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BRB-DF
Escriturário
NV-005JL-22
Cód.: 7908428802585
Obra
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves e Isabella Ramiro
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO • Sérgio Mendes e Kairton Batista (Prof. Kaká) e Rafael Cardoso
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL (ON-LINE) •
Fernando Paternostro Zantedeschi e Rafael de Oliveira
CONHECIMENTOS SOBRE O DISTRITO FEDERAL E SOBRE A RIDE (EM VÍDEO) • Carla Kurz
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BANCÁRIOS • Felipe Garcia, Felipe Pacheco, Renato Philippini, Ricardo
Barrios e Sirlo Oliveira
OS BANCOS NA ERA DIGITAL (PRESENTE E TENDÊNCIAS) • Caroline Matos, Cristiano Silva, Felipe
Pacheco, Fernando Nishimura e Sirlo Oliveira
QUALIDADE NO ATENDIMENTO E DIVERSIDADE • Bruno Oliveira, Cristiano Silva, Letícia Santos, Renato
Philippini, Ricardo Reis e Sirlo Oliveira
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA (ON-LINE) • Henrique Tiezzi, Kairton Batista (Prof. Kaká), Rafael
Cardoso e Sérgio Mendes
ISBN: 978-65-87525-62-4
Edição: Julho/2022
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LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................13
COMPREENSÃO E INTELECÇÃO DE TEXTOS................................................................................... 13
TIPOLOGIA TEXTUAL......................................................................................................................... 15
ORTOGRAFIA....................................................................................................................................... 24
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.................................................................................................................... 25
COLOCAÇÃO PRONOMINAL.............................................................................................................. 37
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 57
PARALELISMO SINTÁTICO................................................................................................................ 68
ARRANJOS E PERMUTAÇÕES..........................................................................................................................89
COMBINAÇÕES..................................................................................................................................................90
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES.............................................................................................................102
SISTEMAS DE MEDIDAS...................................................................................................................107
VOLUMES.........................................................................................................................................................107
DIAGRAMAS LÓGICOS....................................................................................................................................111
CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS....................................................................................................................124
REDES SOCIAIS.................................................................................................................................141
POLÍTICA DE CONFIDENCIALIDADE...............................................................................................194
CONFIDENCIALIDADE, DISPONIBILIDADE E INTEGRIDADE DA INFORMAÇÃO, DIRETRIZES PARA
USO DA INFORMAÇÃO EM AMBIENTES CORPORATIVOS, PROCESSOS E CONTROLES PARA
PROTEÇÃO DA INFORMAÇÃO........................................................................................................................194
GESTÃO DE RISCOS.........................................................................................................................................212
GERENCIAMENTO DE CRISES........................................................................................................................215
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO.....................................................................................................217
INOVAÇÃO.......................................................................................................................... 251
LEI Nº 10.973, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004..................................................................................251
EMPREENDEDORISMO.....................................................................................................................257
O PROCESSO DE INOVAÇÃO............................................................................................................261
INOVAÇÃO X INVENÇÃO..................................................................................................................264
TIPOS DE INOVAÇÃO........................................................................................................................264
BANCOS COMERCIAIS....................................................................................................................................286
CAIXAS ECONÔMICAS....................................................................................................................................287
COOPERATIVAS DE CRÉDITO.........................................................................................................................287
ADMINISTRADORAS DE CONSÓRCIOS.........................................................................................................289
CORRETORAS DE CÂMBIO.............................................................................................................................289
BANCOS DE INVESTIMENTO..........................................................................................................................289
BANCOS DE DESENVOLVIMENTO..................................................................................................................290
DEPÓSITOS .....................................................................................................................................................295
TRANSFERÊNCIAS..........................................................................................................................................297
LETRAS DE CÂMBIO........................................................................................................................................299
COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS....................................................................................299
CRÉDITO ROTATIVO........................................................................................................................................303
DESCONTOS DE TÍTULOS...............................................................................................................................303
CRÉDITO RURAL..............................................................................................................................................305
CADERNETAS DE POUPANÇA........................................................................................................................307
TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO........................................................................................................................307
PLANOS DE SEGUROS.....................................................................................................................................312
MERCADO DE CAPITAIS...................................................................................................................324
MERCADO DE CÂMBIO.....................................................................................................................336
FIANÇA.............................................................................................................................................................343
PENHOR MERCANTIL......................................................................................................................................343
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA................................................................................................................................344
HIPOTECA........................................................................................................................................................344
FIANÇAS BANCÁRIAS.....................................................................................................................................344
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA......................................................................................................355
MOBILE BANKING.............................................................................................................................361
OPEN BANKING.................................................................................................................................361
A EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO..........................................................................................................362
FINTECHS E STARTUPS...................................................................................................................367
O trecho em destaque na citação do escritor Lima Esse é o conhecimento basilar para compreensão
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías
e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento
das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
indutivo compõe a interpretação e decodificação de
uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté-
nhecimento das regras de uma língua.
gias usadas para identificar essa forma de interpretar,
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- É importante salientar que as regras de reconhe-
ção cronológica de um texto. cimento sobre o funcionamento da língua não são,
necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
A propriedade vocabular leva o cére-
PROCURE bro a aproximar as palavras que têm tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
SINÔNIMOS maior associação com o tema do que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
texto bo-objeto (SVO) etc.
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
Os conectivos (conjunções, prepo-
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
ATENÇÃO AOS sições, pronomes) são marcadores
sobre como pronunciar português, passando pelo conhe-
CONECTIVOS claros de opiniões, espaços físicos e
cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até
localizadores textuais
14 o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
Um exemplo em que a interpretação textual é preju- Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa-
dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir: fiou valentemente todos os risos desdenhosos que
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga-
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24).
Classifica-se conforme a função do texto, atribuída Cabelos longos não usa mais
Não toca a sua guitarra e sim
socialmente
Um instrumento que sempre dá
A mesma nota,
Situação final /
Uma última informação muito importante sobre ra-tá-tá-tá
Avaliação
tipos textuais que devemos considerar é que nem todos Não tem amigos, não vê garotas
Só gente morta caindo ao chão
texto é composto apenas por um tipo textual, o que ocor-
Ao seu país não voltará
re é a existência de predominância de algumas sequên- Pois está morto no Vietnã [...]
cias em detrimento de outras, de acordo com o texto.
Dito isso, vamos seguir nossos estudos aprendendo a No peito, um coração não há
Moral
Mas duas medalhas sim
diferenciar cada classe de tipos textuais, reconhecendo
suas principais características e marcas linguísticas.
Essas sete marcas que definem o tipo textual narra-
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS tivo podem ser resumidas em marcas de organização
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS linguística caracterizadas por: presença de marcado-
res temporais e espaciais; verbos, predominante-
Narrativo mente, utilizados no passado; presença de narrador
e personagens.
Os textos compostos predominantemente por se-
quências narrativas cumprem o objetivo de contar
uma história, narrar um fato, por isso precisam man- Importante!
ter a atenção do leitor/ouvinte. Para tal, lançam mão
de algumas estratégias, como a organização dos fatos Os gêneros textuais que são, predominantemen-
a partir de marcadores temporais, espaciais, inclusão te, narrativos, apresentam outras tipologias tex-
de um momento de tensão, chamado de clímax, e um tuais em sua composição, tendo em vista que
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral. nenhum texto é composto exclusivamente por
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati- uma sequência textual. Por isso, devemos sem-
vo pode ser caracterizado por sete aspectos: pre identificar as marcas linguísticas que são pre-
dominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
z Situação inicial: Envolve a “quebra” de um equi-
líbrio, o qual demanda uma situação conflituosa;
z Complicação: Desenvolvimento da tensão apre- Para sua compreensão, também é preciso saber o
sentada inicialmente; que são marcadores temporais e espaciais.
z Ações (para o clímax) – Acontecimentos que São formas linguísticas como advérbios, prono-
ampliam a tensão; mes, locuções etc. utilizados para demarcar um espaço
z Resolução: Momento de solução da tensão; físico ou temporal em textos. Nos tipos textuais nar-
z Situação final: Retorno da situação equilibrada;
rativos, esses elementos são essenciais para marcar o
z Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre
equilíbrio e a tensão da história, além de garantirem
a resolução;
a coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais
z Moral: Apresentação de valores morais que a histó-
ria possa ter apresentado. e espaciais: Atualmente, naquele dia, nesse momento,
aqui, ali, então...
Esses sete passos podem ser encontrados no seguin- Um outro indicador do texto narrativo é a pre-
te exemplo, a canção Era um garoto que como eu... sença do narrador da história. Por isso, é importante
Vamos ler e identificar essas características, bem aprendermos a identificar os principais tipos de nar-
como aprender a identificar outros pontos do tipo tex- rador de um texto:
tual narrativo.
Narrador: também conhecido como foco narrativo é o
Era um garoto que como eu Amava os responsável por contar os fatos que compõem o texto
Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo sempre a cantar Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pes-
As coisas lindas da América Situação inicial: soa. O narrador participa dos fatos
Não era belo, mas mesmo assim predomínio de
Havia mil garotas afim equilíbrio Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pes-
Cantava Help and Ticket to Ride soa. O narrador tem propriedade dos fatos contados,
Oh Lady Jane e Yesterday porém não participa das ações
Cantava viva à liberdade
Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados em
Mas uma carta sem esperar
3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e
Da sua guitarra, o separou
Fora chamado na América
Complicação: não participa das ações, porém o fluxo de consciência
início da tensão do narrador pode ser exposto, levando o texto para a
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs 1ª pessoa
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Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas
predominantemente narrativas, são eles: notícia, diá-
rio, conto, fábula, entre outros. É importante reafir-
mar que o fato de esses gêneros serem essencialmente
narrativos não significa que não possam apresentar
outras sequências em sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
classificação correta, é sempre essencial prestar aten-
ção nas marcas que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do
tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
cas mais importantes da sequência textual classifica-
da como descritiva.
Descritivo
descritos situação
bertas etc). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie
de relato descritivo para manter a comunicação entre
a Corte Portuguesa e os navegadores. Todavia, con-
siderando as emergências comunicativas do mundo CONCLUSÃO:
moderno, a carta tornou-se um gênero menos usual e, Encerramento dos
fatos/da situação
aos poucos, substituído por outros gêneros como, por
descrita, busca-se
exemplo, o e-mail. uma retomada
A sequência descritiva também pode se apresentar com o início
de forma esquemática em alguns gêneros, como pode-
mos ver no cardápio abaixo: 17
Expositivo z Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
sença de verbos de estado;
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que
fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo organizam a informação;
textual, é muito comum a presença de dados, informa- z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos;
ções científicas, citações diretas e indiretas, que servem z Presença de figuras de linguagem como metáfora
para embasar o assunto do qual o texto trata. Para lus- e comparação;
trar essa explicação, veja o exemplo a seguir: z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao
final do texto.
Instrucional ou Injuntivo
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja seu propósito de informar, é fundamental que o autor do
texto seja guiado por essas perguntas a fim de tornar seu texto imparcial e objetivo:
O quê?
Onde? MANCHETE
Quando?
CORPO DA Como?
NOTÍCIA
Por quê?
É importante ressaltar que, com o advento das redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o gênero
notícia seja divulgado por meio de plataformas diferentes, como as redes sociais. Isso democratiza a informação,
porém também abre margem para a criação de notícias falsas que se baseiam nesse esquema de organização das
notícias tentando passar alguma credibilidade ao público. Então, atualmente, podemos afirmar que a fonte de
publicação é tão importante para o reconhecimento de uma notícia quanto a estrutura padrão do gênero da qual
tratamos acima.
O próximo gênero que trataremos é a reportagem que guarda sutis diferenças em comparação com a notícia e
também é muito abordada em provas de concursos.
REPORTAGEM
A reportagem é um gênero textual que, diferentemente da notícia, além de oferecer informações acerca de um
assunto, também apresenta os pontos de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter argumentativo; essa é
a principal diferença entre os gêneros notícia e reportagem.
Como vimos anteriormente, a notícia deve ser, ou buscar ser, imparcial, ou seja, não devemos encontrar nesse
gênero a opinião do meio que a divulga. Por isso, nesse texto, as sequências textuais mais encontradas são a nar-
rativa e a descritiva, justamente com a finalidade de se evitar apresentar um ponto de vista.
Porém, a reportagem apresenta as opiniões sobre um mesmo fato, pois essa opinião é o principal “ingrediente”
dos textos desse gênero que são representados, predominantemente, pela sequência argumentativa.
É importante relembrarmos que o tipo textual argumentativo é organizado em três macro partes: tese, desen-
volvimento e conclusão. Por manter esse padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais de ampla reper-
cussão e interesse do público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia busca apenas a
divulgação da informação.
Diante disso, o suporte de veiculação das reportagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo, como a
televisão, o computador, o tablet, o celular. As reportagens têm um caráter de “matérias especiais” em jornais de
ampla repercussão, mas também podem ser veiculadas em suportes escritos, como revistas e jornais, apesar de,
com o avanço do uso das redes sociais, estas são os principais meios de divulgação desse gênero atualmente.
Conforme a Academia Jornalística (2019), a reportagem apresenta informações mais detalhadas sobre um fato
e/ou fenômeno de grande relevância social. Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados que compõem
LÍNGUA PORTUGUESA
a matéria, a fim de que o leitor construa sua própria opinião sobre o tema.
A despeito dessas diferenças na construção dos gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guardam
semelhanças, como a busca pelas respostas às perguntas O quê? Como? Por quê? Onde? Quando? Quem? Essas
perguntas norteiam a escrita tanto da reportagem quanto da notícia, que se diferencia da primeira por seu cará-
ter essencialmente informativo.
NOTÍCIA REPORTAGEM
Apresenta um fato de forma simples e objetiva Questiona fatos e efeitos de um fato determinado
É importante ressaltar que nenhum gênero é composto apenas por uma única sequência textual e que, portan-
to, a reportagem também apresentará esse paradigma, pois esse gênero é essencialmente argumentativo, porém
pode apresentar outras sequências textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
A seguir, daremos continuidade aos nossos estudos sobre os principais gêneros textuais objeto de provas de
concurso com um dos gêneros mais comuns em provas de seleções: o artigo de opinião.
ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação
para analisar, avaliar e responder a uma questão controversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito do
discurso jornalístico, pois é um gênero que circula, principalmente, em jornais e revistas impressos ou virtuais.
Com o artigo de opinião, temos a discussão de um problema de âmbito social. E, por meio dessa discussão, pode-
mos defender nossa opinião, como também refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor soluções para
a questão controversa.
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opinião é a de convencer seu interlocutor; para isso, ele terá que
usar de informações, fatos, opiniões que serão seus argumentos. Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta:
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada ideia, influen-
ciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma determinada posição
assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que prevê uma operação
constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes que possam
convencer o interlocutor (2011. p. 305).
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o escritor deverá usar diversos conhecimentos, como: enci-
clopédicos, interacionais, textuais e linguísticos. É por meio da escolha de determinados recursos linguísticos que
percebemos que nada é por acaso, pois, a cada escolha há uma intenção: “[...] toda atividade de interpretação pre-
sente no cotidiano da linguagem fundamenta-se na suposição de quem fala tem certas intenções ao comunicar-se”
(KOCH, 2011, p. 22).
Quando queremos dar uma opinião sobre determinado tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre
ele. Por isso, normalmente, os autores de artigos de opinião são especialistas no assunto por eles abordado. Ao
escolherem um assunto, os autores devem considerar as diversas “vozes” já existentes sobre mesmo assunto. E,
dependendo da intenção, apoiar ou negar determinadas vozes.
Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de um texto de opinião deve ser simples, direta, convincente.
Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primeira ser adequada para um artigo de opinião pessoal; porém, ao esco-
lher a terceira pessoa do singular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao seu texto, fazendo com que sua
produção textual não fique centrada só em suas próprias opiniões.
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodriguez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte
estruturação:
z Identificação do tema, acompanhada de seus antecedentes e alcance para situar a questão polêmica;
z Tomada de posição, exposição de argumentos de modo a justificar a tese;
z Reafirmação da posição adotada no início da produção, ao mesmo tempo em que as ideias são articuladas e o
texto é concluído.
No processo de escrita de qualquer texto, é preciso estar atento aos elementos de coesão que ligam as ideias do
autor aos seus argumentos, porém, nos textos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais atenção a esse
22 processo; por isso, muito cuidado com a coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
A fim de mantermos a linha de pensamento nos estudos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem
apresentando outro gênero sempre presente nas provas de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial.
EDITORIAL
Até aqui, estudamos dois gêneros com predominância de sequência argumentativa. O terceiro será o editorial,
gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que expressa a opinião de um veículo de comunicação.
Como já debatemos muito sobre a estrutura dos textos argumentativos de uma forma geral, iremos nos aten-
tar aqui para as principais características do gênero editorial e no que ele se diferencia do artigo de opinião, por
exemplo.
EDITORIAL - CARACTERÍSTICAS
z Expressa opinião de um jornal ou revista a respeito de um tema atual
z O objetivo desse gênero é esclarecer ou alertar os leitores sobre alguma temática importante
z Busca persuadir os leitores, mobilizando-os a favor de uma causa de interesse coletivo
z Sua estrutura também é baseada em: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão
O início de um editorial é bem semelhante ao de um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central ou proble-
ma social a ser debatido no texto, posteriormente segue-se a apresentação do ponto de vista defendido e conclui-
-se com a retomada da opinião apresentada inicialmente. A principal diferença entre editorial e artigo de opinião
é que aquele representa a opinião de uma corporação, empresa ou instituição.
O editorial, além de ser um gênero muito comum nas provas de interpretação textual em concursos públicos,
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero, especialmente em certames que cobrem redação.
A seguir, apresentamos nosso último gênero textual abordado neste material. Lembramos que o universo de
gêneros textuais é imenso, por isso, é impossível apresentar uma compilação de estudos com todos os gêneros;
apesar disso, trazemos aqui os principais gêneros cobrados em avaliações de língua portuguesa. Seguindo esse
critério, o próximo gênero estudado é a crônica.
CRÔNICA
O gênero crônica é muito conhecido no meio literário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se tornaram
famosos pelo uso do gênero, como Luís Fernando Veríssimo e Marina Colasanti. Também por ser um gênero curto
LÍNGUA PORTUGUESA
de cunho social voltado para temas atuais, é muito usado em provas de concurso para ilustrar questões de inter-
pretação textual e também para contextualizar questões que avaliam a competência gramatical dos candidatos.
As crônicas apresentam uma abordagem cotidiana sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou
argumentativas.
O que é um livro?
O que é um livro? A pergunta se impõe neste momento em que a isenção de impostos sobre o objeto primeiro da
cultura e do conhecimento está em risco. Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda mais a leitura de quem
tanto precisa dela.
Um livro é:
– A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo para jovens estudantes e disse a eles que o ofício de um
escritor é cuidar dessa casa, varrê-la, fazer a cama das palavras, providenciar sua comida, vesti-las com harmonia.
– A nave espacial que nos permite viajar no tempo para a frente e para trás. Habitar o passado ao tempo em que
foi escrito. Ou revisitá-lo de outro ponto de vista, inalcançável quando o passado aconteceu: o do presente, com
todos os conhecimentos adquiridos e as novas maneiras de viver […].
- Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra e música,
prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do alheio e ponto de
encontro com nosso núcleo mais profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, para que cada um possa abrir a
sua.
– A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dragões enfrentam centauros. O pântano onde as hidras agitam
suas múltiplas cabeças.
– Todas as palavras do sagrado, todas elas foram postas nos livros que deram origem às religiões e neles
conservadas.
Fonte: <https://bit.ly/2HIecxi>. Acessado em:17/09/2020. Adaptado.
Como podemos notar, a crônica trata de um assunto bem atual: o aumento da carga tributária que incide sobre
o preço dos livros. A autora apresenta sua opinião e segue argumentando sobre a importância dos livros na socie-
dade com um ponto de vista ladeado pela literatura, o que fortalece sua argumentação.
Para finalizar nossos estudos sobre gêneros textuais, é importante deixarmos uma informação relevante sobre
esse assunto. Para muitos autores, os gêneros não apenas moldam formas de texto, mas formas de dizer marcadas
pelo discurso; por isso, em algumas metodologias (e também em alguns editais de concurso), os gêneros serão tra-
tados como do discurso.
Gêneros do discurso marcam o processo de interação verbal; como todo discurso materializa-se por meio
de textos, a nomenclatura gêneros textuais torna-se mais adequada para essa perspectiva de estudos. Podemos
distinguir as duas variantes vocabulares de acordo com as demandas sociais e culturais de estudo dos gêneros.
ORTOGRAFIA
As regras de ortografia são muitas e, na maioria dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a lógica da
grafia e da acentuação das palavras, muitas vezes, é derivada de processos históricos de evolução da língua.
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno craque em ortografia: leia sempre! Somente a prática de leitura
irá lhe garantir segurança no processo de grafia das palavras.
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior parte das regras não são efêmeras, porém, são em grande
número. Neste material, iremos apresentar uma forma condensada e prática de nunca mais esquecer os acentos
e os motivos pelos quais as palavras são acentuadas.
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portuguesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras cujos
sons são semelhantes e geram confusão quanto à escrita correta. Veja:
� Depois da sílaba em, se a palavra não for derivada de � Depois da sílaba em, se a palavra for derivada de pala-
palavras iniciadas por CH: enxerido, enxada vras iniciadas por CH: encher, encharcar
� Depois de ditongo: caixa, faixa � Em palavras derivadas de vocábulos que são grafados
� Depois da sílaba inicial me se a palavra não for derivada com CH: recauchutar, fechadura
de vocábulo iniciado por CH: mexer, mexilhão
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor � Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem
orientação de quando não usar a crase. se tem proximidade
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara;
� Antes de nomes masculinos � Antes de pronomes possessivos no singular
Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate- Ex.: Iremos a/à sua residência;
rial agrada a todos.” (MM) � Após preposição até, com ideia de limite
O carro é movido a álcool. Ex.: Dirija-se até a/à portaria.
Venda a prazo; “Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até
� Antes de palavras femininas que não aceitam às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui estranho
artigos afeto.” (CBr. 1, 67)
Ex.: Iremos a Portugal.
Casos Especiais
Macete de crase:
Se vou a; Volto da = Crase há! Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra.
Se vou a; Volto de = Crase pra quê? Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes
Ex.: Vou à escola / Volto da escola. forem femininos, normalmente a crase não será utili-
Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza; zada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para
evitar ambiguidades.
� Antes de forma verbal infinitiva Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto).
Ex.: Os produtos começaram a chegar. Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de
“Os homens, dizendo em certos casos que vão falar instrumento).
com franqueza, parecem dar a entender que o Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto).
fazem por exceção de regra.” (MM); Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de
� Antes de expressão de tratamento instrumento).
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa
Excelência; Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com
� No a (singular) antes de palavra no plural, quando Nomes de Lugares
a regência do verbo exigir preposição
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes; z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase
� Antes dos pronomes relativos quem e cuja Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos moro em Copacabana, passo por Copacabana);
o pacote. � Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio; Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia,
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu- passo pela Bahia).
ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do Macetes
contrato.
Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído
suspeita de fraude. por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
Eles estavam conservando a certa altura. a, com a, à moda de, durante a;
Faremos a obra a qualquer custo. z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
26 A campanha será disponibilizada a toda a comunidade; Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase;
z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder z Abstrato: Indicam estado, sentimento, ação, qua-
ser substituído por às duas, há crase. Quando o a lidade. Os substantivos abstratos existem apenas
uma equivaler a a duas, não ocorre crase; em função de outros seres. A feiura, por exemplo,
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui- depende de uma pessoa, um substantivo concreto
lo quando tais pronomes puderem ser substituídos a quem esteja associada. Ex.: chute, amor, cora-
por a este, a esta e a isto; gem, liberalismo, feiura;
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e z Comum: Designam todos os seres de uma espécie.
nomes de cidades quando esses termos estiverem Ex.: homem, cidade;
acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis- z Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.:
tância de 200 metros do pico da montanha. Pedro, Fortaleza;
z Coletivo: Usados no singular, designam um conjun-
A compreensão da crase vai muito além da estética to de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca, manada.
gramatical, pois serve também para evitar ambigui-
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão. É importante destacar que a classificação de um
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, substantivo depende do contexto em que ele está inse-
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
rido. Vejamos:
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
pessoa = Próprio);
advérbio de instrumento da ação de pintar.
O amigo mostrou-se um judas (judas significando
traidor = comum).
z Simples: Formados a partir de um único radical. no. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
Ex.: vento, escola; Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora.
z Composto: Formados pelo processo de justaposi-
ção. Ex.: couve-flor, aguardente; Gênero e Significação
z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo
substantivo. Ex.: pedra, dente; Alguns substantivos uniformes podem aparecer
z Derivado: Formados a partir dos derivados. Ex.: com marcação de gênero diferente, ocasionando uma
pedreiro, dentista; modificação no sentido. Veja, por exemplo:
z Concreto: Designam seres com independência
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde- z A testemunha: Pessoa que presenciou um crime;
pendentemente de sua conotação espiritual ou z O testemunho: Relato de experiência, associado a
real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro; religiões. 27
Algumas formas substantivas mantêm o radical e z Varia apenas um elemento:
a pequena alteração no gênero do artigo interfere no
significado: Substantivo + preposição + substantivo. Ex.:
canas-de-açúcar;
z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo; Substantivo + substantivo com função adjetiva.
z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais; Ex.: navios-escola.
z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão. Palavra invariável + palavra invariável. Ex.:
abaixo-assinados.
Além disso, algumas palavras na língua causam Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas.
dificuldade na identificação do gênero, pois são usa- Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres.
das em contextos informais com gêneros diferentes. Destacamos, ainda, que os substantivos compostos
Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido; formados por
a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o tele- verbo + advérbio
verbo + substantivo plural
fonema; o trema.
ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha.
Algumas formas que não apresentam, necessaria-
mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
Variação de Grau
masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox.
A flexão de grau dos substantivos exprime a varia-
ção de tamanho dos seres, indicando um aumento ou
Flexão de Número
uma diminuição.
Os substantivos flexionam-se em número, de z Grau aumentativo: Quando o acréscimo de sufi-
maneira geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.: xos aos substantivos indicar um aumento de
Casa / casas. tamanho.
Porém, podem apresentar outras terminações: Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra,
males, reais, animais, projéteis etc. fogaréu, boqueirão, poetastro;
Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular z Grau diminutivo: Exprime, ao contrário do
das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores; aumentativo, a diminuição do tamanho/proporção
paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal, do ser.
terminada em L e que tem como plural “males”. Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,
Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL pequenina, papelucho.
fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral /
corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Dica
Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma
mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles O emprego do grau aumentativo ou diminutivo
e méis. dos substantivos pode alterar o sentido das pala-
Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem vras, podendo assumir um valor:
plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es. Afetivo: filhinha / mãezona;
Ex.: capelães, capitães, escrivães. Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.
Contudo, há substantivos que admitem até três
formas de plural, como os seguintes: O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas
z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães; O novo acordo ortográfico estabelece novas regras
z Ancião: anciãos, anciões, anciães; para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso da
z Vilão: vilãos, vilões, vilães. inicial maiúscula.
Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas inicias das palavras que designam:
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão /
z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas
órgãos; órfão / órfãos.
reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa,
Cinderela;
Plural dos Substantivos Compostos
z Nomes de cidades, países, estados, continentes
etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte,
Os substantivos compostos são aqueles formados
Ceará, Nárnia, Londres;
por justaposição. O plural dessas formas obedece às z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia
seguintes regras: das Crianças;
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai-
z Variam os dois elementos: xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores,
Gabinete da Vice-presidência, Organização das
Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mes- Nações Unidas;
tres -salas; z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
das -noturnos; nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
28 -feiras. de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da Já na segunda frase, a locução destacada é adver-
Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial; bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.: ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente, demonstrando seu caráter adverbial.
Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra- As locuções adjetivas também desempenham fun-
fados com maiúsculas apenas quando utilizados ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes,
indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer numerais e orações substantivas.
o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican- Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar.
do uma direção, devem ser escritos com minúscu- Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj.
las. Ex.: Correu a América de norte a sul; Já as locuções adverbiais desempenham função de
z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS, advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos e
Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio). orações adjetivas com esses valores.
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez.
Atente-se: Em palavras com hífen, pode-se optar Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv.
pelo uso de maiúsculas ou minúsculas. Portanto, são
aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e Adjetivo de Relação
vice-presidente; porém, é preciso manter a mesma
forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer
por hífen devem ser escritos com as iniciais maiúscu- o aspecto morfológico designado como “adjetivo de
las, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste. relação”, muito cobrado por bancas de concursos.
Para identificar um adjetivo de relação, observe as
ADJETIVO seguintes características:
Característica de um ser elevada ao último grau: Superlativo absoluto, que pode ser analítico (associado
ao advérbio) ou sintético (associação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo absoluto analítico).
O candidato é humílimo (Superlativo absoluto sintético);
Característica de um ser relacionada com outros indivíduos da mesma classe: Superlativo relativo,
que pode ser de superioridade (o mais) ou de inferioridade (o menos).
Ex.: O candidato é o mais humilde dos concorrentes? (Superlativo relativo de superioridade).
O candidato é o menos preparado entre os concorrentes à prefeitura (Superlativo relativo de inferioridade).
Importante! Ao compararmos duas qualidades de um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica
(mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
Ex.: A modelo é mais alta que magra.
Porém, se uma mesma característica referir-se a seres diferentes, empregamos a forma sintética (melhor,
pior, menor etc.).
Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
z Primitivos: Adjetivos que não derivam de outras palavras. A partir deles, é possível formar novos termos. Ex.:
útil, forte, bom, triste, mau etc.;
z Derivados: São palavras que derivam de verbos ou substantivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc.;
z Simples: Apresentam um único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.;
z Compostos: Formados a partir da união de dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-brasileiro, amarelo-
-ouro etc.
Dica
O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma forma que o plural dos substantivos.
z Invariável:
Adjetivos Pátrios
Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade de seres
e objetos.
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
fluminense, cearense.
Curiosidade: O adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usado para
designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercializa-
vam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos em
nosso país.
30
Veja a seguir alguns dos adjetivos pátrios de nosso país:
ADVÉRBIO
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios; porém, decorar
as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de
concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
LÍNGUA PORTUGUESA
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
31
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).
Locuções Adverbiais
Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:
z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
biais apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso.
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inver-
temos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Ex.: Colapso foi ameaçado.
Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente é
adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica.
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo
Locuções adjetivas apresentam valor de posse
Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
32 Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Bem Otimamente Muito bem Inferioridade
GRAU -
SUPERLATIVO Mal Pessimamente Muito mal Superioridade
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
isso que as bancas de concurso cobram.
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
LÍNGUA PORTUGUESA
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.
PRONOME
Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto. 33
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por pre-
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucionalizada linguistica-
mente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas peculiaridades importantes:
z Vossa: Designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a esse pro-
nome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição;
z Sua: Designa a pessoa de quem se fala (relativo à 3ª pessoa).
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje à noite.
Os pronomes de tratamento estabelecem uma hierarquia social na linguagem, ou seja, a partir das formas
usadas, podemos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam
reconhecidos socialmente por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre outras.
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções sociais
que designam:
z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquiduques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais;
z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do governo e das Forças Armadas membros do alto escalão;
z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes;
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos graduados, oficiais até o posto de coronel, tratamento cerimo-
nioso a comerciantes importantes;
z Vossa Santidade (V. S.): Papa;
34 z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.): Bispos.
Os exemplos apresentados fazem referência a pro- Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
nomes de tratamento e suas respectivas designações a festa.
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial z Bastante (pronome indefinido): Concorda com
da Presidência da República. Portanto, essas designa- o substantivo, indicando grande, porém incerta,
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- quantidade de algo.
ro textual abordado for um gênero oficial. Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:
Pronomes Demonstrativos
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
tamento é importante destacar que o plural de Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, apontam elementos a que se referem as pessoas do dis-
como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na curso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por
maioria das abreviaturas terminadas com a letra eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual.
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V.
Exas.; V. Ema. / V.Emas.; z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
tíssimo Juiz; z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú- z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.
blica nunca deve ser abreviado.
Usamos este, esta, isto para indicar:
Pronomes Indefinidos
� Referência ao espaço físico, indicando a proximi-
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de dade de algo ao falante.
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes- Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto
como prova.
soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar
� Referência ao tempo presente.
e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês,
pagarei a última prestação da casa.
PRONOMES INDEFINIDOS1 � Referência ao espaço textual.
Variáveis Invariáveis Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro-
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém curava um presente para o marido (o pronome
refere-se ao último termo mencionado).
Nenhum, nenhuma, nenhuns, Ninguém
nenhumas Este artigo científico pretende analisar... (o prono-
Todo, toda, todos, todas Quem me “este” refere-se ao próprio texto).
Usamos esse, essa, isso para indicar:
Outro, outra, outros, outras Outrem
Muito, muita, muitos, muitas Algo z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo mento de algo de quem fala.
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você.
Certo, certa, certos, certas Nada z Indicar distância que se deseja manter.
Vários, várias Cada Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con-
Quanto, quanta, quantos, quantas Que fia nesses políticos.
z Referência ao tempo passado.
Tanto, tanta, tantos, tantas Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias
Qualquer, quaisquer estive em São Paulo.
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
Qual, quais
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
Um, uma, uns, umas falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nes-
sa expressão utilizada.
As palavras certo e bastante serão pronomes
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
serão adjetivos quando vierem depois.
� Referência ao espaço físico, indicando afastamen-
Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome
to de quem fala e de quem ouve.
indefinido).
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
LÍNGUA PORTUGUESA
Busco o modelo de carro certo (adjetivo). � Referência a um tempo muito remoto, um passa-
A palavra bastante frequentemente gera dúvida do muito distante.
quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini- Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por-
do. Por isso, atente-se ao seguinte: tas abertas. Bons tempos aqueles!
� Referência a um afastamento afetivo.
z Bastante (advérbio): Será invariável e equivalen- Ex.: Não conheço mais aquela mulher.
te ao termo “muito”. � Referência ao espaço textual, indicando o pri-
Ex.: Elas são bastante famosas. meiro termo de uma relação expositiva.
z Bastante (adjetivo): Será variável e equivalente Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe-
ao termo “suficiente”. riu beber chá; aquela, refrigerante.
1 Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
quanto-qual.htm>. Acesso em: 14 jul. de 2020. 35
Dica Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de
O pronome “mesmo” não pode ser usado em quem? Do rapaz).
função demonstrativa referencial. Veja: � Emprego do pronome relativo onde: Empregado
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo para indicar locais físicos.
esqueceu de preencher o gabarito. Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
Correto: O candidato fez a prova, porém esque- � Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-
ceu de preencher o gabarito. mindo as formas aonde e donde.
Ex.: Irei aonde você for.
Pronomes Relativos � O relativo “onde” pode ser empregado sem antecedente.
Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
Uma das classes de pronomes mais complexas, os � Emprego de o qual: O pronome relativo “o qual”
pronomes relativos têm função muito importante na e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
língua, refletida em assuntos de grande relevância do em substituição a outros pronomes relativos,
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma, sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
é essencial conhecer adequadamente a função desses guísticos, como o “queísmo”.
elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente. Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo guém se lembra.
ou a um pronome substantivo mencionado anterior-
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão
nado anteriormente) chamamos de antecedente. textual, desfazendo estruturas ambíguas.
São pronomes relativos:
Pronomes Interrogativos
z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto,
quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, São utilizados para introduzir uma pergunta ao
quantas; texto.
z Invariáveis: Que, quem, onde, como; Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais?
z Emprego do pronome relativo que: Pode ser asso- Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?).
ciado a pessoas, coisas ou objetos. Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade?
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O Quantos anos tem seu pai?
cachorro que estava doente morreu. A caneta que O ponto de interrogação só é usado nas interroga-
emprestei nunca recebi de volta. tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do interrogativa, indicada por verbos como perguntar,
relativo “que”. indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer). Atenção: Os pronomes interrogativos que e quem
� Emprego do relativo quem: Seu antecedente deve são pronomes substantivos, pois substituem os subs-
ser uma pessoa ou objeto personificado. tantivos, dando fluidez à leitura.
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo. Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a
� O pronome relativo quem pode fazer referência realização da atividade (O tempo não permitiu a reali-
a algo subentendido: Quem cala consente (aquele zação da atividade. O tempo estava instável).2
que cala).
Pronomes Possessivos
� Emprego do relativo quanto: Seu antecedente
deve ser um pronome indefinido ou demonstrati- Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
vo; pode sofrer flexões. discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir:
Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado.
Perdi tudo quanto poupei a vida inteira. 1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas
� Emprego do relativo cujo: Deve ser empregado SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas
para indicar posse e aparecer relacionando dois 3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
termos que devem ser um possuidor e uma coisa
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas
possuída.
PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
matéria (coisa possuída).
Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,
O relativo cujo deve concordar em gênero e núme- a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
ro com a coisa possuída. a uma coisa.
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o
cujo: Cujo o, cuja a pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação
Não podemos substituir cujo por outro pronome do pronome é com o objeto da posse.
relativo. Outras funções dos pronomes possessivos:
O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.
Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri. z Delimitam o substantivo a que se referem;
Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per- z Concordam com o substantivo que vem depois dele;
gunta: “de quem/do que?” z Não concordam com o referente;
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor z O pronome possessivo que acompanha o substan-
do que? Do filme). tivo exerce função sintática de adjunto adnominal.
36 2 Exemplo disponível em: <https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/>. Acesso em: 30. jul. 2021.
As flexões verbais são marcadas por desinências,
COLOCAÇÃO PRONOMINAL que podem ser:
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
Ex.: Tenho estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no
particípio.
Ex.: Teria estudado.
� Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + Verbo principal particípio.
Ex.: (que eu) Tenha estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: (se eu) Tivesse estudado
� Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (quando eu) Tiver estudado.
As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em determi-
nados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
z Gerúndio: Marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por vezes, pode funcionar
como um advérbio ou um adjetivo.
z Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.
z Particípio: Marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar também em -do, -to, -go,
-so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em número e gênero.
z Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
z Quando cheguei, ela já tinha partido.
z Ele tinha aberto a janela.
z Ela tinha pago a conta.
z Infinitivo: Forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno designado.
Pode ser pessoal ou impessoal:
Pessoal: O infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do discurso. É usado na
formação de orações reduzidas. Ex.: Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem que ele ensina;
Impessoal: Não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar apenas a conjugação. Ex.:
38 Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª conjugação; Partir - 3ª conjugação.
O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou orações reduzidas.
Locuções verbais: sequência de dois ou mais verbos que funcionam como um verbo.
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar para pagar as contas.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.
Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo composto na voz
ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.
Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em: regulares, irregula-
res, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das formas nomi-
nais. Vamos conhecer as particularidades de cada um a seguir:
z Regulares: Os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regularidade no uso das
desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os verbos regulares mantêm o paradigma
morfológico com o radical, que permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar:
z Irregulares: Os verbos irregulares apresentam alteração no radical e nas desinências verbais. Por isso, rece-
bem esse nome, pois sua conjugação ocorre irregularmente, seguindo um paradigma próprio para cada grupo
verbal.
Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem-
plo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos anômalos. Ex.: Verbo estar:
z Anômalos: Esses verbos apresentam profundas alterações no radical e nas desinências verbais, consideradas
anomalias morfológicas; por isso, recebem essa classificação. Um exemplo bem usual de verbo dessa categoria
é o verbo “ser”. Na língua portuguesa, apenas dois verbos são classificados dessa forma: os verbos ser e ir.
Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregularidade que ocasiona
uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como anômalos. 39
z Abundantes: São formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma de particípio acei-
tas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de particípio regular e outra irregular.
Vejamos alguns verbos abundantes:
40 Imprimir Se tivesse imprimido tínhamos como provar Onde está o documento impresso?
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Limpar Eu tinha limpado a casa Que casa tão limpa!
Omitir Dados importantes tinham sido omitidos por ela Informações estavam omissas
Submergir Após ter submergido os legumes, reparou no amigo Deixe os legumes submersos por alguns minutos
Suspender Nunca tinha suspendido ninguém Você está suspenso!
z Defectivos: São verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas, gerando um “defei-
to” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são os verbos colorir, precaver, reaver etc.
Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, bem como: aturdir,
exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir,
brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa característica, como
latir, bramir, chover.
z Pronominais: Esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma verbal. É importan-
te lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Predominantemente, os verbos pronominas
apresentam transitividade indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
z Reflexivos: Verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente como obje-
to direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste
mal. Nós nos cumprimentamos friamente;
z Impessoais: Verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.
O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será impessoal. Ex.: Havia mui-
tos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em concurso público.
Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno climático ou tempo. Ex.:
Está muito quente! / Era tarde quando chegamos.
O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos.
O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz
anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor.
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito inexistente.
O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido: “Já é
natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impessoal, também, o verbo ir: “Vai uns bons anos
que não vejo Mariana”.
z Auxiliares: Os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e também nas locuções
verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a concordância verbal; porém, o verbo principal determina a
regência estabelecida na oração.
Apresentam forte carga semântica que indica modo e aspecto da oração. São importantes na formação da voz
passiva analítica.
LÍNGUA PORTUGUESA
z Formas Nominais: Na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:
Gerúndio: Terminação -ndo. Apresenta valor durativo da ação e equivale a um advérbio ou adjetivo. Ex.:
Minha mãe está rezando;
Particípio: Terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, -so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classificado em
particípio regular e irregular, sendo as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.
A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com os
verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do particípio irregular.
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos / Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
As vozes verbais definem o papel do sujeito na Outra importante característica do “se” como índi-
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em
verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em: verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou
verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá
� Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação estar na 3ª pessoa do singular.
verbal. Ex.: Acredita-se em Deus.
Ex.: O policial deteve os bandidos.
� Passiva: O sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação
z Pronome reflexivo: Na função de pronome refle-
verbal.
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial — xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci-
passiva analítica; procidade, auxiliando a construção dessas vozes
� Detiveram-se os criminosos — passiva sintética. verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
� Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mes- cipais características são:
mo tempo, pois pratica e recebe a ação verbal.
Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O Sujeito recebe e pratica a ação;
menino se agrediu. Funcionará, sintaticamente, como objeto direto
� Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mes- ou indireto;
mo tempo, porém há uma ação compartilhada O sujeito da frase poderá estar explícito ou
entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti- implícito.
lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam
e sofrem a ação. Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga- presente de aniversário (implícito).
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se
cumprimentaram. z Parte integrante do verbo: Nesses casos, o “se”
será parte integrante dos verbos pronominais,
A voz passiva é realizada a partir da troca de fun- acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-
ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos
do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-
transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva
se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá
indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do estar explícito ou implícito.
objeto direto. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha.
Importante! Não confunda os verbos pronomi- z Partícula de realce: Será partícula de realce o
nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais “se” que puder ser retirado do contexto sem pre-
que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei- juízo no sentido e na compreensão global do texto.
xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um A partícula de realce não exerce função sintática,
pronome que faz parte integrante do seu significado, pois é desnecessária.
diferentemente das vozes verbais, que acompanham Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
o pronome “se” com função sintática própria. z Conjunção: O “se” será conjunção condicional
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
Outras Funções do “Se” “se” exerce função de conjunção integrante, ape-
nas ligando as orações, e poderá ser substituído
Como vimos, o “se” pode funcionar como item pela conjunção “caso”.
essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele- Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu-
mento também acumula outras atribuições:
dar, será aprovado).
z Partícula apassivadora: A voz passiva sintética
Conjugação de Verbos Derivados
é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran-
sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos
o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é Verbo derivado é aquele que deriva de um ver-
designado partícula apassivadora, nesse contexto. bo primitivo; para trabalhar a conjugação desses
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — verbos, é importante ter clara a conjugação de seus
“Se” (partícula apassivadora). “originários”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu-
mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos
42 relevantes em provas diversas:
z Pôr: Repor, propor, supor, depor, compor, expor; PREPOSIÇÃO
z Ter: Manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
São palavras invariáveis que ligam orações ou
z Ver: Antever, rever, prever;
outras palavras. As preposições apresentam funções
z Vir: Intervir, provir, convir, advir, sobrevir. importantes tanto no aspecto semântico quanto no
aspecto sintático, pois complementam o sentido de
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com- sem a presença da preposição, modificando a transiti-
preensão dessas conjugações verbais. vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os sentido de palavras deverbais3.
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
te, por, sem, sob, trás.
ção são, predominantemente, regulares. Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- chamadas pois pertencem a outras classes grama-
mente são irregulares e apresentam alguma modifi- ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
conjugação do verbo “passear”: equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
(quando equivaler a “por causa de”).
PRESENTE — INDICATIVO
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
Eu Passeio plos de uso em diferentes situações:
Tu Passeias
Ele/Você Passeia “A”
CONJUNÇÃO Dica
Assim como as preposições, as conjunções também As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre-
são invariáveis e também auxiliam na organização gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora- ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso
ções. Por manterem relação direta com a organização concomitante acarreta em redundância.
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser
coordenativas ou subordinativas. Conjunções Subordinativas
Conjunções Integrantes
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
LÍNGUA PORTUGUESA
Frase é todo enunciado com sentido completo. z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo-
Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um rou pela compra da vacina);
conjunto de palavras. z O elemento que pratica a ação de implorar;
Ex.: Fogo! z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo
Silêncio! implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular);
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano z O termo que pode ser substituído por um pronome
Ramos) do caso reto.
(Ele implorou pela compra da vacina da COVID-19.)
Oração
Núcleo do Sujeito
Enunciado que se estrutura em torno de um verbo
(explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu- O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal
ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen- porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O
tá-lo completo ou incompleto. núcleo indica a palavra que realmente está exercen-
do determinada função sintática, que atua ou sofre a
Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo,
poluição.
ou uma palavra com valor de substantivo, ou pronome.
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque)
z O sujeito simples contém apenas um núcleo.
Período
Ex.: O povo pediu providências ao governador.
Sujeito: O povo
Período é o enunciado constituído de uma ou mais Núcleo do sujeito: povo
orações. z Já no sujeito composto, o núcleo será constituído
Classifica-se em: de dois ou mais termos.
As luzes e as cores são bem visíveis.
� Simples: possui apenas uma oração. Sujeito: As luzes e as cores
Ex.: O sol surgiu radiante. Núcleo do sujeito: luzes/cores
Ninguém viu o acidente.
� Composto: possui duas ou mais orações. Dica
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.”
(Chico Buarque) Para determinar o sujeito da oração, colocam-se
Chegou em casa e tomou banho. as expressões interrogativas quem? ou o quê?
Ates do verbo.
PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO Ex.: A população pediu uma providência ao
governador.
Os termos que formam o período simples são dis- Quem pediu uma providência ao governador?
tribuídos em: essenciais (Sujeito e Predicado), inte- Resposta: A população (sujeito).
grantes (complemento verbal, complemento nominal Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o
e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal, outro.
adjunto adverbial e aposto). O que iria de um lado para o outro?
Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito).
Termos Essenciais da Oração
Tipos de Sujeito
São aqueles indispensáveis para a estrutura básica
da oração. Costuma-se associar esses termos a situa- Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em:
ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por Simples
exemplo. São eles: Sujeito e Predicado. Veremos a DETERMINADO Composto
seguir cada um deles. Elíptico
Com verbos flexionados na 3ª pes-
SUJEITO
soa do plural
INDETERMINADO Com verbos acompanhados do
É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
pelo verbo. se (índice de indeterminação do
O sujeito pode ser: sujeito)
Usado para fenômenos da
� O termo sobre o qual o restante da oração diz algo; INEXISTENTE natureza ou com verbos
� O elemento que pratica ou recebe a ação expressa impessoais
pelo verbo;
� O termo que pode ser substituído por um pronome z Determinado: quando se identifica a pessoa, o
do caso reto; lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em:
� O termo com o qual o verbo concorda.
Ex.: A população implorou pela compra da vacina Simples: quando há apenas um núcleo.
48 da COVID-19. Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
Núcleo: aluguel z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
Sujeito simples: O aluguel da casa; Ex.: A minha saia azul está rasgada.
Composto: quando há dois núcleos ou mais. O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen-
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos. ça da partícula -se.
Núcleos: sons, cores. PREDICADO
Sujeito composto: Os sons e as cores;
Elíptico, oculto ou desinencial: quando não É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
aparece na oração, mas é possível de ser identifi- o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere. mos essenciais na oração, há casos em que a oração
Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu) não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
z Indeterminado: quando não é possível identificar impossível existir uma oração sem sujeito.
o sujeito na oração, mas ainda sim está presente. O predicado pode ser:
Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
do por um índice de indeterminação do sujeito, a z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
partícula “se”. Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”
(José de Alencar);
Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, Predicado: seguem sua marcha;
não se referindo a nenhuma palavra determi- z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
nada no contexto. to (oração sem sujeito):
Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje. Ex.: Chove pouco nesta época do ano;
Entende-se que alguém passou cedo; Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
Colocando-se verbos sem complemento direto
(intransitivos, transitivos diretos ou de ligação) Para determinar o predicado, basta separar o
na 3ª pessoa do singular acompanhados do pro- sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
nome se, que atua como índice de indetermina- do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo
ção do sujeito. é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:
Ex.: Não se vê com a neblina. Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves
Entende-se que ninguém consegue ver nessa Dias)
condição. Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
49
Predicado Verbal No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi-
ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei-
Ocorre quando há dois núcleos significativos: um to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi- Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha-
cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do do de Assis)
objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os Verbo transitivo direto: achou
demais termos do predicado. Objeto direto: o raciocínio
O verbo do predicado pode ser classificado em Predicativo do objeto: exato
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi- No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza
tivo direto e indireto ou verbo intransitivo. um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”,
que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi- concluir que temos um caso de predicativo do obje-
ge um complemento não preposicionado, o objeto to, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é
direto. o sujeito.
Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinque- O que é o predicativo do objeto?
do.” Noel Rosa É o termo que confere uma característica, uma
Verbo Transitivo Direto: Fazer. qualidade, ao que se refere.
Ex.: Ele trouxe os livros ontem. A formação do predicativo do objeto se dá por um
Verbo Transitivo Direto: trouxe; adjetivo ou por um substantivo.
z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transiti- Ex.: Consideramos o filme proveitoso.
vo indireto tem como necessidade o complemen- Predicativo do objeto: proveitoso
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas.
to acompanhado de uma preposição para fazer
Predicativo do objeto: vitoriosa
sentido.
Para facilitar a identificação do predicativo do
Ex.: Nós acreditamos em você.
objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres-
Verbo transitivo indireto: acreditamos
centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí-
Preposição: em
fica é relacionar o predicativo ao nome.
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
O filme foi proveitoso.
Verbo transitivo indireto: obedeceu
Ela era vitoriosa.
Preposição: a (a + os)
Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre-
Ex.: Os professores concordaram com isso.
dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de
Verbo transitivo indireto: concordaram ligação (foi e era, respectivamente).
Preposição: com;
z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
verbo de sentido incompleto que exige dois com-
plementos: objeto direto (sem preposição) e objeto São vocábulos que se agregam a determinadas
indireto (com preposição). estruturas para torná-las completas. De acordo com
Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe a gramática da língua portuguesa, esses termos são
outras.” (Machado de Assis) divididos em:
Verbo transitivo direto e indireto 1: contava
Objeto direto 1: anedotas Complementos Verbais
Objeto indireto 1: lhe
Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia São termos que completam o sentido de verbos
Objeto direto 2: outras transitivos diretos e transitivos indiretos.
Objeto indireto 2: lhe;
z Verbo intransitivo (VI): É aquele capaz de cons- z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom-
truir sozinho o predicado, que não precisa de com- panhado de preposição.
plementos verbais, sem prejudicar o sentido da Ex.: Examinei o relógio de pulso.
oração. Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam. O técnico convocou somente os do Brasil. (os =
Verbo intransitivo: adormeciam. aqueles).
Ocorre quando há dois núcleos significativos: Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas
um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um variações lo(s), la(s), no(s), na(s), “que” quase sem-
nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo pre exercem função de objeto direto, os pronomes
transitivo, predicativo do objeto). oblíquos me, te, se, nos, vos também podem exercer
Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes) essa função sintática.
Verbo intransitivo: parou Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram
Predicativo do sujeito: atento quem? A minha pessoa”)
Repare que no primeiro exemplo o termo “atento” Nunca vos tomeis como grandes personalidades.
está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é (= “Nunca tomeis quem? Vós”)
considerado predicativo do sujeito. Convidaram-na para o almoço de despedida. (=
Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac) “Convidaram quem? Ela”)
Verbo intransitivo: marchou Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (=
50 Predicativo do sujeito: desorientado “Receberam quem? Nós”)
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem Vamos insistir em promover o novo romance de
ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do ficção.
pronome relativo que.
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
z Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais
esse algo é o objeto direto)
Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
feminino definido) Pode ser representado pelos seguintes pronomes
oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro-
z Objeto direto preposicionado nomes o, a, os, as não exercerão essa função.
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Mesmo que o verbo transitivo direto não exija
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim,
preposição no seu complemento, algumas palavras
requerem o uso da preposição para não perder o sen- comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
tido de “alvo” do sujeito. indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
facultativos.
z Objeto indireto pleonástico: Ocorrência repetida
Exemplos com Ocorrência Obrigatória de Preposição
dessa função sintática com o objetivo de enfatizar
Não entendo nem a ele nem a ti. uma mensagem.
Respeitava-se aos mais antigos. Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
Amavam-se um ao outro. COMPLEMENTO NOMINAL
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
feita.” (Ciro dos Anjos).
Completa o sentido de substantivos, adjetivos e
Exemplos com Ocorrência Facultativa de Preposição advérbios. É uma função sintática regida de preposi-
ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque- presença de um complemento nominal nos contextos
le templo. de uso é fundamental para o esclarecimento do senti-
A escultura atrai a todos os visitantes.
do do nome.
Não admito que coloquem a Sua Excelência num
pedestal. Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Ao povo ninguém engana. Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles. Para melhor identificar um complemento nomi-
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des- nal, siga a instrução:
sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
sente para indicar parte de um todo, quando assim Nome + preposição + quem ou quê
for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa Como diferenciar complemento nominal de com-
bebeu uma porção da água, e não ela toda. plemento verbal?
Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração.
z Objeto direto pleonástico: É a dupla ocorrência
(complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
dessa função sintática na mesma oração, a fim de
enfatizar um único significado. diretamente ao verbo “obedecia”)
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de Naquela época, a obediência ao meu coração pre-
Andrade) valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora-
z Objeto direto interno: Representado por palavra ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta
mesmo significado.
Agente da Passiva
Ex.: Riu um riso aterrador.
Dormiu o sono dos justos.
É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
Como diferenciar objeto direto de sujeito? lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais
Já começaram os jogos da seleção. (sujeito) raramente, da preposição de.
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
LÍNGUA PORTUGUESA
Orações subordinadas adverbiais causais: z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas
são introduzidas por: como, já que, uma vez nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);
que, porque, visto que etc. Ex.: Caminhamos o z As que são substantivas e adverbiais: nunca são
restante do caminho a pé porque ficamos sem iniciadas por conjunções;
gasolina; z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas
Orações subordinadas adverbiais compa- por pronomes relativos;
z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
rativas: são introduzidas por: como, assim
conectivos;
como, tal qual, como, mais etc. Ex.: A cerve-
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
ja nacional é menos concentrada (do) que a
prepositiva.
importada;
z Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
Orações subordinadas adverbiais concessi-
z O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
vas: indica certo obstáculo em relação ao fato
conjunção.
expresso na outra oração, sem, contudo, impe- z Quando terminou a prova, fomos ao restaurante.
di-lo. São introduzidas por: embora, ainda que, (desenvolvida).
mesmo que, por mais que, se bem que etc. Ex.: z O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção.
Mesmo que chova, iremos à praia amanhã;
Orações subordinadas adverbiais condicio- Orações Reduzidas de Infinitivo
nais: são introduzidas por: se, caso, desde que,
salvo se, contanto que, a menos que etc. Ex.: Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Você terá sucesso desde que se esforce para Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
tal;
Orações subordinadas adverbiais conforma- z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
tivas: são introduzidas por: como, conforme, S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
segundo, consoante. Ex.: Ele deverá agir con- Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
forme combinamos; direta reduzida de infinitivo)
Orações subordinadas adverbiais consecu- A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
tivas: são introduzidas por: que (precedido na predicativa reduzida de infinitivo)
oração anterior de termos intensivos como tão, Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva
tanto, tamanho etc.) de sorte que, de modo que, completiva nominal reduzida de infinitivo)
de forma que, sem que. Ex.: A garota riu tanto, Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S.
que se engasgou; substantiva apositiva reduzida de infinitivo);
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
perfumadas que me estontearam.” (Cecília pelas mãos.
Meireles); O meu manual para fazer bolos certamente vai
Orações subordinadas adverbiais finais: agradar a todos;
indicam um objetivo a ser alcançado. São intro- z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado,
LÍNGUA PORTUGUESA
duzidas por: para que, a fim de que, porque e continua jogando bola.
que (= para que) Ex.: O pai sempre trabalhou Sem estudar, não passarão.
para que os filhos tivessem bom estudo; Ele passou mal, de tanto comer doces.
Orações subordinadas adverbiais propor-
cionais: são introduzidas por: à medida que, Orações Reduzidas de Gerúndio
à proporção que, quanto mais, quanto menos
etc. Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo-
a aprecio; sitivas, adjetivas, adverbiais.
Orações subordinadas adverbiais tempo-
rais: são introduzidas por: quando, enquanto, z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando
logo que, depois que, assim que, sempre que, livre dos juros;
cada vez que, agora que etc. Ex.: Assim que z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo
você sair, feche a porta, por favor. ajudando um ao outro. (subjetiva) 55
gora ouvimos artistas cantando no shopping.
z A � Orações subordinadas adjetivas coordenadas
(objetiva direta); entre si
z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é
coração; cautelosa, não faz tudo sozinha.
z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva
contou a verdade. Oração subordinada adjetiva 2: mas que é
cautelosa;
Orações Reduzidas de Particípio
� Orações subordinadas adverbiais coordenadas
entre si
Podem ser adjetivas ou adverbiais.
Ex.: Não só quando estou presente, mas também
quando não estou, sou discriminado.
� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.
Oração subordinada adverbial 1: quando estou
Nosso planeta, ameaçado constantemente por
presente
nós mesmos, ainda resiste;
Oração subordinada adverbial 2: quando não
� Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have-
estou;
ria problemas. (condicional)
� Orações coordenadas ou subordinadas no mes-
Dada a notícia da herança, as brigas começaram.
(causal/temporal) mo período
Comprada a casa, a família se mudou logo. Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram
(temporal). seu papel, no entanto a realidade não é assim.
Oração principal: Presume-se
O particípio concorda em gênero e número com os Oração subordinada subjetiva da principal: as
termos referentes. penitenciárias cumpram seu papel
Essas orações reduzidas adverbiais são bem fre- Oração coordenada sindética adversativa da ante-
quentes em provas de concurso. rior: no entanto a realidade não é assim.
São períodos que apresentam estruturas oracio- Embora já tenhamos abordado esse tema anterior-
nais de coordenação e subordinação. mente, deixamos aqui uma síntese das funções mais
Assim, às vezes aparecem orações coordenadas cobradas desse vocábulo.
dentro de um conjunto de orações que são subordina-
das a uma oração principal. Funções Morfológicas
z Pronome;
1ª oração 2ª oração 3ª oração
z Conjunção.
O homem entrou na que todos
e pediu Funções Sintáticas
sala calassem.
Ex.: Aos que dizem, os exames serão dificílimos; � Para separar as conjunções coordenativas, exceto
� Conjunção temporal e, nem, ou.
Ex.: Chegados que foram à cabana, reviraram Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem.
tudo;
� Conjunção final A vírgula também é facultativa quando a expres-
Ex.: Fiz-lhe sinal que se calasse; são de tempo, modo e lugar não for uma expressão,
� Conjunção consecutiva mas uma palavra só. Exemplos:
Ex.: Falou tanto que ficou rouco; Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
� Conjunção aditiva Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço
Ex.: Anda que anda e nada encontra; em casa.
� Conjunção explicativa Ontem choveu o esperado para o mês todo. /
Ex.: Fique quieto, que eu quero dormir. Ontem, choveu o esperado para o mês todo. 57
Ela acordou muito cedo. Por isso ficou com sono Servem para:
durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso,
ficou com sono durante a aula. � Introduzir uma citação (discurso direto):
Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um
Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia
homem mais pelas suas perguntas que pelas suas
amanhã, se não chover. respostas”;
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações distributivo ou uma oração subordinada substan-
tiva apositiva
� Entre o sujeito e o verbo Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende- sores, jornalistas, médicos;
ram a explicação. (errado) � Introduzir uma explicação ou enumeração após
expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a
Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
saber, como.
sertaram minha visão. (errado); Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre- Filosofia, Ciências...;
dicativo do sujeito: z Marcar uma pausa entre orações coordenadas
Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica- (relação semântica de oposição, explicação/causa
ção. (errado) ou consequência)
Os alunos precisam de, que os professores os aju- Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
homem culto.
dem. (errado)
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
Os alunos entenderam, toda aquela explicação. cautela;
(errado); � Marcar invocação em correspondências
� Entre um substantivo e seu complemento nominal Ex.: Prezados senhores:
ou adjunto adnominal. Comunico, por meio deste, que...
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
Travessão
pelos alunos. (errado);
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da � Usado em discursos diretos, indica a mudança de
passiva: discurso de interlocutor: Ex.:
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele – Bom dia, Maria!
professor para a feira. (errado); – Bom dia, Pedro!
� Entre o objeto e o predicativo do objeto: � Serve também para colocar em relevo certas
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado) expressões, orações ou termos. Pode ser substituído
por vírgula, dois-pontos, parênteses ou colchetes:
Considero interessantes, as suas aulas. (errado).
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Uso de Ponto e Vírgula Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
vamos jantar. (oração intercalada)
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto
e vírgula (;): Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, Parênteses
ficou triste;
Têm função semelhante à dos travessões e das
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan- mos, expressões ou orações.
to, exausto; Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma) vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
jantar. (oração intercalada)
ouvinte.
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai,
Ponto-Final
sorvete;
� Em enumerações, portarias, sequências É o sinal que denota maior pausa.
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal: Usa-se:
O Procurador-Geral da República;
O Colégio de Procuradores da República; � Para indicar o fim de oração absoluta ou de
período.
O Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
Carlos Drummond de Andrade;
Dois-Pontos � Nas abreviaturas
Ex.: apart. ou apto. = apartamento.
Marcam uma supressão de voz em frase que ainda sec. = secretário.
58 não foi concluída. a.C. = antes de Cristo.
Dica Usam-se nos seguintes casos:
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen- � Antes e depois de citações:
tos químicos não vêm com ponto final: Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”,
Exemplos: km, m, cm, He, K, C afirma Dad Squarisi, 64;
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís-
Ponto de Interrogação mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
conotativas:
Marca uma entonação ascendente (elevação da Ex.: O home, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
voz) em tom questionador. que desejava.
Usa-se: Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual;
� Em frase interrogativa direta: � Para realçar uma palavra ou expressão imprópria,
Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia? às vezes com ironia ou malícia
� Entre parênteses para indicar incerteza: Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não”
que havia palavra melhor no contexto; sonoro;
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar � Para citar nomes de mídias, livros etc.
surpresa: Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?); Colchetes
� E interrogações retóricas:
Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro Representam uma variante dos parênteses, porém
que não jogaremos comida fora à toa”). tem uso mais restrito.
Usam-se nos seguintes casos:
Ponto de Exclamação
� Para incluir num texto uma observação de nature-
� É empregado para marcar o fim de uma frase com za elucidativa:
entonação exclamativa: Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de
Ex.: Que linda mulher! Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”;
Coitada dessa criança! � Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”),
� Aparece após uma interjeição: a fim de indicar que, por mais estranho ou errado
que pareça, o texto original é assim mesmo:
Ex.: Nossa! Isso é fantástico;
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
� Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
do.” (Machado de Assis);
Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
� Para indicar os sons da fala, quando se estuda
� É repetido duas ou mais vezes quando se quer
Fonologia:
marcar uma ênfase:
Ex.: mel: [mɛw]; nem: [bẽy];
Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50 � Para suprimir parte de um texto (assim como
metros em 20 segundos!!! parênteses)
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
Reticências desceu as escadas apressadamente. ou
Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des-
São usadas para: ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí-
vel segundo as normas da ABNT).
� Assinalar interrupção do pensamento:
Ex.: ― Estou ciente de que... Asterisco
― Pode dizer...
� Indicar partes suprimidas de um texto: � É colocado à direita e no canto superior de uma
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois palavra do trecho para se fazer uma citação ou
comentário qualquer sobre o termo em uma nota
desceu as escadas apressadamente. (Também pode
de rodapé:
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
depois desceu as escadas apressadamente.)
triste acrescido do sufixo -eza*.
� Para sugerir prolongamento da fala:
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias?
vo, o que origina um novo substantivo;
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...
LÍNGUA PORTUGUESA
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL Veja agora uma lista com os casos mais abordados
em concursos:
Concordância do Infinitivo
� Sujeito posposto distanciado
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal: Ex.: Viviam o meio de uma grande floresta tropical
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei- brasileira seres estranhos;
to esclarecido) � Verbos impessoais (haver e fazer)
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.
implícito “nós”)
Havia problemas no setor.
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
(dois pronomes implícitos: eu, nós)
vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável);
Até me encontrarem, vocês terão de procurar
� Verbo na voz passiva sintética
muito. (preposição no início da oração)
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta;
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
� Verbo concordando com o antecedente correto
(verbos pronominais)
do pronome relativo ao qual se liga
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
indicando tempo) Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
Estudo para me considerarem capaz de aprova- tinham experiência;
ção. (pretensão de indeterminar o sujeito) � Sujeito coletivo com especificador plural
Para vocês terem adquirido esse conhecimento, Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram;
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com- � Sujeito oracional
posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
particípio); singular);
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal: � Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun-
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu- to ou complemento no plural
ção verbal) Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono atrito. (verbo no singular).
sendo sujeito do infinitivo).
Casos Facultativos
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o
impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
estádio;
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
com valor genérico)
fizeram rir;
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
z Fui eu quem faltou/faltei à aula;
dido de preposição de ou para)
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de
imperativo) z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura
brasileira;
� Concordância do verbo parecer z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
Flexiona-se ou não o infinitivo. ciência. (1,5% corresponde ao singular);
Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o z Chegaram/Chegou João e Maria;
equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta- z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram
vam confiantes”, portanto o infinitivo é flexionado aqui;
de acordo com o sujeito, no plural) z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, brasileira;
logo o infinitivo será impessoal); z O problema do sistema é/são os impostos;
� Concordância dos verbos impessoais z Hoje é/são 22 de agosto;
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
sempre na 3ª pessoa do singular. a aprovação;
Ex.: Havia sérios problemas na cidade. z Deixei os rapazes falar/falarem tudo.
Fazia quinze anos que ele havia se formado.
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo Silepse de Número e de Pessoa
auxiliar fica no singular)
Trata-se de problemas psicológicos. Conhecida também como “concordância irregular,
62 Geou muitas horas no sul; ideológica ou figurada”.
Vejamos os casos: Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
existem complicados”.
z Silepse de número: usa-se um termo discordando Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
do número da palavra referente, para concordar então é um adjunto adnominal.
com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali- z Com função de predicativo do objeto
dade: todas as flores);
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do Recomenda-se concordar com a soma dos substan-
processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu- tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de dância com o termo mais próximo.
diversas etnias, somos multiculturais. Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
CONCORDÂNCIA NOMINAL seus subordinados.
A substituição pode ser realizada por meio de z O amor materno é singular / O amor de mãe é
recursos como sinônimos, antônimos, locução ver- singular.
bal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal,
conectivos, dentre outros. Conectivos com Mesmo Valor Semântico
Antônimos
Importante!
Palavras que possuem significados diferentes, ou Identifique a relação que cada conector indica,
seja, significados opostos que podem ser usados para pois, ao substituir um conector por outro que não
substituir a palavra anterior. possui relação semântica, pode ocorrer mudan-
Ex.: ça no sentido do texto.
Ao usar um conectivo para substituir outro, é
z O homem estava nervoso e inquieto / O senhor necessário que ambos estabeleçam o mesmo
não estava calmo.
tipo de relação.
Locução Verbal
A seguir, relembraremos algumas das principais
Ao invés de usar a forma única do verbo, é pos- relações que os conectores expressam:
sível substituir o verbo por uma locução verbal e
vice-versa. z Adição: E, também, além disso, mas também;
Exs.: z Oposição: Mas, porém, contudo, entretanto, no
entanto;
z Vou solicitar os documentos amanhã / Solicitarei z Causa: Por isso, portanto, certamente;
os documentos amanhã. z Tempo: Atualmente, nos dias de hoje, na socieda-
de atual, depois, antes disso, em seguida, logo, até
Verbo por Substantivo e Vice-versa que;
z Consequência: Logo, consequentemente, por con-
Pode-se usar um substantivo correspondente no sequência;
lugar de um verbo ou vice-versa, desde que isso faça z Confirmação / Reafirmação: Ou seja, nesse sen-
sentido dentro do contexto. tido, nessa perspectiva, em suma, em outras pala-
Exs.: vras, dessa forma;
z Hipótese / Probabilidade: A menos que, mesmo
z Caminhar: caminho; que, supondo que;
z Resolver: resolução; z Semelhança: Do mesmo modo, assim como, bem
z Trabalhar: trabalho; como;
z Necessitar: necessidade; z Finalidade: Afim de, para, para que, com a finali-
z Estudar: estudos; dade de, com o objetivo de;
LÍNGUA PORTUGUESA
z O coronel da polícia militar fez duas operações: a A relação de sentido estabelecida na tirinha é
primeira no Morro do sacramento, a segunda no construída a partir dos sentidos opostos das palavras
pulmão. (errado) “prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nes-
Motivo: As ideias não mantêm relação de coorde- se contexto.
nação. O correto seria relacionar dois locais ou
dois órgãos.
O coronel da polícia militar fez uma operação no
Morro do sacramento, posteriormente, passou por HORA DE PRATICAR!
uma cirurgia no pulmão. (correto);
z Afonso tem um carro a diesel e outro importado. 1. (IADES — 2021)
(errado)
Motivo: Não podemos relacionar a origem do car- Iphan restaura o Forte de Coimbra
ro e o tipo de combustível.
Afonso tem um carro movido a diesel, ele possui Iniciou-se, em Mato Grosso do Sul (MS), a recuperação
um outro carro, importado. (correto) do histórico Forte de Coimbra, localizado no distrito
LÍNGUA PORTUGUESA
Conforme as regras de ortografia e de acentuação grá- 3. (IADES — 2021) Em “Um consenso é o de que a ali-
fica vigentes, bem como as questões gramaticais do mentação precisa ser baseada em alimentos.”, o ter-
texto, assinale a alternativa correta. mo sublinhado é
a) O trecho “assim como seu contemporâneo” (linha 10) a) pronome oblíquo e faz referência a consumo.
poderia ser substituído corretamente pela redação da b) artigo definido masculino e substitui “consenso”.
mesma forma que seu conterrâneo, pois os vocábulos c) pronome demonstrativo e faz referência a “consenso”.
estão grafados corretamente e mantêm o sentido ori- d) pronome demonstrativo e faz referência a requisitos
ginal do texto. universais.
b) Na linha 27, a forma plural do vocábulo “mantém” e) pronome oblíquo e faz referência às ideias com as
deve ser acentuada da mesma forma se substituirmos quais muitos comungam.
“Exército” por Forças Armadas.
c) Na linha 21, o vocábulo “Fundamentalmente” poderia 4. (IADES — 2021) Texto 2 para responder à questão:
ser substituído corretamente pela forma Básicamente.
d) Na linha 20, as palavras “período” e “história” são acen- Homem é preso com mais de 110 papelotes de
tuadas por causa da presença de ditongos. entorpecentes
e) A palavra “espanhóis” (linha 15) está corretamente
acentuada porque o ditongo aberto a finaliza, mas, se Em Marituba, região metropolitana de Belém, um
ele não estivesse nesta posição, a palavra não levaria homem foi preso por tráfico de drogas após ter sido
acento, conforme o Novo Acordo Ortográfico. abordado por militares do 21o Batalhão de Polícia Mili-
tar (21o BPM), na noite de terça-feira, em que havia um
Leia o texto a seguir para responder às questões 2 e 3: festejo. O homem, que possuía um mandado de prisão
em aberto, foi flagrado armazenando uma expressiva
“ Alimentação saudável” é uma expressão tão repetida quantidade de entorpecentes na residência em que
– desde a publicidade até os debates públicos – que morava.
parece ser um senso comum. Mas o que vem a ser Os policiais realizavam motopatrulhamento pelo bair-
alimentação saudável de fato? ro Canaã, quando avistaram o homem que circulava
em atitude suspeita na travessa Confiança. A equi-
Dependendo do tipo de alimentação que uma pessoa pe então se aproximou para realizar a abordagem e,
tem, ela terá mais ou menos saúde, mais ou menos durante a revista pessoal, encontraram com o suspei-
doença. A alimentação que é saudável, que dá mais to uma pequena quantidade de drogas. Ao ser questio-
saúde para as pessoas e as ajudam a viver mais e nado, o homem confessou aos policiais que mantinha
melhor, com mais bem-estar, é também a alimentação mais quantidade de entorpecentes na residência onde
que é produzida por um sistema alimentar que agride morava. Ao chegarem ao local indicado, os militares
menos o meio ambiente e promove mais igualdade. constataram a presença dos entorpecentes.
Os alimentos variam de lugar para lugar – mas há requi- Além disso, os militares também realizaram buscas
sitos que são, digamos, universais. Um consenso é o no sistema Infopen e constataram que já havia um
de que a alimentação precisa ser baseada em alimen- mandado de prisão em nome do suspeito e, por isso, o
tos. Parece uma constatação óbvia, mas não é. Nas homem foi preso em flagrante e conduzido, junto com
últimas décadas, mais e mais pessoas se alimentam o material apreendido, para a seccional de Marituba
não propriamente de alimentos naturais – ou destes onde passou pelos procedimentos cabíveis.
alimentos modificados como vem sendo há séculos,
milênios –, mas consumindo fórmulas, formulações Disponível em: <https://www.pm.pa.gov.br/component/content/
article/80- blog/news/>. Acesso em: 7 dez. 2020, com adaptações.
industriais. Por mais que tenhamos a capacidade tec-
nológica e industrial de criar esses compostos, eles
70
Nas duas ocorrências de “em que”, na linha 4 e na linha 6. (IADES — 2021) Texto 2 para responder à questão:
7, a expressão poderia, sem alterar o sentido e nem
promover incorreção ao texto, ser substituída, respec- Recentemente, em 2015, a Lei nº 13.104 alterou o art.
tivamente, por 121 do Código Penal Brasileiro, para prever o feminicí-
dio. A referida lei criou também causa de aumento de
a) onde e onde. 1/3 até 1/2 para os casos em que o feminicídio tenha
b) a qual e a qual. sido praticado dentro de certas hipóteses ou circuns-
c) na qual e no qual. tâncias elencadas na norma, além de incluir o femi-
d) quando e onde. nicídio no rol dos crimes hediondos. Paralelamente,
e) onde e aonde. no âmbito do Direito Internacional, o Brasil ratificou a
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
5. (IADES — 2021) de Discriminação contra a Mulher, da Organização das
Nações Unidas (ONU), e a Convenção Interamericana
O Mato Grosso do Sul e sua arquitetura para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher (Convenção de Belém do Pará, da Organização
A arquitetura histórica presente em Corumbá e Miran- dos Estados Americanos (OEA). São medidas legisla-
da é de grande valor para a região e para o País. Corum- tivas que representam conquistas relevantes em prol
bá, localizada às margens do Rio Paraguai e capital do da efetivação dos direitos humanos, notadamente,
Pantanal, é uma cidade que foi quase destruída com a quanto aos direitos das mulheres. Em matéria de polí-
Guerra do Paraguai, tendo parte de suas edificações e ticas públicas, atualmente, o Brasil conta com ações
de seu traçado urbano tombada como patrimônio da diversificadas por meio da Secretaria de Políticas para
União pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Mulheres, que possui um programa de ação conjunta
Nacional (Iphan) há 30 anos. Os casarões do século que envolve diferentes setores, em especial: assistên-
19, também presentes no sítio, retratam um período cia social, justiça e segurança pública. O programa
de imensa riqueza econômica, com a importação de visa ampliar e melhorar a qualidade do atendimento à
produtos da Europa que chegavam pela Bacia do Pra- mulher em situação de violência, à humanização e ao
ta. Em Miranda, o processo de tombamento federal de adequado encaminhamento das causas. Assim, con-
algumas edificações importantes já está encaminha- siderando o caráter multidimensional do problema da
do. Foram, entretanto, os ciclos do gado e da ferrovia violência doméstica contra a mulher, tornou-se neces-
Noroeste do Brasil que trouxeram o desenvolvimento sária a implantação, por meio do Estado brasileiro, de
e a integração para Mato Grosso do Sul (MS). Fazen- diversas medidas coibidoras desse tipo de violência.
das rurais e sua arquitetura tipicamente mineira fun- Considera-se que a lei possui um aspecto sistêmico
dem-se com o estilo eclético dos edifícios ferroviários de proteção à mulher vítima de violência doméstica,
– estações, rotundas, residências e armazéns, dese- na medida em que trouxe um conjunto de medidas
nhando o mosaico da arquitetura histórica do estado. que abrangem áreas da sociologia, da psicologia e do
Com a ferrovia, vieram os construtores, os materiais Direito, com destaque aos órgãos policiais e demais
e os novos estilos arquitetônicos em voga nas cida- órgãos de apoio às ações de proteção, como casas de
des mais importantes do País e do mundo e, assim, os acolhimento, assistentes sociais municipais e outros.
casarões, os edifícios comerciais e os novos prédios
institucionais começam a ser erguidos. Técnicas de Disponível em: <https://www.mpm.mp.br/portal/wp-content/uploads
/2018/06/edicao27.pdf>. Acesso em: 1o jan. 2021, com adaptações.
ornamentação e elementos de revestimento impreg-
naram as edificações que foram sendo erguidas no
final do século 19 e início do século 20. Novas cidades No último período do texto, a locução “na medida em
surgem no cenário geográfico como municípios dota- que” apresenta a
dos com a presença de importantes edifícios em estilo
eclético e art déco. Todo esse patrimônio é desconhe- a) razão de a lei possuir um aspecto sistêmico de prote-
cido do povo brasileiro, que tem referências sobre MS ção à mulher vítima de violência e, por isso, essa locu-
pelas belezas naturais de Bonito ou por meio das notí- ção pode ser substituída por na medida que, sem que
cias ruins de drogas e contrabando. haja alteração de sentido e nem prejuízo gramatical.
b) noção de que quanto mais leis maior garantia de pro-
Disponível em: <https://revistacontinente.com.br/edicoes>. Acesso teção às mulheres por parte da sociedade civil e dos
em: 27 ago. 2021, com adaptações. órgãos policiais. Desse modo, é correto substituir essa
locução por a medida que.
Em “Foram, entretanto, os ciclos do gado e da ferrovia c) explicação do porquê de o fato de a lei possuir um
Noroeste do Brasil que trouxeram o desenvolvimento e caso sistêmico de proteção à mulher vítima de violên-
a integração para Mato Grosso do Sul (MS).” (linhas de cia doméstica gerar medidas protetivas em diversas
LÍNGUA PORTUGUESA
13 a 16), “entretanto” poderia ser substituído, sem que áreas. Assim, essa locução pode ser substituída por
isso acarretasse incorreção gramatical e nem altera- uma vez que, sem alteração de sentido e nem prejuízo
ção de seu sentido original, pela conjunção gramatical.
d) relação entre a criação de leis e a proteção à mulher
a) contanto. vítima de violência em diversos aspectos. Assim, a
b) portanto. locução mencionada pode ser substituída por à pro-
c) contudo. porção que, sem alteração de sentido e nem prejuízo
d) conquanto. gramatical.
e) porquanto. e) ideia de que um conjunto de medidas policiais e
sociais, que abrangem áreas diversas, resultam no
fato de se considerar que a lei possui um aspecto
sistêmico de proteção à mulher vítima de violência.
71
Dessa maneira, essa locução pode ser substituída por De acordo com a significação contextual das palavras
visto que, sem que haja alteração de sentido e nem e dos trechos que compõem o texto, assinale a alter-
prejuízo gramatical. nativa correta.
7. (IADES — 2021) Texto 1 para responder à questão. a) A substituição do vocábulo “adequada” (título) pelo
antônimo apropriada alteraria a mensagem original.
Uma visão militar sobre o combate às drogas: esforço b) O vocábulo “além” (linha 1) funciona como sinônimo
conjunto na preservação de valores de aquém.
c) A substituição do trecho “inclusive aquelas” (linha 11)
Na atualidade, o tema drogas está presente na socie- pela construção com exceção daquelas preservaria o
dade brasileira e internacional, entranhando-se em sentido original.
todos os meios. Além disso, é tratado, muitas vezes, d) O vocábulo “essenciais” (linha 10) refere-se aos com-
com indiferença pelos que não são afetados pelos postos dispensáveis para a manutenção da saúde e a
nefastos danos produzidos no tecido social. Portanto, prevenção de muitas doenças.
a sua abordagem admite variados aspectos, desde os e) A mensagem do texto seria alterada caso a redação
tratados filosóficos, passando pelos traços culturais Entretanto, ela influencia, e bastante, na saúde fosse
e psicossociais de cada região ou país, para, por fim, empregada no lugar do período “Portanto, ela influen-
refletir no campo militar com suas consequências. cia, e muito, na saúde.” (linhas 4 e 5).
Sendo assim, esse assunto está presente constante-
mente na agenda do comandante em todos os níveis, 9. (IADES — 2021)
em particular na rotina do comandante de Organiza-
ção Militar (OM). Portanto, é importante tratá-lo de for- Guia Alimentar para a População Brasileira
ma objetiva no que diz respeito às suas causas e suas
consequências dentro da vida diária da caserna, nas Nas últimas décadas, o Brasil passou por diversas
polícias e nas Forças Armadas de maneira geral e, em mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais
particular, no tocante ao Exército Brasileiro (EB). que evidenciaram transformações no modo de vida da
Ao final, conclui-se que essa circunstância social pode população. A ampliação de políticas sociais na área
influenciar, também, nos pilares básicos da instituição de saúde, educação, trabalho e emprego e assistência
militar, quais sejam, a hierarquia e a disciplina, bens social contribuiu para a redução das desigualdades
jurídicos tutelados pelo Estado e fundamentais para a sociais e permitiu que o País crescesse de forma inclu-
manutenção do ordenamento militar. siva. Também se observou rápida transição demográ-
fica, epidemiológica e nutricional, apresentando, como
Disponível em: < https://www.mpm.mp.br/portal/wp-content/ consequências, maior expectativa de vida e redução
uploads/2018/06/edicao26.pdf> . Acesso em: 29 dez. 2020, com do número de filhos por mulher, além de mudanças
adaptações.
importantes no padrão de saúde e consumo alimentar
da população brasileira.
Em “Além disso, é tratado, muitas vezes, com indi-
As principais doenças que atualmente acometem os
ferença pelos que não são afetados pelos nefastos
brasileiros deixaram de ser agudas e passaram a ser
danos produzidos no tecido social.” , a palavra subli-
crônicas. Apesar da intensa redução da desnutrição
nhada poderia ser substituída por
em crianças, as deficiências de micronutrientes e a
desnutrição crônica ainda são prevalentes em grupos
a) ditosos. vulneráveis da população, como em indígenas, quilom-
b) propícios. bolas e crianças e mulheres que vivem em áreas vul-
c) convenientes. neráveis. Simultaneamente, o Brasil vem enfrentando
d) auspiciosos. aumento expressivo do sobrepeso e da obesidade em
e) desfavoráveis. todas as faixas etárias, e as doenças crônicas são a
principal causa de morte entre adultos.
8 (IADES — 2021) Qual o papel de uma alimentação Para o enfrentamento desse cenário, é emergente a
adequada e saudável no período da pandemia de necessidade da ampliação de ações intersetoriais que
Covid-19? repercutam positivamente sobre os diversos determi-
A função dos alimentos vai muito além de simplesmen- nantes da saúde e nutrição. A promoção da alimenta-
te nos manter saciados. Uma alimentação adequada e ção adequada e saudável no Sistema Único de Saúde
saudável garante uma boa nutrição e o funcionamento deve fundamentar-se nas dimensões de incentivo,
adequado de todo o corpo. Portanto, ela influencia, e apoio e proteção da saúde e deve combinar iniciativas
muito, na saúde. focadas em políticas públicas saudáveis, na criação
Alimentos in natura, como frutas, legumes, verduras, de ambientes saudáveis, no desenvolvimento de habi-
grãos diversos, oleaginosas, tubérculos, raízes, carnes lidades pessoais e na reorientação dos serviços de
e ovos, são saudáveis e excelentes fontes de fibras, saúde na perspectiva da promoção da saúde.
de vitaminas, minerais e de vários compostos que são
essenciais para a manutenção da saúde e a prevenção Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes>.
de muitas doenças, inclusive aquelas que aumentam Acesso em: 29 jul. 2021, com adaptações.
o risco de complicações do novo Coronavírus, como
diabetes, hipertensão e obesidade. Em “A ampliação de políticas sociais na área de saú-
de, educação, trabalho e emprego e assistência social
Disponível em: <https://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-me- contribuiu para a redução das desigualdades sociais
alimentar-melhor>. Acesso em: 21 jul. 2021, com adaptações.
e permitiu que o País crescesse de forma inclusiva.”
(linhas de 4 a 7), o período é formado por
in natura: obtido diretamente da natureza, sem ter
72 sofrido alteração, sem ser processado.
a) uma oração absoluta em ordem direta e, por isso, é d) Em “O sociólogo francês Pierre Bourdieu afirma que é
considerado simples. ‘provavelmente nos gostos alimentares que se pode
b) duas orações coordenadas e uma subordinada que encontrar a marca mais forte e indelével do aprendiza-
complementa a segunda oração coordenada com o do infantil. São lições que resistem por mais tempo à
que foi permitido com a ampliação de políticas sociais. distância ou ao colapso do ‘mundo nativo’’ (...)”, (linhas
c) orações coordenadas que apresentam ideias que se de 3 a 7), o ponto não pode ser substituído por vírgula
somam por meio da conjunção aditiva “e”. e nem por ponto e vírgula em razão de indicar o final de
d) orações subordinadas que apresentam ideias que uma declaração.
se integram por meio das conjunções “para” e “que”, e) Em “Isso porque são os únicos que se conectam direta-
respectivamente. mente com o hipocampo – o centro da memória de longo
e) orações coordenadas e subordinadas que, respectiva- prazo do cérebro.” (linhas de 20 a 22), o travessão poderia
mente, apresentam ideias que se somam, por meio da ser substituído por parênteses, mas não por vírgula.
conjunção aditiva “e”, e ideias que apresentam finali-
dade, por meio da conjunção “para”. 11. (IADES — 2021) Texto 1 para responder a questão:
10. (IADES — 2021) Água e sabão: entenda a química que torna a lavagem
de mãos tão eficaz
Comida é memória, afeto e identidade
O sabão possui uma função emulsificante, que ajuda
Na literatura, no cinema, nas ciências, na filosofia e reli- a unir água a gorduras, e, também, permite a remoção
gião, existem evidências da relação entre memória e mecânica tanto da sujeira quanto de micro-organis-
comida. O sociólogo francês Pierre Bourdieu afirma que mos. Isso quer dizer que ele é capaz de unir moléculas
é “provavelmente nos gostos alimentares que se pode que normalmente não ficariam unidas, agindo como
encontrar a marca mais forte e indelével do aprendizado ponte para que elas sejam carregadas pela água. Em
infantil. São lições que resistem por mais tempo à dis- tempos de pandemia, o objetivo é tirar o máximo des-
tância ou ao colapso do ‘mundo nativo’ (conhecido pelo ses micróbios, como vírus, bactérias, fungos e proto-
mundo dos gostos primordiais e alimentos básicos) e que zoários, por exemplo, de circulação.
conservam a nostalgia.” O escritor francês Marcel Proust “É por isso que essa é uma orientação dada para quem
concluiu que o olfato e o paladar têm o poder de convocar foi ao banheiro, vai preparar uma refeição ou tocar
o passado. Ao se conectar com suas memórias, Proust pessoas vulneráveis, independentemente de qualquer
rompe com o incômodo vazio de sua escrita e produz a pandemia”, ressalta o infectologista Jamal Suleiman,
obra Em Busca do Tempo Perdido, considerada um dos do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. As moléculas
principais clássicos da literatura mundial. Sua vida reco- de sabão têm duas “pontas”: uma hidrofílica, capaz de
meça com um gole de chá e um pedaço de bolo: “Mas, no se prender às moléculas de água, e outra hidrofóbica,
mesmo instante em que aquele gole, de envolta com as que se une às moléculas de óleos, gorduras e sujei-
migalhas do bolo, tocou o meu paladar, estremeci, atento ras. Uma vez que se enxáguam a mão e outras partes
ao que se passava de extraordinário em mim”. A neuro- do corpo, essa combinação age como uma conexão
ciência comprovou que Proust estava certo. Os sentidos entre as moléculas de água e de restos de vírus e
do olfato e do paladar são exclusivamente sentimentais. sujeiras, carregando-as ralo abaixo.
Isso porque são os únicos que se conectam diretamente A função emulsificante faz com que o sabão grude na
com o hipocampo – o centro da memória de longo prazo proteção do Coronavírus, rompendo-a. “As bactérias e
do cérebro. A visão, o tato e a audição são processados boa parte dos vírus têm capas de gordura, chamadas
primeiro pelo tálamo – a fonte da linguagem e porta de de membrana e envelope, respectivamente. A função
entrada para a consciência. É por isso que esses são bem dessa capa é proteger o micro-organismo do ambien-
menos eficientes em trazer à tona o passado. te. O sabão rompe essa proteção, fazendo com que
essas bactérias e vírus morram”, explica Laura de Frei-
Disponível em: <https://fbssan.org.br/2015/06/>. Acesso em: 29 jul. tas, doutora em biociências e biotecnologia na Unesp.
2021, com adaptações.
Disponível em: <https://www.uol.br/tilt/noticias/>. Acesso em: 5 mar.
Em relação à pontuação no texto, assinale a alternati- 2021, com adaptações.
va correta.
No que tange à pontuação, à ortografia e à concordân-
a) A vírgula após a enumeração que inicia o texto justifi- cia nos trechos “Uma vez que se enxáguam a mão e
ca-se porque adjuntos adverbiais são sempre seguidos outras partes do corpo, essa combinação age como
dessa pontuação, independentemente de sua extensão. uma conexão entre as moléculas de água e de restos
b) Em “Ao se conectar com suas memórias, Proust rom- de vírus e sujeiras, carregando-as ralo abaixo.” e “A
LÍNGUA PORTUGUESA
pe com o incômodo vazio de sua escrita e produz a função dessa capa é proteger o micro-organismo do
obra Em Busca do Tempo Perdido, considerada um ambiente.” , assinale a alternativa correta.
dos principais clássicos da literatura mundial.” (linhas
de 11 a 14), a primeira vírgula se justifica porque a pri- a) No primeiro trecho, a vírgula inicial é obrigatória por-
meira oração é adjetiva e antecede a oração principal. que houve uma inversão na ordem direta do período.
c) Em “Na literatura, no cinema, nas ciências, na filosofia b) No primeiro trecho, a forma verbal “enxáguam” estaria
e religião, existem evidências da relação entre memó- incorreta caso o termo “outras partes do corpo” fosse
ria e comida.” (linhas de 1 a 3), a vírgula que antecede- substituído por sua forma no singular.
ria “na literatura, no cinema, nas ciências, na filosofia e c) No primeiro trecho, estaria incorreto utilizar, respecti-
religião” não seria obrigatória se o período fosse estru- vamente, artigo definido masculino singular e femini-
turado na ordem direta. no plural antecedendo “vírus” e “sujeiras”.
73
d) No segundo trecho, a expressão “dessa capa” deveria b) O arquiteto representa o profissional mais impactado
estar entre vírgulas por ser uma explicação. pela pandemia, pois foi obrigado a ressignificar a sua
e) No segundo trecho, a grafia da palavra “micro-organis- profissão.
mo” pode ser corretamente substituída por microorga- c) No mundo pós-pandemia, os novos edifícios serão for-
nismo, microrganismo e micr’organismo. çados a atender a normas que reduzam a possibilidade
de contaminação, de aglomerações ou de contato físi-
Leia o texto a seguir para responder às questões 12 e 13: co entre pessoas ou com superfícies contaminadas.
d) O edifício onde se instala a empresa de resíduos Bee’ah,
Novas arquiteturas nos Emirados Árabes, é um exemplo de que, mesmo
bem antes da pandemia, alguns projetos já considera-
Em meio a tantos questionamentos sobre os impactos vam a necessidade de evitar as doenças transmitidas
da pandemia nas cidades, é inevitável não pensar tam- pelo contato com superfícies contaminadas.
bém no papel e na resiliência da arquitetura. Com está- e) No último parágrafo, a aposta dos arquitetos se opõe
dios se transformando em hospitais de campanha, a à expectativa da autora em relação aos impactos da
adaptabilidade dos espaços construídos e a escolha pandemia na arquitetura, o que coloca em evidência o
por estruturas rápidas e flexíveis prometem influenciar caráter controverso da questão.
as construções futuras.
Com muitas das doenças, incluindo o coronavírus, Leia o texto a seguir para responder às questões 14 e 15:
sendo transmitidas especialmente pelo contato com
superfícies contaminadas, a tecnologia poderá ser Tecnologia da Informação e Eficiência Bancária no Brasil
outro fator decisivo para conceber os novos edifícios.
É o caso do projeto assinado pelo escritório de Zaha Com o advento da alta expansão do uso de computa-
Hadid para a empresa de resíduos Bee’ah, nos Emi- dores na sociedade ocorrendo na década de 1990 e a
rados Árabes. Desenvolvido para ter “caminhos sem proliferação massificada do uso da internet no mundo
contato”, tudo foi pensado para que os funcionários após o ano 2000, há uma necessidade cada vez maior
evitassem o toque por meio de elevadores controla- das empresas em compreender e direcionar o melhor
dos pelo smartphone e portas que se abrem via reco- uso da tecnologia da informação (TI). A l g u n s
nhecimento facial. defendem que a TI é parte intrínseca das organiza-
Os complexos corporativos também estão na mira de ções modernas e, portanto, exerce um papel crucial
mudanças. Se, até hoje, tínhamos amplos planos aber- no crescimento das firmas e dos países e na dinâmica
tos de escritórios e uma grande densidade de mesas competitiva dos mercados, mas outros questionam
próximas umas das outras, arquitetos apostam que esses ganhos na medida em que o acesso à tecnolo-
daqui pra frente empresas se organizarão em ilhas de gia da informação é cada vez mais fácil. Para estes, a
funcionários, corredores mais largos e ambientes com TI por si só já não é mais suficiente para a criação de
janelas mais generosas para ventilação. vantagem competitiva; ela deve estar aliada a outros
fatores como processos e capital intelectual, ou seja,
Disponível em: <https://www.cidades21.com.br/ o-futuro-do- a competitividade organizacional é alavancada pelo
urbanismo-e-da-arquitetura-na-cidade-da-pos-pandemia/>. Acesso melhor uso dos recursos de TI. Os usos da TI nos ban-
em: 14 ago. 2021, com adaptações.
cos brasileiros começou em meados da década de
1960 e, atualmente, os recursos alocados à TI fazem
12. (IADES — 2021) Com base nas regras de concordância parte de grande fatia dos orçamentos anuais de todos
prescritas pela norma-padrão e nas relações morfos- os bancos. Com isso, a tecnologia bancária brasilei-
sintáticas estabelecidas no texto, assinale a alternati- ra é reconhecida mundialmente como referência em
va correta. qualidade e inovação, sendo uma das redes bancárias
mais integradas, mesmo que com uma grande distri-
a) A forma verbal “prometem” (linha 6) foi empregada corre- buição geográfica. No Brasil, a eficiência do sistema
tamente na terceira pessoal do plural para concordar com bancário tem evoluído em função de uma série de
o sujeito “estruturas rápidas e flexíveis” (linhas 5 e 6). fatores, como a desregulamentação e as aquisições
b) Caso a autora substituísse a construção “Com muitas que vêm ocorrendo no setor. Entretanto, ainda é limi-
das doenças” (linha 7) pela redação Com grande parte tado o conhecimento a respeito dos reais ganhos de
das doenças, a forma “transmitidas” deveria ser man- eficiência gerados pelas despesas que os bancos bra-
tida no plural. sileiros incorrem com TI.
c) A forma verbal “tínhamos” (linha 18) poderia ser subs-
tituída pela construção haviam. Disponível em: https://www.insper.edu.br/ Acesso em: 31 de maio de
d) O termo sublinhado no trecho “que se abrem” (linha 2021, com adaptações.
16) poderia ser substituído pela construção o qual.
e) Caso fosse necessário incluir a construção e inte- 14. (IADES — 2021) De acordo com o texto, há uma neces-
riores logo após o termo sublinhado no trecho “pelo sidade cada vez maior por parte das empresas em
contato com superfícies contaminadas” (linhas 8 e 9), compreender e direcionar o melhor uso da tecnologia
a nova redação deveria ser pelo contato com superfí- da informação (TI)
cies e interiores contaminados.
a) desde a proliferação do uso da internet e a alta expan-
13. (IADES — 2021) De acordo com as informações do são do uso de computadores no século 21.
texto, assinale a alternativa correta. b) por ser a TI uma parte relevante das organizações
modernas e gerar o crescimento das empresas e dos
a) A instalação de hospitais de campanha em estádios, países.
necessidade imposta pela pandemia, trouxe experiên-
cias que prometem influenciar o futuro da arquitetura.
74
c) porque a tecnologia bancária brasileira é mundial- Química mudou isso de forma radical. Hoje, o CRIS-
mente conhecida, mesmo com grande distribuição PR é utilizado em laboratórios de pesquisa no mun-
geográfica. do inteiro como uma ferramenta capaz de ajudar em
d) para que se obtenha um conhecimento maior a respei- futuros tratamentos de doenças como o câncer, for-
to dos reais ganhos de eficiência ocasionados pelas talecer o sistema imunológico ou desligar partes do
despesas dos bancos com a TI. DNA responsáveis por doenças hereditárias. O Centro
e) embora haja opiniões divergentes acerca da relação de Pesquisas sobre o Genoma na Universidade de São
entre o uso da TI e os seus resultados para as empre- Paulo usa o CRISPR.
sas e os países.
Disponível em: <https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/>.
15. (IADES — 2021) Em “outros questionam esses ganhos Acesso em: 28 fev. 2021 (fragmento), com adaptações.
na medida em que o acesso à tecnologia da informa-
ção é cada vez mais fácil.” (linhas de 9 a 11), a expres- No que se refere à compreensão e intelecção do texto
são sublinhada indica que o (s) apresentado, assinale a alternativa correta.
a) acesso à tecnologia é cada vez maior à proporção que a) As duas cientistas citadas no texto ganharam o Prê-
as firmas e os países crescem na dinâmica competiti- mio Nobel de Química pelo desenvolvimento de um
va dos mercados. novo antibiótico em 2012.
b) países e as firmas que compõem o mercado cres- b) O sistema CRISPR, desenvolvido pelas mencionadas
cem conforme se facilita o acesso à tecnologia da cientistas, consiste em uma técnica eficiente também
informação. no auxílio ao tratamento vindouro de certas doenças.
c) crescimento dos países e das firmas na dinâmica c) O sistema CRISPR destina-se especificamente ao tra-
competitiva dos mercados é questionado porque há tamento de diversos tipos de câncer.
cada vez mais facilidade no acesso à tecnologia da d) A técnica aludida foi apresentada pelas pesquisado-
informação. ras em um congresso científico em Porto Rico.
d) crescimento das firmas e dos países é para, na dinâmi- e) Segundo o texto, o sistema CRISPR foi resultado de
ca competitiva dos mercados, mostrar que o acesso à uma parceria entre a Alemanha, os Estados Unidos da
tecnologia da informação está facilitado hoje em dia. América e o Centro de Pesquisas sobre o Genoma na
e) acesso à tecnologia da informação é tamanho que a Universidade de São Paulo.
dinâmica competitiva dos mercados gerou crescimen-
to nas firmas e nos países. 17. (IADES — 2021)
16. (IADES — 2021) Texto 2 para responder a questão: História do Conselho Regional de Nutricionistas – 1a
Região
Duas cientistas ganham Nobel de Química por traba-
lho relacionado à genética Em 1980, um grupo de profissionais que esteve à
frente da luta pela aprovação da lei de criação dos
(7/10/2020) Duas cientistas ganharam o Prêmio Conselhos deu início ao funcionamento do Conselho
Nobel de Química por um trabalho relacionado à Regional de Nutricionistas – 1a Região (CRN-1). A pro-
genética. A americana Jennifer Doudna e a francesa vidência mais urgente da primeira gestão era inscrever
Emmanuelle Charpentier desenvolveram uma técnica os nutricionistas, inclusive os formandos da primeira
de edição genética que permite alterar o DNA de ani- turma do curso de Nutrição da Universidade de Bra-
mais, de plantas e de microrganismos com exatidão. A sília (UnB). Naquele ano, foram inscritos 92 profissio-
pesquisa contribuiu para novos tratamentos de câncer nais no Conselho Regional, que funcionava em uma
e para a cura de doenças hereditárias. É a primeira vez sala cedida ao Conselho Federal de Nutricionistas
que duas mulheres dividem o Prêmio Nobel. (CFN) pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutri-
As cientistas se conheceram em um café durante um ção (Inan).
congresso científico em Porto Rico. As conversas ren- A abrangência inicial do CRN-1 era Distrito Federal,
deram a ideia de desenvolverem juntas um novo anti- Goiás e Mato Grosso. Entre 1982 e 1990, foram incor-
biótico, mas acabaram criando uma ferramenta que, porados os estados do Pará, do Acre, do Amazonas
em 2012, teve impacto revolucionário nas ciências da e de Rondônia e os então territórios do Amapá e de
vida. Foi assim que a academia sueca descreveu o tra- Roraima. Após esse período, esses estados forma-
balho das duas pesquisadoras. ram o CRN-7, criado pela Resolução CFN no 98/1990.
Em seus laboratórios na Alemanha e nos Estados Tocantins só passou a integrar a 1a Região em 1991.
Unidos da América, elas desenvolveram o sistema Para atender ao crescente número de profissionais
CRISPR, uma maneira de mudar, de editar o código inscritos, o CRN-1 instalou, além da sede no Distrito
LÍNGUA PORTUGUESA
genético, aquele conjunto de informações que dão as Federal, delegacias em Mato Grosso, em Goiás e, mais
características de uma pessoa e também de muitas recentemente, em Tocantins.
de nossas doenças. Essas informações estão conti- Para fortalecer ainda mais o Sistema CFN/CRN, des-
das no DNA, que fica dentro das células e tem o for- de 2002, os técnicos em Nutrição e Dietética também
mato que parece uma escada em caracol ou um trilho passaram a ser registrados nos Conselhos Regionais.
de trem. A técnica criada pelas pesquisadoras permite Conforme dados de outubro de 2018, esses profissio-
editar esse DNA com precisão, tirar uma parte e emen- nais totalizavam 1.046 dos inscritos no CRN-1.
dar as pontas, ou até mesmo substituir a parte que
Disponível em: <https://novoportal.crn1.org.br/quem-somos/>.
gera doenças e trocar por outra.
Acesso em: 21 jul. 2021, com adaptações.
Antes do sistema CRISPR, fazer edição genética era
algo caríssimo, difícil e muito sujeito a erros. Mas a
ferramenta criada pelas ganhadoras do Nobel de 75
Considerando a leitura compreensiva do texto, assina- Com base nas informações do texto e nas relações
le a alternativa correta. entre elas, assinale a alternativa correta.
a) O autor tem como propósito principal defender um a) A relação entre o conteúdo do texto e a mensagem
ponto de vista a respeito da evolução do Conselho expressa pelo título ressalta que o propósito principal
Regional de Nutricionistas – 1a Região (CRN-1) no da autora é descrever a qualidade dos serviços presta-
período de 1980 a 2002, o que explica a presença dos virtualmente e o perfil dos consumidores em tem-
constante de passagens dissertativas ao longo dos pos de pandemia.
parágrafos. b) Os percentuais 47% e 25% relacionam-se a informa-
b) A primeira gestão do CRN-1 tinha como única meta ções que servem para justificar a ideia de que o novo
inscrever os formandos da primeira turma do curso de Coronavírus acelerou um processo que já estava em
Nutrição da Universidade de Brasília (UnB). curso antes da pandemia: a digitalização das empre-
c) Desde 1991, o CRN-1 abrange apenas o Distrito Fede- sas e dos hábitos dos consumidores.
ral e os estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins. c) O texto é predominantemente dissertativo, pois está
d) Em um período de pelo menos cinco anos, o CRN-1 estruturado em torno de uma sequência de ideias que
abrangeu, ao mesmo tempo, Distrito Federal, Goiás, sustentam a seguinte opinião: a importância da digi-
Mato Grosso, Pará, Acre, Amazonas, Rondônia, Ama- talização das relações comerciais e bancárias só foi
pá, Roraima e Tocantins. reconhecida após o advento da pandemia no Brasil.
e) Como o Sistema CFN/CRN ainda era muito frágil, os d) A afirmação “No setor financeiro, o movimento não
técnicos em Nutrição e Dietética também passaram a é diferente” antecipa uma sequência de informações
ser registrados nos Conselhos Regionais desde 2002. que se opõem à mensagem principal do primeiro
parágrafo.
18. (IADES — 2021) e) Conclui-se que, para a autora, a digitalização das ope-
rações comerciais e bancárias jamais teria se expan-
O consumidor quer ser digital dido caso o mundo não tivesse começado a enfrentar
a pandemia que ainda está em curso.
Mesmo antes da pandemia já existia um processo de
digitalização das empresas e dos hábitos dos consu- 19. (IADES — 2021) O atual cenário alimentar que a popu-
midores em curso, mas o novo Coronavírus acelerou, lação está enfrentando é de transição, e todas as
e muito, isso. escolhas, os comportamentos diários e posiciona-
Nos primeiros seis meses de 2020, o e-commerce bra- mentos frente a problemas socioambientais podem
sileiro registrou um aumento de 47% no faturamento influenciar diretamente os recursos naturais disponí-
de vendas. De acordo com a EbitNielsen, este foi o veis. Tornam-se preocupantes as exigências pessoais
melhor resultado do comércio eletrônico nos últimos dos indivíduos frente à atual realidade produtiva, em
20 anos. O uso de aplicativos, que oferecem desde que a origem dos produtos e o caminho que eles per-
entretenimento até compras e delivery, também teve correm até chegar ao consumidor não é um fator rele-
um crescimento exponencial. Segundo estudo da vante para suas escolhas. Muitas empresas, porém,
AppsFlyer, empresa de análise de dados de aplicati- começam a repensar seus produtos e serviços como
vos, o download de apps cresceu, em média, 25% em modo de reduzir os impactos ambientais provocados
todo o País. ao longo da cadeia produtiva.
No setor financeiro, o movimento não é diferente. Uma das mais significantes mudanças na história
Segundo a pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Ban- moderna da alimentação veio com o crescimento
cária, em 2019, de cada dez transações bancárias, populacional e a industrialização das grandes cida-
mais de seis aconteceram pelos meios digitais, princi- des. A população passou a depender da indústria
palmente via internet e mobile banking. De 2018 para e do mercado, deixando de lado a horta e a comida
2019, o número de contas ativas com mobile banking preparada no lar. Em meio a todas essas mudanças,
cresceu 34%. No ano de 2020, apenas entre janeiro e os indivíduos passaram a não se preocupar em como
abril, o número de transações realizadas nesse canal conseguir seus alimentos, e sim em saber quais ali-
por pessoas físicas já registrou aumento de 22%. mentos escolher, diante de tantas opções “rápidas e
práticas” nas prateleiras dos mercados.
Disponível em:https://online.fliphtml15.com/. Acesso em: 27 maio Deste modo, levando em consideração todas as
2021, com adaptações mudanças nos hábitos alimentares da população, bem
como as consequências oriundas desse processo, tor-
e-commerce: comércio eletrônico que acontece em na-se necessário conhecer alternativas positivas que
lojas virtuais existentes na internet; versão digital do possam contribuir com o atual cenário que vivemos.
comércio físico de lojas e shoppings; delivery: serviço
de entrega, distribuição ou remessa; download: (bai- MOURA, Julia F. R. de. Slow Food: características do movimento e
xar, em uma tradução simples) ação de descarregar, atuação frente ao sistema alimentar contemporâneo. In. Revista
transferir, copiar arquivos e informações contidas em Contexto e Saúde, com adaptações.
um computador remoto para um computador espe-
cífico; apps: abreviação do termo aplicativos, que se Com relação à tipologia e aos sentidos do texto, assi-
refere a programas de computador para processar nale a alternativa correta.
dados de modo eletrônico, de forma a facilitar e redu-
zir o tempo do usuário ao executar uma tarefa; mobile a) O primeiro parágrafo corresponde à introdução de um
banking: banco móvel que disponibiliza alguns servi- texto informativo, em que se apresenta um ponto de
ços tipicamente bancários por celular ou outros dispo- vista acerca das empresas que vendem produtos ali-
sitivos móveis. mentícios e se descrevem alternativas alimentares.
76
b) O segundo parágrafo é narrativo e apresenta uma
5 C
sequência de fatos que contribuíram para que hoje
se dê preferência ao consumo de alimentos rápidos e 6 E
práticos.
c) O texto é injuntivo, já que pretende apresentar informa- 7 E
ções a respeito da importância de haver consciência
na hora da escolha do alimento. 8 E
d) O terceiro parágrafo é a conclusão de um texto disser- 9 B
tativo e apresenta alternativas positivas para o atual
cenário em que vivemos. 10 C
e) O texto é dissertativo, uma vez que objetiva discutir, de
forma genérica, o cenário alimentar de transição pelo 11 A
qual a população está passando. 12 E
14 e
Vencedora do Nobel de Química cria teste para detec-
tar a Covid-19 em cinco minutos 15 C
9 GABARITO
1 E
2 D
3 C
4 D
77
ANOTAÇÕES
78
z Números naturais ímpares: ao serem divididos por
2, deixam resto 1. Todos os números que terminam
em 1, 3, 5, 7 ou 9 são ímpares.
Há quatro operações básicas que podemos efetuar A multiplicação funciona como se fosse uma repe-
com estes números são: adição, subtração, multiplica- tição de adições. Veja:
ção e divisão. A multiplicação 20 x 3 é igual à soma do número 20
três vezes (20 + 20 + 20), ou à soma do número 3 vinte
z Adição: é dada pela soma de dois números. Ou vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3).
seja, a adição de 20 e 5 é: 20 + 5 = 25 Algo que é muito importante e você deve lembrar
sempre, são as regras de sinais na multiplicação de
Veja mais alguns exemplos:
números.
Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18
Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85
SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO
Principais Propriedades da Operação de Adição
Operações Resultados
z Propriedade comutativa: a ordem dos números + + +
não altera a soma.
- - +
Ex.: 115 + 35 é igual a 35 + 115.
+ - -
z Propriedade associativa: quando é feita a adição
- + -
de 3 ou mais números, podemos somar 2 deles,
primeiramente, e a depois somar o outro, em qual-
quer ordem, que vamos obter o mesmo resultado. Dica
Ex.: 2 + 3 + 5 = (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5) = 10 � A multiplicação de números de mesmo sinal
tem resultado positivo.
z Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da Ex.: 51 × 2 = 102; (-33) × (-3) = 99
adição, pois qualquer número somado a zero é � A multiplicação de números de sinais diferen-
igual a ele mesmo. tes tem resultado negativo.
Ex.: 25 × (-4) = -100; (-15) × 5 = -75
Ex.: 27 + 0 = 27; 55 + 0 = 55.
+ + + Dividendo = 18 x n + 15
Dividendo = 17 x (n+2) + 1
- - + 18 x n + 15 = 17 x (n+2) + 1
+ - - 18n + 15 = 17n + 34 + 1
18n – 17n = 35 – 15
- + - n = 20
Logo, n.(n+2) = 20.(20+2) = 20.22 = 440. Resposta:
Letra A.
Dica
2. (FGV — 2019) O resultado da operação 2+3×4−1 é:
� A divisão de números de mesmo sinal tem
resultado positivo.
a) 13.
Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3 b) 15.
� A divisão de números de sinais diferentes tem c) 19.
resultado negativo. d) 22.
Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24 e) 23.
Z N
b) Todo número inteiro tem antecessor.
Há 3 tipos de números no conjunto dos Números 2. (FCC — 2018) Os canos de PVC são classificados de
Racionais: acordo com a medida de seu diâmetro em polegadas.
Dentre as alternativas, aquela que indica o cano de
z Frações: maior diâmetro é:
a) 1/2.
Ex.: 8 3 7 etc.
b) 1 ¼.
3 , 5 , 11
c) 3/4.
z Números decimais. d) 1 ½.
e) 5/8.
Ex.: 1,75
Vamos deixar todos na forma decimal. Ou seja,
z Dízimas periódicas. vamos dividir o numerador pelo denominador da
fração. Veja:
Ex.: 0,33333... 5/8 = 0,625
½ = 0,5
Operações e Propriedades dos Números Racionais 1 ¼ = 1 + 0,25 = 1,25
¾ = 0,75
z Adição de números decimais: segue a mesma lógi- 1 ½ = 1 + 0,5 = 1,5
ca da adição comum. Logo, o maior diâmetro será 1 ½ polegadas, que
corresponde a 1,5 polegadas. Resposta: Letra D.
Ex.: 15,25 + 5,15 = 20,4
3. (FCC — 2017) Sabendo que o número decimal F é
z Subtração de números decimais: segue a mesma 0,8666 . . . , que o número decimal G é 0,7111 . . . e que
lógica da subtração comum. o número decimal H é 0,4222 . . . , então, o triplo da
soma desses três números decimais, F, G e H, é igual a:
Ex.: 57,3 – 0,12 = 57,18
a) 6,111 . . .
z Multiplicação de números decimais: aplicamos o b) 5,888 . . .
mesmo procedimento da multiplicação comum. c) 6
d) 3
82 Ex.: 4,6 × 1,75 = 8,05 e) 5,98
Podemos resolver de forma aproximada, somando: Operações com Frações
0,8666 + 0,7111 + 0,4222 = 1,9999 (aproximadamente 2)
A soma é aproximadamente 3×2 = 6. Frações nada mais são do que operações de divi-
4
Resposta: Letra C. são. Podemos, por exemplo, escrever 4 ÷ 8, como 8 .
Neste tópico, veremos todas as operações que
4. (FGV — 2016) Durante três dias, o capitão de um navio envolvem as frações, quais sejam: a adição, a subtra-
atracado em um porto anotou a altura das marés alta ção, a multiplicação e a divisão.
(A) e baixa (B), formando a tabela a seguir.
Adição ou Subtração de Fração
A B A B A B A B A B A
Para somar ou subtrair frações, é necessário ater-
1,0 0,3 1,1 0,2 1,3 0,4 1,4 0,5 1,2 0,4 1,0
-se, principalmente, aos denominadores, ou seja, à
“base” das frações. Vejamos duas situações possíveis:
A maior diferença entre as alturas de duas marés con-
secutivas foi: z Denominadores iguais (nessa situação, basta repe-
a) 1,0. tir as bases e operar os numeradores):
b) 1,1.
1 3 1+3 4
c) 1,2. + = =
5 5 5 5
d) 1,3.
e) 1,4. 4
–
2
=
4–2
=
2
3 3 3 3
Vamos calcular as diferenças entre os valores da
tabela. Veja: z Denominadores diferentes (nessa situação, é pre-
0,3 – 1 = -0,7 ciso achar o denominador comum, a fim de reali-
1,1 – 0,3 = 0,8 zar a operação das frações):
0,2 – 1,1 = -0,9
1,3 – 0,2 = 1,1 1
+
3
0,4 – 1,3 = -0,9 3 4
1,4 – 0,4 = 1
0,5 – 1,4 = -0,9 Note que o número 12 é o primeiro múltiplo, ao
1,2 – 0,5 = 0,7 mesmo tempo, de 3 e 4. Cada um desses denominado-
res deverá ser dividido por 12 e, depois, deve-se multi-
0,4 – 1,2 = -0,8
plicar o resultado pelos numeradores.
1,0 – 0,4 = 0,6
Note que a maior diferença é 1,1. Resposta: Letra D. 1 3 4 ×1 3×3 4+9 13
+ = + = =
3 4 12 ÷ 3 12 ÷ 4 12 12
CONJUNTOS NUMÉRICOS
Dica
Fracionários
3–4 2 (aqui, dividi-se sempre pelo menor número primo possível).
Conjuntos numéricos fracionários são aqueles que 3–2 2
podem ser escritos na forma da divisão (fração) de dois 3–1 3
números inteiros. Ou seja, escritos na forma A/B (lê-se 1–1 MMC = 2×2×3 = 12.
A dividido por B), onde A e B são números inteiros.
Exemplos: z Todo número que é dividido apenas por ele mesmo
7/4 e –15/9 são racionais. e pelo número 1 é um número primo. Exemplos:
Veja, também, que os números 87, 321 e 1.221 são
racionais, pois são divisíveis pelo número 1. 3 (apenas pode ser dividido por 1 e 3); RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
Qualquer número natural é, também, inteiro e 13 (apenas pode ser dividido por 1 e 13).
todo número inteiro é, também, racional.
O símbolo desse conjunto é a letra Q. Pode-se Multiplicação de Fração
representar, através de diagramas, a relação entre os
conjuntos naturais, inteiros e racionais. Veja: Fazer a multiplicação entre frações é muito sim-
ples: basta multiplicar os numeradores entre eles e,
em seguida, os denominadores entre eles. Veja:
Q
2 5 2×5 10
× = =
3 4 3×4 12
Assim, chegamos no resultado final, pois não há Uma outra situação é quando temos dois conjuntos
mais como simplificar. (X e Y), podemos representar da seguinte forma, no
geral:
Divisão de Fração
X Y
Para dividir frações, basta repetir a primeira fra-
ção e multiplicá-la pelo inverso da segunda fração.
Depois, realiza-se a multiplicação normalmente, da
mesma forma que aprendemos. Veja:
3
÷
5
=
3
×
2
=
3×2
=
6
=
6÷2
=
3 a b c
4 2 4 5 4×5 20 20 ÷ 2 10
A = {∀ x Є Z | x ≥ 0} Diagrama de VENN
Vamos à resolução:
5
z Identifique os conjuntos;
z Represente em forma de diagramas;
10+10+20+5 = X
Matemática Português X = 45 alunos é o total dessa sala.
n(M ∪ P) = 40
z Identifique os conjuntos;
z Represente em forma de diagramas;
5 z Preencha as informações de dentro para fora (da
interseção para as demais informações);
86 Total = X z Preencha as demais informações no diagrama;
z Some todas as regiões e iguale ao total de elemen- z 9 que somente André e Carol gostaram;
tos envolvidos. z 4 que somente Bernardo e Carol gostaram;
z 6 músicas que ninguém gostou (de fora dos três
Vamos à resolução: conjuntos);
z Os “zeros” representam o fato de que não houve
z Identifique os conjuntos; música que somente um deles tenha gostado.
z Represente em forma de diagramas;
Logo, vem a última etapa:
André Bernardo
z Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
tos envolvidos;
Total = X
6+0+12+10+9+0+4+0=X
X = 41 músicas
10 50 100 X
9 4
0 Carol
0
6
150 100
z 12 músicas que somente André e Bernardo gosta- Veja que apenas 200 contêineres foram carregados
ram (na interseção entre os 2 apenas); somente com carne suína. Resposta: Errado. 87
2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Determinado porto rece- 4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Em um aeroporto, 30
beu um grande carregamento de frango congelado, passageiros que desembarcaram de determinado
carne suína congelada e carne bovina congelada, para voo e que estiveram nos países A, B ou C, nos quais
exportação. Esses produtos foram distribuídos em ocorre uma epidemia infecciosa, foram selecionados
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner para ser examinados. Constatou-se que exatamente
foi carregado com os três produtos; 300 contêineres 25 dos passageiros selecionados estiveram em A ou
foram carregados com carne bovina; 450, com carne em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne desses 25 passageiros estiveram em A e em B.
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína. Com referência a essa situação hipotética, julgue o
Nessa situação hipotética, 50 contêineres foram car- item que se segue.
regados somente com carne bovina.
Se 11 passageiros estiveram em B, então mais de 15
estiveram em A.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Vamos extrair as informações e colocar dentro dos
diagramas: Dos 30 passageiros, são 25 que estiveram apenas
800 contêineres distribuição; em A ou B, de modo que os outros 5 passageiros esti-
0 contêineres com os 3 produtos; veram apenas em C. Veja ainda que 6 passageiros
300 contêineres carne bovina; estiveram A e B, de modo que os outros 19 estiveram
450 contêineres carne suína; somente em um desses dois países. Logo,
100 contêineres com frango e carne bovina;
A B
150 contêineres com carne suína e carne bovina;
100 contêineres com frango e carne suína.
Bovina Frango
X 6 25 – 6 – x =
50 100 X
19 – x
150 100
200 Suína
C 5
3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Determinado porto rece- Sabemos que o número de pessoas que estiveram em
beu um grande carregamento de frango congelado, B é dado pela soma 6 + (19 – X). Ou seja,
carne suína congelada e carne bovina congelada, para 11 = 6 + (19 – X)
exportação. Esses produtos foram distribuídos em 11 = 25 – X
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner X = 25 – 11
foi carregado com os três produtos; 300 contêineres X = 14
foram carregados com carne bovina; 450, com carne Logo, as pessoas que estiveram em A são X + 6 = 14
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne + 6 = 20. Resposta: Certo.
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.
Nessa situação hipotética, 400 contêineres continham 5. (CEBRASPE-CESPE — 2016) Situação hipotética: A
frango congelado. ANVISA realizará inspeções em estabelecimentos
comerciais que são classificados como Bar ou Res-
( ) CERTO ( ) ERRADO taurante e naqueles que são considerados ao mesmo
tempo Bar e Restaurante. Sabe-se que, ao todo, são 96
Com as informações colocadas nos diagramas na estabelecimentos a serem visitados, dos quais 49 são
questão anterior, podemos somar todas as informa- classificados como Bar e 60 são classificados como
ções que não possuem contato com o conjunto de Restaurante. Assertiva: Nessa situação, há mais de 15
frango e subtrair do total. Veja: estabelecimentos que são classificados como Bar e
50 (só bovinos); como Restaurante ao mesmo tempo.
150 (bovinos e suínos);
200 (só suínos). ( ) CERTO ( ) ERRADO
Somando tudo isso, teremos 400 contêineres com
outras carnes, o que sobrou do total será a resposta Extraindo os dados:
para a questão. total: 96;
800-400= 400 contêineres contêm franco. (Lembre-se, a bar: 49;
banca não perguntou somente frango). Logo, 400 con- restaurante: 60.
88 têineres continham frango congelado. Resposta: Certo.
Somando tudo, temos 49 + 60 = 109. Passou o total de z Identificar as etapas do enunciado;
96, porque estamos contando 2x vezes os estabeleci- z Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
mentos que estão na interseção. Logo, descontamos z Multiplicar.
o que passou do total. 109 - 96 = 13 estabelecimentos
que são classificados como Bar e como Restaurante Exemplo: Para fazer uma viagem São Paulo-For-
ao mesmo tempo. Resposta: Errado. taleza-São Paulo, você pode escolher como meio de
transporte ônibus, carro, moto ou avião. De quantas
maneiras posso escolher os transportes?
Resolução: Usando o lembrete acima:
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E
z Identificar as etapas do enunciado;
PROBABILIDADE z Escolher o meio de transporte para ida e para a
volta;
NOÇÕES BÁSICAS DE CONTAGEM E
z Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
PROBABILIDADE
Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ôni-
bus, carro, moto ou avião) e para a volta temos 4
Para estudarmos probabilidade é necessário uma
possibilidades de escolha (ônibus, carro, moto ou
boa base em noções básicas de contagem, ou seja, você
avião);
precisa saber muito bem o Princípio Fundamental da
z Multiplicar:
Contagem e é isso que vamos estudar agora.
Primeiro, vamos aprender uma ferramenta impor-
4 · 4 = 16 maneiras.
tante para o nosso estudo: Fatorial.
E se o problema dissesse que você não pode voltar
Fatorial de um Número Natural
no mesmo transporte que viajou na ida. Qual seria a
resolução? O desenvolvimento é o mesmo, apenas vai
Serve para facilitar e acelerar resolução de ques-
mudar na quantidade de possibilidades de escolhas
tões. Veja sua representação simbólica:
para voltar. Veja:
Resolução: Usando o lembrete:
Fatorial de N = n!
3! = 3 · 2 · 1= 6 4 · 3 = 12 maneiras.
4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24 ARRANJOS E PERMUTAÇÕES
5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120
Permutação Simples
Agora, veja esse outro exemplo:
Imagine que temos 5 livros diferentes para serem
ordenados em uma estante. De quantas maneiras é
Calcular 6!
4! possível ordenar? Para questões envolvendo permu- RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
tação simples, devemos encarar de um modo geral
Resolução: que temos n modos de escolhermos um objeto (livro)
que ocupará o primeiro lugar, n-1 modos de escolher
6! 6·5·4·3·2·1 = 6 · 5 = 30
4!
=
4·3·2·1 um objeto (um outro livro) que ocupará o segundo
lugar, ..., 1 modo de escolher o objeto (um outro livro)
Poderíamos, também, resolver abrindo o 6! até 4! e que ocupará o último lugar. Então, temos:
depois simplificar. Veja: Modos de ordenar:
CAUJ CJUA ACUJ ... Imagine agora que quiséssemos posicionar 5 pes-
soas nas cadeiras de uma praça, mas tínhamos apenas
CUAJ CJAU AUCJ ... 3 cadeiras à disposição. De quantas formas podería-
mos fazer isso?
Desta maneira, o número de anagramas é 4! = Para a primeira cadeira temos 5 pessoas disponí-
4·3·2·1 = 24 anagramas. veis, isto é, 5 possibilidades. Já para a segunda cadei-
ra, restam-nos 4 possibilidades, dado que uma já foi
Dica utilizada na primeira cadeira. Por último, na terceira
cadeira, poderemos colocar qualquer das 3 pessoas
Anagrama é a ordenação de maneira distinta das restantes. Observe que sempre sobrarão duas pessoas
letras que compõem uma determinada palavra. em pé, pois temos apenas 3 cadeiras. A quantidade de
formas de posicionar essas pessoas sentadas é dada
Permutação com Repetição pela multiplicação a seguir:
Formas de organizar 5 pessoas em 3 cadeiras =
Quantos anagramas tem na palavra ARARA? O
problema é causado por conta da repetição de letras 5 · 4 · 3 = 60
na palavra ARARA.
Veja que temos 3 letras A e 2 letras R. De maneira O exemplo acima é um caso típico de arranjo sim-
tradicional, faríamos 5! (número de letras na palavra), ples. Sua fórmula é dada a seguir:
mas é preciso que descontemos as letras repetidas.
Assim, devemos dividir pelo número de letras fatorial, n!
ou seja, 3! e 2!. A(n, p) =
(n - p) !
5! 5·4·3! = 5·4
= = 10 Lembre-se de que pretendemos posicionar “n” ele-
3!·2! 3!·2·1 2
mentos em “p” posições (p sendo menor que n), e onde
Temos, então, 10 anagramas na palavra ARARA. a ordem dos elementos diferencia uma possibilidade
Na permutação com repetição devemos descontar da outra.
os anagramas iguais, por isso dividimos pelo fatorial Observe a resolução do nosso exemplo usando a
do número de letras repetidas. fórmula:
5! 5!
Permutação com Repetição b= = = 5·4·3·2·1 = 60
(5 - 3) ! 2! 2·1
Vamos imaginar que temos uma mesa circular com
5 lugares e queremos ordenar 5 pessoas de maneiras Uma outra informação muito importante é que
distintas. Observe as duas disposições das pessoas A, nos problemas envolvendo arranjo simples a ordem
B, C, D, e E ao redor da mesa: dos elementos importa, ou seja, a ordem é diferente
de uma possibilidade para outra. Vamos supor que as
5 pessoas sejam: Ana, Bianca, Clara, Daniele e Esme-
A E ralda. Agora observe uma maneira de posicionar as
pessoas na praça:
B A
E D
MESA CADEIRA 1ª 2ª 3ª
MESA
OCUPANTE Ana Bianca Clara
Uma outra forma de calculá-la é por meio da Múltiplos de 3 (5, 10, 15, 20) = 4 possibilidades
seguinte divisão:
4
P(B) =
20
P (A k B)
P (A\B) =
P (B)
z P(A ∩ B) = probabilidade do número ser múltiplo
de 3 e 5
A fórmula nos diz que a probabilidade de A ocor-
rer, dado que B ocorreu, é a divisão entre a proba- Somente o número 15 é múltiplo de 3 e 5 ao mesmo
bilidade de A e B ocorrerem simultaneamente e a tempo.
probabilidade de B ocorrer. Para que A e B ocorram
simultaneamente (resultado ímpar e inferior a 4), P(A ∩ B) =
1
temos como possibilidades o resultado igual a 1 e 3. 20
Isto é, apenas 2 dos 6 resultados nos atende. Logo,
Aplicando na fórmula, temos:
2 1
P (A∩B) = 6 = 3 P (A ∪ B) = P (A) + P (B) - P (A ∩ B)
6 4 1 6+4-1 9
Para que B ocorra (resultado inferior a 4), já vimos P (A ∪ B) = 20 + 20 - 20 = 20
=
20
que 3 resultados atendem. Portanto,
PROBABILIDADE DA INTERSEÇÃO DE DOIS
3 1 EVENTOS
P (A∩B) = =
6 2
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral. A
Usando a fórmula acima, temos: probabilidade de A ∩ B é dada por:
Múltiplos de 8: {0, 8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72...} Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (lê-se 2 está para 5).
94 Números da Mega Sena: 1 a 60. Já a proporção é a igualdade entre razões, veja:
2 4 C D C+D 10.000
= = = = = 2.000
3 6 3 2 3+2 5
z Somas Externas x 2
=
14 - x 5
a c a+c
= =
b d b+d x + 14 - x 2+5
=
x 2
Vamos entender um pouco melhor resolvendo
uma questão-exemplo: 14 7
Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê- =
x 2
mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro- 7 · x = 2 · 14
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos. Quan- 14 · 2
x= =4
to cada um vai receber? 7
Resolução:
Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C Portanto, encontramos que x = 4.
a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
Diego vai receber, temos:
Importante!
C D
3
=
2
Vale lembrar que essa propriedade também ser-
ve para subtrações internas.
Utilizando a propriedade das somas externas:
z Soma com Produto por Escalar
C D C+D
= =
3 2 3+2 a c a + 2b c + 2d
= = =
b d b d
Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas),
então podemos substituir na proporção: 95
Vejamos um exemplo para melhor entendimento: Exemplo:
Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000 A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
proporcionalmente ao número de anos trabalhados. partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na dessas partes corresponde a:
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos. Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes propor-
cionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X é pro-
Resolução:
porcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é proporcional a
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B o 6, ou seja, podemos representar na forma de razão. Veja:
prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, temos:
X Y Z
A B
= = = constante de proporcionalidade.
= 4 5 6
2 3
Usando uma das propriedades da proporção,
Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3
somas externas, temos:
funcionários na categoria B, podemos escrever que a
soma total dos prêmios é igual a R$13.000.
X+Y+Z 900.000
= 60.000
2A + 3B = 13.000 4+5+6 15
Agora multiplicando em cima e embaixo de um A menor dessas partes é aquela que é proporcional
lado por 2 e do outro lado por 3, temos: a 4, logo:
2A 3B
= X
4 9 = 60.000
4
Aplicando a propriedade das somas externas, X = 60.000 · 4
podemos escrever o seguinte:
X = 240.000
2A 3B 2A + 3B
= =
4 9 4+9 Inversamente Proporcional
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- É um tipo de questão menos recorrente, mas, não
porção, temos: menos importante. Consiste em distribuir uma quan-
2A 3B 2A + 3B tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
= = = 13.000 = 1.000 quinhão inversamente proporcional a três números.
4 9 4+9 13
Vejamos um exemplo:
Logo, Exemplo:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
2A inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
= 1.000
4 Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis-
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res-
2A = 4 · 1.000
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao
2A = 4.000 total que dever ser distribuído para facilitar o nosso
cálculo, veja:
A = 2.000
36x
+
27x
+
16x = 7.900 Vamos esquematizar para sabermos quando será
6 6 6 direta ou inversamente proporcionais:
79x
= 7.900
6 DIRETAMENTE
PROPORCIONAL + / + OU - / -
x = 600
Sendo assim, Sandra está inversamente proporcio- Aqui, as grandezas aumentam ou diminuem juntas
nal a: (sinais iguais)
9x
2
PROPORCIONAL + / - OU - / +
Basta substituirmos o valor de X na proporção.
9x 9 x 600
= = 2.700 Aqui, uma grandeza aumenta e a outra diminui
2 2 (sinais diferentes)
(Valor que Sandra irá receber é maior que 2.500). Agora, vamos esquematizar a maneira que iremos
resolver os diversos problemas:
Resposta: Errado.
DIRETAMENTE
5. (IESES — 2019) Uma escola possui 396 alunos matri- PROPORCIONAL
Multiplica cruzado
culados. Se a razão entre meninos e meninas foi de
5/7, determine o número de meninos matriculados. INVERSAMENTE
PROPORCIONAL
Multiplica na horizontal
a) 183
b) 225
c) 165 Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco
d) 154 mais como funciona:
Razão:
H
+
5x Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
M 7x dezas e depois identificar se é direta ou inversamente
proporcional.
Agora vamos somar 5x com 7x = 12x
12x é igual ao total que é 396 12 m -------- 2160 (tijolos)
12x = 396 30 m -------- X (tijolos)
x = 33
Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+)
Portanto o número de meninos será:
e que para fazermos um muro maior vamos precisar
Meninos = 5X = 5 x 33 = 165. de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumentado
Resposta: Letra C. (+). Logo, as grandezas são diretamente proporcionais
e vamos resolver multiplicando cruzado. Observe:
REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
12 m -------- 2.160 (tijolos)
Regra de Três Simples
30 m -------- X (tijolos)
A regra de três simples envolve apenas duas gran-
12 · X = 30 . 2160
dezas. São elas:
12X = 64800
98 X = 5400 tijolos
Assim, comprovamos que realmente são necessá- 40 ? ?
= ·
rios mais tijolos. X ? ?
z Uma equipe de 5 professores gastou 12 dias para Analisando isoladamente duas a duas:
corrigir as provas de um vestibular. Considerando
6 (imp.) -------- 40 (min)
a mesma proporção, quantos dias levarão 30 pro-
3 (imp.) ---- ---- X (min)
fessores para corrigir as provas?
Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras
Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos o valor diminui (-) e que o tempo irá aumentar (+),
montar a relação e analisar: pois agora teremos menos impressoras para realizar
a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos
5 (prof.) --------- 12 (dias) inverter a razão.
30 (prof.) -------- X (dias)
40 3 ?
= ·
Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um X 6 ?
aumento (+), mas, como agora estamos com uma equi-
pe maior, o trabalho será realizado de forma mais Analisando isoladamente duas a duas:
rápida. Logo, a quantidade de dias deverá diminuir
(-). Desta forma, as grandezas são inversamente pro- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
porcionais e vamos resolver multiplicando na hori- 2000 (panf.) ------ -- X (min)
zontal. Observe:
Perceba que de 1000 panfletos para 2000 panfletos
5 (prof.) 12 (dias) o valor aumenta (+) e que o tempo também irá aumen-
tar (+). Logo, as grandezas são diretas e devemos man-
30 (prof.) X (dias)
ter a razão.
30 · X = 5 · 12
40 3 1000
30X = 60 X
= ·
6 2000
X=2
Agora, basta resolver a proporção para acharmos
A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias o valor de X.
para corrigir as provas.
40 3000
=
Regra de Três Composta X 12000
3X = 40 · 12
A regra de três composta envolve mais de duas
variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta- 3X = 480
mente e inversamente proporcionais devem ser feitas
X = 160
cautelosamente levando em conta alguns princípios:
As três impressoras produziriam 2000 panfletos em
z As análises devem sempre partir da variável
160 minutos, que correspondem à 2 horas e 40 minutos.
dependente em relação às outras variáveis;
Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento,
z As análises devem ser feitas individualmente, ou
vamos analisar mais um exemplo.
seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas,
mantendo as demais constantes;
Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas cada
z A variável dependente fica isolada em um dos
uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
lados da proporção.
Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o
número de linhas por página e para 40 o núme-
Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
ro de letras (ou espaços) por linha. Consideran-
como isso tudo funciona:
do as novas condições, determine o número de
páginas ocupadas.
z Se 6 impressoras iguais produzem 1000 panfletos
em 40 minutos, em quanto tempo 3 dessas impres-
Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante-
soras produziriam 2000 desses panfletos?
rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida.
Da mesma forma que na regra de três simples,
6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras)
vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
cada uma delas isoladamente duas a duas. X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras)
6 ? ?
6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min) X
=
?
·?
3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
Analisando isoladamente duas a duas:
Vamos escrever a proporcionalidade isolando a
parte dependente de um lado e igualando as razões da
6 (pág.) -------- 45 (linhas)
seguinte forma – se for direta, vamos manter a razão,
agora, se for inversa, vamos inverter a razão. Observe: X (pág.) -- ----- 30 (linhas) 99
Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor aproximadamente 1.100 km, ele estimou, para contro-
diminui (-) e que o número de páginas irá aumentar lar as despesas com a viagem, o consumo de gasolina
(+). Logo, as grandezas são inversas e devemos inver- do seu veículo em 10 km/L. Para efeito de cálculos,
ter a razão. considerou que esse consumo é constante.
Considerando essas informações, julgue o item que
6 30 ? segue.
= ·
X 45 ? Nessa viagem, o veículo consumirá 110.000 dm3 de
gasolina.
Analisando isoladamente duas a duas:
( ) CERTO ( ) ERRADO
6 (pág.) -------- 80 (letras)
Com 1 litro ele faz 10 km.
X (pág.) ------- 40 (letras) Sabendo que 1 L é igual a 1dm³, então podemos
dizer que com 1dm³ ele faz 10km.
Veja que de 80 letras para 40 letras o valor diminui Portanto,
( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo, 10 km -------- 1dc³
as grandezas são inversas e devemos inverter a razão. 1.100 km --------- x
10x = 1.100
6 30 40
= · 80 x = 110dm³ (a gasolina que será consumida).
X 45
Resposta: Errado.
6 2 1
= ·
X 3 2 3. (VUNESP — 2020) Uma pessoa comprou determinada
6 2 quantidade de guardanapos de papel. Se ela utilizar 2
= guardanapos por dia, a quantidade comprada irá durar
X 6
15 dias a mais do que duraria se ela utilizasse 3 guarda-
2X = 36 napos por dia. O número de guardanapos comprados foi:
X = 18
a) 60.
b) 70.
O número de páginas a serem ocupadas pelo texto
c) 80.
respeitando as novas condições é igual a 18.
d) 90.
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
e) 100.
ria com exercícios comentados de diversas bancas.
Vamos lá!
x = dias
3 guardanapos por dia -------- x
1. (CEBRASPE-CESPE — 2019) No item seguinte apre-
2 guardanapos por dia -------- x+15
senta uma situação hipotética, seguida de uma asser-
tiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade, São valores inversamente proporcionais, quanto
porcentagens e descontos. mais guardanapos por dia, menos dias durarão.
No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula comprou Assim, multiplicamos na horizontal:
alimentos em quantidades suficientes para que eles 3x = 2 · (x+15)
e seus dois filhos consumissem durante os 30 dias do 3x = 30+2x
mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos chegou de 3x-2x = 30
surpresa para passar o restante do mês com a família. x = 30
Nessa situação, se cada uma dessas seis pessoas Podemos substituir em qualquer uma das duas
consumir diariamente a mesma quantidade de ali- situações:
mentos, os alimentos comprados pelo casal acabarão 3 guardanapos · 30 dias= 90
antes do dia 20 do mesmo mês. 2 guardanapos · 45(30+15) dias = 90.
Resposta: Letra D.
( ) CERTO ( ) ERRADO
4. (FUNDATEC — 2017) Cinco mecânicos levaram 27
4 pessoas ------- 24 dias minutos para consertar um caminhão. Supondo que
6 pessoas ------- x dias fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e
Temos grandezas inversas, então é só multiplicar ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan-
na horizontal: tos minutos levariam para concluir o conserto desse
6x = 4 · 24 mesmo caminhão?
6x = 96
x = 96/6 a) 20 minutos.
x = 16 b) 35 minutos.
Como já haviam comido por 6 dias é só somar: c) 45 minutos.
6 dias (consumidos por 4) + 16 dias (consumidos por d) 50 minutos.
6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril). e) 55 minutos.
Resposta: Errado.
Mecânicos ------ Minutos
2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) O motorista de uma 5 ---------------- 27
empresa transportadora de produtos hospitala- 3 ---------------- x
res deve viajar de São Paulo a Brasília para uma Quanto menos mecânicos, mais minutos eles
100 entrega de mercadorias. Sabendo que irá percorrer gastarão para finalizar o trabalho; logo a
grandeza é inversamente proporcional. Multiplica a) 11.
na horizontal: b) 12.
3x = 27 · 5 c) 13.
3x = 135 d) 14.
x = 135/3 e) 15.
x = 45 minutos.
Resposta: Letra C. 5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas
5. (IESES — 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa Quanto mais dias para entrega do lote, menos
em 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumenta- horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui-
do para sete, em quantos dias essa mesma casa ficaria nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para
pronta? serem entregues (direta).
Resolvendo:
a) 18 dias. 8/x = 1/2 · 8/6 · 4/5 (simplifique 8/6 por 2)
b) 16 dias. 8/x = 1/2 · 4/3 · 4/5
c) 20 dias. 8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2)
d) 22 dias. 8/x = 8/15
8x = 120
5 (pedreiros) ---------- 28 (dias)
x = 120/8
7 (pedreiros) ------------- X (dias)
x = 15 dias.
Perceba que as grandezas são inversamente propor-
Resposta: Letra E.
cionais, então basta multiplicar na horizontal.
5 . 28=7 · X
7X = 140 8. (CEBRASPE-CESPE — 2018) No item a seguir é apre-
X = 140/7 sentada uma situação hipotética, seguida de uma
X = 20 dias . assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida-
Resposta: Letra C. de, divisão proporcional, média e porcentagem.
Todos os caixas de uma agência bancária trabalham
6. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Determinado equipamen- com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12
to é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, fun- clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai-
cionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa situação, xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos.
a quantidade de páginas que esse mesmo equipamen-
to é capaz de digitalizar em 3 dias, operando 4 horas e ( ) CERTO ( ) ERRADO
30 minutos diários para esse fim, é igual a:
3 caixas - 12 clientes - 10 minutos
a) 2.666.
b) 2.160. 5 caixas - 20 clientes - x minutos.
c) 1.215. 10 5 12
= #
d) 1.500. X 3 20
e) 1.161.
5 · 12 · X = 10 · 3 · 20
Primeiro vamos passar para minutos: 60x = 600
5h = 300min.
4h30min= 270min. X = 10.
min.-----Dias-----Pag. Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos.
300 -------4-------1800 Não em menos de 10 como a questão afirma.
Resposta: Errado.
270 -------3-------X
Resolvendo, temos: 9. (VUNESP — 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho
ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan-
do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida-
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
300 (Simplifica por 30)
1800
=
4
· des de determinado produto. Para a fabricação de 400
270 (Simplifica por 30)
X 3 unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas,
1800 4 10 trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima-
= · do para a realização do serviço é de:
X 3 9
4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9 a) 5 horas e 54 minutos
b) 6 horas e 06 minutos.
X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é
c) 6 horas e 20 minutos.
capaz de digitalizar.
d) 6 horas e 40 minutos.
Resposta: Letra C. e) 7 horas e 06 minutos.
7. (VUNESP — 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas Das 9h às 15h = 6 horas = 360 min
operando com a mesma capacidade de produção,
360 min ------ 5 máquinas ----- 600 unidades (corta os
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6
zeros iguais)
horas por dia. O número de dias necessários para que
4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri- x ------------- 3 máquinas ---- 400 unidades (corta os
quem dois lotes dessas peças é: zeros iguais) 101
360 3 6 O termo “a” é o coeficiente de “x” e o termo “b” é
= ·
X 5 4 chamado de termo independente.
x·3·6 = 360·5·4 Para resolver uma equação do 1°, devemos isolar
todas as partes que possuem incógnitas de um lado
x·18 = 7200 igual e do outro os termos independentes. Veja um
x = 7200/18 exemplo:
10x = 5x + 20
x = 400
Logo, transformando minutos para horas novamen- Vamos achar o valor de “x”:
te, temos:
10x – 5x = 20
X = 400min
X = 6h40min Passamos o “5x” para o outro lado da igual com o
sinal trocado:
Resposta: Letra D.
5x = 20
10. (VUNESP — 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3
x = 20 / 5
máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima,
ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de
Isolamos o “x” transferindo o seu coeficiente “5”
refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas
dividindo:
trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen-
to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado
para a realização desse trabalho será de: x = 4.
– Δ = b2 - 4ac
3. (FUNDATEC — 2011) Qual deve ser o valor de m para z Sistemas de equações de primeiro grau (siste-
que a equação x2 + 6x + m = 0 tenha raízes reais iguais? mas lineares)
*
4x - y = 5 x + y = 10
4x - y = 5
A principal forma de resolver esse sistema é usan-
5x = 15
do o método da substituição. Este método é muito sim-
ples e consiste basicamente em duas etapas: x=3
Isolar uma das variáveis em uma das equações; Substituindo o valor de “x” na primeira equação
Substituir esta variável na outra equação pela achamos o valor de “y”:
expressão achada no item anterior.
x + y = 10
Vamos aplicar no nosso exemplo: 3 + y = 10
Isolando “x” na primeira equação
y = 10 – 3
x = 10 – y y=7
Substituindo “x” na segunda equação por “10-y” Veja um outro exemplo que vamos precisar
multiplicar:
4(10-y) – y = 5 (faz uma distributiva)
*
40 – 4y – y = 5 x + y = 10
-5y = 5 – 40 x - 2y = 4
-5y = -35 (multiplica por -1)
5y = 35 Multiplicando por -1 a primeira equação, temos:
y=7
(
- x - y = - 10
x = 10 – y Fazendo a soma:
x = 10 – 7
(
- x - y = - 10
x=3 x - 2y = 4
Assim, x = 3 e y = 7. -3y = -6
y = -6 / -3
Dica
y= 2
Método da substituição
1: Isolar uma das variáveis em uma das equações; Substituindo o valor de “y” na primeira equação
2: Substituir essa variável na outra equação pela achamos o valor de “x”: RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
expressão achada no item anterior.
x + y = 10
Há um outro método para resolver um sistema
x + 2 = 10
de equação do 1° grau, que é o método da adição (ou
soma) de equações. Veja: x = 10 – 2
x=8
Multiplicar uma das equações por um número
que seja mais conveniente para eliminar uma Sistemas de Equações do 2º Grau
variável;
Somar as duas equações, de forma a ficar ape- Vamos usar o mesmo método principal para resol-
nas com uma variável. vermos os sistemas de equações do 2° grau que utili-
zamos no sistema de equações do 1° grau, ou seja, o
Veja o exemplo a seguir: Método da Substituição. Veja um exemplo:
* (
x + y = 10 x+y=3
2 2
4x - y = 5 x -y =-3 105
Isolando x na primeira equação, temos que x = Me = 2.Mo
3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação, Após dar 5 balas = Me – 5 e Mo – 5. Agora, as de
temos que: menta são o triplo das de morango:
(3 – y)2 – y2 = -3 Me – 5 = 3.(Mo – 5)
Me – 5 = 3.Mo – 15
9 – 6y + y – y2 = -3 Me = 3.Mo – 10
y=2 Na segunda equação, podemos substituir Me por
2.Mo.
2.Mo = 3.Mo – 10
Logo,
10 = 3.Mo – 2.Mo
10 = Mo
x=3–y=3–2=1 O valor de Me é:
Me = 2.Mo
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria Me = 2.10
com exercícios comentados de diversas bancas. Me = 20
Total: 10 + 20 = 30 balas.
1. (VUNESP — 2018) Em um concurso somente para os Resposta: Letra C.
cargos A e B, cada candidato poderia fazer inscrição
para um desses cargos. Sabendo que o número de Leia o trecho a seguir para responder as questões
candidatos inscritos para o cargo A era 3000 unidades de 3 a 5.
menor que o número de candidatos inscritos para o
cargo B, e que a razão entre os respectivos números, Considere que em um escritório de patentes, a quan-
nessa ordem, era igual a 0,4, então é verdade que o tidade mensal de pedidos de patentes solicitadas para
produtos da indústria alimentícia tenha sido igual à soma
número de candidatos inscritos para o cargo B corres-
dos pedidos de patentes mensais solicitadas para produ-
pondeu, do total de candidatos inscritos, a:
tos de outra natureza. Considere, ainda, que, em um mês,
além dos produtos da indústria alimentícia, tenham sido
a) 3/7. requeridos pedidos de patentes de mais dois tipos de pro-
b) 5/9. dutos, X e Y, com quantidades dadas por x e y, respectiva-
c) 4/7. mente. Supondo que T seja a quantidade total de pedidos
d) 2/3. de patentes requeridos nesse escritório, no referido mês,
e) 5/7. julgue os itens seguintes.
a=3
Assim, as patentes da indústria alimentícia (“a”) ×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10
são o triplo das patentes de Y.
Resposta: Errado
Km hm dam m dm cm mm
5. (CEBRASPE-CESPE — 2013) Se T = 128 e a quantida-
de x foi 18 unidades a mais do que a quantidade y, :10 :10 :10 :10 :10 :10
então a quantidade y foi superior a 25.
Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros:
( ) CERTO ( ) ERRADO
Para sair do metro e chegar no centímetro deve-
mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas
Se T = 128 e a quantidade x foi 18 unidades a mais do
casas até chegar em centímetro. Logo,
que a quantidade y, então a quantidade y foi supe-
rior a 25. 5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm.
Se T = 128, temos que x + y = 64. Foi dito ainda que:
x = y + 18 Medidas de Área (Superfície)
Substituindo x por y + 18, temos:
x + y = 64 A unidade principal tomada como referência é o
(y + 18) + y = 64 metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades
y = 23 unidades. diferentes que servem para medir dimensões maiores
Resposta: Errado. ou menores. A conversão de unidades de superfície
segue potências de 100. Veja o esquema a seguir:
VOLUMES
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
Unidades de medida: Métrica, Áreas, Volumes,
Estimativas e Aplicações
×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
Quando estudamos o sistema de medidas, nos
atentamos ao fato de que ele serve para quantificar Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.
Porém, existem as conversões entre as unidades para
:1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
uma melhor interpretação e leitura.
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) Exemplo 1: Transformar 250 K para °C:
z Tonelada (t); Veja, agora, algumas relações que você precisar ter
z Quilograma (kg); em mente para resolver diversas questões:
z Grama (g);
z Miligrama (mg).
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
Vamos tomar como base as relações a seguir para 1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
converter uma unidade em outra. Observe: 1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
z 1 t = 1000 kg (uma tonelada tem mil quilogramas); 1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
z 1 kg = 1000 g (um quilograma tem mil gramas); 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
z 1 g = 1000 mg (uma grama tem mil miligramas). 1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
DIAGRAMAS LÓGICOS
z 7ª Regra: A conclusão segue sempre a parte mais fraca (particular e/ou negativa). Se uma premissa for negativa,
a conclusão tem de ser negativa, se uma premissa for particular, a conclusão tem de ser particular. Exemplos:
Pelo menos, uma premissa tem de ser universal, para que possa existir ligação entre o termo médio e os outros
termos e ser possível extrair uma conclusão.
Esquematizando!
REGRAS
PREMISSAS TERMOS
z Todo silogismo contém somente três termos: maior,
z De duas premissas negativas, nada se conclui
médio e menor
z De duas premissas afirmativas não pode haver conclu-
z Os termos da conclusão não podem ter extensão maior
são negativa
que os termos das premissas
z A conclusão segue sempre a premissa mais fraca
z O termo médio não pode entrar na conclusão
z De duas premissas particulares, nada se conclui
z O termo médio deve ser universal ao menos uma vez
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá!
1. (FGV — 2019) Considerando que a afirmação “Nenhum pescador sabe nadar” não é verdadeira, é correto concluir que:
Veja que a questão pede a negação do quantificador “nenhum”, e como já aprendemos, nunca devemos negar o
“nenhum” usando o quantificado “todo” e vice-versa. Sabendo disso, podemos eliminar estrategicamente as alter-
nativas C, D e E. Como temos um quantificador universal negativo e sabemos que para negar precisamos de um
particular afirmativo, só nos resta a letra A como resposta, pois a letra B não está de acordo com a regra. Você
também poderia usar o lembrete “nenhum nega com PEA”.
Resposta: Letra A.
2. (FUNDATEC — 2019) A negação da sentença “algum assistente social acompanhou o julgamento” está na alternativa:
A questão pede a negação do “algum” – quantificador particular afirmativo. Já aprendemos que, para fazer essa
negação, usamos um quantificador universal. Qual, professor? O quantificador “nenhum”, pois o mesmo é uni-
versal negativo. Assim, a nossa sentença ficará:
p: “Algum assistente social acompanhou o julgamento”
~p: “Nenhum assistente social acompanhou o julgamento” Resposta: Letra D.
3. (FUNDATEC — 2019) Assinale a alternativa que corresponde à negação de “Todos os analistas de tecnologia da infor-
mação são bons desenvolvedores”.
a) Bruna é a mais jovem e Ângela é a mais velha. I. Não fui eu nem o Cleocimar, disse Arnaldo;
b) Ângela é a mais jovem e Denise é a mais velha. II. Foi o Cleocimar ou o Belarmino, disse Dionésio;
c) Carol é a mais jovem e Bruna é a mais velha. III. Foi o Ercílio, disse Cleocimar;
d) Denise é a mais jovem e Carol é a mais velha. IV. O Dionésio está mentindo, disse Ercílio;
e) Carol é a mais jovem e Denise é a mais velha. V. Foi o Ercílio ou o Arnaldo, disse Belarmino.
Com base nessas informações, julgue o item a seguir, Perceba que a premissa 2 afirma que José é padre,
considerando a ordenação da esquerda para a direita. ou seja, José tem que estar dentro do conjunto dos
Bruno e Dani estão, necessariamente, em posições padres. Sendo assim, como não há possibilidade de
consecutivas. um padre não ser homem, podemos afirmar que José
também é homem, como afirma nossa conclusão.
( ) CERTO ( ) ERRADO Logo, o argumento é válido.
Vamos analisar agora um argumento usando
A primeira informação nos diz que Bruno está antes conectivos lógicos. Quando temos essa estrutura,
de Carla. devemos usa o seguinte lembrete:
Da esquerda para a direita;
____Bruno___Carla___ z Vamos afirmar que a conclusão é falsa e que as
No espaço pode conter outros amigos ou não; premissas são verdadeiras;
O item II deixa claro que Carla está logo após Dani, z Vamos valorar de acordo com a tabela-verdade do
sem ninguém entre elas. conectivo envolvido no argumento;
___Dani-Carla___ z Se der erro (não ficar de acordo com o padrão de
Juntando à anterior, fica: valoração que afirmamos) dizemos que o argu-
___Bruno___Dani-Carla___ mento é válido.
Item IV fala que Flávio está antes de Bruno:
__Flávio___ Bruno___ Dani-Carla___ Veja na prática:
Falta Alberto e Evandro, lembrando que:
Só a Dani pode ser a quarta pessoa ou não: Se fizer sol, então vou à praia. (V)
Flávio – Evandro – Bruno – Alberto – Dani – Carla Fez sol. (V)
Obedecendo todas as regras, o quarto pode ser Alber- Logo, vou à praia. (F)
to ou Bruno, então, necessariamente deixa o item
errado, pois tem outra forma. Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada
Resposta: Errado. proposição os valores lógicos de acordo com o nosso
lembrete. Agora, vamos valorar! Veja que ir à praia é
ARGUMENTOS: VALIDADE DE UM ARGUMENTO/
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
falso e fez sol é verdadeiro. Colocamos os mesmos
CRITÉRIO DE VALIDADE DE UM ARGUMENTO valores lógicos para proposição composta pelo conec-
tivo “se..., então” na primeira premissa. Assim,
Em nosso estudo sobre argumentos lógicos, esta-
remos interessados em verificar se eles são válidos ou (V) (F)
inválidos. Então, passemos a seguir a entender o que sig- Se fizer sol, então vou à praia. (V)
nifica um argumento válido e um argumento inválido. Fez sol. (V)
Logo, vou à praia. (F)
Argumentos Válidos
Como podemos notar, quando temos a combina-
Também podem ser chamados de argumentos ção lógica verdade no antecedente e falso no conse-
bem-construído ou legítimo. quente (V F) para o conectivo “se...,então”, o nosso
Para que o argumento seja válido, não basta que resultado só poderá ser falso.
a conclusão seja verdadeira, é preciso que as premis-
sas e a conclusão estejam relacionadas corretamente, (V) (F)
ou seja, quando a conclusão é uma consequência Se fizer sol, então vou à praia. (V) (F)
necessária das premissas, dizemos que o argumento Fez sol. (V)
é válido. Logo, vou à praia. (F) 117
Percebe-se, então, que não está de acordo com a Veja na prática:
nossa valoração inicial, ou seja, deu erro. Logo, nosso Se o tempo ficar nublado, então não vou ao cine-
argumento é válido. ma. (V)
O tempo ficou nublado. (V)
ARGUMENTOS INVÁLIDOS Logo, vou ao cinema. (F)
Também podem ser chamados de argumentos mal Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada
construídos, ilegítimos, sofismas ou falaciosos. proposição os valores lógicos de acordo com o nosso
Dizemos que um argumento é inválido quando a lembrete. Agora, vamos valorar! Veja que ir ao cine-
verdade das premissas não é suficiente para garantir ma é falso e o tempo ficar nublado é verdadeiro.
a verdade da conclusão. Vejamos um exemplo: Distribuímos os valores lógicos para proposição com-
p1: Todas as crianças gostam de chocolate; posta pelo conectivo “se... então” na primeira pre-
p2: Patrícia não é criança; missa, de acordo com cada proposição. Perceba que
c: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. a proposição não vou ao cinema está negando o que
Como já estudamos sobre esse tipo de estrutura está sendo dito na conclusão, ou seja, mudamos o
de argumentos utilizando os quantificadores lógicos, valor lógico dela. Assim,
vamos representar por meio dos diagramas lógicos
para saber a validade de um argumento. Veja que (V) (V)
temos uma proposição do tipo “Todo A é B”, logo: Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V)
O tempo ficou nublado. (V)
Gostam de chocolate
Logo, vou ao cinema. (F)
Patrícia
Não Deu Argumento
Erro Inválido
Não gostam de chocolate
z Patrícia pode não ser criança e gostar de chocolate; 1. (FCC — 2018) Considere os dois argumentos a seguir:
z Ela pode não ser criança e não gostar de chocolate.
Sendo assim, não há possibilidade de afirmar com I. Se Ana Maria nunca escreve petições, então ela não
100% de certeza que Patrícia não gosta de chocola- sabe escrever petições.
te, como consta na conclusão. Logo, o argumento Ana Maria nunca escreve petições.
é inválido. Portanto, Ana Maria não sabe escrever petições.
II. Se Ana Maria não sabe escrever petições, então ela
Para um argumento usando conectivos lógicos, nunca escreve petições.
devemos usar o mesmo que já vimos para argumentos Ana Maria nunca escreve petições.
válidos, só muda um detalhe. Veja: Portanto, Ana Maria não sabe escrever petições.
z Vamos afirmar que a conclusão é falsa e que as Comparando a validade formal dos dois argumentos e
premissas são verdadeiras; a plausibilidade das primeiras premissas de cada um,
z Vamos valorar de acordo com a tabela-verdade do é correto concluir que:
conectivo envolvido no argumento;
z Se não der erro (ficar de acordo com o padrão de a) o argumento I é inválido e o argumento II é válido, mes-
valoração que afirmamos) dizemos que o argu- mo que a primeira premissa de I seja mais plausível
118 mento é inválido. que a de II.
b) ambos os argumentos são válidos, a despeito das pri- a) “Todos os homens têm bom raciocínio”.
meiras premissas de ambos serem ou não plausíveis. b) “Mulheres não jogam xadrez”.
c) ambos os argumentos são inválidos, a despeito das pri- c) “Quem tem bom raciocínio joga xadrez”
meiras premissas de ambos serem ou não plausíveis. d) “Homem que não tem bom raciocínio não joga xadrez”.
d) o argumento I é inválido e o argumento II é válido, pois e) “Quem não joga xadrez não tem bom raciocínio”.
a primeira premissa de II é mais plausível que a de I.
e) o argumento I é válido e o argumento II é inválido, mes- Vamos desenhar os diagramas para facilitar a nos-
mo que a primeira premissa de II seja mais plausível sa chegada à conclusão:
que a de I. Bom raciocínio
a) não estava acompanhado, mas estava feliz. 4. (IDECAN — 2019) Se Davi é surfista, então Ana não é
b) estava acompanhado, mas não estava feliz. bailarina. Bruno não é jogador de futebol ou Cinthia
c) não estava acompanhado, nem feliz. não é ginasta. Sabendo-se que Cinthia é ginasta e que
d) não cantou. Ana é bailarina, pode-se concluir corretamente que:
e) cantou.
a) Bruno é jogador de futebol e Davi é surfista.
Veja que precisamos achar uma conclusão para b) Bruno é jogador de futebol e Davi não é surfista.
o argumento e podemos escrever a sentença da c) Bruno não é jogador de futebol e Davi é surfista.
seguinte maneira: d) Se Bruno não é jogador de futebol, então Davi é surfista.
Temos a condicional: e) Bruno não é jogador de futebol e Davi não é surfista.
(está acompanhado ou está feliz) (canta e dança) RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
(P v Q) (R ^ T) Lembre-se do que estudamos quando o enunciado
Como a questão afirma que “dança” é Falso, pode- não dá a valoração das premissas: tudo é verdade!
mos dizer que o consequente “canta e dança” é fal- Sabendo-se que Cinthia é ginasta (V) e que Ana é
so, pois temos o conetivo “e” e basta um valor falso bailarina (V) podemos fazer a valoração das outras
para que tudo seja falso. Assim, o antecedente pre- premissas:
cisa ser falso também. Perceba, então, que temos o � Se Davi é surfista (F), então Ana não é bailarina
conetivo “ou” e que tudo precisa ser falso para que (F). F F = V
tenhamos o resultado do antecedente falso. � Bruno não é jogador de futebol (V) ou Cinthia não
Assim, “não está acompanhado e não está feliz”. é ginasta (F). V
Resposta: Letra C. � Cinthia é ginasta (V) e que Ana é bailarina (V). V
Devemos agora analisar as alternativas fazermos
3. (FGV — 2019) Considere as afirmativas a seguir. uso da tabela verdade, ou seja, se resultar verdade
essa é a questão certa.
z “Alguns homens jogam xadrez”. a) Bruno é jogador de futebol (F) e Davi é surfista
z “Quem joga xadrez tem bom raciocínio”. (F). Falso
b) Bruno é jogador de futebol (F) e Davi não é sur-
A partir dessas afirmações, é correto concluir que fista (V). Falso 119
c) Bruno não é jogador de futebol (V) e Davi é sur- Nos juros simples a incidência recorre sempre sobre
fista (F). Falso o valor original. Veja um exemplo para melhor entender.
d) se Bruno não é jogador de futebol (V), então Davi Exemplo 1:
é surfista (F). Falso Digamos que você emprestou 1000,00 reais, em um
e) Bruno não é jogador de futebol (V) e Davi não é regime de juros simples de 5% ao mês, para um amigo
surfista (V). Verdade Resposta: Letra E. e que o mesmo ficou de quitar o empréstimo após 5
meses. Então temos o seguinte:
5. (IDECAN — 2019) Considere as premissas a seguir.
CAPITAL
1) Se o instrumento está afinado, eu toco bem. EMPRESTADO VALOR REAJUSTADO
2) Se o público aplaude, eu fico feliz. (1000,00)
3) Se eu toco bem, consigo dinheiro. 1° mês = 1000,00 1000,00 + (5% de 1000,00) = 1050,00
4) Se eu consigo dinheiro, me caso ou compro uma bicicleta. 2° mês = 1050,00 1050,00 + (5% de 1000,00) = 1100,00
3° mês = 1100,00 1100,00 + (5% de 1000,00) = 1150,00
Sabendo-se que eu não me casei e não fiquei feliz,
assinale a alternativa correta. 4° mês = 1150,00 1150,00 + (5% de 1000,00) = 1200,00
5° mês = 1200,00 1200,00 + (5% de 1000,00) = 1250,00
a) O público não aplaudiu.
b) O instrumento não estava afinado. Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais
c) Eu não consegui dinheiro. de juros.
d) Eu não toquei bem. Fórmulas utilizadas em juros simples
e) Eu não comprei uma bicicleta.
J=C·i·t
Partimos da presunção de que todas as premissas
são verdadeiras e sabe-se que eu não me casei e não
M=C+J
fiquei feliz, as duas são verdadeiras, ou seja, é a úni-
ca certeza que a questão nos mostra. Então, a partir
M = C · (1 + i ·J)
dela, vamos valorando as demais:
1) Se o instrumento está afinado (?), eu toco bem (?). = V Onde,
2) Se o público aplaude (F), eu fico feliz (F). = V J = juros
3) Se eu toco bem (?), consigo dinheiro (?). = V C = capital
4) Se eu consigo dinheiro (?), me caso (F) ou compro i = taxa em percentual (%)
uma bicicleta (V). = V t = tempo
“não me casei (V) e não fiquei feliz (V)” = V M = montante
A) O público não aplaudiu - de acordo com o valor
TAXAS PROPORCIONAIS E EQUIVALENTES
lógico da segunda proposição. Resposta: Letra A.
Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é
importante saber a unidade de tempo sobre a qual
a taxa de juros é definida. Isto é, não adianta saber
NOÇÕES DE MATEMÁTICA apenas que a taxa de juros é de “5%”. É preciso saber
FINANCEIRA se essa taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos
que duas taxas de juros são proporcionais quando
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS E TAXAS DE guardam a mesma proporção em relação ao prazo.
JUROS: NOMINAL, EFETIVA, EQUIVALENTE, Por exemplo, 12% ao ano é proporcional a 6% ao se-
PROPORCIONAL, REAL E APARENTE mestre, e também é proporcional a 1% ao mês.
Basta efetuar uma regra de três simples. Para
Juros Simples obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que
é proporcional à taxa de 12% ao ano:
A premissa que é a base da matemática financeira
é a seguinte: as pessoas e as instituições do mercado 12% ao ano ----------------------- 1 ano
preferem adiantar os seus recebimentos e retardar Taxa bimestral ------------------ 2 meses
os seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente
racional, é melhor pagar o mais tarde possível caso Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei-
não haja incidência de juros (ou caso esses juros xar os valores da coluna da direita na mesma unidade
sejam inferiores ao que você pode ganhar aplicando temporal, temos:
o dinheiro).
“Juros” é o termo utilizado para designar o “preço 12% ao ano ---------------------- 12 meses
do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quan- Taxa bimestral ------------------ 2 meses
tia emprestada no banco, o banco te cobrará uma
remuneração em cima do valor que ele te emprestou, Efetuando a multiplicação cruzada, temos:
pelo fato de deixar você ficar na posse desse dinhei-
ro por um certo tempo. Esta remuneração é expressa 12% x 2 = Taxa bimestral x 12
120 pela taxa de juros. Taxa bimestral = 2% ao bimestre
Duas taxas de juros são equivalentes quando são JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS
capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan-
Valores similares para Valores similares para
te final M, após o mesmo intervalo de tempo.
prazos e taxas curtos prazos e taxas curtos
Uma outra informação muito importante e que
você deve memorizar é que o cálculo de taxas equi-
z Juros compostos – cálculo do prazo:
valentes quando estamos no regime de juros simples
pode ser entendido assim: 1% ao mês equivale a 6%
ao semestre ou 12% ao ano, e levarão o mesmo capital Nas questões em que é preciso calcular o prazo
inicial C ao mesmo montante M após o mesmo perío- você deverá utilizar logaritmos, visto que o tempo “t”
do de tempo. está no expoente da fórmula de juros compostos. A
propriedade mais importante a ser lembrada é que,
sendo dois números A e B, então:
Importante!
log AB = B x log A
No regime de juros simples, taxas de juros propor-
cionais são também taxas de juros equivalentes. Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente
B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A.
Juros Compostos Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-
mos é a seguinte:
Imagine que você pegou um empréstimo de
R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea- log bAl = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B
lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês. B
Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. igual à subtração dos logaritmos de cada número.
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- Também é importante ter em mente que “logA”
postos. Podemos montar a seguinte tabela: significa “logaritmo do número A na base 10”.
Observe um exemplo:
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00
No regime de juros compostos com capitalização
1º MÊS 11.000,00 mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
2º MÊS 12.100,00 meses que o capital de R$100.000 deverá ficar investido
para produzir o montante de R$120.000 é expressa por:
3º MÊS 13.310,00
4º MÊS 14.641,00 log2, 1
log1, 01
Logo, ao final de 4 meses você deverá devolver
ao banco R$14.641,00 que é a soma da dívida inicial
(R$10.000,00) e de juros de R$4.641,00. Temos a taxa j = 1%am, capital C = 100.000 e mon-
Fórmula utilizada em juros compostos tante M = 120.000. Na fórmula de juros compostos:
M = C x (1+j)t
M = C · (1 + i)t
120000 = 100000 x (1+1%)t
Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem- 12 = 10 x (1,01)t
plo. Veja:
1,2 = (1,01)t
M = 10000 x (1 + 10%) 4
Temos a taxa de 40% a. a. com capitalização trimes- não se pode utilizar a taxa nominal ou aparente.
tral, o que resulta em uma taxa efetiva de 40%/4 =
10% ao trimestre. Em t = 6 meses, ou melhor, t = 2 Cálculo da Taxa Efetiva
trimestres, o montante será:
M = C x (1+j)t Podemos calcular a taxa efetiva de juros através
M = 1.000 x (1+0,10)2 da fórmula:
M = 1.000 x 1,21
M = 1.210 reais Te = (1+i)n – 1
Resposta: Letra B.
Onde,
10. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Julgue o item seguinte,
relativo à matemática financeira. Te = taxa efetiva
i = taxa nominal na mesma periodicidade
Considere que dois capitais, cada um de R$ 10.000, n = tempo (período)
tenham sido aplicados, à taxa de juros de 44% ao
mês — 30 dias —, por um período de 15 dias, sendo Vamos resolver alguns exemplos sobre taxa de juros
um a juros simples e outro a juros compostos. Nessa efetiva. Atente-se aos detalhes das questões apresentadas. 123
Exemplo 1 CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS
Fator de Valor Atual O Valor Atual (VA) é o valor no momento “0”, tam-
bém chamado de Valor Presente (VP), que equivale à
O fator que multiplica a Parcela na fórmula do soma de todas as n rendas certas P descontadas pela
Valor Atual é chamado de Fator de Valor Atual. mesma taxa de juros i. 125
Podemos calcular o Valor Atual usando a seguinte z Sistema Francês de Amortização (Sf)
fórmula:
Neste Sistema de Amortização, as Prestações são
(1+i)n _ 1 1 _ (1+i) –n constantes e iguais em todos os períodos. Atente-se a
VA = P · � � · (1 + i) ou VA = P · � � · (1 + i)
i · (1+i)n i quatro observações que devem ser feitas:
Valor Futuro de uma Série de Rendas Certas z A forma de cálculo dos Juros será a mesma inde-
Antecipadas pendentemente do Sistema de Amortização. Será
sempre igual à Taxa de Juros vezes o Saldo Deve-
O Valor Futuro (VF) é o valor no momento “n” que dor inicial do Período;
equivale à soma de todas as n rendas certas P capitali- z O Saldo Devedor final do período também não
zadas pela mesma taxa de juros i, ou seja, é a soma de muda de cálculo. Será sempre o Saldo Devedor ini-
todos os pagamentos/recebimentos na mesma data do cial do período menos a Amortização;
último pagamento/recebimento. z No SF, a Prestação é constante;
z Diferentemente do SAC, em que as amortizações
Podemos calcular o Valor Futuro usando a seguin- eram constantes, no SF, as Amortizações variam e
te fórmula: não há uma fórmula de cálculo direto para elas.
Devemos primeiro calcular a Prestação, depois, os
(1+i)n _ 1 Juros, e a Amortização será a diferença entre esses
VF = P · � i
�
fatores.
z Sistema de Amortização Constante (Sac) Ao financiar o sonho da casa própria, deve-se esco-
lher um sistema de pagamento. Para isso, existem as
Neste sistema de financiamento, as amortizações seguintes opções: tabela Price ou SAC. Aqui, discutire-
são iguais. Elas são calculadas assim: mos um pouco a respeito de tais sistemas, para enten-
dermos o que de fato eles são, se há alguma diferença,
𝑨 = 𝑬/𝒏 vantagem e/ou desvantagem entre eles e se um deles
é mais barato/acessível que o outro.
Onde: Esses sistemas, basicamente, são formas de amor-
A é o valor da cota de amortização tização e financiamento a longo prazo acertadas ao
E é o valor do financiamento (empréstimo) banco ou à construtora durante o financiamento da
n é o número de prestações do financiamento compra de um imóvel: a Tabela Price (Sistema Fran-
cês de Amortização) e o SAC (Sistema de Amortização
Devemos conhecer algumas características do Constante). Ambos, segundo José Mansini, planejador
SAC. As Amortizações são constantes, os Juros do SAC financeiro pela Planejar, “São dois cálculos distintos
são decrescentes e as Prestações no SAC também são que determinam de que forma o comprador do imó-
decrescentes. Algo que podemos destacar, ainda, é vel irá pagar [amortizar] o empréstimo que ele fez
que os Juros no último período do SAC são iguais ao para este fim. Nestes dois sistemas, será definido o
módulo da razão da PA de decréscimo dos Juros. valor da parcela mensal a ser paga”.
1 Fontes: O que é Renda Variável? Aprenda tudo sobre essa forma de investimento. Genial investimentos, 2021. Disponível em: <https://blog.
genialinvestimentos.com.br/o-que-e-renda-variavel/>. Acesso em: 10 jan. 2022.
O que é renda variável? Quais são os tipos, os riscos e como investir? Uol Economia. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/guia-de-econo-
126 mia/o-que-e-renda-variavel-entenda-e-veja-como-investir.htm>. Acesso em: 10 jan. 2022.
Diferenças entre Tabela Price e SAC Importante: a prestação terá seu valor corrigido
mensalmente, o que é, geralmente, feito pelo siste-
Há diferenças entre esses dois sistemas de amor- ma SAC. O valor da parcela, por sua vez, pode ou não
tização, mas a diferença que mais se destaca diz res- diminuir com o decorrer do tempo, pois depende da
peito à forma e à rapidez de amortização (diminuição trajetória da inflação, ao passo que, na tabela Price, a
gradativa da dívida). correção feita por meio do IPCA descaracteriza total-
Tal distinção afeta desde o valor das parcelas até mente o conceito de parcelas fixas.
a quantidade total de juros. No Sistema SAC, tem-se, A título de exemplo, leve em consideração o mesmo
inicialmente, prestações com valores mais altos e que valor utilizado na situação que vimos anteriormente,
ficam menores no final, pois (como dito anteriormente) de R$ 200 mil, financiados em 20 anos, diferenciando
há amortização mensal do valor financiado. Ou seja, da apenas a taxa, que passa a ser de 4,95%, e uma estima-
primeira parcela, até a última, o valor vai caindo, por- tiva de IPCA de 4%. Aqui, cabe salientar que se trata
que há uma diminuição progressiva dos juros. apenas de uma situação hipotética/simulada, já que
Na tabela Price, no entanto, as parcelas começam mais não é certa a previsão da trajetória da inflação por um
baixas, mas são estáticas, o que significa que não sofrem período tão longo.
alteração durante todo o período de financiamento.
a) 110%
b) 115%
HORA DE PRATICAR! c) 115,5%
d) 120%
1. (IADES — 2021) Um feirante comprou, no Ceasa local, e) 125%
50 pés de alface por R$ 5,00 a unidade. No mesmo
dia, na feira do bairro, vendeu 30 pés de alface por R$ 5. (IADES — 2019) Um saco de farinha continha 1 kg e
8,00 cada. Mais tarde, antes do horário da xepa, ele custava R$ 3,00. Em uma nova embalagem, o saco de
conseguiu vender o restante dos pés de alface a R$ farinha contém 0,2 kg e custa R$ 0,70. Qual é o aumen-
4,00 a unidade. Acerca do resultado da movimentação to percentual aproximado do preço do quilo de farinha
de suas vendas, é correto afirmar que ele teve da embalagem nova em relação à antiga?
2. (IADES — 2019) O setor no qual determinado funcioná- 6. (IADES — 2019) Um estabelecimento comercial con-
rio trabalha no banco tem uma máquina contadora de seguiu atuar no mercado até outubro de 2017, com as
cédulas, que conta 6.000 cédulas em 5 minutos. Uma receitas superando as despesas. A partir de novembro
nova máquina contadora de cédulas foi adquirida, e o de 2017, esse estabelecimento passou a apresentar
funcionário observou que, com as duas máquinas tra- sucessivas quedas no próprio faturamento, em rela-
balhando em conjunto, 12.800 cédulas são contadas ção ao mês anterior, por causa da crise econômi-
em 4 minutos. ca. Em novembro de 2017, houve 20% de queda em
Nessas condições, quantas cédulas a nova máquina relação a outubro. No mês seguinte, outra queda de
contará em 3 minutos? 20% em relação a novembro. Em janeiro de 2018, a
empresa teve queda de 60% em relação a dezembro
a) 5.000 de 2017. Diante dessas quedas sucessivas no fatura-
b) 6.000 mento, essa empresa decidiu encerrar as respectivas
c) 2.000 atividades.
d) 4.000
Com base nessas informações, é correto afirmar que a
e) 3.000
queda acumulada no fechamento até janeiro de 2018,
com referência a outubro de 2017, foi
3. (IADES — 2021)
a) um valor próximo a 25%.
b) um valor abaixo de 100%, mas superior a 80%.
c) de 100%.
d) de 50%.
e) um valor superior a 50%, mas abaixo de 75%.
a) 1,25.
b) 1,30.
c) 1,35.
d) 1,38.
Elaboração própria. e) 1,40
Suponha que esse gráfico represente o número de cri- 8. (IADES — 2019) Um automóvel faz a média de 14 km
mes violentos em determinada cidade do Brasil nos com cada litro de gasolina e 9 km com cada litro de
anos de 2019 e 2020. Qual foi a diminuição percentual álcool. Sabendo que um litro de gasolina custa R$ 5,00
dos crimes violentos no biênio 2019/2020? e que um litro de álcool custa R$ 3,50, a razão entre as
médias de km/R$ desse automóvel, quando abasteci-
130 a) 10% do com gasolina e com álcool, respectivamente, vale
a) 49/9. Caso determinado cliente contrate um empréstimo de
b) 14/9. R$ 2.000,00 a uma taxa efetiva de 10% ao mês pelo
c) 49/45. sistema francês, sem entrada e em duas parcelas,
d) 10/7. cada uma dessas parcelas será
e) 140/63.
a) um valor entre R$ 1.250,00 e R$ 1.500,00.
9. (IADES — 2021) Considere hipoteticamente que P. b) um valor entre R$ 1.000,00 e R$ 1.100,00.
M. C. e M. C. P. são servidores públicos e estão tra- c) superior a R$ 1.100,00, mas inferior a R$ 1.210,00.
balhando em uma comissão de análise de processos d) superior a R$ 1.500,00.
administrativos. Sabe-se que, trabalhando juntos, e) igual a R$ 1.000,00.
os servidores conseguem analisar 36 processos em
6 horas de trabalho. P. M. C., sozinho, analisa 7 pro- 14. (IADES — 2021) Considere as proposições P e Q a
cessos em 2 horas, então, trabalhando sozinho, em 4 seguir.
horas, M. C. P. analisa um número de processos igual a
P: José é nutricionista e Q: Maria é assistente admi-
a) 10. nistrativa. A proposição composta: “Se José não é
b) 6. nutricionista”, então Maria é assistente administrativa,
c) 9. pode ser corretamente representada simbolicamente
d) 7. por
e) 12.
a) P → Q
10. (IADES — 2021) Se 12 técnicos analisam 400 pro- b) P → ~Q
cessos em 5 dias, trabalhando 6 horas por dia, então c) ~P → ~Q
quantas horas por dia devem trabalhar 10 técnicos, d) ~Q → ~P
por 3 dias, para analisar 100 processos? e) ~P → Q
12. (IADES — 2019) Certo cliente contratou um emprésti- c) alguns produtos são orgânicos.
mo de R$ 10.000,00 a uma taxa nominal de 80% ao ano, d) pelo menos um produto é orgânico.
capitalizados trimestralmente. Ficou acertado que ele e) alguns produtos não são orgânicos.
pagaria em duas vezes, a cada semestre, metade do
valor do empréstimo mais os juros incidentes sobre o 17. (IADES — 2021) A negação da proposição “Todo arqui-
saldo devedor. Assim, o valor pago na segunda e últi- teto é urbanista.” é a seguinte proposição:
ma prestação é igual a
a) Nenhum arquiteto é urbanista.
a) R$ 7.000,00. b) Nenhum urbanista é arquiteto.
b) R$ 5.000,00. c) Pelo menos um arquiteto é urbanista.
c) R$ 9.000,00. d) Pelo menos um arquiteto não é urbanista.
d) R$ 7.200,00. e) Não existe arquiteto urbanista.
e) R$ 9.400,00.
18. (IADES — 2019) Assumindo verdadeiras as senten-
13. (IADES — 2019) A tabela Price, ou sistema francês ças “todos os ricos são felizes”, “alguns felizes são
de amortização, é caracterizada por prestações pobres”, “alguns militares são ricos” e “o pai de Davi é
constantes. feliz”, é correto inferir que 131
a)
b)
o pai de Davi é rico.
o pai de Davi é militar.
ANOTAÇÕES
c) alguns militares são pobres.
d) alguns militares são felizes.
e) algum pobre não é feliz.
9 GABARITO
1 D
2 B
3 C
4 C
5 A
6 E
7 D
8 C
9 A
10 B
11 E
12 D
13 C
14 E
15 A
16 E
17 D
18 D
19 A
20 E
132
CONCEITO USO COMENTÁRIOS
Este tópico é muito prático. Nos concursos públicos, são questionados os termos usados nos diferentes softwa-
res, como “Histórico”, para nomear a lista de informações acessadas por um navegador de Internet.
Importante!
Ao navegar na Internet, comece a observar os detalhes do seu navegador e as mensagens que são exibidas.
Esses são os itens questionados em concursos públicos.
As informações armazenadas em servidores web são arquivos (recursos) identificados por um endereço
padronizado e único (endereço URL), exibidas em um browser ou navegador de Internet.
Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet utiliza os mesmos protocolos, linguagens e serviços da
Internet.
Confira, a seguir, os principais navegadores de Internet disponíveis no mercado.
Microsoft Navegador padrão do Windows 10, que substituiu o Microsoft Internet Explorer
Internet
Explorer
Navegador padrão do Windows 7, um dos mais questionados em concursos públi-
Microsoft
cos, por ser integrante do sistema operacional
Firefox
Chrome
Um dos mais populares navegadores do mercado, multiplataforma e de fácil
Google
utilização
Safari
Desenvolvido originalmente para aparelhos da Apple, atualmente está disponível
Apple
para outros sistemas operacionais
Opera
Navegador leve com proteções extras contra rastreamento e mineração de moe-
Opera
das virtuais
Na Internet, as informações (dados) são armazenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os servidores
são computadores, que utilizam pastas ou diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao acessarmos uma
informação na Internet, estamos acessando um arquivo. Aqui, cabe-nos alguns questionamentos: como é a identi-
ficação desse arquivo? Como acessamos essas informações? Isso ocorre através de um endereço URL. O endereço
URL (Uniform Resource Locator) que define o endereço de um recurso na rede. Na sua tradução literal, é Localiza-
dor Uniforme de Recursos, e possui a seguinte sintaxe:
134 protocolo://máquina/caminho/recurso
“Protocolo” é a especificação do padrão de comuni- Exemplo: https://outlook.live.com:5012/owa/hotm
cação que será usado na transferência de dados. Pode- ail?path=/mail/inbox#open
rá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – protocolo esquema: https://
de transferência de hipertexto), ou https (Hyper Text domínio: outlook.live.com
Transfer Protocol Secure – protocolo seguro de transfe- porta: 5012
rência de hipertexto), ou ftp (File Transfer Protocolo – caminho: /owa/
protocolo de transferência de arquivos), entre outros. recurso: hotmail
“://” faz parte do endereço URL, para identificar querystring: path=/mail/inbox
que é um endereço na rede, e não um endereço local fragmento: open
como “/” no Linux ou ‘:\’ no Wndows.
“Máquina” é o nome do servidor que armazena a Quando o usuário digita um endereço URL no seu
informação que desejamos acessar. navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –
“Caminho” são as pastas e diretórios onde o arqui- servidor de nomes de domínios) será contactado para
vo está armazenado. traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-
“Recurso” é o nome do arquivo que desejamos acessar. mação será localizada e transferida para o navegador
que solicitou o recurso.
Vamos conferir os endereços URL a seguir e suas
características.
ENDEREÇO
CARACTERÍSTICAS Servidor DNS
URL FICTÍCIO
Usando o protocolo http, acessare-
mos o servidor abc, que é comercial Internet
Endereço URL
(.com), no Brasil (.br). Acessaremos a Usuário
divisão multimídia (www) com arqui- Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas
h t t p : // w w w .
vos textuais, vídeos, áudios e imagens. os dados são armazenados em servidores web com números de
abc.com.br/
O recurso acessado é o index.html, IP. O servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a
entendido automaticamente pelo na- navegação na Internet.
vegador, por não ter nenhuma especi-
ficação de recurso no fim Conceitos e Funções Válidas para Todos os
Usando o protocolo https, acessare- Navegadores
mos o servidor abc, que é comercial
h t t p s : // m a i l . z Modo normal de navegação: as informações serão
(.com) e pode estar registrado nos
abc.com/caixa registradas e mantidas pelo navegador. Histórico
Estados Unidos. Acessaremos o dire-
s/inbox/ de Navegação, Cookies, Arquivos Temporários,
tório caixas, subdiretório inbox. Aces-
saremos o serviço mail no servidor Formulários, Favoritos e Downloads;
Usando o protocolo de transferência
de arquivos ftp, acessaremos o servi-
ftp://ftp.abc.g
dor ftp da instituição governamental
ov.br/edital.pdf
(gov) brasileira (br) chamada abc, que
disponibiliza o recurso edital.pdf
esquema://domínio:porta/caminho/recurso?
querystring#fragmento
Onde “esquema” é o protocolo que será usado na z Dados de formulários: informações preenchidas
transferência. em campos de formulários nos sites de Internet;
“Domínio” é o nome da máquina, o nome do site. z Favoritos: endereços URL salvos pelo usuário
“:” e “porta”, indica qual, entre as 65536 portas TCP para acesso posterior. Os sites preferidos do usuá-
será usada na transferência. rio poderão ser exportados do navegador atual e
“Caminho” indica as pastas no servidor, que é um importados em outro navegador de Internet;
computador com muitos arquivos em pastas. z Downloads: arquivos transferidos de um servidor
“Recurso” é o nome do arquivo que está sendo remoto para o computador local. Os gerenciadores
acessado. de downloads permitem pausar uma transferência
“?” é para transferir um parâmetro de pesquisa, ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja
usado especialmente em sites seguros. mais disponível;
“#” é para especificar qual é a localização da infor- z Uploads: arquivos enviados do computador local
mação dentro do recurso acessado (marcas) para um servidor remoto; 135
z Histórico de navegação: são os endereços URL acessa- Ferramentas e Aplicativos de Correio Eletrônico
dos pelo navegador em modo normal de navegação;
z Cache ou arquivos temporários: cópia local dos O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma
arquivos acessados durante a navegação; forma de comunicação assíncrona, ou seja, mesmo
z Pop-up: janela exibida durante a navegação para que o usuário não esteja on-line, a mensagem será
funcionalidades adicionais ou propaganda; armazenada em sua caixa de entrada, permanecendo
z Atualizar página – acessar as informações armaze- disponível até ela ser acessada novamente.
nadas na cópia local (cache); O correio eletrônico (popularmente conhecido
z Recarregar página: acessar novamente as infor- como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi
mações no servidor, ignorando as informações um dos primeiros serviços que surgiu para a Internet,
armazenadas nos arquivos temporários; mantendo-se usual até os dias de hoje.
z Formato PDF: os arquivos disponíveis na Internet
no formato PDF podem ser visualizados direta- PROGRAMA CARACTERÍSTICAS
mente no navegador de Internet, sem a necessida-
de de programas adicionais. O Mozilla Thunderbird é um cliente de e-mail
gratuito com código aberto que poderá ser
usado em diferentes plataformas
Recursos de Sites, Combinados com os Navegadores
de Internet
O eM Client é um cliente de e-mail gratuito
z Cookies: arquivos de texto transferidos do servidor para uso pessoal no ambiente Windows e
Mac. Facilmente configurável. Tem a versão
para o navegador com informações sobre as prefe-
Pro, para clientes corporativos
rências do usuário. Eles não são vírus de compu-
tador, pois códigos maliciosos não podem infectar O Microsoft Outlook, integrante do pacote
arquivos de texto sem formatação; Microsoft Office, é um cliente de e-mail que
z Feeds RSS: quando o site oferece o recurso RSS, o permite a integração de várias contas em
navegador receberá atualizações para a página uma caixa de entrada combinada
assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre O Microsoft Outlook Express foi o cliente
sites para troca de conteúdo; de e-mail padrão das antigas versões do
z Certificado digital: os navegadores podem utilizar Windows. Ainda aparece listado nos editais
chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja, de concursos, porém não pode ser utilizado
aceitam certificados digitais para validação de cone- nas versões atuais do sistema operacional
xões e transferências com criptografia e segurança;
z Corretor ortográfico: permite a correção dos tex- Webmail. Quando o usuário utiliza um na-
vegador de Internet qualquer para acessar
tos digitados em campos de formulários a partir de
sua caixa de mensagens no servidor de
dicionários on-line disponibilizados pelos desen- e-mails, ele está acessando pela modalida-
volvedores dos navegadores. de webmail
Atalhos de Teclado
O Microsoft Outlook possui recursos que permitem o
z Para acessar a barra de endereços do navegador: acesso ao correio eletrônico (e-mail), organização das men-
F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome: é F6; sagens em pastas, sinalizadores, acompanhamento e tam-
z Para abrir uma nova janela: Ctrl+N; bém recursos relacionados a reuniões e compromissos.
z Para abrir uma nova janela anônima: Ctrl+Shift+N Os eventos adicionados ao calendário poderão ser
No Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P; enviados na forma de notificação por e-mail para os
z Para fechar uma janela: Alt+F4; participantes.
z Para abrir uma nova guia: Ctrl+T; O Outlook possui o programa para instalação no
z Para fechar uma guia: Ctrl+F4 ou Ctrl+W; computador do usuário e a versão on-line. A versão
z Para reabrir uma guia fechada: Ctrl+ Shift+T; on-line poderá ser gratuita (Outlook.com, antigo Hot-
z Para aumentar o zoom: Ctrl + = (igual); mail) ou corporativa (Outlook Web Access – OWA, inte-
z Para reduzir o zoom: Ctrl + - (menos); grante do Microsoft Office 365).
z Definir zoom em 100%: Ctrl+0 (zero);
z Para acessar a página inicial do navegador: Alt+ Home;
z Para visualizar os downloads em andamento ou
concluídos: Ctrl+J; Usuário
z Localizar um texto no conteúdo textual da página:
Ctrl+F;
z Atualizar a página: F5;
@
z Recarregar a página: Ctrl+F5.
Figura 3. Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor
Nos navegadores de Internet, os links poderão ser de e-mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador
abertos de 4 (quatro) formas diferentes. de Internet
Protocolo IMAP4 para enviar e para Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook
receber mensagens. As mensagens são (cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo
Webmail copiadas do servidor para a janela do (Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail
e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder
navegador e são mantidas na caixa de
os e-mails recebidos.
mensagens remota
Cliente de e-mail Navegador de Internet De forma semelhante ao endereço URL para recur-
sos armazenados em servidores, o correio eletrônico
Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para também possui o seu formato.
o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando Existem bancas organizadoras que consideram o
o protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de formato reduzido usuário@provedor, no enunciado
Internet e mantida no servidor de e-mails. das questões, em vez do formato detalhado usuário@
provedor.domínio.país. Ambos estão corretos.
Os protocolos de e-mails são usados para a troca
de mensagens entre os envolvidos na comunicação. CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL – USUÁRIO@
O usuário pode personalizar a sua configuração, mas, PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS
em concursos públicos, o que vale é a configuração
Dica
Os Grupos de Discussão (com as características e funcionalidades originais) desapareceram ao longo do
tempo, sendo substituídos pelos grupos nas redes sociais (com novos recursos e integração com os perfis
delas). Esse é um tópico que deverá ser questionado cada vez menos, assim como Redes Sociais.
Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm, como finalidade, apresentar os resultados de endereços
URLs com as informações solicitadas pelo usuário.
Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pesquisa da
atualidade. No passado, sites como Cadê, Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a acessibilidade das
informações existentes na Internet, indexando em diretórios os conteúdos disponíveis.
Os sites de pesquisas foram incorporados aos navegadores de Internet e, na configuração dos browsers, temos a
opção “Mecanismo de pesquisa”, que permite a busca dos termos digitados diretamente na barra de endereços do
cliente web. Essa funcionalidade transforma a nossa barra de endereços em uma omnibox (caixa de pesquisa inteligen-
te), que preenche com os termos pesquisados anteriormente e oferece sugestões de termos para completar a pesquisa.
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como buscador padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome têm o
Google Buscas como buscador padrão. As configurações podem ser personalizadas pelo usuário.
Os sites de pesquisas incorporam recursos para operações cotidianas, como pesquisa por textos, imagens,
notícias, mapas, produtos para comprar em lojas on-line, efetua cálculos matemáticos, traduz textos de um idioma
para outro, entre inúmeras funcionalidades, ignoram pontuação, acentuação e não diferenciam letras maiúsculas
de letras minúsculas, mesmo que sejam digitadas entre aspas.
Além de todas essas características, os sites de pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (símbolos)
para refinar os resultados e comandos para selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos concursos públicos,
esses são os itens mais questionados.
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais de concursos públicos, essa parte você consegue praticar até
no seu smartphone. Comece a usar os símbolos e comandos nas suas pesquisas na Internet e visualize os resulta-
dos obtidos.
140 Os comandos são seguidos de dois pontos e não possuem espaço com a informação digitada na pesquisa.
O site de pesquisas Google também oferece respostas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing oferece
mecanismos similares.
As possibilidades são quase infinitas, pois os assistentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana) permi-
tem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.
Os resultados apresentados pelas pesquisas do site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura filtrar os
resultados com conteúdo adulto, evitando a sua exibição. Quando desativado, os resultados de conteúdo adulto
serão exibidos normalmente.
No Microsoft Bing, na página do buscador www.bing.com, acesse o menu no canto superior direito e escolha
o item Pesquisa Segura.
No Google, na página do site do buscador www.google.com, acesse o menu Configurações no canto inferior
direito e escolha o item Configurações de Pesquisa.
Importante!
As bancas costumam questionar funcionalidades do Microsoft Bing que são idênticas às funcionalidades do
Google Buscas, com o intuito de confundir os candidatos acerca do recurso questionado.
REDES SOCIAIS
As redes sociais se tornaram populares entre os usuários ao oferecerem os pilares dos relacionamentos em
formato digital: curtir, comentar e compartilhar.
Teoricamente, elas se dividem em duas categorias: sites de relacionamento (redes sociais) e mídias sociais. Na
prática, esses conceitos acabam sendo sobrepostos nas novas redes.
O modelo pode ser centralizado, descentralizado ou distribuído. No modelo centralizado, as informações são
exibidas para os usuários a partir de servidores de uma empresa, de acordo com os parâmetros de cada usuário.
Localização, idade, sexo, preferências políticas e todas as demais informações dadas pelos usuários no perfil da
rede social serão usadas para a apresentação dos resultados na linha do tempo dele. O Twitter é um exemplo
centralizado, com distribuição de conteúdo semelhante à topologia Estrela, das redes de computadores, com um
REDES
CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
SOCIAIS
O Twitter é uma rede social para publicações curtas e rápidas Ativistas, artistas, empresas e políticos
MÍDIAS
CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
SOCIAIS
Wordpress é um portal de blogs que permite o armazena- Usuários de Internet com foco em produção de
mento de website conteúdo
O Wikipedia é um site para publicação de conhecimento no Usuários colaboradores e voluntários que contribuem
formato colaborativo com novos conteúdos e revisões
Saiba:
Redes sociais é um tópico pouco questionado em concursos públicos, devido às atualizações que elas oferecem
quase diariamente em seus recursos e operação de algoritmos. Se comparar o Facebook de hoje com as regras e
recursos do Facebook do ano passado, verá que muitas funcionalidades foram alteradas.
Importante!
Os navegadores possuem mais recursos em comum do que diferenças. As bancas costumam perguntar os itens
que são diferentes ou exclusivos.
142
Microsoft Edge Entretanto, caso utilize o modo de navegação privati-
va, esses dados não serão sincronizados.
Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão Assim como nos outros navegadores, é possível
no Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o definir uma página inicial padrão, uma página inicial
kernel (núcleo) Google Chromium, o que traz uma série escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar
de itens semelhantes ao Google Chrome. Integrado com a navegação das guias abertas na última sessão.
o filtro Microsoft Defender SmartScreen, permite o blo- No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela
queio de sites que contenham phishing (códigos mali- permite copiar, para a Área de Transferência do com-
ciosos que procuram enganar o usuário, como páginas putador, parte da imagem da janela que está sendo
que pedem login/senha do cartão de crédito). acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário pode-
Outro recurso de proteção é usado para combater rá colar a imagem capturada ou salvar diretamente
vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que pelo navegador.
favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compar- Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles ofe-
tilhar dados entre sites sem permissão do usuário. Ele recem pequenas dicas para que você possa aproveitar
substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o visualiza- ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novida-
dor padrão de arquivos PDFs no Windows 10. Foram des sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozil-
adicionados recursos que permitem “Desenhar” sobre la, notícias sobre integridade da internet e muito mais.
o conteúdo do PDF.
Além disso, mantém as características dos outros Google Chrome
navegadores de Internet, como a possibilidade de insta-
lação de extensões ou complementos, também chamados O navegador mais utilizado pelos usuários da
Internet é oferecido pela Google, que mantém servi-
de plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos
ços, como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube),
específicos para a navegação em determinados sites.
entre muitos outros. Uma das pequenas diferenças
As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
desse navegador em relação aos outros navegadores
sar off-line, marcadas como preferidas em Favoritos, é a tecla de atalho para acesso à Barra de Endereços,
consultadas no Histórico de Navegação ou salvas que, nos demais, é F4 e, nele, é F6. Outra diferença é o
como PDF no dispositivo do usuário. acesso ao site de pesquisas Google, que oferece a pes-
Coleções, no Microsoft Edge, é um recurso exclusi- quisa por voz se você acessar pelo Google Chrome.
vo que permite que a navegação inicie em um disposi- Outro recurso especialmente útil do Chrome é o
tivo e continue em outro dispositivo logado na mesma Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de tecla-
conta Microsoft. Semelhante ao Google Contas, mas do Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador
nomeado como Coleções, no Edge, permite adicionar não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas
sugestões do Pinterest. poderá finalizar, sem finalizar todo o programa.
Outro recurso específico do navegador é a repro- Alguns recursos do navegador são “emprestados”
dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site do site de buscas, como a tradução automática de
Microsoft Bing (buscador da Microsoft). páginas pelo Google Tradutor.
É possível compartilhar o uso do navegador com
Internet Explorer outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que
cada uma tenha as próprias configurações e arquivos.
Foi o navegador padrão dos sistemas Windows O navegador Google Chrome possui níveis diferentes
e encerrou na versão 11. Alguns concursos ainda o de acessos, que podem ser definidos quando o usuário
questionam. Suas funcionalidades foram mantidas no conecta ou não em sua conta Google.
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As guias possuem uma organização lógica, sequencial, das tarefas que serão realizadas no documento, desde
o início até a visualização do resultado final.
BOTÃO/GUIA DICA
Arquivo Comandos para o documento atual. Salvar, salvar como, imprimir, Salvar e enviar
Tarefas secundárias. Adicionar um objeto que ainda não existe no documento. Tabela, Ilustrações,
Inserir
Instantâneos
Referências Índices e acessórios. Notas de rodapé, notas de fim, índices, sumários, etc.
146
BOTÃO/GUIA DICA
Correção do documento. Ele está ficando pronto... Ortografia e gramática, idioma, controle de alte-
Revisão
rações, comentários, comparar, proteger, etc.
Exibir Visualização. Podemos ver o resultado de nosso trabalho. Será que ficou bom?
A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos pará-
grafos e nas páginas.
Os estilos fornecem configurações padronizadas para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formatações
envolvem as definições de fontes e parágrafos, sendo úteis para a criação dos índices ao final da edição do docu-
mento. Os índices são gerenciados através das opções da guia Referências.
No Microsoft Word estão disponíveis na guia Página Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis no menu
Estilos.
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário poderá copiar a formatação de um local e aplicar em outro
local no mesmo documento, ou em outro arquivo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o ‘modelo de formatação
no texto’, clique no ícone da guia Página Inicial e clique no local onde deseja aplicar a formatação.
O conteúdo não será copiado, somente a formatação.
Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc ou
iniciar uma digitação.
Seleção
Através do teclado e do mouse, como no sistema operacional, podemos selecionar palavras, linhas, parágrafos
e até o documento inteiro.
Botão principal Shift Seleção bloco Seleção de um ponto até outro local
Botão principal
Ctrl+Alt Seleção bloco Seleção vertical
pressionado
Botão principal
Alt Seleção bloco Seleção vertical, iniciando no local do cursor
pressionado
Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia-a-dia. Experimente
praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em branco,
ele criará um texto ‘aleatório’ com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode praticar à vontade.
147
Edição e Formatação de Fontes
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana,
são os mais comuns. Atalho de teclado para formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo
teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I) e sub-
linhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as palavras),
subscrito
(como na fórmula H2O – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que, os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
Concorrentes entre si, significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito independen-
te, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem ser
individuais.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras), etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.
Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia-a-dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:
Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os caracte-
148 res não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).
CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD
- - Âncoras de objetos
As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, é formada por células,
e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma pla-
nilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma única),
Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando elementos
horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes itens
são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de linha, posi-
cionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará alterar as configurações na
planilha ou a largura da coluna manualmente.
Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel. 149
WORD EXCEL
Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos Somente o conteúdo da primeira célula será mantido
Índices
Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.
Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por dian-
te. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal (Sumário), Marcar
Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem o usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.
Importante!
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
150
MICROSOFT EXCEL Mesclar e Centralizar
Mesclar e Centralizar
As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas
nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde Mesclar através
a criação de uma agenda de compromissos, passan-
Mesclar Células
do pelo controle de ponto dos funcionários e folha de G H
pagamento, ao controle de estoque de produtos e base Desfazer Mesclagem de Células
de clientes. Diversas funções internas oferecem os
recursos necessários para a operação. E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje,
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de poderá juntar as informações das células.
ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar,
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para disponível na guia Página Inicial:
XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o z Mesclar e Centralizar: Une as células seleciona-
Office 2007, e permanece até hoje. das a uma célula maior e centraliza o conteúdo da
As planilhas de cálculos não são banco de dados. nova célula. Este recurso é usado para criar rótu-
Muitos usuários armazenam informações (dados) em los (títulos) que ocupam várias colunas;
uma planilha de cálculos como se fosse um banco de z Mesclar através: Mesclar cada linha das células
dados, porém o Microsoft Access é o software do paco- selecionadas em uma célula maior;
te Microsoft Office desenvolvido para esta tarefa. Um z Mesclar células: Mesclar (unir) as células selecio-
banco de dados tem informações armazenadas em nadas em uma única célula, sem centralizar;
registros, separados em tabelas, conectados por rela- z Desfazer Mesclagem de Células: desfaz o proce-
cionamentos, para a realização de consultas. dimento realizado para a união de células.
z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encon- A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha
tro entre uma linha e uma coluna. A seleção indivi- de dados, é o conjunto de valores armazenados nas
dual é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com células. Estes dados poderão ser organizados (classi-
a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional); ficação), separados (filtro), manipulados (fórmulas
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomea- e funções), além de apresentar em forma de gráfico
das com uma letra; (uma imagem que representa os valores informados).
z Linha: células alinhadas horizontalmente, nume- Para a elaboração, poderemos:
radas com números;
z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta iniciar
a digitação, e o que for digitado é inserido na célula;
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponí-
vel na área superior do aplicativo, a linha de fór-
mulas é o conteúdo da célula. Se a célula possui um
valor constante, além de mostrar na célula, este
aparecerá na barra de fórmulas. Se a célula possui
um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mos-
1 FRAÇÃO: EX.: 4
2
102 CIENTIFICO. EX.: 4,00E + 00
ab TEXTO: EX.: 4
As informações existentes nas células poderão ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exemplo,
na verdade é um número formatado como data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre datas.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato de Moe-
da, o alinhamento da célula é respeitado e o símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o alinhamento
é ‘justificado’ e o símbolo de R$ posiciona na esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.
Moeda Contábil
R$4,00 R$4,00
O ícone % é para mostrar um valor com o formato de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%)
O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o valor da célula com um separador de milhar. Este comando
152 alterará o formato da célula para Contábil sem um símbolo de moeda.
VALOR FORMATO CONTÁBIL SEPARADOR DE MILHARES 000
1500 R$1.500,00 1.500,00
16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00
1 R$1,00 1,00
400 R$400,00 400,00
27568 R$27.568,00 27.568,00
,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais
casas decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores menos precisos exibindo menos casas decimais).
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas deci-
mais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado para
cima ou para baixo, de ao diminuir as casas decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função ARRED,
para arredondar.
Simbologia Específica
Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
alguns exemplos de aplicação.
153
OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES
z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=
O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=
OPERADORES DE REFERÊNCIA
z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2
O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
Vamos conhecer uma questão que utiliza referências mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP, para o cargo de
Papiloscopista da Polícia Civil de São Paulo, em 2018.
Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas célu-
las H3 até H9, assinale a alternativa com o valor que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel 2010, em sua
configuração original, exibida na figura:
154
a) –R$ 960,00
b) –R$ 100,00
c) R$ 400,00
d) R$ 500,00
e) R$ 360,00
A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2 inserida na célula H2 possui referências mistas.
O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver
acompanhando, não mudará. Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1. E se temos dois símbolos de cifrão, temos
uma referência absoluta. $A$1
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).
Faz a soma de 15 e 3
= 15 + 3
Início de fórmula, função ou Compara o valor de A1 com 5, e caso seja
= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 )
comparação verdadeiro, mostra 10, caso seja falso,
=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
mostra 11
Importante!
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
tituirá pelo sinal de igual.
Erros
Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem men-
sagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de digita-
ção, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fórmulas.
Com este recurso, muito questionado em concursos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o usuário poderá ver setas na
planilha indicando a relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:
Funções Básicas
No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’, operando
apenas áreas quadrangulares.
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3.
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.
z SOMASE(valores;condição) : realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
atendida.
A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado)
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A5 que sejam maiores que 15
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A10 que forem iguais a 10.
z MÉDIA(valores) : realiza a operação de média nas células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,
serão somados e divididos por 5. Se existir uma célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células vazias não
entram no cálculo da média.
Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados e o valor
156 no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
Se temos uma sequência de valores com quantida- teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer-
de par, a mediana será a média dos valores que estão rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não
no meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1), é menor que zero, só poderia ser maior do que zero,
ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada.
média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2). Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é
usado somente no início da digitação da célula.
z MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das células As funções CONT são usadas para informar a quanti-
selecionadas. dade de células, que atendem às condições especificadas.
=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na - CONT.NÚM - para contar quantas células possuem
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape- números.
nas um será mostrado. - CONT.VALORES - quantidade de células que estão
preenchidas.
z MAIOR(valores;posição) : exibe o maior valor de - CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não
uma série, segundo o argumento apresentado. estão preenchidas.
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a
Valores iguais ocupam posições diferentes. uma condição específica.
- CONT.SES - quantidade de células que atendem a
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- várias condições simultaneamente.
las A1 até D6.
z CONT.VALORES(células): esta função conta todas as
z MÍNIMO(valores) : exibe o menor valor das célu- células em um intervalo, exceto as células vazias.
las selecionadas.
= CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na contagem, informando quantas células estão preen-
área de A1 até D6. chidas com valores, quaisquer valores.
159
z Os gráficos do tipo Histograma são usados para séries de valores com evolução, como idades da população. São
exemplos de gráficos do tipo Histograma: Histograma e Pareto.
z O gráfico do tipo Cascata, exibe e destaca as variações dos valores ao longo do tempo.
z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de dados. São
exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha no Eixo Secun-
dário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade de criação de uma Combinação Personalizada.
Classificação de Dados
160
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
Classificar números Quando a coluna possui números, podemos ‘Classificar do menor para o maior’ ou
‘Classificar do maior para o menor’
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida
Classificar por uma lista
pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valores pelos quais você
personalizada
deseja classificar, como Alta, Média e Baixa
MICROSOFT POWERPOINT
As apresentações de slides criadas pelo Microsoft PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de extensão
A preparação de uma apresentação de slides segue uma série de recomendações, quanto a quantidade de texto,
quantidade de slides, tempo da apresentação, etc.
Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro. O questionamento é sobre como fazer, onde configurar,
como apresentar, etc.
Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o ícone
‘Do Começo’ na guia Apresentações de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar no ícone corres-
pondente na barra de status, ao lado do zoom.
A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não será
mostrada. A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.
Durante a apresentação de slides, as setas de direção permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para
o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides.
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão principal (esquerdo) do mouse exibirá um ‘laser pointer’ na apre-
sentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final, deixa a tela
preta (escura).
A edição dos elementos textuais e parágrafos seguem os princípios do editor de textos Word. E os comandos
também são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF.
De acordo com o formato escolhido, alguns recursos poderão ser desabilitados.
O formato PDF é portável, e poderá ser usado em qualquer plataforma. Praticamente todos os programas dis-
poníveis no mercado reconhecem o formato PDF.
Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costumam ser questionados em provas.
A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.
Apresentar on-line: Transmitir a apresentação de slides para visualizadores remotos que possam assis-
ti-la em um navegador da Web.
Configurar Apresentação de Slides: Configurar opções avançadas para a apresentação de slides, como o
modo de quiosque (em que a apresentação reinicia após o último slide, e continua em loop até pressio-
nar ESC), apresentação sem narração, vários monitores, avançar slides, etc.
Ocultar Slide: Ocultar o slide atual da apresentação. Ele não será mostrado durante a apresentação de
slides de tela inteira.
Testar Intervalos: Iniciar uma apresentação de slides em tela inteira na qual você possa testar sua apre-
sentação. A quantidade de tempo utilizada em cada slide é registrada e você pode salvar esses intervalos
para executar a apresentação automaticamente no futuro.
163
Gravar Apresentação de Slides: Gravar narrações de áudio, gestos do apontador laser ou intervalos de
slide e animação para reprodução durante a apresentação de slides.
Álbum de Fotografias: criar ou editar uma apresentação com base em uma série de imagens. Cada ima-
gem será colocada em um slide individual.
Ação: Adicionar uma ação ao objeto selecionado para especificar o que deve acontecer quando você cli-
car nele ou passar o mouse sobre ele.
Gravação de tela: gravar o que está sendo exibido na tela e inserir no slide.
Formas: linhas, retângulos, formas básicas, setas largas, formas de equação, fluxograma, estrelas e fai-
xas, textos explicativos e botões de ação.
LIBREOFFICE WRITER
A interface da versão 6 é mais ‘leve’ que a interface da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um fundo
cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando mais parecido com o Word 2016.
A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N).
O LibreOffice Writer é integrado com os demais programas do pacote, permitindo a inserção de fórmulas avan-
çadas de cálculos do LibreOffice Calc em uma tabela do documento de textos, por exemplo.
O LibreOffice Writer grava documentos com a extensão ODT, mas também poderá gravar em outros formatos
como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos que são gravados pelo programa, também poderão ser abertos por ele.
Importante!
O que você faz no Word, você faz no Writer. Quase tudo tem correspondente entre os aplicativos. Alguns atalhos
de teclado são diferentes, alguns nomes de comandos são diferentes, mas a maioria dos itens são iguais.
O botão abc é usado para fazer a verificação ortográfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação ortográfi-
ca o atalho é Shift+F7. A auto verificação ortográfica é para correção automática de todos os erros do documento
segundo as configurações pré-determinadas pelo editor de textos Writer.
O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma pala-
vra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho) ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado verde). Já
a autocorreção é um recurso diferente, que permite substituir erros comuns, como a ausência de maiúscula no
início de uma frase, corrigir o uso acidental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre maiúscula e minúscu-
la), acentuação na palavra não (quando digitamos naõ), e principalmente a substituição de símbolos por palavras,
definidos pelo usuário, no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção.
Os documentos do LibreOffice Writer possuem a seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos do Micro-
soft Word e conceitos:
z Documentos: arquivos ODT (Open Document Text). Os documentos são arquivos editáveis pelo usuário. Os
Modelos, com extensão OTT (Open Template Text), contém formatações que serão aplicadas aos novos documen-
tos criados a partir dele;
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo o tamanho do papel e margens. Definições estão no menu
Formatar, item Estilo da Página..., guia Página;
164
A4
z Seção: divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem
usadas configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho, etc., as seções serão usadas. Disponível no
menu Inserir, item Seção...;
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com Enter, contém formatação indepen-
dente do parágrafo anterior, e do parágrafo seguinte;
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado com
Quebra de Linha, a configuração de formatação atual permanece na próxima linha;
z Palavras: formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação, etc. Podemos definir a formata-
ção do texto no menu Formatar, item Texto (nas versões anteriores era Caractere). E podemos escolher em Tex-
to. A novidade na versão 5 é que o menu Texto já exibe na lista todos os estilos e efeitos disponíveis no editor.
A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos parágra-
fos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem todos estes recursos, como o Microsoft Word.
A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou configuração aplicada.
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier New, Ver-
dana, são os mais comuns.
Ao lado do nome da fonte, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente.
Se quiser, digite o valor específico que deseja.
Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado.
As formatações de fontes e parágrafos podem ser removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta (Ctrl+M), disponível
na barra de formatação de Caracteres.
E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
Sombra - -
Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).
Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos, está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situação.
Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima letra está dispo-
nível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.
1 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
166 preferidos do usuário.
ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS
Barra de endereços do
Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink
navegador
Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)
Importante!
Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma relação
com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.
z Página;
z Títulos;
z Tabelas;
z Quadros;
z Objetos OLE;
z Marca-páginas;
z Seções;
z Hiperlinks;
z Referências;
z Índices;
z Anotações;
z Objetos de Desenho;
z Controle;
2 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
3 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e consultar os
arquivos que foram baixados (Downloads).
4 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
5 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do parágrafo.
6 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
7 O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
8 O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também. 167
z Fórmula de tabela;
z Fórmula de tabela incorreta.
A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de uso
de 4 cliques na seleção. Confira:
Cabeçalhos
Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.
Assim como no Word, é possível trabalhar com configurações diferentes dentro do mesmo documento. Para
isto, use as seções para dividir a formatação do documento.
Esta região aceitará qualquer elemento que seria usado no documento, como textos, imagens, tabelas, campos,
formas geométricas, hiperlinks, entre outros.
Inserir
Diferentemente da interface do Microsoft Word, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e LibreOffice Impress.
MENU SIGNIFICADO
Permitem acesso às configurações de arquivo sobre o documento atual (novo, abrir, fechar, salvar, impri-
Arquivo
mir, propriedades)
Permite acesso à Área de Transferência, além das opções temporárias (localizar, substituir, selecionar) e
Editar
área de transferência do Windows/Linux
Permite a configuração dos objetos que serão exibidos na tela do aplicativo. Modos de visualização,
Exibir
interface do usuário, elementos da tela de edição, Marcas de Formatação, Barra Lateral e Zoom
Permite adicionar um item que não existe no documento atual. Adicionar qualquer objeto no arquivo
Inserir atualmente editado. Se este objeto é atualizável, será um campo. Elementos da página, elementos gráfi-
cos, elementos visuais, referências e índices, elementos de mala direta e cabeçalho e rodapé
Formatar significa dar um formato a um objeto que já existe. Parágrafo, estilos, marcadores e numera-
Formatar
ção, tabulações, etc. Permite alterar elementos editáveis do documento
Os estilos são formatações pré-definidas para serem usadas no texto. Posteriormente poderão ser orga-
Estilos
nizadas em um índice
Disponibilizam ferramentas para o trabalho com tabelas, segundo as convenções próprias do recurso.
Tabelas
Ao incluir uma tabela no documento, a barra de ícones Tabela será exibida
168
MENU SIGNIFICADO
Formulá- Permite a edição e programação de formulários diretamente no documento aberto, para entrada de da-
rios dos padronizados
Ferra- Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em todos os próxi-
mentas mos arquivos editados pelo aplicativo
Impressão
Disponível no menu Arquivo, e também pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar Impressão),
a impressão permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do
Painel de Controle (ou Configurações, no caso do Windows 10).
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Páginas especí-
ficas), quais serão as páginas (números separados com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas individuais, separadas por
traço uma sequência de páginas).
Havendo a possibilidade disponível na impressora, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso
automático, ou manual. Ao contrário do Word, que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o Writer divide
em guias as opções da impressão.
LIBREOFFICE CALC
Conceitos Básicos
z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas com números; 169
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma A formatação condicional pode apresentar visual-
folha de dados. Writer representa com (ponto final); mente as diferenças existentes nos dados da planilha
z Pasta de Trabalho: arquivo do Calc contendo as de cálculos. É um recurso útil e muito questionado em
planilhas, de 1 a N (de acordo com quantidade de provas.
memória RAM disponível, nomeadas como Planilha
1, Planilha 2, Planilha3). No Calc é extensão ODS; Simbologia Específica
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da
célula, permite que um valor seja copiado na direção z Coluna+Linha formato de referência de cada célu-
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, la da planilha. Colunas com letras, linhas com
ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência números. O formato de referência é idêntico no
será criada. No Calc, 1 número cria uma sequência Excel e Calc.
com incremento 1. Datas, dias da semana, nome dos Exemplo: A1 – coluna A, linha 1, célula A1.
meses, estas opções criam listas pré-definidas;
z = (sinal de igual) inicia uma fórmula ou função, ou
faz uma comparação dentro de um teste.
Exemplos: = A1+A2 - efetua a soma do valor em A1
com o valor em A2.
=SE(A1=A2;”é igual”;”é diferente”) – efetua um tes-
te e exibe uma mensagem.
Geranciar... Importante!
Uma das poucas diferenças existentes entre o
Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma
como referenciam planilhas. No Excel é o ponto
de exclamação, no Calc é o ponto final.
170
z > (sinal de maior) maior que. Usado para testes, z ##### A célula não é larga o suficiente para mos-
para comparação. trar o conteúdo;
Exemplo: =SE(A1>A2;”A1 é maior”;”A2 é maior”) – z NUM! ou Err:503! Operação de ponto flutuante
efetua um teste e exibe uma mensagem. inválida. Um cálculo resulta em overflow no inter-
valo de valores definido;
z < (sinal de menor) menor que. Usado em testes, z #VALOR ou Err:519! Sem resultado. A fórmula
para comparação. resulta em um valor que não corresponde à sua
Exemplo: =SE(A1<A2;”A1 é menor”;”A2 é menor”) – definição; ou a célula que é referenciada na fórmu-
efetua um teste e exibe uma mensagem. la contém um texto em vez de um número;
z #REF ou Err:524! Referências inválidas. Em uma
fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a plani-
z >= (sinal de maior e sinal de igual, consecutivos,
lha que contém uma célula referenciada;
sem espaço) maior ou igual a. Usado em testes,
z #NOME? ou Err:525! Nomes inválidos. Não foi
para comparação. possível avaliar um identificador, por exemplo,
Exemplo: =SE(A1>=A2;”A1 é maior ou igual a A2”;”A2 não foi possível encontrar uma referência válida,
é maior que A1”) – teste e exibe uma mensagem. um nome de domínio válido, uma etiqueta de colu-
na/linha, uma macro, um separador decimal incor-
z <= (sinal de menor e sinal de igual, consecutivos, reto, suplemento não encontrado;
sem espaço) menor ou igual a. Usado em testes, z #DIV/0! ou Err:532! Divisão por zero. Operação
para comparação. de divisão / quando o denominador é 0.
Exemplo: =SE(A1<=A2;”A1 é menor ou igual a A2”;”A2
é menor que A1”) – teste e exibe uma mensagem. Funções Básicas
z <> (sinal de menor e sinal de maior, consecuti- z SOMA (valores) : realiza a operação de soma nas
vos, sem espaço) diferente. O Excel/Calc não usa o células selecionadas.
símbolo ≠ Usado em testes, para comparação.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis-
Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
tentes nas células A1, A2 e A3.
iguais”) – teste e exibe uma mensagem. =SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
tentes nas células A1 até A5
z ( ) (parênteses) Organizam operadores, valores, =SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da
expressões, alterando a ordem de cálculo. O Excel célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
e Calc não utiliza chaves ou colchetes, como na =SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis-
matemática, apenas parênteses. tentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’,
operando apenas áreas quadrangulares.
z ; (ponto e vírgula) separador de argumentos de uma =SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores
função ou separador de células em uma referência. A1 com B1 e C1 até C3.
Pode significar E em uma referência de valores. =SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2
Exemplos: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São com 3 e o valor A1 duas vezes.
iguais”) – separando os três argumentos da função.
=SOMA(A1;B2;C3;D4) – separando os quatro argu- z SOMASE (valores;condição) : realiza a operação
de soma nas células selecionadas, se uma condição
mentos que serão somados.
for atendida.
Mensagens de Erros
z MENOR (valores;posição) : exibe o menor valor de Tanto o LibreOffice Calc como o Microsoft Excel,
uma série, segundo o argumento apresentado. usam precedência de operadores matemáticos para a
resolução das fórmulas.
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-
las A1 até D6. A ordem de prioridade é parênteses, depois expo-
nenciação (ou potência), depois multiplicação e divi-
são, e por último, adição e subtração.
z SE (teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor-
na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro ^ Exponenciação A primeira operação que deve
caso seja falso. ser executada
* Multiplicação A próxima operação a ser executa-
z CONT.VALORES (células) : esta função conta todas da, assim como a Divisão.
as células em um intervalo, exceto as células vazias. / Divisão
=CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da + Adição Após realizar exponenciação, multiplica-
contagem, informando quantas células estão preen- ção e divisão, faça a adição/subtração.
chidas com valores, quaisquer valores. - Subtração.
- Inversão de sinal Depois que todo o cálculo for
z CONT.NÚM (células) : conta todas as células em realizado, faça a inversão do sinal.
um intervalo, exceto células vazias e células com Obs.: o uso de parênteses altera a ordem dos opera-
texto. dores matemáticos.
P.E.M.D.A.S. = parênteses, exponenciação, multipli-
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no cação, divisão, adição e subtração.
intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos. Diferentemente da interface do Microsoft Excel,
que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos
z CONT.SE (células;condição) : Esta função conta quan- e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em
tas vezes aparece um determinado valor (número ou menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que compreender a sequência de comandos e menus do
indicar qual é o critério a ser contado) Calc. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e
LibreOffice Impress.
=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
do o valor 5. MENU SIGNIFICADO
Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição
Dados Classificação, filtro, filtro avançado, e demais opções de organização dos dados
LIBREOFFICE IMPRESS
O aplicativo Microsoft PowerPoint se tornou, após anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos que esta-
mos apresentando um PowerPoint, mesmo que o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.
Os softwares de edição de slides (Microsoft PowerPoint, LibreOffice Impress, Google Apresentações) permitem
a criação de uma apresentação de slides para exibição para um público.
Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher um modelo de apresentação para criação de um novo arqui-
vo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e escolher um arquivo que está gravado em um local de armazenamen-
to permanente, para ser aberto e editado naquela sessão de trabalho.
Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffice Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).
Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress (formato ODP – Open Document Presentation) podem ser
abertos pelo Microsoft PowerPoint.
Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.
Os modos de exibição permitem alternar entre a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de Tópicos),
Notas (Anotações do apresentador) e Organizador de Slides (classificação de slides – miniaturas para organização).
173
z LEIAUTE: Permite a escolha do tipo de conteúdo que será inserido no slide. Para não esquecer: é o esqueleto
de cada slide da apresentação. O layout do slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos objetos dentro
de cada slide da apresentação;
z MODELOS: Permite a escolha do projeto visual que será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparência
da apresentação;
z TRANSIÇÃO: Permite a escolha do efeito visual que será utilizado na passagem de um slide para outro slide.
Para não esquecer: é a animação entre os slides da apresentação;
z MESTRE: Permite a escolha da posição de todos os elementos dentro de uma apresentação, assim como confi-
gurações específicas. Podemos configurar os slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o esqueleto de
toda a apresentação.
Exibir
Slide mestre
Assim como nos demais aplicativos, o ícone permite transformar um objeto inserido em um hyperlink. O
ícone está disponível na Barra de Ferramentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K
No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:
Correio: abre o aplicativo de e-mail padrão para o envio de uma mensagem eletrônica.
Documento: para algum local do documento atual, como uma Tabela, Seção ou Quadro.
Diferentemente da interface do Microsoft PowerPoint, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e
ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreen-
der a sequência de comandos e menus do Impress. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e LibreOffice Calc.
MENU SIGNIFICADO
Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano
Acesso a recursos temporários (localizar, substituir, selecionar) e área de transferência do
Editar
Windows/Linux
174
MENU SIGNIFICADO
Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido.
Exibir
Cor, preto e branco, escala de cinza
Adicionar qualquer objeto na apresentação atualmente editada. Se este objeto é atualizá-
Inserir
vel, será um campo
Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição
Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em
Ferramentas
todos os próximos arquivos editados pelo aplicativo
Iniciar a apresentação, configurar a apresentação, Cronometrar, Interação, Animação
Apresentação de slides personalizada, Transição de slides, Exibir e Ocultar slides, e criar uma apresentação
personalizada
Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos
Menu Slide
Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na versão 6/7, que não existia nas versões anteriores. Possui opções
similares à guia Apresentação de Slides do Microsoft PowerPoint. Contém as opções para manipulação dos slides
da apresentação, incluindo o item Transição de Slides, para adicionar uma animação entre os slides.
Slide
Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as opções e comandos para controle da apresentação. Foi man-
tido nas versões seguintes.
Semelhante ao PowerPoint, F5 inicia a apresentação a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a partir do slide
Nas redes de computadores, os dados são arquivos disponibilizados pelos servidores. Poderão ser servidores
web, com páginas web para serem acessadas por um navegador (browser) web; ou, ainda, servidores de arquivos
FTP, para serem acessados por um cliente FTP.
O acesso a distância a computadores será realizado, por meio do paradigma cliente servidor, onde um será o
servidor, que fornecerá o acesso ou arquivos, e o outro dispositivo será o cliente que estiver acessando. 175
Protocolo seguro
Arquivos HTML podem ser produzidos em edito-
res de textos sem formatação (como o Bloco de
Notas) ou em editores de textos completos (como
o Microsoft Word).
Usuário final Servidor remoto HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertextos
Porta TCP 80
Tal acesso deverá ser realizado de forma segura, HTTP – request (requisição)
com uso de VPN (Virtual Private Network), que imple-
menta protocolos seguros na conexão, evitando moni-
Cliente HTTP – response (resposta)
toramento dos dados por terceiros. Web
Servidor
Web
Conexão
segura
Opera pela porta TCP 443;
Matriz Internet Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML,
Filial
etc.;
Protocolo mais utilizado para navegação segu-
Os conceitos envolvidos no acesso remoto são os ra, tanto na Internet como na Intranet;
que definem a Extranet. Extranet é uma conexão segu- As tags (comandos) HTML não mudam, mas pos-
ra entre ambientes seguros, usando uma infraestrutu- suem comandos adicionais (scripts) que com-
ra pública e insegura. A troca de dados entre o cliente plementam a exibição de conteúdo específico;
e o servidor será realizada por protocolos de transfe- Utiliza criptografia, acionando camadas adicio-
rência. Todas as redes utilizam os mesmos protocolos, nais como SSL e TLS na conexão.
linguagens e serviços.
HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo Seguro
de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443
Transferência de Informação e Arquivos
Servidor
Cliente FTP – dados transferidos para a
solicitação GET Web
Web
Cliente
E-mail Servidor Servidor
E-mail E-mail
Os softwares instalados no computador, podem ser classificados de formas diferentes, de acordo com o ponto
de vista e sua utilização.
Vamos conhecer algumas delas.
Os softwares que reproduzem conteúdo multimídia, como o Windows Media Player e o Groove Music (além
de opções de terceiros, como o VNC Player), reconhecem o arquivo como tendo conteúdo multimídia a partir da
extensão dele.
EXTENSÃO COMENTÁRIOS
.avi Audio Video Interleave. Formato de vídeo padrão do Windows
.3gp Formato de vídeo popular entre aparelhos smartphones
.flv Formato de vídeo da Macromedia, usado pelo Adobe Flash, de baixa qualidade
Neste formato, as trilhas de áudio, vídeo e legendas são encapsuladas em um único contêiner, suportando diversos
.mkv
formatos
.mov QuickTime File Format é um formato de arquivo de computador usado nativamente pela estrutura do QuickTime
Arquivo áudio MP3 (MPEG-1 Layer 3). Formato de áudio que aceita compressão em vários níveis. Pode utilizar o Win-
.mp3
dows Media Player ou Groove Music para reprodução
Moving Picture Experts Group. Arquivo de vídeo comprimido, visível em quase qualquer reprodutor, como por exemplo,
.mpg
o Real One ou o Windows Media Player. É o formato para gravar filmes em formato VCD
177
EXTENSÃO COMENTÁRIOS
.rmvb Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo com taxa variável de qualidade desenvolvido pela Real Networks
.wav Formato de áudio Wave, sem compactação com baixa amostragem
.wma Windows Media Audio, formato de áudio padrão do Windows
.wmv Windows Media Video, formato de vídeo padrão do Windows
As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados com áudio, vídeo e metadados. Os metadados são usados para
diferentes funções, como identificação da fonte, dados sobre duração da transmissão, verificação da qualidade etc.
Quando usados separadamente, o usuário pode baixar apenas o áudio de um vídeo, ou modificar os metadados do
MP3 para exibir as informações editadas sobre autor, disco, nome da música etc. Os fluxos de dados devem ser anali-
sados na forma de contêiner (pacote encapsulado), a fim de mensurar a qualidade e quantidade de dados trafegados.
Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo e áudio transferidos de um servidor remoto para o disposi-
tivo local. Popularizado pelo serviço Netflix de filmes e séries, o formato stream fragmenta o conteúdo em pacotes
de dados para serem enviados pelo canal com protocolos TCP. Esses pacotes de dados são os contêineres.
Internet
z Fluxo contínuo;
z Modo blocado;
z Modo comprimido.
Na transferência por fluxo contínuo, os dados são transmitidos como um fluxo contínuo de caracteres.
Internet
No modo blocado, o arquivo é transferido como uma série de blocos precedidos por um cabeçalho especial.
Esse cabeçalho é constituído por um contador (2 bytes) e um descritor (1 byte).
Internet
00 A 01 C 02 B
No modo comprimido, a técnica de compressão utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência de
caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os dados comprimidos e as informações de controle são os parâ-
178 metros dessa transferência.
Sistema Operacional Android
2. (IADES — 2019) Um dos componentes de um compu- 7. (IADES — 2019) Com que fórmula padrão do Excel
tador é a parte lógica, que é criada por um programa- 2016, versão em português, para Windows, é possível
dor e executada pelo processador. A essa parte lógica remover o traço e o ponto do texto 123.456.789-10
é dado o nome de contido na célula F4?
3. (IADES — 2019) Uma das causas mais comuns da per- 8. (IADES — 2019) No Excel 2016, versão em português,
da de dados é a ocorrência de picos e falta de energia configuração padrão, o que ocorrerá se um usuário
elétrica, que podem simplesmente desligar os com- selecionar a célula C2 e, em seguida, clicar em Conge-
putadores ou até mesmo causar danos físicos aos lar Painéis > Congelar Linha Superior?
equipamentos. A esse respeito, assinale a alternativa
correspondente a uma ação que previne a perda de a) As pessoas ficam impedidas de realizar alterações
dados para essa situação. indesejadas na linha superior.
b) A primeira coluna será mantida visível em todas as
a) Realização de back-ups dentro de uma mesma máquina. planilhas.
b) Ativação da função de salvamento automático dos c) A linha superior será bloqueada para edição, mas dei-
arquivos em edição na máquina em que estão sendo xada visível.
editados. d) A planilha é dividida em diferentes painéis, a partir da
c) Uso de no-breaks com filtros de linha. linha superior.
d) Instalação de antivírus. e) A linha superior ficará visível enquanto se rola pelo res-
e) Adoção de senhas de acesso fortes. to da planilha.
4. (IADES — 2019) Considere hipoteticamente que um 9. (IADES — 2019) No Excel 2016, versão em português,
usuário acessou o Disco C:\, selecionou um arquivo, para Windows, a função Potência eleva um número
arrastou-o e soltou-o no Disco D:\ com o movimento a uma potência. Por exemplo, a fórmula =POTÊN-
do mouse. Com base nessas informações, assinale a CIA(5;2) resulta em 25, isto é, 5². Uma outra forma
alternativa correta. de se obter esse mesmo resultado é com a seguinte
fórmula:
a) O arquivo original será apagado de C:\ e transferido
para D:\. a) =5*2.
b) Se, em D:\, já houver um arquivo com o mesmo nome b) =5^2.
do selecionado em C:\, o Windows criará uma cópia do c) =5x2.
arquivo que existia em D:\. d) =5|2.
c) O arquivo original continuará em C:\, enquanto D:\ terá e) =5°2.
a) Flow
b) SharePoint
c) Hotmail
d) Shazam
e) LinkedIn
a) Evernote.
b) Spotfire.
c) LinkedIn.
d) Telegram.
e) Spotify.
9 GABARITO
1 D
2 D
3 C
4 C
5 D
6 B
7 E
8 E
9 B
10 A
11 B
13 E
14 D
15 B
16 B
17 B
18 D
19 E
20 D
ANOTAÇÕES
185
ANOTAÇÕES
186
CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO
RECUPERAÇÃO USO
Criado como disco de inicialização, permite iniciar o
INICIALIZAÇÃO DO
Arquivos da inicialização do Windows Windows quando os arquivos essenciais do boot forem
SISTEMA
danificados
REPARAÇÃO DO Recupera arquivos alterados, danificados ou Retorna o Windows para suas configurações originais,
SISTEMA excluídos do sistema operacional sem os programas que foram instalados posteriormente
RESTAURAÇÃO DO A cada inicialização ou modificação, um ponto Retorna o sistema e programas para o ponto de restaura-
SISTEMA de restauração é criado ção escolhido, descartando alterações posteriores a ele
Recupera os arquivos do usuário que foram co- Restaurar os arquivos do usuário que foram copiados
BACKUP
piados para a cópia de segurança anteriormente no backup
As cópias de segurança são criadas pelo sistema operacional a partir de comandos do usuário, tanto programa-
dos pelo Agendador de Tarefas automaticamente, como, manualmente, pelo utilizador.
O Agendador de Tarefas é um recurso do Windows que permite a programação de comandos nos computadores.
TIPOS DE BACKUP
Atualmente, o usuário dispõe de recursos que realizam o backup na nuvem diretamente, sem sua interferência no
dia a dia. No smartphone Android, com a Conta Google, podemos autorizar a sincronização das imagens e vídeos da
câmera diretamente no Google Fotos. No smartphone iOS, com a Conta iCloud, podemos autorizar a sincronização das
imagens e vídeos da câmera diretamente no Apple iCloud. E outras soluções, como o Google Drive, Microsoft OneDrive
e Dropbox poderão fazer a cópia de segurança na nuvem dos arquivos gravados na respectiva pasta do dispositivo.
Entretanto, esta modalidade de backup na nuvem não é, exatamente, uma cópia de segurança, mas apenas
uma replicação (duplicação) de dados. Se os dados forem corrompidos ou criptografados por um ransomware,
corre-se o risco de ter as cópias “limpas” sobrepostas pelas cópias infectadas com o malware.
Os sistemas de sincronização de dados, como o Dropbox, OneDrive e Drive permitem o gerenciamento do
histórico de versões, possibilitando a recuperação de arquivos anteriores à última atualização de sincronização.
Em concursos públicos, são questionados os tipos de backup “clássicos”: completo, incremental e diferencial.
Cada um deles possui suas vantagens e desvantagens, as quais veremos a seguir.
As empresas costumam operar diferentes tipos de backup, de acordo com suas necessidades de aplicações,
disponibilidade, segurança e velocidade de acesso às informações copiadas.
A manutenção de cópias de segurança redundantes de arquivos importantes é recomendável. Ou seja, para os
arquivos mais importantes, ter duas ou mais cópias do mesmo backup é uma atitude correta, criando redundân-
cias. Se uma das cópias falhar, ou for comprometida, a outra cópia redundante poderá ser usada para recupera-
ção dos dados.
187
Backup Completo (ou Full) Backup Incremental
O Backup Completo ou Full é aquele no qual todos Como o backup completo, realizado todos os dias
os arquivos são copiados para outro local de armaze- demanda uma grande quantidade de espaço para
namento. A vantagem desse tipo de backup é a repro- armazenamento ou conexão da rede/Internet, uma
dução fiel e completa de todas as informações do alternativa é o backup Incremental.
ambiente, possibilitando a restauração dos dados de Neste tipo de backup, serão copiados os dados que
forma contínua e imediata. foram alterados desde o último backup incremental.
Entretanto, sua desvantagem é a quantidade de Como a quantidade de dados alterados pode variar de
um período para outro, a quantidade de espaço reser-
espaço de armazenamento necessário para os dados,
vado para as cópias de segurança do tipo incremental
além do tempo para conclusão do procedimento de
será menor, comparado ao backup completo.
cópia. Em sistemas críticos, que operam com banco Iniciando com um backup completo, as alterações
de dados e acesso 24 horas (como uma loja virtual de que forem observadas nos dados, em comparação com a
marketplace, as lojas Americanas), o backup comple- cópia completa, serão adicionadas na cópia incremental.
to poderia copiar dados que estariam desatualizados
alguns minutos depois, por não poder paralisar o sis- 1 TB
tema para que a cópia de segurança seja realizada.
1 TB
Completo
Completo
DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB
Figura 3 – backup diferencial.
Os dados alterados de um dia acumulam com o anterior, mantendo a última cópia como a mais completa de todas.
Se ocorrer um problema no sábado, por exemplo, basta usar o backup completo e o último backup diferencial
disponível. Entretanto, se o último backup diferencial disponível estiver com problemas nos dados da segunda-fei-
ra, basta resgatar em uma das outras cópias (terça, quarta ou quinta) a parte faltante.
VANTAGENS DESVANTAGENS
As questões de concursos costumam questionar o backup dentro de algumas diretrizes: tipos, vantagens, des-
vantagens, custo, desempenho e disponibilidade.
VANTAGENS DESVANTAGENS
A escolha pelo modelo de backup ideal costuma considerar o custo, o desempenho e a disponibilidade. Portan-
to, além dos modelos básicos que caem em todas as provas de concursos, outras soluções são desenvolvidas pelas
empresas de tecnologia.
Existem soluções, no mercado, que combinam os modelos de backup “básicos”, oferecendo produtos
personalizados.
z Backup incremental contínuo: combina a ideia de um backup completo com atualizações semelhantes ao
backup diferencial, permitindo a recuperação com a última cópia incremental contínua;
z Backup completo sintético: combina um backup completo com cópias incrementais subsequentes, focando
nas alterações para reduzir a carga de trabalho dos servidores e a ocupação da banda da conexão de rede;
z Backup de espelhamento (o modelo de cópia do Dropbox, Microsoft OneDrive, Google Drive e Apple iCloud é
assim): Tudo o que for realizado no original (aparelho) será repetido na cópia na nuvem. Se uma foto é apaga-
da, ela poderá ser apagada da cópia na nuvem simultaneamente; 189
z Backup local: tanto o dispositivo com o original como Por serem cobertas por um composto magnético, as cabe-
o dispositivo com a cópia estão no mesmo local físico; ças de leitura e gravação tendem a “sujar” com resíduos
z Backup externo: comum em pequenas empresas, deste composto, prejudicando as novas leituras/gravações
compreende a situação na qual a cópia dos dados se os cabeçotes não forem regularmente limpos.
armazenada em um HD externo é levada para a Devido às demandas de segurança e manutenção,
casa do técnico por exemplo; elas começaram a desaparecer no início dos anos
z Backup FTP: um servidor FTP armazena os arqui- 2000. Atualmente, algumas empresas ainda mantém
vos enviados pelo cliente FTP instalado no servi- fitas DAT, mas por outros motivos, especialmente,
dor local. Opera de forma semelhante a um backup para a operação de servidores legados (sistemas aban-
na nuvem. donados que não são mais atualizados e só oferecem o
recurso de cópias de segurança via fita DAT).
BACKUP NA REDE DE DADOS OU INTERNET
Dica
O armazenamento de dados na nuvem é uma
Figura 4 – fita D2 e DAT comparadas a um smartphone.
realidade e muitas empresas possuem todas as
suas informações na nuvem ou estão migrando-as Fonte: Wikimedia. Disponível em: <https://commons.wikimedia.
para a Internet. A alta disponibilidade e segurança org/wiki/File:D-2_tape_vers._DAT_audio_tape_(6498603845).jpg>
Acesso: 26 mar. 2021.
dos serviços contratados com as provedoras de
nuvem torna o investimento mais interessante que Disco Rígido
a manutenção de sua estrutura local dedicada.
O disco rígido é uma mídia de armazenamento de
O gerenciamento de mídias, como fitas, discos rígidos, dados magnética, que se popularizou nos anos 90 por
discos flexíveis e discos ópticos exige um controle preciso sua capacidade e velocidade de acesso aos dados. Os
sobre o que está armazenado em cada mídia. Esse contro- primeiros modelos populares não ofereciam contro-
le poderá exigir funcionários e softwares especializados e, le de erros e, caso ocorressem problemas na mídia,
de acordo com o tamanho da empresa, podem aumentar alguns softwares específicos seriam executados para
os custos da área de TI de forma significativa. o isolamento dos problemas.
Portanto, uma das soluções está relacionada com O disco rígido “clássico” possui um ou mais discos
o local onde o armazenamento será realizado, trans- metálicos com superfície magnetizável, que giram em
ferindo das mídias removíveis para computadores velocidades de 5.400 rpm (rotações por minuto) em
remotos e sistemas de armazenamento de dados dedi- torno de um eixo central. Os braços de leitura e gra-
cados. Confira alguns exemplos figurativos: vação são posicionados acima da superfície do disco,
efetuando a coleta dos bits registrados ou gravando
z Originais armazenados no servidor A da matriz novas informações a cada giro do disco.
e backup no servidor B da filial, conectados pela Os braços de leitura e gravação possuem atuadores
rede interna e separados fisicamente; que identificam a posição na qual a informação está ou
z Originais armazenados no servidor A da matriz e deverá ser gravada, girando os respectivos discos (ou
backup no sistema NAS (Network Area Storage) da pratos) para o correto posicionamento. Quando posi-
empresa, separados fisicamente; cionado no local correto, a cabeça de gravação trans-
z Originais armazenados no servidor A da matriz fere as informações que precisam ser armazenadas, as
e backup na nuvem privada, instalada em uma quais permanecerão disponíveis por um bom tempo,
infraestrutura contratada como um serviço em mesmo sem o fornecimento de energia, tornando o
algum lugar do mundo literalmente. disco rígido uma forma de armazenamento de dados
permanente por não ser volátil, como a memória RAM.
MÍDIAS DE BACKUP
Fita
COMPONENTE DE
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
ARMAZENAMENTO
Memória se- IDE, SATA, USB
cundária de Permanente, não-
Disco rígido
armazenamento -volátil, “unidade
magnético1. C:”, hard disk (HD)
SATA II, USB
Memória se-
Permanente, não-
cundária de
Disco rígido -volátil, “unidade
armazenamento
C:”, SSD (Solid
memória flash2.
State Disk)
Figura 7 – Disco flexível 3 ½ desmontado.
Os discos SSD operam como discos rígidos, porém Fonte: Wikitionary. Disponível em: <https://es.wiktionary.org/wiki/
disquete>. Acesso em 26 mar. 2021.
com velocidade superior para leitura e gravação de
dados, por serem construídos com chips de memória.
Para os programas de backup, não muda nada.
Os discos rígidos e SSDs podem ter mais de uma
partição, como letra C: e D:. Entretanto, copiar dados
1 Existem modelos de disco rígido sem disco, como os SSD (Solid State Drive), que é uma memória flash, armazenamento eletrônico.
2 A memória flash permite que a troca de informação seja mais rápida e, quando o dispositivo é desligado, poderá voltar, rapidamente, para onde
estava antes. 191
Disco Óptico
Com a popularização das mídias ópticas, especialmente, por substituírem as fitas cassetes, os discos de vinil
e as fitas de vídeo, com qualidade de imagem superior, os usuários enxergaram a possibilidade de reutilizá-los
como cópias de segurança.
No início dos anos 2000, CDs, DVDs e o Blu-Ray eram os queridinhos para o armazenamento de dados. Suas
durabilidade, rapidez para leitura e gravação e grande capacidade (para os padrões da época) fizeram das mídias
ópticas as preferidas para a cópia de segurança.
O HD-DVD usava luz azul-violeta e acabou sendo superado pelo Blu-Ray devido às restrições de gravações e
baixa capacidade, sendo fabricado por cerca de cinco anos pela Toshiba, sem adesão de muitos outros fabricantes.
CAPACIDADE USO
HD-DVD - HIGH DENSITY DIGITAL VERSATILE DISC 15 GB Usado para vídeo de alta definição
O CD veio para substituir as fitas cassetes de áudio e os discos de vinil, com a gravação digital do áudio em uma
mídia durável de alta qualidade. Com capacidade de 700 MB e algumas características de construção específicas, rapi-
damente se tornaram o padrão para distribuição de instaladores de softwares, substituindo inúmeros disquetes.
Os drives leitores de CD do final dos anos 90 eram substituídos por drives gravadores de CD, permitindo a gra-
vação de áudio digital e arquivos em computadores domésticos equipados com o “kit multimídia”.
Unidades 12x, 24x, 48x e 52x se popularizaram, indicando, com os números, a velocidade de rotação do disco
e, consequentemente, maior velocidade de leitura/gravação em relação aos outros modelos semelhantes.
TIPO USO
O DVD foi desenvolvido para substituir as fitas de vídeo, com maior qualidade de imagem e som, permitindo a
inclusão de vários conteúdos extras. Assim como os CDs, também existiram modelos ROM, R e RW de mídia DVD.
Na época dos DVDs, as mídias removíveis do tipo USB começaram a aparecer no mercado, oferecendo capa-
cidade semelhante ou superior aos DVDs. Pendrives com 512 MB (megabyte – milhão de bytes), 1 GB, 2 GB, 4 GB, 8
GB, 16 GB etc, rapidamente, se tornaram os preferidos dos usuários para o armazenamento portátil de dados em
detrimento das mídias ópticas do tipo DVD.
O padrão HD-DVD oferecia gravação de dados em mídias ópticas com densidade superior ao DVD e próximo
do Blu-Ray, mas nem chegou a “emplacar” no mercado.
O Blu-Ray foi desenvolvido para substituir o DVD, com maior capacidade de armazenamento de dados e a
possibilidade de gravações de vídeos em alta resolução (HD – High Definition), que ocupavam mais espaço que um
CD poderia armazenar.
Ainda foram propostos outros novos padrões de mídias ópticas, como o HVD (Holographic Versatile Disc), mas
a era dos discos refletivos já estava acabando.
Eles chegaram tarde, pois armazenavam 25 GB e os pendrives já estavam em 128 GB. Poucos usuários utilizaram
Blu-Ray em seus computadores, sendo mais usados em aparelhos leitores para a reprodução de filmes em alta resolução.
Com a modernização e o fácil acesso às informações Essa hipótese dispõe sobre o tratamento de dados
que a constante evolução do mundo vem trazendo, as para estudos feitos por órgãos de pesquisa. Esses órgãos,
principais empresas do mundo têm nos dados pessoais sejam entidades públicas ou privadas, poderão realizar,
o seu principal negócio. Por isso, os dados pessoais são com o uso de dados pessoais, pesquisas de caráter histó-
conhecidos como o “novo petróleo” diante de sua impor- rico, tecnológico ou estatístico. É importante ressaltar
tância. Dessa forma, é necessário que o tratamento de que, sempre que possível, tais órgãos deverão priori-
dados seja feito com as devidas regulamentações e pro- zar a anonimização dos dados pessoais.
teção à privacidade.
V - quando necessário para a execução de contra-
Seção I — Dos Requisitos para o Tratamento de to ou de procedimentos preliminares relacio-
Dados Pessoais nados a contrato do qual seja parte o titular, a
pedido do titular dos dados;
Os requisitos apresentados no art. 7º, da LGPD, são
indispensáveis para a compreensão a respeito do tra-
A quinta base legal ocorrerá em casos nos quais os
tamento de dados pessoais.
dados pessoais precisem ser tratados para a execução
Podemos observar as dez hipóteses, também
de obrigações contratualmente pactuadas, havendo
conhecidas como bases legais, que legitimam o trata-
mento dos dados pessoais. É importante ressaltar que pedido do titular para que isso ocorra.
se trata de um rol taxativo, não existindo nenhuma
VI - para o exercício regular de direitos em pro-
outra hipótese possível além das descritas no art. 7º.
cesso judicial, administrativo ou arbitral, esse
último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setem-
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente
bro de 1996 (Lei de Arbitragem);
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo
titular; Na sexta base legal da LGPD, é apresentada a possi-
bilidade para o tratamento de dados pessoais em razão
A primeira e mais conhecida das hipóteses é o con- dos direitos exercidos em contratos ou processos, sejam
sentimento, que consiste na manifestação livre, infor- eles judiciais, administrativos ou arbitrais. Deste modo,
mada e inequívoca do titular para que seja realizado os dados pessoais poderão ser armazenados, desde que
o tratamento dos seus dados pessoais. para essa única e exclusiva finalidade, enquanto per-
A hipótese de consentimento não é aplicável a sistir a necessidade de discussão da demanda.
todos os casos; as demais bases legais permitem o
tratamento de dados pessoais independentemente do VII - para a proteção da vida ou da incolumida-
consentimento do titular. de física do titular ou de terceiro;
O consentimento não é obrigatório em todos os
casos: a LGPD busca um equilíbrio entre os interesses Essa base legal visa à proteção da vida e da integri-
do titular e as necessidades dos controladores ao exer- dade do titular de dados que possa estar exposto a ques-
cerem suas atividades3. É importante ressaltar, ainda, tões graves que coloquem em risco a sua vida. Por isso,
que não há hierarquia entre tais bases legais. trata-se de um critério restritivo utilizado quando cons-
tatada a situação de fato, como, por exemplo, no caso
II - para o cumprimento de obrigação legal ou de usar os dados do celular de alguém que tenha sido
regulatória pelo controlador; sequestrado a fim de localizar o titular e salvar sua vida.
194 3 GONZÁLEZ, M. LGPD Comentada. Guia LGPD. Disponível em: <https://guialgpd.com.br/lgpd-comentada/>. Acesso em: 3 jan. 2021.
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços de
saúde ou autoridade sanitária;
Nessa base legal, fica determinado que profissionais da saúde, além de outras entidades e estabelecimentos,
inclusive estaduais e municipais, poderão fazer uso da base legal para o tratamento de dados, desde que com o
objetivo específico de tutela da saúde, sendo vedado o desvio dessa finalidade.
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de terceiro, exceto no caso
de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais;
ou
O inciso IX dispõe que o tratamento de dados poderá ser realizado quando for preciso para atender a interesses legíti-
mos do controlador ou de terceiros. O inciso ainda traz a exceção de que isso não poderá ser feito quando prevalecerem
direitos e liberdades fundamentais dos titulares que exijam a proteção dos dados pessoais.
Nesta hipótese, será possível verificar os dados acerca da adimplência e inadimplência do titular para analisar
uma possível concessão ou não de crédito.
Para uma melhor fixação do conteúdo, veja a seguir o fluxograma com as Bases Legais da Lei Geral de Proteção
de Dados Pessoais (LGPD):
Execução de Contrato/
Proteção da vida BASES LEGAIS DA LGPD
Diligências Pré-contratuais
Interesses legítimos do
Tutela da saúde
controlador/terceiros
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve considerar a finalidade, a boa-fé e o inte-
resse público que justificaram sua disponibilização
Mesmo que os dados se encontrem disponíveis de forma pública, eles somente poderão ser tratados se segui-
rem os princípios da finalidade, da boa-fé e do interesse público.
O princípio da finalidade afirma que deverá ser respeitada a finalidade pela qual os dados foram tornados
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no caput deste artigo para os dados tornados manifesta-
mente públicos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios previstos nesta Lei.
Quando o titular dos dados pessoais tornar públicos seus próprios dados, não será necessário obter o seu
consentimento para o tratamento de dados; porém, mesmo diante dessa situação, não será totalmente livre a sua
utilização, a qual somente poderá ocorrer desde que sejam resguardados os direitos do titular.
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no inciso I do caput deste artigo que necessitar comu-
nicar ou compartilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consentimento específico
do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei.
Quando a base legal para tratamento dos dados pessoais for o consentimento e o controlador desejar comuni-
car ou compartilhar os dados com outro controlador, ele deverá ter o consentimento específico para isso. Deste
modo, caso o controlador queira utilizar os dados que já possui para tipo diverso de tratamento, é necessário
pedir o consentimento novamente.4
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não desobriga os agentes de tratamento das demais obri-
gações previstas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e da garantia dos direitos do titular.
4 GONZÁLEZ, M. LGPD Comentada. Guia LGPD. Disponível em: <https://guialgpd.com.br/lgpd-comentada/>. Acesso em: 3 jan. 2021. 195
Quando for realizado o tratamento dos dados pes- O consentimento somente será permitido conforme
soais, deverão ser respeitados os princípios e direitos os propósitos legítimos, específicos, explícitos e informa-
dos titulares dos dados, previstos na LGPD, indepen- dos ao titular, sendo vedadas autorizações universais
dentemente da base legal que venha a ser escolhida para o tratamento dos dados, bem como tratamento
para o tratamento dos dados. posterior que seja incompatível com essas finalidades.
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a § 5º O consentimento pode ser revogado a qual-
que se referem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser quer momento mediante manifestação expressa
realizado para novas finalidades, desde que obser- do titular, por procedimento gratuito e facilitado,
vados os propósitos legítimos e específicos para o ratificados os tratamentos realizados sob amparo do
novo tratamento e a preservação dos direitos do consentimento anteriormente manifestado enquanto
titular, assim como os fundamentos e os princípios não houver requerimento de eliminação, nos termos
previstos nesta Lei. do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei.
Para flexibilizar o uso de dados pessoais cujo aces-
sos são públicos ou que foram tornados públicos O consentimento poderá ser revogado a qualquer
pelo titular, inclusive para novas finalidades, devem momento e com muita facilidade, devendo ser gratui-
ser respeitadas os demais pontos relevantes da LGPD, to e ser exercido a qualquer momento. Porém, a revo-
incluindo os fundamentos e os princípios. gação do consentimento não significará a automática
eliminação dos dados pessoais, pois a mesma somen-
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do te será feita, quando também for realizado pedido
art. 7º desta Lei deverá ser fornecido por escrito ou expresso do titular.
por outro meio que demonstre a manifestação
de vontade do titular. § 6º Em caso de alteração de informação referida
nos incisos I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o con-
Esse artigo trata da forma com que o controlador trolador deverá informar ao titular, com destaque
deve solicitar o consentimento do titular. Esse consenti- de forma específica do teor das alterações, podendo
mento deve ser realizado por escrito ou por outro meio o titular, nos casos em que o seu consentimento é
que demonstre a manifestação de vontade do titular. exigido, revogá-lo caso discorde da alteração.
O fato consolidado que temos diante do consenti-
mento é que ele jamais será considerado válido se for Não será necessário obter novo consentimento do
feito de forma genérica, não atendendo à boa-fé e à titular de dados, basta informá-lo das alterações realiza-
transparência, podendo ser obtido por qualquer meio das, nas situações em que houver alguma modificação
que evidencie a manifestação do titular. no que se trata da finalidade do tratamento dos dados,
da forma e duração do tratamento e da identificação
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escri- do controlador ou, ainda, sobre informações acerca do
to, esse deverá constar de cláusula destacada uso compartilhado de dados pelo controlador.
das demais cláusulas contratuais.
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilita-
Quando o consentimento for obtido por escrito, a lei do às informações sobre o tratamento de seus
determina que a cláusula seja inserida de forma desta- dados, que deverão ser disponibilizadas de forma
clara, adequada e ostensiva acerca de, entre
cada, para que seja facilmente identificada pelo titular.
outras características previstas em regulamentação
Isso se dá pois usualmente o usuário não lê as cláusulas
para o atendimento do princípio do livre acesso:
dos termos de uso; deste modo, é necessário que o titular I - finalidade específica do tratamento;
tenha total clareza sobre o que está consentindo, devendo II - forma e duração do tratamento, observados os
a cláusula de consentimento ficar separada das demais. segredos comercial e industrial;
III - identificação do controlador;
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de IV - informações de contato do controlador;
que o consentimento foi obtido em conformi- V - informações acerca do uso compartilhado de
dade com o disposto nesta Lei. dados pelo controlador e a finalidade;
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o
Cabe ao controlador, utilizar os mecanismos devi- tratamento; e
dos para a coleta de consentimento que permitam a VII - direitos do titular, com menção explícita aos
geração de evidências acerca da sua obtenção, vez direitos contidos no art. 18 desta Lei.
que tais evidências devem ficar armazenadas durante § 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido,
todo o período em que os dados estiverem armazena- esse será considerado nulo caso as informações forne-
dos, independentemente da finalidade. cidas ao titular tenham conteúdo enganoso ou abusivo
ou não tenham sido apresentadas previamente com
transparência, de forma clara e inequívoca.
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais
§ 2º Na hipótese em que o consentimento é reque-
mediante vício de consentimento.
rido, se houver mudanças da finalidade para o tra-
tamento de dados pessoais não compatíveis com
Caso não houver nenhuma outra base legal que o consentimento original, o controlador deverá
legitime o tratamento dos dados pessoais e o consen- informar previamente o titular sobre as mudanças
timento tiver algum vício o tratamento dos dados não de finalidade, podendo o titular revogar o consenti-
poderá prosseguir. mento, caso discorde das alterações.
§ 3º Quando o tratamento de dados pessoais for
§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades condição para o fornecimento de produto ou de
determinadas, e as autorizações genéricas para serviço ou para o exercício de direito, o titular será
196 o tratamento de dados pessoais serão nulas. informado com destaque sobre esse fato e sobre os
meios pelos quais poderá exercer os direitos do titu- Já na existência de situação concreta, o titular de
lar elencados no art. 18 desta Lei. dados deverá ter a efetiva expectativa de que seus
dados serão tratados, em razão da existência de rela-
O titular dos dados deve ter acesso às informações ção prévia entre ele e o controlador.
atualizadas, claras e adequadas sobre o tratamento A LGPD apresenta um rol exemplificativo de situa-
dos seus dados pessoais, de modo a atender o princí-
ções que podem configurar o legítimo interesse do
pio do livre acesso.
controlador no tratamento de dados:
A LGPD apresenta um rol exemplificativo das
informações que devem ser prestadas pelos agentes
de tratamentos de dados aos titulares. Acompanhe o SITUAÇÕES QUE PODEM
fluxograma a seguir: CONFIGURAR O LEGÍTIMO
INTERESSE DO CONTROLADOR DE
Finalidade específica do DADOS
tratamento
O art. 13 dispõe sobre o tratamento de dados pes- z Quando houver a necessidade de entrar em conta-
to com os pais ou com o responsável pela criança
soais por órgãos de pesquisa no que tange a questões
ou adolescente;
de saúde pública. Nesses casos, os órgãos de pesquisa
z Quando os dados forem necessários para proteger
poderão ter acesso ao banco de dados pessoais, desde
o titular menor de idade.
que a sua finalidade seja estudo e pesquisa. Os dados
serão tratados exclusivamente dentro do órgão e
Ademais, há um grande cuidado em garantir que
mantidos em ambiente controlado e seguro.
os dados pessoais de crianças e adolescentes não
O artigo trata ainda da pseudominação de forma
sejam coletados além do estritamente necessário. Nos
expressa, recomendando o seu uso nos estudos em
dias atuais, é comum que aplicativos e jogos possuam
saúde pública que tratam de dados sensíveis. Nesse
“termos de uso” para que sejam utilizados. Nesse caso,
mesmo artigo, a lei conceitua que a pseudominação
o compartilhamento de dados não-essenciais não
é o meio pelo qual um dado perde a possibilidade de pode ser requisito para que o titular possa utilizá-los.
associação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão
pelo uso de informação adicional mantida separa- Seção IV — Do Término do Tratamento de Dados
damente pelo controlador em ambiente controlado e
seguro, sendo relevante a leitura dos parágrafos do Art. 15 O término do tratamento de dados pes-
referido artigo para melhor fixação dos seus estudos. soais ocorrerá nas seguintes hipóteses: 199
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de CAPÍTULO IV — DO TRATAMENTO DE DADOS
que os dados deixaram de ser necessários ou perti- PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO
nentes ao alcance da finalidade específica almejada;
II - fim do período de tratamento; A atividade administrativa realizada pelo Estado
III - comunicação do titular, inclusive no exercício está atrelada à gestão de uma série de dados sensí-
de seu direito de revogação do consentimento con- veis. Desta forma, tanto a coleta e o tratamento de
forme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguar- dados pessoais quanto a execução de políticas públi-
dado o interesse público; ou cas decorrentes das relações entre Estado e cidadãos
IV - determinação da autoridade nacional, quando foram temas abordados pela LGPD. Neste sentido, o
houver violação ao disposto nesta Lei. Capítulo IV regulamenta o tratamento de dados pes-
soais pelo Poder Público, determinando as hipóteses
A LGPD elenca as hipóteses de término do trata- legais em que o Estado pode tratar dos dados pessoais.
mento de dados pessoais. Para melhor fixação deste
conteúdo, observe o fluxograma a seguir: Seção I — Das Regras
204
insumos que o sistema obtém do meio ambiente para
poder funcionar.
Ex.: matérias-primas, informação e energia.
GOVERNANÇA Processador
CORPORATIVA
É o próprio funcionamento interno do sistema. No
processamento é onde ocorre a transformação sobre
as entradas para proporcionar as saídas. É no proces-
ECOMPLIANCE sador que encontramos os diversos subsistemas tra-
balhando com relações de interdependência.
Ex.: recursos tecnológicos, equipamentos, métodos
de gestão e organização do trabalho.
NOÇÕES DE GOVERNANÇA Saídas
CORPORATIVA
Representa os produtos e/ou serviços que saem do
GESTÃO POR PROCESSOS sistema para o ambiente, ou seja, tudo que é produzido
pela organização como resultado de seu processamento.
Conceitos Iniciais Ex.: produto acabado, serviço prestado, lucro das
operações, tributos pagos ao governo.
Para quem não é da área de Administração ou ini-
ciou os estudos há pouco tempo, ao se deparar com Retroação
o tópico de gestão de processos, logo vem à cabeça a
gestão de processos judiciais. Vamos desmitificar essa Também chamado de realimentação, é um meca-
primeira impressão e demonstrar que a gestão de pro- nismo de equilíbrio do sistema, com o objetivo de
cessos nada se assemelha com os processos judiciais. regular e ajustar o bom funcionamento. Na prática,
Atualmente, todas as organizações, privadas ou é o pós-venda do produto e/ou serviço, captando as
públicas, podem ser vistas como um conjunto de pro- informações (positivas e/ou negativas) e realimentan-
cessos. A gestão de processos tornou-se uma filoso- do as entradas do sistema para correição.
fia de gestão organizacional neste novo século. Esse Dessa maneira as organizações funcionam como
modelo de gestão tem como objetivo descobrir o que é sistemas abertos, recebendo do ambiente os recursos
feito pela organização, de modo a desenvolver formas necessários, processando-os em seus subsistemas e
de otimização das atividades. Os modelos de gestão devolvendo-os ao ambiente em forma de produtos e
são aplicados diretamente na operação. serviços para o consumidor final.
A fim de compreender melhor o que é gestão de
processos, primeiramente, vamos entender o que é
um processo. Importante!
De acordo com Hammer e Champy (1993), “proces-
so é um grupo de atividades realizadas numa sequência As atividades e tarefas estão concentradas no
lógica com o objetivo de produzir um bem ou um servi- “Processamento” (Throughput).
ço que tem valor para um grupo específico de clientes”.
Nesse sentido, para os mesmos autores, os clientes não
estão preocupados e/ou interessados em saber como a Traduzindo o conceito para o nosso cotidiano: é
organização está estruturada, mas sim nos resultados quando você resolve fazer um almoço de domingo
para a sua família! As entradas são os insumos (maté-
As empresas, com intuito de refinar sua gestão, Os processos acima mencionados também podem
classificam os processos de acordo com seu resultado. ser analisados conforme os seus níveis de detalha-
Dessa maneira, é possível alocar os recursos neces- mento, em forma de hierarquias.
sários e priorizar os processos que agregam valor ao É o nosso próximo assunto!
produto final.
Portanto, em termos de capacidade de geração de NÍVEIS DE DETALHAMENTO DOS PROCESSOS
valor, os processos podem ser assim classificados:
O nível de detalhamento de um processo é ineren-
Processos Primários te a análise de complexidade do processo.
Nesse sentido, quanto maior a complexidade de
São aqueles que entregam algum bem ou serviço ao um processo, maior será a necessidade de dividi-lo em
cliente final, representam as atividades essenciais que partes menores (subprocessos, atividades, tarefas) e,
a organização executa no cumprimento de sua missão. consequentemente, facilitar a gestão.
Normalmente, são processos interfuncionais ou Normalmente, nas organizações baseadas em pro-
interorganizacionais, fornecendo uma visão completa cessos, vão existir todos os tipos de processos: do mais
de ponta a ponta e que no final transformam os recur- complexo até o mais simples. Dessa maneira, essa
sos em serviços ou produtos para o consumidor final. classificação abaixo, em forma de hierarquia, é dema-
Nesse aspecto, seu modelo de serviço é orientado ao siadamente útil no tratamento das prioridades.
cliente com uma visão outside in (necessidades do A divisão dos processos segue a seguinte lógica:
cliente para organização, ou seja, de fora para dentro).
Como exemplo, podemos citar a entrega de um veícu- ✓ Gera um Impacto considerável na organização
lo (produto final) da montadora para o consumidor final. Macroprocesso e normalmente envolve + de uma área
Margens
✓ Política geral de Recursos Humanos e Qualidade de Aquisição e Compras
Macroprocesso vida no trabalho
Marketing e
✓ Recrutamento e Seleção de novos Logística Operações Serviços
Processo vendas
colaboradores
Atividades Primárias
✓ Divulgação das vagas
Subprocesso para o mercado
z Uma compreensão da estratégia, metas e objetivos z Desenhar o novo processo nos diversos níveis de
da organização; detalhe;
z O ambiente de negócio e o contexto do processo z Identificar o fluxo de trabalho futuro com as defi-
(porque o processo existe); nições das novas atividades;
z Uma visão do processo na perspectiva interfuncional; z Minimizar os efeitos do handoff;
z As entradas e saídas do processo, incluindo forne- z Definir indicadores e métricas;
cedores e clientes; z Realizar simulações e testes;
z Os papéis e handoffs de cada área funcional no z Elaborar um plano de implementação.
processo;
z Uma avaliação da escalabilidade, utilização e qua- Esse novo processo a ser implementado é chamado
lificação de recursos; de TO-BE ou seja, a visão do processo futuro. É nesse
z Uma compreensão das regras de negócio que con- momento que o estado desejado é desenvolvido, seja
trolam o processo; para um redesenho de processo ou para o desenvolvi-
z Métricas de desempenho que podem ser usadas mento de um novo processo.
para monitorar o processo; Portanto, a análise AS-IS é a visão do processo no
z Resumo das oportunidades identificadas para momento atual. Já a análise TO-BE, é a visão do proces-
aumentar a eficiência e a eficácia. so futuro com as melhorias a serem implementadas.
REENGENHARIA DE PROCESSOS
GESTÃO DE PROCESSOS E OS CUSTOS
Enquanto a racionalização do trabalho e a elimi-
A importância do custo como fator de competitivi- nação de desperdícios procuram melhorar continua-
dade coloca a gestão de processos na lista das priori- mente um processo existente, a fim de aumentar sua
dades da administração da organização. eficiência, a reengenharia de processos procura criar
Essa competitividade, utilizando a gestão de proces- um processo totalmente novo e mais eficiente, com o
sos, pode ser obtida com a eliminação de desperdícios, uso inteligente da tecnologia da informação.
racionalização do trabalho e reengenharia de processos. A ideia é a reinvenção da empresa.
A reengenharia de processos é um redesenho radi-
cal com o intuito de implantar mudanças drásticas no
modo de se fazerem as coisas dentro dos processos
✓ Eliminação de desperdícios organizacionais.
Gestão de Essa visão de reestruturação radical dos proces-
✓ Racionalização do trabalho sos foi proposta pelos autores Hammer e Champy na
Processos
✓ Reengenharia de processos década de 1990, como uma forma de responder às
intensas mudanças ocorridas nos cenários econômi-
cos, tecnológicos e culturais.
Partindo do pressuposto de que a maioria das
Eliminação de Desperdícios organizações criaram seus processos em décadas pas-
sadas, e assim seus fluxos de trabalho e normas foram
baseados em demandas e desafios que já não existem.
Eliminar desperdícios significa otimizar os proces-
Dessa maneira, a melhor ação para a busca da melho-
sos, com isso, reduzindo ao mínimo a atividade que
ria dos processos é “começar do zero”, ou melhor, não
não agrega valor ao produto ou serviço. Nesse sentido,
aproveitar nada do que está sendo feito, e sim dese-
a agregação de valor é a contrapartida da eliminação
nhar a partir do zero.
Neste exemplo, a população seria composta por Para uma melhor análise com o intuito de aperfei-
todos os usuários, enquanto que a amostra seriam os çoar os processos, o administrador utiliza-se de 2 tipos 211
de medidas estatísticas que são essenciais: Medidas de Essas medidas visam tornar a avaliação do conjunto
tendência e medidas de Variabilidade. Vamos enten- de dados mais próximas da realidade, facilitando assim
der a sua aplicação! a observação e entendimento na tomada de decisão.
As medidas de variabilidade mais utilizadas na
z Medidas de Tendência Central análise de processos são: a amplitude, variância e o
desvio padrão.
Média: A média aritmética dos dados é a soma
dos valores observados, dividida pelo total de Melhoria dos Processos Utilizando a Estatística
observações. Essa medida é a mais comum e
também uma das mais utilizadas na análise de O administrador, utilizando as ferramentas da
processos. estatística, tem como objetivo melhorar a média,
Exemplo: Qual é a média de salários dos direto- aumentar ou diminuir de acordo com o caso concreto
res da empresa X, de acordo com o rol a seguir? e sempre reduzir sua variabilidade.
Vamos entender melhor como essas medidas esta-
DIRETORES DA tísticas podem auxiliar na melhoria de processos ana-
SALÁRIOS lisando um caso prático:
EMPRESA X
Ao analisar um processo de fabricação de um auto-
Recursos Humanos R$ 30.000,00 móvel, o administrador coletou os seguintes dados, em
horas, para o término da produção: 4 + 3 + 10 + 8 + 6 + 8.
Financeiros R$ 20.000,00 Calculando o tempo médio, temos:
Produção R$ 40.000,00
39 Total
= Soma dos salários/n° de Média:
Média Aritmética diretores 6 N° de Variáveis
90.000,00 ÷ 3= 30.000,00
Média: 6,5
M
oda: A moda é o termo que mais se repete em
uma sequência de dados.
Assim, é função do administrador adotar medidas
para que o valor da média diminua e, consequente-
mente, o tempo médio de fabricação seja reduzido,
Importante! maximizando a eficiência.
Lembre-se do uso comum da palavra: o que está Um exemplo prático para alcançar esse resultado
na moda é o que se usa mais entre as pessoas. é contratar mais trabalhadores para a execução dos
Simplificando: é o resultado mais frequente, o processos.
que mais aparece. Outro fator a ser analisado é a redução da varia-
bilidade, pois não adianta ter uma boa média se os
resultados variam à cada unidade. Neste sentido, a
Vamos a um exemplo prático: Imagine que estamos variabilidade do tempo de produção proporcionará
analisando o tempo de produção, em horas, de um auto- uma maior previsibilidade, auxiliando assim, no pro-
móvel. Os resultados percebidos são: 3, 4, 4, 4, 5, 5, 6, 8 cesso de planejamento.
Observe que o resultado que apareceu com maior Percebemos que a gestão de processos funciona
frequência é o de 4 horas, assim, essa seria a moda como uma cadeia, com a melhora de um elemento, os
desse rol de dados; seguintes vão se beneficiando e no final ocorre uma
melhoria geral e contínua.
Mediana: A mediana é uma medida de posição, Sintetizando o exemplo:
na qual divide a sequência em 2 partes com a
mesma quantidade de dados. Assim, simplifi-
cando, é o termo do meio de uma sequência
de dados. Produção
Melhoria no � Aumenta a qualidade
� Média planejamento � Diminui o tempo
Dessa maneira, se o rol analisado apontar 9 dados, � Variabilidade de entrega para o
a mediana é o quinto elemento (posição central). consumidor
Maior previsibilidade
Exemplo: em uma grande empresa, com 9 filiais,
temos respectivamente no rol a seguir a representa-
ção dos números de funcionários: (40, 45, 50, 55, 70, Diante do exposto, inferimos que a moderna ges-
80, 80, 90, 110). Portanto, a mediana que representa o tão de processos tem como foco a busca pela quali-
rol acima é de 70 funcionários. dade e satisfação do cliente, tendo a aplicação dos
Caso ocorra de o número de variáveis de um rol ser ensinamentos da estatística como parte essencial nes-
par (não tem um termo que seja do meio), tomemos os ta busca.
2 termos centrais (meio) e fazemos a média entre eles.
GESTÃO DE RISCOS
Medidas de Variabilidade
A Gestão de Risco é um processo de identificação,
As medidas de variabilidade são utilizadas para análise e propostas de soluções para possíveis riscos
apontar quanto que os dados estão dispersos em rela- que uma empresa possa estar exposta.
ção à média. Neste sentido, quanto mais espalhados, Trata-se de um conjunto de providências que a
212 maior será a sua variabilidade. empresa toma para evitar ou minimizar perdas e
aproveitar oportunidades. Nesse sentido, a gestão PROCESSOS DE ANÁLISE E TOMADA DE DECISÃO
de riscos faz parte de uma gestão empresarial estra-
tégica, que está sempre atenta aos sinais internos e Tomar decisões é atividade recorrente no cotidia-
externos que podem interferir de forma positiva ou no dos administradores; desse modo, o processo de
negativa no negócio. tomar decisões firmou-se como disciplina autônoma
no campo da Administração.
O que são Riscos? Podemos conceituar decisões como sendo as esco-
lhas que as pessoas fazem para enfrentar problemas
Os riscos são eventos que têm causa e, dessa manei- e aproveitar oportunidades. Neste sentido, muito tem-
ra, geram consequências. Apesar de passar a ideia de po dos administradores é destinado a resolver proble-
algo negativo, existem riscos que não geram prejuí- mas e enfrentar outros tipos de situações que exigem
zos, mas sim a perda de uma oportunidade e ganhos. escolhas.
Nesse sentido, todo risco é composto por três ele- Dessa maneira, o processo decisório é a sequência
mentos centrais: de fases que se inicia na identificação de um proble-
ma ou oportunidade, até a escolha da melhor alterna-
tiva e a colocação em prática de uma ação ou solução,
z Evento: o fato que acontece;
que conduz a uma nova situação.
z Consequência: os fatos que são gerados a partir do
evento;
Problema ou oportunidade → Decisão → Execu-
z Causa: os fatos que permitiram que o evento ou as
ção → Nova situação
consequências acontecessem.
Sintetizando: as decisões são escolhas que procu-
Qual é a Importância da Gestão de Riscos?
ram resolver problemas e aproveitar oportunidades.
As decisões são classificadas conforme a natureza,
Conhecer a saber lidar com os riscos é essencial
urgência e o impacto dos problemas e situações que
para a gestão eficiente de uma empresa. Ao adotar a
podem trazer para a organização. Desse modo, cabe
gestão de riscos, de forma organizada e padroniza-
ao gerente definir quanta energia e quanto tempo
da, a companhia obtém diversos benefícios. Vejamos
devem ser dedicados para cada uma das decisões.
abaixo:
Vamos agora aprofundar o estudo nos tipos de
decisões mais cobrados pelas bancas examinadoras.
z Evita e minimiza perdas: O principal objetivo da Em primeiro lugar, de acordo com a familiari-
gestão de risco é permitir que a empresa faça uma dade da organização com as situações, as decisões
análise preditiva de todos os processos e situações podem ser classificadas em programadas e não
que ocorrem ou possam ocorrer eventualmente. programadas.
Com isso, ela consegue evitar boa parte das con- Decisões programadas são aquelas que são apli-
sequências negativas e minimizar os impactos que cadas aos problemas familiares ou repetitivos, ou
não pode ser evitado. seja, são problemas recorrentes, que acontecem fre-
z Garante o compliance interno e externo: A gesta- quentemente e exigem decisões padronizadas.
ção de risco é uma das principais aliadas da gestão Esse tipo de decisão é uma forma de ganhar efi-
da crise e do compliance de uma empresa. Nesse ciência em uma organização, pois, como se trata de
sentido, suas análises permitem que os processos um problema recorrente e, consequentemente, já ana-
sejam revisados com maior cautela e atenção, de lisado em outras situações, a decisão (resposta) já está
modo a garantir que todos os procedimentos este- padronizada; assim, é só seguir o roteiro estabelecido.
jam seguindo os padrões pré-determinados. Dessa Portanto, as decisões programadas economizam tem-
forma, evita-se o desalinhamento dos processos po e esforço intelectual, evitando que os gestores se des-
internos, a quebra de regras importantes para o gastem com problemas que, em tese, já estão resolvidos.
negócio e, consequentemente, o surgimento de Sintetizando: decisões programadas são os proce-
Tipos de Decisões
Alta direção Estratégicas
decisões
Decisões
Gerência Administrativas
Não
Programadas Decisões
Programadas Grupos de
Operacionais
trabalho
Problemas Repetitivos Problemas novos (ou Por fim, mas não menos importante, as decisões
pouco frequentes) podem ainda ser classificadas quanto ao tipo de resul-
Decisão
tado que delas se espera. Assim, elas podem ser:
padronizada Decisão
sob medida
z Satisfatórias: Muitas vezes, os gerentes, para
resolver um problema com rapidez, aceitam a
Outro modo de classificação das decisões é confor-
primeira solução que aparece, pois atende a certo
me o nível hierárquico em que são tomadas. A partir
objetivo e/ou critério. Esse tipo de decisão normal-
desse critério, as decisões podem ser classificadas em:
mente é motivado pela falta de tempo e/ou infor-
z Decisões Estratégicas: As decisões estratégicas mação, levando assim a tomar a decisão sem a
são, em regra, tomadas no nível hierárquico mais análise de outras possibilidades.
alto e compreendem as grandes escolhas de objeti-
vos organizacionais e meios para realizá-los. O exemplo clássico de uma decisão satisfatória é
quando o gerente decide comprar um material com
Essas decisões se caracterizam por um elevado base unicamente no preço, sem levar em conta a qua-
grau de incerteza e normalmente afetam a organi- lidade. Nesse caso, o objetivo de evitar a falta dessa
zação inteira. Por serem decisões abstratas, muitas matéria-prima já supre a necessidade.
vezes envolvendo situações competitivas, geralmente Atualmente, esse tipo de decisão é muito criticado no
são decisões não programadas.
meio empresarial, pois demonstra a preguiça de procu-
Exemplificando: definição dos produtos e servi-
rar por soluções melhores. Por isso, as decisões satisfa-
ços a serem ofertados pela organização, decisões de
tórias somente são aceitas em caso de extrema urgência.
investimentos e expansões, definição da missão, visão
e negócio da empresa.
z Maximizadas: As decisões maximizadas são aque-
z Decisões Táticas (Administrativas): As decisões las em que o gestor procura o melhor resultado
táticas são aquelas que colocam em prática as deci- possível, ao custo mais baixo, ou seja, o melhor
sões estratégicas, alocando meios e recursos para cenário para organização.
a operacionalização dos objetivos organizacionais.
Esse tipo de decisão normalmente é tomado com a
Em regra, essas decisões são tomadas no nível de identificação e análise criteriosa de todas as possíveis
gerência e têm como objetivo traduzir o que foi planejado alternativas, maximizando as consequências positivas
no nível estratégico para execução na ponta do processo e reduzindo ao mínimo as consequências negativas.
produtivo.
Por exemplo: é quando o gestor procura comprar o
Exemplificando: definição do fluxo de atividades
melhor produto ao preço mais baixo possível (cenário
dentro de uma unidade, implantação da estrutura orga-
ideal).
nizacional, seleção e organização dos recursos humanos,
alocação dos equipamentos nas unidades de produção.
z Otimizadas: As decisões otimizadas são aquelas
Dica em que o gerente procura uma solução média, ou
seja, está entre as decisões satisfatórias e as deci-
As decisões táticas funcionam como um elo sões maximizadas, atendendo a um certo número
214 entre as decisões estratégicas e as operacionais. de critérios e objetivos.
Não são tão boas quanto as decisões maximizadas, fatores de risco que precisem ser tratados para evitar
mas também não tão simples quantos as satisfatórias. as tensões antes que elas ocorram.
Muitas vezes, não é possível obter uma decisão maximi-
zada, mas também não é aceitável optar por uma decisão
satisfatória; nesses casos, o administrador escolhe uma solu-
ção média, que atenda a um número de critérios e objetivos.
Exemplificando: é quando o gerente procura com-
COMPLIANCE: CONCEITOS, SUPORTE
pra um produto que tenha certo equilíbrio entre a DA ALTA ADMINISTRAÇÃO, CÓDIGO
qualidade e o preço. DE CONDUTA, CONTROLES INTERNOS,
Para facilitar o entendimento, sintetizamos na figu-
ra a seguir as principais características de cada tipo de
TREINAMENTO E COMUNICAÇÃO
decisão:
CONCEITO
Programadas { Para resolver problemas repetitivos
Compliance é o conjunto de mecanismos, procedimen-
Não Programadas { Para problemas que não são familiares
tos e ferramentas que visam prevenir, detectar e sanar
o não cumprimento de normas legais, regulamentares
Tipos de Decisões
2 FEBRABAN. Guia Boas Práticas de Compliance. Ed. rev. atual. São Paulo: Febraban, 2018, p. 7.
3 Ibid.
4 BRB Administradora e Corretora de Seguros S.A. Política de Compliance. BRB, 2021. Disponível em: <https://novo.brb.com.br/wp-content/
uploads/2022/06/Politica-de-Compliance.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2022. 215
c) a comunicação da Política de Conformidade a Diretoria, da incorporação dos padrões de conduta
todos os empregados e prestadores de serviços ter- em todos os níveis da organização.
ceirizados relevantes; e A ampla divulgação do código de conduta também
d) a disseminação de padrões de integridade e con- é ponto fundamental para a disseminação de seus
duta ética como parte da cultura da Companhia5. valores e padrões éticos, assim como a existência de
um canal de denúncias.
Além disso, cabe ao Conselho de Administração O canal de denúncias deve estar previsto e regu-
“garantir que medidas corretivas sejam tomadas quando lamentado no código de conduta da organização, e é
falhas de conformidade forem identificadas”6 e “prover os instrumento relevante para acolher opiniões, críticas,
meios necessários para que as atividades relacionadas à reclamações e denúncias, contribuindo para o cum-
função de conformidade sejam exercidas adequadamen- primento do código.
te”7, observando o modelo de negócio da companhia.
Quanto à Diretoria Colegiada do BRB, é seu papel: CONTROLES INTERNOS
5.1. Fazer cumprir a aderência da Companhia ao De acordo com a definição do COSO ICIF 2013,
arcabouço legal, à regulamentação infralegal, às publicação elaborada pelo Committee of Sponsoring
recomendações dos órgãos de supervisão e, quando
Organizations of the Treadway Commission (COSO),
aplicáveis, aos códigos de ética e de conduta8;
que é adotada pelo BRB,
A Diretoria deve, também, “prestar suporte ao
Controle interno é um processo conduzido pela
Conselho de Administração quanto ao cumprimento de estrutura de governança, administração e outros
suas atribuições” relacionadas ao compliance, e “zelar profissionais da entidade, e desenvolvido para
pela informação e capacitação de todos os empregados proporcionar segurança razoável com respei-
e dos prestadores de serviços terceirizados relevantes, to à realização dos objetivos relacionados a
em assuntos relativos à conformidade”9. operações, divulgação e conformidade11.
Por fim, cabe aos Diretores:
Ainda de acordo com o COSO, essa definição reflete
5.4. Zelar para que os pontos levantados no rela- alguns conceitos fundamentais. O controle interno é:
tório de descumprimento de dispositivos legais e
regulamentares elaborado pelo auditor indepen- Conduzido para atingir objetivos em uma
dente sejam sanados; ou mais categorias – operacional, divulgação e
5.5. Apreciar o relatório anual de conformidade, conformidade.
deliberar sobre os pontos contidos no documento e Um processo que consiste em tarefas e ativida-
remetê-lo ao Conselho de Administração. des contínuas – um meio para um fim, não um fim
em si mesmo.
CÓDIGO DE CONDUTA Realizado por pessoas – não se trata simples-
mente de um manual de políticas e procedimentos,
O código de conduta é um documento que estabe- sistemas e formulários, mas diz respeito a pessoas
lece os princípios e valores adotados por uma organi- e às ações que elas tomam em cada nível da organi-
zação, trazendo um conjunto de regras que definem zação para realizar o controle interno.
esses valores e orientam as ações dos colaboradores Capaz de proporcionar segurança razoável -
da organização, estabelecendo diretrizes de compor- mas não absoluta, para a estrutura de governança
tamento e ação. e alta administração de uma entidade.
De acordo com a definição do Instituto Brasileiro Adaptável à estrutura da entidade – flexível na
de Governança Corporativa (IBGC), aplicação para toda a entidade ou para uma subsi-
diária, divisão, unidade operacional ou processo de
negócio em particular12.
O código de conduta tem por finalidade principal
promover princípios éticos e refletir a identidade e
cultura organizacionais, fundamentado em respon- O Guia Boas Práticas de Compliance da Federação
sabilidade, respeito, ética e considerações de ordem Brasileira de Bancos, por sua vez, determina que os Con-
social e ambiental10. troles Internos, independentemente do porte da Institui-
ção, devem ser efetivos e consistentes com a natureza,
A Alta Administração tem papel fundamental, sen- complexidade e risco das operações por ela realizadas.
do responsável por dar o exemplo no cumprimento De acordo com o Guia, são algumas das responsa-
do código de conduta. O Conselho de Administração bilidades dos Controles Internos:
deve ser o guardião dos princípios e valores da orga-
nização e, dentre suas responsabilidades, deve estar [...] mapear os processos, riscos e controles críticos
a disseminação e o monitoramento, com o apoio da para atingimento dos objetivos da organização,
5 Ibid.
6 Ibid.
7 Ibid.
8 Ibid.
9 Ibid.
10 IBGC. Código das Melhoras Práticas de Governança Corporativa, 2015, p. 93 apud IBGC. Compliance à luz da governança corporativa. São Pau-
lo: IBGC, 2017, p. 18.
11 COMMITTEE of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission — COSO. Controle Interno — Estrutura Integrada. (S l.) 2013, p. 6. Dis-
ponível em: <https://auditoria.mpu.mp.br/pgmq/COSOIICIF_2013_Sumario_Executivo.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2022.
216 12 Ibid.
em linha com as diretrizes de frameworks mun-
dialmente aceitos, como The Committee of Spon- LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO
soring Organizations of the Treadway Commission
(COSO); LEI Nº 12.846, DE 1° DE AGOSTO DE 2013
certificar, de forma independente, a existência, a
efetividade e a execução dos controles; A Lei nº 12.846, de 2013, conhecida como Lei Anti-
elaborar e aplicar Control Self-Assessment (Autoa- corrupção, dispõe sobre a responsabilização admi-
valiação de Controles ou CSA) para assuntos admi- nistrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática
nistrativos e operacionais de menor relevância; de atos contra a administração pública, seja ela
elaborar e aplicar Entity-Level Controls (Controles
nacional ou estrangeira. Nos termos:
de Nível de Entidade) para verificar a estrutura de
governança da Instituição;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização
executar os Testes de Aderência;
objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
emitir parecer em relação aos riscos de Controles
pela prática de atos contra a administração públi-
Internos e assuntos correlatos13.
ca, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às
Em algumas Instituições, a área de Controles Inter- sociedades empresárias e às sociedades simples,
nos pode ser responsável por atividades relacionadas personificadas ou não, independentemente da for-
à função de compliance, como, por exemplo, a reali- ma de organização ou modelo societário adotado,
zação de testes de conformidade com leis e regula- bem como a quaisquer fundações, associações de
mentações. Nesses casos, as responsabilidades de entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras,
cada área devem estar claras e formalizadas, devendo que tenham sede, filial ou representação no terri-
haver coordenação adequada para a realização das tório brasileiro, constituídas de fato ou de direito,
atividades e avaliação dos resultados. ainda que temporariamente.
Estabelece o art. 11 que, da decisão administrati- Ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesi-
va sancionadora, cabe pedido de reconsideração com vo à administração pública, o titular da corregedoria
efeito suspensivo. Veja: da entidade decidirá:
13. (IADES — 2021) A Lei no 13.303/2016 dispõe a respei- a) fraudar licitação pública, mas não contrato dela
to do estatuto jurídico da empresa pública, da socie- decorrente.
dade de economia mista e de suas subsidiárias, no b) criar pessoa jurídica para participar de licitação públi-
âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e ca ou celebrar contrato administrativo.
dos municípios. Considerando as competências dos c) financiar, custear, patrocinar ou, de qualquer modo,
órgãos societários, é correto afirmar que o dever de subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos nes-
aprovar decisões envolvendo práticas de governança sa lei, independentemente de comprovação.
corporativa, relacionamento com partes interessadas, d) dificultar atividade de investigação ou fiscalização de
política de gestão de pessoas e código de conduta órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em
dos agentes cabe ao (à) sua atuação, inclusive no âmbito das agências regula-
doras e dos órgãos de fiscalização do sistema finan-
a) Conselho de Administração. ceiro nacional.
b) Comitê de Auditoria Estatutário. e) contribuir para o caráter competitivo de procedimento
248 c) Conselho Fiscal. licitatório público.
16. (IADES — 2019) A empresa X pratica ato sujeito a ins- c) executar atos administrativos que preservem a inte-
tauração e julgamento de processo administrativo de gridade dos envolvidos nas denúncias e garantam a
responsabilização nos termos da Lei nº 12.846/2013. estabilidade do ambiente de trabalho.
Quanto a esse processo administrativo de responsabi- d) propor a instauração de processo administrativo dis-
lização, assinale a alternativa correta. ciplinar em desfavor do empregado responsável pelo
ato de assédio, conforme a gravidade das provas
a) O processo administrativo para apuração da respon- colhidas ou a reincidência da ocorrência.
sabilidade de pessoa jurídica será conduzido por e) realizar diretamente apoio ao assediado e, quando
comissão designada pela autoridade instauradora necessário, proteção, de forma a resguardar sua inte-
e composta por dois ou mais servidores, sendo pelo gridade física e mental
menos o presidente da comissão estável.
b) A comissão deverá concluir o processo no prazo de 19. (IADES — 2019) Em conformidade com o que estabe-
180 dias contados da data da publicação do ato que a lece o Código de Conduta Ética do BRB, o atendimen-
instituir, de forma improrrogável e, ao final, apresentar to ao cliente externo e interno deve ser pautado pelos
relatórios a respeito dos fatos apurados e da eventual seguintes princípios:
responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo, de for-
ma motivada, as sanções a serem aplicadas. a) pessoalidade, respeito, educação e cordialidade no
c) O processo administrativo, com o relatório da comis- atendimento prestado.
são, será remetido à autoridade instauradora, na for- b) oferta de produtos e serviços com qualidade, seguran-
ma do art. 10 da Lei nº 12.846/2013, para julgamento. ça e inovação, seguindo os interesses de mercado.
d) No processo administrativo para apuração de respon- c) garantia do sigilo das informações cadastrais dos
sabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de clientes, dos serviços e das operações bancárias, sem
60 dias para defesa, contados da intimação. exceção.
e) A instauração de processo administrativo específico d) receptividade às manifestações dos clientes, quando
de reparação integral ou parcial dos danos não preju- elas se mostrarem razoáveis e, de alguma forma, acar-
dica a aplicação imediata das sanções estabelecidas retarem melhoria do atendimento, menor preço, aper-
na Lei nº 12.846/2013. feiçoamento dos produtos e qualificação nos serviços
oferecidos.
17. (IADES — 2021) O Decreto nº 8.420/2015 regulamenta e) comercialização de produtos e serviços de maneira
a Lei nº 12.846/2013, que dispõe acerca da respon- eficaz, fornecendo informações e respostas tempes-
sabilização administrativa de pessoas jurídicas pela tivas, claras e confiáveis às consultas e reclamações,
prática de atos contra a Administração Pública, nacio- permitindo ao cliente a melhor decisão nos negócios e
nal ou estrangeira, e dá outras providências. No que assegurando a respectiva satisfação.
concerne às competências da Controladoria-Geral da
União (CGU), referentes ao Processo Administrativo 20. (IADES — 2019) Em conformidade com o Código de
de Responsabilização (PAR) e aos acordos de leniên- Conduta Ética do BRB no relacionamento com os
cia previstos no referido decreto, assinale a alternativa diversos setores da sociedade, quanto aos princípios
correta. adotados pela referida instituição, assinale a alternati-
va correta.
a) No âmbito do Poder Executivo federal, a CGU possui
competência concorrente para instaurar o PAR e com- a) Manter a reputação de empresa sólida e confiável,
petência exclusiva para julgar o PAR. buscando níveis crescentes de competitividade e ren-
b) No âmbito do Poder Executivo federal, a CGU possui tabilidade de acordo com o mercado.
competência exclusiva para avocar os processos ins- b) Zelar pelos valores, pela imagem e pelo patrimônio da
taurados para exame de sua regularidade ou para cor- instituição.
rigir-lhes o andamento, cabendo à autoridade máxima c) Estabelecer e difundir as melhores práticas de gover-
3 E
4 B
5 A
6 B
7 B
8 A
9 E
10 D
11 C
12 E
13 A
14 A
15 D
16 C
17 C
18 D
19 E
20 B
ANOTAÇÕES
250
Já o IX, art. 24, diz o seguinte:
Art. 4º A ICT pública poderá, mediante contrapar- § 1º A propriedade intelectual sobre os resultados
tida financeira ou não financeira e por prazo deter- obtidos pertencerá à empresa, na forma da legisla-
minado, nos termos de contrato ou convênio: ção vigente e de seus atos constitutivos.
I - compartilhar seus laboratórios, equipamentos, § 2º O poder público poderá condicionar a partici-
instrumentos, materiais e demais instalações com pação societária via aporte de capital à previsão
ICT ou empresas em ações voltadas à inovação de licenciamento da propriedade intelectual para
tecnológica para consecução das atividades de atender ao interesse público.
incubação, sem prejuízo de sua atividade finalística; § 3º A alienação dos ativos da participação societá-
II - permitir a utilização de seus laboratórios, ria referida no caput dispensa realização de licita-
equipamentos, instrumentos, materiais e demais ins- ção, conforme legislação vigente.
talações existentes em suas próprias dependências § 4º Os recursos recebidos em decorrência da alie-
por ICT, empresas ou pessoas físicas voltadas a nação da participação societária referida no caput
atividades de pesquisa, desenvolvimento e ino- deverão ser aplicados em pesquisa e desenvolvi-
vação, desde que tal permissão não interfira dire- mento ou em novas participações societárias.
tamente em sua atividade-fim nem com ela conflite; § 5º Nas empresas a que se refere o caput, o estatu-
III - permitir o uso de seu capital intelectual em to ou contrato social poderá conferir às ações ou
projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. quotas detidas pela União ou por suas entidades
Parágrafo único. O compartilhamento e a permis- poderes especiais, inclusive de veto às deliberações
são de que tratam os incisos I e II do caput obede- dos demais sócios nas matérias que especificar.
cerão às prioridades, aos critérios e aos requisitos § 6º A participação minoritária de que trata o caput
aprovados e divulgados pela ICT pública, observa- dar-se-á por meio de contribuição financeira ou não
das as respectivas disponibilidades e assegurada a financeira, desde que economicamente mensurável,
igualdade de oportunidades a empresas e demais e poderá ser aceita como forma de remuneração
organizações interessadas. pela transferência de tecnologia e pelo licenciamento
para outorga de direito de uso ou de exploração de
criação de titularidade da União e de suas entidades.
Esquematizando o exposto:
O capítulo III trata do estímulo à participação
Compartilhar Com ICT
seus das ICTs no processo de inovação. Observe alguns
laboratórios, pontos importantes:
equipamentos, Ou empresas
instrumentos, em ações Art. 6º É facultado à ICT pública celebrar con-
materiais voltadas à trato de transferência de tecnologia e de licen-
e demais inovação
ciamento para outorga de direito de uso ou de
instalações tecnológica
exploração de criação por ela desenvolvida isola-
Permitir a damente ou por meio de parceria.
A ICT PÚBLICA, Por ICT,
POR PRAZO utilização […]
empresas
DETERMINADO, de seus
ou pessoas Art. 7º A ICT poderá obter o direito de uso ou de
PODERÁ: laboratórios, exploração de criação protegida. […]
físicas voltadas
equipamentos, Art. 8º É facultado à ICT prestar a instituições
a atividades
instrumentos,
de pesquisa, públicas ou privadas serviços técnicos espe-
materiais
desenvolvimento cializados compatíveis com os objetivos desta
e demais
e inovação Lei, nas atividades voltadas à inovação e à pesqui-
instalações
sa científica e tecnológica no ambiente produtivo,
Em projetos visando, entre outros objetivos, à maior competiti-
Permitir o uso
de pesquisa, vidade das empresas.
de seu capital
desenvolvimento
intelectual
e inovação
254
Art. 9º É facultado à ICT celebrar acordos de § 4º No caso de pesquisador público em instituição
parceria com instituições públicas e privadas militar, seu afastamento estará condicionado à auto-
para realização de atividades conjuntas de pesqui- rização do Comandante da Força à qual se subordine
sa científica e tecnológica e de desenvolvimento de a instituição militar a que estiver vinculado.
tecnologia, produto, serviço ou processo.
O art. 14 afirma que, ao pesquisador público, é
O art. 12 traz uma vedação muito importante: facultado o afastamento para prestar colaboração a
outra ICT, observada a conveniência da ICT de origem.
Art. 12 É vedado a dirigente, ao criador ou a O art. 14-A, por sua vez, fala sobre como se dará a
qualquer servidor, militar, empregado ou pres- participação em projetos daqueles pesquisadores com
tador de serviços de ICT divulgar, noticiar ou vínculo nas instituições públicas. Vale destacar que
publicar qualquer aspecto de criações de cujo este artigo já caiu em prova, portanto, observe:
desenvolvimento tenha participado diretamente ou
tomado conhecimento por força de suas atividades,
Art. 14-A O pesquisador público em regime de
sem antes obter expressa autorização da ICT.
dedicação exclusiva, inclusive aquele enquadra-
do em plano de carreiras e cargos de magistério,
Outro ponto importante: poderá exercer atividade remunerada de pesquisa,
desenvolvimento e inovação em ICT ou em empre-
Art. 13 É assegurada ao criador participação míni- sa e participar da execução de projeto aprovado ou
ma de 5% (cinco por cento) e máxima de 1/3 (um custeado com recursos previstos nesta Lei, desde
terço) nos ganhos econômicos, auferidos pela ICT, que observada a conveniência do órgão de origem
resultantes de contratos de transferência de tecno- e assegurada a continuidade de suas atividades de
logia e de licenciamento para outorga de direito de ensino ou pesquisa nesse órgão, a depender de sua
uso ou de exploração de criação protegida da qual respectiva natureza.
tenha sido o inventor, obtentor ou autor.
[…]
Outro ponto importante:
§ 2º Entende-se por ganho econômico toda forma
de royalty ou de remuneração ou quaisquer
benefícios financeiros resultantes da exploração Art. 15 A critério da administração pública, na for-
direta ou por terceiros da criação protegida, deven- ma do regulamento, poderá ser concedida ao pes-
do ser deduzidos: quisador público, desde que não esteja em estágio
I - na exploração direta e por terceiros, as despesas, probatório, licença sem remuneração para cons-
os encargos e as obrigações legais decorrentes tituir empresa com a finalidade de desenvolver ati-
da proteção da propriedade intelectual; vidade empresarial relativa à inovação.
II - na exploração direta, os custos de produção § 1º A licença a que se refere o caput deste artigo
da ICT. dar-se-á pelo prazo de até 3 (três) anos consecuti-
vos, renovável por igual período.
Em resumo, ganho econômico (royalty, remune-
ração ou quaisquer benefícios financeiros): O art. 15-A nos diz que a ICT de direito público
deverá instituir sua política de inovação, em con-
z (-) Encargos e as obrigações legais; sonância com as prioridades da política nacional de
z (-) Custos de produção da ICT. ciência, tecnologia e inovação e com a política indus-
trial e tecnológica nacional. Veja:
Outro ponto que também já apareceu em prova:
Art. 15-A A ICT de direito público deverá instituir
Art. 14 Para a execução do disposto nesta Lei, ao sua política de inovação, dispondo sobre a orga-
pesquisador público é facultado o afastamen- nização e a gestão dos processos que orientam a
to para prestar colaboração a outra ICT, nos transferência de tecnologia e a geração de inova-
termos do inciso II do art. 93 da Lei nº 8.112, de 11 ção no ambiente produtivo, em consonância com as
de dezembro de 1990, observada a conveniência da prioridades da política nacional de ciência, tecnolo-
ICT de origem. gia e inovação e com a política industrial e tecno-
§ 1º As atividades desenvolvidas pelo pesquisador lógica nacional.
público, na instituição de destino, devem ser com- Parágrafo único. A política a que se refere o caput
patíveis com a natureza do cargo efetivo, cargo deverá estabelecer diretrizes e objetivos:
militar ou emprego público por ele exercido na ins- I - estratégicos de atuação institucional no ambien-
tituição de origem, na forma do regulamento. te produtivo local, regional ou nacional;
§ 2º Durante o período de afastamento de que trata II - de empreendedorismo, de gestão de incubado-
o caput deste artigo, são assegurados ao pesquisa- ras e de participação no capital social de empresas;
dor público o vencimento do cargo efetivo, o soldo III - para extensão tecnológica e prestação de ser-
do cargo militar ou o salário do emprego público viços técnicos;
da instituição de origem, acrescido das vantagens IV - para compartilhamento e permissão de uso
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei, bem por terceiros de seus laboratórios, equipamentos,
como progressão funcional e os benefícios do plano recursos humanos e capital intelectual;
INOVAÇÃO
recursos humanos e capacitação tecnológica; que inicia um negócio, mas também quem o opera e,
II - atender a programas e projetos de estímulo à ino- de alguma forma, assume riscos inerentes e procura
vação na indústria de defesa nacional e que ampliem trazer inovações.
a exploração e o desenvolvimento da Zona Econômi- Ou seja, o empreendedor (funcionário) pode ino-
ca Exclusiva (ZEE) e da Plataforma Continental; var a partir de negócios já existentes e dentro de
III - assegurar tratamento diferenciado, favorecido empresas já constituídas. É a partir dessa sistemática
e simplificado às microempresas e às empresas de que surgem os termos “Empreendedorismo Corpora-
pequeno porte; tivo” ou “Intraempreendedorismo”. 257
Schumpeter (apud Chiavenato, 2007, p. 8) vai além z Realizar ideias;
e amplia conceito, dizendo o seguinte: z Começar algo novo;
z Alavancar recursos;
O empreendedor é a pessoa que destrói a ordem z Impulsionar talentos;
econômica existente graças à introdução no mer- z Dinamizar ideias;
cado de novos produtos/serviços, pela criação z Detectar oportunidade;
de novas formas de gestão ou pela exploração de z Equilíbrio;
novos recursos, materiais e tecnologias”. Para ele, z Introdução de novos produtos/serviços.
o empreendedor é a essência da inovação no mun-
do, tornando obsoletas as antigas maneiras de
Já vimos alguns conceitos sobre o empreendedor
fazer negócios.
e o empreendedorismo em si, mas qual a origem do
empreendedorismo? Reynolds e Schumpeter (apud
Já para Dornelas (2001, p. 37), a melhor definição
Chiavenato, 2007, p. 7) nos trazem alguns entendi-
para o tal quem empreende é a de Joseph Schumpe-
ter (1949), nos termos: mentos sobre essas origens.
Segundo os autores, o empreendedorismo tem
O empreendedor é aquele que destrói a ordem eco- sua origem na reflexão de pensadores econômicos
nômica existente pela introdução de novos pro- do século XVIII e XIX, defensores do laissez-faire ou
dutos e serviços, pela criação de novas formas de liberalismo econômico. Em suma, esses pensado-
organização ou pela exploração de novos recursos res econômicos defendiam que a ação da economia
materiais. era refletida pelas forças livres do mercado e da
concorrência.
Dornelas (2001, p. 37) também menciona a defini- No Brasil, segundo Dornellas (2001, p. 25), o movi-
ção de Kirzner: mento do empreendedorismo começou a tomar forma
na década de 1990, quando entidades como o Sebrae
Para esse autor, o empreendedor é aquele que cria (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
um equilíbrio, encontrando uma posição clara e Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Expor-
positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou tação de Software) foram criadas. Nesse contexto, o
seja, identifica oportunidades na ordem presente. empreendedorismo foi sendo formado como um arti-
fício que direciona a inovação e promove o desen-
Nesse sentido, o empreendedor é um exímio iden- volvimento econômico.
tificador de oportunidades, curioso por natureza e Não somente os fatos econômicos contribuíram
atento às informações ao seu redor. para a formação e compreensão do empreendedoris-
Dornelas (2001, p. 37) também traz sua própria mo. A própria sociologia, a psicologia e a antropolo-
definição de empreendedor: gia trouxeram pontos de vista sobre a expansão desse
fenômeno — os behavioristas (comportamentalis-
O empreendedor é aquele que detecta uma oportu- tas) da psicologia, por exemplo, foram incentivados a
nidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, traçar um perfil da personalidade do empreendedor.
assumindo riscos calculados.
Ao longo do tempo, diversas pesquisas sobre o per-
fil do empreendedor foram sendo construídas. Uma
Segundo o autor, em qualquer definição de dessas pesquisas foi proposta por Longenecker et
empreendedorismo, encontram-se, pelo menos, os
al (apud Chiavenato, 2007, p. 8) que trouxeram três
seguintes aspectos:
características básicas do espírito empreendedor:
z Iniciativa para criar um negócio e paixão pelo que
z Necessidade de realização: as pessoas apresen-
faz;
tam diferenças individuais quanto à necessidade
z Uso dos recursos disponíveis de forma criativa, de
de realização. Existem aquelas com pouca neces-
modo a transformar o ambiente social e econômi-
sidade de realização e que se contentam com o
co onde se vive;
status que alcançaram. Contudo, as pessoas com
z Aceitação dos riscos e da possibilidade de fracassar.
alta necessidade de realização gostam de compe-
tir com certo padrão de excelência e preferem ser
Já o Global Monitor Entrepreneurship (GEM), defi-
pessoalmente responsáveis por tarefas e objetivos
ne empreendedorismo como:
que atribuíram a si próprias. McClelland, da psico-
logia organizacional, descobriu em suas pesquisas
Qualquer tentativa de criação de um novo negó-
cio ou novo empreendimento, como por exemplo uma correlação positiva entre a necessidade de
uma atividade autônoma, uma nova empresa, ou a realização e a atividade empreendedora. Ou seja,
expansão de um empreendimento existente, por um os empreendedores apresentam elevada necessi-
indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já dade de realização em relação às pessoas da popu-
estabelecidas. lação em geral. É a famosa ambição;
z Disposição para assumir riscos: o empreendedor
Veja que todas essas definições conversam entre costuma assumir diversos riscos ao iniciar seu pró-
si e possuem pontos de convergência. A essência é, prio negócio:
basicamente, a mesma. Por exemplo, algumas pala-
vras-chave até aqui foram: Riscos financeiros decorrentes do investimento
do próprio dinheiro e do abandono de empre-
z Assumir riscos; gos seguros e de carreiras definidas;
z Inovar; Riscos familiares ao envolver a família no
258 z Criar; negócio;
Riscos psicológicos por conta da possibilidade Já Smith (apud Chiavenato, 2007, p. 11) considera
de fracassar, dentre outros. que os empreendedores apresentam enorme varia-
ção em seus estilos de fazer negócios. Por isso, o autor
Em geral, pessoas empreendedoras costumam prefe- sugere um continuum, dois padrões básico:
rir situações arriscadas até certo ponto, em que podem
exercer determinado controle pessoal sobre o resultado, z Empreendedores artesãos (ou executores): são
o que é totalmente diferente das situações de jogo, em aqueles que iniciam o negócio com habilidades
que o resultado depende apenas de sorte, por exemplo; técnicas e um pequeno conhecimento de gestão de
negócios. Esse tipo de empreendedor tem experiên-
cia em “colocar a mão da massa”, mas não dispõe de
z Autoconfiança: os empreendedores costumam
habilidades interpessoais ou de gestão. É o exemplo
possuir autoconfiança para enfrentar os desafios
do mecânico que resolve abrir uma oficina indepen-
e dominar os problemas. As pesquisas mostram
dente. Algumas características desse estilo são:
que os empreendedores de sucesso são pessoas
independentes, que enxergam os problemas ine- Ter uma orientação de tempo de curto prazo,
rentes a um novo negócio, mas acreditam em suas com pouco planejamento;
habilidades pessoais para superar tais problemas. Ser paternalista (dirige o negócio da forma
Enquanto as pessoas em geral sentem ter a vida como dirigiria sua própria família);
controlada pela sorte ou pelo acaso (foco exter- Relutar em delegar autoridade (é centralizador);
no de controle), os empreendedores possuem um Usar uma ou duas fontes de capital para abrir
foco interno de controle (acreditam que o sucesso sua empresa;
depende de seus próprios esforços e habilidades). Definir a estratégia de marketing em termos de
preço tradicional, da qualidade e da reputação
Em resumo, as três características básicas do da empresa;
empreendedor são: Esforçar-se nas vendas, basicamente, por moti-
vos pessoais.
Necessidade
z Empreendedores oportunistas (ou administra-
de realização
dores): é o outro extremo do continuum. Em geral,
é aquele empreendedor que possui alguma edu-
cação técnica suplementada por estudo de assun-
Disposição
Autoconfiança para assumir
tos mais amplos, como administração, economia,
riscos legislação ou línguas. Ele procura sempre estudar
e aprender. Veja algumas de suas características:
Fonte: Chivenato, 2007, p. 10 (adaptado pela autora).
Evitar o paternalismo na condução da equipe;
Costuma delegar autoridade às pessoas necessárias;
Chiavenato (2007) também afirma que diver-
Empregar estratégias de marketing e vendas;
sas pesquisas incluem outras características do Obter capitalização de mais de duas fontes de
empreendedor, tais como: dinheiro;
Planejar o crescimento futuro do negócio;
z A visão do empreendedor é, geralmente, apoiada Utilizar sistemas de registro e controle, orça-
por um conjunto interligado de ideias próprias e mento apropriado, oferta precisa e pesquisa
específicas, não disponíveis no mercado; sistemática de mercado.
z Sua abordagem geral para realizar a visão é clara,
embora os detalhes sejam incompletos, flexíveis e Dornelas (2001, p. 30) afirma que o empreende-
que emergem com a prática; dor de sucesso possui características extras, além dos
z Os empreendedores promovem sua visão com pai- atributos do administrador:
xão e entusiasmo;
z O empreendedor tem uma visão entusiástica e z São visionários;
constitui a força impulsionadora da empresa; z Sabem tomar decisões;
z O empreendedor desenvolve estratégias com per- z São indivíduos que fazem a diferença;
sistência e determinação para transformar sua z Sabem explorar o máximo de oportunidades;
visão em realidade; z São determinados e dinâmicos;
z Os empreendedores assumem a responsabilidade z São dedicados;
inicial, o que permite que sua visão venha a ser z São otimistas e apaixonados pelo que fazem;
z São independentes e constroem o próprio destino;
um sucesso;
z Ficam ricos (acreditam que o dinheiro é conse-
z Os empreendedores assumem riscos com pru-
quência do sucesso dos negócios);
dência, avaliam custos, necessidades de mercado/
z São líderes e formadores de equipes;
INOVAÇÃO
clientes e persuadem outros a se juntar a eles e a z São bem relacionados — possuem um networking
ajudar no empreendimento; (sabem construir uma rede de contato);
z Um empreendedor é, geralmente, um pensador z São organizados (sabem obter e alocar os recursos
positivo e um tomador de decisões; materiais, humanos, tecnológicos e financeiros, de
z A um empreendedor são necessárias inspiração, forma racional);
motivação e sensibilidade. z Planejam cada passo do seu negócio;
z Possuem conhecimento, que pode vir da experiên-
cia prática ou por meio de cursos, por exemplo; 259
z Assumem riscos calculados; z Porta-voz: transmite para o exterior as estraté-
z Criam valor para sociedade (geram emprego, dina- gias, políticas, atividades e os resultados organi-
mizam a economia, melhoram a vida das pessoas). zacionais. Exemplo: comunicados de imprensa,
entrevistas a grupos de interesse externos etc.
Ou seja, o empreendedor vai além do administra-
dor. Suas características estão próximas das caracte- Decisórios
rísticas de um líder.
Observe o que diz Chiavenato (2003, p. 258) sobre a Envolvem todos os eventos que, de alguma forma,
diferença entre gerentes (chefes) e líderes: implicam em tomada de decisão.
z O gerente administra, o líder inova; z Empreendedor: identifica oportunidades que
z O gerente é uma cópia, o líder é o original; potencializem o desenvolvimento da organização
z O gerente mantém, o líder desenvolve;
como, por exemplo, novos projetos e iniciativas;
z O gerente se concentra no sistema e na estrutura, o
z Solucionador de conflitos: resolve os conflitos
líder se concentra nas pessoas;
que impedem o desenvolvimento normal das ati-
z O gerente se baseia no controle, o líder inspira
vidades. Exemplo: resolução de conflitos entre
confiança;
subordinados;
z O gerente tem uma visão de curto prazo, o líder
z Administrador de recursos: aloca os recursos
tem uma perspectiva de longo prazo;
organizacionais em função dos objetivos e das
z O gerente pergunta como e quando, o líder per-
necessidades. Exemplos: realização de orçamentos
gunta o que e o porquê;
e programação dos trabalhos;
z O gerente tem os olhos nos resultados, o líder
z Negociador: representa a organização nas prin-
enxerga o horizonte;
cipais negociações. Exemplo: negociações com os
z O gerente aceita o status quo, o líder o contesta;
sindicatos, fornecedores etc.
z O gerente é o clássico bom soldado, o líder é sua
própria pessoa;
z O gerente faz as coisas corretamente, o líder faz a Dornelas (2008, p. 18) destaca, ainda, que o
coisa certa. empreendedorismo possui duas facetas:
São os papéis que envolvem as relações dos admi- Por fim, é possível ensinar o empreendedorismo?
nistradores com outras pessoas, membros da organi- Para Dornelas (2001, p. 38), por muito tempo, acredi-
zação ou grupos externos. tou-se que ser empreendedor era algo inato, que já
nascia predestinado. Porém, esse discurso mudou e é
z Símbolo: o gerente age como um símbolo da orga- possível concluir que o processo empreendedor pode
nização, atua como uma referência. Exemplos de ser ensinado e aprendido.
atividades: representar a organização em cerimô- O sucesso no empreendedorismo depende de uma
nias, solenidades, acompanhar visitantes etc.; série de fatores que incluem, por exemplo, diversos tipos
z Líder: direciona as atividades dos seus subordina- de capacitações e o desenvolvimento de uma gama de
dos. Exemplos de atividades: motivação, orientação competências (conhecimentos, habilidades e atitudes).
etc.;
z Ligação: ocorre o desenvolvimento de uma teia PROCESSO EMPREENDEDOR
de relações que permitem o intercâmbio de infor-
mações. Exemplos de atividades: manutenção de O processo empreendedor pode ser diferente, a
redes de contatos com o exterior, acompanhamen- depender do contexto ou da organização, por exem-
to de correspondência, construção de alianças etc. plo. Mas, em geral, existem algumas similaridades e
Dornelas (2008) resume o processo empreendedor em
Informacionais quatro fases:
O autor afirma que existem três fases típicas no [...] o meio pelo qual o empreendedor cria novos
brainstorming: recursos produtores de riqueza ou dota recursos exis-
tentes com um maior potencial para criar riqueza.
z Apresentação do assunto, problema ou situação de
forma clara e objetiva; Ou seja, para o autor, a “inovação é a função especí-
z Geração e documentação das ideias; fica do empreendedorismo”. Ambos estão amplamente
z Análise e seleção. relacionados, apesar de nem todo empreendedor ser
necessariamente inovador.
Existe outra técnica, semelhante ao brainstor- O empreendedorismo não trata apenas da criação
ming, também já cobrada em prova, conhecida como de novos produtos ou serviços, mas também das ino-
brainwriting. vações em todos os âmbitos do negócio (processos,
A diferença é que, no brainwriting, as ideias são ideias, negócios etc.).
apresentadas por escrito (não há discussão/exposi- Segundo Dornelas (2019, p. 11):
ção por meio da fala), o que acaba reduzindo as chan-
ces de críticas e inibições (o autor da ideia geralmente A inovação ocorre a partir de uma criação, inven-
fica anônimo). Além disso, as ideias no brainwriting ção, da busca pela solução de questões ainda não
costumam ser mais “pensadas” e elaboradas que no resolvidas ou do aprimoramento de soluções já
brainstorming (mais espontâneo). existentes para problemas que o homem enfrenta
O brainwriting pode acontecer também por meio ao longo da vida e no dia a dia.
de fichas (ou formulários) que passam de participante
a participante e nas quais cada um deles fornece uma Esses “problemas” são desafios dos mais diversos:
quantidade predeterminada de ideias.
Já o design thinking é uma abordagem utilizada z Melhoria da saúde;
para criação de projetos e desenvolvimento de produ- z Aumento da produtividade de uma indústria;
tos que tem como base o pensamento dos designers. z Melhoria da qualidade de vida das pessoas nas
Consiste numa série de etapas, listadas a seguir: grandes cidades;
INOVAÇÃO
Alto
Existe um modelo chamado de “Hélice Tríplice” que uma ou mais esferas. Todavia, como esses proces-
propõe, nas palavras de Etzkowitz e Zhou (2017, p. 23): sos podem ser aprimorados? (ETZKOWITZ; ZHOU,
2017, p. 30)
[...] uma metodologia para examinar pontos fortes
e fracos locais e preencher lacunas nas relações Ou seja, esse ecossistema complexo pode ser
entre universidades, indústrias e governos, com construído em qualquer lugar em que houver acade-
vistas a desenvolver uma estratégia de inovação mia, indústria e governo. Basta existirem as condi-
bem-sucedida. ções favoráveis. 265
Veja, como dito, que não é possível duplicar um desenvolvimento tecnológico de novos produtos, ser-
ecossistema como o Vale do Silício, pois algumas con- viços ou processos.
dições naturais e sociais são únicas desse lugar, mas b) ICT é toda e qualquer entidade pública que se dedique
é plenamente possível “montar” (construir) um ecos- ao ensino e à pesquisa.
sistema favorável, basta as condições adequadas c) ICT é toda e qualquer universidade e centro de pesqui-
serem formadas. sa e desenvolvimento.
d) ICT é toda e qualquer instituição, pública ou privada,
REFERÊNCIAS que se dedique a Pesquisa, Desenvolvimento e Inova-
ção (P&D&I).
ETZKOWITZ, H.; ZHOU, C. Hélice Tríplice: inova- e) É considerada ICT, para os fins da Lei nº 10.973/2004,
ção e empreendedorismo universidade-indús- a universidade ou centro de pesquisa, sem fins lucrati-
tria-governo. Estudos Avançados [online]. 2017, vos, que tenha acordos de cooperação firmados com
v. 31, n. 90, p. 23-48. Disponível em: <https://doi. empresas brasileiras, para atividades de P&D.
org/10.1590/s0103-40142017.3190003>. Acesso em:
14 jul. 2022. 3. (IADES — 2019) A Lei nº 10.973/2004, com redação
dada pela Lei nº 13.243/2016, estabeleceu, no art. 16,
que a Instituição Científica, Tecnológica e de Inova-
ção (ICT) pública deverá dispor de Núcleo de Inova-
HORA DE PRATICAR! ção Tecnológica (NIT) próprio, ou em associação com
outras ICT. A principal finalidade desses NIT é:
1. (IADES — 2021) O art. 14-A da Lei no 10.973/2004,
com redação dada pela Lei no 13.243/2016, estabele- a) coordenar e acompanhar as atividades de alunos de
ce como se dará a participação em projetos daqueles pós-graduação da ICT em programas de cooperação
pesquisadores com vínculo empregatício com institui- internacional.
ções públicas. De acordo com o artigo citado, assinale b) promover a seleção de alunos de mestrado e doutora-
a alternativa correta. do para a política de inovação da ICT.
c) comercializar os produtos resultantes de atividades
de inovação das quais a ICT participe.
a) O pesquisador público em regime de dedicação exclu-
d) apoiar administrativamente a ICT no estabelecimento
siva, com exceção daquele enquadrado em plano de
das grades das disciplinas relacionadas com as res-
carreiras e cargos de magistério, poderá exercer ativi-
pectivas atividades de pesquisa e desenvolvimento.
dade remunerada de pesquisa, desenvolvimento e ino-
e) apoiar a gestão da política de inovação da ICT pública.
vação em ICT ou em empresa e participar da execução
de projetos.
b) O pesquisador público em regime de dedicação 4. (IADES — 2019) A Lei nº 10.973/2004, com redação
exclusiva, inclusive aquele enquadrado em plano de dada pela Lei nº 13.243/2016, estabeleceu, no art. 16,
carreiras e cargos de magistério, não poderá exercer que a Instituição Científica e Tecnológica (ICT) públi-
atividade remunerada de pesquisa, desenvolvimento e ca deverá dispor de Núcleo de Inovação Tecnológica
inovação em ICT ou em empresa e nem participar da (NIT) próprio ou em associação com outras ICT. Qual
execução de projetos. é a principal finalidade desses NIT?
c) O pesquisador público em regime de dedicação exclu-
siva, inclusive aquele enquadrado em plano de car- a) Promover a colocação de egressos da pós-graduação
reiras e cargos de magistério, poderá participar da da ICT no mercado de trabalho.
execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e b) Promover a seleção de alunos de mestrado e doutora-
inovação em ICT ou em empresa, exercendo apenas do para a política de inovação da ICT.
atividades não remuneradas. c) Comercializar os produtos resultantes de atividades
d) O pesquisador público, inclusive aquele enquadrado de inovação das quais a ICT participe.
em plano de carreiras e cargos de magistério, pode- d) Apoiar a gestão da política de inovação da ICT pública.
rá participar da execução de projetos de pesquisa, e) Coordenar e acompanhar as atividades de alunos de
desenvolvimento e inovação em ICT ou em empresa, pós-graduação da ICT em programas de cooperação
desde que seu regime de trabalho não seja de dedica- internacional.
ção exclusiva.
e) O pesquisador público em regime de dedicação exclu- 9 GABARITO
siva, inclusive aquele enquadrado em plano de carrei-
ras e cargos de magistério, poderá exercer atividade
remunerada de pesquisa, desenvolvimento e inovação 1 E
em ICT ou em empresa e participar da execução de 2 A
projetos
3 E
2. (IADES — 2019) A Lei nº 10.973/2004 foi modificada
pela Lei nº 13.243/2016, e uma das modificações mais 4 D
importantes foi a do conceito de ICT, que passou a ser
Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação. Acer-
ca do conceito de ICT, assinale a alternativa correta.
https://www.mulher.df.gov.br/pdpm/
ANOTAÇÕES
267
ANOTAÇÕES
268
OPERAÇÕES ATIVAS (Aplicação de Recursos)
CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
- BANCÁRIOS
TOMADOR DE RECURSOS
Agente Econômico Deficitário
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL Nas operações passivas, ocorre o contrário: as ins-
tituições financeiras captam recursos dos agentes
A estrutura base do Sistema Financeiro Nacional econômicos superavitários, os doadores de recursos.
(SFN) está prevista na Lei nº 4.595, de 31 de dezembro São chamadas de operações passivas, pois representam
de 1964. Foi essa norma que, ao apagar das luzes de passivos da instituição, uma obrigação.
1964, criou o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Nesse caso, como apliquei meu dinheiro no banco, eu
Banco Central do Brasil — doravante, BC, BCB ou Bacen. sou o doador dos recursos e passo a ter um crédito, um
Veja que a atual estrutura de nosso sistema finan- ativo, um direito perante ao banco. Eu sou o credor.
ceiro é relativamente jovem, estando em vigor há, ape-
nas, 56 anos. A moeda comemorativa dos 50 anos do BC OPERAÇÕES PASSIVAS (Captação de Recursos)
(de R$ 1,00), ainda em circulação, foi lançada em 2015.
Apesar do curto período, muita coisa mudou de lá
para cá: a tecnologia, a estabilização da moeda, o sur-
gimento de novos produtos, a alteração no relaciona-
mento entre as instituições financeiras e o consumidor
bancário, entre outras. Diversos fatores alteraram pro-
fundamente a forma de atuar do sistema financeiro e
isso gerou impactos diversos na normatização de suas
operações e na forma de atuar de suas instituições. DOADOR DE RECURSOS
Essas alterações ainda ocorrem de forma paulati- Agente Econômico Superavitário
na e espaçada, dificultando o estudo por meio da letra
seca da lei, que, muitas vezes, não está devidamente
Ao juntarmos as duas operações em uma só figu-
atualizada em relação a alterações feitas em outras
ra, teremos, então, a visão do papel institucional das
legislações.
instituições financeiras, que atuam na promoção da
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL intermediação financeira.
A CF trouxe, portanto, uma função social ao SFN — promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos inte-
resses da coletividade — que está diretamente ligada a uma adequada intermediação financeira e, certamente, propicia
desenvolvimento, geração de emprego e de renda.
Vamos simplificar: quando você exagera nas compras de Natal e falta grana para pagar as contas em janeiro, ou quando
resolve que, mesmo sem grana, não vai ficar em casa no carnaval, uma alternativa é ir ao banco e solicitar um empréstimo.
Todos nós, pessoas físicas, empresas, governos, somos agentes econômicos. No exemplo narrado, você era um agente
econômico deficitário, ou tomador de recursos, que recorreu ao SFN, para obter recursos que outro agente econômico
entregou aos cuidados de alguma instituição financeira em troca de uma remuneração oriunda da aplicação de uma taxa
de juros sobre o capital entregue. Esse era o agente econômico superavitário ou doador de recursos.
É importante compreender que, em regra, o banco não empresta o dinheiro dele, mas empresta o dinheiro dos outros.
Ou seja, o que o sistema financeiro faz é possibilitar que aqueles que precisam de recursos consigam acesso aos recursos
daqueles que os tem em excesso.
Isso é a intermediação financeira. Porém, essa intermediação não pode ser feita assim, de qualquer jeito, por qual-
quer um. Afinal, estamos lidando com dinheiro e sabemos como isso complica as coisas. Então, há a necessidade de que
exista uma estrutura bem definida, normatizada e regulada para tocar essa engrenagem, para fazer essa roda girar.
Essa estrutura é a própria estrutura do Sistema Financeiro Nacional, a qual você conhecerá a seguir.
Nós podemos dividir o Sistema Financeiro Nacional em três níveis de atuação. A melhor maneira de visualizar isso é
utilizando a forma pela qual o Banco Central demonstra a organização do SFN:
270
É imprescindível que você observe a figura horizontalmente. Perceba que, à esquerda, rótulos identificam
três níveis de atuação: órgãos normativos, supervisores e operadores.
No primeiro nível, temos os órgãos normativos. São eles que definem o regramento geral a ser seguido pelo
mercado. Porém, entenda que eles não são órgãos executores, não possuem uma estrutura física nem são servido-
res de quadro próprio. Eles apenas ditam as regras.
Veremos que, na realidade, todos esses órgãos normativos são Conselhos, colegiados compostos por diferen-
tes autoridades ligadas ao mercado que se pretende normatizar e regular e que se reúnem periodicamente. Eles
determinam regras gerais para o bom funcionamento do sistema.
No segundo nível, temos as entidades supervisoras. São autarquias federais que cumprem e fazem cumprir
aquele regramento estabelecido pelos órgãos normativos.
Aqui, sim, existe toda uma estrutura física e um quadro de servidores trabalhando em prol de um sistema
financeiro sólido e eficiente, em benefício da sociedade. As entidades supervisoras trabalham para que os inte-
grantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos.
Por fim, tempos os operadores. São as instituições financeiras, públicas e privadas, que atuam nos diversos
ramos do SFN, promovendo a intermediação financeira e oferecendo produtos e serviços aos seus consumidores.
É com os operadores que temos contato no nosso dia a dia.
Eles constituem a parte mais visível do sistema financeiro. Os operadores são as instituições que ofertam ser-
viços financeiros, no papel de intermediários.
Vamos fazer um paralelo, para tentar simplificar o entendimento. Pense em uma empresa qualquer, uma loja
de roupas por exemplo. Vamos imaginar que a loja tenha a seguinte estrutura organizacional:
DONO
Gerente A Gerente B
Vários comércios possuem uma estrutura parecida com essa. Há um dono (o “chefão”), que diz como as coisas
devem funcionar; gerentes, que cuidam para que as coisas saiam como o patrão quer; demais funcionários, que
executam o trabalho propriamente dito.
Guarde esse paralelo na sua memória. Isso vai te ajudar a entender os papéis de cada um dos órgãos e institui-
ções do SFN e, como consequência, a resolver questões de prova.
Pense da seguinte forma: os órgãos normativos são os donos, os “chefões” do SFN. Eles ditam as regras, dizem
como as coisas devem funcionar e aquilo que pode e o que não pode ser feito.
Como dito, não são entidades, pois não possuem uma estrutura e quadro próprio de servidores. São Conselhos,
órgãos formados por diferentes autoridades que se reúnem periodicamente para elaborar o regramento de suas
áreas de competência. Como não são órgãos executivos, não costumam executar tarefas, apenas dizem como elas
devem ser feitas. São como os patrões: apenas dão ordens.
Já as instituições supervisoras — o segundo nível — são os “gerentes”. Eles trabalham, zelando para que os
operadores cumpram o que foi determinado pelos órgãos normativos, ou seja, tomam conta de sua atuação. São
órgãos executivos e fiscalizadores. Como os gerentes, eles ficam de olho no que os operadores fazem.
Por fim, os operadores são os vendedores, os que estão na frente da loja. É com eles que os clientes têm contato
Importante!
Existe uma outra classificação, mais antiga e já pouco utilizada, que divide o Sistema Financeiro Nacional em
dois subsistemas: o subsistema normativo e o subsistema operativo (ou operacional ou de intermediação).
Nessa divisão, órgãos normativos e entidades supervisoras formam, conjuntamente, o subsistema normati-
vo, enquanto os operadores compõem o subsistema operativo, operacional ou de intermediação.
Essa classificação já foi objeto de prova e, por isso, vale a pena memorizá-la.
Por fim, veja como o próprio Banco Central, em seu site, define a organização e a estrutura do SFN:
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem a interme-
diação financeira, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. É por meio do sistema financeiro que as pes-
soas, as empresas e o governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos.
Voltaremos à figura utilizada pelo Banco Central, para demonstrar a organização do SFN, porém, dessa vez, a
analisaremos verticalmente: 271
Moeda, crédito, capitais e câmbio Seguros privados Previdência Fechada
Órgãos normativos
CMN CNSP CNPC
Conselho Monetário Conselho Nacional de Conselho Nacional de
Seguros Privados Previdência Complementar
Nacional
Supervisores
* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme
diretrizes estabelecidas pelo CMN.
Repare que a figura está segmentada em três colunas: moeda, crédito, capitais e câmbio; seguros privados;
e previdência fechada.
No primeiro nível, temos 3 (três) órgãos normativos: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacio-
nal de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Cada um deles enca-
beça uma dessas três colunas. Isso significa que cada um desses Conselhos determina as regras gerais (diretrizes)
dos mercados sob sua responsabilidade.
Neste ponto, vale recordar o que cada um deles faz:
z Conselho Monetário Nacional: O CMN define as regras para os mercados monetário, de crédito, de câmbio e
de capitais. É responsável por fixar as diretrizes e normas das políticas monetária, creditícia e cambial;
z Conselho Nacional de Seguros Privados: O CNSP fixa as diretrizes e normas para os mercados de seguros
privados, que abrangem os setores de seguros, resseguros, capitalização e previdência complementar aberta;
z Conselho Nacional de Previdência Complementar: O CNPC é órgão normativo que regula regimes de previdên-
cia complementar operados por entidades fechadas de previdência complementar, os chamados fundos de pensão.
Dica
Órgãos normativos são sempre Conselhos.
No segundo nível, abaixo dos órgãos normativos, estão os supervisores, também chamados de entidades ou
instituições supervisoras. São as entidades que atuam de forma preventiva e reativa para o cumprimento das
regras emitidas pelos órgãos normativos. São elas:
z O Banco Central do Brasil (BCB), que é responsável pelos mercados monetário, de crédito e de câmbio;
272 z A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é responsável pelo mercado de capitais;
z A Superintendência de Seguros Privados (Susep), O CMN deve buscar também o aperfeiçoamento
que é responsável pelo mercado de seguros privados; das instituições financeiras e de seus produtos e servi-
z A Superintendência Nacional de Previdência ços, objetivando facilitar e fortalecer a intermediação
Complementar (Previc), que é responsável pelas financeira.
entidades fechadas de previdência.
Art. 3º [...]
Finalmente, no último e terceiro nível, vemos os ope- VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições
radores do SFN. Essas são as instituições, públicas e priva- financeiras;
das, que executam a intermediação financeira, atuando
diretamente com o público. São os bancos comerciais, a A liquidez e a solvência das instituições financei-
Caixa Econômica, os bancos de investimento, as socieda- ras impactam na segurança e no grau de confiabilida-
des de arrendamento mercantil, as corretoras, as distri- de do Sistema Financeiro Nacional. Trata-se, portanto,
buidoras de títulos e valores mobiliários etc. de permanente preocupação do CMN.
Existem diversos tipos de instituições operadoras
no SFN, que também costumam atuar de forma seg- Art. 3º [...]
mentada. Neste sentido, pode-se afirmar que, como VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia,
regra geral, cada tipo de instituição financeira opera orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e
produtos específicos, diferentemente dos produtos externa.
operados por outros tipos de IF.
O CMN é, portanto, o grande coordenador das polí-
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL ticas econômicas do país.
Lembre-se: O CMN é um órgão apenas normati-
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o princi- vo, não é um órgão executivo. Formular a política da
pal órgão normativo do Sistema Financeiro Nacional moeda e do crédito, objetivando o progresso econômi-
(SFN), e tem, conforme o previsto no art. 2º da Lei nº co e social do país, é sua principal atribuição. Então,
4.595, de 1964, a finalidade de formular a política da tudo que a ele se referir estará relacionado à emissão
moeda e do crédito, objetivando o progresso econômi- de normas, à definição de regras.
co e social do país. Atente-se, sempre, ao verbo utilizado na questão.
O CMN é responsável pelas diretrizes e normas das Verbos de ação (fazer, executar, efetuar, realizar, fis-
políticas monetária, creditícia e cambial. É ele, portanto, calizar) geralmente não se enquadram nas atividades
que coordena a política macroeconômica do governo. do CMN, que não possui atividades executivas e, sim,
Nosso primeiro passo será conhecer os seus objeti- dá ordens, por ser o “chefe”.
vos. Na prática, para que o CMN foi criado?
COMPETÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS
OBJETIVOS
Estabelecidos os objetivos do CMN, vamos conhe-
A melhor forma de conhecer os objetivos do CMN cer algumas competências e características que mere-
é analisá-los, um por um, conforme dispostos no art. cem atenção e que estão definidas em diferentes
3º da Lei nº 4.595, de 1964. Vejamos: legislações.
Existem quatro legislações que nos interessam
para a prova. Qualquer questão que trate do CMN terá
Importante! embasamento em uma dessas quatro normas. São
elas:
Alguns incisos desse artigo foram revogados
pela Lei Complementar nº 179, de 2021. z Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964;
Portanto, apresentaremos a seguir apenas os z Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976;
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional Vamos seguir a ordem cronológica, aprendendo
objetivará: [...] o que cada uma dessas legislações atribuiu ao CMN.
IV - Orientar a aplicação dos recursos das insti- Você não precisa ir até essas normas e estudar a “lei
tuições financeiras, quer públicas, quer privadas; seca”, pois o que nos interessa está aqui.
tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do
País, condições favoráveis ao desenvolvimento har- LEI Nº 4.595, DE 31 DEZEMBRO DE 1964
mônico da economia nacional;
O art. 4º da Lei nº 4.595, de 1964, traz as competên-
O CMN define regras gerais de atuação para os cias do CMN previstas naquela Lei, e seu estudo aju-
diversos tipos de instituições financeiras, estabele- dará a formar o conceito sobre o que é o CMN e qual
cendo os segmentos em que podem atuar. Pode ainda a sua função.
diferenciar certas regras conforme as regiões do país,
buscando diminuir desigualdades regionais. Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional,
segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da
Art. 3º [...] República:
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e I - Revogado;
dos instrumentos financeiros, com vistas à maior II - Revogado;
eficiência do sistema de pagamentos e de mobiliza- III - Aprovar os orçamentos monetários, prepara-
ção de recursos; dos pelo Banco Central da República do Brasil, por 273
meio dos quais se estimarão as necessidades glo- XIX - Revogado;
bais de moeda e crédito; XX - Autorizar o Banco Central da República do
IV - Determinar as características gerais das cédu- Brasil e as instituições financeiras públicas federais
las e das moedas; a efetuar a subscrição, compra e venda de ações
V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, e outros papéis emitidos ou de responsabilidade
inclusive quanto a compra e venda de ouro e quais- das sociedades de economia mista e empresas do
quer operações em Direitos Especiais de Saque e em Estado;
moeda estrangeira; XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valo-
VI - Disciplinar o crédito em todas as suas moda- res e dos corretores de fundos públicos;
lidades e as operações creditícias em todas as XXII - Estatuir normas para as operações das ins-
suas formas, inclusive aceites, avais e prestações tituições financeiras públicas, para preservar sua
de quaisquer garantias por parte das instituições solidez e adequar seu funcionamento aos objetivos
financeiras; desta lei;
VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º des- XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital
ta Lei com a de investimentos do Governo Federal; realizado e reservas livres, o limite além do qual os
VIII - Regular a constituição, funcionamento e fisca- excedentes dos depósitos das instituições financei-
lização dos que exercerem atividades subordinadas ras serão recolhidos ao Banco Central da República
a esta lei, bem como a aplicação das penalidades do Brasil ou aplicados de acordo com as normas
previstas; que o Conselho estabelecer;
IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de XXIV - Decidir de sua própria organização; elabo-
juros, descontos, comissões e qualquer outra forma rando seu regimento interno no prazo máximo de
de remuneração de operações e serviços bancários trinta (30) dias;
ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco
Central da República do Brasil, assegurando taxas Central da República do Brasil;
favorecidas aos financiamentos que se destinem a XXVI - Revogado;
promover: XXVII - Aprovar o regimento interno e as contas
- Recuperação e fertilização do solo; do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu
- Reflorestamento; orçamento e sobre seus sistemas de contabilidade,
- Combate a epizootias e pragas, nas atividades bem como sobre a forma e prazo de transferência
rurais; de seus resultados para o Tesouro Nacional, sem
- Eletrificação rural; prejuízo da competência do Tribunal de Contas da
- Mecanização; União.
- Irrigação; XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que fun-
- Investimento indispensáveis às atividades agrope- cionem no País as mesmas vedações ou restrições
cuárias; equivalentes, que vigorem nas praças de suas
matrizes, em relação a bancos brasileiros ali insta-
lados ou que nelas desejem estabelecer - se;
Obs.: Esse inciso dá competência ao CMN para
XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instru-
autorizar taxas de juros diferenciadas para operações
ção dos processos de empréstimos externos dos
direcionadas ao crédito agrícola em geral. É um bene-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para
fício que a lei traz para o setor do agronegócio e da cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da Cons-
agricultura familiar. tituição Federal;
XXX - Expedir normas e regulamentação para as
X - Determinar a percentagem máxima dos recur- designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei.
sos que as instituições financeiras poderão empres- XXXI - Baixar normas que regulem as operações
tar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas,
XI - Estipular índices e outras condições técnicas prazos e outras condições.
sobre encaixes, mobilizações e outras relações XXXII - Regular os depósitos a prazo de instituições
patrimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a fun-
financeiras; cionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre
XII - Expedir normas gerais de contabilidade e aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou
estatística a serem observadas pelas instituições coligadas.
financeiras; § 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercí-
XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a cio das atribuições previstas no inciso VIII deste
dois anos o capital mínimo das instituições finan- artigo, poderá determinar que o Banco Central da
ceiras privadas, levando em conta sua natureza, República do Brasil recuse autorização para o fun-
bem como a localização de suas sedes e agências cionamento de novas instituições financeiras, em
ou filiais; função de conveniências de ordem geral.
XIV - Revogado; § 2º Competirá ao Banco Central da República do
XV - Estabelecer para as instituições financeiras Brasil acompanhar a execução dos orçamentos
públicas, a dedução dos depósitos de pessoas jurídi- monetários e relatar a matéria ao Conselho Mone-
cas de direito público que lhes detenham o controle tário Nacional, apresentando as sugestões que con-
acionário, bem como dos das respectivas autar- siderar convenientes.
quias e sociedades de economia mista, no cálculo a § 3º Revogado;
que se refere o inciso anterior; § 4º O Conselho Monetário nacional poderá convi-
XVI - Revogado; dar autoridades, pessoas ou entidades para prestar
XVII - Revogado; esclarecimentos considerados necessários.
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República § 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do
do Brasil o monopólio das operações de câmbio art. 49, desta lei, se o Congresso Nacional negar
quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de homologação à emissão extraordinária efetuada,
pagamentos ou houver sérias razões para prever a as autoridades responsáveis serão responsabiliza-
274 iminência de tal situação; das nos termos da Lei nº 1059, de 10/04/1950.
§ 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará Em seu art. 2º, a Lei n° 6.385, de 1976, apresenta o
ao Congresso Nacional, até 31 de março de cada que são os valores mobiliários:
ano, relatório da evolução da situação monetária e
creditícia do País no ano anterior, no qual descreve- Art. 2º São valores mobiliários sujeitos ao regime
rá, minudentemente as providências adotadas para desta Lei:
cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta I - as ações, debêntures e bônus de subscrição;
lei, justificando destacadamente os montantes das II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e cer-
emissões de papel-moeda que tenham sido feitas tificados de desdobramento relativos aos valores
para atendimento das atividades produtivas. mobiliários [...];
§ 7º O Banco Nacional da Habitação* é o prin- III - os certificados de depósito de valores mobiliários;
cipal instrumento de execução da política habi- IV - as cédulas de debêntures;
tacional do Governo Federal e integra o sistema V - as cotas de fundos de investimento em valores
financeiro nacional, juntamente com as sociedades mobiliários ou de clubes de investimento em quais-
de crédito imobiliário, sob orientação, autorização, quer ativos;
coordenação e fiscalização do Conselho Monetário VI - as notas comerciais;
Nacional e do Banco Central da República do Bra- VII - os contratos futuros, de opções e outros deri-
sil, quanto à execução, nos termos desta lei, revoga- vativos, cujos ativos subjacentes sejam valores
das as disposições especiais em contrário. mobiliários;
VIII - outros contratos derivativos, independente-
Observação: O Banco Nacional da Habitação foi mente dos ativos subjacentes; e
IX - quando ofertados publicamente, quaisquer
extinto e incorporado à Caixa Econômica Federal (que
outros títulos ou contratos de investimento coleti-
o sucedeu em todos os seus direitos e obrigações) pelo
vo, que gerem direito de participação, de parceria
Decreto-Lei nº 2.291, de 1986.
ou de remuneração, inclusive resultante de presta-
Sobre as competências do CMN previstas no art. 4º ção de serviços, cujos rendimentos advêm do esfor-
da Lei nº 4.595, de 1964, é importante observar que: ço do empreendedor ou de terceiros.
§ 1º Excluem-se do regime desta Lei:
z As competências listadas estão relacionadas a: I - os títulos da dívida pública federal, estadual ou
municipal;
Política monetária (moeda); II - os títulos cambiais de responsabilidade de insti-
Política creditícia (crédito e juros); tuição financeira, exceto as debêntures.
Política cambial;
Aperfeiçoamento das instituições e instrumen- A Lei 6.385, de 1976, também traz alguns dispositi-
tos financeiros e solidez do SFN. vos que definem competências e atribuições ao CMN.
Veja o que dizem os arts. 3º e 4º:
z Os verbos utilizados sempre estão relacionados com
o fato de o CMN ser um órgão normativo, e não exe- Art. 3º Compete ao Conselho Monetário Nacional:
cutivo. Veja que os incisos começam com “autori- I - definir a política a ser observada na organiza-
zar”, “estabelecer”, “aprovar”, “determinar”, “fixar”, ção e no funcionamento do mercado de valores
“disciplinar”, “coordenar”, “regular”, “estipular” etc. mobiliários;
II - regular a utilização do crédito nesse mercado;
É importante compreender e fixar essas caracte- III - fixar, a orientação geral a ser observada pela
rísticas para resolver questões que abordem as com- Comissão de Valores Mobiliários no exercício de
petências do CMN na sua prova. suas atribuições;
IV - definir as atividades da Comissão de Valores
Mobiliários que devem ser exercidas em coordena-
LEI Nº 6.385, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1976
ção com o Banco Central do Brasil.
V - aprovar o quadro e o regulamento de pessoal da
A Lei nº 6.385, de 1976, é o diploma legal que insti-
Ainda de acordo com o Regimento Interno, pode- z Presidente e quatro Diretores do Banco Central do
rão assistir as reuniões do CMN: Brasil;
z Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;
Art. 16 [...] z Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro
§ 1º [...] Nacional e de Política Econômica do Ministério da
a) assessores credenciados individualmente pelos Economia.
conselheiros;
b) convidados do presidente do conselho [...]; A Comissão é coordenada pelo Presidente do Ban-
c) funcionários da secretaria-executiva do conse-
co Central do Brasil.
lho, credenciados pelo Presidente do Banco Central
do Brasil.
Dica
As decisões do CMN são tomadas por maioria sim-
As bancas de concursos públicos costumam
ples de votos. Somente aos conselheiros é dado o direi-
to de voto (§ 2º, art. 16). perguntar sobre a composição do CMN e/ou da
A Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) Comoc.
é composta pelos seguintes membros:
DECRETO Nº 3.088, DE 21 DE JUNHO DE 1999
z Presidente e quatro Diretores do Banco Central do
Brasil; Com o Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999,
z Presidente da Comissão de Valores Mobiliários; o Brasil passou a adotar como um dos pilares de sua
z Secretário-Executivo do Ministério da Economia; política monetária o regime de metas para a inflação.
z Secretário do Tesouro Nacional; Trata-se de um regime monetário no qual o Banco
z Secretário de Política Econômica. Central compromete-se a atuar de forma a garantir
que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta
A Comoc é coordenada pelo Presidente do Banco preestabelecida, anunciada publicamente.
Central, e atua como órgão de assessoramento técnico O Decreto trouxe, então, novas atribuições ao CMN:
na formulação da política da moeda e do crédito. A
Comoc manifesta-se previamente sobre assuntos de Art. 1º Fica estabelecida, como diretriz para fixa-
competência do CMN. ção do regime de política monetária, a sistemática
Segundo seu regimento interno, são quatro dire- de “metas para a inflação”.
tores do Banco Central do Brasil, indicados pelo seu § 1º As metas são representadas por variações
Presidente1, que participarão da Comissão. Como essa anuais de índice de preços de ampla divulgação.
indicação é alterada de acordo com a pauta das reu- § 2º As metas e os respectivos intervalos de tole-
niões, todos os diretores do BC tornam-se membros rância serão fixados pelo Conselho Monetário
potenciais da Comoc. Nacional - CMN, mediante proposta do Ministro de
O Banco Central (Bacen ou BC) é uma autarquia Art. 10 Compete privativamente ao Banco Central
federal vinculada — mas não subordinada — ao da República do Brasil:
Ministério da Economia, criada pela Lei nº 4.595, de I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condi-
31 de dezembro de 1964. É a entidade supervisora dos ções e limites autorizados pelo Conselho Monetário
mercados monetário, de crédito e de câmbio. Sua mis- Nacional
são é “assegurar a estabilidade do poder de compra II - Executar os serviços do meio-circulante;
da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”.
Assim, o Banco Central é o responsável pelo controle A lei definiu que cabe ao Conselho Monetário
da inflação, atuando para regular a quantidade de moe- Nacional (CMN) autorizar a emissão de moeda, e ao
da na economia, de maneira a manter a estabilidade de Banco Central emiti-la. Ao BC também cabe executar
preços. Além disso, ele é responsável pela segurança e os serviços do meio circulante, sendo responsável pela
confiabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN). emissão, distribuição e controle do dinheiro nacional.
Por isso, regula e supervisiona as instituições financei- Para entendermos esse ponto, é necessário pri-
ras. Atua sempre executando as orientações do Conse- meiro conhecermos o “ciclo do dinheiro”. Pense que
lho Monetário Nacional. É, portanto, órgão executivo. o dinheiro (cédulas e notas) nada mais é do que um
No exercício de suas atribuições, conduz as políticas produto industrializado como outro qualquer; assim,
monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras ele precisa ser produzido.
com o exterior, a administração do Sistema de Pagamen- No Brasil, o dinheiro é produzido pela Casa da Moe-
tos Brasileiro (SPB) e os serviços do meio circulante. da do Brasil (CMB), que é uma empresa pública. O BC,
Agora, veremos o que a Lei nº 4.595, de 1964, que o portanto, contrata a Casa da Moeda para que fabrique
criou, dispõe sobre o Banco Central. Vamos dissecar os o dinheiro brasileiro, e paga por isso. Você já deve ter
arts. 8º a 16, que trazem o conteúdo que nos interessa. ouvido a frase “dinheiro custa dinheiro”. E custa mesmo!
Ao mesmo tempo em que estudamos a Lei, conhe- Entretanto, é fundamental compreender que
ceremos as atribuições da Autoridade Monetária, a fabricação das cédulas e moedas e a emissão do
como o Bacen também é chamado. Lembre-se: o dinheiro são dois processos diferentes.
Bacen é a principal entidade supervisora do SFN. O conceito de emissão de moeda não está rela-
cionado à impressão de papel moeda. Emitir moeda
Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do Cré- significa ampliar a base monetária, que é o total de
dito é transformada em autarquia federal, tendo sede dinheiro em circulação na economia, e que considera
e foro na Capital da República, sob a denominação de tanto cédulas e moedas emitidas quanto as reservas
Banco Central da República do Brasil, com personali- que os bancos possuem no Banco Central. Ou seja, um
dade jurídica e patrimônio próprios este constituído crédito em conta de Reservas Bancárias pode emitir
dos bens, direitos e valores que lhe são transferidos moeda sem que para isso tenha ocorrido impressão
278 na forma desta Lei e ainda da apropriação dos juros de papel moeda.
O dinheiro, enquanto o Banco Central não o emi- V - realizar operações de redesconto e empréstimo
te (ou seja, não o contabiliza como parte do meio cir- com instituições financeiras públicas e privadas,
culante e o coloca à disposição do público), é apenas consoante remuneração, limites, prazos, garantias,
papel impresso. Ele não passa a valer automatica- formas de negociação e outras condições estabele-
mente após a sua fabricação, mas somente após a sua cidos em regulamentação por ele editada; [...]
emissão. XII - efetuar, como instrumento de política mone-
tária, operações de compra e venda de títulos
O monopólio da emissão pertence ao BC. Uma vez
públicos federais, consoante remuneração, limites,
emitido, o dinheiro será distribuído aos bancos, que
prazos, formas de negociação e outras condições
fazem encomendas de numerário ao Banco Central. estabelecidos em regulamentação por ele editada,
Ao mesmo tempo, o BC preocupa-se com o aspecto sem prejuízo do disposto no art. 39 da Lei Comple-
físico do dinheiro em circulação. A Autoridade Mone- mentar nº 101, de 4 de maio de 2000; [...]
tária recolhe e retira de circulação cédulas e moedas § 3º O Banco Central do Brasil informará previa-
sem condições de uso. É o chamado “saneamento” do mente ao Conselho Monetário Nacional sobre o
meio circulante, que compreende as atividades de deferimento de operações na forma estabelecida no
recebimento, conferência, seleção e troca, pelo Bacen, inciso V do caput deste artigo, sempre que identifi-
de cédulas e moedas danificadas, que serão destruídas. car a possibilidade de impacto fiscal relevante.
Esses são os serviços do meio circulante. O dinhei-
ro “novo” (cédulas e moedas), após emitido, precisa Nesses trechos, a lei traz funções do BC enquanto
ser distribuído aos bancos para “circular”. Da mesma executor da política monetária, talvez a principal fun-
forma, o dinheiro “velho” (sujo, rasgado, rabiscado) ção de um banco central. Além disso, há funções que
precisa ser retirado de circulação. também o classificam como o banco dos bancos.
Essas competências retratam uma das funções Através da execução da política monetária, o Ban-
clássicas do Banco Central: a de banco emissor, aque- co Central controla os meios de pagamento, o crédito
le que possui o monopólio da emissão. e a taxa de juros.
A Lei nº 13.416, de 23 de fevereiro de 2017, autori- Em situações de recessão, o Bacen adota uma polí-
zou o Banco Central do Brasil a adquirir papel-moeda tica monetária expansionista, aumentando a liquidez
e moeda metálica fabricados fora do país por fornece- e a oferta de moeda, estimulando o crédito, o consumo
dor estrangeiro. e o investimento.
A condição imposta pela norma é de que haja Já em situações de avanço inflacionário, o Banco
situação de emergência, caracterizada quando hou- Central adotará uma política monetária contracionis-
ver inviabilidade ou fundada incerteza quanto ao ta ou restritiva, diminuindo a liquidez e aumentando
atendimento da demanda de cédulas e moedas pela a taxa de juros.
Casa da Moeda. Os instrumentos de política monetária fazem
O inciso I, do § 1º, do art. 2º, da Lei nº 13.416, de parte do nosso conteúdo, e serão apresentados mais
2017, traz um exemplo de situação de emergência adiante.
para a aquisição de papel-moeda e moeda metálica
fabricados por fornecedor estrangeiro: EXECUTOR DA POLÍTICA CAMBIAL
No inciso VIII, do art. 10, e nos incisos I e II, do art. Os incisos VI, IX, X, XI e XIII trazem atribuições da
11, surgem competências que colocam o Banco Cen- função de supervisor do sistema financeiro. Lem-
bra-se de que parte da missão do BC é assegurar um
tral no exercício de outra função clássica: a de ban-
sistema financeiro sólido e eficiente? No cumprimen-
queiro do governo.
to dessa missão, o BC é responsável por autorizar
Como banqueiro do governo, o Banco Central atua
entidades a funcionar, regular o seu funcionamento e
nos leilões de títulos públicos federais em nome do
executar a fiscalização, supervisão e monitoramento
Tesouro Nacional, administra as reservas internacio-
das entidades e de suas operações.
nais do país, representa o Brasil junto a organismos Atualmente, essa supervisão tem ênfase na avalia-
internacionais e recebe em depósito as disponibilida- ção dos riscos assumidos pelas entidades e na qualida-
des de caixa da União. de dos controles existentes para mitigar esses riscos.
O Banco Central não concede empréstimos ao Especialmente em operações que envolvam parti-
Tesouro Nacional e não pode financiar déficits fiscais. cipação estrangeira, a autorização para aquisição de
Isso já ocorreu no passado, mas está proibido desde a participação societária em instituições financeiras
Constituição de 1988. nacionais, o aumento de participação já existente ou
Além disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei a instalação de nova instituição financeira dependem
Complementar nº 101, de 2000) também proibiu que de autorização via decreto presidencial. Ou seja, no
o Banco Central emita títulos da dívida pública. Só o caso de instituições estrangeiras, é o Presidente da
Tesouro Nacional emite títulos públicos. República, e não o Banco Central, quem autoriza a
Essas medidas foram de extrema importância para operação no Brasil.
tornar clara a separação entre as atividades da auto-
ridade monetária (BC), responsável pelas políticas Art. 11 Compete ainda ao Banco Central da Repú-
monetária e cambial; e da autoridade fiscal (Secre- blica do Brasil; [...]
taria do Tesouro Nacional — STN), responsável pela VII - Exercer permanente vigilância nos mercados
condução da política fiscal. financeiros e de capitais sobre empresas que, direta
ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em
relação às modalidades ou processos operacionais
SUPERVISOR DO SISTEMA FINANCEIRO
que utilizem; [...]
Art. 10 Compete privativamente ao Banco Central
O inciso VII, do art. 11, reforça o papel do BC como
da República do Brasil: [...]
supervisor do sistema financeiro.
VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas
formas; [...]
Destaque para o fato de que, atualmente, o mer-
IX - Exercer a fiscalização das instituições financei- cado de capitais é supervisionado pela Comissão de
ras e aplicar as penalidades previstas; Valores Mobiliários (CVM), e não pelo BC.
X - Conceder autorização às instituições financei-
ras, a fim de que possam: OUTRAS ATRIBUIÇÕES
a) funcionar no País;
b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependên- Art. 11 Compete ainda ao Banco Central da Repú-
cias, inclusive no exterior; blica do Brasil; [...]
c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou VI - Regular a execução dos serviços de compensa-
encampadas; ção de cheques e outros papéis; [...]
d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda
habitual de títulos da dívida pública federal, estadual A compensação de cheques entre instituições
ou municipal, ações Debêntures, letras hipotecárias e financeiras é um serviço regulado pelo Banco Central.
outros títulos de crédito ou mobiliários; A execução do serviço é atribuição do Banco do
e) ter prorrogados os prazos concedidos para Brasil, que o realiza por através da Centralizadora da
280 funcionamento; Compensação de Cheques (Compe).
A competência do Banco do Brasil para executar a O Regimento Interno do Banco Central dispõe que a
compensação está definida na própria Lei nº 4.595, de Diretoria Colegiada é composta por até nove membros,
1964, em seu art. 19. Vejamos: “Ao Banco do Brasil S. A. um dos quais o Presidente, todos nomeados pelo Presi-
competirá precipuamente, sob a supervisão do Conselho dente da República, entre brasileiros de ilibada reputação
Monetário Nacional e como instrumento de execução da e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros,
política creditícia e financeira do Governo Federal [...]”. após aprovação pelo Senado Federal. São demissíveis ad
nutum, o que significa que são cargos de livre nomeação e
Art. 11 [...] exoneração, a juízo da autoridade competente.
VIII - Prover, sob controle do Conselho Monetário Atualmente, o Bacen possui oito diretorias, ocu-
Nacional, os serviços de sua Secretaria.
pando todos os nove cargos previstos (Presidente + 8
Diretores).
O Banco Central do Brasil é a Secretaria-Executiva
do CMN, sendo responsável por organizar e assesso-
Art. 16 Constituem receita do Banco Central do
rar suas reuniões.
Brasil as rendas:
I - de operações financeiras e de outras aplicações
Art. 11 [...]
de seus recursos;
§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o
inciso IX do artigo 10 desta lei, o Banco Central do II - das operações de câmbio, de compra e venda
Brasil poderá examinar os livros e documentos das de ouro e de quaisquer outras operações em moeda
pessoas naturais ou jurídicas que detenham o con- estrangeira;
trole acionário de instituição financeira, ficando III - eventuais, inclusive as derivadas de multas e de
essas pessoas sujeitas ao disposto no artigo 44, § juros de mora aplicados por força do disposto na
8º, desta lei. [...] legislação em vigor.
Trata-se de uma prerrogativa do BC no exercício da Por fim, o art. 16 aponta as receitas do Banco Cen-
atribuição de supervisor do sistema financeiro: ter aces- tral. O resultado obtido pelo Bacen em suas operações
so a quaisquer documentos que julgar necessários para é transferido ao Tesouro Nacional e integra o resulta-
o exercício da função. A própria Lei nº 4.595, de 1964, do primário do Governo Central.
prevê que a negativa de atendimento será considerada
como embaraço à fiscalização, sujeito à pena de multa, COPOM – COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA
sem prejuízo de outras medidas e sanções cabíveis.
Instituído em 20 de junho de 1996, tem como obje-
Art. 11 [...] tivo estabelecer as diretrizes da política monetária
§ 2º O Banco Central da República do Brasil ins- e definir a taxa de juros básica que será seguida
talará delegacias, com autorização do Conselho pelos bancos.
Monetário Nacional, nas diferentes regiões geo-eco- O Copom é composto pelos membros da Diretoria
nômicas do País, tendo em vista a descentralização Colegiada do Banco Central do Brasil: o presiden-
administrativa para distribuição e recolhimento da te, que tem o voto de qualidade; e os diretores de
moeda e o cumprimento das decisões adotadas pelo Administração, Assuntos Internacionais e de Gestão
mesmo Conselho ou prescritas em lei.
de Riscos Corporativos, Fiscalização, Organização do
Sistema Financeiro e Controle de Operações do Cré-
O Banco Central possui, além da sede em Brasília,
dito Rural, Política Econômica, Política Monetária,
DF, representações em outras nove capitais brasilei-
Regulação do Sistema Financeiro, e Relacionamento
ras. Essa capilaridade facilita principalmente as ativi-
Institucional e Cidadania.
dades relacionadas ao meio circulante.
Também participam do primeiro dia da reunião os
chefes dos seguintes departamentos do Banco Central:
Art. 12 O Banco Central da República do Brasil operará
Departamento de Operações Bancárias e de Sistema
4O que é corretora de câmbio? Banco Central do Brasil. Acesso em: 15/06/2022. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/
corretorascambio 289
consultoria, participação societária e/ou concessão V - Promover a incorporação e o desenvolvi-
de financiamentos ou empréstimos; mento de tecnologia de produção, o aperfeiçoa-
VII - realizar outras operações autorizadas pelo mento gerencial, a formação e o aprimoramento de
Banco Central do Brasil. pessoal técnico, podendo, para este fim, patrocinar
programas de assistência técnica, preferencialmen-
A mesma Resolução prevê que os bancos de inves- te através de empresas e entidades especializadas.
timento podem captar através de:
A mesma Resolução prevê que os Bancos de Desen-
Art. 2º [...] volvimento são instituições que operam basicamen-
I - depósitos a prazo, com ou sem emissão de certi- te com empréstimos e financiamentos, e que só
ficado (CDBs e RDBs); podem fornecer apoio financeiro a:
II - recursos oriundos do exterior, inclusive por
meio de repasses interbancários; Art. 19 [...]
III - repasse de recursos oficiais; I - Pessoas físicas residentes e domiciliadas no
IV - depósitos interfinanceiros (DIs); e País, desde que os recursos concedidos sejam vin-
V - outras formas de captação autorizadas pelo culados à execução de projeto aprovado pelo banco
Banco Central do Brasil. e/ou à realização de capital social, ou à aquisição
do controle acionário de empresas cujas atividades
Bancos de Investimento não são instituições ban- tenham importância para a economia estadual ou
cárias, portanto não oferecem contas-correntes, não regional;
podem captar depósitos à vista e não têm o poder II - Pessoas jurídicas de direito privado, sedia-
de criar moeda bancária ou escritural. Podem, porém, das no País [...];
manter contas, sem juros e não movimentáveis por III - Pessoas jurídicas de direito público ou enti-
cheque, relativas a recursos de terceiros recebidos dade direta ou indiretamente por elas controladas.
para aplicação em títulos e valores mobiliários e
outros ativos financeiros e/ou modalidades operacio- Além de empréstimos e financiamentos, os Ban-
nais disponíveis nos mercados financeiro e de capi- cos de Desenvolvimento podem efetuar investimen-
tais. Essas contas são utilizadas, exclusivamente, para tos (subscrição de ações ou debêntures para revenda
a movimentação dessas aplicações. no mercado, garantia de subscrição, participação no
capital social de empresas) e operações de arrenda-
BANCOS DE DESENVOLVIMENTO mento mercantil.
Os Bancos de Desenvolvimento podem captar
Bancos de Desenvolvimento são instituições recursos através de (art. 28):
financeiras públicas não federais que têm como
objetivo principal proporcionar o suprimento opor- z Depósitos a prazo fixo (prazo nunca inferior a
tuno e adequado dos recursos necessários ao finan- 360 dias);
ciamento, a médio e longo prazos, de programas e z Operações de crédito, assim entendidas as prove-
projetos que visem a promover o desenvolvimento nientes de empréstimos e financiamentos obtidos
econômico e social de seus Estados. no país ou no exterior, na forma da legislação e
Excepcionalmente, quando o empreendimento regulamentação vigentes;
visar benefícios de interesse comum, os bancos de z Operações de crédito ou contribuições do setor
desenvolvimento podem prestar assistência a progra-
público federal, estadual ou municipal;
mas e projetos desenvolvidos em estado limítrofe à
z Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias,
sua área de atuação.
bem como endosso de títulos hipotecários previs-
São constituídos sob a forma de Sociedade Anôni-
ma e adotam em sua denominação, obrigatória e pri- tos em lei para o crédito rural;
vativamente, a expressão “Banco de Desenvolvimento” z Letras financeiras.
seguida do nome do Estado em que tenham sede.
De acordo com a Resolução CMN nº 394, de 1976, O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
os bancos de desenvolvimento podem apoiar iniciati- e Social (BNDES) é uma empresa pública federal, e não
vas que visem a: um banco de desenvolvimento.
Note que, por definição, Bancos de Desenvolvi-
Art. 5º [...] mento são instituições financeiras públicas não fede-
I - Ampliar a capacidade produtiva da econo- rais. Portanto, o BNDES, apesar de atuar como banco
mia, mediante implantação, expansão e/ou reloca- de desenvolvimento, não recebe essa classificação. No
lização de empreendimentos; entanto, o BNDES é instituição integrante do Sistema
II - Incentivar a melhoria da produtividade, Financeiro Nacional e, como tal, é supervisionado
por meio de reorganização, racionalização, moder- pelo Banco Central.
nização de empresas e formação de estoques - em
níveis técnicos adequados - de matérias primas e de SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E
produtos finais, ou por meio da formação de empre-
INVESTIMENTO
sas de comercialização integrada;
III - Assegurar melhor ordenação de setores da
economia regional e o saneamento de empresas por As Sociedades de Crédito, Financiamento e Inves-
meio de incorporação, fusão, associação, assunção de timento (SCFI), mais conhecidas como “financeiras”,
controle acionário e de acervo e/ou liquidação ou con- são instituições privadas que fornecem emprésti-
solidação de passivo ou ativo onerosos; mos e financiamentos para a aquisição de bens, ser-
IV - Incrementar a produção rural por meio de viços e capital de giro. Em suma, emprestam recursos
projetos integrados de investimentos destinados à que possibilitam às pessoas efetuarem compras a pra-
290 formação de capital fixo ou semifixo; e zo de eletrodomésticos, carros, entre outros.
Tal operação é popularmente conhecida como Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Além disso, essas institui-
ções podem conceder empréstimos pessoais.
Cumpre mencionar que existem financeiras independentes — que atuam sem qualquer vínculo com outra
instituição financeira — e financeiras que fazem parte de conglomerados financeiros, atuando como um braço de
um grande banco. Há, ainda, financeiras que fazem parte de conglomerados econômicos e operam como braço
financeiro de grupos comerciais ou industriais. É o caso de financeiras que pertencem a lojas de departamento
ou montadoras de veículos.
Sabe quando você está em uma loja de departamento e o(a) vendedor(a) pergunta se você tem o cartão da loja?
Esse, geralmente, é um serviço da Financeira daquele grupo, a qual financia as suas aquisições através do cartão.
As Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento também operam em nichos que, normalmente, não
são atendidos pelos conglomerados bancários, principalmente nos empréstimos e financiamentos com caracterís-
ticas específicas e/ou risco mais elevado, como no caso do financiamento de veículos usados.
As financeiras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e, em sua denominação social, deve
constar a expressão “Crédito, Financiamento e Investimento”. Trata-se de instituições financeiras supervisiona-
das pelo Banco Central.
Vale destacar que não é possível abrir uma conta corrente em uma SCFI. Logo, elas não captam depósitos à
vista. As financeiras captam recursos por meio de:
Importante!
As financeiras foram autorizadas a captar recursos por meio de Certificados de Depósitos Bancários (CDB)
pela Resolução CMN nº 4.812, de 30 de abril de 2020. Trata-se de alteração recente e relevante, pois tem
cheiro de prova!
As Sociedades de Arrendamento Mercantil (SAM) têm como principal operação o arrendamento de bens
móveis e imóveis. Esses bens são adquiridos pela SAM, que, em seguida, os “aluga” para os clientes, chamados de
arrendatários, mediante o pagamento de prestações chamadas de contraprestações. Assim, o cliente arrenda-
tário tem a posse e o direito ao uso do bem sem, no entanto, possuir sua propriedade.
A lógica disso está no fato de que o lucro de uma atividade produtiva não depende da propriedade dos bens de
produção, mas sim da sua utilização. Assim, uma empresa não precisa ser dona de seu maquinário, por exemplo,
precisa apenas explorá-lo para produzir e gerar receitas.
Além de recursos próprios, as Sociedades de Arrendamento Mercantil podem captar recursos através de:
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) e Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valo-
res Mobiliários (DTVM) são instituições que atuam no mercado financeiro e de capitais e, também, no mercado
cambial, intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores de
recursos.
Até 2009, havia uma diferença básica entre essas instituições: somente as Corretoras eram autorizadas a ope-
rar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de Bolsa de Valores. As Distri-
buidoras necessitavam contratar os serviços de uma Corretora, para efetuar suas operações no mercado de ações.
Ocorre que, naquele ano, uma decisão conjunta do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários —
CVM (Decisão Conjunta 17/2009) — autorizou as Distribuidoras a operar diretamente em Bolsas de Valores,
eliminando a principal diferença entre as corretoras e as distribuidoras, as quais, hoje, podem realizar, pratica-
mente, as mesmas operações. Por essa razão, iremos estudá-las conjuntamente.
Corretoras e Distribuidoras, na atividade de intermediação, oferecem serviços, como plataformas de investi-
mento pela internet (home broker), consultoria financeira, clubes de investimentos, financiamento para compra
de ações (conta margem) e administração e custódia de títulos e valores mobiliários de seus clientes.
Repare que Corretoras e Distribuidoras não captam ou repassam recursos diretamente aos seus clientes.
Elas atuam como prestadoras de serviços, intermediando as negociações e cobrando comissões e taxas por essa
prestação de serviço. Por isso, são também conhecidas como instituições auxiliares do SFN.
As corretoras e as distribuidoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de
responsabilidade limitada. Trata-se de instituições que dependem de autorização do Banco Central para sua
constituição e funcionamento.
Ainda, para operarem no mercado de valores mobiliários, também precisam de prévia e expressa auto-
rização da Comissão de Valores Mobiliários que, como se sabe, é a entidade supervisora do SFN responsável
pelo mercado de valores mobiliários.
Deste modo, Corretoras e Distribuidoras são supervisionadas e fiscalizadas tanto pelo Banco Central quan-
to pela Comissão de Valores Mobiliários. As Bolsas de Valores também têm competência para fiscalizar as
operações realizadas por essas instituições.
As principais atividades das corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários são:
A diferença entre CDBs e RDBs é que o RDB, por TRANSFERÊNCIA ELETRÔNICA DISPONÍVEL (TED)
se tratar de recibo representativo de depósito a prazo
em instituição financeira, não possui a cambiaridade5 Transferência Eletrônica Disponível — TED — é
(ou cambialidade) típica dos títulos de crédito. Por a transferência financeira entre diferentes bancos e
essa razão, o RDB é inegociável e intransferível. demais instituições (financeiras ou de pagamentos)
Essa restrição não existe no CDB, que é negociável detentoras de contas Reservas Bancárias ou de Conta
e transferível. de Liquidação no Banco Central.
Geralmente, o próprio banco emissor recompra o Pode ser utilizada para transferir valores entre
CDB, caso o investidor queira negociá-lo. Além disso, correntistas — pessoas físicas ou jurídicas — de dife-
o CDB é considerado um título de crédito e, como tal,
rentes instituições, e entre as próprias instituições,
pode ser transferido por endosso, possibilitando sua
envolvendo ou não o pagamento de obrigações.
negociação no mercado secundário.
Ou seja, a TED é uma ordem de transferência de
Portanto, ao aplicar em um RDB, da mesma forma
fundos interbancária.
que em um CDB,
Sua principal característica é o fato de que, regra
o investidor empresta dinheiro para uma institui- geral, o crédito será feito na conta do beneficiário
ção financeira por um determinado período em no mesmo dia de sua emissão.
troca de uma remuneração. No entanto, a grande Não há limite de valor para envio da TED. Quanto
ao horário, ele é definido pelas instituições, respeitan-
Mesmo que o salário do funcionário seja transferido para outro banco ou instituição de pagamento, a folha de paga-
mento da empresa continua sendo processada pelo banco de escolha do empregador. Esse banco apenas irá realizar
uma transferência automática para outra instituição financeira, caso o funcionário faça essa opção.10
Consistem, basicamente, em uma linha de crédito rotativo, onde o cliente compra com o cartão e pode pagar
de uma só vez ou parcelado.
Conforme for pagando as faturas, o crédito vai sendo liberado novamente e pode ser reutilizado.
As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras estão sujeitas à regulamen-
tação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil, nos termos dos arts. 4º e 10 da
Lei n° 4.595, de 1964. Todavia, nos casos em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação de instituição
financeira, não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central.
Vale lembrar que existem as instituições de pagamento, que nada mais são do que instituições não financei-
ras que operam recebendo e processando os pagamentos dos cartões dos clientes. Estas instituições se submetem
a regulamentação do CMN e do Bacen.
Hoje no Brasil prevalece a Circular 3.885, de 2018, que exige solicitação de autorização para funcionamento
de instituições de pagamento, que incluem as administradoras de cartões de crédito, apenas se ultrapassarem o
parâmetro de 500 milhões de reais em transações comuns ou 50 milhões em transações pré-pagas.
Desta forma, não há uma regra que o Bacen autoriza funcionamento de administradoras de cartão, ficando
obrigatório apenas as que ultrapassarem os parâmetros acima.
Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado. O cartão básico é aquele utilizado somen-
te para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos credenciados. Já o cartão diferenciado é aquele
cartão que, além de permitir a utilização na sua função clássica de pagamentos de bens e serviços, está associado a
programas de benefício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios adicionais, como programas de milhagem,
seguro de viagem, desconto na compra de bens e serviços, atendimento personalizado no exterior etc.
O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório pelas instituições emissoras de cartão de crédito, quan-
do possuem o produto cartão de crédito em seu portifólio. Esse cartão básico pode ser nacional ou internacional, mas o
valor da anuidade do cartão básico deve ser menor do que o valor da anuidade do cartão diferenciado, por este motivo
o cartão básico não tem direito a participar de programas de recompensas oferecidos pela instituição emissora.
Existem ainda os Retailer Cards, que são cartões de loja que só podem ser usados na rede da loja especifica,
por exemplo: Renner e Riachuelo. E os Co-Branded Cards, que são cartões de crédito que fazem parcerias com
outras empresas de grande nome no mercado, exemplo: Itaú TAM fidelidade.
Além dessas classificações, o Banco Central, através da resolução CMN nº 4.549, adicionou uma outra classificação
quanto ao pagamento dos valores das faturas que são: cartão com rotativo regular e cartão com rotativo não regular.
O rotativo regular: Pagamento apenas do mínimo e não parcela o restante, situação em que adere ao crédito
rotativo regular, em que se sujeita o titular do cartão ao pagamento dos juros e dos encargos financeiros previstos
10 ALMEIDA, M. Novas regras para portabilidade de salário começam no dia 1º. O que muda. Exame, 2018. Disponível em: https://exame.com/
invest/minhas-financas/portabilidade-de-salario-para-contas-pre-pagas-comeca-no-dia-1-como-fazer/. Acesso em: 30 maio 2022. 301
em contrato, sendo vedada a cobrança de juros adicio- Importante!
nais punitivos (comissão de permanência).
O fornecimento de cartão com a função débito é
O rotativo não regular: Pagamento de valor infe-
considerado um serviço essencial e, como tal, é
rior ao mínimo, sem parcelamento: cliente fica ina-
dimplente, podendo ser aplicados os procedimentos
vedada a cobrança de tarifas:
previstos no contrato para situações de inadimple- � em seu fornecimento;
mento: juros do crédito rotativo (por dia de atraso � no fornecimento de segunda via do cartão,
sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não exceto nos casos de pedidos de reposição for-
liquidado); multa de 2% sobre o principal; e juros de mulados pelo correntista decorrentes de perda,
mora de 1% ao mês. Atenção! O prazo máximo de uti- roubo, furto, danificação e outros motivos não
lização de crédito rotativo é de 30 dias, até o venci- imputáveis à instituição emitente.
mento da fatura subsequente.
302
CRÉDITO ROTATIVO
Os créditos rotativos nada mais são do que operações em que o devedor pode reutilizar o valor liberado pelo
banco sempre que liquidar a operação anterior.
DESCONTOS DE TÍTULOS
O desconto de títulos é a operação na qual o cliente antecipa o recebimento de suas vendas a prazo, garan-
tindo o retorno imediato de seu capital de giro. Em outras palavras, é uma operação de crédito em que o cliente
recebe, antecipadamente, o valor dos títulos descontados (duplicatas, notas promissórias, cheques pré-data-
dos) junto à instituição financeira.
O financiamento de capital de giro envolve operações de crédito destinadas a suprir necessidades de caixa
de uma empresa.
Mas, afinal, o que é capital de giro?
O capital de giro é o dinheiro utilizado no dia a dia para assegurar o funcionamento de uma empresa. São os
recursos que devem estar disponíveis para manter os estoques de matéria - prima e/ou mercadorias no nível adequado
e pagar fornecedores, salários, impostos etc. Representa, portanto, o montante necessário para manter em dia os paga-
mentos de custos e despesas operacionais.
Os bancos costumam oferecer diferentes linhas de crédito destinadas ao financiamento do capital de giro.
Geralmente, tratam-se de operações de empréstimos de curto ou médio prazo e pagamentos mensais.
Nessas operações, os bancos podem ou não exigir a apresentação de garantias. A existência e o tipo de garantia
oferecida pelo cliente terão impacto na taxa de juros cobrada pela instituição financeira.
O BASA, por exemplo, possui as linhas Giro Essencial, destinada às micro e pequenas empresas, para aqui-
sição de matéria-prima, insumos, bens ou produtos para a formação ou manutenção de estoque do empreen-
dimento. O Giro Amazônia destinado às médias e grandes empresas exportadoras não rurais da Região Norte,
para aquisição de matéria - prima, insumos, bens ou produtos para a formação ou manutenção de estoque do
empreendimento do beneficiário, objetivando exclusivamente a exportação.
z Leasing ou Arrendamento Mercantil – Principal produto das Sociedades de Arrendamento Mercantil (S.A.M),
o leasing é um contrato denominado na legislação brasileira como “arrendamento mercantil”. As partes desse
contrato são denominadas “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam, de um lado, um banco ou sociedade de
arrendamento mercantil, o arrendador, e, de outro, o cliente, o arrendatário.
z A não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna a operação mais barata;
z A possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de deduzir do Imposto de Renda como despesa operacional as
parcelas do Leasing.
303
Como nos Empréstimos Normais é Possível Quitar o Leasing Antes do Prazo Definido no Contrato?
Sim. Caso a quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação e na regulamentação (art. 8º
do Regulamento anexo à Resolução CMN 2.309, de 1996), o contrato não perde as características de arrendamento
mercantil. Entretanto, caso realizada antes dos prazos mínimos estipulados, o contrato perde sua caracterização
legal de arrendamento mercantil e a operação passa a ser classificada como de compra e venda a prazo (art. 10 do
citado Regulamento). Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências legais e contratuais que essa des-
caracterização pode acarretar.
Arrendatário
Arrendador (Banco)
(Cliente)
Proprietário
Usuário
QUADRO RESUMO
Leasing financeiro Leasing operacional
Prazo mínimo de duração do 2 anos para bens com vida útil < 5 anos
90 dias
leasing 3 anos para bens com vida útil > 5 anos
Valor residual garantido - VRG Permitido Não permitido
Pactuada no início do contrato, normalmen-
Opção de compra Conforme valor de mercado
te igual ao VRG
Por conta do arrendatário ou da
Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
arrendadora
Total dos pagamentos, incluindo o VRG,
O somatório de todos os paga-
deverá garantir à arrendadora o retorno fi-
mentos devidos no contrato não
Pagamentos nanceiro da aplicação, incluindo juros sobre
poderá exceder 90% do valor do
o recurso empregado para a aquisição do
bem arrendado
bem
Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)
OBS. 1: Os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estrangeiros. Para os estran-
geiros é necessário que estes estejam em uma lista elaborada pelo CMN.
OBS. 2: Sale and Leaseback (Apenas para bens Imóveis): tipo de Leasing em que o dono de um imóvel o
vende para uma Sociedade de Arrendamento, e no mesmo contrato a Sociedade de Arrendamento arrenda o bem
para o vendedor, entretanto esta modalidade só é possível no leasing financeiro e só para Pessoas Jurídicas.
OBS. 3: Os bens objetos de arrendamento mercantil – Leasing, não podem ser arrendados ao próprio fabrican-
te do bem, ou seja, por exemplo: A Embraer que fabrica aviões no Brasil, não pode arrendar seus aviões para si.
Esta modalidade de crédito é a mais comum, pois é direcionada para diversas áreas, como: Automático, Turis-
mo, Salário/ Consignação (30% da renda, debitado do contracheque) e o CDC para bens de consumo duráveis:
carros, motos etc.
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até mesmo sem garantias. Obs.: Existe ainda o CDC-I (Crédito Dire-
to ao Consumidor com Interveniência) que é realizado quando o vendedor é o fiador ou avalista do cliente na
operação, ou seja, o banco fornece crédito ao cliente, pois o vendedor está assumindo o risco da operação junto ao
304 banco, para que este libere o recurso parcelado ao cliente.
CRÉDITO RURAL Quais são as Modalidades da Operação? Resolução
CMN 4.899, de 2021
É uma linha de crédito barata, com taxas determi-
nadas por legislação que buscam ajudar aos produ- z Custeio: destina-se a cobrir despesas normais
tores rurais e suas cooperativas em suas atividades. dos ciclos produtivos como aquisição de bens e
Beneficiários: insumos, suplemento do capital de trabalho, além
de atender às pessoas dedicadas à extração de pro-
z Produtor rural (pessoa física ou jurídica); dutos vegetais. (é comprar insumos para plantar
z Cooperativa de produtores rurais; grãos, vegetais, etc.);
z Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo z Investimentos: destina-se às aplicações em bens
produtor rural, dedique-se a uma das seguintes ou serviços, cujo desfrute se estenda por vários
atividades: períodos de produção. (Modernização);
z Comercialização: destina-se a assegurar ao pro-
dutor ou cooperativas os recursos necessários à
Pesquisa ou produção de mudas ou sementes
colocação de seus produtos no mercado, poden-
fiscalizadas ou certificadas;
do compreender a pré-comercialização, os des-
Pesquisa ou produção de sêmen para insemina- contos de Nota Promissória Rural, Duplicatas
ção artificial e embriões; Rurais e o Empréstimo do Governo Federal (EGF);
Prestação de serviços mecanizados de nature- z Crédito de industrialização: destina-se a produ-
za agropecuária, em imóveis rurais, inclusive tor rural para industrialização de produtos agro-
para proteção do solo; pecuários em sua propriedade rural, desde que, no
Prestação de serviços de inseminação artificial, mínimo, 50% (cinquenta por cento) da produção
em imóveis rurais; a ser beneficiada ou processada seja de produção
Medição de lavouras; própria; e a cooperativas, na forma definida no
Atividades florestais. Manual do Crédito Rural, desde que, no mínimo,
50% (cinquenta por cento) da produção a ser bene-
Cuidado! Sindicatos rurais estão fora, ou seja, não ficiada ou processada seja de produção própria ou
podem ser beneficiários do crédito rural. de associados.
Pode ser concedido, com finalidades especiais,
crédito rural a pessoa física ou jurídica que se dedi- Taxa de Juros
que à exploração da pesca e da aquicultura, com
fins comerciais, incluindo-se os armadores de pes- A taxa de juros máxima admitida no crédito rural
é de 6% a.a. (seis por cento), podendo ser reduzidas a
ca. (Resolução BACEN 4.106/2012)
critério da instituição financeira e escalonada confor-
O tomador do crédito está sujeito à fiscalização da
me origem dos recursos dos Fundos Constitucionais
Instituição Financeira.
(FNE, FNO e FCO).
Da Origem dos Recursos Quais são os Limites de Financiamento?
Controlados/Obrigatórios: são controlados por O limite de crédito de custeio rural, por benefi-
Lei, ou seja, exige-se que sejam repassados ao cré- ciário, em cada safra e em todo o Sistema Nacional
dito rural. de Crédito Rural (SNCR), é de R$3.000.000,00 (três
Caso os bancos descumpram esta exigência, milhões de reais), devendo ser considerados, na apu-
pagam multa e o valor desta multa será revertida ração desse limite, os créditos de custeio tomados com
em recursos ao credito rural. recursos controlados, exceto aqueles tomados no
âmbito dos fundos constitucionais de financiamento
z Os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibili- regional ou aqueles cuja origem do recurso sejam as
TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO
z 1ª A remuneração será calculada sobre o menor z Prazo de Pagamento: é o período durante o qual o
saldo apresentado em cada período de rendimen- Subscritor compromete-se a efetuar os pagamentos
to. Mas o que é um período de rendimento? que, em geral, são mensais e sucessivos. Outra possi-
bilidade, como colocada acima, é a de o título ser de
I - para os depósitos de pessoas físicas e entida- Pagamento Periódico (PP) ou de Pagamento Único (PU);
des sem fins lucrativos, o período de rendimento z Prazo de Vigência: é o período durante o qual o Título
é o mês corrido, a partir da data de aniversário de Capitalização está sendo administrado pela Socieda-
da conta de depósito de poupança; de de Capitalização, sendo o capital relativo ao título,
II - para os demais depósitos, o período de ren- em geral, atualizado monetariamente pela TR e capi-
dimento é o trimestre corrido a partir da data talizado pela taxa de juros informada nas Condições
de aniversário da conta de depósito de poupança. Gerais. É o prazo que compreende o início e o fim do
título, ou seja, o prazo em que o cliente ou subscritor
concorre aos sorteios; 307
z Prazo de Carência: é o período em que o subscri- O subscritor neste caso é a empresa que compra o
tor (cliente) não pode solicitar o resgate da capita- título e o cede total ou parcialmente (somente o direi-
lização, mesmo com perdas. Esse prazo é máximo to ao sorteio) aos clientes consumidores do produto
de 24 meses em qualquer modalidade. utilizado no evento promocional.
Tem prazo de vigência mínimo de 60 dias e prazo
Formas de pagamento: de 60 dias de carência para resgate.
Entidades abertas de previdência complementar - são entidades constituídas unicamente sob a forma de
sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário,
concedidos em forma de renda continuada, pagamentos por período determinado ou pagamento único, aces-
síveis a quaisquer pessoas físicas.
Os planos são comercializados por bancos e seguradoras, e podem ser adquiridos por qualquer pessoa física
ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza e dita as regras dos planos de Previdência Privada é a Susep (Supe-
rintendência de Seguros Privados), que é ligada ao Ministério da Economia.
Os dois planos mais comuns são PGBL e VGBL. PGBL significa Plano Gerador de Benefício Livre e VGBL quer
dizer Vida Gerador de Benefício Livre.
São planos previdenciários que permitem que você acumule recursos por um prazo contratado. Durante esse
período, o dinheiro depositado vai sendo investido e rentabilizado pela seguradora ou banco escolhido.
Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa por duas fases: o período de investimento e o período de
benefício. O primeiro normalmente ocorre quando estamos trabalhando e/ou gerando renda. Esta é a fase de
formação de patrimônio. Já o período de benefício começa a partir da idade que você escolhe para começar a
desfrutar do dinheiro acumulado durante anos de trabalho. A maneira de recebimento dos recursos é você quem
escolhe. É possível resgatar o patrimônio acumulado e/ou contratar um tipo de benefício (renda) para passar a
receber, mensalmente, da empresa seguradora.
É importante lembrar que tanto o período de investimento quanto o período de benefício não precisam ser
contratados com a mesma seguradora. Desta forma, uma vez encerrado o período de investimento, o participante
fica livre para contratar uma renda na instituição que escolher.
A principal distinção entre eles está na tributação. No PGBL, você pode deduzir o valor das contribuições da sua
base de cálculo do Imposto de Renda, com limite de 12% da sua renda bruta anual. Assim, poderá reduzir o valor do
imposto a pagar ou aumentar sua restituição de IR. Vamos supor que um contribuinte tenha um rendimento bruto
anual de R$ 100 mil. Com o PGBL, ele poderá declarar ao Leão R$ 88 mil. O IR sobre os R$ 12 mil restantes, aplicados
em PGBL, só será pago no resgate desse dinheiro. Mas atenção: esse benefício fiscal só é vantajoso para aqueles que
fazem a declaração do Imposto de Renda pelo formulário completo e são tributados na fonte.
Para quem faz declaração simplificada ou não é tributado na fonte, como autônomos, o VGBL é ideal. Ele é
indicado também para quem deseja diversificar seus investimentos ou para quem deseja aplicar mais de 12% de
sua renda bruta em previdência. Isto porque, em um VGBL, a tributação acontece apenas sobre o ganho de capital.
É possível a portabilidade entre planos do tipo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de
Os planos denominados PGBL E VGBL, durante o período de diferimento, terão como critério de remunera-
ção da provisão matemática de benefícios a conceder, a rentabilidade da carteira de investimentos do Fundo de
Investimentos Exclusivo (FIE), instituído para o plano, ou seja, DURANTE O PERÍODO DE DIFERIMENTO NÃO
HÁ GARANTIA DE REMUNERAÇÃO MÍNIMA, ou seja, pode render negativo.
PGBL ou VGBL, como avaliar os dois tipos de planos de previdência.
PGBL X VGBL
Abatimento das contribuições no Imposto de Renda Durante o período de acumulação, os recursos aplica-
(até o limite de 12% da Renda Bruta anual) durante o dos estão isentos de tributação sobre os rendimentos.
Tratamento Fiscal
período de acumulação. Sobre os valores de resgate Somente no momento do recebimento de renda ou
e rendas haverá a incidência de tributação resgate haverá a incidência de Imposto de Renda
Mais atraente para quem declara Imposto de Renda Para quem é isento, declara Imposto de Renda simplifi-
Para quem é
completo, podendo aproveitar o abatimento da Renda cado ou tem previdência complementar e/ou já abate o
indicado
Bruta anual na fase de contribuição limite máximo de 12% da Renda Básica anual
310
CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA O Plano de Previdência Fechado
COMPLEMENTAR
Também conhecido como fundos de pensão, é cria-
Conselho Nacional de Previdência Complementar do por empresas e voltado exclusivamente aos seus
(CNPC) é um órgão colegiado que integra a estrutura do funcionários, não podendo ser comercializado para
Ministério da Economia, reunindo-se trimestralmen- quem não é funcionário daquela empresa.
te, e cuja competência é regular o regime de previdên- A Superintendência Nacional de Previdência Com-
cia complementar operado pelas entidades fechadas de plementar (PREVIC) é uma autarquia vinculada ao
previdência complementar (fundos de pensão). Ministério da Economia, responsável por fiscalizar
O CNPC é o novo órgão com a função de regular
as atividades das entidades fechadas de previdência
o regime de previdência complementar operado
pelas entidades fechadas de previdência comple- complementar (fundos de pensão).
mentar, nova denominação do Conselho de Gestão da Atenção! Em ambas as entidades a aplicação dos
Previdência Complementar. recursos das reservas é orientada pelo CMN.
SUPERINTENDÊNCIA DE PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR (PREVIC)
Os planos previdenciários podem ser contratados de Qual a Diferença entre o VGBL e o PGBL?
forma individual ou coletiva, e podem oferecer, juntos ou
separadamente, os seguintes tipos básicos de benefício: VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e
PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) são pla-
Renda por sobrevivência: renda a ser paga ao parti- nos por sobrevivência (de seguro de vida e de pre-
cipante do plano que sobreviver ao prazo de diferimento vidência complementar aberta, respectivamente)
contratado, geralmente denominada de aposentadoria; que, após um período de acumulação de recursos
Renda por invalidez: renda a ser paga ao participan-
(período de diferimento), proporcionam aos investi-
te em decorrência de sua invalidez total e permanente
dores (segurados e participantes) uma renda mensal
ocorrida durante o período de cobertura e depois de
cumprido o período de carência estabelecido no plano; — que poderá ser vitalícia ou por período determina-
Pensão por morte: renda a ser paga ao(s) beneficiá- do — ou um pagamento único.
rio(s) indicado(s) na proposta de inscrição em decor- O primeiro (VGBL) é classificado como seguro de
rência da morte do participante ocorrida durante o pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um plano de
período de cobertura e depois de cumprido o período previdência complementar.
de carência estabelecido no plano; A principal diferença entre os dois reside no
Pecúlio por morte: importância em dinheiro, tratamento tributário dispensado a um e outro.
pagável de uma só vez ao(s) beneficiário(s) indica-
do(s) na proposta de inscrição, em decorrência da Em ambos os casos, o imposto de renda incide ape-
morte do participante ocorrida durante o período nas no momento do resgate ou recebimento da ren-
de cobertura e depois de cumprido o período de da. Entretanto, enquanto no VGBL o imposto de
carência estabelecido no plano; renda incide apenas sobre os rendimentos, no
Pecúlio por invalidez: importância em dinheiro, PGBL o imposto incide sobre o valor total a ser
pagável de uma só vez ao próprio participante, em resgatado ou recebido sob a forma de renda.
decorrência de sua invalidez total e permanente ocor- No caso do PGBL, os participantes que utilizam
rida durante o período de cobertura e depois de cum-
o modelo completo de declaração de ajuste anual
prido o período de carência estabelecido no plano.14
do IRPF podem deduzir as contribuições do res-
pectivo exercício, no limite máximo de 12% de
TIPOS DE APLICAÇÃO sua renda bruta anual.16
Em relação aos ativos que compõem a carteira dos Os prêmios/contribuições pagos a planos VGBL
planos, temos a seguinte classificação: não podem ser deduzidos na declaração de ajuste
anual do Imposto de Renda e, portanto, este tipo de
z Soberano (perfil conservador) — investe 100% plano seria mais adequado aos consumidores que uti-
em títulos públicos;
lizam o modelo simplificado de declaração de ajuste
z Renda fixa (perfil moderado) — investe 100% em
anual do IR ou aos que já ultrapassaram o limite de
títulos de renda fixa, públicos ou privados;
12% da renda bruta anual para efeito de dedução dos
z Composto (perfil agressivo) — aplica até 49% em
prêmios e ainda desejam contratar um plano de acu-
renda variável, a porcentagem residual fica com
mulação para complementação de renda.
os títulos de renda fixa.
PLANOS DE SEGUROS
TIPOS DE PLANOS
O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é um São entidades, constituídas sob a forma de socie-
plano de previdência, mais bem aproveitado por dades anônimas, especializadas em pactuar contrato,
quem faz a declaração completa do IR. As contri- por meio do qual assumem a obrigação de pagar
buições são dedutíveis até o limite de 12% da ren- ao contratante (segurado), ou a quem este designar,
da bruta tributável anual. Os ganhos financeiros uma indenização, no caso em que advenha o risco
não são tributados durante a fase acumulação; indicado e temido, recebendo, para isso, o prêmio
O VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), por estabelecido.
sua vez, apesar de também ser tratado como um
plano de acumulação similar ao modelo anterior,
13 ROMANO, R. T. Anotações sobre a previdência complementar. Jus.com.br, 2017. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/61913/anotacoes-so-
bre-a-previdencia-complementar. Acesso em: 30 maio 2022.
14 PREVIDÊNCIA complementar aberta. SUSEP, 2020. Disponível em: http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/
previdencia-complementar-aberta. Acesso em: 30 maio 2022.
15 GODOY, M. Previdência Privada permite pagar menos Imposto de Renda; saiba como. nd+, 2021. Disponível em: https://ndmais.com.br/finan-
cas-pessoais/previdencia-privada-permite-pagar-menos-imposto-de-renda-saiba-como/. Acesso em: 30 maio 2022.
16 PERGUNTAS e respostas — Planos PGBL/PAGP/PRGP/PRSA/PDR. SUSEP, [s.d.]. Disponível em: http://susep.gov.br/setores-susep/cgpro/
312 copep/perguntas-e-respostas/perguntas-e-respostas-2013-planos-pgbl-pagp-prgp-prsa-pdr. Acesso em: 30 maio 2022.
O Seguro Para garantir com precisão um risco aceito, as
seguradoras usualmente repassam parte dele para
Contrato mediante o qual uma pessoa denomina-
uma resseguradora que concorda em indenizá-las por
da Segurador, se obriga, mediante o recebimento de
eventuais prejuízos que venham a sofrer em função
um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada
da apólice de seguro que vendeu. O contrato de resse-
Segurado, do prejuízo resultante de riscos futuros,
guro pode ser feito para cobrir um determinado risco
previstos no contrato. (Circular SUSEP 354/07).
isoladamente ou para garantir todos os riscos assumi-
Ou seja, o Segurador assume o risco do segurado
dos por uma seguradora em relação a uma carteira ou
e em troca disto recebe um prêmio em dinheiro, logo,
ramo de seguros. O seguro dos riscos assumidos por
cabe ao Segurador decidir se aceita ou não o risco do
uma seguradora é definido por meio de um contrato
segurado.
de indenização.
Para se proteger as seguradoras se valem de pes-
Os Resseguradores fornecem proteção a varia-
quisas e questionários sobre o segurado para buscar
dos riscos, inclusive para aqueles de maior vulto e
calcular a probabilidade de um evento acontecer ou
complexidade que são aceitos pelas seguradoras. Em
não. Estes eventos são os fatos geradores ou, simples-
contrapartida, a cedente (segurador direto) paga um
mente, sinistros. Quando estes sinistros ocorrem o
prêmio de resseguro, comprometendo-se a fornecer
segurador deve indenizar o segurado conquanto que
informações necessárias para análise, fixação do pre-
o sinistro esteja previsto no contrato firmado entre os
ço e gestão dos riscos cobertos pelo contrato.
dois. Este contrato chamamos de apólice.
Resumindo, a seguradora fica com medo de dar um
As partes da proposta de seguro:
problema sério na apólice de seguro, ou o valor a indeni-
zar ser alto demais, e acaba por tentar diminuir o risco,
z Apólice: proposta formal aceita pela seguradora;
dividindo com uma resseguradora. É o seguro do Seguro.
z Endosso: poder que se tem de mudar o bem em
garantia ou características do bem garantido;
O Cosseguro
z Prêmio: prestação paga periodicamente pelo segurado;
z Sinistro: prejuízo causado a um bem segurado;
z Indenização: valor que segurado recebe caso o O cosseguro nada mais é do que pegar uma apólice
sinistro ocorra; de seguro e distribuí-la para mais de uma seguradora, ou
z Franquia: contribuição do segurado para libera- seja, quando o risco é alto demais, as seguradoras dividem,
ção da indenização, é a coparticipação do segura- entre elas, o risco daquela apólice, pois caso haja algum
do no prejuízo. problema, o sinistro, o prejuízo é dirimido entre elas.
Aqui há algumas características dos seguros:
Os seguros podem ser classificados em seguros
Dentro do mercado de seguros, nós temos dois
individuais ou em grupo.
grandes grupos de seguros:
O seguro individual é uma relação entre uma pes-
soa ou uma família e uma seguradora. A seguradora,
Seguros de Acumulação evidentemente, terá de aferir corretamente o risco
segurado e pulverizá-lo, colocando-o numa carteira
Onde eu invisto um capital por um determinado pra- onde existem diversos riscos semelhantes, mas inde-
zo e, ao final, recebo o valor de volta, corrigido por um pendentes entre si.
indexador de juros. Então é chamado de acumulação O seguro em grupo é o seguro de um conjunto
porque há um acúmulo de dinheiro que ao final poderá de pessoas ligadas entre si de modo que se estabelece
ser devolvido ao segurado caso o sinistro não ocorra. uma relação triangular entre a seguradora, o segura-
Exemplo: Previdência Complementar Aberta (PGBL, do e o grupo a que ele pertence.
VGBL), Títulos de Capitalização. O grupo pode ser constituído por uma empresa,
por uma organização sem fins lucrativos, por uma
Seguros de Risco associação profissional, ou por uma pessoa física. Os
RAMOS DE SEGUROS
8 Crédito em (“run off”) Seguros de crédito à exportação e contra riscos comerciais e políticos
Seguros coletivos de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura para risco de
9 Pessoas Coletivo
sobrevivência, prestamista e educacional
Seguros individuais de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura para risco de
13 Pessoa Individual
sobrevivência, prestamista e educacional
Bom pessoal, muitos de nós já fomos a algum banco, alguma vez, para abrir, ou assistir alguém abrir uma con-
ta. A conta que abrimos no banco nada mais é do que um contrato, e como tal precisa de regras e de orientações
sobre sua forma.
Lembrando que esse contrato é composto por uma ficha-proposta e um cartão de assinatura.
A ficha-proposta deve conter no mínimo: Qualificação do depositante, endereço residencial e comercial
completos, telefone com DDD, referencias pessoais, data da abertura da conta e o número dessa conta, e a assina-
tura do depositante.
Estas orientações estão contidas na Resolução CMN nº 4753, de 2019, que dita às regras básicas que devem
nortear as Instituições Financeiras quando da Abertura e manutenção de contas de depósito.
Então vamos ver o que o CMN e o BACEN têm dito sobre isso:
No caso de pessoa física:
z Documento de identificação (carteira de identificação ou equivalente, como, por exemplo, a carteira nacional
de habilitação, passaporte, CTPS, carreiras de órgão de classe);
z Inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF);
z Comprovante de residência.
Para que exista uma pessoa física, basta que esta nasça com vida. Ela se extingue com a morte do indivíduo.
No caso de pessoa jurídica:
A pessoa jurídica extingue-se com a dissolução desta, mediante acordo entre os sócios ou por decreto judicial,
exceto para as públicas, que serão por meios específicos.
Além disso, a instituição financeira pode estabelecer critérios próprios para abertura de conta de depósito, desde
que seguidos os procedimentos previstos na regulamentação vigente (Resolução CMN 4753/2019).
A Ficha-Proposta somente poderá ser microfilmada depois de transcorridos no mínimo cinco anos, a contar do
início do relacionamento com o cliente.
É facultado à instituição financeira abrir, manter ou encerrar contas de depósito caso o cliente esteja inscrito
no CCF – Cadastro de Emitente de Cheques sem Fundos. O cliente será incluído no CCF nas seguintes condições:
z Serviços prioritários: O banco é obrigado a for- Nesse tópico, iremos abordar alguns aspectos de
necer um pacote básico destes serviços priori- Direito Civil.
tários, que são aqueles relacionados a contas de
depósitos, transferências de recursos, operações PESSOA FÍSICA
de crédito e de arrendamento mercantil, cartão
de crédito básico e cadastro, somente podendo ser Capacidade Civil e Representação
cobrados os serviços constantes da Lista de Servi-
ços da Tabela I anexa à Resolução CMN 3.919, de
De acordo com o art. 1º, do Código Civil, toda pes-
2010, devendo ainda ser observados a padroni-
soa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Portan-
zação, as siglas e os fatos geradores da cobrança,
também estabelecidos por meio da citada Tabela I; to, todos possuem capacidade de direito.
z Serviços especiais: aqueles cuja legislação e regu- No entanto, a capacidade de fato é a aptidão de
lamentação específicas definem as tarifas e as um indivíduo de executar e atuar plenamente em sua
condições em que aplicáveis, a exemplo dos servi- vida civil, isto é, de exercer pessoalmente seus atos.
ços referentes ao crédito rural, ao Sistema Financeiro Quando se fala em incapacidade, portanto, essa se
da Habitação (SFH), ao Fundo de Garantia do Tempo refere à ausência da capacidade de fato.
de Serviço (FGTS), ao Fundo PIS/PASEP, às chamadas Aos dezoito anos completos a pessoa fica habili-
“contas-salário”, bem como às operações de microcré- tada à prática de todos os atos da vida civil, adquirin-
dito de que trata a Resolução CMN 4.000, de 2011; do assim a capacidade de fato.
z Serviços diferenciados: aqueles que podem ser Já a incapacidade pode ser absoluta ou relativa.
cobrados desde que explicitadas ao cliente ou ao
usuário as condições de utilização e de pagamento.
Importante!
No encerramento da conta é necessário tomar
alguns cuidados: Desde 2015, em função da alteração no Código
Civil, são absolutamente incapazes de exercer
z Pode ser encerrada por ambas as partes, cliente ou pessoalmente os atos da vida civil apenas os
banco, desde de que acompanhada de aviso prévio, menores de 16 (dezesseis) anos (art. 3º).
por meio de carta registrada ou meio eletrônico;
Os absolutamente incapazes devem ser repre-
z Informar se há cheques a serem compensados, pois
havendo, o banco pode ser negar encerrar a conta, sem
sentados por um responsável legal.
a devida comprovação de que eles foram liquidados;
z Devolver as folhas de cheque restantes ou decla-
rar que as inutilizou;
316
Quanto à incapacidade relativa, são considera- Além do mais, para exercer tais direitos, a pessoa
dos relativamente incapazes (art. 4º): jurídica recorre as pessoas físicas que a represen-
tam, ou seja, quem os respectivos estatutos designa-
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito rem ou, não os designando, pelos seus diretores.
anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; Domicílio
III - aqueles que, por causa transitória ou perma-
nente, não puderem exprimir sua vontade; e É o lugar onde funcionam as respectivas direto-
IV - os pródigos. rias e administrações, isto quando nos seus estatutos
não constar eleição de domicílio especial.
Os relativamente incapazes devem ser assisti- Tendo a pessoa jurídica de direito privado diversos
dos pelos representantes legais. estabelecimentos em lugares diferentes, cada um será
Em relação aos menores de 18 anos, é possível que considerado domicílio para os atos nele praticados (§
ocorra a emancipação, que é a antecipação da capaci- 1º, art. 75, do Código Civil).
dade de fato.
De acordo com o Código Civil, a incapacidade ces- TIPOS DE SOCIEDADE: EM NOME COLETIVO,
sará, para os menores (parágrafo único, art. 5º): POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA,
ANÔNIMAS, FIRMA INDIVIDUAL OU EMPRESÁRIA
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na
falta do outro, mediante instrumento público, Sociedade em Nome Coletivo
independentemente de homologação judicial, ou
por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor Na sociedade em nome coletivo, os sócios respon-
tiver dezesseis anos completos; dem de forma igualitária entre eles. Entretanto, é pos-
II - pelo casamento; sível limitar essa responsabilidade no contrato social.
III - pelo exercício de emprego público efetivo; Ainda, não pode haver denominação social, isto
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; é, um nome empresarial abstrato.
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou Deve constar o nome dos sócios ou suas iniciais,
pela existência de relação de emprego, desde seguido pelo termo “& Cia” ou “Companhia”. Apenas
que, em função deles, o menor com dezesseis anos eles podem ser os administradores da empresa.
completos tenha economia própria.
Sociedade Limitada
Domicílio
A sociedade limitada precisa possuir no mínimo
O domicílio da pessoa natural (pessoa física) é o dois sócios, podendo ficar temporariamente com um
lugar onde ela estabelece a sua residência com âni- único sócio por apenas 180 (cento e oitenta) dias.
mo definitivo (art. 70, do Código Civil). Depois desse prazo, a sociedade ou se dissolve ou
Se, porém, a pessoa natural tiver diversas resi- se transforma em empresário individual ou EIRELI
dências, onde, alternadamente, viva, considera-se (falaremos adiante).
seu domicílio qualquer delas (art. 71). O Contrato Social é seu principal documento, e
É também domicílio da pessoa natural, quanto deve ser registrado na Junta Comercial da Unidade
às relações concernentes à profissão, o lugar onde da Federação de sua atuação.
essa é exercida (art. 72). Ou seja, o local de trabalho. É chamada de limitada em função da responsabili-
dade de seus sócios, que é limitada ao seu investimen-
Art. 72 [...] to. Ou seja, o sócio só responde pelo quinhão que investiu.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em Da mesma forma, sua participação também fica
lugares diversos, cada um deles constituirá domicí- limitada proporcionalmente ao montante investido.
lio para as relações que lhe corresponderem. Assim, se a sociedade contrair dívidas, o patrimô-
17 EMPRESÁRIO individual. Dicionário Financeiro, 2022. Disponível em: https://www.dicionariofinanceiro.com/empresario-individual/. Acesso em:
30 maio 2022.
18 Ibid.
19 Ibid.
20Diferença entre boleto, fatura e duplicata. Acesso em 17/06/2022. Disponível em: http://www.galirows.com.br/meublog/blogdasdiferencas/2016/10/21/
318 diferenca-boleto-fatura-duplicata/#:~:text=A%20fatura%20%C3%A9%20emitida%20por,e%20contas%20sem%20notas%20fiscais.
Veja ainda o que diz o art. 27, da mesma lei: CIRCULAÇÃO
Art. 27 A Cédula de Crédito Bancário poderá ser São três as formas de emissão do cheque:
emitida, com ou sem garantia, real ou fidejussória,
cedularmente constituída. a) nominal (ou nominativo) à ordem: só pode
Parágrafo único. A garantia constituída deverá ser ser apresentado ao banco pelo beneficiário indica-
especificada na Cédula de Crédito Bancário [...]. do no cheque, podendo ser transferido por endosso
do beneficiário;
Nos termos do art. 28, b) nominal não à ordem: só pode ser apresentado
ao banco pelo beneficiário indicado no cheque e não
Art. 28 A Cédula de Crédito Bancário é título execu- pode ser transferido pelo beneficiário;
tivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, c) ao portador: não nomeia um beneficiário e é
certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indi- pagável a quem o apresente ao banco sacado. Não
cada, seja pelo saldo devedor demonstrado em pla- pode ter valor superior a R$ 100,00;w
nilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente Para tornar um cheque não à ordem, basta o
[...]. emitente escrever, após o nome do beneficiário, a
§ 1º Na Cédula de Crédito Bancário poderão ser expressão “não à ordem”, ou “não-transferível”, ou
pactuados: “proibido o endosso”, ou outra equivalente.
I - os juros sobre a dívida, capitalizados ou não, os Cheque de valor superior a R$100,00 tem que ser
critérios de sua incidência e, se for o caso, a periodi- nominal, ou seja, trazer a identificação do benefi-
cidade de sua capitalização, bem como as despesas ciário. O cheque de valor superior a R$100,00 emiti-
e os demais encargos decorrentes da obrigação; do sem identificação do beneficiário será devolvido
II - os critérios de atualização monetária ou de pelo motivo ‘48-cheque emitido sem identificação
variação cambial como permitido em lei; do beneficiário - acima do valor estabelecido’.21
III - os casos de ocorrência de mora e de incidência
das multas e penalidades contratuais, bem como as
ENDOSSO
hipóteses de vencimento antecipado da dívida;
IV - os critérios de apuração e de ressarcimento,
pelo emitente ou por terceiro garantidor, das des- O endosso é o processo em que o beneficiário
pesas de cobrança da dívida e dos honorários advo- transfere a posse e os direitos do crédito de um
catícios, judiciais ou extrajudiciais, sendo que os cheque para um terceiro, identificando a ação no
honorários advocatícios extrajudiciais não pode- próprio documento.
rão superar o limite de dez por cento do valor total
devido; Para endossar um cheque apenas é preciso que o
V - quando for o caso, a modalidade de garantia da beneficiário do cheque assine no verso do cheque,
dívida, sua extensão e as hipóteses de substituição com a possibilidade de indicar quem deve ser o
de tal garantia; novo beneficiário do título.
VI - as obrigações a serem cumpridas pelo credor; O endosso do cheque pode acontecer de duas maneiras:
VII - a obrigação do credor de emitir extratos da Endosso em branco: quando o beneficiário ape-
conta-corrente ou planilhas de cálculo da dívida, nas assina no verso do cheque;
ou de seu saldo devedor, de acordo com os critérios Endosso em preto: quando o beneficiário assina e
estabelecidos na própria Cédula de Crédito Bancá- também escreve o nome do novo beneficiário a que
rio [...]; e o cheque se destina.22
VIII - outras condições de concessão do crédito, suas
garantias ou liquidação, obrigações adicionais do
emitente ou do terceiro garantidor da obrigação, des-
CRUZAMENTO
de que não contrariem as disposições desta Lei.
O cruzamento significa que o cheque somente pode
ser pago mediante crédito em conta: “O cruzamento
Todas as entidades que prestam esses serviços são denominadas Infraestruturas do Mercado Financeiro
(IMF).
O tráfego de informações entre as IMF ocorre através da Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN).
A RSFN, portanto, é a estrutura de comunicação de dados que tem por finalidade amparar o tráfego de
informações no âmbito do Sistema Financeiro Nacional.
No Brasil, qualquer IMF, para funcionar, está sujeita à autorização e à supervisão do Banco Central.
Na função de supervisão, cabe ao Banco Central assegurar que as IMF em operação no Brasil sejam adminis-
tradas consistentemente com os objetivos de interesse público, mantendo a estabilidade financeira e reduzin-
do o risco sistêmico.
322
Cabe, ainda, ao Bacen, seguindo diretrizes dadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o papel de regu-
lador, juntamente com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nas suas respectivas esferas de competência.
Como regulador, portanto, o Banco Central atua no sentido de converter as políticas estabelecidas em regras a
serem aplicadas pelas IMF.
Além disso, ele busca adequar as normas brasileiras, quando relevante, ao que recomendam os organismos
internacionais, como é o caso do Comitê de Pagamentos e Infraestruturas do Mercado do Banco de Compensações
Internacionais (CPMI/BIS) e do Comitê Técnico da Organização Internacional de Comissões de Valores (TC/IOSCO).
GESTÃO E OPERAÇÃO
Além da supervisão e da regulação, o Banco Central também atua como provedor de serviços de liquidação.
Nesse papel, o Banco Central é o responsável pela gestão e operação das seguintes IMF:
O STR e o SPI são sistemas de pagamento (transferências de fundos). O Selic é um sistema de liquidação de
ativos e um depositário central que opera a maioria dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, além de
ser o responsável pelo eventual registro de ônus e gravames sobre tais títulos.
Neste momento, vamos falar sobre o STR e o SPI.
O Sistema de Transferência de Reservas (STR) é o coração do Sistema de Pagamentos Brasileiro, pois é onde
ocorre a liquidação final de todas as obrigações financeiras no Brasil.
A transferência de fundos no STR é irrevogável, isto é, só é possível “desfazer” uma transação por meio de
outra transação no sentido contrário. Além disso, para garantir a solidez do sistema, no STR não há possibilidade
de lançamentos a descoberto. Ou seja, não se admite saldo negativo.
O STR é um sistema que faz Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), ou seja, as operações são liquidadas
uma a uma por seus valores brutos em tempo real.
Estrutura do STR
Fonte: site do Banco Central.
O Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) é a infraestrutura centralizada e única para liquidação de paga-
mentos instantâneos entre instituições distintas no Brasil.
323
“Pagamentos instantâneos” te lembra alguma coisa? Sim! O SPI é a infraestrutura de liquidação financeira do Pix.
A operação do SPI, gerida pelo Banco Central, teve início em novembro de 2020.
O SPI é um sistema que faz Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), ou seja, que processa e liquida transa-
ção por transação. Uma vez liquidadas, as transações são irrevogáveis.
Os pagamentos instantâneos são liquidados com lançamentos nas contas de propósito específico que as insti-
tuições que são participantes diretos do sistema mantêm no Bacen, denominadas Contas Pagamento Instantâneo
(Contas PI). Para garantir a solidez do sistema, não há possibilidade de lançamentos a descoberto, isso é, não se
admite saldo negativo nas Contas PI.
Existem duas modalidades de participação na infraestrutura de liquidação do SPI:
z Participantes diretos, aqueles que farão a liquidação das transações diretamente no SPI;
z Participantes indiretos, cujas transações serão liquidadas por intermédio de um participante direto ou liqui-
dante especial.
Bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas que sejam participan-
tes do Pix deverão, obrigatoriamente, ser participantes diretos do SPI. As demais instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central que sejam participantes do Pix podem optar por serem participantes diretos ou
indiretos do SPI.
As instituições de pagamento sem autorização de funcionamento do Banco Central (aquelas para as quais não
há essa exigência) e que sejam participantes do Pix devem, necessariamente, ser participantes indiretos do SPI.
MERCADO DE CAPITAIS
AÇÕES: CARACTERÍSTICAS E DIREITOS, DEBÊNTURES, NOTAS PROMISSÓRIAS COMERCIAIS, DIFERENÇAS
ENTRE COMPANHIAS ABERTAS E FECHADAS, FUNCIONAMENTO DO MERCADO À VISTA DE AÇÕES, MERCADO
DE BALCÃO
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de propor-
cionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas
bolsas de valores, sociedades corretoras distribuidoras e outras instituições financeiras autorizadas.
Anteriormente, quando falamos de autoridades monetárias, vimos uma delas como principal supervisora e
reguladora do mercado de valores mobiliários, a CVM.
A CVM é a principal autarquia responsável por garantir o adequado funcionamento do mercado de valores
mobiliários. Logo, para que qualquer companhia possa operar nesse mercado, dependerá de autorização prévia
da CVM para realizar suas atividades.
324
Para que Serve o Mercado de Valores Mobiliários? EMPRESAS E COMPANHIAS
Em alguns casos, o mercado de crédito não é As Companhias são as empresas que são emissoras
capaz de suprir as necessidades de financiamento dos papéis negociados no mercado de capitais. Essas
dos agentes ou das empresas. Isso pode ocorrer, por empresas têm um objetivo em comum: captar recur-
exemplo, quando um determinado agente, em geral sos em larga escala e de forma mais lucrativa. Para
uma empresa, deseja um volume de recursos muito que isso ocorra, as empresas devem solicitar à CVM
superior ao que uma instituição poderia, sozinha, autorização para emitir e comercializar seus papéis.
emprestar. Além disso, pode acontecer de os custos Essas empresas são chamadas Sociedades Anôni-
dos empréstimos no mercado de crédito, em virtude mas ou, simplesmente, S/A. Ao adotarem esse tipo de
dos riscos assumidos pelas instituições nas operações, constituição, elas passam a ter uma quantidade de
serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar sócios maior do que teriam se fossem empresas de
os investimentos pretendidos. Surgiu, com isso, o que responsabilidade limitada – LTDA, por exemplo.
Estas S/As podem ser constituídas de forma aberta
é conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado
ou fechada. Vejamos as diferenças:
de Valores Mobiliários.
As S/A abertas admitem negociação dos seus
No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os
títulos nos mercados abertos, como Bolsa e Balcão
investidores emprestam recursos diretamente aos Organizado; já as fechadas só podem ter seus papéis
agentes deficitários, como as empresas. Caracteriza-se negociados restritamente entre pessoas da própria
por negócios de médio e longo prazo, nos quais são empresa ou próximas à empresa.
negociados títulos chamados de Valores Mobiliários.
Como exemplo, podemos citar as ações, que repre-
COMPANHIAS
sentam parcela do capital social de sociedades anô-
nimas, e as debêntures, que representam títulos de Abertas Fechadas
dívida dessas mesmas sociedades.
Nesse mercado, as instituições financeiras atuam,
basicamente, como prestadoras de serviços, assesso-
rando as empresas no planejamento das emissões de Características
valores mobiliários, ajudando na colocação deles para
o público investidor, facilitando o processo de forma- Nº de cotistas limitados a
Atuam nas bolsas de
ção de preços e a liquidez, assim como criando condi- 20 patrimônio pequeno não
valores ou mercados de
ções adequadas para as negociações secundárias. operam em bolsas de valo-
balcão organizados
Elas não assumem a obrigação pelo cumprimen- res ou balcões organizados
to das obrigações estabelecidas e formalizadas nesse
mercado. Assim, a responsabilidade pelo pagamento NEGOCIAÇÕES DE PAPÉIS
dos juros e principal de uma debênture, por exemplo,
é da emissora, e não da instituição financeira que a Para as Companhias Abertas, que admitem negocia-
tenha assessorado ou participado do processo de colo- ção de seus papéis no mercado público, há distribuição
cação dos títulos no mercado. São participantes desse em dois tipos de mercados: o primário e o secundário.
mercado, como exemplo, os Bancos de Investimen- Oferta pública de distribuição, primária ou secun-
to, as Corretoras e Distribuidoras de títulos e Valores dária, é o processo de colocação, junto ao público, de cer-
Mobiliários, as entidades administradoras de merca- to número de títulos e valores mobiliários para venda.
do de bolsa e balcão, além de diversos outros presta- Envolve desde o levantamento das intenções do mercado
dores de serviços. em relação aos valores mobiliários ofertados até a efeti-
No mercado de capitais, os principais títulos nego- va colocação junto ao público, incluindo a divulgação de
ciados são: informações, o período de subscrição, entre outras etapas.
As ofertas podem ser primárias ou secundárias.
325
z Mercado Primário O fato de uma emissão ser colocada por meio de
underwriting firme oferece uma garantia adicional ao
Oferta Pública Inicial – IPO (títulos novos); investidor, porque, se as instituições financeiras do
Sensibilizam o caixa da empresa; consórcio estão dispostas a assumir o risco da opera-
Pode ter valor nominal ou valor de mercado. ção, é porque confiam no êxito do lançamento, uma
vez que não há interesse de sua parte em imobilizar
z Mercado Secundário recursos por muito tempo;
Negociação dos títulos já emitidos anteriormente; z Underwhiting Best Efforces (Melhores Esfor-
Não sensibiliza o caixa da empresa; ços): Modalidade de lançamento de ações na qual
Os papéis terão seu valor apenas pelo valor de a instituição financeira assume apenas o com-
mercado. promisso de fazer o melhor esforço para colocar
o máximo de uma emissão junto à sua clientela,
A Lei n° 6.385, de 1976, que disciplina o mercado nas melhores condições possíveis e em um deter-
de capitais, estabelece que nenhuma emissão públi- minado período de tempo. As dificuldades de colo-
ca de valores mobiliários poderá ser distribuída no cação das ações irão se refletir diretamente na
mercado sem prévio registro na Comissão de Valores empresa emissora. Nesse caso, o investidor deve
Mobiliários, apesar de lhe conceder a prerrogativa de proceder a uma avaliação mais cuidadosa, tanto
dispensar o registro em determinados casos, e delega das perspectivas da empresa quanto das institui-
competência para a CVM disciplinar as emissões. ções financeiras encarregadas do lançamento;
Além disso, exemplifica algumas situações que carac-
z Residual ou stand-by underwriting: Nessa for-
terizam a oferta como pública, por exemplo: a utilização
ma de subscrição pública, a instituição financeira
de listas ou boletins, folhetos, prospectos ou anúncios des-
não se responsabiliza, no momento do lançamen-
tinados ao público; a negociação feita em loja, escritório
ou estabelecimento aberto ao público, entre outros. to, pela integralização total das ações emitidas.
Em regra, toda oferta pública deve ser registrada Há um comprometimento, entre a instituição e a
na CVM. Porém, o registro poderá ser dispensado con- empresa emitente, de negociar as novas ações jun-
siderando as características específicas da oferta em to ao mercado durante certo tempo findo, no qual
questão, como, por exemplo, a oferta pública de valo- poderá ocorrer a subscrição total, por parte da ins-
res mobiliários de emissão de empresas de peque- tituição, ou a devolução, à sociedade emitente, das
no porte e de microempresas, assim definidas em lei, ações que não foram absorvidas pelos investidores
que são dispensadas automaticamente do registro para individuais e institucionais;
ofertas de até R$ 2.400.000,00 (Dois milhões e quatro- z Aspectos Operacionais do underwriting: A deci-
centos mil reais) em cada período de 12 meses, desde são de emitir ações, seja pela oferta pública, seja
que observadas as condições estabelecidas nos §§ 4º ao para abertura ou aumento do capital, pressupõe
8º, do art. 5º, da instrução CVM 400/03. que a sociedade ofereça certas condições de atra-
As ofertas públicas devem ser realizadas por inter- tividade econômica, bem como supõe um estudo
médio de instituições integrantes do sistema de dis- da conjuntura econômica global a fim de evitar
tribuição de valores mobiliários, como os bancos que não obtenha êxito por falta de senso de opor-
de investimento, corretoras ou distribuidoras. Essas tunidade. É preciso que se avaliem, pelo menos, os
instituições poderão se organizar em consórcios com seguintes aspectos: existência de um clima de con-
o fim específico de distribuir os valores mobiliários no fiança nos resultados da economia, estudo setorial,
mercado e/ou garantir a subscrição da emissão, sem- estabilidade política, inflação controlada, mercado
pre sob a organização de uma instituição líder, que secundário e motivações para oferta dos novos
assume responsabilidades específicas. Para participar títulos.
de uma oferta pública, o investidor precisa ser cadas-
trado em uma dessas instituições.
MERCADOS DE ATUAÇÃO DAS COMPANHIAS
Essas instituições integrantes do Sistema de Dis-
tribuição de Valores Mobiliários são os chamados
No mercado organizado de valores mobiliários,
agentes subscritores ou agentes underwhiters. Esses
temos a criação de mecanismos, sistemas e regulamen-
agentes realizam a subscrição dos títulos, ou seja, assi-
tos que propiciam a existência de um ambiente segu-
nam embaixo atestando a procedência dos papéis, por
ro para que os investidores negociem seus recursos e
isso o nome underwhiting.
movimentem a economia do país. No Brasil, existem
Esse evento pode ser dividido em 3 tipos:
dois tipos de mercado organizado, que são as Bolsas
de Valores e os Balcões Organizados de negociação.
z Underwhiting Firme: Modalidade de lançamen-
to na qual a instituição financeira, ou consórcio
� Bolsas de Valores:
de instituições, subscreve a emissão total, encar-
regando-se, por sua conta e risco, de colocá-la
Ambiente no qual se negociam os papéis das
no mercado junto aos investidores individuais
S/A abertas;
(público) e institucionais. Nesse tipo de operação,
Podem ser Sociedades civis sem fins lucrativos
no caso de um eventual fracasso, a empresa já
ou S/A com fins lucrativos;
recebeu integralmente o valor correspondente às
Opera via pregão eletrônico, não havendo mais
ações emitidas. O risco é inteiramente do under-
o pregão viva voz, que era chamado presen-
writer (intermediário financeiro que executa uma
cial. Agora, as transações são feitas por telefone
operação de underwriting).
através dos escritórios das instituições finan-
ceiras autorizadas;
Registra, supervisiona e divulga as execuções
326 dos negócios e as suas liquidações.
Em resumo, as Bolsas de Valores compreendem CVM e, neste momento, deverá especificar onde seus
um ambiente que pode ser físico ou eletrônico. títulos serão negociados no mercado secundário, se
Nele, são realizadas negociações entre investidores e em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.
entre companhias e investidores. Entretanto, pelo fato Essa decisão é muito importante, pois, uma vez
de as empresas que operam na Bolsa serem grandes concedido o registro para negociação em mercado
demais e possuírem uma tradição, aquelas que estão de balcão organizado, este só pode ser alterado com
começando têm dificuldade para serem tão atrativas
um pedido de mudança de registro junto à CVM.
quanto elas.
A companhia aberta é responsável por divulgar
Pensando nisso, a CVM autorizou a criação de
Mercados de Balcão, que são, também, ambientes para a entidade administradora do Mercado de Balcão
virtuais nos quais empresas menores podem nego- Organizado todas as informações financeiras e atos ou
ciar seus títulos com mais facilidade. Vale dizer que fatos relevantes sobre suas operações. A entidade admi-
o Mercado de Balcão pode ser Organizado ou Não nistradora do Mercado de Balcão Organizado, por sua
Organizado. vez, irá disseminar essas informações através de seus
sistemas eletrônicos ou impressos para todo o público.
No Mercado de Balcão Organizado, a companhia
aberta pode requerer a listagem de seus títulos atra-
ORGANIZADO NÃO ORGANIZADO
vés de seu intermediário financeiro ou este poderá
requerer a listagem independentemente da vontade da
companhia. Por exemplo, se o intermediário possuir
uma grande quantidade de ações de uma determinada
Utiliza exclusivamente
o Sistema Eletrônico de
Não existe sistema companhia, ele poderá requerer a listagem da mesma
padrão e negociar esses ativos no Mercado de Balcão Organiza-
Negociação
do. Nesse caso, a entidade administradora do Mercado
de Balcão Organizado disseminará as informações que
a companhia aberta tiver encaminhado à CVM.
Supervisiona a Não existe padrão na Além de ações e debêntures, no mercado de balcão
Liquidação dos papéis supervisão dos papéis
organizado, são negociados diversos outros títulos,
tais como:
As Bolsas de Valores também são responsáveis por administrar o mercado secundário de ações, debêntures e
outros títulos e valores mobiliários. Na verdade, ainda que não haja nenhum limite de quantidade ou tamanho de
ativos para uma companhia abrir o capital e listar seus valores para negociação em bolsas de valores, em geral,
as empresas listadas em bolsas de valores são companhias de grande porte.
Isso prejudica a “visibilidade” de empresas de menor porte e, de certa forma, a própria liquidez dos ativos
emitidos por essas companhias. Por isso, em muitos países, há segmentos especiais e/ou mercados segregados espe-
cializados para a negociação de ações e outros títulos emitidos por empresas de menor porte.
Ao mesmo tempo, no Brasil, no Mercado de Balcão Organizado é admitido um conjunto mais amplo de
intermediários do que em Bolsas de Valores, o que pode aumentar o grau de exposição de companhias de
médio porte ou novas empresas ao mercado.
Assim, o objetivo da regulamentação do mercado de balcão organizado é ampliar o acesso ao mercado
para novas companhias, criando um segmento voltado à negociação de valores emitidos por empresas que não
teriam, em bolsas de valores, o mesmo grau de exposição e visibilidade.
Para os investidores, a principal diferença entre as operações realizadas em bolsas de valores e aquelas rea-
lizadas no mercado de balcão organizado é que, nesse último, não existe um fundo de garantia que respalde
suas operações.
O fundo de garantia é mantido pelas bolsas com a finalidade exclusiva de assegurar aos investidores o ressar-
cimento de prejuízos decorrentes de execução infiel de ordens por parte de uma corretora membro, entrega de
valores mobiliários ilegítimos ao investidor, decretação de liquidação extrajudicial da corretora de valores, entre
outras.
Uma segunda diferença refere-se aos procedimentos especiais que as bolsas de valores devem adotar no
caso de variação significativa de preços ou no caso de uma oferta, representando uma quantidade significativa
de ações. Nesses casos, as bolsas de valores devem interromper a negociação do ativo.
Para as companhias, a regra para se tornar uma companhia aberta é a mesma, independentemente de buscar
uma listagem em bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado.
Importante!
Não pode haver negociação simultânea de uma mesma ação de uma mesma companhia em bolsa de valores
e em instituições administradoras do Mercado de Balcão Organizado.
MERCADO DE AÇÕES
Dentro do Mercado de Capitais, está o mercado mais procurado e utilizado, que é o Mercado de Ações. Nele,
são comercializados os papéis mais conhecidos no mundo dos negócios, os quais tornam o seu possuidor um sócio
da companhia emitente.
O mercado de ações consiste na negociação, em mercado primário ou secundário, das ações geradas por
empresas que desejam captar dinheiro de uma forma mais barata. Neste sentido, ação pode ser entendida como
a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas. É, portanto, um título patrimonial
e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio no limite das ações
possuídas.
Uma ação é um valor mobiliário expressamente previsto no inciso I, do art. 2º, da Lei 6.385/1976. No entanto,
apesar de todas as companhias ou sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente as ações
emitidas por companhias registradas na CVM, chamadas companhias abertas, podem ser negociadas publicamen-
te no mercado de valores mobiliários.
Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, mantidas em contas de depósito, em nome dos
titulares, sem emissão de certificado, em instituição contratada pela companhia para a prestação desse serviço, em
que a propriedade é comprovada pelo “Extrato de Posição Acionária”. As ações devem ser sempre nominativas,
não mais sendo permitida a emissão e a negociação de ações ao portador ou endossáveis.
Espécies de Ações
As ações podem ser de diferentes espécies, conforme os direitos que concedem a seus acionistas. O Estatuto
Social das Companhias, que é um conjunto de regras que deve ser cumprido pelos administradores e acionistas,
define as características de cada espécie de ações, que podem ser:
Sua principal característica é conferir ao seu titular o direito a voto nas Assembleias de acionistas;
Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie de ação o direito de voto. Em contrapartida, concede outras
vantagens, tais como prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de capital, podendo, ainda,
328 possuir prioridades específicas se admitidas à negociação no mercado.
As ações preferenciais podem ser divididas em classes, tais como, classe “A”, “B” etc. Os direitos de cada classe
constam do Estatuto Social.
As ações preferenciais têm o direito de receber dividendos ao menos 10% a mais que as ordinárias. Vale
observar que, em regra, elas não possuem direito a voto ou, quando o tem, ele é restrito. Isso porque existem dois
casos em que as ações preferenciais adquirem direito a voto temporário, quais sejam:
z Quanto ao valor:
z Quanto à forma:
Obs.: ações ao portador não são mais permitidas no Brasil desde 1999, pois eram alvo de muita lavagem de
dinheiro.
Importante!
Termo que pode aparecer na prova:
� Blue Chips: Ações de primeira linha, de grandes empresas e, por isso, possuem muita segurança e tradição.
São ações usadas como referência para índices econômicos.
Para garantir a efetividade do direito do acionista ao recebimento de dividendos, a Lei das S.A. prevê o sistema
do dividendo obrigatório, de acordo com o qual as companhias são obrigadas a, havendo lucro, destinar parte
dele aos acionistas a título de dividendo. Porém, a referida Lei confere às companhias liberdade para estabelecer,
em seus estatutos sociais, o percentual do lucro líquido do exercício, que deverá ser distribuído anualmente aos
acionistas, desde que o faça com “precisão e minúcia” e não sujeite a determinação do seu valor ao exclusivo
arbítrio de seus administradores e acionistas controladores.
Caso o Estatuto seja omisso, os acionistas terão direito a recebimento do dividendo obrigatório equiva-
lente a 50% do lucro líquido ajustado nos termos do art. 202, da Lei das S.A;
Ganhos de Capital: Ocorrem quando um investidor compra uma ação por um preço baixo e vende a mesma
ação por um preço mais alto, ou seja, realiza um ganho;
Bônus de Subscrição: Quando alguém adquire ações, passa a ser titular de uma fração do capital social de
uma companhia. Todavia, quando o capital é aumentado e novas ações são emitidas, as ações até então deti-
das por tal acionista passam a representar uma fração menor do capital, ainda que o valor em moeda seja o
mesmo.
329
Para evitar que ocorra essa diminuição na participação percentual detida pelo acionista no capital da com-
panhia, a Lei assegura a todos os acionistas, como um direito essencial, a preferência na subscrição das novas
ações que vierem a ser emitidas em um aumento de capital (art. 109, inciso IV, da Lei das S.A.), na proporção de
sua participação no capital, anteriormente ao aumento proposto.
Da mesma forma, os acionistas também terão direito de preferência nos casos de emissão de títulos con-
versíveis em ações, tais como debêntures conversíveis e bônus de subscrição.
Neste período, o acionista deverá manifestar sua intenção de subscrever as novas ações emitidas no âmbito do
aumento de capital ou dos títulos conversíveis em ações, conforme o caso. Caso não o faça, o direito de preferência
caducará.
Alternativamente, caso não deseje participar do aumento, o acionista pode ceder seu direito de preferência
(art. 171, § 6º, da Lei das S.A.). Da mesma forma que as ações, o direito de subscrevê-las pode ser livremente nego-
ciado, inclusive em Bolsa de Valores;
Bonificação: Ao longo das atividades, a Companhia poderá destinar parte dos lucros sociais para a consti-
tuição de uma conta de “Reservas” (termo contábil). Caso a companhia queira, em exercício social posterior,
distribuir aos acionistas o valor acumulado na conta de Reservas, poderá fazê-lo na forma de Bonificação,
podendo efetuar o pagamento em espécie ou com a distribuição de novas ações. É importante destacar que,
atualmente, as empresas não mais distribuem bonificação na forma de dinheiro, pois preferem fidelizar
ainda mais os sócios, dando-lhes mais ações.
A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações preferenciais, que podem ter seu direito de voto suprimido
ou restrito por disposição do estatuto social da companhia. Em contrapartida, tais ações deverão receber uma vantagem
econômica em relação às ações ordinárias.
Além disso, a Lei permite que as companhias abertas tenham várias classes de ações preferenciais, que con-
ferirão a seus titulares vantagens diferentes entre si. Nesse caso, os titulares de tais ações poderão comparecer às
Assembleias Gerais da companhia, bem como opinar sobre as matérias objetos de deliberação, mas não poderão
votar.
As vantagens econômicas a serem conferidas às ações preferenciais em troca dos direitos políticos suprimidos,
conforme dispõe a Lei, poderão consistir em prioridade de distribuição de dividendo, fixo ou mínimo, prioridade
no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele, ou a cumulação dessas vantagens (art. 17, caput e incisos I a III,
da Lei das S.A.).
Dividendos fixos são aqueles cujo valor se encontra devidamente quantificado no Estatuto, seja em montante
certo em moeda corrente, seja em percentual certo do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do valor do
patrimônio líquido da ação. Nessa hipótese, tem o acionista direito apenas a tal valor, ou seja, uma vez atingido
o montante determinado no Estatuto, as ações preferenciais com direito ao dividendo fixo não participam dos
lucros remanescentes, que serão distribuídos entre ações ordinárias e preferenciais de outras classes se houver.
Dividendo mínimo é aquele também previamente quantificado no Estatuto, seja com base em montante certo
em moeda corrente, seja em percentual certo do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do valor do patrimônio
líquido da ação. Porém, ao contrário das ações com dividendo fixo, as que fazem jus ao dividendo mínimo participam
dos lucros remanescentes após assegurado às ordinárias dividendo igual ao mínimo. Assim, após a distribuição do
dividendo mínimo às ações preferenciais, às ações ordinárias caberá igual valor. O remanescente do lucro distribuído
será partilhado entre ambas as espécies de ações em igualdade de condições.
O dividendo fixo ou mínimo assegurado às ações preferenciais pode ser cumulativo ou não. Sendo cumulativo,
no caso de a companhia não ter obtido lucros durante o exercício em montante suficiente para pagar integralmen-
te o valor dos dividendos fixos ou mínimos, o valor faltante será acumulado para os exercícios posteriores. Essa
prerrogativa depende de expressa previsão estatutária.
No caso das companhias abertas que tenham ações negociadas no mercado, as ações preferenciais deverão
conferir aos seus titulares ao menos uma das vantagens a seguir (art. 17, § 1º, da Lei 6.404/1964, Lei das S/A.):
� Direito a participar de uma parcela correspondente a, no mínimo, 25% do lucro líquido do exercício,
sendo que, desse montante, garante-se um dividendo prioritário de, pelo menos, 3% do valor do patrimônio
líquido da ação e, ainda, o direito de participar de eventual saldo desses lucros distribuídos, em igualdade de
condições com as ordinárias, depois de ter sido assegurado a elas dividendo igual ao mínimo prioritário;
z Direito de receber dividendos, pelo menos, 10% maiores que os pagos às ações ordinárias;
z Direito de serem incluídas na oferta pública em decorrência de eventual alienação de controle.
Com relação aos direitos dos acionistas, existem algumas situações que as bancas de concursos gostam de
cobrar em prova e, por isso são importantes.
Quando a empresa realiza Sobra no Caixa, ou seja, Lucro, ela pode comprar ações de acionistas minoritários,
pois, assim, concentrará mais o valor das ações. A esse evento chamamos de amortização de ações. O persona-
gem que mais ganha nessa história é o Controlador, pois, como ele detém 51% das ações, seu poder ficará maior,
já que o número de acionistas ou de ações diminui, aumentando seu percentual.
A CVM, vendo esse aumento de poder do controlador, baixou a Instrução Normativa nº 10, que, em outras pala-
vras, diz que a recompra de ações, uma vez feita, finda por aumentar o poder do controlador da empresa. Entretanto,
essas ações que foram recompradas devem permanecer em tesouraria por, no máximo, 90 dias e, depois, devem
ser revendidas ou canceladas.
Ou seja, a CVM está limitando esse aumento de poder do controlador, para evitar que os acionistas mino-
ritários percam sua participação na administração da empresa.
330
Quanto à mudança de controlador – o acionista majoritário, que detém 51% das ações – a CVM também edita
norma que regula essa troca, para evitar prejuízos aos acionistas minoritários. É a IN CVM 400 que diz que, para a
troca do controlador, o novo controlador deve garantir que, caso queira fechar o capital da S/A, deverá comprar
as ações dos minoritários por, ao menos, 80% do valor pago pelas ações do controlador anterior. Fazendo isso,
a CVM garante que os acionistas minoritários não terão prejuízos, pois o novo controlador poderia comprar as ações
a um preço bem mais baixo do que pagou pelas do controlador anterior. É preciso dizer que, para que isso ocorra,
deve haver uma concordância mínima entre os acionistas gerais. A esse princípio chamamos de tag along.
Existem, ainda, manobras que o mercado de capitais faz, as quais geram impacto sobre o valor das ações no mer-
cado e sua capacidade de comercialização. Vejamos:
z Desdobramento ou Split
É uma estratégia utilizada pelas empresas com o principal objetivo de melhorar a liquidez de suas ações.
Acontece quando as cotações estão muito elevadas, o que dificulta a entrada de novos investidores no mercado.
Imagine que uma ação é cotada ao valor de R$ 150, com lote padrão de 100 ações. Para comprar um lote des-
sas ações, o investidor teria que desembolsar R$ 15.000, que é uma quantia considerável para a maior parte dos
investidores (pessoa física).
Desdobrando suas ações na razão de 1 para 3, cada ação dessa empresa seria multiplicada por 3. Assim, quem
possuísse 100 ações, passaria a possuir 300 ações. O valor da cotação seria dividido por 3, ou seja, passaria de R$
150 para R$ 50.
Na prática, o desdobramento de ações não altera, de forma alguma, o valor do investimento ou o valor da
empresa. É apenas uma operação de multiplicação de ações e divisão dos preços, para aumentar a liquidez das
ações.
Agora, depois do desdobramento, o investidor que quisesse adquirir um lote de ações da empresa, gastaria
apenas R$ 5.000. Note que o investidor que possuía 100 ações cotadas a R$ 150, com um valor total de R$ 15.000,
ainda possui os mesmos R$ 15.000, porém distribuídos em 300 ações cotadas a R$ 50.
Com as ações mais baratas, mais investidores se interessam em comprá-las. Isso pode fazer com que as cota-
ções subam em curto prazo, devido à maior entrada de investidores no mercado, porém não há como prever se
isso irá ou não acontecer. A companhia também pode utilizar os desdobramentos como parte de sua estratégia de
governança corporativa, para mostrar atenção e facilitar a entrada de novos acionistas minoritários.
Os desdobramentos podem acontecer em qualquer razão. No entanto, as mais comuns são de 1 para 2, de 1
para 3 e de 1 para 4 ações.
z Grupamento ou Inplit
Exatamente oposto ao desdobramento, o grupamento serve para melhorar a liquidez e os preços das ações
quando estão cotadas a preços muito baixos no mercado.
Imagine uma empresa com ações cotadas na bolsa a R$ 10, com lote padrão de 100 ações. A empresa julga,
baseada em seu histórico e seu posicionamento estratégico, que suas ações estão cotadas por um valor muito bai-
xo no mercado e aprova, em assembleia geral, que fará um grupamento na razão de 5 para 1. Ou seja, cada cinco
ações passarão a ser apenas uma ação e os preços serão multiplicados por 5.
Antes do grupamento, o investidor que possuísse 100 ações cotadas a R$ 10 teria o valor total de R$ 1.000. Após
o grupamento, o mesmo investidor passaria a ter 20 ações (100/5) cotadas a R$ 50, ou seja, continuaria possuindo
os mesmos R$ 1.000 investidos. O grupamento, assim como o desdobramento, não altera em absolutamente nada
o valor do investimento.
Um dos objetivos do grupamento de ações é tentar diminuir a volatilidade dos ativos. Assim, R$ 1,00 de varia-
O mercado à vista de ações é aquele no qual ocorrem as negociações deste papel de forma imediata, ou
seja, nele, você pode comprar e vender uma ação no mesmo dia. O comprador realiza o pagamento (liquida-
ção financeira) e o vendedor entrega as ações objeto da transação (liquidação física) em D+2 (dois dias) 331
– liquidação física e financeira –, ou seja, no segundo dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado, os
preços são formados em pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de negociação.
No mercado à vista de ações, temos:
Hoje, o mercado à vista de ações é coordenado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Dentro dele, temos a compra e
venda de ações quase que instantaneamente, pois é nele que ocorrem as negociações diárias do mercado de capitais.
Durante o dia, temos o pregão que, atualmente, é eletrônico, funcionando das 10h às 18h. Ele nada mais é do
que a B3 coordenando a compra e venda dessas ações.
Após seu fechamento, que ocorre às 18h, não se pode mais realizar nenhuma transação no ambiente.
Até 2019, existia o After Market, que era um curto espaço de tempo em que os investidores poderiam realizar
negociações fora do horário regular da Bolsa. Todavia, com a modificação do horário de fechamento para 18h, em
2020, o After Market foi extinto.
Quando funcionava, o After Market era uma reabertura para que as pessoas que não pudessem negociar no
mercado no horário regular conseguissem participar, assegurando práticas equitativas ao mercado. Das 17h30
às 17h45, ocorria a pré-abertura desse mercado, no qual só podiam ser canceladas operações feitas no horário
normal. Das 17h45 às 18h, podiam ser feitas transações no mercado, mas somente com papéis que já haviam
sido comercializados no dia, então não se podia lançar títulos novos no After Market.
Existia, ainda, um limite máximo e mínimo para as operações – 2% para mais ou para menos, além de limite
de valor. Nele, eram executadas ordens simples tais como compra e venda, execução ou cancelamento de compra
ou venda, além de dar ordem a mercado.
As ordens podiam ser dadas:
z A Mercado: quando especifica a quantidade e as características do que vai ser comprado ou vendido (exe-
cutar na hora);
z Limitada: executar a preço igual ou melhor do que o especificado;
z Administrada: a mesma a mercado, mas, nesse caso, fica a critério da intermediadora decidir o melhor
momento;
z ON-STOP: define o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada;
z Casada: ordem de venda de um e compra do outro (ambas executadas ao mesmo tempo).
DÁ A ORDEM
� Investidor
EXECUTA A ORDEM
� CTVM
� DTVM
� Banco de Investimentos
REALIZA A ORDEM
� After Market
� Sistema de negociação eletrônico
As ordens diurnas que estivessem no sistema pendentes, sujeitavam-se aos limites de negociação do After
Market. O sistema rejeitava ordens de compra superiores ao limite e ordens de venda a preço inferior ao limite.
A variação permitida era de 2% para mais ou para menos, além de ter um limite de operações de R$ 100 mil por
investidor (já somado ao que ele havia feito no pregão regular).
Os negócios feitos na B3 devem ser divulgados em D+1. A liquidação física das compras e vendas de ações
deve ser até D+2, a qual ocorre quando o vendedor entrega as ações à Câmara de liquidação de ações.
A liquidação financeira das ações compradas ou vendidas é, também, em D+2. Esta ocorre quando é feito o
débito na conta do comprador e, ao mesmo tempo, é entregue a ação fisicamente ao comprador.
Debêntures são valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo, que asseguram a seus
detentores (debenturistas) o direito de crédito contra a companhia emissora. Essa companhia emissora pode
ser uma S/A aberta ou fechada, mas somente as abertas podem negociar suas debêntures no mercado das bol-
sas ou balcão, pois nas fechadas, as debêntures nem precisam de registro na CVM, pois é algo fechado, restrito.
Lembre-se de que, para operar na Bolsa ou no Mercado de Balcão, as coisas precisam vir a público. Então, uma
empresa fechada não tem vontade de vir a público, somente as abertas.
332
Até agora, você já sabe que existem duas pessoas nesse processo de debêntures. Vejamos:
Agente underwritter
Para essa debênture ter validade, ela precisa apresentar alguns requisitos legais, pois, acima de tudo, se trata
de um contrato e, como tal, precisa de algumas especificações. Vejamos quais são elas:
Real: a mais valiosa, pois a garantia existe fisicamente (hipoteca, penhor, caução, bens determinados);
Flutuante: não existe um bem específico; a garantia é uma parte do patrimônio da empresa (até 70% do
valor do capital social);
Quirografária: nenhuma garantia ou privilégio (a garantia em caso de falência será o que sobrar e se
sobrar alguma coisa);
Subordinada: em caso de falência, oferece preferência apenas sobre o crédito dos acionistas.
Agora, você já sabe o que é necessário para fazer uma debênture, quem pode emitir e quais as garantias que
podem ser usadas ou não. Porém, de que forma é possível materializar, ou seja, transformar essa debênture
em algo que se possa ver? Existem duas formas para isso. Vejamos o esquema a seguir:
z Nominativas
z Nominativas Escriturais
Informação Eletrônica;
CETIP registra e custodia;
Não emite certificado;
Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas.
Importante!
� A escritura da debênture é obrigatória, mas a emissão do certificado é facultativa;
� Não é comum o debenturista solicitar o certificado da debênture, mas, se solicitá-lo, a empresa deve
emiti-lo;
� As Debêntures só podem ser emitidas por instituições que não sejam instituições financeiras.
333
Quanto aos prazos das debêntures, que devem Já quanto à remuneração, pode-se ter:
constar na escritura da emissão, podem ser:
z Juros (fixos ou variáveis);
z Determinado: prazo fixado na emissão da debênture;
z Indeterminado ou perpétua: via de regra, não Aqui, atente-se ao fato de que as Sociedades de
tem prazo de vencimento, mas esse prazo pode ser Arrendamento Mercantil e as Companhias Hipote-
decretado pelo agente fiduciário quando ocorrer cárias só podem remunerar a juros pela TBF – Taxa
inadimplência no pagamento dos juros ou dissolu- Básica Financeira;
ção do emitente, a empresa;
z Antecipado: z Participação nos Lucros;
z Prêmio de Reembolso: não pode ser atrelado, inde-
Antes do resgate: deve constar na escritura o pra- xado a TR, TBF ou TJLP.
zo para resgate e a possibilidade de isso ocorrer;
Antes do vencimento: quando ocorrer um Medição dos Riscos nas Debêntures
colapso no mercado ou o agente fiduciário vir
que o debenturista corre algum risco. z Alta qualidade: baixa taxa de retorno;
z Baixa qualidade: alta taxa de retorno.
Agente Fiduciário
Basta lembrar que quanto mais risco, mais grana;
A Lei n° 6.404, de 1976, estabelece que a escritura quanto menos risco, menos grana.
de emissão, por instrumento público ou particular, de
debêntures distribuídas ou admitidas à negociação As Ofertas das Debêntures
no mercado terá, obrigatoriamente, a intervenção de
agente fiduciário dos debenturistas. O agente fiduciá- z Pública
rio é quem representa a comunhão dos debenturistas
perante a companhia emissora, com deveres específi- Público em geral;
cos de defender os direitos e interesses dos debentu- Há registro na CVM;
ristas, entre outros citados na Lei. Assembleia Geral ou Conselho Administrativo
Para tanto, possui poderes próprios também atri- decidem;
buídos pela Lei para, na hipótese de inadimplência Agente Fiduciário;
da companhia emissora, declarar, observadas as z Privada
condições da escritura de emissão, antecipadamen-
te, vencidas as debêntures e cobrar o seu principal e Grupo restrito de investidores;
acessórios, executar garantias reais ou, se não existi- Não há registro na CVM.
rem, requerer a falência da companhia, entre outros.
Esse personagem viabiliza a operação de compra Os Mercados das Debêntures
das debêntures, por parte do debenturista, e a venda,
por parte da empresa emissora, ou seja, ele intermeia a
situação. Além disso, o agente fiduciário deve, acima de
tudo, proteger o debenturista. Para isso, ele representa PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
� Debêntures já
o debenturista em caso de colapso do mercado, ou para: existentes
� Emissão pela 1ª vez
� Compra e venda por
investidores
z Proteção do debenturista;
z Executar garantias reais da emissora;
� Balcão Organizado
z Requerer falência da emissora. (Sistema Nacional
� Influi no caixa da
de Debêntures -
empresa
administrado pela
Vale dizer que o agente fiduciário pode reque- CETIP S/A)
rer essas situações para garantir ao debenturista o
recebimento dos créditos.
São Agentes Fiduciários os Bancos Múltiplos, os Commercial Papers
Bancos de Investimento, CTVM e DTVM.
Quanto aos tipos ou classes de debêntures, po- Commercial Papers são títulos, papéis que valem
dem ser: dinheiro. São uma aplicação. Parecem muito com as
debêntures e com as notas promissórias que estudamos
z Simples: Um simples direito de crédito contra a no tópico sobre Títulos de Crédito (a famosa amarelinha).
emissora ou empresa; São títulos de curto prazo, que têm prazo mínimo de
z Conversíveis: podem ser trocadas por ações da
30 dias e máximo de 360 dias, emitidos por instituições
empresa emitente das debêntures;
não financeiras, ou seja, as instituições financeiras estão
z Existe prazo máximo para que o debenturista
decida se irá querer converter em ações ou não e, fora, pois podem captar recursos de outras maneiras.
nesse prazo, a empresa não pode mudar nada Então, o Commercial Paper serve para captar recursos no
nos seus papéis; mercado interno, pois constitui uma promessa de paga-
z Permutáveis ou não conversíveis: é a opção que mento na qual incidem juros a favor do investidor.
o debenturista tem de trocar as debêntures por As debêntures podem ser emitidas para fora do país
ações de outras companhias, depois de haver com garantia real de bens situados no Brasil. Já os Com-
passado um prazo mínimo. mercial Papers não podem. Eles podem ser emitidos
apenas para dentro do Brasil.
334
OPERAÇÕES COM OURO Futuro de Ouro
Existem diferentes operações no sistema financei- Assim como o Termo de Ouro, o Contrato Futuro de
ro envolvendo o ouro como ativo financeiro ou como Ouro foi desenvolvido com o objetivo de ser uma fer-
instrumento cambial. Acompanhe a seguir. ramenta para a gestão do risco de oscilação de preço
(hedge). O contrato também é negociado pela cotação
OURO — ATIVO FINANCEIRO em reais por grama. A cotação do contrato futuro de
ouro reflete as expectativas do mercado internacional
O ouro como ativo financeiro é negociado em bol- atreladas ao mercado interno e à variação do dólar.
sas de mercadoria e de futuros. No Brasil, essas opera- Os contratos futuros são negociados em lotes
ções ocorrem na B3 — Brasil, Bolsa, Balcão —, única padrão de 250 gramas de ouro fino, e têm venci-
bolsa em atividade no país. mento, todos os meses, na última sessão de negocia-
Ele é negociado sob quatro diferentes formas: o ção do mês anterior ao mês de vencimento.
Ouro à Vista, o Termo de Ouro, o Futuro de Ouro e A diferença do contrato a termo é que, no con-
trato futuro, como os contratos são padronizados,
Opções sobre Disponível de Ouro.
fazendo com que haja liquidez, os contratos podem
ser negociados antes do vencimento no mercado
Ouro à Vista
secundário.
A negociação do ouro como produto financeiro no
Opções de Ouro
Brasil é realizada na B3 sob forma de lingotes de ouro
fino, fundido por empresa refinadora e custodiado em
Na opção de ouro, compra-se o direito de comprar
instituição depositária, ambas credenciadas pela B3. ou de vender ouro a um determinado preço no futuro.
O ouro pode ser negociado em lote padrão de ouro Há, portanto, opções de compra e opções de venda.
fino, correspondente a um lingote de 250 gramas, Por esse direito, paga-se o prêmio, cotado em
lotes fracionários de 10g e lotes fracionários de reais por grama de ouro.
0,225g, com teor de pureza de 999,0 partes de ouro Aquele que vende a opção (lançador) fica com
fino para cada 1.000 partes de metal. a obrigação de comprar ou de vender o ouro pelo
O ouro enquanto ativo financeiro apresenta as preço de exercício na data de vencimento da opção.
seguintes vantagens: Aquele que compra a opção (titular) fica com o
direito de comprar ou de vender o ouro pelo preço
z Representa uma reserva de valor durável; de exercício na data de vencimento da opção.
z Tem liquidez internacional; Na data de vencimento, caso seja financeiramente
z É aceito como garantia, com menor grau de desá- vantajoso, o exercício da opção é realizado pelo titu-
gio, para negociação de outros ativos na B3; lar da opção. O não exercício da opção incorrerá no
z Opção para diversificação de investimentos; encerramento das obrigações por parte do vendedor.
z Alternativa de investimento para épocas de crise
financeira. OURO — INSTRUMENTO CAMBIAL
CTVM, DTVM e Corretoras de Câmbio: 300 mil z Compra e Venda de moeda estrangeira;
dólares por operação; z Arbitragem (operação em que há a compra de
Empresa de Correios e Telégrafos: 50 mil dóla- moeda estrangeira com outra moeda estrangeira);
res por operação; z Exportação e Importação.
Correspondentes Bancários e Agências de Turis-
mo ainda em operação: 1 mil dólares por operação Como se Efetivam as Trocas de Moedas?
– em contrapartida, em espécie – e 3 mil dólares
em operações escriturais (Resolução nº 4.811/20). As trocas de moedas podem ser:
z Manuais: em espécie;
Importante! z Sacadas: quando não existe o dinheiro vivo, mas,
sim, papéis que valem dinheiro.
As instituições são obrigadas a informar o VET –
Valor Efetivo Total nas operações. Quando falamos de câmbio, pensamos, também,
Isso deve-se ao fato de que nas operações de nas taxas cambiais, ou seja, nas taxas que revelam
câmbio há custos embutidos como: quanto uma moeda vale em relação a outra moeda.
� Tarifa de Conversão das moedas Entre elas, as mais comuns são:
� IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
Vale destacar que o IOF é um imposto que incide z Taxa Repasse ou Cobertura: feita entre os Bancos
sobre quase todas as operações financeiras. e o BACEN;
z Dólar Pronto: para as operações com entrega em
até 48 horas ou D+2;
Resolução nº 3.568, de 2008 com Alterações z PTAX: Média das compras e vendas de moedas
Posteriores pela Resolução nº 4.811, de 2020 estrangeiras entre as Instituições Financeiras den-
tro do país – sempre em dólar americano. Essa é a
Art. 8º As pessoas Físicas e Jurídicas podem com- taxa de câmbio que é divulgada diariamente pelo
prar e vender moeda estrangeira ou realizar transfe- Banco Central e serve de referência para várias
rências internacionais em reais, de qualquer natureza, operações no mercado cambial.
sem limitação de valor, sendo contraparte na ope-
ração agente autorizado a operar no mercado de Taxa de Câmbio Nominal x Taxa de Câmbio Real
cambio, observada a legalidade da transação, tendo
como base a fundamentação econômica e as responsa- A Taxa de Câmbio Nominal indica o preço do ati-
bilidades definidas na respectiva documentação. vo financeiro, enquanto que a Taxa de Câmbio Real
TAXAS DE CÂMBIO
Acompanhe a tabela a seguir, retirada do site do Banco Central do Brasil, que mostra as cotações do dólar ame-
ricano no período de 14 de junho a 13 de julho de 2022:
Cotações e Boletins
Cotações de Fechamento Ptax4/ do DÓLAR DOS E.U.A, Código da Moeda: 220, Símbolo da Moeda: USD, Tipo da
Moeda: A, período de 14/06/2022 a 13/07/2022.
COTAÇÕES EM REAL¹/
DATA TIPO
COMPRA VENDA
A taxa de câmbio é o valor em moeda nacional em relação a uma unidade da moeda estrangeira.
Por exemplo, se a taxa de câmbio do dólar é 5,40, significa que um dólar dos Estados Unidos custa R$ 5,40. A
taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra.
340
TAXA DE COMPRA VERSUS TAXA DE VENDA
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO
A taxa de compra é o valor pelo qual a instituição NACIONAL
autorizada se propõe a comprar a moeda estrangei-
ra do cliente. O PAPEL DAS GARANTIAS
A taxa de venda é o valor pelo qual a instituição
autorizada se propõe a vender a moeda estrangeira Pode-se dizer, de maneira direta, que as garantias
ao cliente. Ou seja, assim como nos contratos de câmbio, têm por objetivo dar maior segurança, maior proteção,
a prática consolidada de mercado denomina uma taxa às operações de crédito. A garantia é, portanto, algo aces-
como “de compra” ou “de venda” tendo como base a sório à obrigação principal, que é a obrigação de pagar
posição da instituição financeira na transação. do devedor.
Veja o que dispõe o site do Banco Central do Brasil: Em regra, como toda garantia é acessória a uma
obrigação principal, com a extinção da obrigação prin-
Assim, se uma pessoa física deseja comprar cipal (ou seja, com o pagamento da dívida), a garantia
moeda estrangeira junto a uma instituição auto- também se extingue, deixa de existir.
rizada a operar com câmbio, a instituição estará Aparentemente, pode parecer que essa “segurança”
vendendo e, portanto, a taxa ofertada será a dada pela garantia, na realidade, só é vantajosa para
de venda. Se a pessoa física quer vender moe- quem empresta. Para os tomadores de recursos, a exigên-
da estrangeira, a instituição está comprando e, cia de garantia muitas vezes soa como uma dificuldade
assim, a taxa será de compra25. a mais na obtenção de crédito. Entretanto, observando
atentamente, você perceberá que a existência de uma
A diferença entre as taxas de compra e de ven- garantia é vantajosa para ambos os lados da operação.
da é chamada de spread. Não há dúvidas de que para o credor (aquele que
empresta recursos), a garantia significa uma maior pro-
REGIME CAMBIAL babilidade de receber aquilo que lhe é devido. Afinal, a
garantia ofertada pelo cliente em uma operação reduz o
chamado risco de crédito.
Adota-se no Brasil o regime de câmbio flutuante, De acordo a Resolução CMN nº 4.557, de 2017, define-
o que significa que o Banco Central não interfere no -se o risco de crédito como a possibilidade de ocorrência
mercado para determinar a taxa de câmbio, mas, sim, de perdas associadas a:
para manter a funcionalidade do mercado de câmbio.
A taxa de câmbio, portanto, é livremente pactua- Art. 21 [...]
da entre os agentes autorizados a operar no mercado I - não cumprimento pela contraparte de suas obri-
de câmbio ou entre estes e seus clientes. As condições gações nos termos pactuados;
do mercado de câmbio – oferta e procura por moeda II - desvalorização, redução de remunerações e ganhos
estrangeira – determinam a taxa de câmbio. esperados em instrumento financeiro decorrentes da
No entanto, o Banco Central é capaz de atuar deterioração da qualidade creditícia da contraparte,
do interveniente ou do instrumento mitigador;
diretamente no mercado, comprando e vendendo
III - reestruturação de instrumentos financeiros; ou
moeda estrangeira de forma ocasional e limitada, IV - custos de recuperação de exposições caracteri-
objetivando conter movimentos desordenados da zadas como ativos problemáticos.
taxa de câmbio.
Em resumo, o risco de crédito é o risco que a insti-
CÂMBIO COMERCIAL VERSUS CÂMBIO TURISMO tuição financeira tem de não receber, de que seu cliente
fique inadimplente.
Como você já sabe, as taxas de câmbio são livre- As perdas com a inadimplência são um dos princi-
mente pactuadas entre as partes de uma operação pais elementos na formação do custo do crédito. Quanto
cambial. maior a inadimplência de uma determinada linha de cré-
dito, maior será a taxa de juros cobrada pela instituição
Fonte: site do Banco Central. O aval pode ser lançado no próprio título ou em
folha de alongamento (pedaço de papel anexado ao
Para melhor compreensão do tema, é interessante título de crédito). A simples assinatura no título é sufi-
diferenciar as garantias pessoais ou fidejussórias das ciente para configurar o aval.
garantias reais. O aval é uma garantia solidária, ou seja, o avalis-
ta é coobrigado. De acordo com o art. 899, do Código
Garantias Pessoais ou Fidejussórias X Garantias Civil, o avalista equipara-se àquele cujo nome indi-
Reais car, ou seja, o avalista se obriga no mesmo nível do
avalizado.
A garantia pessoal (ou fidejussória) é a garantia A responsabilidade do avalista é tamanha que ele
dada por uma terceira pessoa, que se responsabiliza responde pela obrigação que garantiu em pé de igual-
pela obrigação de honrar o compromisso estabelecido dade com o devedor principal, sendo facultado ao cre-
caso o devedor deixe de cumpri-lo. Ou seja, um ter- dor exigir, simultaneamente, do devedor e do avalista
ceiro — que não está na relação principal entre cre- o pagamento da obrigação vencida. O avalista pode,
dor e devedor — assume a responsabilidade pelo inclusive, ser acionado para pagar antes do avalizado,
pagamento da dívida caso o devedor principal fique o devedor principal.
inadimplente. A obrigação do avalista é independente da obriga-
É uma garantia baseada na confiança que mere- ção do avalizado. Diz-se que o aval é autônomo. A
ce o garantidor — em seu caráter, sua honradez, sua obrigação do avalista é mantida, ainda que a obriga-
“boa fama”, e, logicamente, na sua capacidade de hon- ção que ele garantiu seja nula.
rar o compromisso caso o devedor não honre. O Direi- O aval em branco ocorre quando há a simples
to prevê dois tipos de garantias pessoais: a fiança e o assinatura do avalista no título, sem especificar
aval. quem é o avalizado. O aval em preto ocorre quando
Por sua vez, uma garantia real dá ao credor o feito, declarando o nome do avalizado. No caso de
direito de se fazer pagar pelo valor ou pelos rendi- aval prestado por pessoas físicas casadas, é neces-
mentos de certos e determinados bens, móveis ou sária a autorização do cônjuge, exceto no regime de
imóveis, do próprio devedor ou de terceiros. separação absoluta de bens.
Nosso edital cobra três modalidades de garantia O avalista possui o chamado direito de regresso.
real: a hipoteca, o penhor mercantil e a alienação Deste modo, caso ele pague a obrigação, poderá, pos-
fiduciária. A seguir, detalharemos cada um deles. teriormente, cobrá-la do avalizado.
Por fim, cabe destacar que o aval pode ser dado
AVAL mesmo após o vencimento do título de crédito, pois,
desde que seja antes do protesto do título, ainda
O aval é uma garantia pessoal de pagamento, for- assim, será válido.
mal e solidária, dada por um terceiro, o avalista. Vejamos os artigos do Código Civil (Lei nº 10.406,
Consiste, pois, na assinatura desse terceiro em de 2002) sobre o aval:
um título de crédito, responsabilizando-se pelo seu
pagamento, solidariamente com o devedor ou com Art. 897 O pagamento de título de crédito, que con-
qualquer outro coobrigado (endossante ou até mes- tenha obrigação de pagar soma determinada, pode
mo outro avalista). Ou seja, o avalista, pessoa física ser garantido por aval.
ou jurídica, garante o pagamento de um título de Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
crédito que foi emitido ou endossado pelo avalizado. Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anver-
so do próprio título.
Um título pode ter mais de um avalista. Nesse caso,
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do
todos são solidários com o avalizado no cumprimen-
título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
to da obrigação. Mesmo havendo mais de um avalis- § 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
ta, o pagamento da obrigação por um deles libera os Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome
demais da obrigação. indicar; na falta de indicação, ao emitente ou deve-
O aval é uma garantia específica dos títulos cam- dor final.
biais (aqueles passíveis de transferência para outras § 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regres-
pessoas), que se aplica exclusivamente a títulos de so contra o seu avalizado e demais coobrigados
crédito. anteriores.
Estamos falando, basicamente, de cheques, letras
de câmbio, notas promissórias e duplicatas.
342
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de
que nula a obrigação daquele a quem se equipara, fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapa-
a menos que a nulidade decorra de vício de forma. cidade pessoal do devedor.
Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo
mesmos efeitos do anteriormente dado. não abrange o caso de mútuo feito a menor.
[...] Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador,
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha
outro, exceto no regime da separação absoluta: [...] de prestar a fiança, e não possua bens suficientes para
III - prestar fiança ou aval. cumprir a obrigação.
Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz,
FIANÇA poderá o credor exigir que seja substituído.
[...]
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará
A fiança é uma garantia fidejussória firmada por
desobrigado:
contrato em que uma ou mais pessoas se obrigam,
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder mora-
perante o credor, a satisfazer uma obrigação, caso tória ao devedor;
o devedor não a cumpra. Ela representa uma forma II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação
de garantia que poderá efetivar-se mediante a entrega nos seus direitos e preferências;
de bens móveis ou imóveis. III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar ami-
Há dois contratos: o principal, entre o devedor e gavelmente do devedor objeto diverso do que este era
o credor, e um acessório, entre o fiador e o devedor obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo
(afiançado). por evicção.
A fiança é formal, e deve sempre ser dada por [...]
escrito, não admitindo interpretação extensiva (além Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum
do estabelecido expressamente no contrato). O con- dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto
trato definirá claramente as condições da fiança. Isso no regime da separação absoluta:
quer dizer que não se admite a fiança verbal, e que [...]
a fiança deverá ser interpretada restritivamente. Sur- III - prestar fiança ou aval.
gindo alguma dúvida, deve-se interpretar a questão
favoravelmente ao fiador, parte vulnerável em regra, PENHOR MERCANTIL
presumindo-se a sua boa-fé objetiva.
Porém, em contratos bancários com renovação perió- O penhor mercantil, também chamado de
dica e automática, a fiança também é prorrogada, mes- penhor industrial, é a entrega de um bem móvel
mo sem autorização expressa do fiador, desde que a para garantia de uma dívida. Podem ser objeto de
prorrogação esteja prevista em cláusula contratual. penhor máquinas, aparelhos, materiais, instrumen-
São três os personagens na fiança: tos, instalados e em funcionamento, com os acessó-
rios ou sem eles; animais utilizados na indústria; sal e
z Fiador: Aquele que presta a fiança, que se obriga a
bens destinados à exploração das salinas; produtos de
satisfazer a obrigação caso o devedor não o faça;
suinocultura; animais destinados à industrialização
z Afiançado: O devedor principal;
de carnes e derivados; matérias-primas e produtos
z Credor (beneficiário): Aquele que detém o direito de
industrializados.
crédito.
Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil,
A fiança é uma garantia acessória e subsidiária, ou mediante instrumento público ou particular, registra-
seja, o fiador só está obrigado no caso do afiançado (deve- do no Cartório de Registro de Imóveis da circunscri-
dor principal) não cumprir a obrigação. É uma garantia ção onde estiverem situadas as coisas empenhadas.
que somente pode ser estipulada em contratos. Não há O devedor não pode, sem o consentimento por
z Formas de colaboração (alternativas) (§ 5º , do A partir do art. 2º, a Lei nº 9.613, de 1998 passa a
art. 1º, da Lei nº 9.613, de 1998) tratar de disposições que se aplicam ao processo cri-
minal da lavagem de dinheiro. Veremos, a seguir, os
pontos mais relevantes.
Apuração de infrações
O primeiro ponto que merece destaque diz respei-
to à competência. Os crimes de lavagem, via de regra,
Identificação de Autores, são de competência da Justiça Estadual.
Coautores e Partícipes Excepcionalmente, a competência será da Justiça
Localização dos Bens, Direitos ou Federal, nas hipóteses do inciso III do art. 2°, quais sejam:
Valores
z Crimes praticados contra o sistema financeiro e a
ordem econômico-financeira;
Colaborando, o indivíduo tem a possibilidade de z Crimes praticados em detrimento de bens, serviços
obter os seguintes benefícios (“prêmios”; daí se cha- ou interesses da União ou de suas entidades autár-
mar de colaboração premiada). quicas ou empresas públicas;
z Quando a infração penal antecedente for de com-
z Benefícios ao colaborador na lavagem de petência da Justiça Federal.
dinheiro (§ 5º , do art. 1º, da Lei nº 9.613, de 1998)
346
Por sua vez, o art. 4º prevê a possibilidade de o juiz, § 1º A União e os Estados, no âmbito de suas competên-
de ofício, a requerimento ou mediante represen- cias, regulamentarão a forma de destinação dos bens,
tação do delegado de polícia (ouvido o Ministério direitos e valores cuja perda houver sido declarada,
Público), desde que haja indícios suficientes de infra- assegurada, quanto aos processos de competência da
Justiça Federal, a sua utilização pelos órgãos federais
ção penal, decretar, em 24 horas, medidas assecura-
encarregados da prevenção, do combate, da ação penal
tórias de bens direitos ou valores do investigado e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei, e, quan-
ou acusado, ainda que estejam em nome de terceiros, to aos processos de competência da Justiça Estadual, a
se constituam instrumento, produto ou proveito dos preferência dos órgãos locais com idêntica função.
crimes de lavagem ou de crimes antecedentes. § 2º Os instrumentos do crime sem valor econômi-
As medidas assecuratórias são aquelas que asse- co cuja perda em favor da União ou do Estado for
guram o direito do ofendido e a responsabilização decretada serão inutilizados ou doados a museu
pecuniária do criminoso. As medidas assecuratórias criminal ou a entidade pública, se houver interesse
possíveis são o sequestro, a hipoteca legal e o arresto. na sua conservação.
A qualificação do cliente deve ser reavaliada e Art. 25 As instituições mencionadas no art. 1º devem
estabelecer valor mínimo de referência de participação
sempre atualizada.
societária para a identificação de beneficiário final.
§ 1º o valor mínimo de referência de participação
z Pontos de Atenção na Qualificação societária de que trata o caput deve ser estabe-
lecido com base no risco e não pode ser superior
Nos termos do art. 19, os procedimentos de qua- a 25% (vinte e cinco por cento), considerada, em
lificação devem incluir a verificação da condição do qualquer caso, a participação direta e a indireta.
cliente como: § 2º o valor de referência de que trata o caput
deve ser justificado e documentado no manual
Pessoa politicamente exposta: Detentores de de procedimentos referido no art. 13, § 2º.
mandato, ocupantes de cargos de natureza especial,
tais como ministros e altas autoridades públicas; Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente
Familiar: Parentes até o segundo grau;
Estreito colaborador: Pessoa conhecida por Art. 27 As instituições mencionadas no art. 1º devem
ter qualquer tipo de estreita relação com pessoa implementar procedimentos que permitam qualifi-
exposta politicamente. car seus clientes como pessoa exposta politicamente.
Para esses clientes, devem ser adotados procedi- Consideram-se pessoas expostas politicamente, entre
mentos de qualificação compatíveis com sua condição. outros:
Registro de Operações Envolvendo Pessoa do Exterior Segundo o parágrafo único do art. 34, na hipótese
de recusa do cliente ou do portador dos recursos em
Art. 28 [...] prestar a informação, a instituição deve registrar o
§ 2º No caso de operações envolvendo pessoa natu- fato e utilizar essa informação nos procedimentos de
ral residente no exterior desobrigada de inscrição monitoramento.
no cpf, na forma definida pela secretaria da receita
federal do brasil, as instituições devem incluir no Art. 35 No caso de operações de saque, inclusi-
registro as seguintes informações: ve as realizadas por meio de cheque ou ordem de
I - nome; pagamento, de valor individual igual ou superior
II - tipo e número do documento de viagem e respec- a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições
tivo país emissor; e referidas no art. 1º devem incluir no registro, além
III - organismo internacional de que seja represen- das informações previstas nos arts. 28 e 30:
tante para o exercício de funções específicas no I - o nome e o respectivo número de inscrição no
país, quando for o caso. CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do destinatário
§ 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurí- dos recursos;
dica com domicílio ou sede no exterior desobrigada II - o nome e o respectivo número de inscrição no
de inscrição no cnpj, na forma definida pela secre- CPF do portador dos recursos;
taria da receita federal do brasil, as instituições III - a finalidade do saque; e
devem incluir no registro as seguintes informações: IV - o número do protocolo referido no art. 36, § 2º,
I - nome da empresa; e inciso II
II - número de identificação ou de registro da
empresa no respectivo país de origem. Perceba que saques de grande valor podem indi-
car operações suspeitas, daí a necessidade de registro
Registro de Operações de Pagamento, Recebimento das operações. Os saques de grande valor também
e Transferência de Recursos não possuem a obrigatoriedade de estarem disponí-
veis de imediato nos bancos; dessa forma, deve haver
Art. 30 No caso de operações relativas a paga- solicitação de provisionamento com, no mínimo, 3
mentos, recebimentos e transferências de recursos, dias úteis de antecedência, das operações de valor
350 por meio de qualquer instrumento, as instituições igual ou superior a R$ 50.000,00.
As instituições devem: para saque que apresentem indícios de ocultação
ou dissimulação da natureza, da origem, da locali-
Art. 36 [...] zação, da disposição, da movimentação ou da pro-
I - possibilitar a solicitação de provisionamento por priedade de bens, direitos e valores;
meio do sítio eletrônico da instituição na internet e c) as operações realizadas e os produtos e serviços
das agências ou Postos de Atendimento; contratados que, considerando as partes e os valo-
res envolvidos, apresentem incompatibilidade com
II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou
a capacidade financeira do cliente, incluindo a ren-
ao sacador não cliente, no qual devem ser infor-
da, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no
mados o valor da operação, a dependência na qual
caso de pessoa jurídica, e o patrimônio;
deverá ser efetuado o saque e a data programada
d) as operações com pessoas expostas politica-
para o saque; e
mente de nacionalidade brasileira e com represen-
III - registrar, no ato da solicitação de provisiona-
tantes, familiares ou estreitos colaboradores de
mento, as informações indicadas no art. 35, confor-
me o caso. pessoas expostas politicamente;
e) as operações com pessoas expostas politicamen-
te estrangeiras;
Atenção: é vedado postergar saques em espécie de
f) os clientes e as operações em relação aos quais
contas de depósitos à vista de valor igual ou inferior a
não seja possível identificar o beneficiário final;
R$5.000,00, admitida a postergação para o expediente
g) as operações oriundas ou destinadas a países ou
seguinte de saques de valor superior ao estabelecido.
territórios com deficiências estratégicas na imple-
mentação das recomendações do Grupo de Ação
MONITORAMENTO, SELEÇÃO E ANÁLISE DE Financeira (Gafi);
OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS h) as situações em que não seja possível manter
atualizadas as informações cadastrais de seus
As instituições devem implementar procedimen- clientes; e
tos de monitoramento, seleção e análise de operações II - as operações e situações que possam indicar
e situações com o objetivo de identificar e dispensar suspeitas de financiamento do terrorismo.
especial atenção às suspeitas de lavagem de dinhei-
ro e de financiamento do terrorismo, nos termos do
Em suma, podemos destacar que as instituições
caput do art. 38. Lembre-se de que operações suspei-
devem implementar procedimentos em operações
tas requerem maior atenção.
que possam indicar suspeitas, especialmente:
Os procedimentos devem:
Com base apenas nessas informações, é correto afir- 8. (IADES — 2019) Quanto às diferenças entre bancos
mar que a instituição digitalizados e bancos digitais, assinale a alternativa
correta.
a) está autorizada a captar depósitos à vista.
b) pode emitir debêntures. a) Um banco digital pode permitir que o próprio cliente
c) opera uma carteira comercial. ajuste o respectivo limite de transferência ou do car-
d) consiste em um banco público. tão de crédito e, por medida de segurança, demandar
e) está organizada sob a forma de sociedade limitada. que tal cliente dirija-se a um caixa eletrônico ou agên-
cia para concluir o processo.
5. (IADES — 2019) À luz da Lei Complementar no b) Permitir que o cliente abra a própria conta corrente sem
167/2019, que dispõe acerca da Empresa Simples de precisar sair de casa e não cobrar taxa de manutenção
Crédito (ESC) e das respectivas operações, assinale a da conta são os únicos requisitos obrigatórios que dife-
alternativa correta. renciam um banco digital de um banco digitalizado.
c) Para que um banco seja considerado digital, basta que
a) A remuneração da ESC somente pode ocorrer por disponibilize um ambiente de internet banking e aplicati-
meio de juros remuneratórios, sendo vedada a cobran- vos móveis, mesmo que, por medida de segurança, seja
ça de quaisquer outros encargos, mesmo sob a forma necessário instalar softwares de segurança adicionais
de tarifa. que possam comprometer a experiência do cliente.
b) O BRB pode participar do capital social de uma ESC d) Demandar que o cliente se dirija a um caixa eletrôni-
constituída na forma de sociedade limitada, se ela tiver co para desbloquear o respectivo cartão ou senha de
internet é aceitável para bancos digitalizados, mas
por objeto a realização de operações com microem-
não para bancos digitais.
presas sediadas no Distrito Federal.
e) Disponibilizar serviços gratuitos e pacotes padroniza-
c) O capital social da ESC pode ser integralizado em
dos de serviços, tais como os exigidos pela Resolução
moeda corrente ou em títulos da dívida pública federal
nº 3.919, art. 2º, inciso I, do Banco Central, é o que
com vencimento de até um ano.
define um banco como digital.
d) A ESC pode realizar operações de empréstimo e de
financiamento com recursos próprios ou de tercei-
9. (IADES — 2019) A respeito das definições de startups
ros, tendo como contraparte os microempreendedo-
e dos respectivos tipos e nichos de atuação, assinale
res individuais, as microempresas e as empresas de
a alternativa correta.
pequeno porte.
e) A validade dessas operações de crédito não está
a) Startups B2B são as que têm outras empresas como
condicionada ao respectivo registro em entidade
consumidores finais e, para se manterem competiti-
registradora.
vas, precisam evitar que o respectivo modelo de negó-
cio seja repetível.
6. (IADES — 2019) A alienação de direitos creditórios b) Startups são empresas nascentes escaláveis ou não,
para uma sociedade mercantil, decorrentes de vendas desde que atuem com negócios digitais inovadores e
a prazo, em que o cedente não responde pela solvên- em cenários minimamente estáveis.
cia do devedor, caracteriza uma operação de c) Toda empresa no respectivo estágio inicial pode ser
considerada uma startup, exceto franqueadas, por se
a) financiamento bancário. tratarem, na verdade, de filiais de empresas cuja mar-
12. (IADES — 2019) Dentro do arranjo do Sistema de Paga- a) financiado pela própria administradora de cartão de
mentos Brasileiro (SPB), compete ao Banco Central auto- crédito.
rizar e vigiar o funcionamento das entidades operadoras b) financiado por uma operação de crédito realizada por
de Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF), além de instituição financeira distinta da administradora de
atuar como regulador do sistema e provedor de serviços cartão de crédito.
de liquidação. As IMF operadas pelo Banco Central para c) parcelado com melhores condições de financiamento,
transferência de fundos e liquidação de operações com desde que o cliente tenha efetuado o pagamento míni-
títulos públicos são, respectivamente, o (a) mo obrigatório de 15% do valor da fatura.
d) parcelado, independentemente das condições do
a) Sistema de Transferência de Reservas (STR) e a Cen- financiamento.
tral de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos e) renovado, a cada mês, até que o cliente efetue o paga-
(Cetip). mento integral da fatura.
b) Sistema de Transferência de Reservas (STR) e o Siste-
ma Especial de Liquidação e Custódia (Selic). 15. (IADES — 2019) A Lei nº 9.613/1998 tipifica, no res-
c) Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e a pectivo art. 1º, os crimes de lavagem de dinheiro, com
Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos enquadramento penal básico consistente na oculta-
(Cetip). ção ou dissimulação da natureza, origem, localização,
d) Centralizadora de Compensações de Cheque (Compe) disposição, movimentação ou propriedade de bens,
e o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). direitos ou valores provenientes, direta ou indireta-
e) Central de Cessão de Crédito (C3) e o Sistema Espe- mente, de infração penal, ao tempo em que estabele-
cial de Liquidação e Custódia (Selic). ce, nos arts. 2º a 7º, disposições especiais referentes
a processo e julgamento, bem como aos efeitos pes-
soais e patrimoniais de eventual condenação.
13. (IADES — 2019) As entidades representativas das insti-
tuições financeiras, a exemplo da Federação Brasileira de Considerando os aspectos legais referentes à lava-
Bancos (Febraban), têm envidado esforços para a criação gem de dinheiro e o fato de que ela se desenvolve em
e o aprimoramento contínuo de sistemas de autorregula- fases que eventualmente se superpõem ou comuni-
ção destinados a reforçar publicamente o compromisso cam, assinale a alternativa correta.
do setor financeiro com a observância dos princípios da
integridade, equidade, transparência, sustentabilidade e a) A primeira fase da lavagem de dinheiro, denominada
“dissimulação” ( layering), é caracterizada por uma
confiança, orientando, no relacionamento com o consu-
multiplicidade de operações e transações realizadas
midor, o atendimento das necessidades e dos interesses
mediante empresas e contas sem aparente relação
deste de forma justa, digna e cortês, a fim de garantir a
com o agente envolvido na prática delituosa, tornando
respectiva liberdade de escolha e a tomada de decisões
impossível ou extremamente difícil identificar a ori-
conscientes, sem prejuízo da adoção de políticas e medi-
gem ilícita dos bens, direitos ou valores provenientes,
das voltadas à responsabilidade socioambiental, preven- direta ou indiretamente, de infração penal.
ção de situações de conflitos de interesse e de fraude, b) Os crimes de lavagem de dinheiro somente se confi-
além da prevenção e do combate à corrupção, à lavagem guram caso sejam cometidos de forma reiterada ou se
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. a infração penal antecedente tiver sido praticada por
organização criminosa.
No que se refere aos sistemas de autorregulação men- c) A pena para os crimes de lavagem de dinheiro poderá
cionados, assinale a alternativa correta. ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regi-
me semiaberto ou aberto, sendo possível ao juiz deixar
a) Podem ser revogados por ato do Banco Central do de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena
Brasil. restritiva de direitos, se o agente, no curso de investiga-
358 ção ou processo, colaborar espontaneamente com as
autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam
à apuração das infrações penais, à identificação dos
autores, coautores e partícipes, ou à localização dos
bens, direitos ou valores objeto da infração penal.
d) Os tipos penais de lavagem de dinheiro admitem a for-
ma culposa, em que o agente criminoso dá causa ao
resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
e) O processo e julgamento dos crimes de lavagem de
dinheiro são de competência exclusiva da Justiça
Federal.
9 GABARITO
1 C
2 E
3 C
4 D
5 A
6 E
7 A
8 D
9 E
10 A
11 C
12 B
13 E
14 B
15 C
ANOTAÇÕES
359
ANOTAÇÕES
360
MOBILE BANKING
Banco móvel (às vezes utilizado o termo em inglês
mobile banking) são ferramentas que disponibilizam
OS BANCOS NA ERA alguns serviços tipicamente bancários através de dis-
positivos móveis, como um celular.
DIGITAL (PRESENTE E “Mobile Banking (operação bancária móvel) refere-
-se à disposição e vantagem dos serviços da operação
1 TECNOLOGIA Bancária 2022: IA, Segurança e Open Finance. Simply, 2022. Disponível em: https://blog.simply.com.br/tecnologia-bancaria-2022/.
Acesso em: 26 mai. 2022.
362 2
conseguia anunciar nos programas de maior audiên-
SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES cia. Essa realidade mudou completamente desde que
DIGITAIS a internet se popularizou, principalmente com o uso
em massa de redes sociais.
O marketing digital é essencial para a comunicação
das atividades de uma marca, afinal neste ambiente é Direcionando Investimento e Mensagem
possível se posicionar e garantir uma audiência quali-
ficada. Neste sentido, a estratégia é ainda mais asser- Hoje, a grande oportunidade de consolidação no
tiva quando as ações e campanhas de marketing são mercado e fortalecimento de marca não está mais na
personalizadas de acordo com o público e comparti- divulgação para grandes públicos, mas na identificação
lhadas no momento certo para atingir o cliente. e foco em nichos de mercado onde se concentram as
Ao estabelecer um planejamento para a divul- pessoas com mais potencial de compra e fidelização.
gação de uma campanha no Facebook é necessário A segmentação é uma forma de otimizar investi-
selecionar, dentre os diversos filtros demográficos e mentos por meio de uma mensagem mais objetiva e
perfis de interação, quem deverá ser impactado por com escopo mais bem definido. Se por um lado gasta-se
sua publicação. Saiba como começar: menos com tempo de exibição em horário nobre, por
outro ganha-se mais relevância em campanhas dese-
z Crie ‘personas’ nhadas para atrair organicamente. É uma forma única
no mundo corporativo de fazer mais com muito menos.
Definir as características da pessoa que você quer
atingir por meio da associação com seus valores e Criando uma Identidade
informações facilita a seleção de interesses que con-
tribuam para uma segmentação eficaz. Selecione fato- O Marketing Digital surgiu dessa necessidade de
res como idade, profissão, hobbies, gostos culturais e aproximar marca e público de forma como nunca antes
atividades praticadas regularmente; foi possível. O termo do momento em divulgação publi-
citária é “conexão emocional”. Campanhas segmenta-
z Utilize a mídia correta das e que se apoiam em redes sociais para passar uma
mensagem tornam a empresa mais próxima do público,
Saber quem é o seu público alvo ideal é a chave como mais uma amiga em sua rede de relacionamentos.
para descobrir onde o seu cliente está e, a partir dis- Dessa forma, é possível criar uma identidade bem
so, estabelecer qual a mídia deve ser prioritária na definida para o negócio e seus produtos. A marca é
ação. Conhecer as opções de segmentação, uso e perfis personificada em uma mensagem e é muito mais fácil
existentes em cada ambiente é essencial para que sua se relacionar afetivamente com uma persona do que
campanha tenha bom desempenho; apenas um nome na tela.
É difícil até hoje mensurar o quanto a internet está Entendendo o seu Público
transformando a humanidade em todos os aspectos:
social, cultural, econômico, mas, algumas caracterís- O primeiro passo para uma divulgação adequada
ticas dessa nova era digital já são bastante evidentes, a esse novo público é entender quem são seus clientes
mensuráveis e aplicáveis em estratégias de marketing. potenciais. Por meio de pesquisas e aplicação de téc-
Na época de ouro da TV aberta, o grande público nicas de prospecção, é possível identificar nichos de
geral era o objetivo final de qualquer campanha. Ven- mercado potenciais para divulgar e engajar.
dia mais quem tinha mais espaço publicitário, quem 363
A prática de mais sucesso atualmente é a criação
de buyer personas, perfis fictícios que representam INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COGNITIVA
seus consumidores e ajudam a elaborar e implementar
campanhas de marketing mais segmentadas e focadas. O uso da inteligência artificial cognitiva representa
uma evolução em relação aos canais de atendimen-
Criando Campanhas em Plataformas Unificadas to a clientes no sistema financeiro. A maior parte das
instituições está investindo fortemente em tecnologias
Parte de entender seu público passa também por relacionadas à inteligência artificial e à computação
mapear seu comportamento na internet e hábitos ao cognitiva, tecnologias que se complementam. Ambas
consumir conteúdo digital. Para aproveitar informa- estão diretamente ligadas à entrega de maior comodida-
ções valiosas como essas, é preciso criar ou contratar de e assertividade aos consumidores, quando eles utili-
plataformas que unifiquem e automatizem a sua pre- zam os serviços disponíveis.
sença nesses ambientes. Com a inteligência artificial cognitiva, os sistemas
Hoje o Marketing Digital é obrigatoriamente mul- conseguem agir baseados em aprendizado e racio-
ticanal e só é possível mensurar resultados e adaptar cínio, deduzindo e ampliando o que sabem, podendo
estratégias se todos os dados coletados em diversas oferecer informações, detectar e evitar problemas
fontes estiverem centralizados em um bom sistema possíveis e identificar padrões de dados. Há a possi-
de monitoramento. bilidade de combinação de dados internos de tran-
sações bancárias com dados externos de redes
Economia de Dinheiro sociais e aplicativos, o que cria interações e formas
novas de informação e aconselhamento para clientes,
O resultado mais relevante que o Marketing Digi- possibilitando a antecipação de problemas de forma
tal traz para a segmentação do público é otimizar a proativa.
taxa de conversão — como dissemos, fazer mais com Como exemplo, podemos citar recursos dos aplica-
menos. Ao entender os hábitos e gostos do seu públi- tivos de bancos, chamados “chatbots”, que nada mais
co e ter um sistema integrado de monitoramento, a são do que sistemas robotizados que imitam conver-
divulgação se torna mais barata e eficiente. sas reais, por meio de inteligência artificial. No Banco
Imagine uma campanha em TV aberta que atinja do Brasil, exemplificando, com o uso desse recurso,
um milhão de pessoas, sendo que apenas 10 mil sejam os clientes já podem realizar saques, transferências
seu público alvo. Ao aplicar técnicas de Marketing entre contas, recarga de celular, liberação de cartão
Digital à mesma campanha, é possível conseguir o de crédito e consultas de saldos e extratos de con-
mesmo resultado, 10 mil, em um grupo segmentado tas corrente, poupança e investimentos através do
de entusiastas com 20 mil pessoas. Você gasta apenas Whatsapp, sem necessidade de cartão e senha para
uma fração do dinheiro em um ambiente muito mais finalizar a operação.
propício ao engajamento. A experiência mais bem-sucedida no Brasil, até
o momento, parece ser a BIA (Bradesco Inteligência
Artificial), que, recentemente, ao final do primeiro
Segmentando de Forma Inteligente
trimestre de 2022, ultrapassou a marca de 1,3 bilhão
de interações. Foram 40,7 milhões de interações entre
E a segmentação do Marketing Digital, principal-
janeiro e março de 2022 no WhatsApp.
mente utilizando Big Data, não se resume apenas ao
gosto de um público. Com a captação de mais infor-
No aplicativo mobile, somando clientes pessoa físi-
mações sobre clientes e visitantes por meio de site e
ca e pessoa jurídica, BIA teve 9,7 milhões de intera-
redes sociais, é possível segmentar com muito mais
ções no período, uma alta de 14% na comparação
precisão. Pode-se criar campanhas específicas, por com o mesmo período de 2021.3
exemplo, para uma única cidade, uma faixa etária ou
até um horário do dia. Seja por mensagens de texto, chat interativo ou
voz, a BIA é capaz de esclarecer dúvidas sobre pro-
Retendo Clientes Através de Relacionamento dutos e serviços através do aplicativo do Brades-
co, aplicativo do Next (Banco Digital do Bradesco),
Por último, uma das grandes vantagens do Marke- Google Assistente e WhatsApp.
ting Digital na segmentação de público é a capacidade Com tempo de resposta menor que 3 segundos e
de separar a aquisição da fidelização de clientes. índice de 95% de resoluções de demandas,
Em campanhas de massa, não há como fazer essa
diferenciação — a mesma mensagem é divulgada a BIA dispensa em muitos casos a ida até agências,
para clientes e não clientes. Já o Marketing Digital e auxilia na realização de diversos serviços digitais
possibilita campanhas específicas de remarketing e como consultas de saldo e extrato, transferências,
relacionamento que tratem apenas sua base já con- pagamentos de conta, investimentos, recargas de
quistada, otimizando o investimento menor na manu- celular, empréstimos, entre outras transações. No
tenção desse público fidelizado com engajamento e a total, a BIA já responde sobre mais de 85 produtos
tão desejada conexão emocional. e serviços do Bradesco.4
Fonte: https://2dcb.com.br/blog/como-o-marketing-digital-ajuda-na-
segmentacao-de-publico
3 MEDEIROS, H. BIA do Bradesco acumula 1,3 bilhão de interações. MobileTime, 2022. Disponível em: https://www.mobiletime.com.br/noti-
cias/06/05/2022/bia-do-bradesco-acumula-13-bilhao-de-interacoes/. Acesso em: 26 maio 2022.
4 ASSISTENTE digital do Bradesco atinge a marca de 100 milhões de interações. Ti Inside, 25 de mar. de 2019. Disponível em: https://tiinside.com.
364 br/25/03/2019/assistente-digital-do-bradesco-atinge-a-marca-de-100-milhoes-de-interacoes/. Acesso em: 26 de maio de 2022.
No entanto, a Inteligência Artificial não é utilizada só no atendimento ao cliente. A tecnologia vem sendo utili-
zada em diferentes áreas dentro das instituições financeiras.
De acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022, a Inteligência Artificial tem a capacidade
de melhorar a eficiência, aumentar a diferenciação e influenciar a experiência do cliente, e é uma das principais
apostas dos bancos para 2022. Ela vem sendo utilizada muito fortemente nas áreas de crédito e de cobrança e tem
permeado praticamente todos os negócios, incluindo as centrais de atendimento.
Ainda segundo a pesquisa, em grandes bancos, o processo de transformação digital tem passado por três
estágios:
Em relação a eventos básicos, como abertura de contas e resolução de problemas, as diferenças entre um
Banco Digitalizado e um Banco Digital foram representadas da seguinte forma.
365
“BANCO DIGITALIZADO” “BANCO DIGITAL”
Processo presencial
Na agência (onde a con- Processo não presencial, com captura digi-
Abertura de Fluxo física de documen-
ta fica vinculada) — ca- tal de documentos e informações e coleta
contas tos e assinaturas
dastro remoto nos canais eletrônica de assinatura
eletrônicos
Essa mesma pesquisa informa que o número de contas abertas pelo mobile banking aumentou 90% em 2020
— o que demonstra o acelerado crescimento dos bancos digitais — e que as transações com movimentação finan-
ceira no mobile tiveram um salto de 64%, impulsionadas pelo contexto da pandemia e do auxílio emergencial.
366
Fonte: Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2021.
FINTECHS E STARTUPS
FINTECHS
Fintechs são as startups que criam inovações no setor financeiro, baseados em tecnologia. Elas têm sido uma
aposta dos bancos tradicionais para acelerar a inovação tecnológica e se inserir na era digital.
Os bancos beneficiam-se da interação com essas empresas disruptivas pela facilidade e agilidade na criação
e aprimoramento de produtos e serviços. Enquanto as FinTechs veem nessa parceria, uma maneira de validar o
negócio, receber investimentos e ganhar experiência.
Além disso, os bancos possuem uma base ampla, consolidada e crescente de clientes e oferecem estabilidade,
confiança e experiência em atender à regulamentação do Sistema Financeiro Nacional.
No Brasil, diversas instituições financeiras têm promovido programas que dialogam com as FinTechs. O Bra-
desco, por exemplo, criou em 2014 o programa InovaBra, que promove a interação do banco com startups com
potencial de desenvolvimento de negócios e produtos relacionados a serviços financeiros. Dentro desse ecossiste-
ma, foi criado em 2017 o InovaBra habitat, do qual a Simply é uma das empresas participantes. Um espaço onde
empresas, startups, investidores, mentores e empreendedores geram novos negócios e buscam soluções inovado-
ras com base no networking e na colaboração.
STARTUP
Startup significa o ato de começar algo, normalmente relacionado com companhias e empresas que estão no
início de suas atividades e que buscam explorar atividades inovadoras no mercado.
Empresas startup são jovens e buscam a inovação em qualquer área ou ramo de atividade, procurando desen-
volver um modelo de negócio escalável e que seja repetível.
Um modelo de negócio é a forma como a empresa gera valor para os clientes. Um modelo escalável e repetí-
vel significa que, com o mesmo modelo econômico, a empresa vai atingir um grande número de clientes e gerar
lucros em pouco tempo, sem haver um aumento significativo dos custos.
Site Responsivo
Aplicativo (App)
SERVICE DESIGN
5 REYES, C. O que é Experiência do Usuário? Liferay, 2022. Disponível em: https://www.liferay.com/pt/resources/l/user-experience. Acesso em:
368 26 mai. 2022.
É permitido realizar transferência internacional
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL utilizando “moedas virtuais”?
BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS Não. Transferências internacionais devem ser fei-
(O DESAFIO DOS BANCOS NA ERA DIGITAL) tas por instituições autorizadas pelo Banco Central a
operar no mercado de câmbio, que devem observar as
Moedas Virtuais normas cambiais.
Fonte: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/
As chamadas “moedas virtuais” ou “moedas crip- perguntasfrequentes-respostas/faq_moedasvirtuais
tográficas” são representações digitais de valor que
não são emitidas por Banco Central ou outra autorida- BlockChain
de monetária. O seu valor decorre da confiança depo-
sitada nas suas regras de funcionamento e na cadeia O BlockChain espécie de banco de dados, onde
de participantes. ficam armazenadas todas as informações sobre as
Veremos agora algumas perguntas quando fala- transações de Bitcoins. O mais legal é que este grande
mos de moedas virtuais: arquivo é acessível a todos os usuários.
Dessa forma, você pode acessar essa base de dados
O Banco Central do Brasil regula as “moedas pelo seu computador e ver uma negociação que ocor-
virtuais”? reu entre duas pessoas: uma na China e outra na Ale-
manha, por exemplo.
Não. As “moedas virtuais” não são emitidas, garan- Os detalhes sobre quem são os envolvidos não é
tidas ou reguladas pelo Banco Central. Possuem for- possível saber, pois tudo é criptografado. Mas você
ma, denominação e valor próprios, ou seja, não se sabe que aquela transação ocorreu e que ela está gra-
vada na blockchain para sempre.
trata de moedas oficiais, a exemplo do real.
E falamos para sempre no sentido literal. Afinal,
As “moedas virtuais” não devem ser confundidas
não é possível desfazer ou alterar uma transação após
com “moedas eletrônica”, prevista na legislação. Moe-
ela ser inserida no sistema. Ou seja, não dá para voltar
das eletrônicas se caracterizam como recursos em
atrás caso tenha se arrependido de vender seus Bit-
reais mantidos em meio eletrônico que permitem ao
coins. Ficou mais claro agora o que é blockchain?
usuário realizar pagamentos.
I - das demais instituições financeiras e instituições Os clientes que desejarem usar o sistema PIX pre-
de pagamento cisam cadastrar uma chave de acesso a uma conta
II - da Secretaria do Tesouro Nacional, na condição específica em uma ou mais instituições financeiras.
de ente governamental. No total existem 5 chaves possíveis:
z Bancos de investimento;
z Fundos de hedge;
z Operações com derivativos e títulos securitizados;
z Fundos do mercado monetário;
z Companhias de seguros;
z Fundos de capital privado;
z Fundos de direitos creditórios;
z Factorings e fomentadoras mercantis;
z Empréstimos descentralizados (peer-to-peer lending).
ANOTAÇÕES
372
Um tema muito presente em concursos voltados
para vagas de cargos administrativos é o “Técnicas
de vendas”, que corresponde não apenas às carreiras
bancárias, mas também as abordagens técnicas. Nes-
se viés, um dos principais estudiosos da área chama-
QUALIDADE NO -se Philip Kotler, um professor norte-americano.
z Vendedor;
z Produto ou serviço (tangível ou intangível);
SATISFAÇÃO, VALOR E RETENÇÃO DE z Cliente (Pessoa Física ou Pessoa Jurídica).
CLIENTES
Visão do Vendedor
FUNIL DE VENDAS
As organizações tornaram a visão do vendedor
mais gerencial, e menos burocrática. Em seguimento:
O funil de vendas conduz um método tático divi-
dido em estágios, que estruturam os aspectos visuais
z Visão tradicional: o vendedor busca apenas divul-
dos procedimentos de compra de um possível cliente.
gar seus produtos, não atendendo as necessidades
do cliente e desenvolvendo uma relação ruim com
z Aprendizagem/descoberta;
este;
z Reconhecimento do problema; z Visão contemporânea: o vendedor é responsável
z Decisão; por conciliar os interesses do banco e os do cliente.
z Ação. Assim, sendo melhor visto.
z Hard Selling (Foco no produto): visão clássica e 1-MEDIDAS A SEREM ADOTADAS PELAS INS-
tradicional, não é indicada para vendas em bancos; TITUIÇÕES FINANCEIRAS E DEMAIS INSTITUI-
z Soft Selling (Foco no cliente): visão contemporâ- ÇÕES AUTORIZADAS PELO BANCO CENTRAL DO
nea, que é indicada para vendas em bancos. BRASIL NA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES E NA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS BANCÁRIOS: (CLÁUSU-
A seguir, veja a literalidade do Código de defesa do LA PRIMEIRA)
cliente bancário1: Trata-se efetivamente do dever de informação
contido no Código de Defesa do Consumidor em
Código de defesa do cliente bancário seus artigos 30,31 e 46. Não há portanto nenhuma
novidade do Banco Central do Brasil, pois o nosso
Autor: Celso Oliveira – consultor empresarial, dire- Código já garante o direito pleno do consumidor-
tor da CMO Consultores Associados, membro do -correntista de Banco em ter plena a publicidade
Instituto Brasileiro de Direito Bancário e do Insti- em seus contratos bancários.
tuto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor Devemos expor que pelo dispositivo primeiro da
resolução 2878 temos que não pode ocorrer a publi-
1.Introdução
cidade enganosa, bem como a transparência nas
É oportuna e necessária a intervenção do Banco relações contratuais e a fixação das cláusulas con-
Central do Brasil e do Conselho Monetário Nacio- tratuais bancárias de forma clara e de fácil com-
nal na organização do Sistema Financeiro Nacio- preensão por parte do cliente-consumidor. Forma
nal no sentido de limitar os poderes das Instituições objetiva, simples e clara, como determina a lei con-
Financeiras na contratação de operações e na pres- tratual e defesa do consumidor. O correntista não
tação de serviços aos clientes consumidores e ao pode ficar a mercê da boa vontade do Banco, que
público em geral. deve formular e obedecer contratos equilibrados
Diante disto foi outorgado a Resolução 2878 ou o Portanto, é necessário a transparência nas relações
Código de Defesa do Cliente Bancário onde os pre- contratuais mediante prévio e integral conheci-
ceitos positivados pelo Código de Defesa do Con- mento das cláusulas dos contratos bancários, bem
sumidor. Na verdade a Resolução 2878 veio em como o fácil entendimento, dispondo os valores a
consolidar muitas teses já sufragadas pela nossa serem negociados, as taxas de juros, de mora e de
doutrina e nossa jurisprudência e principalmente administração, comissão de permanência, encar-
dentro dos dogmas já delimitados pelo Codex do gos moratórios e multas por inadimplemento.
Consumidor.
Portanto, a atividade bancária tout court é consi- 2-MEDIDAS A SEREM ADOTADAS PELAS INS-
derada como de comércio, por expressa disposição TITUIÇÕES FINANCEIRAS E DEMAIS INSTITUI-
dos arts. 119 do Código Comercial, 2 da Lei de S. A. , ÇÕES AUTORIZADAS PELO BANCO CENTRAL DO
e 2 da Lei 4594/64, de como que os Bancos são con- BRASIL NO SENTIDO DE INFORMAÇÕES QUE
siderados fornecedores porque exercem comércio, ASSEGUREM TOTAL CONHECIMENTO AOS CON-
subsumindo-se na atividade designada no caput do SUMIDORES : (CLÁUSULA SEGUNDA)
Art. 3 do Codex do Consumidor. Trata-se efetivamente de uma determinação admi-
Em sendo portanto a atividade bancária sujeita a nistrativa do Banco Central do Brasil onde deve
normatização do Código do Consumidor, a relação facilitar também o pleno conhecimento acerca de
jurídica que o Banco celebra como o Consumidor- situações que possam implicar recusa de docu-
-correntista é de consumo. Assim, para não apenas mentos por parte do Banco. Para manutenção do
delimitar o que já está consagrado nas normas de equilíbrio das relações exige lealdade de informa-
defesa do consumidor ou em nossa legislação civil ção e publicidade dos serviços bancários. Neste
e comercial, vêm o Banco Central do Brasil através sentido destacamos a informações apresentadas
do Conselho Monetário Nacional em delimitar os pela Federação dos Bancos a respeito da cobran-
poderes das Instituições Financeiras e Administra- ça dos serviços bancários, os motivos de devolu-
doras de Cartões de Crédito com a Resolução 2878. ção de documentos no serviço de compensação de
Outrossim é importante que o Consumidor-cor- cheques e que as Instituições Financeiras devem
rentista venha em conhecer os seus direitos. informar com ampla publicidade para os seus
Destacamos inicialmente algumas ponderações clientes-consumidores
apresentadas em estudo da Fundação Procon de
São Paulo sobre os serviços bancários: ” Os servi- 3-MEDIDAS A SEREM ADOTADAS PELAS INSTI-
ços bancários e financeiros estão sujeitos às nor- TUIÇÕES FINANCEIRAS E DEMAIS INSTITUIÇÕES
mas do Código de Defesa do Consumidor, conforme AUTORIZADAS PELO BANCO CENTRAL DO BRA-
determina o art. 2º da Lei Federal 8078/90 SIL NO SENTIDO DE EVIDENCIAR AOS CLIENTES
É certo que, a Resolução 2878 nos aspectos ligados CONSUMIDORES DAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS:
aos serviços bancários nada mais é que uma apli- (CLÁUSULA TERCEIRA)
cação das normas contida no Código de Defesa do Trata-se de uma condicionante da Responsabili-
Consumidor e que já deveriam ser obedecidas pelas dade Civil e Criminal na emissão de cheques sem
Instituições Financeiras e pelas demais Instituições a provisão de fundos e das situações da inscrição
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do do correntista no cadastro de emitentes de cheques
Brasil. sem fundos. E ainda uma obrigatoriedade de publi-
cidade pêlos Bancos das condições contratuais e as
378 1 Disponível em: https://www.procon.go.gov.br/noticias/codigo-de-defesa-do-cliente-bancario.html. Acesso em: 18 jul. 2022.
tarifas cobradas pela instituição. As regras devem parágrafo único, I) e a leitura do contrato pelo defi-
ser bem claras para o correntista, em especial ciente auditivo, antes da sua assinatura (art. 12,
envolvendo os contratos de abertura de crédito em parágrafo único, II). A norma, apesar de parecer ter
conta corrente ou cheque especial além dos dispo- um bom objetivo, pode ter o inconveniente de legi-
sitivos aos direitos e as obrigações entre as duas timar os abusos das instituições financeiras, posto
partes que não há previsão de fiscalização do cumprimen-
to da leitura do contrato pelo banco, ou mesmo
4-MEDIDAS A SEREM ADOTADAS PELAS INSTI- punição para o caso de desrespeito; assim, ter-se-ia
TUIÇÕES FINANCEIRAS E DEMAIS INSTITUIÇÕES a presunção de que ao deficiente visual foi oportu-
AUTORIZADAS PELO BANCO CENTRAL DO BRA- nizada a oitiva do contrato por um funcionário do
SIL NO SENTIDO DE EVIDENCIAR AOS CLIENTES banco, razão pela qual não poderia alegar que des-
CONSUMIDORES UMA AMPLA PUBLICIDADE conhecia os termos do instrumento.
DOS SEUS CONTRATOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS:
(CLÁUSULA QUARTA, QUINTA E SEXTA 6-MEDIDAS A SEREM ADOTADAS PELAS INSTI-
No artigo 4 temos a obrigatoriedade do cumpri- TUIÇÕES FINANCEIRAS E DEMAIS INSTITUIÇÕES
mento das informações ou publicidade referente AUTORIZADAS PELO BANCO CENTRAL DO BRA-
aos contratos, operações e serviços oferecidos ou SIL NO SENTIDO DE EVIDENCIAR AOS CLIENTES
prestados pelos Bancos. E no supra parágrafo úni- CONSUMIDORES O DIREITO DE UM PLENO ATEN-
co temos que a publicidade deve ser de forma clara, DIMENTO, SENDO VEDADA OPERAÇÕES CASA-
simples e imediata. No artigo 5 temos que é vedado DAS OU CONDICIONADAS: (CLÁUSULAS DÉCIMA
a prática da publicidade enganosa ou abusiva No QUINTA E SEXTA E SÉTIMA)
artigo seguinte temos que a Instituição Financeira Nos artigos acima descritos temos duas questões
quando solicitada pelo correntista, deve comprovar fundamentais. Os saques imediatos e a venda casa-
a veracidade e a exatidão da informação divulgada. da. No que tange aos saques imediatos temos que
termina também a recusa das Instituições Finan-
5- MEDIDAS A SEREM ADOTADAS PELAS INSTI- ceiras em pagar saques em espécie no ato da soli-
TUIÇÕES FINANCEIRAS E DEMAIS INSTITUIÇÕES citação do Consumidor-correntista. A disposição
AUTORIZADAS PELO BANCO CENTRAL DO BRA- limita-se, no entanto, para os casos em que os
SIL NO SENTIDO DE EVIDENCIAR AOS CLIENTES saques são realizados, em espécie, em conta cor-
CONSUMIDORES O DIREITO DE UMA LIQUIDAÇÃO rente de depósitos à vista na agência em que o cor-
ANTECIPADA, DA FACILIDADE DE COMPREENSÃO rentista mantenha conta. A regra agora é a de que
DE SUAS TABELAS E DE GARANTIA DE UM PLENO saques inferiores a R$ 5.000,00 devem ser pagos no
ATENDIMENTO AOS NÂO CLIENTES E PORTADO- ato pelo banco e os superiores devem ser pagos no
RES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA: (CLÁUSULAS SÉTI- mesmo dia, desde que o cliente venha em requerer
MA Á DÉCIMA QUARTA) com até 4 horas de antecedência do fechamento do
Não se faz nenhuma novidade o contido no arti- expediente bancário (art. 16).
go sétimo da Resolução 2878 a respeito do direito No que tange a venda casada fica terminantemente
á liquidação antecipada do débito, pois o próprio proibida em função do Artigo 17 da Resolução 2878
Código de Defesa do Consumidor já prevê em seu do BCB e do dispositivo consagrado no Artigo 39
Artigo 52 inciso 2 o direito do Consumidor-corren- I do Código Civil Brasileiro. Todavia, não se retira
tista onde em caso de antecipação de pagamento do Banco o poder de impor o débito em conta cor-
de seus débitos, descontados proporcionalmente os rente como única forma de pagamento de obriga-
juros (Resolução, art. 7º) e outros acréscimos ante- ções, o que é uma das maiores formas de pressão
cipados pela Instituição Financeira. de uma instituição financeira para fazer com que os
O artigo oitavo trata de uma obrigatoriedade para clientes que, mesmo não concordando com alguma
as Instituições Financeiras em utilizar de forma prática realizada pelo banco, se submetam a ela de
clara e inequívoca de tabelas de tarifas de serviços, qualquer forma.
de informativos e demonstrativos de movimenta-
380
esse é o “tchan” do diferencial no serviço: pegar algo
que é intangível e deixá-lo mais tangível. LEI Nº 10.048, DE 2000 – LEI DA
Após essa breve introdução, vamos ao tema! PRIORIDADE DE ATENDIMENTO ÀS
z O que é produto? PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Produto é algo material, tangível, estocável, dura- A Lei nº 10.048, de 2000 completará 21 anos em
douro. Algo que apresenta aspectos de tangibilidade, 8 de novembro de 2021. Ela regula a prioridade de
isto é, você pode pegar, sentir, apalpar. Imagine o seu atendimento às pessoas com deficiência e, durante
desejo de trocar de celular. Você vai à loja e solicita esse tempo, já sofreu algumas alterações. A mais sig-
o modelo ao atendente. Com certeza, revirará o pro- nificativa foi promovida pelo Estatuto da Pessoa com
duto. Fará alguns testes, verificará o layout, as cores, Deficiência (Lei nº 13.146, de 2015).
o painel e, assim, por diante. Isso tudo é experimen- Você pode se perguntar: quem terá prioridade de
tação. Com esse exemplo, buscamos mostrar que os atendimento? A resposta está no art. 1º da Lei. Acom-
produtos são mais facilmente experimentados, dife- panhe a seguir:
rentemente dos serviços.
z Pessoas com deficiência;
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS
z Idosos com idade igual ou superior a 60 anos;
z Gestantes;
z Intangibilidade: Não são vistos ou provados antes z Lactantes;
de serem adquiridos, pois a experimentação é difí- z Pessoas com crianças de colo;
cil de ocorrer. Aliás, usamos outras maneiras de
z Obesos.
experimentar, como o visual do local ou a deco-
ração, mas, ainda assim, é complicado de experi-
Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com
mentar antes. Vamos pensar, como exemplo, em
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as
um corte de cabelo. Você nunca cortou o cabelo na gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças de
“Barbearia do Manuel” e foi até lá pela primeira colo e os obesos terão atendimento prioritário, nos
vez. Você só vai ter certeza de que o corte de cabelo termos desta Lei.
é bom depois de cortar, não é mesmo? O que pro-
vavelmente você faria é ficar atento ao redor, bus-
A todas as pessoas citadas no art. 1º será assegu-
cando a sensação de experimentação.
rado um atendimento prioritário pelas instituições
financeiras (bancos), repartições públicas e empre-
Os serviços podem ser ideias ou conceitos e, por sas concessionárias de serviços públicos.
isso, são intangíveis. Por muitas vezes, compramos ou Além do atendimento prioritário, as empresas
adquirimos algo pela reputação da organização. Veja
públicas de transporte coletivo e concessionárias
a importância de um atendimento personalizado;
deverão reservar assentos especiais e identificados
a idosos, gestantes, lactantes, pessoas com deficiência
z Inseparabilidade: Serviços, diferentemente de e pessoas acompanhadas por crianças de colo.
produtos, são consumidos no momento em que são
criados, portanto de maneira simultânea e não são
separados no instante em que é oferecido. Podemos
dizer que é indissociável. Tomemos, como exem-
plo, uma aula presencial. Caso você acabe perden-
do a aula, não terá como voltar. Mesmo que você
combine com o professor de repetir essa aula, ela
nunca será a mesma, pois são muitas variáveis que
influenciam o momento de realização de uma aula;
z Variabilidade: Diferentemente dos produtos, que são
Imateriais
Bancários Inseparáveis
PRODUTOS
Prestação de
Variáveis
Serviços
Perecíveis
381
Art. 3º As empresas públicas de transporte e as Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais e critérios
concessionárias de transporte coletivo reservarão básicos para a promoção da acessibilidade das pes-
assentos, devidamente identificados, aos idosos, soas portadoras de deficiência ou com mobilidade
gestantes, lactantes, pessoas portadoras de defi- reduzida, mediante a supressão de barreiras e de
ciência e pessoas acompanhadas por crianças de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliá-
colo. rio urbano, na construção e reforma de edifícios e
nos meios de transporte e de comunicação.
Uma das significativas mudanças promovidas pelo
advento da Lei nº 10.048, de 2000 foi a necessidade Vejamos agora algumas definições que a Lei de
de que, para a construção de logradouros, sanitários promoção da acessibilidade das pessoas portadoras
públicos e edifícios públicos, houvesse normas cla- de deficiência ou com mobilidade reduzida confere
ras destinadas a facilitar o acesso e uso desses locais em relação a sua finalidade:
às pessoas com deficiência. Essas normas deverão
ser aprovadas para efeito de licenciamento dessas z Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcan-
edificações. ce para utilização, com segurança e autonomia,
por pessoa com deficiência ou com mobilidade
Art. 4º Os logradouros e sanitários públicos, bem reduzida, de espaços, mobiliários, equipamentos
como os edifícios de uso público, terão normas de urbanos, edificações, transportes, informação e
construção, para efeito de licenciamento da respec- comunicação (inciso I do Art. 2º);
tiva edificação, baixadas pela autoridade compe- z Barreiras: Qualquer entrave, obstáculo, atitude
tente, destinadas a facilitar o acesso e uso desses ou comportamento que limite ou impeça a parti-
locais pelas pessoas portadoras de deficiência. cipação social da pessoa, bem como o gozo, a frui-
ção e o exercício de seus direitos à acessibilidade,
Até 1 ano (12 meses) após a publicação da Lei nº à liberdade de movimento e de expressão, à comu-
10.048, de 2000, os veículos de transporte coletivo tive- nicação, ao acesso à informação, à compreensão,
ram que se planejar para facilitar o acesso das pessoas à circulação com segurança, entre outros (inciso II
com deficiência a seu interior. do Art. 2º).
A Lei nº 10.048, de 2000 utiliza a terminologia
“pessoa portadora de deficiência”. Contudo, o termo Antes de prosseguirmos com as demais definições,
definido pela Convenção das Nações Unidas é “pessoa é importante colocar que, nas alíneas de “a” a “d” do
com deficiência”. inciso II do art. 2º, a Lei subdivide barreiras em:
Caso haja ofensa à legislação específica, os infra-
tores estarão sujeitos ao seguinte, de acordo com os z Barreiras urbanísticas: As existentes nas vias e
nos espaços públicos e privados abertos ao público
incisos do art. 6º:
ou de uso coletivo;
z Barreiras arquitetônicas: As existentes nos edifí-
INFRATOR SANÇÕES
cios públicos e privados;
Servidor ou chefia responsá- Penalidades previstas na le- z Barreiras nos transportes: As existentes nos sis-
vel pela repartição pública gislação específica
temas e meios de transportes;
Multa de R$ 500,00 a R$ z Barreiras nas comunicações e na informação:
2.500,00, por veículos sem as Qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
Empresas concessionárias de
condições de assentos iden- tamento que dificulte ou impossibilite a expressão
serviço público
tificados e que não sigam as
ou o recebimento de mensagens e de informações
normas para construção
por intermédio de sistemas de comunicação e de
tecnologia da informação.
Se, por acaso, houver reincidência, as penali-
dades poderão ser elevadas ao dobro do previsto, Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas
segundo o parágrafo único do art. 6º. as seguintes definições: [...]
Como puderam perceber, a Lei nº 10.048, de 2000 II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude
é curta e direta. ou comportamento que limite ou impeça a partici-
pação social da pessoa, bem como o gozo, a frui-
ção e o exercício de seus direitos à acessibilidade,
à liberdade de movimento e de expressão, à comu-
LEI Nº 10.098, DE 2000 – LEI DE nicação, ao acesso à informação, à compreensão,
PROMOÇÃO DA ACESSIBILIDADE DAS à circulação com segurança, entre outros, classifi-
cadas em:
PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias
OU COM MOBILIDADE REDUZIDA e nos espaços públicos e privados abertos ao públi-
co ou de uso coletivo;
DISPOSIÇÕES GERAIS b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos
edifícios públicos e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos
Em seu art. 1º, a lei estabelece que a promoção da
sistemas e meios de transportes;
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiên- d) barreiras nas comunicações e na infor-
cia ou com mobilidade reduzida se dará através de mação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
eliminação de barreiras e de obstáculos nas vias e comportamento que dificulte ou impossibilite a
nos espaços públicos, no mobiliário urbano, na cons- expressão ou o recebimento de mensagens e de
trução e reforma de edifícios e nos meios de transpor- informações por intermédio de sistemas de comu-
382 te e de comunicação. nicação e de tecnologia da informação;
Seguimos com as definições dispostas para as TECNOLOGIA ASSISTIVA OU AJUDA TÉCNICA
finalidades da Lei de promoção da acessibilidade das
Produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, meto-
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
dologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem
reduzida, também dadas nos incisos do art. 2º:
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à
participação da pessoa com deficiência ou com mobili-
PESSOA COM DEFICIÊNCIA dade reduzida, visando à sua autonomia, independên-
Aquela que tem impedimento de longo prazo de natu- cia, qualidade de vida e inclusão social
reza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
Observem as diferenças entre elementos de urba-
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
nização e imobiliário urbano que o art. 2º, em seus
de condições com as demais pessoas
incisos VII e VIII, apresenta. Inclusive, mais adiante,
PESSOA COM MOBILIDADE REDUZIDA voltaremos a falar desses dois tópicos, pois a Lei de
Aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade Promoção da Acessibilidade das pessoas portadoras
de movimentação, permanente ou temporária, geran- de deficiência ou com mobilidade reduzida irá deta-
do redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da lhar mais alguns pontos sobre eles.
coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso,
gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas as
ACOMPANHANTE seguintes definições: [...]
VI - elemento de urbanização: quaisquer compo-
Aquele que acompanha a pessoa com deficiência, po- nentes de obras de urbanização, tais como os refe-
dendo ou não desempenhar as funções de atendente rentes a pavimentação, saneamento, encanamento
pessoal para esgotos, distribuição de energia elétrica e de
gás, iluminação pública, serviços de comunicação,
Veja que a condição da Pessoa com Deficiência é abastecimento e distribuição de água, paisagismo e
os que materializam as indicações do planejamento
um impedimento de longo prazo, e, quanto à mobi-
urbanístico;
lidade reduzida, a dificuldade de movimentação
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos exis-
poderá ser permanente ou temporária, nessa últi-
tentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos
ma incluídos idosos, gestantes, lactantes, pessoas com
ou adicionados aos elementos de urbanização ou
criança no colo e obesos.
de edificação, de forma que sua modificação ou seu
traslado não provoque alterações substanciais nes-
Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas as
ses elementos, tais como semáforos, postes de sina-
seguintes definições: [...]
lização e similares, terminais e pontos de acesso
III - pessoa com deficiência: aquela que tem impe-
coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixei-
dimento de longo prazo de natureza física, mental,
ras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quais-
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
quer outros de natureza análoga;
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua partici-
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica:
pação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
produtos, equipamentos, dispositivos, recursos,
condições com as demais pessoas;
[...] metodologias, estratégias, práticas e serviços que
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aque- objetivem promover a funcionalidade, relacio-
la que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de nada à atividade e à participação da pessoa com
movimentação, permanente ou temporária, geran- deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à
do redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, sua autonomia, independência, qualidade de vida e
da coordenação motora ou da percepção, incluindo inclusão social;
idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de IX - comunicação: forma de interação dos cida-
Art. 10 A concepção e a implantação dos projetos Por fim, o art. 13 orienta que as regras previstas
arquitetônicos e urbanísticos devem atender aos nas normas técnicas brasileiras de acessibilidade
princípios do desenho universal, tendo como refe- devem ser observadas. Veja:
rências básicas as normas técnicas de acessibili-
dade da ABNT, a legislação específica e as regras Art. 13 Orientam-se, no que couber, pelas regras
contidas neste Decreto. previstas nas normas técnicas brasileiras de aces-
§ 1º Caberá ao Poder Público promover a inclu- sibilidade, na legislação específica, observado o
são de conteúdos temáticos referentes ao desenho disposto na Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001,
universal nas diretrizes curriculares da educação e neste Decreto:
profissional e tecnológica e do ensino superior dos I - os Planos Diretores Municipais e Planos Direto-
cursos de Engenharia, Arquitetura e correlatos. res de Transporte e Trânsito elaborados ou atuali-
§ 2º Os programas e as linhas de pesquisa a serem zados a partir da publicação deste Decreto;
desenvolvidos com o apoio de organismos públicos II - o Código de Obras, Código de Postura, a Lei de
de auxílio à pesquisa e de agências de fomento deve- Uso e Ocupação do Solo e a Lei do Sistema Viário;
rão incluir temas voltados para o desenho universal. III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de san-
O art. 11 traz a obrigatoriedade para a construção, ções, incluindo a vigilância sanitária e ambiental; e
reforma ou ampliação de edificações de uso público V - a previsão orçamentária e os mecanismos tribu-
ou coletivo, assim como para a mudança de destina- tários e financeiros utilizados em caráter compen-
ção desses tipos de edificação, de executar o projeto satório ou de incentivo.
de modo que o local seja ou se torne acessível às pes- § 1º Para concessão de alvará de funcionamento ou
soas com deficiência ou com mobilidade reduzida. sua renovação para qualquer atividade, devem ser
Nos termos: observadas e certificadas as regras de acessibilida-
de previstas neste Decreto e nas normas técnicas de
acessibilidade da ABNT.
Art. 11 A construção, reforma ou ampliação de edi-
§ 2º Para emissão de carta de “habite-se” ou habi-
ficações de uso público ou coletivo, ou a mudança
litação equivalente e para sua renovação, quando
de destinação para estes tipos de edificação, deve-
esta tiver sido emitida anteriormente às exigências
rão ser executadas de modo que sejam ou se tor-
de acessibilidade contidas na legislação específica,
nem acessíveis à pessoa portadora de deficiência ou
devem ser observadas e certificadas as regras de
com mobilidade reduzida.
acessibilidade previstas neste Decreto e nas nor-
§ 1º As entidades de fiscalização profissional das
mas técnicas de acessibilidade da ABNT.
atividades de Engenharia, Arquitetura e correlatas,
ao anotarem a responsabilidade técnica dos proje-
tos, exigirão a responsabilidade profissional decla- A Seção II, que cuida das condições específicas, é
rada do atendimento às regras de acessibilidade composta pelos arts. de 14 a 27.
previstas nas normas técnicas de acessibilidade da Enquanto o art. 14 estabelece quais são as regras
ABNT, na legislação específica e neste Decreto. a serem observadas na promoção da acessibilidade
§ 2º Para a aprovação ou licenciamento ou emissão (Decreto, normas técnicas de acessibilidade da ABNT
de certificado de conclusão de projeto arquitetônico e disposições contidas nas legislações estaduais, dis-
ou urbanístico deverá ser atestado o atendimento tritais e municipais), o art. 15 cuida das regras para
às regras de acessibilidade previstas nas normas o planejamento e urbanização das vias, praças, dos
O art. 17 trata dos semáforos para pedestres, O art. 20 trata dos desníveis das áreas de circu-
que devem ser equipados com mecanismo que sir- lação internas ou externas quando da construção,
va de guia ou orientação para a travessia de pessoa ampliação ou reforma, que deverão ser transpostos
com deficiência visual ou com mobilidade reduzida, por meio de rampa ou equipamento eletromecânico
nos locais onde a intensidade do fluxo de veículos, de deslocamento vertical, salvo se houver outro aces-
de pessoas ou onde a periculosidade na via assim so mais cômodo para pessoa com deficiência ou mobi-
390 determinar. Salienta-se que é possível a instalação do lidade reduzida.
Art. 20 Na ampliação ou reforma das edificações O art. 23 estabelece que deve haver espaços livres
de uso púbico ou de uso coletivo, os desníveis das para os cadeirantes e assentos para pessoas com defi-
áreas de circulação internas ou externas serão ciência ou com mobilidade reduzida nos teatros, cine-
transpostos por meio de rampa ou equipamento mas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de
eletromecânico de deslocamento vertical, quando espetáculos e de conferências e similares, que devem
não for possível outro acesso mais cômodo para
respeitar alguns requisitos. Veja:
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade
reduzida, conforme estabelecido nas normas técni-
cas de acessibilidade da ABNT. Art. 23 Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios,
ginásios de esporte, locais de espetáculos e de con-
ferências e similares, serão reservados espaços
O art. 21 dispõe que, tanto os balcões de atendi-
livres para pessoas em cadeira de rodas e assentos
mento quanto as bilheterias em locais de uso público
para pessoas com deficiência ou com mobilidade
ou coletivo e as urnas das seções eleitorais devem dis- reduzida, de acordo com a capacidade de lotação
por de, pelo menos, uma parte da superfície acessí- da edificação, conforme o disposto no art. 44 § 1º,
vel para atendimento às pessoas com deficiência ou da Lei 13.446, de 2015.
mobilidade reduzida. § 1º Os espaços e os assentos a que se refere o
caput, a serem instalados e sinalizados conforme
Art. 21 Os balcões de atendimento e as bilheterias os requisitos estabelecidos nas normas técnicas de
em edificação de uso público ou de uso coletivo acessibilidade da Associação Brasileira de Normas
devem dispor de, pelo menos, uma parte da super- Técnicas - ABNT, devem:
fície acessível para atendimento às pessoas porta- I - ser disponibilizados, no caso de edificações com
doras de deficiência ou com mobilidade reduzida, capacidade de lotação de até mil lugares, na pro-
conforme os padrões das normas técnicas de aces- porção de:
sibilidade da ABNT.
a) dois por cento de espaços para pessoas em cadei-
Parágrafo único. No caso do exercício do direito de
ra de rodas, com a garantia de, no mínimo, um
voto, as urnas das seções eleitorais devem ser ade-
espaço; e
quadas ao uso com autonomia pelas pessoas porta-
b) dois por cento de assentos para pessoas com defi-
doras de deficiência ou com mobilidade reduzida e
ciência ou com mobilidade reduzida, com a garan-
estarem instaladas em local de votação plenamente
tia de, no mínimo, um assento; ou
acessível e com estacionamento próximo.
II - ser disponibilizados, no caso de edificações com
capacidade de lotação acima de mil lugares, na pro-
O art. 22 traz a obrigatoriedade de as edifica-
porção de:
ções de uso público ou coletivo possuírem sanitários a) vinte espaços para pessoas em cadeira de rodas
acessíveis às pessoas com deficiência ou mobilidade mais um por cento do que exceder mil lugares; e
reduzida. b) vinte assentos para pessoas com deficiência ou
com mobilidade reduzida mais um por cento do que
Art. 22 A construção, ampliação ou reforma de exceder mil lugares.
edificações de uso público ou de uso coletivo devem
dispor de sanitários acessíveis destinados ao uso
Importante consignar, ainda, que, nesses espaços,
por pessoa portadora de deficiência ou com mobi-
lidade reduzida.
50% dos assentos reservados para pessoas com defi-
§ 1º Nas edificações de uso público a serem cons- ciência ou com mobilidade reduzida devem ter carac-
truídas, os sanitários destinados ao uso por pessoa terísticas dimensionais e estruturais também para o
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzi- uso por pessoa obesa.
da serão distribuídos na razão de, no mínimo, uma Há de se mencionar o direito à meia entrada para
cabine para cada sexo em cada pavimento da edi- pessoas com deficiência não está restrito a esses espa-
ficação, com entrada independente dos sanitários ços e assentos, mas está sujeito ao limite estabelecido
Art. 54 Autorizatárias e consignatárias do serviço O art. 59 estabelece que o Poder Público deve
de radiodifusão de sons e imagens operadas pelo apoiar, preferencialmente, os congressos, seminários,
Poder Público poderão adotar plano de medidas oficinas e demais eventos científico-culturais que ofe-
técnicas próprio, como metas antecipadas e mais reçam os meios de acessibilidade, tais como apoios
amplas do que aquelas as serem definidas no âmbi- humanos às pessoas com deficiência auditiva e visual,
to do procedimento estabelecido no art. 53. ou tecnologias de informação e comunicação, tais
como a transcrição eletrônica simultânea.
O art. 55 trata da capacitação de profissionais Finalizando o capítulo, o art. 60 trata do financia-
em LIBRAS, que é de responsabilidade dos órgãos e mento dos programas e das linhas de pesquisa que
entidades públicas, diretamente ou em parceria com contemplem temas voltados para tecnologia da infor-
organizações sociais civis de interesse público e sob a mação acessível para pessoas com deficiência.
orientação do Ministério da Educação e da Secretaria
Especial dos Direitos Humanos. Art. 60 Os programas e as linhas de pesquisa a
serem desenvolvidos com o apoio de organismos
Art. 55 Caberá aos órgãos e entidades da adminis- públicos de auxílio à pesquisa e de agências de
tração pública, diretamente ou em parceria com financiamento deverão contemplar temas voltados
organizações sociais civis de interesse público, sob para tecnologia da informação acessível para pes-
a orientação do Ministério da Educação e da Secre- soas portadoras de deficiência.
taria Especial dos Direitos Humanos, por meio da Parágrafo único. Será estimulada a criação de
CORDE, promover a capacitação de profissionais linhas de crédito para a indústria que produza com-
em LIBRAS. ponentes e equipamentos relacionados à tecnologia
da informação acessível para pessoas portadoras
O art. 56 estabelece que o projeto de desenvolvi- de deficiência.
mento e implementação da televisão digital no Bra-
sil deve contemplar, obrigatoriamente, os três tipos AJUDAS TÉCNICAS
de sistema de acesso à informação: circuito de deco-
dificação de legenda oculta, recurso para Programa O Capítulo VII cuida das ajudas técnicas. Para tan-
Secundário de Áudio (SAP) e entradas para fones de to, o art. 61 considera como ajudas técnicas os produ-
ouvido com ou sem fio. tos, instrumentos, equipamentos ou tecnologias que
O art. 57 se refere à responsabilidade da Secretaria estejam adaptados ou foram projetados para melho-
de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da rar a funcionalidade da pessoa com deficiência ou
Presidência da República de editar, no prazo de doze com mobilidade reduzida, de modo a favorecer sua
meses, a contar da data da publicação do decreto, nor- autonomia pessoal, total ou assistida.
mas complementares.
Art. 61 Para os fins deste Decreto, consideram-se
Art. 57 A Secretaria de Comunicação de Governo ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equipa-
e Gestão Estratégica da Presidência da República mentos ou tecnologia adaptados ou especialmente
editará, no prazo de doze meses a contar da data projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa
da publicação deste Decreto, normas complemen- portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida,
tares disciplinando a utilização dos sistemas de favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida.
acesso à informação referidos no § 2º do art. 53, na § 1º Os elementos ou equipamentos definidos como
O acesso à terra e à moradia são historicamente O direito ao trabalho está elencado entre os direi-
negados à população negra. Visando reverter tal situa- tos sociais, previstos no art. 6º da CF. Buscando garan-
ção, o Estatuto da Igualdade Racial prevê uma série tir a maior inclusão da população negra no mercado
de medidas, algumas especialmente voltadas para os de trabalho, o Estatuto encarrega o poder público de
remanescentes das comunidades dos quilombos. implementar políticas públicas que devem observar
Em relação ao acesso à terra, o Estatuto prevê: os compromissos assumidos pelo Brasil perante a
comunidade internacional.
O poder público deve promover ações que asse-
z Poder público
gurem a igualdade de oportunidades no mercado de
trabalho para a população negra, inclusive mediante
Elaborará e implementará políticas públicas capa-
a implementação de medidas visando à promoção da
zes de promover o acesso da população negra à
igualdade nas contratações do setor público e o incen-
terra e às atividades produtivas no campo; tivo à adoção de medidas similares nas empresas e
Promoverá ações para viabilizar e ampliar o organizações privadas (art. 39).
acesso da população negra ao financiamento Especificamente, o Poder Executivo Federal, pode-
agrícola; rá estabelecer critérios para ampliar a participação de
Promoverá a educação e a orientação profissio- negros em cargos em comissão e funções de confiança
nal agrícola para os trabalhadores negros e as (art. 42).
comunidades negras rurais
Dica
z Poder Executivo Federal
Cargos em comissão, também chamados de
Elaborará e desenvolverá políticas públicas cargos de confiança, assim como as funções de
especiais voltadas para o desenvolvimento sus- confiança encontram-se previstos no art. 37, inc.
tentável dos remanescentes das comunidades II da CF, sendo cargos de livre provimento e livre
Por fim, o Estatuto afirma que as medidas insti- z Lei modificada: Lei nº 9.029, de 1995, que proíbe a
Os quilombos eram locais em que os escravos O Cap. III cuida do direito à liberdade de cons-
foragidos e alguns libertos produziam e comer- ciência e de crença e ao livre exercício dos cultos
cializavam determinados gêneros agrícolas e religiosos.
artesanais, bem como se organizavam militar- O art. 23 repete o inciso VI, art. 5º, da CF, de 1988
mente para lutar pela abolição da escravidão. ao garantir o direito de consciência e de crença, bem
Com a Lei Áurea, a situação das pessoas que como sua expressão.
habitavam os quilombos passou a se dar por
meio da territorialização étnica, ou seja, de iden- Art. 23 É inviolável a liberdade de consciência e de
tificação com os valores, costumes, além da crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote-
ligação territorial. Surge, então, o conceito de
ção aos locais de culto e a suas liturgias.
quilombolas.
A liberdade de consciência abrange a liberdade de
Traz, ainda, o incentivo à celebração das persona- consciência em sentido estrito, ou seja, a liberdade
lidades e das datas comemorativas relacionadas à tra- de pensamento de foro íntimo em questões não reli-
jetória do samba e de outras manifestações culturais giosas, tais como convicções de ordem ideológica ou
de matriz africana e o registro e a proteção da capoei- filosófica, e a liberdade de crença, isto é, a liberdade
ra. Vejamos os dispositivos: de pensamento de foro íntimo em questões de nature-
za religiosa. Com relação à religião, assegura tanto a
Art. 17 O poder público garantirá o reconhecimen- liberdade de crença (foro íntimo), ou seja, de ter uma
to das sociedades negras, clubes e outras formas religião, como a liberdade de expressão, isto é, de culto.
de manifestação coletiva da população negra, com Além disso, estabelece a liberdade religiosa, ou seja, de
trajetória histórica comprovada, como patrimônio mudar de crença ou religião e de manifestação desta.
histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 Como consequência, o art. 24 elenca quais são os
412 da Constituição Federal. direitos assegurados:
Art. 24 O direito à liberdade de consciência e de Art. 29 Serão assegurados à população negra a
crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de assistência técnica rural, a simplificação do acesso
matriz africana compreende: ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraes-
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões rela- trutura de logística para a comercialização da
cionadas à religiosidade e a fundação e manuten- produção.
ção, por iniciativa privada, de lugares reservados Art. 30 O poder público promoverá a educação e a
para tais fins; orientação profissional agrícola para os trabalha-
II - a celebração de festividades e cerimônias de dores negros e as comunidades negras rurais.
acordo com preceitos das respectivas religiões; Art. 31 Aos remanescentes das comunidades dos
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa pri- quilombos que estejam ocupando suas terras é
vada, de instituições beneficentes ligadas às respec- reconhecida a propriedade definitiva, devendo o
tivas convicções religiosas; Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e Art. 32 O Poder Executivo federal elaborará e desen-
o uso de artigos e materiais religiosos adequados
volverá políticas públicas especiais voltadas para
aos costumes e às práticas fundadas na respectiva
o desenvolvimento sustentável dos remanescentes
religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas por
das comunidades dos quilombos, respeitando as
legislação específica;
tradições de proteção ambiental das comunidades.
V - a produção e a divulgação de publicações rela-
Art. 33 Para fins de política agrícola, os remanes-
cionadas ao exercício e à difusão das religiões de
matriz africana; centes das comunidades dos quilombos receberão
VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas dos órgãos competentes tratamento especial dife-
naturais e jurídicas de natureza privada para a renciado, assistência técnica e linhas especiais de
manutenção das atividades religiosas e sociais das financiamento público, destinados à realização de
respectivas religiões; suas atividades produtivas e de infraestrutura.
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunica- Art. 34 Os remanescentes das comunidades dos
ção para divulgação das respectivas religiões; quilombos se beneficiarão de todas as iniciativas
VIII - a comunicação ao Ministério Público para previstas nesta e em outras leis para a promoção
abertura de ação penal em face de atitudes e práti- da igualdade étnica.
cas de intolerância religiosa nos meios de comuni-
cação e em quaisquer outros locais. Já os arts. 35 à 37 tratam da moradia, garantida
por meio de políticas públicas, programas, projetos
O art. 25 é decorrência do direito à liberdade de e outras ações governamentais realizadas no âmbito
crença e culto de matriz africana, de modo a garan- do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social
tir aos internados em estabelecimentos prisionais e de (SNHIS) e ações para viabilizar o acesso à população
saúde, o acesso à assistência espiritual e religiosa. negra aos financiamentos habitacionais.
O art. 26 estabelece a responsabilidade do Poder
Público de adotar as medidas necessárias para o com- Art. 35 O poder público garantirá a implementa-
bate à intolerância com as religiões de matrizes afri- ção de políticas públicas para assegurar o direito
canas e à discriminação de seus seguidores. Vejamos: à moradia adequada da população negra que vive
em favelas, cortiços, áreas urbanas subutilizadas,
Art. 26 O poder público adotará as medidas neces- degradadas ou em processo de degradação, a fim
sárias para o combate à intolerância com as reli- de reintegrá-las à dinâmica urbana e promover
giões de matrizes africanas e à discriminação de melhorias no ambiente e na qualidade de vida.
seus seguidores, especialmente com o objetivo de: Parágrafo único. O direito à moradia adequada,
I - coibir a utilização dos meios de comunicação para os efeitos desta Lei, inclui não apenas o pro-
social para a difusão de proposições, imagens ou vimento habitacional, mas também a garantia da
abordagens que exponham pessoa ou grupo ao infraestrutura urbana e dos equipamentos comuni-
ódio ou ao desprezo por motivos fundados na reli-
O art. 40 trata do Conselho Deliberativo do Fundo O Título III trata do Sistema Nacional de Promo-
de Amparo ao Trabalhador (Codefat) como respon- ção da Igualdade racial (Sinapir), sendo dividido em
sável por formular políticas, programas e projetos quatro capítulos. O Cap. I compreende o art. 47 e traz
voltados para a inclusão da população negra no mer- à disposição preliminar, ou seja, que o Sinapir busca
cado de trabalho e orientação quanto à destinação de organizar e articular ações voltadas à implementação
recursos para seu financiamento. do conjunto de políticas e serviços destinados a supe-
O art. 41 cuida das ações de emprego e renda, pro- rar as desigualdades étnicas brasileiras. Sua gestão
movidas por meio de financiamento para constituição envolve a participação dos Estados, o Distrito Federal
e ampliação de pequenas e médias empresas e de pro- e os Municípios por meio de adesão e da sociedade e
gramas de geração de renda. iniciativa privada mediante incentivo.
Por fim, o art. 42 trata da criação de critérios para
provimento de cargos em comissão e funções de con- Art. 47 É instituído o Sistema Nacional de Promo-
fiança destinados a ampliar a participação de negros. ção da Igualdade Racial (Sinapir) como forma de
O Capítulo IV trata do direito aos meios de comu- organização e de articulação voltadas à implemen-
414 nicação, compreendendo os arts. 43 a 46 do Estatuto. tação do conjunto de políticas e serviços destinados
a superar as desigualdades étnicas existentes no atividades previstos nesta Lei aos Estados, Distrito
País, prestados pelo poder público federal. Federal e Municípios que tenham criado conselhos
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de promoção da igualdade étnica.
poderão participar do Sinapir mediante adesão.
§ 2º O poder público federal incentivará a sociedade O Capítulo IV trata em seus arts. 51 a 55 das ouvi-
e a iniciativa privada a participar do Sinapir. dorias permanentes e do acesso à Justiça e à segu-
rança. Nos termos do art. 51 cabe ao Poder Público
O Capítulo II traz no art. 48 os objetivos do Sinapir:
Federal instituir as Ouvidorias Permanentes para
receber denúncias de preconceito e discriminação,
Art. 48 São objetivos do Sinapir:
bem como implementar as medidas para assegurar a
I - promover a igualdade étnica e o combate às desi-
gualdades sociais resultantes do racismo, inclusive igualdade nos Poderes Legislativo e Executivo.
mediante adoção de ações afirmativas; O art. 52 garante às vítimas de discriminação étni-
II - formular políticas destinadas a combater os ca o acesso aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à
fatores de marginalização e a promover a integra- Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder
ção social da população negra; Judiciário. Além disso, assegura assistência física, psí-
III - descentralizar a implementação de ações quica, social e jurídica às mulheres negras.
afirmativas pelos governos estaduais, distrital e
municipais; Art. 52 É assegurado às vítimas de discriminação
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados étnica o acesso aos órgãos de Ouvidoria Permanen-
à promoção da igualdade étnica;
te, à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao
V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos
Poder Judiciário, em todas as suas instâncias, para
criados para a implementação das ações afirmativas
a garantia do cumprimento de seus direitos.
e o cumprimento das metas a serem estabelecidas.
Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às
mulheres negras em situação de violência, garan-
O Capítulo III cuida da organização e competên-
tida a assistência física, psíquica, social e jurídica.
cia do Sinapir. De acordo com o art. 49 a competência
para traçar a Política Nacional de Promoção da Igual-
O art. 53 estabelece obrigação do Estado brasilei-
dade Racial (PNPIR) é do Poder Executivo Federal.
ro de adotar medidas especiais para coibir a violên-
Art. 49 O Poder Executivo federal elaborará plano cia policial incidente sobre a população negra, além
nacional de promoção da igualdade racial conten- de ações de ressocialização e proteção da juventude
do as metas, princípios e diretrizes para a imple- negra.
mentação da Política Nacional de Promoção da Se o art. 53 trata do policial, o art. 54 diz respeito
Igualdade Racial (PNPIR). à discriminação e preconceito praticados por servido-
§ 1º A elaboração, implementação, coordenação, res públicos.
avaliação e acompanhamento da PNPIR, bem Por fim, o art. 55 estabelece a ação civil pública
como a organização, articulação e coordenação como meio judicial adequado para tratar das lesões
do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável
e das ameaças de lesão aos interesses da população
pela política de promoção da igualdade étnica em
âmbito nacional.
negra decorrentes de situações de desigualdade étni-
§ 2º É o Poder Executivo federal autorizado a ins- ca. Vejamos:
tituir fórum intergovernamental de promoção da
igualdade étnica, a ser coordenado pelo órgão res- Art. 53 O Estado adotará medidas especiais para
ponsável pelas políticas de promoção da igualdade coibir a violência policial incidente sobre a popu-
étnica, com o objetivo de implementar estratégias lação negra.
que visem à incorporação da política nacional de Parágrafo único. O Estado implementará ações de
promoção da igualdade étnica nas ações governa- ressocialização e proteção da juventude negra em
9 GABARITO
1 D
2 C
3 C
4 E
5 C
6 D
ANOTAÇÕES
417
ANOTAÇÕES
418
Logo em seguida, temos o importantíssimo Capítu-
lo II desta Resolução, “Da finalidade”, que aponta as
finalidades que deverão ser alcançadas pela ouvido-
ria. Vejamos:
Avaliação de Quali-
dade do Atendimento
Prestado pela Ouvido- Caixa
econômicas LEI Nº 8.078, DE 1990 – CÓDIGO DE
ria Aplica-se a
DEFESA DO CONSUMIDOR
A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conhe-
Sociedades cida como Código de Defesa do Consumidor (CDC),
de crédito estabeleceu as regras de proteção ao consumidor. Sua
edição foi necessária, porque, até a promulgação da
Constituição Federal de 1988 (CF, de 1988), os adqui-
rentes de produtos e serviços não possuíam normas
próprias, tendo que fundamentar a defesa de seus
Sociedades de direitos no antigo Código Civil de 1916 e nas seguin-
Financiamento tes legislações: Decreto nº 869, de 1938 (Lei de Crimes
Contra a Economia Popular); Decreto-Lei nº 22.626, de
1943 (Lei da Usura); Lei Delegada nº 4, de 1962, que
cuida da intervenção estatal no domínio econômico
Sociedades de
para a garantia de distribuição de produtos de primei-
Investimento ra necessidade; Lei nº 4.137, de 1962 (Lei de Repressão
do Poder Econômico), que instituiu o Sistema Brasilei-
ro de Defesa da Concorrência e criou o CADE – Conse-
Art. 17 A avaliação direta da qualidade do atendi- lho Administrativo de Defesa Econômica, estruturado,
mento de que trata o art. 16 deve ser: atualmente, pela Lei nº 12.529, de 2011.
I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5, Com a CF, de 1988, a defesa do consumidor adqui-
sendo 1 o nível de satisfação mais baixo e 5 o nível riu um novo patamar. Ao mesmo tempo em que a
422 de satisfação mais alto; defesa do consumidor passou a ser tida como um
direito fundamental, tornou-se, também, um prin- uma vez que legitima a adoção de políticas protetivas
cípio da ordem econômica. Para tanto, foi o próprio para o consumidor. Como consequência, o Estado
legislador constituinte que determinou a elaboração poderá intervir na ordem econômica fundamentado
de um código para a defesa do consumidor. Assim, o na defesa e interesses dos consumidores.
Congresso Nacional elaborou a Lei nº 8.078, de 1990 e Por fim, o art. 48, do Ato das Disposições Constitu-
deu efetividade ao comando constitucional para inau- cionais Transitórias, estabeleceu o prazo de 120 (cento
gurar um novo microssistema de proteção. e vinte) dias da promulgação da CF, de 1988 para que
o Congresso Nacional elaborasse o Código de Defesa
Dica do Consumidor. Trata-se, portanto, de uma resposta
legal protetiva.
Sabe o porquê de estudar o CDC para o concur-
Embora a CF, de 1988 tenha estabelecido o prazo
so almejado? Porque o CDC é aplicado às ins-
para elaboração do CDC, observa-se que o prazo tem-
tituições financeiras. É neste sentido a Súmula
poral estabelecido pelo legislador constituinte não foi
297, do Superior Tribunal de Justiça: “O Código
observado, uma vez que o Código foi promulgado em
de Defesa do Consumidor é aplicável às institui-
11 de setembro de 1990 e sua entrada em vigor ocor-
ções financeiras”.
reu em 11 de março de 1991.
Além de se reportar a estes dispositivos constitu-
O CDC é uma norma relativamente enxuta, com-
posta por 119 (cento e dezenove) artigos estruturados cionais, o art. 1º, do CDC, estabelece que as normas
em seis títulos. Em concursos públicos, a cobrança de proteção ao consumidor são de ordem pública e
do CDC envolve, basicamente, os tópicos conceituais; interesse social, ou seja, são normas cogentes (obri-
as hipóteses de aplicabilidade e a própria letra da lei gatórias), que não podem ser afastadas ou modifica-
(legislação “seca”). Deste modo, o presente estudo será das pela vontade das partes e que, ao mesmo tempo
voltado para esses pontos, tendo, como parâmetro, o em que buscam trazer equilíbrio na relação jurídica,
concurso do Banco do Brasil, em especial, os dois pri- equalizam a diferença entre consumidor e fornecedor.
meiros títulos da norma. Em síntese, o CDC estabelece normas que vão regular
Antes de iniciar o estudo, no entanto, é preciso ter os contratos de consumo e limitar a autonomia da von-
em mente que, para melhor compreendê-la, é primor- tade, além de impossibilitar a renúncia do consumidor
dial entender sua estrutura e identificar as ideias mais quanto aos direitos estabelecidos na lei, salvo os casos
importantes da legislação. Por essa razão, é extre- de expressa disposição em sentido contrário. Vale lem-
mamente importante ler o texto de lei e tentar com- brar que normas de ordem pública são aquelas que
preender os pontos mais importantes dos artigos, sem revestem valores importantes para toda a coletividade,
precisar, contudo, decorá-los. isto é, que transcendem aos interesses particulares.
Feitas essas considerações iniciais, bons estudos! Observa-se, no entanto, que, para que exista a rela-
ção de consumo, é preciso o requisito subjetivo, ou seja,
TÍTULO I – DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR a presença de um consumidor e de um fornecedor,
além do requisito objetivo, isto é, uma relação que diga
Os direitos do consumidor compreendem o pri- respeito ao fornecimento de um produto ou serviço.
meiro título do CDC. Eles se encontram disciplinados
do art. 1º ao art. 60. Vejamos cada um deles:
RELAÇÃO JURÍDICA
Art. 1 O presente código estabelece normas de pro- DE CONSUMO
teção e defesa do consumidor, de ordem pública
e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso
XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art.
48 de suas Disposições Transitórias.
Elementos subjetivos:
Elemento objetivo:
O art. 1º, do CDC, reporta-se a três dispositivos Consumidor e
Produto ou Serviço
Fornecedor
constitucionais. A primeira proteção encontra-se no
art. 5º, XXXII, da CF, de 19881, isto é, no Título “Dos
Direitos e Garantias Fundamentais”. Assim sendo, a
Para tanto, o CDC traz os seguintes conceitos nos
proteção ao consumidor constitui um dos direitos e
arts. 2º e 3º: consumidor, fornecedor, produto e servi-
deveres individuais e coletivos. Como consequência, a
ço. Vejamos tais conceitos:
defesa do consumidor promovida por meio do Estado
é uma das denominadas cláusulas pétreas.
Art. 2 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica
Trata-se, portanto, de matéria que não pode ser
DEFESA DO CONSUMIDOR
1 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXII - o Estado promoverá, na
forma da lei, a defesa do consumidor.
2 Art. 170 A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
V - defesa do consumidor. 423
construção, transformação, importação, exporta- intervindo na relação de consumo, mesmo que sem
ção, distribuição ou comercialização de produtos firmar o contrato de consumo.
ou prestação de serviços. A finalidade do conceito é garantir a proteção cole-
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, tiva do consumidor, de modo a ampliar a abrangência
material ou imaterial. do CDC para além do consumidor individualmente
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mer- considerado na sua relação com o fornecedor, uma
cado de consumo, mediante remuneração, inclusi- vez que se trata de interesse que transcende ao indi-
ve as de natureza bancária, financeira, de crédito víduo, ou seja, interesse difuso, coletivo e individual
e securitária, salvo as decorrentes das relações de homogêneo dos consumidores, conforme veremos
caráter trabalhista. pela leitura do texto do art. 81, do CDC. Atente-se ao
fato de que o art. 17 traz o conceito de consumidor
O caput do art. 2º traz o conceito de consumidor bystander e o art. 29, o conceito de consumidor em
em sentido estrito, que comporta três elementos: sentido amplo, exposto ou virtual. Portanto, são
mais dois dispositivos que ampliam o conceito de con-
z Elemento Subjetivo: pessoa física ou jurídica; sumidor e serão tratados posteriormente.
z Elemento Objetivo: que adquire ou utiliza produ- Por outro lado, o caput do art. 3º conceitua for-
to ou serviço; necedor como aquele que desenvolve a atividade
z Elemento Teleológico: como destinatário final. profissional no mercado de consumo com habitua-
lidade, especialização e com finalidade econômica.
Portanto, consumidor é toda pessoa física ou jurí- Trata-se, portanto, de um conceito amplo que engloba
dica, independentemente se brasileira ou não, que as seguintes espécies: produtor, montador, criador,
adquire ou utiliza um produto ou serviço na qualida- fabricante, construtor, transformador, importador,
de de destinatário final. exportador, distribuidor, comerciante e o prestador
de serviços.
O núcleo do conceito de fornecedor é a atividade
desempenhada, ou seja, somente é considerado forne-
Importante!
cedor aquele que exerce a atividade de forma profis-
O conceito de consumidor abrange não só o sional, com habitualidade e com finalidade econômica.
adquirente, como também o usuário de produtos Os §§ 1º e 2º, do art. 3º, trazem os conceitos dos obje-
ou serviços colocados no mercado de consumo. tos da relação de consumo, ou seja, de produto e servi-
ço. Por produto, entende-se qualquer bem, seja móvel
ou imóvel, material ou imaterial, podendo ser forneci-
Cumpre mencionar, ainda, que o ponto central do do de forma remunerada ou não (ex.: amostra grátis).
conceito envolve compreender e delimitar o âmbi- As normas sobre as classificações dos bens não
to de incidência da expressão destinatário final, estão no CDC, mas no Código Civil.
ou seja, distinguir relação de consumo e a relação Por serviço, entende-se qualquer atividade for-
empresarial. Nesse sentido, três correntes dominam necida no mercado de consumo por meio de remu-
os debates. A primeira é a corrente objetiva ou mar- neração, seja ela direta ou indireta. A remuneração
xista, que dá à expressão “destinatário final” a maior indireta ocorre quando o custo do serviço já está
amplitude possível ao considerar o adquirente como embutido no preço de outro produto ou serviço ofer-
destinatário fático do produto ou serviço, por ter reti- tado pelo estabelecimento, como, por exemplo, no
rado este do mercado, sendo indiferente se o destina- caso de serviços de estacionamento em supermerca-
tário adquiriu o produto ou serviço com finalidades dos e shoppings ou o oferecimento de lavagem de veí-
lucrativas ou não, como, por exemplo, a empresa que culos em estacionamentos ou postos de combustível.
compra couro para produzir sapatos.
Portanto, há a incidência do CDC mesmo em caso de
A segunda corrente é a corrente subjetiva ou
prestação de serviços aparentemente gratuitos.
finalista, que considera consumidor somente aque-
Sobre serviço, cumpre mencionar, ainda, que,
le não profissional que adquire produto ou contrata
quando a prestação de serviços se dá com pessoalida-
serviço, de modo a esgotar em si mesmo o consumo,
sem qualquer finalidade lucrativa, como, por exem- de e subordinação, aplica-se a Consolidação das Leis
plo, a pessoa que adquire o sapato. Por fim, a terceira do Trabalho (CLT) e, não, o CDC, por se tratar de rela-
corrente é a finalista mitigada ou mista, que opta ção de trabalho. Já no caso dos profissionais liberais,
por analisar o caso concreto, para enquadrar como em regra, eles podem ser enquadrados como fornece-
destinatário final, como, por exemplo, o motorista de dores de serviços, ressalvando-se sua responsabiliza-
caminhão quando adquire o veículo ou a costureira ção mediante aferição de culpa nos termos do art. 14,
quando adquire a máquina de costura. Cabe destacar, § 4º, do CDC, que será explicado a frente.
por fim, que a teoria finalista mitigada leva em consi-
deração a vulnerabilidade, conceito que será estuda- Política Nacional das Relações de Consumo
do posteriormente.
Se o caput traz o conceito de consumidor em senti- A Política Nacional das Relações de Consumo é tra-
do estrito, o Parágrafo Único estabelece o conceito de tada nos arts. 4º e 5º, do CDC. Vejamos os dispositivos:
consumidor em sentido coletivo, de modo a equipa-
rar ao consumidor a coletividade de pessoas, mesmo Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consu-
que indetermináveis, que aja intervindo nas relações mo tem por objetivo o atendimento das necessida-
de consumo, como, por exemplo, no caso de compra des dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
de um alimento por uma pessoa, para ser consumido saúde e segurança, a proteção de seus interesses
por diversas outras em sua residência, de modo que, econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida,
se todos sofrem lesão em decorrência do produto, bem como a transparência e harmonia das relações
424 todos serão consumidores por equiparação, por terem de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumi- consumidor com relação aos efeitos da obrigação que
dor no mercado de consumo; contrai junto ao fornecedor ou aos casos de contra-
II - ação governamental no sentido de proteger efe- tos de adesão, que, por ser produzido unilateralmente
tivamente o consumidor: pelo fornecedor, não há possibilidade de discussão de
a) por iniciativa direta; suas cláusulas pelo consumidor.
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de O segundo princípio é o Princípio da Intervenção
associações representativas; Estatal, que impõe a atuação do Estado no sentido de
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; proteger o consumidor. Tal proteção pode ser feita
d) pela garantia dos produtos e serviços com por iniciativa direta, como, por exemplo, no caso de
padrões adequados de qualidade, segurança, dura- criação dos Serviços de Proteção ao Consumidor (Pro-
bilidade e desempenho.
con); por incentivos à criação e ao desenvolvimento
III - harmonização dos interesses dos participan-
de associações representativas, de modo a oportuni-
tes das relações de consumo e compatibilização
zar a organização dos consumidores; por meio da pre-
da proteção do consumidor com a necessidade
sença do Estado no mercado de consumo, como nos
de desenvolvimento econômico e tecnológico, de
casos das atividades essenciais ou que digam respeito
modo a viabilizar os princípios nos quais se funda
a ordem econômica (art. 170, da Constituição Fede-
ao interesse público; pela garantia dos produtos e ser-
ral), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas viços com padrões adequados de qualidade, seguran-
relações entre consumidores e fornecedores; ça, durabilidade e desempenho, de maneira a atender
IV - educação e informação de fornecedores e con- não só às necessidades dos consumidores, como a pró-
sumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com pria viabilidade de inserção de produtos e serviços no
vistas à melhoria do mercado de consumo; mercado em razão dos padrões de exigência.
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios O terceiro princípio tratado no art. 4º do CDC é o
eficientes de controle de qualidade e segurança de Princípio da Harmonização dos Interesses. Tal prin-
produtos e serviços, assim como de mecanismos cípio busca equacionar os interesses dos participantes
alternativos de solução de conflitos de consumo; das relações de consumo, de modo a compatibilizar a
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abu- proteção do consumidor com a necessidade de desen-
sos praticados no mercado de consumo, inclusive volvimento econômico e tecnológico do fornecedor.
a concorrência desleal e utilização indevida de Em síntese, busca viabilizar os princípios nos quais se
inventos e criações industriais das marcas e nomes funda a ordem econômica com o equilíbrio nas rela-
comerciais e signos distintivos, que possam causar ções entre consumidor e fornecedor.
prejuízos aos consumidores; O quarto princípio é o Princípio da Conscientiza-
VII - racionalização e melhoria dos serviços ção, ou seja, o CDC impõe, como diretrizes da Políti-
públicos; ca Nacional das Relações de Consumo, a educação e
VIII - estudo constante das modificações do merca-
a informação tanto do fornecedor, como do consu-
do de consumo.
midor. Por conscientização, entende-se a busca tan-
to pela educação formal, como, por exemplo, com a
O art. 4º estabelece os objetivos da Política Nacio-
inclusão do tema nas grades curriculares das escolas,
nal e enumera os princípios aplicáveis a sua elabo-
como na educação informal, como, por exemplo, nas
ração e planejamento. Em síntese, os objetivos da
ações dos Procons ou das associações civis.
Política Nacional das Relações de Consumo são cinco:
O quinto princípio estabelecido no art. 4º, do CDC,
é o Princípio do Incentivo à Autoiniciativa. Trata-se
z Atendimento das necessidades dos consumidores; do incentivo à criação de meios eficientes de contro-
z Respeito a sua dignidade, saúde e segurança; le de qualidade e segurança de produtos e serviços
z Proteção de seus interesses econômicos;
pelos fornecedores, além do incentivo aos mecanis-
z Melhoria da sua qualidade de vida;
mos alternativos de solução de conflitos, tais como os
z Transparência e harmonia das relações de consumo.
métodos extrajudiciais de solução de controvérsias,
como a arbitragem, mediação e conciliação.
Com relação aos princípios elencados no dispo- O sexto princípio é o Princípio da Coibição do
sitivo, o primeiro deles é o Princípio do Reconhe- Abuso, que se refere à obrigação do Estado de coibir
cimento da Vulnerabilidade e da Proteção do e reprimir os abusos praticados no mercado de consu-
Consumidor. Explicando melhor: o consumidor é mo, como, por exemplo, a concorrência desleal e a uti-
a parte mais frágil da relação de consumo, pois, em lização indevida de inventos e criações industriais de
regra, o fornecedor possui situação econômica supe- marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que
rior, além de deter conhecimentos científicos, técnicas possam causar prejuízos aos consumidores.
de elaboração do produto e execução do serviço, entre O sétimo princípio previsto é o Princípio da Racio-
outros. Por essa razão, o consumidor ocupa posição de
DEFESA DO CONSUMIDOR
expedidos pelas autoridades administrativas com- medicamentos proibidos em que os efeitos colaterais
petentes, bem como dos que derivem dos princípios superam os benefícios trazidos.
gerais do direito, analogia, costumes e equidade. No entanto, existem casos em que esse risco só
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, é detectado após a colocação do produto ou serviço
todos responderão solidariamente pela reparação no mercado. Nessa hipótese, o fornecedor é obriga-
dos danos previstos nas normas de consumo. do a comunicar o fato imediatamente às autoridades
competentes e aos consumidores, mediante anúncios
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção publicitários, veiculados na imprensa, rádio e televi-
e da Reparação dos Danos são, às suas expensas.
Com relação à qualidade do produto e serviço, à Art. 10 O fornecedor não poderá colocar no mer-
prevenção e à reparação dos danos, os arts. 8º a 11 tra- cado de consumo produto ou serviço que sabe ou
tam da Proteção à Saúde e Segurança, estabelecendo deveria saber apresentar alto grau de nocividade
as regras preventivas. ou periculosidade à saúde ou segurança. 427
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, pos- III - a época em que foi colocado em circulação.
teriormente à sua introdução no mercado de con- § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo
sumo, tiver conhecimento da periculosidade que fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado
apresentem, deverá comunicar o fato imediatamen- no mercado.
te às autoridades competentes e aos consumidores, § 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou
mediante anúncios publicitários. importador só não será responsabilizado quando
§ 2º Os anúncios publicitários a que se refere o § provar:
anterior serão veiculados na imprensa, rádio e I - que não colocou o produto no mercado;
televisão, às expensas do fornecedor do produto ou II - que, embora haja colocado o produto no merca-
serviço. do, o defeito inexiste;
§ 3º Sempre que tiverem conhecimento de pericu- III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
losidade de produtos ou serviços à saúde ou segu-
rança dos consumidores, a União, os Estados, o z Tipos de Responsabilidade Civil no CDC:
Distrito Federal e os Municípios deverão informá-
-los a respeito. Responsabilidade objetiva (3 elementos): Con-
duta (ação ou omissão) + Dano (resultado) + Nexo
Trata-se do chamado recall. de Causalidade (a conduta gerou o resultado);
Se por um lado o CDC busca privilegiar a prevenção, Responsabilidade subjetiva (4 elementos):
por outro, sabe-se que danos podem ocorrer. Por esse Conduta (ação ou omissão) + Dano (resultado) +
motivo que um dos direitos fundamentais do consumi- Nexo de Causalidade (a conduta gerou o resul-
tado) + Culpa em sentido amplo (dolo ou culpa).
dor é a reparação integral, sendo que a responsabilida-
de é solidária, conforme estudado no inciso VI, do art.
O art. 12, do CDC, trata do fato do produto ao atri-
6º e Parágrafo Único, do art. 7º, respectivamente. Assim
buir a responsabilidade objetiva do fabricante,
sendo, o CDC dedicou seção própria para disciplinar a
produtor, construtor (nacional ou estrangeiro) ou
responsabilidade civil do fornecedor/prestador. importador pelos danos causados aos consumidores
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, cons-
trução, montagem, fórmulas, manipulação, apresen-
Importante! tação ou acondicionamento de seus produtos, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas
A responsabilidade pode ser apurada em três
sobre sua utilização e seus riscos. Trata-se, portanto,
esferas: civil, penal e administrativa. O CDC tra- de produto defeituoso, cuja responsabilidade inde-
ta, nos arts. 12 a 25, da responsabilidade civil, pende da existência de culpa.
ou seja, da responsabilidade de indenizar caso a Observa-se que o art. 12 é bem abrangente, uma
conduta gere um dano ao consumidor. vez que busca atingir toda a cadeia produtiva, isto é,
desde a concepção do produto até a sua divulgação.
Assim, trata-se de rol meramente exemplificativo.
Antes de iniciar o estudo sobre a responsabilida- Complementando o caput do art. 12, o § 1º concei-
de civil do fornecedor, é preciso distinguir o vício e tua como produto defeituoso aquele cujo risco excede
o fato do produto ou serviço. Vício refere-se a uma ao esperado. Portanto, são aqueles que extrapolam
impropriedade ou inadequação do objeto de consumo os riscos normais do produto em si, ou seja, aos ris-
quanto a sua qualidade ou quantidade, atingindo a cos decorrentes da própria natureza do produto, ten-
esfera econômica do consumidor, como, por exemplo, do em consideração sua apresentação, uso e riscos
um aparelho eletrônico que não liga ou não funciona razoáveis e a época em que foi colocado em circula-
adequadamente ou um alimento embalado como 1 ção, como, por exemplo, triturador de alimentos com
(um) quilo, mas que contém somente 900 (novecentos) a hélice solta, bateria de celular com sobrecarga ou
gramas. Fato diz respeito ao denominado acidente de automóvel cujo airbag não funciona adequadamente.
Em contrapartida, o § 2º exclui do conceito de
consumo, ou seja, um defeito no produto ou serviço
defeito o produto ou serviço que é colocado no mer-
que vai atingir a saúde ou a segurança do consumidor,
cado quando existe outro de melhor qualidade. Expli-
como, por exemplo, um aparelho eletrônico montado
cando melhor: o fato de existirem computadores ou
de forma errada e que pode explodir ou um alimento telefones celulares com novas tecnologias não torna
contaminado. os produtos anteriores defeituosos.
Os arts. 12, 13, 14 e 17 tratam da responsabilidade O § 3º, por sua vez, trata das hipóteses de excluden-
civil pelo fato do produto ou serviço: te de responsabilidade. Assim, para afastar sua obri-
gação de indenizar, deve o fornecedor provar que:
Art. 12 O fabricante, o produtor, o construtor,
nacional ou estrangeiro, e o importador respon- z Não colocou o produto no mercado, como, por
dem, independentemente da existência de culpa, exemplo, nos casos decorrentes de falsificação do
pela reparação dos danos causados aos consumido-
produto;
res por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
z Embora tenha colocado o produto no mercado, o
construção, montagem, fórmulas, manipulação,
defeito inexiste, ou seja, que o produto foi devida-
apresentação ou acondicionamento de seus pro-
dutos, bem como por informações insuficientes ou mente fabricado ou o serviço regularmente prestado;
inadequadas sobre sua utilização e riscos. z A culpa é exclusiva do consumidor ou de tercei-
§ 1º O produto é defeituoso quando não oferece a ro, como, por exemplo, o aparelho quando é utili-
segurança que dele legitimamente se espera, levan- zado em voltagem incorreta e pega fogo.
do-se em consideração as circunstâncias relevan-
tes, entre as quais: O art. 13 trata da responsabilidade objetiva do
I - sua apresentação; comerciante. Como regra, o acidente de consumo
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se ocorre por um defeito no processo de fabricação
428 esperam; do produto. Deste modo, quando se trata de fato do
produto, diferente do que ocorre com o vício, a res- existência de culpa, pela reparação dos danos causa-
ponsabilidade principal é sempre do fabricante, dos aos consumidores pela existência de defeito ou
construtor, produtor ou importador, respondendo informações insuficientes ou inadequadas. Exemplo:
o comerciante apenas quando o fabricante, o cons- serviço de dedetização com aplicação de veneno em
trutor, o produtor ou o importador não puderem ser dosagem acima do recomendado, de modo a causar
identificados ou, podendo, não o são de fato. intoxicação ao consumidor.
Geralmente, é o caso dos produtos “in natura”, isto O § 1º, do art. 14, que traz o conceito de serviço
é, aqueles colocados no mercado sem processos indus- defeituoso, ou seja, aquele que não fornece a segu-
triais ou de transformação, como uma refeição servi- rança esperada ao consumidor, tendo em vista as cir-
da em restaurante ou a venda de cereais a granel no cunstâncias relevantes, entre as quais o modo do seu
varejo. Também há responsabilidade do comerciante fornecimento, o resultado e risco que dele são espera-
no caso de o produto fornecido sem identificação cla- dos e a época em que foi fornecido. Exemplo: ausência
ra do seu fabricante, produtor, construtor ou impor- de informação adequada sobre a profundidade de
tador. Por fim, há a responsabilidade no caso de má uma piscina em um hotel, causando lesão ao hóspede
conservação do produto, como nas hipóteses de pro- que mergulhou no local.
duto com lacre violado ou mau acondicionado. O § 2º, do art. 14, é semelhante ao do art. 13.
Enquanto este se refere ao produto, aquele trata da
Art. 13 O comerciante é igualmente responsável, evolução das técnicas de execução de um serviço.
nos termos do artigo anterior, quando:
Assim, não se pode considerar defeituoso o serviço
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o impor-
tador não puderem ser identificados; somente pelo fato de existirem técnicas mais moder-
II - o produto for fornecido sem identificação cla- nas para sua execução.
ra do seu fabricante, produtor, construtor ou Já o § 3º, do art. 14, trata das hipóteses de exclu-
importador; dentes de responsabilidade. De acordo com o
III - não conservar adequadamente os produtos dispositivo, o fornecedor de serviços não será respon-
perecíveis. sabilizado se provar que, tendo prestado o serviço, o
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento defeito inexiste ou a culpa é exclusiva do consumidor
ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso ou de terceiro.
contra os demais responsáveis, segundo sua parti- O § 4º traz uma exceção à responsabilidade obje-
cipação na causação do evento danoso.
tiva do prestador de serviço, ou seja, a responsabi-
lidade subjetiva do profissional liberal. Portanto,
deve ser apurada a culpa dos profissionais liberais
Importante! para imputar a responsabilidade. Exemplo: serviço
Em decorrência da dificuldade de prova, o Pará- prestado por um médico em seu consultório, a res-
grafo Único, do art. 13, estabelece a possibilidade ponsabilidade é subjetiva, devendo verificar se houve
de o consumidor ingressar com a demanda em negligência, imprudência ou imperícia.
face de todos os integrantes da cadeia de produ- Por fim, o art. 17 traz a noção de consumidor
ção/fornecimento por meio de ação regressiva, para proteger todas as vítimas do evento. Trata-se do
de modo a resolver entre si a questão em confor- denominado consumidor bystander, ou seja, aque-
midade com sua participação no evento danoso. la vítima que não participou diretamente do negócio,
mas sofreu as consequências do evento danoso. São
exemplos:
Art. 14 O fornecedor de serviços responde, indepen-
dentemente da existência de culpa, pela reparação z Aparelho celular que explode com terceiro que
dos danos causados aos consumidores por defeitos não aquele que comprou o aparelho;
relativos à prestação dos serviços, bem como por z Avião que cai em uma residência e mata, além de
informações insuficientes ou inadequadas sobre
seus passageiros, os moradores do local.
sua fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a
segurança que o consumidor dele pode esperar, Art. 17 Para os efeitos desta Seção, equiparam-se
levando-se em consideração as circunstâncias rele- aos consumidores todas as vítimas do evento.
vantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento; Os arts. 18 a 25 tratam da responsabilidade civil
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele pelo vício do produto ou serviço. Vejamos:
se esperam;
III - a época em que foi fornecido. Art. 18 Os fornecedores de produtos de consumo
DEFESA DO CONSUMIDOR
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela duráveis ou não duráveis respondem solidariamen-
adoção de novas técnicas. te pelos vícios de qualidade ou quantidade que os
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsa- tornem impróprios ou inadequados ao consumo a
bilizado quando provar: que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; como por aqueles decorrentes da disparidade, com
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. a indicações constantes do recipiente, da embala-
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais gem, rotulagem ou mensagem publicitária, respei-
liberais será apurada mediante a verificação de tadas as variações decorrentes de sua natureza,
culpa. podendo o consumidor exigir a substituição das
partes viciadas.
O art. 14, do CDC, trata da responsabilidade obje- § 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de
tiva do fornecedor do serviço. Assim como ocorre trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativa-
com o produto, o acidente de consumo decorrente mente e à sua escolha:
de fato ou vício do serviço impõe, também, a respon- I - a substituição do produto por outro da mesma
sabilização do fornecedor, independentemente da espécie, em perfeitas condições de uso; 429
II - a restituição imediata da quantia paga, mone- A durabilidade do produto ou serviço está relacio-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais nada à expectativa de sua utilidade para com o consu-
perdas e danos; midor. Assim, considera-se produto durável aquele
III - o abatimento proporcional do preço. que não se consuma imediatamente, possuindo vida
§ 2º Poderão as partes convencionar a redução útil com duração razoável, tais como, automóveis,
ou ampliação do prazo previsto no § anterior, não celulares, computadores; já os serviços duráveis são
podendo ser inferior a sete nem superior a cento e
aqueles cujos efeitos são por prazo também razoáveis,
oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula
tais como reforma ou pintura de imóvel ou assistência
de prazo deverá ser convencionada em separado,
técnica de eletrodoméstico, entre outros.
por meio de manifestação expressa do consumidor.
§ 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das Em contrapartida, produtos não duráveis são
alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em aqueles cujo consumo importa em destruição imedia-
razão da extensão do vício, a substituição das par- ta da substância ou em lapso temporal muito peque-
tes viciadas puder comprometer a qualidade ou no, tais como os gêneros alimentícios e os produtos de
características do produto, diminuir-lhe o valor ou higiene pessoal; serviços não duráveis são aqueles
se tratar de produto essencial. que perduram por um prazo bem curto, tais como ser-
§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa viços de transporte, lavagem de automóvel, manicure,
do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo possível entre outros.
a substituição do bem, poderá haver substituição De acordo com o caput do art. 18, complementado
por outro de espécie, marca ou modelo diversos, por seu § 6º, são considerados impróprios ao uso e
mediante complementação ou restituição de even- consumo os produtos cujos prazos de validade este-
tual diferença de preço, sem prejuízo do disposto jam vencidos; os produtos deteriorados, alterados,
nos incisos II e III do § 1º deste artigo. adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,
§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura,
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou,
será responsável perante o consumidor o fornece-
ainda, aqueles em desacordo com as normas regula-
dor imediato, exceto quando identificado claramen-
mentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
te seu produtor.
§ 6º São impróprios ao uso e consumo: os produtos que, por qualquer motivo, se revelem ina-
I - os produtos cujos prazos de validade estejam dequados ao fim a que se destinam. São exemplos: os
vencidos; produtos perecíveis, tais como alimentos, cujo prazo
II - os produtos deteriorados, alterados, adultera- se encontra fora da validade ou brinquedo falsificado
dos, avariados, falsificados, corrompidos, frauda- ou que não atenda às normas técnicas de fabricação
dos, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, ou segurança.
aqueles em desacordo com as normas regulamen- No caso de vício de qualidade do produto, o § 1º
tares de fabricação, distribuição ou apresentação; estabelece ao fornecedor o prazo de trinta dias para
III - os produtos que, por qualquer motivo, se reve- sanar o vício. Já ao consumidor cabe optar por uma
lem inadequados ao fim a que se destinam. destas possibilidades:
Art. 19 Os fornecedores respondem solidariamente
pelos vícios de quantidade do produto sempre que, z Pedir a substituição do produto por outro da mes-
respeitadas as variações decorrentes de sua natu- ma espécie, em perfeitas condições de uso, ou por
reza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações
produto diverso mediante complementação ou
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
restituição de eventual diferença de preço;
ou de mensagem publicitária, podendo o consumi-
dor exigir, alternativamente e à sua escolha: z Pedir a restituição imediata da quantia paga, mo-
I - o abatimento proporcional do preço; netariamente atualizada, sem prejuízo de even-
II - complementação do peso ou medida; tuais perdas e danos;
III - a substituição do produto por outro da mesma z Pedir o abatimento proporcional do preço.
espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, mone- Portanto, deve-se pedir a troca do produto, o res-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais sarcimento do valor pago ou a diminuição do seu
perdas e danos. preço.
§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do O consumidor não precisa aguardar o prazo legal
artigo anterior. para fazer uso dessas alternativas se, em razão da
§ 2º O fornecedor imediato será responsável quan- extensão do vício, a substituição das partes viciadas
do fizer a pesagem ou a medição e o instrumento puder comprometer a qualidade ou características do
utilizado não estiver aferido segundo os padrões produto, diminuir-lhe o valor ou tratar-se de produto
oficiais.
essencial.
O art. 19, do CDC, trata do vício de quantidade do
Observa-se que os dois primeiros artigos (18 e produto, ou seja, aquele decorrente de variação não
19) tratam dos vícios do produto, ou seja, produtos tolerável de conteúdo em relação às indicações cons-
que, em razão da qualidade ou quantidade, se tornem tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
impróprios ou inadequados ao consumo ou lhes dimi- mensagem publicitária. Exemplo: produto alimentício
nuam o valor, assim como por aqueles decorrentes de cujo peso não atinja ao informado na embalagem.
disparidade. Exemplo: computador cuja memória ou Ao consumidor, cabe optar por uma destas alter-
processador é inferior ao informado nas suas especi- nativas:
ficações técnicas ou produto com quantidade inferior
ao especificado na embalagem. Semelhante ao fato do z Abatimento proporcional do preço;
produto, a responsabilidade civil por vício do produ- z Complementação do peso ou medida;
to também é objetiva, recaindo tanto sobre produtos z Substituição do produto por outro da mesma espé-
duráveis como não duráveis. cie, ou por produto diverso, mediante complemen-
430 tação ou restituição de eventual diferença de preço;
z Restituição imediata da quantia paga. Nos termos do art. 23, do CDC, o fato de o forne-
cedor desconhecer o vício de qualidade por inade-
O art. 20 do CDC disciplina a responsabilidade pe- quação dos produtos e serviços não o exime de sua
los serviços com vício de qualidade, ou seja, aquele responsabilidade.
vício que o torne impróprio ao consumo ou que lhe di-
minua o valor, como, por exemplo, aqueles decorren- Art. 23 A ignorância do fornecedor sobre os vícios
tes de disparidade com relação à oferta publicitária. de qualidade por inadequação dos produtos e servi-
Disciplina, ainda, a responsabilidade pelos serviços ços não o exime de responsabilidade.
impróprios, isto é, aqueles que se mostram inade-
quados para o fim que dele se espera, assim como O art. 24 trata da garantia legal de adequação do
aquele que não atende às normas regulamentares de produto ou serviço. Explicando melhor, a garantia
prestabilidade, tais como serviço de funilaria de auto- decorre de lei e independe de termo expresso, ou seja,
móvel que descasca na semana seguinte à realização; ela é assegurada ao consumidor independentemente
planos de prestadoras de telefonia móvel com serviço de o fornecedor estipular que não se responsabiliza
indisponível; planos de saúde sem cobertura prevista, por vício no serviço ou produto.
entre outros. Nesses casos, pode o consumidor optar
pelas seguintes alternativas: reexecução dos serviços, Art. 24 A garantia legal de adequação do produto
sem custo adicional ou realização deste por terceiro ou serviço independe de termo expresso, vedada a
capacitado, por conta e risco do fornecedor; restitui- exoneração contratual do fornecedor.
ção imediata da quantia paga; abatimento proporcio-
nal do preço. São modalidades de garantia:
Art. 22 Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, Art. 25 É vedada a estipulação contratual de cláusu-
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer la que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação
outra forma de empreendimento, são obrigados a de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, § 1º Havendo mais de um responsável pela causação
quanto aos essenciais, contínuos. do dano, todos responderão solidariamente pela
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, reparação prevista nesta e nas seções anteriores.
total ou parcial, das obrigações referidas neste arti- § 2º Sendo o dano causado por componente ou peça
go, serão as pessoas jurídicas compelidas a cum- incorporada ao produto ou serviço, são responsá-
pri-las e a reparar os danos causados, na forma veis solidários seu fabricante, construtor ou impor-
prevista neste código. tador e o que realizou a incorporação. 431
Os arts. 26 e 27 do CDC estabelecem as regras sobre VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO –
decadência e prescrição. Assim: INADEQUAÇÃO COM OS FINS ESPERADOS
30 produtos e serviços não
Art. 26 O direito de reclamar pelos vícios aparentes
duráveis
ou de fácil constatação caduca em: Decadência
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de ser- 90 para produtos e servi-
viço e de produtos não duráveis; ços duráveis
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de Fato do produto ou do serviço – acidente de consumo
serviço e de produtos duráveis.
Prescrição 5 anos
§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a
partir da entrega efetiva do produto ou do término
da execução dos serviços. O art. 28 do CDC trata da Desconsideração da Per-
§ 2º Obstam a decadência: sonalidade Jurídica:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor perante o fornecedor de produtos e ser- Art. 28 O juiz poderá desconsiderar a personali-
viços até a resposta negativa correspondente, que dade jurídica da sociedade quando, em detrimento
deve ser transmitida de forma inequívoca; do consumidor, houver abuso de direito, excesso
II - (Vetado). de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou vio-
III - a instauração de inquérito civil, até seu encer- lação dos estatutos ou contrato social. A descon-
ramento. sideração também será efetivada quando houver
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decaden- falência, estado de insolvência, encerramento ou
cial inicia-se no momento em que ficar evidenciado inatividade da pessoa jurídica provocados por má
o defeito. administração.
Art. 27 Prescreve em cinco anos a pretensão à § 1º(Vetado).
reparação pelos danos causados por fato do pro- § 2º As sociedades integrantes dos grupos societá-
duto ou do serviço prevista na Seção II deste Capí- rios e as sociedades controladas, são subsidiaria-
tulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do mente responsáveis pelas obrigações decorrentes
conhecimento do dano e de sua autoria. deste código.
Parágrafo único. (Vetado). § 3º As sociedades consorciadas são solidariamen-
te responsáveis pelas obrigações decorrentes deste
código.
Inicialmente, cumpre mencionar que o CDC traz
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por
a responsabilidade do fornecedor para os casos de culpa.
vícios aparentes ou de fácil constatação e não § 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa
somente para os vícios ocultos. Para tanto, o prazo jurídica sempre que sua personalidade for, de algu-
decadencial é de 30 (trinta) dias para bens não durá- ma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
veis ou 90 (noventa) dias para bens duráveis. Assim, causados aos consumidores.
o consumidor possui 30 dias para reclamar de um
alimento ou medicamento e 90 dias para reclamar de Trata-se da possibilidade de atingir o patrimônio
um eletrodoméstico ou eletrônico. particular das pessoas que compõem o quadro socie-
Nos termos do art. 26, § 1º, o prazo decadencial tário de determinada empresa, sempre que haja des-
tem início com a entrega efetiva do produto ou do tér- vio de finalidade ou abuso de direito em relação à
mino da execução do serviço. Isto significa dizer que autonomia patrimonial conferida à pessoa jurídica.
se um objeto, por exemplo, é comprado como presen- Assim, o art. 28 busca resguardar a situação do con-
te, o prazo só começa a fluir com a entrega ao presen- sumidor frente aos atos dolosos do fornecedor, quer
teado e não com a data da compra. abusivos quer fraudulentos quer ilícitos.
Este dispositivo é aplicado no caso de vício aparen- Além disso, resguarda o consumidor no caso de
te ou de fácil constatação, ou seja, aquele que pode ser atos culposos graves, tais como a má administração,
facilmente detectado. Caso se trate de vício oculto, o que levem à falência, insolvência ou extinção da pes-
prazo decadencial terá início no momento em que soa jurídica, permitindo também a desconsideração
ficar evidenciado o defeito, com conformidade com da pessoa jurídica.
o § 3º. A desconsideração da personalidade jurídica pre-
O § 2º do art. 26 traz as hipóteses de obstaculização vista no CDC é diferente da disposta no Código Civil.
da decadência. São elas: reclamação formulada pelo A do CDC é chamada teoria menor; sua amplitude é
consumidor até a resposta negativa do fornecedor e maior que a do CC, tendo em vista que ao consumi-
a instauração de inquérito civil a cargo do Ministério dor não é necessário fazer prova quanto ao abuso de
Público, até seu encerramento. Portanto, nestas hipó- direito, fraude ou confusão patrimonial.
teses não computa o prazo.
Se a decadência tem por efeito extinguir o direito, Das Práticas Comerciais
a prescrição visa extinguir a ação. A prescrição para
o fato do produto ou serviço encontra-se disciplina- As práticas comerciais estão disciplinadas nos
da no art. 27 do CDC. Assim, o prazo para que o consu- arts. 29 a 45, de modo a envolver a oferta, a publici-
midor ingresse com a ação para reparação dos danos dade, as práticas abusivas, as regras para cobrança de
causados por fato do produto ou do serviço prescreve dívidas e o tratamento dos dados dos consumidores.
em 5 (cinco) anos, contados a partir do conhecimento O art. 29 trata das disposições gerais e traz o con-
do dano e de sua autoria. ceito de consumidor em sentido amplo, exposto ou
432 virtual.
Assim: riscos que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.
Art. 29 Para os fins deste Capítulo e do seguinte, Parágrafo único. As informações de que trata este
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
determináveis ou não, expostas às práticas nele consumidor, serão gravadas de forma indelével.
previstas.
O art. 31, por sua vez, trata das características da
Observa-se, portanto, que o art. 29 é mais uma das oferta e do modo de apresentação dos produtos e ser-
hipóteses que amplia o conceito de consumidor. Tra- viços. São característica da oferta:
ta-se de equiparar ao consumidor do art. 2º a todas
as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas z Informação correta, ou seja, verdadeira, não po-
previstas no CDC, ou seja, os consumidores em poten- dendo ser enganosa;
cial que, embora não tenham concretizado a relação
de consumo, encontram-se exposto às práticas do Puffing é uma técnica admitida no ordenamento
mercado, tais como oferta e publicidade. jurídico em que há um exagero publicitário, denomi-
As regras acerca da oferta são tratadas nos arts. 30 nado dolus bônus. Exemplo: “melhor hamburger do
a 35 do CDC. Vejamos os dispositivos: mundo!”, “melhor sorvete que existe”. No entanto,
esta técnica só é permitida se a informação que cons-
Art. 30 Toda informação ou publicidade, suficien-
ta na mensagem for um dado subjetivo, isto é, aquele
temente precisa, veiculada por qualquer forma ou
meio de comunicação com relação a produtos e ser-
que varia de pessoa para pessoa. Portanto, pode ser
viços oferecidos ou apresentados, obriga o fornece- melhor hambúrguer do mundo para Fulano e não ser
dor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra para Beltrano.
o contrato que vier a ser celebrado.
z Informação clara e de entendimento de imediato;
O princípio da vinculação da oferta está previsto z Informação precisa e exata. Exemplo: pacote com
no art. 30 do CDC. Por oferta, entende-se toda e qual- 20kg;
quer manifestação de vontade do fornecedor com o z Informação ostensiva, sendo fácil percepção e ca-
objetivo de externar sua intenção de contratar e as pitação;
condições deste negócio jurídico. Em síntese, é uma z Informação em língua portuguesa;
espécie de informação pré-contratual.
A oferta possui as seguintes características:
Importante!
z Deve abranger toda informação ou publicidade,
desde que suficientemente precisa, de modo a É possível a utilização de Língua Estrangeira
identificar o produto ou serviço ofertado pelo for- para produtos e serviços importados, porém de
necedor, e veiculada por qualquer forma ou meio forma excepcional.
de comunicação, como, por exemplo, jornal, televi-
são, folheto, cartaz, entre outros;
z A oferta obriga o fornecedor a cumprir integral- z Informação indelével, ou seja, que não se apaga com
mente a oferta veiculada. Exemplo: ofertou produ- o tempo;
to a R$ 100,00 (cem reais), mesmo que alegue que z Informação legível (visível).
o valor correto seria R$ 130,00 (cento e trinta), é
obrigado a cumprir integralmente a oferta, pouco Quanto ao modo de apresentação, os produtos
importando a alegação de que o anúncio saiu com ou serviços devem conter as características, qualida-
erro. des, quantidade, composição, preço, garantia, prazos
de validade e origem, entre outros dados, tais como
Fornecedor fez a oferta e vinculou, sua responsabi- sobre os riscos que apresentam à saúde ou à seguran-
lidade é objetiva, ou seja, independe de culpa/dolo na ça do consumidor.
oferta errada, salvo no caso de a oferta possuir erro O art. 32 estabelece que os fabricantes e importado-
grosseiro, patente e identificável, como, por exemplo, res deverão assegurar peças para reposição. Exemplo:
vinculou o produto por R$ 100,00 (cem reais), mas ele o fabricante disponibiliza um determinado equipa-
custa R$ 1.000,00 (um mil). mento elétrico no mercado e, mesmo que modernize
tal equipamento, deverá continuar a disponibilizar as
DEFESA DO CONSUMIDOR
z A oferta integra o contrato que vier a ser celebrado, peças para reposição deste na versão antiga.
mesmo que não constante expressamente do teor
das cláusulas contratuais. Exemplo: no momento Art. 32 Os fabricantes e importadores deverão
da oferta o vendedor afirma ao consumidor que na assegurar a oferta de componentes e peças de repo-
aquisição do veículo terá tanque cheio, ou seja, a sição enquanto não cessar a fabricação ou impor-
concessionária se compromete a entregá-lo com o tação do produto.
tanque de combustível completo, mesmo que isso Parágrafo único. Cessadas a produção ou importa-
não conste do contrato a ser celebrado. ção, a oferta deverá ser mantida por período razoá-
vel de tempo, na forma da lei.
Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou
serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa O CDC não estabelece um prazo para que o for-
sobre suas características, qualidades, quantidade, necedor e/ou importador continuem com o dever de
composição, preço, garantia, prazos de validade reposição das peças.
e origem, entre outros dados, bem como sobre os 433
No entanto, tanto a doutrina como a jurisprudên- Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de
cia entendem que o critério a ser utilizado é o da vida seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder,
útil do bem. Portanto, se a durabilidade média deste para informação dos legítimos interessados, os
equipamento é de 5 (cinco) anos, ele é obrigado a ofer- dados fáticos, técnicos e científicos que dão susten-
tar ao mercado peças de reposição por este prazo. tação à mensagem.
Art. 37 É proibida toda publicidade enganosa ou
O art. 33 trata da oferta ou venda por telefone ou
abusiva.
reembolso postal. Seu objetivo é garantir a transpa-
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informa-
rência nas relações de consumo, de modo que haja a ção ou comunicação de caráter publicitário, intei-
correta identificação do fabricante e do seu domicí- ra ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
lio empresarial tanto na embalagem, publicidade ou modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em
em todos os seus impressos. Já o seu Parágrafo Único erro o consumidor a respeito da natureza, carac-
proíbe a publicidade de bens e serviços por telefone, terísticas, qualidade, quantidade, propriedades,
quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origem, preço e quaisquer outros dados sobre pro-
original. Exemplo: operadora de celular que liga para dutos e serviços.
oferecer um determinado produto ao cliente quando § 2º É abusiva, dentre outras a publicidade dis-
este se encontra fora da área de cobertura gratuita, criminatória de qualquer natureza, a que incite à
de modo a pagar pela chamada realizada pela própria violência, explore o medo ou a superstição, se apro-
operadora. veite da deficiência de julgamento e experiência da
criança, desrespeita valores ambientais, ou que
seja capaz de induzir o consumidor a se compor-
Art. 33 Em caso de oferta ou venda por telefone ou
tar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
reembolso postal, deve constar o nome do fabrican-
ou segurança.
te e endereço na embalagem, publicidade e em todos
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é
os impressos utilizados na transação comercial.
enganosa por omissão quando deixar de informar
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e
sobre dado essencial do produto ou serviço.
serviços por telefone, quando a chamada for onero-
§ 4º (Vetado).
sa ao consumidor que a origina.
Art. 38 O ônus da prova da veracidade e correção
da informação ou comunicação publicitária cabe a
O art. 34 do CDC trata da responsabilidade pelos quem as patrocina.
atos dos prepostos ou representantes autônomos.
Assim, o fornecedor é solidariamente responsável Assim, a publicidade é a prática utilizada para a
pelos atos de seus agentes. promoção de bens e serviços colocados no mercado,
com o objetivo de dar conhecimento ao consumidor
Art. 34 O fornecedor do produto ou serviço é soli- da sua existência e convencê-lo a adquiri-lo. Nos ter-
dariamente responsável pelos atos de seus prepos- mos do art. 37, a publicidade deve se pautar pelo prin-
tos ou representantes autônomos. cípio da boa-fé, sendo proibida publicidade enganosa
ou abusiva. Por conseguinte, o consumidor deve ter
Por fim, o art. 35 estabelece as opções que tem o consciência do que se trata a publicidade ao ser expos-
consumidor diante da recusa do fornecedor em cum- to a ela, sendo vedada a publicidade subliminar, isto
prir a oferta veiculada. Neste caso, pode o consumi- é, aquela oculta.
dor, alternativamente e à sua livre escolha, optar por
exigir o cumprimento forçado da oferta; aceitar outro
produto/serviço equivalente; rescindir o contrato. Importante!
Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços A publicidade subliminar ou oculta fere o princí-
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou pio da identificação da publicidade.
publicidade, o consumidor poderá, alternativamen-
te e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos O § 1º do art. 37 traz o conceito de publicidade
termos da oferta, apresentação ou publicidade; enganosa. Por publicidade enganosa entende-se aque-
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço la que induz o consumidor a erro, independentemen-
equivalente; te de ter sido a intenção do fornecedor de enganar ou
III - rescindir o contrato, com direito à restituição não o consumidor.
de quantia eventualmente antecipada, monetaria- Portanto, a responsabilidade do fornecedor por
mente atualizada, e a perdas e danos. uma publicidade enganosa é objetiva. Exemplos de
publicidade enganosa: pacote turístico que afirma
Uma das espécies de oferta é a publicidade. Ofer- contemplar o aéreo e a hospedagem e, no momento
ta é gênero do qual comporta toda e qualquer decla- da estadia, o consumidor é surpreendido com a infor-
ração de vontade voltada à celebração da relação de mação de que a hospedagem não está contemplada ou
consumo, ao passo que publicidade é a informação o fornecedor que não informa na embalagem que o
que promove comercialmente o produto ou serviço. produto contém glúten e lactose e o consumidor que o
As normas que disciplinam a publicidade são trata- adquiriu é alérgico e acaba sofrendo danos.
das nos arts. 36 a 38 do CDC. Vejamos os dispositivos: Já o § 2º do art. 37 traz um rol exemplificativo
do que considera como publicidade abusiva, tais
Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal for- como a publicidade discriminatória; a exploradora
ma que o consumidor, fácil e imediatamente, a iden- do medo ou superstição; a incitadora de violência; a
tifique como tal. antiambiental; a indutora de insegurança; a dirigida
434 a crianças.
Por fim, o art. 38 estabelece o princípio da inversão bancário condicionado a aquisição de seguro de vida,
do ônus da prova. Assim, em caso de dúvida acerca da consulta oftalmológica condicionada à compra dos
publicidade, cabe ao fornecedor provar que a publici- óculos, entre outros.
dade não é enganosa ou abusiva. O inciso I do art. 39 também impede o fornecedor
de obrigar o consumidor a adquirir uma quantidade
Das Práticas Abusivas mínima ou máxima de um determinado produto. Por
esta razão, as promoções de aquisição de mais de um
As regras sobre as práticas abusivas encontram- produto, como, por exemplo, as promoções “leve 2
-se nos arts. 39 a 41 do CDC. Vejamos os dispositivos: pelo preço de 1” são de caráter facultativo e não obri-
gatório, pois é permitido ao consumidor a alternati-
Art. 39 É vedado ao fornecedor de produtos ou ser- va de efetuar a aquisição de apenas um produto da
viços, dentre outras práticas abusivas: espécie, abrindo mão do desconto oferecido, se for o
I - condicionar o fornecimento de produto ou de ser- caso. Quanto a limitação máxima de quantidades de
viço ao fornecimento de outro produto ou serviço, produtos, esta só é possível em situações justificá-
bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; veis, como, por exemplo, nos casos de adversida-
II - recusar atendimento às demandas dos consu- des climáticas ou em hipótese de racionamento de
midores, na exata medida de suas disponibilidades determinado produto.
de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos O inciso II do art. 39 trata da recusa imotivada ao
e costumes; atendimento de demanda do consumidor, ou seja,
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicita- recusar o fornecimento de um determinado produ-
ção prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer
to/serviço quer em relação aos consumidores de um
serviço;
modo geral, quer em relação a um consumidor espe-
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do con-
sumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci-
cífico. Exemplo: ter um determinado produto em esto-
mento ou condição social, para impingir-lhe seus que, mas recusar vendê-lo a um consumidor por ter
produtos ou serviços; com ele problemas de ordem pessoal.
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente O inciso III trata do fornecimento não solicita-
excessiva; do do produto ou serviço, como, por exemplo, ban-
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de co que disponibiliza crédito em conta do correntista
orçamento e autorização expressa do consumidor, como forma de ofertar empréstimo ou produto que é
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores enviado ou entregue ao consumidor, sem solicitação
entre as partes; prévia.
VII - repassar informação depreciativa, referente a O fornecimento não solicitado não se confunde
ato praticado pelo consumidor no exercício de seus com amostras grátis, uma vez que neste caso, o con-
direitos; sumidor não tem a obrigação de pagar pelo produto
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer ou serviço.
produto ou serviço em desacordo com as normas O inciso IV trata do abuso da condição de espe-
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se cial vulnerabilidade, de modo a proibir que o for-
normas específicas não existirem, pela Associação
necedor prevaleça da vulnerabilidade ou ignorância
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
do consumidor para forçar a aquisição do produto ou
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
serviço. Atenção: trata-se de condição de vulnerabili-
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de ser- dade para o mercado de consumo, como nos casos de
viços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los idade, conhecimento, condição social, entre outros.
mediante pronto pagamento, ressalvados os casos O inciso V dispõe acerca da exigência de vanta-
de intermediação regulados em leis especiais; gem excessiva. Deste modo, é proibido ao fornecedor
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou exigir vantagem manifestamente excessiva do consu-
serviços. midor. Exemplo: plano de saúde que exige troca de
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de categoria para manter paciente em UTI. Basta a mera
22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando exigência, não sendo, portanto, necessária a concreti-
da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999 zação da vantagem pleiteada.
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento O inciso VI refere-se à execução de serviço sem
de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo orçamento e autorização. Assim sendo, não é possí-
inicial a seu exclusivo critério. vel a execução de serviços pelo fornecedor sem a pré-
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso via elaboração de orçamento e autorização expressa
do legal ou contratualmente estabelecido. do consumido.
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos
DEFESA DO CONSUMIDOR
9 GABARITO
1 B
2 D
3 A
4 B
5 E
6 C
ANOTAÇÕES
446