Introdução:
- Eunice se torna um modelo para todas as mães crentes pela maneira como educou seu
filho Timóteo “nas sagradas letras”, como expressou o apóstolo Paulo (2 Timóteo 3.15
NVI).
“E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho
de uma judia que era crente, mas de pai grego;
Do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio.
Paulo quis que este fosse com ele; e tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que
estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego” (Atos 16:1-3).
- Certamente não deve ter sido fácil para Eunice, uma judia devota, transmitir sua fé em
Deus a seu filho. Convivendo com um marido incrédulo, quantas vezes ela deve ter
precisado de sabedoria para contornar uma possível oposição à fé de seu marido?
- Pela lei judaica, Timóteo deveria ter sido circuncidado quando bebê; no entanto, isto
somente aconteceu quando ele era jovem, por intermédio de Paulo, que o circuncidou
antes que fosse levado a pregar a palavra aos judeus (Atos 16.3). Será que a não
circuncisão de Timóteo foi decorrente da influência do pai? A Bíblia não nos revela o
caráter de tal coisa, mas nos leva a crer que sim. No entanto, Eunice não se deteve diante
das diferenças religiosas entre ela e o marido para transmitir a seu filho a fé em Deus; sua
fé prevaleceu a despeito de ter se casado com um gentio, de nacionalidade grega.
- Existem muitas mulheres, hoje, que passam pelas mesmas dificuldades de Eunice. Mães
que muitas vezes não podem frequentar os cultos da igreja ou realizar culto em suas
casas, mas que podem contar histórias bíblicas a seus filhos na hora de dormir, que
podem orar com eles e por eles na hora de uma prova escolar ou diante de uma decepção
na vida, que podem ser testemunhas silenciosas da fidelidade de Deus, que podem falar
para seus filhos tudo quanto Deus tem feito por eles e para eles.
Comumente vemos os pais entregarem à igreja a responsabilidade da educação cristã de
seus filhos. Eunice não fez assim. Ela foi um exemplo vivo para seu filho. Exemplo,
exemplo, exemplo – eis o que devemos ser para nossos filhos.
“Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó
Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (2 Timóteo 1:5).
- Em suas duas cartas à Timóteo, Paulo ressalta, por várias vezes, o caráter cristão
daquele jovem que se tornou pastor. A fé que aquele jovem transmitia era inconfundível!
Uma fé transparente que Timóteo presenciara em sua mãe e avó. Uma fé que resistia a
provas e obstáculos, uma fé transmitida a cada dia, fé num Deus real e fiel que provê
diante das necessidades e responde orações.
- Esta deve ser a fé transmitida em cada lar cristão. Diante das lutas e provas do nosso dia
a dia, nossos filhos devem estar presenciando em nós uma fé não fingida; uma fé que
permanece inabalável diante das dores, decepções, tristezas, perdas e todo o tipo de
provações da vida.
- Com certeza, quando a mamãe Eunice e a vovó Lóide ensinavam as sagradas escrituras a
Timóteo, ensinavam claramente as leis de Deus; de maneira que pode aprender
humildade, temor a Deus, piedade e fé – virtudes essenciais a um servo do Senhor, ainda
mais quando este será posto no exercício do ministério pastoral.
- Também desta maneira devemos ensinar aos nossos filhos. As leis e a vontade de Deus
são muito claras a respeito das práticas da vida cristã. Quando temos de conversar com
nossos filhos sobre honestidade, moralidade e toda a conduta cristã, temos de estar
baseados nas verdades da Palavra de Deus.
“Do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio” (Atos
16:2).
- O fato de Lóide e Eunice terem crido em Deus e terem se convertido ao cristianismo,
não foi o ponto determinante para a conversão de Timóteo. Avó e mãe ensinaram o que
cada uma havia crido com todo o seu coração. Elas não perderam a grande e preciosa
oportunidade de ser exemplo, mas Timóteo teve que tomar sua própria decisão por
Cristo.
- O apóstolo Paulo, sem dúvida, também teve profunda influência na vida de Timóteo,
mas ainda assim, o ato de crer aconteceu no íntimo do coração daquele jovem (Atos
16.2).
- Este é um assunto sério que deveria ser uma preocupação e motivo de constantes
orações de mães e pais crentes.
- A responsabilidade de falar aos filhos sobre a salvação em Jesus pertence aos pais
crentes. Na igreja eles serão discipulados, batizados e colocarão em exercício seu dom
espiritual, mas é no seio da família que eles precisam ver e crer no poder de Deus que se
manifesta a cada dia – consequência de uma fé pura e singular.
- É um privilégio e uma alegria inigualável para uma mãe ou um pai levar o coração de um
filho ou uma filha a crer em Jesus como seu salvador pessoal.
“Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus, que estão em
Filipos, com os bispos e diáconos” (Filipenses 1:1).
- Uma das maiores verdades que se pode ser dita é que os filhos não pertencem a nós.
Poucos filhos permanecem a vida toda na casa de seus pais. Inevitavelmente, eles
crescem e se vão.
- O exemplo de Eunice mais uma vez nos é válido aqui. A experiência de fé em família e
pessoal foram tão profundas na vida de Timóteo que ele se tornou um missionário,
assistente de Paulo no trabalho missionário e pastor (Filipenses 1.1; Colossenses 1.1).
Eunice criou seu filho para ser um missionário e pastor (2 Timóteo 4.11-15)!
- Que privilégio!
- Aprendamos mais esta rica lição da vida de Eunice; criemos nossos filhos para servirem a
Deus – para tanto eles precisam ter amor a Deus, ter maturidade e independência para
seguir suas vidas.
Conclusão:
O elo de fé transmitido de Lóide para Eunice e de Eunice para Timóteo não parou por aí.
Aqueles que com eles conviveram, as igrejas que Timóteo pastoreou e todos aqueles que
têm tido acesso a Bíblia, até hoje, aprendem com esse elo de fé. Que nossas mães
também sejam grandes bênçãos na propagação do evangelho de Jesus através das
gerações.