LEMOYNE
Copyright © 2022
Sumário
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NOTA DA AUTORA:
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Epílogo 1
Epílogo 2
PAPO COM A AUTORA
Obras da Autora
SOBRE A AUTORA
D. A. LEMOYNE
dalemoynewriter@gmail.com
Copyright © 2022 por D. A. Lemoyne
D.A. Lemoyne
Prólogo
Boom!
A explosão faz meu corpo estremecer e minha primeira reação é me
abaixar.
É engraçado como sempre reagimos em autodefesa,
independentemente do cérebro saber que não estamos correndo um risco
real.
Acho que é isso o que acontece quando você cresce acostumada a
sentir medo.
Eu não tenho problema com o medo em si. De onde eu vim, senti-lo
significa estar sempre em alerta e isso faz toda a diferença entre viver ou
morrer.
Nesse momento, entretanto, eu meio que fico envergonhada porque
percebo que são apenas os fogos do quatro de julho[3].
Alguns rapazes bêbados, provavelmente universitários, passam por
mim e assobiam me dirigindo palavras obscenas. Se eu não fosse quem sou,
poderia me assustar, afinal, eles estão em um grupo de meia dúzia.
Eu nem pisco. São apenas garotos. Talvez tenham perto da minha
idade biológica, mas não viveram nem metade do que eu já vivi.
Eu conheço a verdadeira face do mal e ela não se parece com playboys
ricos que nunca tiveram que se esforçar um único dia na vida.
Acelero o passo, de vez em quando olhando para trás porque estar o
tempo todo em alerta é a minha natureza.
A necessidade de sobreviver não é por mim, e sim por Juana. Se eu
falhar, ela nunca será encontrada.
Eu fiz uma promessa e não posso me dar ao luxo de morrer antes de
cumpri-la.
Capítulo 1
Califórnia
Presente
Boston — Massachusetts
Presente
Boston
Le Crépuscule Nightclub[10]
— Achei que havia dito que tinha um encontro com Ruslan — falo para
Maxim, que se acaba de chegar.
A dançarina nova faz uma performance em meu colo.
Desde a hora em que entrei na boate, ela tentou de tudo para chamar
minha atenção, até que finalmente fiz sinal para que se aproximasse.
É linda e tem um corpo capaz de ressuscitar um morto, mas apesar do
meu pau estar duro, não sinto qualquer vontade de levá-la comigo essa
noite.
A minha vida está muito fácil ultimamente. Estou com saudade do
desafio, de ter que fazer algo além do que olhar para uma mulher antes de
fodê-la.
— Eu tive — ele responde.
— E o que diabos está fazendo aqui?
Faz que não com a cabeça e sei que não quer conversar na frente da
garota.
Dou uma tapa na bunda empinada, para que entenda que a brincadeira
acabou. A única peça de roupa em seu corpo é um pequeno fio dental e
talvez por isso mesmo, por já ter o presente desembrulhado antes da festa,
não me despertou nada além de uma ereção.
Ela não é prostituta, no entanto. Apenas uma dançarina regular que achou
que ao sair do palco direto para o meu colo, me convenceria a escolhê-la
essa noite.
Se tivesse seguido o protocolo, ela já deveria ter vestido o uniforme de
garçonete, que é padrão em todas as boates da nossa rede. Não que fosse
esconder muito mais. A roupa é tão pequena que mais parece um biquíni.
Apesar disso, dos trajes sumários, não há mais atividade de prostituição
em nossas boates, o que desagradou a velha guarda da Irmandade.
Mesmo antes de Yerik assumir como Pakhan, ele já havia posto um fim
àquilo. Se uma das funcionárias quiser sair com clientes, é por conta dela,
desde que sejam membros da Organização — que compõem oitenta por
cento dos frequentadores. O resto são funcionários corruptos do governo e
que constam em nossa folha de pagamento.
— Tem certeza? — a garota pergunta, me surpreendendo porque eu nem
me lembrava mais que ela ainda estava aqui.
Eu a chamo para perto com o dedo e quando se aproxima, coloco uma
nota de cem dólares na lateral da calcinha.
— Amanhã — sussurro em seu ouvido, embora não tenha certeza se
quero mesmo fodê-la.
Ela finalmente nos deixa e fico olhando a bunda avantajada se afastar,
rebolando.
Sou louco por bundas, então, sim, talvez eu lhe dê uma chance.
— Vou me casar — Maxim solta de repente.
Eu começo a rir e a cara séria dele, tentando fingir que aquela merda não
é brincadeira, logo transforma meu riso em gargalhada.
— Cara, eu demorei duas décadas para finalmente encontrar algum senso
de humor por trás dessa carranca.
— Não é piada. Vou me casar com Anastacia, a afilhada de Ruslan.
— O quê?
— Lembra-se dela?
Foda-me! Ele está falando sério!
— Claro. A órfã.
Ele me explica que o ex-Pakhan quer que ele se case com a menina para
protegê-la. A história é tão bizarra que só pode ser verdadeira.
Anastácia teve a família toda dizimada em um incêndio que Ruslan
desconfia que foi criminoso.
— Ele acha que a afilhada corre risco na Rússia?
— Sim. Principalmente se, como desconfia, quem matou a família dela
fizer parte da Organização. Fora ou dentro do convento, nosso país natal
não seria seguro para a garota.
— Eu nem sei o que falar sobre como esse plano é fodido.
— Não será tão difícil assim. Menos de três anos. Nesse período, teremos
tempo de achar o verdadeiro culpado por dizimar a família dela. No fim,
Anastacia estará com vinte e um, em posse de uma fortuna e livre para
decidir se quer voltar para o convento ou se casar.
— Achei que ela já estaria casada com você.
— Hum… não. Esse arranjo vai chegar ao fim assim que se passarem
esses quase três anos.
— E se até lá não encontrarem o responsável por matar a família dela?
— Vou encontrar. Na hora em que assinarmos o contrato de casamento,
Anastacia se tornará minha responsabilidade e sabe como sou obcecado em
não deixar pontas soltas.
— Cara, essa porra é muito louca até mesmo para você. Quero dizer, a
menina é uma freira, caralho. Como imagina conviver com ela?
— Não vamos conviver. Nos casaremos por procuração tão logo a
licença saia. Dentro de alguns dias, provavelmente. Depois vamos usar
nossa influência para trazê-la, mas eu praticamente não a verei. Ficará bem
instalada e protegida. Nenhuma diferença do que era a vida no convento.
— Já esteve em um convento?
— Não, mas imagino que haja uma rotina. Desse modo, tudo o que
Anastacia terá que fazer é ser uma boa menina e continuar obediente e
fazendo suas orações, ou sei lá o que eles fazem em um convento o dia
todo.
— Quantos anos ela tem mesmo?
— Acabou de completar dezoito.
— Uma adolescente.
— Uma adulta aos olhos da lei. Há garotas dançando aqui com essa
idade.
— Adolescentes são rebeldes. Talvez você não faça ideia de onde está se
metendo.
— É uma princesa da Máfia. Foi criada para saber o lugar dela. Mesmo
que, pelo que descobri, seu pai não fosse cruel como acontece com a maior
parte dos patriarcas dentro da Organização, não tenho dúvidas de que ela
aprendeu direitinho que o dever vem antes de qualquer desejo ou
realização.
— Ainda me parece um plano muito louco. Sorte do caralho dele ter
escolhido você.
— Sorte, não. Foi caso pensado. Você não servia por causa das covinhas.
— O Papa[11] disse isso?
— Aham. E também alguma merda sobre seus sorrisos fazerem as
mulheres desmaiar.
— Mesmo não sendo eu a me casar com ela, pode ser que ainda consiga
arrancar suspiros da freirinha.
— Nem pense numa merda dessas. A partir do momento em que eu me
casar com Anastacia, ela será minha obrigação. Vou protegê-la e isso inclui
não permitir que você a use como faz com suas mulheres.
Eu rio.
— Por que com você é muito diferente, né? Vive intensos romances.
— Não, mas sou honesto com o que desejo delas. Sexo e mais nada. Não
finjo que são minhas namoradas.
— Não gosto de fechar portas. Deixo as possibilidades sempre abertas.
— O que faz com sua vida é problema seu, desde que não chegue perto
da mulher com quem vou me casar.
— Mas que só será sua esposa no papel, já pensou nisso?
— O quê?
— Vai ficar sem sexo por três anos? Porque pelo que entendi a menina
deve permanecer intocada. Seja porque vai se casar em definitivo com o
Criador, seja porque lhe será arranjado um casamento verdadeiro no fim
desses três anos.
Ele fica em silêncio e vejo que não havia considerado aquilo ainda.
— Não vai ser um casamento de verdade. Tanto Yerik quanto Ruslan
sabem disso. Basta que eu seja discreto. De qualquer modo, quando foi que
me viu desfilando com uma mulher? Sexo para mim é somente uma
necessidade orgânica.
— Casamento de mentira ou não, prepare-se para ganhar o ódio de
Talassa, Lara e Yulia[12]. Elas não toleram traições.
— Não será traição, porra. O relacionamento não irá além da folha de
papel.
— Tudo bem. Considerando que nenhum delas o mate, como isso vai
funcionar dentro da sua cabeça?
— O quê?
— Anastacia será apenas um item a ser riscado em sua lista de
obrigações diárias?
— Exatamente.
— Continuar fodendo mulheres estando casado com ela não vai
desorganizar suas regras?
Ele me encara e sei o que está pensando. De todos nós, os únicos fiéis são
Yerik, Grigori e Dmitri, porque são loucos pelas parceiras.
Relacionamentos em nosso mundo significam sexo sem compromisso ou
casamento. Não há um meio-termo.
— Estou vendo que dei um nó em seu cérebro de gênio — digo. —
Deveria pensar sobre isso porque uma coisa é certa: você pode ser diferente
de nós na maioria dos aspectos, mas quanto a trepar, é tão humano quanto
qualquer fodido do nosso gênero.
Levanta-se, anda até a balaustrada do lounge e eu me junto a ele.
— Não havia considerado esse aspecto, né? — pergunto.
— O que eu poderia fazer? Dizer não a um pedido de ajuda de Ruslan[13]?
Eu devo minha vida a ele.
— Eu também nunca me recusaria a ajudar o Papa, se fosse a mim que
ele tivesse pedido. Entretanto, não teria qualquer problema em continuar
fodendo na rua, ainda que aos olhos da lei fosse marido da freira. Mas nós
somos diferentes, porque minha regras se limitam à Organização. Já você
tem várias para cada maldito setor de sua vida. De uma maneira ou de
outra, se casar com a menina vai mudar sua rotina. Está pronto para isso?
Ele vai embora sem me dar uma resposta e conhecendo-o como conheço,
sei que seu cérebro está em curto.
Maxim não conhece nuances. Para ele tudo é preto ou branco.
Olho para a pista de dança e vejo algumas frequentadoras dançando
sozinhas. São lindas, mas parecem bêbadas, o que me desestimula. Eu gosto
das minhas mulheres lúcidas e muito dispostas.
Decido ir atrás da bunda bonita, mas quando estou descendo as escadas
para o primeiro andar, meu celular toca com uma mensagem que joga meus
planos para o inferno. Seria impossível passar a noite fodendo depois de lê-
la.
Boston
Semanas depois
“Pare de fugir. Sua vida não precisa ser assim. Poderia ser tratada como
a princesa que é.”
Boston
Semanas depois
No dia seguinte
Foda-me!
Depois de meses de relatórios da babá sobre meu garoto, em que em
nenhuma maldita linha houve menção a um sorriso ou tentativa de
aproximação por parte de Borya com quaisquer das pessoas que o
cercavam, ele tinha que se encantar justamente com a filha do inimigo?
Saio da cozinha como se o próprio diabo estivesse em meu encalço, a
imagem de Sierra familiarizada dentro da casa, me assombrando.
Ela está aqui há pouco mais de uma hora apenas e já chegou causando
estrago.
Irritado, culpo-me por não tê-la impedido de me seguir quando meu filho
acordou chorando, mas não sou um homem de arrependimentos e sim de
decisões. Vou resolver isso assim que ela vier me encontrar.
Meu celular toca e vejo no visor que é Dmitri.
— Soube que sua convidada já chegou — diz, sem preâmbulos.
— Sim.
— O que pretende fazer com ela nesse tempo que passarem juntos? Acho
que nem preciso dizer que fodê-la seria a pior ideia possível.
— Por que está falando isso?
— Porque conheço você, em primeiro lugar e porque vi uma fotografia
da menina. Ela é jovem e linda, mas precisa se lembrar de onde provém a
carga genética de Sierra. Ela representa o inimigo.
Eu não sei o que me deixa mais puto, o fato dele me conhecer tão bem e
saber que Sierra é o tipo de mulher que eu sairia à caça se o cenário fosse
outro ou ouvir o que eu já sabia: que eu não posso tê-la.
— Meu problema no momento está um passo além do fato dela ser linda.
— O que aconteceu?
— Hoje mais cedo, enquanto a estava entrevistando, Borya chorou.
— Ele continua a ter pesadelos?
— Sim. Eu não sei mais o que fazer. Uma criança não pode crescer
assombrada desse jeito.
— Talvez uma psicóloga seja a solução. Sabe que temos diversas na
Organização que poderiam atendê-lo.
— Eu vou considerar isso, mas a questão agora é outra. Como eu estava
dizendo, Borya chorou no meio da entrevista com Sierra. Eu nem pensei
duas vezes e segui direto para o quarto dele. Ela veio atrás.
— Merda! Ela o viu.
— Pior. Eu não tinha a ilusão de que eles se cruzariam uma hora ou
outra, porque apesar de estar instalada na ala dos empregados, uma das
atribuições de Sierra é cozinhar e limpar a casa.
— Vai fazê-la de empregada? A garota é uma princesa de cartel, o que
equivaleria às nossas princesas da máfia.
— Você está enganado. Ela não é. Filha de chefe de cartel ou não, Sierra
é uma garota forte pelo que pude constatar até agora. Destemida e sem
frescura. Além do mais, qual seria a solução? Eu preciso de uma desculpa
para mantê-la aqui.
— Não comece a admirá-la, Leonid. Eu vou repetir: ela é o inimigo.
— Não. Ela é a filha do inimigo. Até onde sabemos, Sierra nunca viveu
em meio ao cartel.
— Caralho, que situação de merda.
— E eu nem terminei ainda. Quando Sierra me seguiu para o quarto de
Borya e o viu chorando, ela foi até ele.
— E o que aconteceu, então?
— Meu filho aceitou o chamado dela. Ele a abraçou sem nunca tê-la
visto, sendo que passou os últimos meses sem querer ir para o colo de
qualquer pessoa.
— Puta que o pariu! Não pode deixar isso continuar, Leonid. Traga-o
para mim. Tenho certeza de que Yulia pode dar conta de mais um.
— Não. Ele é meu filho e sou quem deve protegê-lo quando a guerra
começar.
— É muito arriscado mantê-la perto do garoto. Sei que acha que ela é
inocente, e pode ser verdade com relação ao cartel, mas sobre todo o resto,
Sierra é uma estranha. Não sabemos qual é sua índole. Na verdade, todas
as informações que temos sobre ela dizem mais respeito a Fernando do que
da garota em si.
— Eu torceria o pescoço dela sem pensar duas vezes se acreditasse que
pode fazer mal ao meu filho, mas meus instintos dizem que não há um só
osso maldoso em seu corpo.
— E isso tornará tudo mais difícil no fim.
Eu sei do que ele está falando: de quando chegar o momento em que terei
que matá-la.
— Sim. Vou resolver a questão. Ela não se aproximará mais de Borya.
— Yerik não deveria ter designado você para essa missão.
— Sabe perfeitamente porque ele o fez. Todos vocês estão casados agora,
inclusive Maxim e ele sabia que para que Sierra fosse uma moeda de troca
válida, ela precisaria permanecer intacta. O único em que ele poderia
confiar para cumprir esse acordo, além de um de vocês, seria eu. Mesmo
que meu dever ainda fosse seduzi-la, eu nunca a violentaria. Ele não estava
seguro de que qualquer outro membro poderia prometer o mesmo.
— Acho que a decisão do Pakhan em proteger a integridade dela tem
muito menos a ver com a negociação com Fernando Morales e muito mais
com o que aconteceu com Talassa e Lara. Certamente ele não desejaria que
o mesmo que a esposa e a amiga dela passaram fosse feito a outra mulher.
— Pode ser. De qualquer modo, não a farei sofrer além do necessário.
Quando chegar o momento, ela nem entenderá o que aconteceu.
Desligo o telefone e em poucos minutos ouço alguém bater na porta.
— Entre.
Quando a estrutura é movida, Sierra, minha prisioneira, aparece em toda
sua inocência e beleza, como uma tentação balançando bem à minha frente.
— Sente-se. — Mando e espero que se acomode. Assim que está sentada,
despejo: — Em qual parte de nossa conversa de hoje cedo estava
determinado que você poderia tocar meu filho?
Capítulo 15
— Ele terá que ficar três dias sob observação, mas não houve danos. Foi
apenas o susto. Minha recomendação é apenas por garantia, mesmo — o
médico, que atende exclusivamente a Organização, diz, balançando a
cabeça —, mas de qualquer modo, é preciso ter atenção. Ele é muito
pequeno ainda.
— Não precisamos ir à clínica? — pergunto.
Nós temos clínicas montadas em cada estado americano e que fariam
inveja em muitos hospitais de médio porte.
Dadas nossas “atividades” de risco, volta e meia alguém precisa ser
operado de emergência e não podemos dar entrada em hospitais comuns. Os
inimigos estão por toda parte.
— Não. Como eu lhe disse, basta observar se ele vai vomitar, ter dores de
cabeça ou qualquer sintoma diferente. Pelo que ele estava falando durante o
exame, repetindo sem parar que bebeu água, o problema maior será o
psicológico, muito mais do que o físico.
Como se meu filho já não tivesse merda o bastante para lidar.
Não pela primeira vez, arrependo-me de não ter ido pessoalmente cuidar
da ida de Radia para o inferno. O problema é que eu não queria tirar os
olhos do meu menino.
Quando o médico chegou, depois de ter sido banhado e trocado por
Sierra, aconteceu um estranho fenômeno: Borya, que nunca trocou mais do
que meia dúzia de palavras comigo, falou sem parar.
Ele contava em sua linguagem simples de criança que se inclinou para
pegar uma pedrinha na margem do rio, escorregou e caiu na água.
Apesar da raiva de ouvir meu filho, com somente três anos, dizer dos
riscos que correu, me peguei completamente hipnotizado pelo fato de que
estava conversando comigo, quando antes, parecia mal notar minha
presença.
Será que foi o susto pelo incidente ou o resultado do efeito Sierra? Eu
reparei que ele está se tornando mais e mais dependente dela, o que só vai
complicar as coisas. Mesmo que eu resolva a questão dela junto a Yerik, a
garota não será uma constante em minha vida.
— E se acontecer um desses sintomas? — pergunto.
— Telefone-me imediatamente.
Ele é do Wisconsin porque também temos médicos em cada estado, mas
eu não vou dar chance ao azar.
— Não. Você dormirá aqui na fazenda nos próximos dias. Disse-me que
Borya precisaria ficar em observação. Enquanto não lhe der alta, você não
vai a lugar algum.
É a primeira vez que nos encontramos, mas ele sabe com quem está
lidando porque vejo uma centelha de medo se espalhar por suas feições.
— Sim, senhor. Eu só preciso avisar a minha esposa.
Depois que ele se afasta no corredor, eu volto a entrar no quarto.
Ele examinou Sierra também e agora ela está na cama, recostada na
guarda com Borya em seus braços. Ela lhe diz algo baixinho — uma
história, talvez? — e ele parece atento, segurando uma mecha de seu
cabelo.
— Oi — ela fala e só então percebo que estavam olhando para mim.
A cena doméstica me pega de surpresa. Eu já os vi juntos outras vezes,
mas testemunhando a ligação entre os dois agora… apenas nesse instante
percebo a profundidade com que meu filho se apegou a ela.
— Vem — meu filho diz, esticando a mão para mim.
— O que ele quer? — pergunto a Sierra.
— Ele entende tudo o que você diz, então pergunte a Borya. — Ela me
instrui e nesse instante fico agradecido porque me sinto perdido.
— O que você quer? — repito, dessa vez me dirigindo a ele.
— Não vai embora.
Ele me quer por perto?
— Eu não vou a lugar algum — respondo, mas meu filho continua com a
mão esticada para mim.
Quando ainda não me movo, ele se solta do colo de Sierra e vem até onde
estou, se agarrando às minhas pernas.
Eu me abaixo e o encaro. O menino sou eu em criança. Até mesmo o ar
desconfiado. Nesse instante, entretanto, ele me quer.
Eu não estou acostumado a carinho, então, hesitante e sem saber se estou
fazendo aquilo direito, abro os braços para ele.
Como fez com Sierra no primeiro dia, Borya se agarra ao meu pescoço e
pela primeira vez, eu me permito dar um abraço no meu filho.
A sensação é diferente de tudo o que já experimentei.
Traz calor ao meu peito e me faz sentir vivo. Borya é um pedaço de mim.
Um pedaço inesperado, não planejado, que precisará que eu o proteja e
cuide até que possa fazer isso sozinho.
Talvez para sempre, mesmo depois de se tornar um adulto.
Eu não faço planos para o futuro porque para qualquer pessoa com o tipo
de atividade que tenho, ele é incerto, mas me pego nesse instante desejando
ter um em que possa ver meu filho se tornar um homem.
— Você não está com sono? — pergunto.
Ele balança a cabeça, dizendo que sim. Depois, aponta para Sierra na
cama.
Ela fica de pé, como se estivesse sem jeito.
— Não — Borya diz, acho que percebendo que ela pretende ir embora.
E então meu filho surpreende-me, estendendo uma mão para ela também.
Eu me levanto com ele nos braços e me aproximo da mulher que deveria
ser minha inimiga.
— Acho que ele quer que fiquemos ambos com ele até que adormeça —
Sierra diz, baixinho. — Está com medo de ficar sozinho.
A última parte é falada em apenas um mover de lábios.
— Ele não vai ficar confortável dormindo nos meus braços.
— Por que não pergunta a ele?
— Hey, você não prefere dormir sozinho na cama, amigo?
Meu filho balança a cabeça, fazendo que não.
— Os três — responde fazendo o número com os dedinhos.
— Já sabe contar? — pergunto, tendo certeza de que estou segurando um
gênio em meus braços.
— Você não tem ideia de como crianças de três anos são inteligentes.
Eu já me troquei e estou descalço, de jeans e camiseta, então me deito na
cama, imitando a posição na qual Sierra estava anteriormente.
Borya segura o meu dedo polegar com uma das mãos e com a outra, volta
em direção à sua protetora.
— Vem — chama.
Ela se senta na beira cama e aceita a mão dele.
— Seja um menino bonzinho e descanse, está bem? Amanhã nós vamos
brincar. Agora, precisa dormir.
A voz dela é, ao mesmo tempo, doce e de comando. Até mesmo eu fico
tentado a obedecer. Não relaxo na presença de estranhos, nem mesmo com
minhas parceiras sexuais, mas me pego fechando os olhos, enquanto tranco
os braços em volta do meu filho.
— Não pode ficar a noite inteira sentada aí. Deite-se na cama — exijo.
Volto a encará-la e percebo que ainda não se moveu.
— Venha — repito o que meu filho falou há pouco e ela finalmente se
acomoda, ainda de mão dada com o meu menino.
Capítulo 20
Acordo com a mão de Borya ainda presa à minha e quando abro os olhos,
vejo que a luz do abajur está acesa e que estamos só nós dois.
O garotinho dorme de barriga para cima e se formos levar em conta o que
passou mais cedo, é um milagre que esteja bem ao ponto de conseguir
descansar.
Ponho a mão em frente ao seu nariz para sentir a respiração porque sou
excessivamente preocupada com tudo e quando confiro que está bem,
levanto-me, tentando fazer o mínimo de barulho possível.
Quando entrei aqui hoje, estava tão nervosa com os acontecimentos que
nem reparei no aposento. Agora, já um pouco mais calma, olho à minha
volta somente para conferir que o quarto se parece exatamente com o dono:
obscuro.
A madeira dos móveis tem aparência maciça, pesada, entretanto, a
mobília é limitada. Há somente a cama enorme, que deve ser super king
size, duas mesinhas de cabeceira, uma cômoda e uma poltrona, o que
combina com ele. Algo me diz que por debaixo daquela roupagem de
homem rico, Fredek seria do tipo que sobreviveria com muito pouco. Há
algo de primitivo, selvagem nele.
Ele parece poderoso, invencível. Não imagino nada capaz de abalá-lo, a
não ser o garotinho à minha frente.
Foi a única vez, desde que cheguei, que o vi demonstrar emoção.
Saio do quarto e vou até o de Borya, pegar a babá eletrônica. Depois de
posicioná-la na mesinha de cabeceira do lado em que ele está, recolho
minhas roupas molhadas no banheiro da suíte e ando até o meu próprio
quarto. Fico surpresa quando chego lá e não encontro nenhuma das minhas
coisas. Ao invés disso, há um bilhete em cima da cama:
O jeito formal com que está escrito me faz perceber que foi um dos
guarda-costas ou um funcionário da fazenda quem fez a mudança.
Dou de ombros, sem me importar. Já dormi em todo tipo de lugar, então,
se eles acham que mereço um upgrade, não discutirei.
Quando chego no novo quarto, entretanto, acho que estou sonhando. Ele
é quase tão grande quanto o do dono da casa, porém, muito mais decorado,
com móveis de madeira clara e roupa de cama e tapetes cor-de-areia. Há até
mesmo um closet!
Preciso tirar o roupão que peguei emprestado do meu chefe. Estou nua
por baixo dele e mesmo com a situação apavorante que passamos, isso é
muito inadequado.
As roupas já estão todas nos cabides e cômoda.
Visto lingerie, um jeans e camiseta, mas ao invés de descer direto para
comer alguma coisa, pego a babá eletrônica e sigo para o banheiro.
Fecho a porta e me sento no chão, como sempre. Deixo a cabeça cair
entre os joelhos e só então permito que a emoção que venho guardando
desde a hora em que vi Borya dentro da água, venha à tona.
Lágrimas que eu não permito há anos que escapem, agora escorrem sem
controle.
Eu não sei por quanto tempo choro, mas quando olho no relógio, vejo
que já são sete da noite, então sei que preciso descer para servir o jantar
para o pai do meu amiguinho.
Lavo o rosto e aplico um pouco de maquiagem nos olhos para disfarçar o
inchaço porque não quero que Fredek pense que estou confundindo as
coisas ao me envolver emocionalmente com algo que deveria ser apenas
meu trabalho.
Não foi para isso que vim e sim para conseguir descansar da minha vida
louca, sempre correndo, sempre fugindo. Desde que cheguei a essa casa,
tenho conseguido dormir ao menos seis horas por noite, o que é um recorde
absoluto.
Embora meu sexto sentido me avise para tomar cuidado com Fredek,
contraditoriamente, eu me sinto segura aqui.
Talvez o problema seja muito menos com ele do que comigo. Sou eu
quem não consegue controlar minhas reações hormonais quando estou perto
do meu chefe.
Além disso, a maneira como ele nos resgatou hoje e todo o amor, talvez
mesmo sem notar, que demonstrou pelo filho, o fez subir no meu conceito.
Como é possível me sentir atraída por alguém com quem antipatizo?
Ou talvez não seja antipatia, mas sim porque meu instinto avisa que me
envolver com alguém como ele fará com que eu saia quebrada do
relacionamento.
Depois de prender o cabelo em um rabo de cavalo, vou novamente ao
quarto em que Borya está e confiro que dorme como quando o deixei.
Lembro-me da criatura irresponsável que deveria ter tomado conta dele
hoje e que ao invés disso, provavelmente estava mexendo no maldito
telefone.
Eu nem gosto de pensar no que poderia ter acontecido se eu tivesse
chegado apenas minutos depois.
Desço até a cozinha e fico feliz por ter deixado o jantar pronto antes de
sair para ir ao encontro do menino, hoje mais cedo.
Tiro o stroganov[30], que é um prato russo que aprendi ontem, feito com
cubos de carne cozida e misturado a um creme de leite azedo chamado
smetana. Li que é servido com purê de batatas, então preparei o
acompanhamento também.
Coloco tudo no forno para esquentar.
A cozinha da fazenda é o sonho de qualquer amante da culinária, com os
equipamentos mais modernos que se possa imaginar.
Por falta de tempo e raramente estar em um mesmo lugar por meses
seguidos, acostumei-me a uma alimentação rápida e não muito saudável,
então fico feliz de poder me sentar a uma mesa e fazer uma refeição
completa, como tem acontecido desde que cheguei aqui.
Coloco pratos, copos e talheres na sala de jantar, onde servirei a refeição
do meu chefe e também arrumo a bancada da cozinha para mim.
Depois de conferir que a temperatura do forno está baixa para não correr
o risco do creme do stroganov talhar, respiro fundo para criar coragem de ir
ao encontro do homem que me fascina e amedronta em igual medida.
Eu sei onde encontrá-lo: na biblioteca que ele usa como escritório. Ele
trabalha lá o dia inteiro. Desde que cheguei, nunca o vi relaxando,
aproveitando o sol lá fora, sozinho ou na companhia de Borya.
Por que será que pai e filho não são próximos?
Foi comovente ver o menino querendo-o por perto na hora em que estava
com medo e meu chefe também pareceu desejar ter o filho em seus braços.
Quem sabe agora que vou cuidar de Borya, eu consiga criar uma ponte
entre os dois? Crianças são sensíveis e sentem se são ou não queridas,
embora eu ache que o problema seja falta de jeito, não é que ele não deseje
o filho.
Respiro fundo e ergo a mão, me preparando para bater na porta.
Cada encontro com Fredek Popov me deixa com os nervos à flor da pele.
Capítulo 21
Envio a mensagem sabendo que estou agindo como uma irmã mais
velha chata, mas não posso fingir que não me preocupo com ela. Não tenho
tantas pessoas assim em minha vida atualmente e as que tenho, não quero
perder.
Dessa vez, ao som do segundo toque, ouço sua voz do outro lado.
— Oi. Eu não quis te preocupar.
— Mas o fez assim mesmo — digo, dispensando a sutileza. — É
dona do seu nariz e não quero ser a amiga chata, mas custava ter enviado
uma mensagem dizendo: “okay, estou bem?”
Jesus, ela não é problema meu. Por que simplesmente não posso
deixar para lá? Por que tenho que me preocupar tanto com toda pessoa que
se torna próxima?
Mas eu sei a resposta: eu já perdi demais. Minha mãe, minha irmã.
Os poucos que eu deixo alcançarem meu coração tenho um cuidado quase
que obsessivo.
Eu me culpo por não ter acompanhado Juana no dia em que ela
desapareceu. Ela me chamou e eu disse que preferia ficar em casa lendo. Já
me perguntei diversas vezes se tudo seria diferente se eu estivesse junto.
Pelo menos tenho a certeza de que meu pai tentaria nos procurar.
Fecho os olhos, afastando o pensamento inútil. Não se pode mudar o
passado, não importa quanto o desejemos.
— Sinto muito, Sierra. As coisas ficaram um pouco enroladas por
aqui.
Sua resposta me chateia ainda mais. Eu odeio “desculpas”. Na vida,
tudo é uma questão de prioridade. Ela não atendeu ou respondeu as
mensagens porque não quis.
De repente, me dou conta de que posso ter criado, em minha
carência, uma amizade unilateral e resolvo lhe dar abertura para, do mesmo
jeito que entrou na minha vida, partir.
— Eu não vou te ligar mais, Tulia. Acho que vi mais do que
tínhamos. Fique em paz e cuide-se. Quanto ao seu emprego, pode ficar
tranquila. Assim que a temporada nas montanhas terminar, irei embora.
Sou uma idiota porque a despedida, mesmo de alguém que nem tem
tanta relevância assim na minha vida, me magoa. A verdade é que estou
cansada de ser sozinha.
— Sierra — ela chama e depois pausa. — Vai ser melhor assim.
Devemos cada uma seguir o próprio caminho.
Depois ela desliga sem se despedir e eu sacudo a cabeça, me
achando a imbecil mais carente do mundo.
Seco a droga de uma lágrima que teima em cair.
Não tem problema. Eu posso continuar sozinha na minha estrada.
Não preciso de alguém do meu lado.
Entretanto, mesmo tentando me convencer daquilo, sei que é uma
mentira danada. Eu quero uma vida normal. Quero amigos e família. Quero
minha irmã outra vez ao meu lado.
Eu quero tudo.
Capítulo 25
— Não precisa me dizer o que acha que eu quero ouvir — falo, meio
puto, porque tenho certeza de que ela não está falando sério. — Não sou um
babaca machista. Eu não espero que seja intocada.
Seus olhos se arregalam, as emoções desfilando pelas lindas feições.
Confusão, timidez e, finalmente, raiva.
Ela dá um passo para trás e cruza os braços sobre o corpo, em uma
tentativa de proteger-se dos meus olhos, aparentemente.
— Você é tão arrogante! Acha mesmo que eu diria que sou virgem só
para tentar bancar a inocente? Só temo não saber o que estou fazendo,
caramba!
Caralho, ela está falando sério.
— Por que comigo, então? Por que se entregar a alguém como eu?
Ela ergue o queixo.
— Por que não? Você me atrai. Não sei se algum dia me sentirei desse
jeito novamente. Eu quero experimentar.
Um toque. Somente uma prova dela — digo a mim mesmo, me
aproximando.
Tudo em mim manda recuar porque existe uma quantidade fodida de
problemas a serem resolvidos entre nós dois, mas Sierra é irresistível. É
como se eu estivesse sob algum feitiço.
Observo o corpo curvilíneo e ao mesmo tempo, delicado.
Ela é perfeita. A mulher mais bonita com quem já estive.
Sexy, combativa, doce e inocente. Eu estou preso, enredado em todas as
suas contradições.
Nesse momento, ela parece despida de armaduras. Os cabelos negros
caem soltos sobre a frente do corpo, escondendo-a parcialmente de mim.
Seguro seus braços, soltando-os de sua frente e ela puxa uma respiração
profunda, as pupilas dilatando-se.
A beleza dela é do tipo que faria um homem cometer loucuras e eu me
pergunto como conseguiu se manter intocada em suas andanças pelo
mundo.
Sierra é uma solitária, como eu. Aprendeu a ser autossuficiente, a se
proteger, no entanto, está aqui agora, despida de corpo e alma para o
inimigo.
Deixo os dedos percorrerem seu pescoço e ela estremece em resposta.
Aproximo a boca da carne macia. Eu a cheiro e depois, deixo minha língua
deslizar na pele quente e, nesse momento, arrepiada de tesão.
Eu tomo sua boca em um beijo lento dessa vez e minhas mãos vão para
suas costas, para abrir o sutiã.
Meu pau está inchado, rígido de antecipação, o que é uma novidade, dada
a quantidade de sexo que já tive ao longo da vida. Com ela, eu me sinto
como um adolescente ansioso para provar a namorada, embora não haja
qualquer traço de inexperiência em mim e que Sierra não tenha um papel
claro em minha vida, ainda.
Acaricio seus mamilos simultaneamente com meus polegares, enquanto
aprofundo o beijo. Ela geme dentro da minha boca e empurra o corpo em
minhas mãos.
Ela quer mais. Está excitada, necessitada, demandando o próprio prazer.
Escorrego uma das mãos por seu abdômen, os dedos pairando sobre a
calcinha. Eu pressiono de leve, na altura do clitóris, apenas o suficiente para
causar um choque de desejo, mas quando ela fica na ponta dos pés, tentando
montar minha mão, eu rasgo a lingerie em uma puxada.
Ela ofega contra meus lábios, mas não tenta se afastar enquanto meus
dedos tateiam por entre os lábios encharcados de sua boceta. Quando meu
polegar resvala pela primeira vez o clitóris duro, ela geme alto.
— Tão molhada — digo, mordendo sua boca. — Você quer muito que eu
coma essa boceta, né?
Penetro um dedo com cuidado, para não machucá-la e seu sexo se abre
como uma flor úmida. Meto devagar, mas com constância, iniciando um vai
e vem suave para fazê-la se acostumar, ao mesmo tempo em que circundo o
clitóris com o polegar.
Ela se agarra aos meus braços, as unhas fincadas com força na pele,
gemendo e pedindo por mais. Sem que eu mande, a boca gostosa beija meu
peito, a língua lambendo minha carne dura.
Estou hipnotizado pelo rosto lindo, observando as nuances de seu prazer
enquanto seu corpo me aceita dentro de si.
A respiração encurta, tornando-se ofegante e sei que é hora de levá-la
para a cama. Por mais que eu a queira aqui mesmo, de pé e se
desmanchando sem qualquer apoio além do meu corpo, é a primeira vez
dela. Uma experiência importante para uma mulher, eu acho.
É o último traço de racionalidade em mim. No momento em que a levo
para a cama, todo meu corpo vibra de desejo. Estou faminto por sentir o
gosto dela.
Eu a deito bem no centro, sobre o edredom e puxo suas coxas sobre meus
ombros.
— Olhe enquanto eu como sua boceta.
Ela se apoia nos cotovelos, parecendo envergonhada e desejosa a um só
tempo.
Afasto os lábios do seu sexo com os dedos e começo a chupá-la devagar,
mas contraditoriamente, deixando minha língua chicotear o clitóris sem
piedade.
Ela se remexe, mas pouso a mão em seu abdômen para mantê-la como
quero.
Mamo o botão duro e a fodo de leve com um dedo, parando algumas
vezes para sugar os lábios inchados de seu sexo.
Ela choraminga meu nome e não demora muito para gozar em minha
boca. Eu não paro. Estou sedento e só ela pode me dar o que preciso.
Eu me alimento de seu mel e acho que nunca terei o suficiente. Ela é uma
delícia. Cheirosa e doce.
Tento cavar qualquer resquício de autocontrole dentro de mim, mas meu
desejo por ela é selvagem.
Lambo sua boceta uma e outra vez, dando-lhe mais dois orgasmos. As
mãos trêmulas seguraram meu cabelo com força por todo o tempo, os
quadris erguendo-se para a minha boca em um oferecimento sensual.
— Diga que quer isso — falo quando me afasto para pegar o
preservativo.
— Eu quero.
— Fale, Sierra. Com todas as letras — ordeno.
— Eu quero você.
— Sou o inimigo — declaro.
— O meu inimigo?
Estou duro, o pau inchado batendo contra o abdômen, mas ao menos isso
eu posso entregar-lhe: um vislumbre da verdade.
— Não. Do seu pai e do que ele representa.
Para minha surpresa, ela se ergue e ajoelha-se à minha frente.
Como uma tentação doce, pecado e pureza juntos naquele corpo e rosto
lindos, ela me encara:.
— Talvez amanhã eu me importe com isso. Hoje, eu quero tudo.
Capítulo 30
Um mês depois
— O médico acabou de sair e disse que Borya está bem — ela fala,
quando entro na suíte do meu menino.
O pediatra tem vindo ver meu filho uma vez por semana. Eu pesquise e
sei que o normal é que se leve a criança ao médico uma vez por mês, mas
enquanto ele não estiver cem por cento recuperado de todos os maus-tratos
que sofreu, eu não vou me dar por satisfeito.
— Eu sei. Ele passou no meu escritório antes de partir.
Ouço meu filho falando sozinho dentro da banheira, provavelmente
brincando com seus soldados de plástico.
— Fez um bom trabalho com ele em relação à água.
Ela dá de ombros.
— Eu arrisquei, na verdade. Achei que se fizéssemos do evento algo
grande, ele ficaria traumatizado para sempre. Mas se está preocupado com o
fato dele estar na banheira sozinho, eu não a encho com mais do que vinte
centímetros de água.
— Eu não estou preocupado. Confio em você com meu filho.
Nos encaramos, parados no meio do quarto. Toda a intimidade que temos
enquanto eu a fodo durante a noite inteira desaparece quando o sol nasce.
Sierra aprendeu a ser sozinha e não me deixa entrar.
Quem poderia culpá-la?
Ela está aqui em uma espécie de regime semi-aberto de prisão.
— Jante comigo hoje.
— Por quê?
— Por que não? Passamos a madrugada, a cada maldita noite, nus nos
braços um do outro, mas quando tem que comer, se enfia naquela cozinha.
— Fanya não chegou ainda. Alguém precisa cuidar das refeições.
Ela estava em uma missão e dada a experiência com Radia, não vou
colocar qualquer pessoa perto deles sem ter certeza de que é de confiança.
O mundo era mais simples no passado. Havia respeito e a maioria sabia
que nos trair significaria horas de tortura, mas as pessoas estão perdendo o
respeito.
— Ela está vindo amanhã — aviso.
Sierra me olha em silêncio e é um esforço conter meu temperamento,
mas resolvo que já tive o suficiente.
— Deixe-me colocar a questão de outro modo, você vai jantar comigo
hoje.
— É uma ordem?
— Sim, é. Eu a quero às oito lá embaixo.
Sei que ela quer responder, e para falar a verdade, eu quero que ela
responda. Seu gênio forte me excita para caralho.
— Sierra! — Ouvimos Borya gritar.
— Deixe comigo. — Me adianto. — Eu o tiro do banho.
— Tem certeza? Posso fazer isso.
— Sei que sim. Observo vocês dois. Você adora meu filho, Sierra, e
somente esse temperamento infernal que tem a impede de ceder e aceitar
ser minha esposa. Sabe que nós três seríamos perfeitos juntos.
— Como podemos ser perfeitos juntos se eu não tenho uma escolha?
— Quanto a estar aqui na fazenda, não tem mesmo, mas eu não te obrigo
a ir para minha cama toda noite e nem a gemer enquanto abriga meu pau
duro nessa boceta apertadinha.
Suas pupilas dilatam e meu eixo empurra contra o jeans.
Merda, ela me deixa com tesão muito rápido.
— Eu me sinto atraída por você, isso não significa que queira me casar.
— Oito horas lá embaixo, Sierra — digo, antes de me afastar para ir ao
encontro do meu filho.
— Você, pai? — ele pergunta, instantes depois, quando entro no
banheiro.
A primeira vez que me chamou assim, tomei um susto, porque nunca me
imaginei como pai de alguém. Agora, entretanto, sempre que o ouço, a
palavra vai criando uma espécie de aquecimento dentro do meu peito. Uma
sensação agradável e inexplicável.
O médico me disse mais cedo que Borya ganhou peso e de acordo com
os exames de sangue que fez, suas taxas estão quase normais.
Eu não tenho dúvida de que o que contribuiu para sua melhora foi ser
limpo e cuidado, mas principalmente poder comer as refeições nas horas
certas.
Não nas horas certas, me corrijo, e sim, poder comer, já que ele estava
fraco e desnutrido.
Somente quando eu o trouxe para a fazenda pude entender, ao ver meu
filho se alimentando pela primeira vez, a extensão do dano que Tammy lhe
causou.
Meu coração queimou dentro do peito pela ânsia com que ele dava cada
garfada, como se temesse que a qualquer momento lhe fossem tirar o prato.
A babá que ficava com ele anteriormente me disse que era sempre assim.
Ele não se levantava da mesa enquanto sobrasse um grão de arroz.
— Sim, sou eu. Resolvi que vou lhe tirar do banho, vesti-lo e dar o jantar.
Seu rosto cai.
— Sierra foi embora?
— Não. Eu só… eu só quero ficar um pouco com você.
Não faço a menor ideia se uma criança na idade dele consegue entender o
que estou tentando fazer, mas a verdade é que mesmo sabendo que quando
crescer, talvez ele me odeie por deixar sua mãe ser morta, cada vez mais
sinto necessidade de recuperar o tempo perdido.
— Pode — ele responde no que parece ser uma vida depois. — Papai é
igual a ele — diz, apontando o boneco do Super Homem que segura.
Franzo a testa, confuso.
— Um super-herói?
— Super-herói do Borya.
— Por quê?
Ele estava olhando para a água enquanto falava comigo, mergulhando e
fazendo o boneco emergir em seguida, mas agora me encara.
— Super-herói porque papai salva Borya. Me dá papá gotoso..
Caralho!
Fecho os olhos, a emoção trancando minha garganta.
Eu queria reviver aquela filha da puta para poder matá-la outra vez.
— Você nunca mais vai passar fome, filho. Eu prometo.
— E medo escuro? Não gosto armário.
— Ninguém vai te colocar em um armário novamente. Eu vou te proteger
para sempre. Eu vou ser seu herói.
Pego uma toalha e ele se levanta sabendo que chegou a hora de sair do
banho. Eu o enrolo com ela, mas ao invés de secá-lo, o abraço.
Meu coração bate com muita força dentro do peito. Eu matarei qualquer
um que tentar feri-lo.
Meu filho nunca mais passará fome ou sentirá medo novamente. Eu
explodirei a porra do mundo inteiro antes de permitir que isso aconteça.
Capítulo 36
Leonid
— Do que diabos você está falando, Antinko? Como assim ela fugiu
cavalgando?
— Sierra saiu correndo de dentro de casa, atacou um dos nossos homens
na estrebaria e…
Enquanto o ouço, minha mente tenta processar as informações e não
demoro a concluir que algo aconteceu. Eu não a conheço há muito tempo,
mas já conheço muito sobre ela. Sierra não iria embora a troco de nada.
Eu não duvido que poderia me deixar, afinal, fui o filho da puta que usou
de um artifício, que a enganou para trazê-la para cá, mas não acho que
abriria mão de Borya assim.
— Atacou como? — pergunto, voltando ao presente.
Ele fica vermelho.
— Acertou-o no saco. Ele disse que parecia algum tipo de arte marcial.
— Krav maga. — Lembro do que ela me contou e se não estivesse tão
puto com sua fuga, seria capaz de rir.
Ah, Sierra!
— E o que houve depois?
— Ela pegou um cavalo e seguiu em direção à floresta.
— Porra!
— Vamos sair à procura dela, Leonid. Não pode ter ido longe. Ela não
teria com quem falar para nos denunciar.
— Eu não estou preocupado com isso, mas com o calor infernal que está
fazendo. Ela não está acostumada a ficar exposta assim. Pode ter acontecido
alguma coisa.
Passo a mão pelo cabelo, meio desesperado.
— O que quer que façamos? — ele pergunta.
— Reúna alguns homens. Mande-os à procura dela, a cavalo. Vou pegar
um quadriciclo. Os animais têm chips de GPS. Eu vou encontrá-la. Você
fique com Borya. Não deixe meu filho sozinho por um segundo, Antinko.
— Eu não vou, chefe. Tem minha palavra.
— Mande alguém olhar as filmagens da casa. Aconteceu alguma coisa ou
ela não teria saído assim.
— Pode deixar.
Entro em casa e pego mais duas armas além da que carrego comigo e
munição.
Quando volto para o lado de fora novamente, já há um grupo de homens
reunidos à minha espera.
— Sierra é minha mulher — falo, alto o suficiente para que todos me
ouçam. — Qualquer um de vocês que a encontrar, não deve encostar em
um fio de cabelo dela, mesmo que ela os ataque.
— Ela está armada, chefe?
— Provavelmente não, mas não se esqueçam do que eu falei. Eu não
quero um cabelo dela fora do lugar ou vou entender como uma ofensa
pessoal a mim.
Eu monto no quadriciclo e busco no celular para onde aponta o GPS do
cavalo com o qual ela saiu, um garanhão marrom.
Enquanto sigo o mapa, a tensão pulsa sob minha pele.
Ela está bem — digo a mim mesmo. — Eu vou encontrá-la e ela vai
ficar bem.
Sierra
Horas depois
— Sierra!
O grito de alegria de Borya quando me vê traz paz ao meu coração
confuso.
Ele se solta dos braços de Antinko e corre para perto de mim e do pai.
Eu me abaixo para pegá-lo no colo e ele abre os braços pequeninos
tentando abarcar nós dois.
O menino está corado e com um aspecto saudável.
Sorridente, como se encontrar a mim e o pai fosse sua maior felicidade
na vida.
Nesse instante, os três unidos, todo o medo se dissolve e eu entendo o
que eu quero.
Leonid e Borya. Um futuro para nós três não importa que as cores com
que ele será pintado não sejam as do arco-íris.
A vida não é perfeita.
Não há qualquer novidade nisso para mim.
Apesar de nunca ter esperado me apaixonar por um homem que faz
parte do mesmo universo que o meu pai, eu sei que não há mais caminho de
volta sobre o que sinto.
Pai e filho conquistaram meu coração.
— Você voltou.
— Eu só fui passear a cavalo.
— Sem Borya — diz, com a expressão caída.
— Podemos fazer isso juntos qualquer dias desses — o pai lhe explica
e eu percebo que falou a verdade quanto a não sentir remorso. Quem o visse
agora jamais adivinharia que há algumas horas matou um homem.
Borya faz força para descer do meu colo e corre de volta até onde
Antinko está. Aparentemente, meu menino fez um novo amigo.
— Você está bem? — Leonid pergunta.
— Dentro do possível, sim. Por que aquele homem tentou me matar?
— pergunto baixinho para Borya não ouvir.
— Eu não tenho certeza da razão ainda, mas descobrirei em breve. Ele
pode ter sido mandado pelo cartel de seu tio e nesse caso, era um traidor ou
poder apenas um soldado suicida que não sabe obedecer ordens.
— Obedecer ordens?
— Eu deixei claro para toda alma viva nessa porra de fazenda que
você é minha, Sierra, o que significa que é intocável. Um homem precisaria
ser muito estúpido para me desafiar. Agora, quero que entre e tome um
banho. Antinko pode ficar com meu filho enquanto isso. Depois, você e
Borya podem descansar. Está na hora da soneca dele antes do jantar e você
parece exausta.
— Sua necessidade por controle deveria ser estudada, senhor.
Ele me segura pelos ombros e me vira para si, aparentemente sem se
importar que estejamos sendo observados.
— É o que sou, Sierra. Um sociopata controlador. Pior material
possível para marido e ainda assim, com tanto defeito, louco por você.
É a segunda vez que ele diz isso hoje e meu coração dispara, mas
disfarço.
— Eu também não sou uma florzinha do campo.
Ele se abaixa para sussurrar no meu ouvido.
— Você é perfeita. Linda, deliciosa e minha.
Sinto meu rosto esquentar e mudo de assunto.
— Mandou que eu fosse descansar. Vai sair?
Seu rosto fica sério.
— Tenho algumas questões a resolver. Talvez demore.
— Aqui mesmo na fazenda?
— Sim. Eu não vou sair de perto de vocês dois, mas preciso saber se o
filho da puta que tentou feri-la estava sozinho.
— Tome cuidado.
Ele estava se afastando, mas volta.
— Eu nunca dei a mínima para isso. Viver ou morrer, quero dizer, mas
agora, eu tenho razões para voltar.
Ele me dá um beijo leve nos lábios e em seguida, um na testa do filho
e sai sem olhar para trás.
Meu algoz e também protetor. Meu príncipe e meu monstro.
Meu amor.
“Não faça isso. Mande Fanya para longe, mas estou pedindo, por favor,
não a machuque por minha causa ou eu nunca terei paz.”
Capítulo 42
“Sierra: Não faça isso. Mande Fanya para longe, mas estou pedindo,
por favor, não a machuque por minha causa ou eu nunca terei paz.”
Aperto o maxilar, irritado para caralho.
Fanya está na sala ao lado, a de reuniões. Eu considerei deixá-la assistir à
morte dos homens, mas não vi qualquer benefício nisso. Não sou sádico. O
medo dos outros não faz com que eu me sinta bem. Assim, apenas mandei
que a vigiassem até que chegasse o momento de enfrentar o próprio destino.
Eu ia matá-la, claro, mas agora não posso fazer isso. Como vou negar um
pedido direto da minha mulher?
Eu odeio ter que mudar meus planos e de repente, aquela merda toda me
cansa.
Aponto a arma para o traidor sobrevivente e enquanto volto a bloquear o
celular, aperto o gatilho pondo fim à minha tarefa do dia.
Sigo direto ao encontro de Fanya.
— Leonid — diz, tentando se levantar.
— Não fale comigo. Eu me dirijo a você. Nunca mais fale comigo, a não
ser que seja autorizada.
Ela acena com a cabeça.
— Tragam-na — ordeno aos meus homens.
Quando chegamos novamente à sala de tortura, ela olha rapidamente para
os homens e depois baixa a cabeça.
— Levem-na para perto deles.
Eu me aproximo dela.
— Você vai olhar os dois, Fanya e vai se lembrar, a cada maldita vez que
pensar em prejudicar minha futura esposa, que o destino deles será como
uma viagem à Disney perto do que lhe acontecerá se tentar fazer algum mal
para Sierra outra vez.
— Eu não vou…
— Não fale comigo, porra. Eu te coloquei dentro da minha casa, perto da
minha mulher e filho e você traiu minha confiança. Pelos próximos anos, a
cada novo dia que nascer, agradeça a Sierra por estar viva.
Viro as costas para sair, mas Antinko me chama.
— O que faço com ela, chefe?
— Mande-a para treinar as novatas em Moscou. Ela deve ser posta sob
vigilância enquanto viver e nunca mais porá os pés nos Estados Unidos.
Quando chego na casa da sede, horas mais tarde, Sierra está me
esperando na sala.
Ela se levanta assim que eu entro e me abraça.
Sinto-me imundo perto da pureza dela. Do seu frescor e cheiro porque há
menos de meia hora, eu estava torturando dois homens.
Ao contrário da maioria dos membros da Organização, eu não sinto
prazer com tortura. É um meio para atingir um fim: as respostas que
preciso. Hoje, consegui cada uma delas.
— Como você sabia que Fanya estava lá comigo?
— Eu não quero mentir para você, mas tem que me prometer que não
fará nada contra Tulia.
— Eu deveria ter adivinhado. Elas são irmãs.
— Sim, ela me contou. Obrigada por tê-la poupado.
— Como sabe que a poupei?
— Porque eu te pedi.
Eu a afasto pelos ombros para que me encare e preste atenção ao que vou
dizer.
— Não caia no erro de achar que nosso relacionamento e os negócios da
Organização podem se misturar, Sierra. Dessa vez, eu atendi seu pedido,
mas nunca mais interfira. Não importa quem lhe peça isso.
— Só não puna Tulia por ter me avisado.
— Voltou atrás? Serão amigas?
— Não. Ela traiu minha confiança.
— Mandando você para mim. Acho que vou promovê-la.
— Como consegue fazer piada com algo assim? — pergunta, mas
percebo que um canto de seus lábios se ergue.
Dou de ombros.
— A vida é um intervalo entre merdas e pequenas alegrias, Sierra. Nesse
instante estou contente de estar em casa, com minha mulher e filho seguros.
— Você me mata com esse jeito médico e monstro, Leonid. É bruto e
doce, tudo em simultâneo.
Eu a suspendo nos braços e começo a subir as escadas para o meu quarto.
— Não, você é doce, linda. E eu quero esse mel enchendo minha boca a
noite inteira.
Capítulo 43
Um mês depois
— Odin ainda segue na pista do homem que estava com Radia ao
telefone — Grigori diz, em uma chamada. — Tudo indica que era um
mexicano, então há uma grande chance de que a babá estivesse entregando
informações para os cartéis. Se Odin não conseguiu ainda rastrear o
destinatário do telefonema, não era um cidadão comum com quem ela
falava. Caso contrário, já o teríamos descoberto. Há algo mais sério que
precisamos conversar, entretanto.
— Estou ouvindo.
— Não pode ser pelo celular. Haverá uma reunião de cúpula daqui
alguns dias e Yerik decidiu que lhe fará uma visita.
— Por que será aqui? Não que eu me importe que venham, mas gostaria
de entender o motivo de se deslocarem para o Wisconsin. Seria mais
simples se eu fosse até vocês, sozinho.
— O Pakhan considera que os riscos estão sob controle. Ou melhor, são
riscos calculados. Isidoro ainda está se armando antes do confronto aberto.
— Certo. Quando virão?
— Na próxima semana.
— O que quer tratar comigo pessoalmente tem a ver com Sierra?
— Sim. Com a irmã dela, para ser mais preciso.
— Descobriram algo?
— Beau descobriu — responde irritado porque nenhum de nós gosta de
dever favores.
— Aquele miserável deve ter sido filho de Ruslan em outra encarnação,
já que parece ser onipresente também.
— Não duvidaria. E por falar no meu avô, ele tem andado misterioso.
— Mais do que de costume?
Apesar de saber da vida de todos, o ex-Pakhan mantém a dele envolta em
segredos.
— Muito mais.
— Uma mulher? Achei que não tinha namoradas fixas desde que Isis
morreu.
— Talvez ele seja bom em manter a vida fora do radar.
Depois que desligamos, entro em contato com Maxim para planejar o que
faremos com relação à vinda da cúpula da Organização para a reunião aqui.
Em seguida, vou procurar minha obsessão.
A mulher que domina, com meu filho, todos os meus pensamentos fora
do trabalho.
Eu a encontro na piscina com Borya.
Meu menino grita e bate os braços — protegidos por boias — e pernas,
enquanto ela o incentiva a nadar.
Quando me veem, saem da água e correm ao meu encontro.
— Estão se divertindo? — pergunto, mas é óbvio que os dois parecem
eufóricos.
Eu decidi contratar um homem para auxiliar dentro de casa dessa vez.
Um cozinheiro da Organização que também é um guarda-costas. Ele
chegará em breve. Com isso, sobrará tempo para Sierra ficar com Borya já
que ela insiste em cozinhar para nós três e Antinko, ao menos.
Ela e meu filho parecem adorar a companhia um do outro. Estão sempre
brincando e sorrindo e por mais de uma vez, já me perguntei como podem,
depois de ambos terem sofrido tanto, encontrar dentro de si espaço para a
confiança e felicidade.
— Estou com fome! — Borya diz, me abraçando e Sierra revira os olhos.
— Conte-me uma novidade.
— Você também está com fome. Você falou, Sierra!
— Está? — pergunto, franzindo a testa porque me lembro que ela tomou
um café da manhã bem reforçado.
Sierra sempre comeu bem, mas ultimamente compete fácil comigo na
quantidade de comida.
Olho para os peitos cheios que mal conseguem se esconder através dos
dois triângulos do biquíni e chego à conclusão de que estou bem com isso.
O corpo dela ganhou mais curvas, os quadris estão mais pronunciados e ela
anda mais fogosa do que nunca.
Meu pau responde imediatamente à lembrança da noite passada, quando
eu a fodi de quatro, agarrado àquela bunda linda.
— Estou faminta, mas acho que preciso descansar um pouco porque…
Ela não conclui a frase e apenas o meu reflexo rápido a impede de bater a
cabeça no chão ao desmaiar.
Borya grita e meu coração quase é arrancado do peito quando vejo minha
mulher inconsciente em meus braços.
Wisconsin
Dia da reunião da cúpula da Organização
Leonid
Dias depois
No mesmo dia
Sierra
No dia seguinte
Eu ainda não comi. Ela me disse que nos dias em que fiquei desacordada,
me alimentaram com soro, mas estou com muito medo de comer comida e
eles me drogarem outra vez.
Sinto tanto medo que preciso segurar o enjoo a todo momento.
Juana só esteve aqui mais uma vez e foi somente a confirmação de que
ela é mais louca do que eu imaginava. Ela não diz coisa com coisa. Ri e do
nada, fica raivosa.
Hoje, andei pela propriedade. Enquanto minha irmã estava fazendo
massagem embelezadora, segundo ela mesma chamou, eu me esgueirei ao
escritório da casa e peguei um celular. Eu o desliguei porque estava com
pouca carga, mas vi pelo número que é americano, o que talvez me permita
fazer uma chamada internacional.
Escutei os empregados conversando sobre a chegada do patrão para
breve e dei graças a Deus que meu espanhol, ainda que enferrujado,
consegue me fazer entender do que falam porque no momento em que ouvi
o nome de Isidoro, soube que precisava fugir imediatamente.
Eu sei o que ele fazia com minha mãe junto a Fernando. Eu sei o que ele
fez com Juana. O homem é um depravado. Quem compartilha a mulher
com o irmão, talvez ache natural ter esposa e cunhada na mesma cama
também, mesmo que eu seja sua sobrinha de sangue.
Olho para o corredor vazio mais uma vez antes de começar a caminhar
para o lado de fora.
Eu não acreditei quando Juana me disse que eu estava livre para
caminhar, mas fiz um teste hoje mais cedo e ninguém veio atrás de mim.
Assim, eu saio novamente e como se Deus estivesse me incentivando a
tentar me salvar, um caminhão de entrega de comida está estacionado na
frente da casa.
Dou a volta por ele. Não tem alguém aqui.
Talvez a vigilância não seja tão cuidadosa porque como bem disse minha
irmã, não há para onde escapar.
Alguém que não tivesse tanto a perder como eu tenho, provavelmente
aceitaria o próprio destino. Eu não sou esse alguém. Se vou morrer, será
lutando.
Entro na cabine dupla do caminhão e me escondo no chão, atrás do banco
do motorista.
Faço uma oração a Deus, não por mim, mas pelo inocente que carrego no
ventre e então, eu espero.
Se tudo der certo, serei levada para as proximidades de uma cidade. Se
der errado, esse será meu último dia na Terra.
Capítulo 50
Uma hora depois, estou com ele embaixo do jato forte do chuveiro.
Não há um pedaço meu que Leonid não tenha lavado e beijado uma e
outra vez.
Ele ensaboou meu corpo e cabelo, lavou meu rosto, massageou meus
ombros.
Ele me encostou contra a parede e ajoelhado à minha frente, me deu dois
orgasmos.
E agora, ele ainda está dentro de mim, depois de fazer amor com cuidado
e tanto carinho que me faz ter vontade chorar.
— Eu não posso perder você, Sierra.
Abro os olhos e o encaro.
— Eu não quero que você me perca.
— Não sou um cara fácil de se lidar e depois do que aconteceu, minha
obsessão vai piorar muito, mas estou… — ele para e se corrige. — Não, eu
não estou, porque não é uma condição, e sim um sentimento que não vai
passar. Então, eu sou apaixonado por você. Cada respirar meu será por você
e por nossos filhos.
— Eu te amo, Leonid. Eu não quero nada diferente do que você é. Eu já
vi seu pior e melhor lado. Eu te amo por inteiro. Eu te amo sem reservas ou
questionamento. Eu te amo.
Dois dias depois
— Sierra!
Assim que desço do carro no terreno de Dmitri, vejo Borya de pé à nossa
espera. Nós acabamos de sair do obstetra que cuidou dos partos de Yulia,
porque eu precisava ter certeza de que estava tudo bem com o meu filho.
Apenas depois de todos os exames feitos, inclusive a ultrassonografia,
consegui respirar aliviada.
Agora, chegou o momento de encontrar o outro pedaço do meu coração.
Meu garotinho.
Eu vim o caminho todo para Nova Iorque em um pacto mental comigo
mesma de que não iria chorar, mas no momento em que tenho Borya em
meus braços, eu me descontrolo.
Medo, amor e mais um pouco de medo de nunca ter outra vez a
oportunidade de sentir aqueles braços gorduchos à minha volta me atingem
em cheio e eu soluço, apertando-o contra mim.
Ele toma um pouco de distância.
— Pai, vem. Os três.
A expressão de Leonid está séria e se eu pudesse adivinhar, diria que está
emocionado também.
Ele se abaixa e pega o filho no colo. Depois, abraça a nós dois.
— Três por enquanto — diz. — Depois, muitos irmãos. Todos juntos,
para sempre.
Capítulo 53
Virgínia — A fazenda
Dias depois
Caribe
Dia do casamento de Leonid e Sierra
— Eu nunca pensei que chegaria esse dia para mim — falo para Talassa,
Lara, Yulia e Anastacia, com os olhos marejados de lágrimas, até que uma
finalmente escapole. — Droga, vou estragar a maquiagem.
— E quem se importa? — a mulher do Pakhan pergunta, me abraçando.
— Hoje é especial. Não dê atenção aos protocolos. Você passou pelo
inferno e sobreviveu. Tem o direito de chorar o quanto quiser.
— Mas aí é que está: eu não quero chorar, Talassa. Eu tenho tanta coisa
para agradecer — digo, passando a mão pelo meu abdômen arredondado.
Elas sorriem, concordando. Ao longo dos últimos meses, nós nos
tornamos amigas e cada uma delas tem uma história tão pesada quanto a
minha. As novas amigas que o destino pôs em meu caminho são
sobreviventes.
— Seja feliz, Sierra. Não pense no passado — Lara diz. — Se ficássemos
presas ao mal que nos fizeram, nunca seguiríamos em frente. Escreva novos
capítulos de sua vida. Seja a dona da caneta.
Não foi modo de falar, aquela última parte. Eu descobri que consigo
colocar no papel todos os fantasmas guardados dentro de mim através da
escrita de um romance dark.
Eu não o publiquei ainda, porque sempre fico indo e voltando achando
que está faltando algo, mas as meninas já leram e adoraram.
Pode parecer estranho uma grávida escrever algo pesado, mas apesar de
ter muito amor dentro de mim, direcionado a Borya, Leonid e meu filho
ainda por nascer, há escuridão, também.
Esses pensamentos são, na maior parte das vezes, direcionados a Juana.
Leonid descobriu, quando interrogou Isidoro, que foi a pedido de Juana
que nossa mãe foi assassinada.
Quando mamãe decidiu finalmente denunciar os dois por anos de maus
tratos e violência sexual e também por desconfiar que foram eles que
sequestraram Juana, minha irmã viu o império o qual tanto almejava ser
ameaçado. Naquela época, ela ainda era praticamente uma garota e se
Fernando e Isidoro fossem mortos, seus sonhos de se tornar a baronesa do
tráfico seriam jogados ao vento.
Ela mandou matar nossa mãe — repito para mim mesma com todas as
letras porque de vez em quando, meu cérebro ainda me prega peças,
tentando lembrar da minha irmã como ela era antes de desaparecer.
Às vezes, eu acho que mesmo quando éramos mais novas, eu via o que
queria ver. Juana sempre reclamou da comida que tinha na mesa e de não
poder ter roupas melhores, já que mamãe não aceitava dinheiro de Fernando
para nos vestir ou alimentar.
Minha irmã sempre quis mais. Não há nada de errado nisso, desde que
você não destrua tudo à sua volta para conseguir atingir seus objetivos.
Ela está fugindo, ainda.
Leonid conversou comigo a respeito.
Ele não me disse com todas as letras, mas sei que matou Isidoro e que vai
matá-la também.
Eu gostaria de dizer que, se pudesse, faria alguma coisa para impedir,
mas é mentira. Meu futuro marido me contou histórias sobre Juana, de
sequestro de crianças para torturas por diversão na fazenda deles no
México, que me deixaram com pesadelos por dias.
Ninguém mais fala em Los Morales, eles foram varridos do mapa.
Agora, eu preciso varrer essa parte da história do meu coração também.
Ao que me consta, a única família que tive, e da qual quero me lembrar e
falar a respeito aos meus filhos, é a minha mãe.
— Hey, não fique pensando tanto. — Anastacia vem para mim e me dá
um abraço. — Sei que passou por coisas que são difíceis de esquecer, mas o
tempo é o melhor analgésico que existe.
Sei que fala por experiência própria, já que Ana também teve a irmã
desaparecida por mais de três anos. A diferença é que quando Taisiya[46] foi
resgatada, entrou para um convento, não saiu matando pessoas como a
minha.
— Você está certa. Vai passar, Ana. Eu vou ficar bem.
Viro-me para a quarta mulher do grupo. Yulia, a russa que é esposa de
Dmitri. Fale sobre um time de garotas com problemas familiares e nós
somos almas gêmeas.
A irmã de Yulia lhe causou uma lesão permanente no ouvido.
— Eu não sei se já agradeci o bastante por você ter tomado conta de
Borya para nós enquanto eu estava sequestrada, Yulia. Em todo caso, direi
mais uma vez: obrigada. Vocês todas são como presentes para mim.
Elas me abraçam e então o homem que parece estar em todos lugares ao
mesmo tempo, o eterno Pakhan, como diz Leonid, bate à porta.
Ruslan se ofereceu para andar comigo até o altar montado na praia e eu
aceitei. Nunca tive uma figura paterna e ele é o tipo de pessoa que faz com
que as mulheres — qualquer mulher, de qualquer idade — se apaixone
instantaneamente.
Resolvemos nos casar na ilha, no fim das contas. Parece que a maioria
das minhas novas amigas optou por essa solução porque é mais seguro, já
que os inimigos estão por todos os lados, mas também porque o lugar é o
paraíso na Terra.
— Mamãe, linda — Borya diz, vestido de forma idêntica ao seu novo
amigo Ruslan.
Ele passou a me chamar assim ao ver os filhos das minhas amigas
fazerem o mesmo. Eu nunca o obrigaria, mas seria uma mentirosa se não
dissesse que meu coração transborda amor cada vez que ele o faz.
— Lindo é você, todo elegante de terno.
Ele gargalha e me dá a mão.
Ruslan segura meu rosto e me dá um beijo na testa.
— Vamos lá, boneca, que seu futuro marido está a ponto de começar uma
guerra, de tanta ansiedade.
Levamos cerca de cinco minutos para chegarmos à estrutura montada,
mas quando coloco o pé no tapete vermelho, Leonid vem correndo e me
pega no colo.
— Pode deixar que eu assumo daqui em diante, Pakhan. Está muito
quente para minha noiva caminhar.
Ele começa a andar comigo em seus braços até o altar.
Ouço a risada do meu filho e do resto dos convidados. Quando olho para
Ruslan, por cima do ombro de Leonid, ele está sorrindo e apontando o
polegar para cima.
— Você vai matar a cerimonialista do coração.
— E quem se importa? Fiquei preocupado com o calor. Sua pressão tem
andado baixa.
— Que desculpa esfarrapada, senhor. Por que não admite que queria a
oportunidade de me pegar no colo e mostrar ao mundo que sou sua?
— Também, linda. Mas disso ninguém mais tem dúvida. Você é minha.
Capítulo 55
Noite de núpcias
Nascimento de Yana
Eu suo frio enquanto seguro minha menina em meus braços pela primeira
vez.
Todos os meus amigos têm filhas e eu não sei como eles lidam com isso,
mas do momento em que o médico nos deu a notícia de que tínhamos uma
garotinha a caminho, até hoje, dia do nascimento, eu já tenho uns dez anos
pela frente planejado.
E isso foi antes de vê-la, porque quando minha joia de pele dourada, uma
mistura de nós dois, com cabelos negros como os da mãe, abriu os olhos
lindos para mim, eu juro por Deus que parei de respirar por uns minutos.
Ela não é só perfeita. Ela sou eu e Sierra encarnada.
— Papai eu quero segurar minha irmã! — Borya reclama.
— Sente ali no sofá então, filho — Sierra instrui.
Nossa pequena nasceu de parto normal e para minha paz, mãe e filha
passam bem.
— Pode deixar que eu olho os dois — a enfermeira oferece e eu volto
para perto da minha mulher.
Nossos amigos acabaram de sair para nos deixar ter um tempo sozinhos,
em família.
— Você está preocupado — ela acusa, sorrindo e abrindo os braços para
mim.
— Se acontecer alguma coisa comigo…
Seus olhos enchem de lágrimas.
— Eu não quero ouvir isso.
— Mas precisa. Se acontecer alguma coisa comigo, você deve se dirigir a
qualquer um dos meus amigos. Eles têm instruções para mantê-los seguros
para o resto da vida.
— Não vai acontecer, Leonid. Eu vejo o futuro.
— Vê?
Ela dá de ombros.
— Ou talvez seja apenas meu desejo, mas nós vamos envelhecer juntos.
Vamos ter mais filhos e netos, também. Eu vou ter o meu felizes para
sempre.
— Mesmo que não seja com um príncipe?
— Quem quer príncipe quando se tem um super-herói? Eu te amo.
Um ano depois
Passado
A garota bonita sorri para mim sem fazer a menor ideia de que está
dando as Boas-vindas ao próprio Satanás. Ela sabe quem sou, claro, mas
não minhas motivações.
Ela saberá em breve. Não faz ideia ainda, mas será minha peça principal
no acordo com o pai.
Eu poderia dizer que gostaria de poupar seu envolvimento, mas isso seria
mentira. Vai ser um prazer usá-la como parte das negociações.
Tulia
Boston
D. A. Lemoyne
Interaja com a autora através de suas redes sociais
Contato: dalemoynewriter@gmail.com
[1]
Um dos nomes da máfia russa, assim como “Irmandade”.
[2]
Outro nome para a máfia russa.
[3]
Dia da independência americana, equivale ao sete de setembro no Brasil.
[4]
Nome fictício de um cartel mexicano criado especialmente para a série Alfas da Máfia. Esse cartel
é mencionado em livros anteriores da série, principalmente em A Esposa Inocente do Mafioso.
[5]
Protagonista do livro 3 da série, A Esposa Inocente do Mafioso.
[6]
Protagonista de A Protegida do Mafioso, livro que deu origem à séries Alfas da Máfia.
[7]
Chefe da máfia russa, nesse caso, ele está falando de Yerik.
[8]
Conselheiro da máfia russa e protagonista do livro 1 da série Alfas da Máfia, A Obsessão do
Mafioso.
[9]
Subchefe da máfia russa e protagonista do livro 2 da série Alfas da Máfia, Um Anjo para o
Mafioso.
[10]
Rede de boates fictícias, que pertencem à Organização e de onde os “negócios” são feitos.
[11]
Outro termo, assim como Pakhan, que significa “chefe”.
[12]
Esposas de Yerik, Grigori e Dmitri, respectivamente.
[13]
Ex-Pakhan da máfia russa, o personagem aparece em todos os outros livros da série.
[14]
Tipo de arma de fogo.
[15]
A “Fazenda” é um lugar em que os russos levam os inimigos para interrogatórios antes de matá-
los. Está localizada na Virgínia e é citado em todos os livros da série.
[16]
Odin Lykaios, protagonista de Sobre Amor e Vingança.
[17]
Esse personagem aparece em A Esposa Inocente do Mafioso.
[18]
Essa situação é narrada em A Esposa Inocente do Mafioso e não relevante para a presente obra.
[19]
Esposa de Grigori e protagonista de A Obsessão do Mafioso.
[20]
Esposa de Yerik e protagonista de A Protegida do Mafioso.
[21]
Esposa de Dmitri e protagonista de Um Anjo para o Mafioso.
[22]
Essa situação é narrada com detalhes em A Esposa Inocente do Mafioso e não relevante para a
presente obra.
[23]
Estado americano.
[24]
Protagonista de Sobre Amor e Vingança.
[25]
Uma reportagem da revista Marie Claire, em 2011 relata o desaparecimento de diversas garotas,
algumas mal entradas na adolescência.
[26]
Essa situação é narrada em A Protegida do Mafioso e A Obsessão do Mafioso e não relevante para
a presente obra.
[27]
Protagonista de Sob a Proteção do Bilionário.
[28]
Essa propriedade fictícia é citada em toda a série como o local em que a máfia russa leva seus
inimigos para interrogar e em seguida, matar.
[29]
Bater pernas e braços.
[30]
É a versão russa e original do nosso estrogonofe.
[31]
Outro nome para Pakhan ou chefe.
[32]
Yerik.
[33]
Grigori.
[34]
Esse personagem aparece em A Obsessão do Mafioso, A Esposa Inocente do Mafioso e será
protagonista do livro 2 da série Honra Irlandesa.
[35]
Líder do “Sindicato”, a máfia irlandesa nos Estados Unidos.
[36]
Krav Maga é um sistema de combate corpo a corpo, desenvolvido em Israel, que envolve técnicas
de luta, torções, defesa contra armas como armas de fogo, bastões, facas e golpes como socos, chutes,
cotoveladas e joelhadas. O Krav Maga é uma técnica de defesa pessoal derivada de habilidades de
briga de rua.
[37]
Odin Lykaios, protagonista de Sobre Amor e Vingança.
[38]
Termo usado para membros da máfia que fazem os corpos de suas vítimas “desaparecerem”.
[39]
Citação criada para a presente história.
[40]
Garota bonita.
[41]
Sim, sou eu.
[42]
Quem será? Já vou dizer: personagem futuro.
[43]
Protagonista de Fora dos Limites, livro 1 da Duologia Seduza-me.
[44]
Protagonista de Imperfeita, livro 4 da série Corações Intensos.
[45]
Protagonista de Nascido Para Ser Seu.
[46]
Protagonista do livro 2 da série Honra Irlandesa.
[47]
M. Cabot Olson é o pseudônimo de Martina Oviedo, protagonista de Como Domar um
Mulherengo.
[48]
Protagonista do livro 2 da série Honra Irlandesa.
Table of Contents
Copyright © 2022
NOTA DA AUTORA:
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Epílogo 1
Epílogo 2
PAPO COM A AUTORA
Obras da Autora
SOBRE A AUTORA