa anteriormente
parado. Esta opção permite que o usuário apague áreas de memória do CLP. É possível
apagar a área de programa, a área de dados do sistema (registradores de configuração
WSxxx), a área de símbolos (informações das entradas e saídas) e área de dados do
programa (registradores Vxxxx, Dxxxx, WCxxx e arquivos de texto).

7º. Passo

29
8º. Passo

Editar o programa em LADDER

9°. Passo

30
Check Logic: Esta opção verifica se o programa editado está livre de erros. É
utilizado muito durante a edição do programa antes de gravá-lo no CLP.

10°. Passo

31
Write: Nesse passo e enviado o programa em ladder para o CLP onde este será lido,
para isso o programa não tem que estar em processo de execução, ou seja, o led RUN
deve estar intermitente. Write: este item permite o envio de informações do aplicativo
para o CLP. Com esta opção é selecionada, é mostrada ao usuário uma janela para
indicar quais informações devem ser enviadas ao CLP. As opções possíveis são:
programa, dados do sistema, registradores Vxxxx, registradores Dxxxx, registradores
WCxxx, e arquivos FLxxx.

11°. Passo

32
Run: Executa o programa em ladder.

Observação: Para verificar qual o possível programa armazenado na memória do CLP,


e que se encontrava em execução, antes de começarmos a operar, basta seguir o atalho.

Plc  Read

Desse modo sabe-se qual o programa, e se sua função ainda poderá ser utilizada, antes
mesmo de apenas pararmos e apagarmos ele.

Observação: Quando se deseja desconectar o conjunto PC-CLP não se recomenda


apenas desligar o CLP e desplugar os cabos, antes desses passos o correto é fazer o
inverso do 4°. Passo, ou seja, basta seguir o atalho.

Plc  Com port  Unlink

 Após programar em ladder e verificar os status do CLP, será montado o circuito de


força, conforme descrito abaixo:

33
• Conectar o ponto positivo da fonte 24 Vcc no comum da entrada
digital;
• Conectar o ponto negativo da fonte 24 Vcc em uma das entradas da
chave de simulação;
• Ligar a saída da chave de alimentação em “EOX”;
• Alimentar a carga com o circuito de força, utilizando as saídas “SOX”,
na saída da carga, conectar a um fusível, e do mesmo para a rede
trifásica;
• Fechar o circuito trifásico conectando uma das fases ao comum da
saída digital.

Sem o CLP tem-se o circuito abaixo

Os dois diagramas em ladder possíveis do circuito de força da página anterior.

Com o CLP tem-se o circuito abaixo

34
Exercício de Revisão

Programando em LADDER fazer as lógicas AND, OR e NOT, após isso, montar o


circuito abaixo e fazer as análises verificando os resultados por meio do acionamento de
carga (Lâmpada).

Lógica AND

Y = X0001. X0002

Tabela Verdade

35
X0001 X0002 Y0001

0 0 0

0 1 0

1 0 0

1 1 1

Lógica OR

Y = X0001 + X0002

Tabela Verdade

X0001 X0002 Y0001

0 0 0

0 1 1

1 0 1

1 1 1

Lógica AND

Y= X0001.

Tabela Verdade

36
X0001 Y0001

0 0 0

0 1 0

1 0 1

1 1 0

Lógica Partida Direta de Motor Trifásico com Selo

Tabela Verdade

X0001 Y0001

0 0 0

0 1 0

1 0 1

1 1 0

Experiência 8 - Utilização do CLIC (Micro Controlador Programável) e do

37
software de programação.

1. Objetivos

• Apresentação do CLIC 02 (Micro Controlador Programável);


• Ligação das entradas e saídas do CLIC;
• Programa de edição de diagrama LADDER/CLIC;
• Edição de programa ladder;
• Executar programa de usuário;
• Modo de execução;
• Acionamento de cargas temporizado; nesse experimento vamos acionar
uma lâmpada L1, e seis segundos, depois acender a outra lâmpada L2.

2. Equipamentos e componentes

Relé temporizador - O Relé temporizado é um dispositivo


para acionamento/desacionamento temporizado de processos
com intervalo pré-selecionado. É empregado nos controles
de tempos curtos em quadros de comando, automação,
sincronismos industriais e grupos geradores.

Contactor (Placa MBD-005) – É um dispositivo de


comando para acionamento de cargas trifásicas
(principalmente motores), é constituído por uma bobina com
núcleo de ferro e armadura móvel que, ao ser energizada
provoca o fechamento dos contactos de força utilizados para
alimentar a carga industrial. O contactor é geralmente
utilizado no comando de motores elétricos, executando um
elevado número de manobras sem se danificar.

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Botoeira (Placa MBD-011) – É uma chave de comando que
apresenta como função básica permitir ao operador comandar o
início ou fim de uma operação. Pode apresentar contatos
normalmente abertos, como ilustrado na figura ao lado, ou
normalmente fechados, ou ambos, que serão observados no
decorrer do curso.

3. Apresentação do CLIC-02

Tabela de Conversão da linguagem em LADDER

39
4. Experiência demonstrativa

• Acionamento de lâmpadas, com tempo de mudança de 6 s.

Conexões no CLIC-02 (Circuito com o CLIC-02) Circuito com Temporizador

Diagrama em LADDER no CLP (Controlador lógico Programável).

• Partida direta de motor com botão de retenção e parada;

40
Circuito de Comando Circuito de Força

K1

OBS: Os contatos do CLIC 02 são acionados por sensores ou botoeiras, conforme


determinado no circuito de comando.

• Circuito de comando com o CLIC

Entradas digitais de 100 ~ 240V AC

RT

• Programa em LADDER, feito no CLIC-02

41
EXERCÍCIO

1) Utilize o CLIC para os seguintes acionamentos:

• A partir de um acionamento manual, a carga 1 deve partir e uma lâmpada de


sinalização deve acender indicando que a carga 1 foi acionada;
• Após 30 segundos de funcionamento da carga 1, uma carga 2 deve ser acionada.
A primeira lâmpada deve apagar e uma segunda lâmpada deve acender
indicando que as duas cargas estão funcionando simultaneamente;
• Após 20 segundos de funcionamento da carga 2, ambas as cargas devem ser
desligadas. A segunda lâmpada deve apagar e a primeira lâmpada deve acender,
de novo, para indicar que o processo terminou;
• O circuito deve ser protegido por fusível e relé térmico. Em caso de sobrecarga o
circuito deve ser desligado e a segunda lâmpada deve acender para alertar o
operador.

42
Diagrama em LADDER (CLIC)

43
Experiência 9 - Partida direta de motor trifásico de indução com CLP

4. Objetivos:

• Uma breve revisão sobre o princípio de operação de um motor de


indução (gaiola de esquilo);
• Leitura dos dados do motor de indução, e identificação dos terminais dos
enrolamentos do estator;
• Montagem e teste de circuitos força, com contactor e proteção contra
sobrecarga (relé térmico) e proteção contra curto-circuito para
acionamento de motor de indução em configuração estrela;
• Montagem e teste de circuitos força, com contactor e proteção contra
sobrecarga (relé térmico) e proteção contra curto-circuito para
acionamento de motor de indução em configuração triângulo.

5. Informação teórica:

Motor Elétrico
de Indução
Trifásico.

Arranque estrela-triângulo – É um dos métodos de arranque dos


motores assíncronos trifásicos. O motor arranca com os seus
enrolamentos ligados em estrela, passando essa ligação para triângulo
ao fim de alguns segundos do arranque. Desta forma, o motor absorve
no arranque uma corrente que é 1/3 da corrente que absorveria em
condições normais, evitando disparos de proteções e elevadas quedas
de tensão na alimentação.

44
Placa de lâmpadas 2 – Assim como a placa de lâmpadas
incandescentes, sua função é servir como um sinalizador, ou seja,
sinalizar o acionamento de uma carga; internamente e composto de um
diodo em serie com um resistor, essa configuração permite o bloqueio
da corrente reversa, em virtude do diodo somente conduzir em um
único sentido, assim qualquer inversão nas polaridades das ligações
não haverá nenhum dano aos demais elementos da bancada.

Contactor – É um aparelho de comando, constituído por uma


bobina com núcleo de ferro e armadura móvel que, ao ser
acionada, desloca contactos elétricos, fechando uns e abrindo
outros. O contactor é geralmente utilizado no comando de
motores elétricos, executando um elevado número de
manobras sem se danificar.

Relé – É um dispositivo sensível à variação de grandezas


elétricas e não elétricas (intensidades, tensões, potências,
impedâncias, temperatura, etc.), acionando contactos
elétricos, mudando de estado. Existem relés eletromecânicos,
relés eletrônicos, relés ópticos, etc. São utilizados como
aparelhos de proteção e aparelhos de comando, em aplicações
diversas. De entre os relés eletromecânicos, temos o relé
eletromagnético, o relé térmico, o relé de indução, o relé
diferencial.

Disjuntor – É um aparelho de proteção automático que atua


em condições predeterminadas. Protegem as instalações
elétricas contra sobrecargas e contra curtos-circuitos. São
fabricados com diversos calibres, nomeadamente: 10 A, 16 A,
25 A, entre outros.

45
6. Experiência demonstrativa:

Será realizado um pequeno experimento para por em prática os conceitos abordados


em sala, e por meio do experimento analisaremos o comportamento da partida direta de
motores de indução trifásicos configurados em modos tipo estrela e triângulo.

3.1. Equipamentos e Componentes.

• Um contactor de Força (Placa MBD-014);


• Um relé Bimetálico (Placa MBD-006);
• Um motor trifásico (Placa MBD-040);
• Um disjuntor tripolar para circuito de força (Placa MBD-035);
• Dois fusíveis para o circuito de comando (Placa MBD-004);

3.2. Circuito de Força (configuração estrela):

46
3.3. Circuito de Força (configuração triângulo):

Partida direta em triângulo com contactor

3.3. Circuito com o uso do CLP:

F2

47
Obs.: A função do relé térmico (R.T.) é abrir o circuito caso ocorra uma
sobrecarga, isso ocorre mesmo que o CLP não dê a instrução para isso.

3.4. Programa em LADDER:

• TP-02

• CLIC-02

48
Experiência 10 - Comando de parada com reversão automática de sentido de
rotação de motor de indução utilizando CLP.

1. Objetivos:

• Circuito de força para reversão do sentido de rotação mediante troca da


seqüência de fases, montagem do circuito de força, implementação do
circuito de comando através de relé;
• Implementação do circuito de comando de reversão automática através
da programação da seqüência lógica via programa ladder em CLP,
montagem e teste do circuito de força e comando via o CLP.

2. Experiência demonstrativa:

a) Giro no sentido horário (


Seqüência RST)

Diagrama em LADDER (sentido


horário).

49
b) Giro no sentido Anti-horário ( Seqüência SRT)

Diagrama em LADDER ( Sentido


Anti-horário).

c) Circuito de força completo para giro no sentido horário ou Anti - Horário.

50
Observação: No circuito de comando deve haver intertravamento para impedir que os
contactores C1 e C2 sejam energizados simultaneamente, pois isso provocam curto
circuito nas fases e enrolamentos do motor.

Circuito de comando com CLP

Diagrama em LADDER completo, implementando seqüências RST e SRT.

Obs: O relé térmico abre com sobrecarga, diferente do fusível que abre com curto-
circuito.

51
Experiência 11 – Acionamento temporizado de dois motores utilizando CLP.

7. Objetivo:

Temporizar o acionamento de dois motores, sendo que enquanto um


motor estiver ligado o outro deverá está desligado.

8. Experiências demonstrativas:

Exemplo: Um motor M1 deverá ser ligado, e após ∆T segundos do acionamento, um


comando deverá desligá-lo e imediatamente acionar um segundo motor M2, esse evento
deve ocorrer de maneira intermitente.

Esse exemplo servirá para ampliar o conhecimento adquirido através do


experimento passado sobre o uso do Relé temporizado.

Circuito de comando

.
R
.
S

F1 F2
CLP

Comum . Comum
Y1
+ . S1(Y1) RT

24Vcc C1
.
- E1(X1) Y2
E2(X2) . S2(Y2)
C2

52
Circuito de força

Equipamentos e Componentes.

 8 fusíveis (placa MBD004);


 2 Motores;
 CLP (TP02 ou Clic02);
 2 Botoeiras NA sem retenção;
 2 Relés térmicos;
 2 Contactores;
 Cabos para contato.

53
Diagrama Ladder no CLIC 02

Diagrama Ladder no TP02

54
Experiência 12 - Disparo Estrela-Triângulo Temporizado utilizando CLP.

1. Objetivos

• Acionamento de uma carga (motor de indução trifásico) em


configuração primeiramente estrela e após um período de 10 segundos
em configuração triângulo;

2. Configuração Estrela/Triângulo

• Durante a partida de um motor elétrico, normalmente é demandada


uma quantidade substancial de energia elétrica da rede CA de
alimentação. Esta energia inicial deverá ser suficiente para retirar o
rotor da inércia e conduzi-lo até a velocidade angular nominal. Quando
o motor atingir a velocidade nominal, a potência elétrica reduz-se
apenas àquela necessária para suprir a carga mecânica. Em uma ligação
estrela, cada um dos enrolamentos das bobinas do estator de um motor
CA trifásico é alimentada por valor de tensão RMS é igual ao valor
RMS da tensão de fase (Vfase_rms) da rede trifásica. Como a taxa de
crescimento do valor RMS da corrente é proporcional a tensão
aplicada, o valor de pico do valor RMS da corrente demandada na
partida será menor na configuração estrela. Isso reduz os efeitos
adversos provocados sobre as demais cargas da rede. Quando o motor
atingir a velocidade nominal, em regime permanente, o mais indicado
passar da ligação estrela para a ligação triângulo pois na configuração
triângulo a eficiência energética na operação do motor é maior pois as
perdas por efeito joule serão menores.

3. Equipamentos Utilizados

Amperímetro – É um aparelho de medida que permite medir


intensidades de corrente, em amperes (A). Este aparelho é ligado
em série no circuito e tem, por isso, uma resistência elétrica
interna baixa (poucos ohms) de modo a não alterar as condições
de funcionamento do circuito, nomeadamente a corrente que se
pretende medir.

55
Contactor (Placa MBD-005) – É um dispositivo de
comando para acionamento de cargas trifásicas
(principalmente motores), é constituído por uma bobina
com núcleo de ferro e armadura móvel que, ao ser
energizada provoca o fechamento dos contactos de força
utilizados para alimentar a carga industrial. O contactor é
geralmente utilizado no comando de motores elétricos,
executando um elevado número de manobras sem se
danificar.

Botoeira (Placa MBD-011) – É uma chave de comando que


apresenta como função básica permitir ao operador comandar o
início ou fim de uma operação. Pode apresentar contatos
normalmente abertos, como ilustrado na figura ao lado, ou
normalmente fechados, ou ambos, que serão observados no
decorrer do curso.

Relé temporizador - O Relé temporizado é um dispositivo


para acionamento/desacionamento temporizado de processos
com intervalo pré selecionado. É empregado nos controles de
tempos curtos em quadros de comando, automação,
sincronismos industriais e grupos geradores.

Motor Elétrico
de Indução
Trifásico.

4. Experiência demonstrativa

Acionamento de um motor trifásico de indução com configuração estrela-triângulo


temporizado, com tempo de mudança de configuração de 10 s.

56
• Montar o Circuito de Força

• Montar o circuito de comando utilizando o CLP.

57
• Diagrama em LADDER TP02

58
• Diagrama LADDER Clic02

59
Experiência 13 – Semáforo utilizando CLP.

Em um determinado semáforo a luz verde fica acesa por 12s, em seguida a luz
amarela fica acesa por 6s, e finalmente a luz vermelha fica acesa por 12s, o
processo então se repete até que o operador o encerre.

Objetivos:

 Realizar a montagem de um semáforo no CLP.

Parte Prática:

1. Diagrama Ladder:

Para o Clic02:

60
I 1:Botão de acionamento.

I 2: Botão de Parada.

T1 , T2 , T 3 : Temporizadores das lâmpadas verde, amarela e vermelha respectivamente.

Q 1 , Q 2 , Q 3 : Lâmpadas verde, amarela e vermelha respectivamente.

M1: Variável auxiliar.

Para o TP02:

X1:Botão de acionamento.

61
X2: Botão de Parada.

V1, V2 , V3 : Temporizadores das lâmpadas verde, amarela e vermelha respectivamente.

Y1 , Y2 , Y3 : Lâmpadas verde, amarela e vermelha respectivamente.

C1, C2, C3 e C4: Variáveis auxiliares.

62
Experiência 14 – Correção do Fator de Potência.

A correção do fator de potência através, principalmente, da instalação de


capacitores tem sido alvo de muita atenção das áreas de projeto, manutenção e
finanças de empresas interessadas em racionalizar o consumo de seus
equipamentos elétricos. Objetivando otimizar o uso da energia elétrica gerada no
pais, o extinto DNAEE (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica),
atualmente com a denominação de ANEEL(Agência Nacional de Energia Elétrica),
através do Decreto Nº 479 de 20 de março de 1992 estabeleceu que o fator de
potencia mínimo deve ser 0.92.

Visto posto, projete a correção do fator de potencia com instalação de banco de


capacitores de um motor de indução trifásico de uma indústria que esta trabalhando sob
um F.P = 0.86 e exigindo uma potência ativa de 10cv.

Cálculo

Qc = Pativa.( - ).

Qc = Potencia reativa do banco de capacitores.

Pativa = Potencia ativa consumida pelos motores.

= ângulo referente ao fator de potencia atual.

= ângulo referente ao fator de potencia a qual deseja-se ....

Como F.P = = 0.86  = 0.59.

Por lei o fator de potencia deve ser corrigido para 0.92.

Logo, = 0.92  = 0.43

Assim, Qc = 10*746*(0.59 – 0.43)

Qc = 1.2Kvar.

63
Será utilizado um banco com três capacitores por fase. Dessa forma, cada capacitor terá
que ter uma capacidade de potencia reativa de:

Qcapacitor = = = 400 Var // 220v // 60Hz

Parte Prática

2. Circuito de Força

O circuito de força ilustra a forma como o motor será energizado e compensado pelo
banco de capacitor. O contactor K1 ao ser energizado liga o motor e o contactor k2
implementa o banco de capacitor.

64
3. Circuito de Comando

O circuito de comando e baseado com duas botoeiras (S1 e S2). A botoeira S1 energiza
a bobina de K1 e liga o motor, já a botoeira S2 energiza o contactor K2 e implementa o
banco de capacitor, sendo que a bobina de K2 só pode ser energizada se a bobina de K1
estiver (inter-travamento). Esta segurança deve ser garantida, pois o banco de capacitor
não pode ser implementado no circuito se o motor não estiver ligado, caso contrário o
banco injetará reativo na rede.

1. Comando de Força

I 1:Botão de acionamento de K1.

I 2: Botão de acionamento de K2.

I 3: Botão de parada.

65
2. Comando LADDER para o CLIC02

3. Comando LADDER para o TP02

66
67
Experiência 15.1 - Arrancador Suave - Chave de Partida SOFT-STARTER

1. Conceito

Motores de indução trifásicos apresentam picos de corrente e de conjugado


indesejáveis quando acionados por partida direta. Para amenizar estes problemas
durante a partida são utilizados vários métodos como, chave estrela-triângulo, chave
compensadora, autotransformador, e também as Soft-Starters.

Soft-Starters são chaves de partida estática, destinadas à aceleração, desaceleração e


proteção de motores de indução trifásicos. O controle da tensão aplicada ao motor,
mediante o ajuste do ângulo de disparo dos tiristores, permite obter partidas e paradas
suaves.

Com o ajuste adequado das variáveis, o torque produzido é ajustado à necessidade


da carga, garantindo, desta forma, que a corrente solicitada seja a mínima necessária
para a partida, sendo assim, pode-se acionar determinada carga exigindo da rede elétrica
um valor de potência inferior comparado a outras técnicas de compensação, e é por esse
motivo que a Soft-Starter é amplamente utilizada industrialmente; a seguir são
mostrados dois esquemas genéricos de um soft-starter com controle atuando em apenas
duas, ou nas três fases.

Figura 1: Esquema Elétrico Interno Figura 2: Esquema


Elétrico Interno Simplificado da Soft-Starter Simplificado da Soft-
Starter

Obs.: Um grande número de fabricantes projeta seus soft-starters para controlar apenas
duas fases (R e S, por exemplo), utilizando a terceira como referência. Essa técnica
resulta numa simplificação tanto do circuito de potência quanto do circuito de controle
e, conseqüentemente, reduz o custo do produto.

68
2. Objetivos:

Permitir ao aluno a familiarização com equipamentos e métodos de acionamentos de


máquinas elétricas. Evidenciar o entendimento sobre os métodos de partida compensada
e a desvantagem destes com a relação às soft-starters, essa última que surgiu com a
evolução da Eletrônica de Potência.

 Diversificação dos métodos de acionamento;


 Função do BY-PASS (O MIT após atingir seu
valor nominal passa a receber toda a tensão da
rede, por meio da comutação de um contator
que substitui os módulos de tiristores,
evitando sobreaquecimento dos mesmos);
 Aplicações de uma SOFT-STARTER;
Figura 3: Modelos de
Soft-Starters

3. Princípio de Funcionamento

O princípio de funcionamento baseia-se na redução da tensão nos bornes do motor


de indução do tipo gaiola durante a partida. Através de um comando eletrônico
microprocessado são acionados dispositivos semicondutores de potência que ajustam a
tensão enviada ao estator do motor. Desta forma, consegue-se aliviar o acionamento dos
altos conjugados de aceleração do motor de indução e proteger a rede elétrica das
elevadas correntes de partida, como evidenciado na figura 4. Com a limitação do
conjugado de aceleração praticamente elimina-se os trancos mecânicos, suavizando o
movimento de carga a ser deslocada, e assim tem-se um desgaste menor de todas as
partes mecânicas do conjunto motor/carga. Conseqüentemente, maiores intervalos entre
manutenções, maior segurança operacional e menos tempos fora de operação, ou seja,
lucros mais significativos.

69
4. Bloco Simplificado Soft-Starter

Como mencionado anteriormente, a soft-starter controla a tensão da rede através do


circuito de potência, constituído de quatro a seis SCR’s, onde variando o ângulo de
disparo dos mesmos, variamos o valor eficaz da tensão aplicada ao motor. A seguir
faremos uma análise um pouco mais atenciosa de cada uma das partes individuais desta
estrutura, já que notamos nitidamente que podemos dividir a estrutura abaixo em duas
partes, o circuito de potência e o circuito do controle.

Fig
ura
5:
Blo
co
Si
mp
lif i
cad
o
Sof
t-
Sta
rte
r

4
.1.
Cir
cuitos de Potência

Este circuito é por onde circula a corrente que é fornecida para o motor. É
constituído basicamente pelos SCR’s, suas proteções e os TC’s (transformadores de
corrente).

• O circuito RC representado no diagrama é conhecido como circuito snubber, e


tem como função fazer a proteção dos SCR’s contra dv/dt;
• Os transformadores de corrente fazem a monitoração da corrente de saída
permitindo que o controle eletrônico efetue a proteção e manutenção do valor de
corrente em níveis pré-definidos (função limitação de corrente ativada).
• É possível observar na figura 2 a chave contatora conhecida como BY-PASS, tal
chave substitui os módulos de tiristores quando o MIT alcança seu valor
nominal, e desse modo evita o desgaste dos tiristores, principalmente por
sobreaquecimento.

4.2. Circuitos de Controle

70
É no bloco de controle que estão os circuitos responsáveis pelo comando,
monitoração e proteção dos componentes do circuito de potência, bem como os
circuitos utilizados para comando, sinalização e interface homem-máquina que serão
configurados pelo usuário em função da aplicação.

Atualmente a maioria das chaves soft-starters disponíveis no mercado são


microprocessadas, sendo assim, totalmente digitais. Alguns fabricantes ainda produzem
alguns modelos com controle analógico, mais no sentido de oferecer uma opção barata
para aplicações onde não sejam necessárias funções mais sofisticadas.

5. Áreas de aplicação do Soft-Starter:

• Acionamentos elétricos que processam materiais sensíveis a trancos mecânicos e


trações;
• Acionamentos de bombas;
• Acionamentos com longos períodos com cargas parciais (ou em vazio);
• Máquinas com transmissão por engrenagem, correia e corrente;
• Acionamentos com momento de inércia elevado, como por exemplo:

o Exaustores, compressores, bombas;


o Esteiras transportadoras, guindastes, escadas rolantes;
o Máquinas – ferramenta, retificas, máquinas de corte, trefiladoras, máquinas
têxteis e de injeção de plástico;
o Prensas, calandras, britadeiras, misturadoras.

6. Questões

1- Explique sucintamente com base no roteiro de aula, e em literaturas


referentes ao assunto, o funcionamento das soft-starters, explicando desde a
partida do motor, o tipo de motor que deverá ser acionado e o por quê?; As
formas de onda aproximada da tensão, corrente e torque na partida, e da tensão,
corrente e torque na parada do motor, e as vantagens dessa técnica em
comparação as outras técnicas de acionamento (chave estrela-triângulo e chave
compensadora (auto-transformador) ), utilizando para isso dados técnicos.

7. Conceito

71
Após abordarmos o princípio de funcionamento das Soft-Starters, o próximo passo
será apresentação de funções programáveis que permitirão configurar o sistema de
acionamento de acordo com as necessidades do usuário.

8. Objetivos

Permitir ao aluno tomar conhecimento a respeito das características básicas do


processo de funcionamento das soft-starters, e por meio da introdução de novos
conceitos será evidenciado as vantagens desse método de acionamento. Nesse roteiro de
aula, se descreverá algumas das mais importantes funções, como:

 Rampa de Tensão na Aceleração;


 Rampa de Tensão na Desaceleração;
 Pulso de Tensão (Kick-Start);
 Limitação de Corrente;
 Pump Control;
 Economia de Energia;

9. Principais Características e Funções:

• Rampa de Tensão na Aceleração

Inicialmente é aplicada uma tensão Vi inferior a tensão da rede de alimentação.


Esta tensão apresenta um limite mínimo inferior conforme o modelo de soft-starter, e
seu valor deve ser estabelecido conforme a característica de conjugado da carga. Inicia-
se então uma rampa de tensão até que se atinja a tensão da rede de alimentação. O
tempo de subida desta rampa é parametrizado no Soft-Starter de acordo com as
características do conjugado de carga. A figura 1 mostra a partida em rampa de tensão.

Figura 1 – Partida em Rampa de Tensão

• Rampa de Tensão na Desaceleração

72
Existem duas possibilidades para que seja executada a parada do motor, por
inércia ou controlada. Na parada por inércia, a Soft-Starter leva a tensão de saída
instantaneamente à zero, implicando que o motor não produza nenhum conjugado na
carga que por sua vez, irá perdendo velocidade, até que toda energia cinética seja
dissipada. A equação abaixo nos mostra matematicamente como
1
expressar esta forma de energia. K = J .w 2

Onde, K = energia cinética (Joules)

J = momento de inércia total (kg. m 2 )

W = velocidade angular (rad/s)

Na parada controlada a Soft-Starter vai gradualmente reduzindo a tensão de


saída até um valor mínimo em um tempo pré-definido. Podemos observar melhor este
tipo de parada na figura 2.

Figura 2 – Parada com Rampa de Tensão

• Partida com Impulso de Tensão – Kick Start

Existem cargas que no momento da partida exigem um esforço extra do


acionamento em função do alto conjugado resistente. Nestes casos, normalmente a Soft-
Starter precisa aplicar no motor uma tensão chamada “Kick Start”. Esta função faz com
que seja aplicado no motor um pulso de tensão com amplitude e duração programáveis
para que o motor possa desenvolver um conjugado de partida suficiente para vencer o
atrito, e assim acelerar a carga. Deve-se ter muito cuidado com esta função, pois ela

73
somente deverá ser usada nos casos onde seja estritamente necessária, a figura 3 é uma
representação gráfica desse tipo de função.

Figura 3 – Partida com Impulso de Tensão

• Limitação de Corrente

Na maioria dos casos onde a carga apresenta uma inércia elevada, então neste
caso particular é utilizada uma função denominada limitação de corrente. Esta função
faz com que o sistema rede/Soft-Starter forneça ao motor somente a corrente necessária
para que seja executada a aceleração da carga, como pode ser observado na figura 4.

Este recurso é sempre muito útil, pois garante um acionamento realmente suave
e torna-se ótimo para a viabilização de partidas de motores em locais onde a rede
encontra-se no limite de sua capacidade.

Figura 4 – Limitação de Corrente

• Pump Control

74
Esta função é utilizada especialmente para aplicação de partida com Soft-Starter
em sistemas de bombeamento. Trata-se na realidade de uma configuração específica
(pré-definida) para atender este tipo de aplicação, onde normalmente é necessário
estabelecer uma rampa de tensão na aceleração, uma rampa de tensão na desaceleração
e a habilitações de proteções. A rampa de tensão na desaceleração é ativada para
minimizar o “golpe de aríete”, prejudicial ao sistema como um todo. São habilitadas
também as proteções de seqüência de fase e subcorrente imediata (para evitar o
escorvamento).

• Economia de Energia

Nesse caso para um motor operando com carga reduzida apresenta baixo fator de
potência e redução no rendimento. Ativando-se a função economia de energia, o Soft-
Starter otimiza o ponto de trabalho do motor, através da redução da tensão,
minimizando as perdas por reativos, e fornecendo somente a potência ativa necessária
para a manutenção da rotação nominal com carga parcial, ou seja, reduzindo perdas e
elevando o fator de potência e rendimento.

10. Questões

2.1. Mostre graficamente a rampa de tensão na desaceleração , no caso de Parada


por Inércia.

2.2. Do ponto de vista mecânico, em quais casos a parada controlada torna-se um


recurso extremamente importante? Cite exemplos .

2.3. O que é o golpe de aríete? E quais seus efeitos em um sistema hidráulico?

2.4. Dê exemplos de cargas que apresentam um alto conjugado resistente.

2.5. Determinado tipo de carga com elevado conjugado resistente, apresenta


conjugado de carga com comportamento exponencial decrescente, de posse dessa
informação e de seus conhecimentos, quais das funções estudadas anteriormente é a

75
mais indicada para darmos conjugado motor necessário ao arranque. Por quê? Dê
exemplos de sistemas que apresentam esse tipo de comportamento.

11. Conceito

H.M.I. - Interface Homem-Máquina, como sugere o próprio nome, é o responsável


pela comunicação entre o Motor e o Operador, por meio dessa será atribuído
determinadas funções ao motor conforme o parâmetro selecionado.

12. Objetivo

Nesse roteiro de aula serão apresentados alguns dos parâmetros mais importantes
para configuração da Soft-Starter, bem como a função e a faixa de valores que cada um
desses parâmetros poderá assumir, também será apresentado à HMI ( interface homem-
máquina) da Soft-Starter, e os procedimentos que deverão ser tomados para o sucesso
na parametrização, ao final, testes práticos envolvendo situações reais serão propostos
como exercício. A seguir serão listados os principais tópicos desse roteiro:

• Apresentação do Painel Externo da Soft-Starter.


• Apresentação da interface Homem - Máquina (HMI - 3P) e o modo de
programação da Soft-Starter.

13. Apresentação do Painel Externo da Soft-Starter

Figura 1 – Painel Externo para Acionamento da Soft-Starter

76
14. Apresentação da HMI – Interface Homem – Máquina.

Figura 2 – Interface Homem-Máquina

15. Alguns dos Principais Parâmetros da Soft-Starter.

Parâmetro Função Faixa de Valores

P00 Permite Alterar Parâmetros OFF, ON

P01 Tensão Inicial 25... 90% da tensão nominal

P02 Tempo de Rampa de Aceleração 1... 240 segundos

P03 Degrau de Tensão na Desaceleração 100... 40% da tensão nominal

P04 Tempo de Rampa de Desaceleração OFF, 2... 240 segundos

P41 Pulso de Tensão na Partida OFF, 0.2... 2 segundos

P42 Nível do Pulso de Tensão na Partida 70... 90% da tensão nominal

P43 Relé BY-PASS ON,OFF

OFF, 1- reset de erros, 2- erro


P53 Entrada Digital DI 2 externo, 3- habilita geral, 4-
comando três fios

77
Parâmetro Função Faixa de Valores

Leitura – 0... 100% da tensão


P77 Indicação da Tensão Sob a Carga
nominal

16. Exemplo de Parametrização da Soft-Starter

Parametrize a Soft-Starter de modo que o motor de indução seja acionado com uma
tensão correspondente a 40% do valor nominal, e com uma rampa de aceleração de 30
segundos, atingido o valor de regime o motor será desenergizado e deverá desacelerar
em 20 segundos com uma rampa de desaceleração de 30%.

Antes de se iniciar a parametrização, a Soft-Starter deverá estar configurada para


receber os parâmetros, para isso o parâmetro P00 deverá ser selecionado por meio das
setas incremento/decremento da HMI, depois de selecionado esse parâmetro e o botão
P pressionado, aparecerão os possíveis valores atribuídos a esse parâmetro OFF e ON ,
seleciona-se a opção ON , via botões incremento e decremento, e novamente pressiona-
se P , pronto a Soft-Starter já poderá receber outras configurações.

Procedendo da mesma maneira para os parâmetros que se seguem, ter-se-á a


seguinte configuração:

P01 – Tensão Inicial – 25... 90% da tensão nominal

P02 – Tempo de Rampa de Aceleração – 1... 240 segundos

P03 – Degrau de Tensão na Desaceleração – 100... 40% da tensão nominal

P04 – Tempo de Rampa de Desaceleração – OFF, 2... 240 segundos

17. Questões Propostas.

17.1. Parametrize a Soft-Starter para que o motor de indução seja acionado com uma
tensão de 20% da nominal e com rampa de aceleração de 15 segundos, depois de
atingido o valor de regime, o motor será desenergizado e deverá desacelerar em 10
segundos com rampa de desaceleração de 30%.

78
OBS.: A operação de ligar e/ou desligar o motor deverá ser executado pelo
operador via painel frontal (Botoeiras), e não Soft-Starter.

17.2. Determinado tipo de carga apresenta elevado conjugado de carga, sabendo-se


que esse conjugado comporta-se como uma exponencial decrescente, Parametrize a
Soft-Starter de modo que o impulso de tensão gere um conjugado motor suficiente para
o arranque. Após isso o motor deverá receber uma rampa de tensão de 40% em um
tempo de 10 segundos, atingido o valor de regime, ative a função BY-PASS; em
seguida o motor deverá ser desligado, e deverá desacelerar com um degrau de Tensão
de 30% em um tempo de 20 segundos, e o valor da corrente no motor deverá aparecer
no display da HMI.

79
OBS.1: A operação de ligar e/ou desligar o motor deverá ser executado pelo
operador via painel frontal (Botoeiras), e não Soft-Starter.

OBS.2: O impulso de tensão para arranque selecionado não pode ser muito
alto, nem muito duradouro, pois isto significaria uma partida direta.

80

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