Tassia criou um escritório para separar sua vida profissional e pessoal, recebendo clientes em um espaço dedicado ao trabalho. Ela e seu marido dividem as tarefas, com ele supervisionando obras e a equipe enquanto ela se concentra na criação de projetos. A pandemia levou a equipe para o home office, mas Tassia voltou ao escritório para manter sua saúde mental.
Tassia criou um escritório para separar sua vida profissional e pessoal, recebendo clientes em um espaço dedicado ao trabalho. Ela e seu marido dividem as tarefas, com ele supervisionando obras e a equipe enquanto ela se concentra na criação de projetos. A pandemia levou a equipe para o home office, mas Tassia voltou ao escritório para manter sua saúde mental.
Tassia criou um escritório para separar sua vida profissional e pessoal, recebendo clientes em um espaço dedicado ao trabalho. Ela e seu marido dividem as tarefas, com ele supervisionando obras e a equipe enquanto ela se concentra na criação de projetos. A pandemia levou a equipe para o home office, mas Tassia voltou ao escritório para manter sua saúde mental.
Pelo fato de trabalhar em casa, e atender meus clientes em casa. Percebi que minha vida profissional estava invadindo minha vida pessoal. Eu sentia a necessidade de estar trabalhando o tempo inteiro, sem tempo livre, sem horário de almoço. E também, no início meus clientes eram pessoas próximas amigos, familiares, conhecidos. Mas quando eu comecei a abrir mais o “leque”, e vir até mim pessoas que eu não conhecia, vir a minha casa no meu espaço. Eu passei a ter receio de recebe-los na minha casa. E a partir do momento que eu criei meu escritório, eu fiz essa divisão. Quando estou no escritório, trabalho, quando estou em casa, eu descanso. Isso foi importante, até mesmo para minha saúde mental. Como foi seu primeiro ano de formada. Você já tinha clientes, estrutura para trabalhar por conta própria? Eu sai da faculdade meio perdida. Eu me formei, e estava trabalhando em uma loja de moveis planejados, e fiquei por uns 5 anos depois de formada. Mas eu comecei a pegar pequenos projetos paralelos, enquanto trabalhava na loja. Aí foi quando eu vi, que tinha cada vez mais um volume maior de clientes. E também vi que dava para abrir mão do conforto que eu tinha, de onde eu trabalhava. Porque eu dizia que era um conforto você ter a carteira assinada, você saber quanto vai ganhar. Eu até disse assim, “Bom, se eu não tiver nenhum cliente, não tiver nada para fazer. Vou aprender a renderizar”. E até hoje nunca aprendi a renderizar. Por que você escolheu RUA para o nome da sua empresa? Qual era a intenção desse nome? A gente sempre pensou em ter um escritório pequeno, sabe? Eu nunca tive a pretensão te de ter uma equipe gigante, de aumentar meu volume de projetos, de ter uma secretária. A gente sempre quis uma coisa que fosse nossa. O contato direto do cliente é comigo, se ele tem uma duvida ele fala comigo, se ele quer marcar uma reunião é comigo, sabe? Então, é uma coisa muito eu. Então a gente pensou no nome Rua, mas por ser uma coisa que remete há uma coisa pequena, “você está indo ali na minha rua”, de voltar a uma coisa mais humana. Quando eu olhei seu Instagram, o que mais me chamou atenção foi isso. Com seus projetos você consegue passar uma proximidade, um aconchego muito grande para o cliente. Achei muito interessante. Acredito que essa sensação faz parte da tua marca realmente. Ainda sobre o nome do seu escritório. Você é engenheira e arquiteta? Não, eu sou arquiteta, e meu marido, que é meu sócio é engenheiro. A gente ainda tá se gerenciando ali no escritório, mas hoje ele tá responsável por visitar algumas obras. A gente notou que entre eu sair do escritório, e ele sair, era melhor ele sair, para eu continuar o processo de produção de projetos. E ele tem um olhar mais clínico que o meu, né? No momento de obra. A não ser que for uma coisa muto especifica. Hoje ele faz essa parte de visita, e também o processo executivo. Que é justamente a parte técnica, que eu detesto fazer. A gente vai dá uma alterada na equipe agora, mas é ele que vai gerenciar a equipe também. Então a gente tem um engenheiro no escritório, mas é mais para essa parte de gerenciamento, tanto de projetos, como de obras. O cliente não pode me contratar e contratar a ele para “tocar” uma obra. Mas achei muito importante ter esses dois pilares no escritório. Até porque essas duas profissões se complementam. E trás uma segurança muito grande pro cliente, se ele tem uma dúvida. E a parte de engenharia supre isso. Como é o dia a dia do escritório? Com a pandemia, as duas arquitetas que trabalham comigo ficaram em home office, e estão até hoje. Por que vimos que funcionava. Até para não perder esse tempo de deslocamento, de horário, ás vezes elas chegavam, e eu não estava lá, porque eu tive nenê mudou um pouco a nossa rotina, ai a gente manteve esse sistema remoto. Qualquer coisa que eu preciso, só mando uma mensagem, ou marcamos uma reunião online. Mas eu mantive esse sistema remoto. É uma vantagem que a gente viu com a pandemia. Mas geralmente, vou pro escritório pela manhã. Deixo meu filho na escola, e vou para o escritório. Como esse meu tempo de me deslocar, para deixar e buscar meu filho na escola. Eu prefiro marcar as reuniões pela manhã. Se eu não tiver nenhuma reunião, vou produzir. Na tarde, se eu tiver uma reunião tento sempre colocar uma no mesmo dia, uma seguida da outra. Para não segmentar muito meu dia e também meu processo criativo. Porque não consigo sentar, e em 20 minutos começar a criar um quarto, por exemplo. Comigo não funciona assim, gosto de sentar e passar horas e horas pensando no projeto. E aí, vou me dividindo nesse processo de reunião, ir em uma loja, ir em uma obra, ser mãe, voltar para pegar meu filho. Então a gente vai se sincronizando assim, nesses horários. E o Cássio, que é meu sócio geralmente fica pela tarde. Não tenho hora para chegar, não tenho hora para sair. Ultimamente, tenho tentado ficar até as nove da noite, e ir embora cedo. Geralmente, não tenho muito horário. Vou nos finais de semana. Faz quantos anos que você montou o seu escritório? E como funciona a organização? Aproximadamente 5 anos de escritório. Em relação a organização, eu divido o meu projeto em 4 etapas: primeiro a criação que é a parte da maquete eletrônica, depois eu venho pro detalhamento executivo que é a parte de arquitetura, de reforma, a parte que vai pra obra e depois eu tenho o detalhamento de marcenaria e depois eu tenho a produção, certo. Toda parte de criação ainda é minha, eu não consigo gerenciar essa parte, então todo projeto que entra e que sai do escritório, é criação minha. Eu já tentei dividir essa parte com as meninas mas eu não consigo, por quê tem muita coisa que eu faço a planta, tenho uma ideia mas quando eu vou pra maquete, muda e já tenho outro insight , então essa parte de criação ainda é toda minha, a de criação e de apresentação de projeto com o cliente, aí depois eu tenho a parte do executivo que é o detalhamento e o executivo, essa parte eu já passo toda para as meninas, e elas ficam responsáveis por uma etapa do projeto, ou ela faz só a marcenaria, ou ela faz só o executivo, é separado. E elas fazem essa parte do detalhamento e volta para o Cássio revisar. Todo projeto eu faço um relatório com toda a parte de acabamento e o Cássio revisa, passa para as meninas caso precise de correção e volta novamente pro Cássio revisar, e logo depois vem para mim fazer a revisão final, e faço esse relatório, e aí faço o quantitativo de revestimento, coloco imagens, aí vou pra entrega do executivo que volta para mim de novo, e aí tem a parte de obra, as visitas eu vou as vezes, quando necessário, caso não for eu, vai o Cássio, meio que se dividindo. Outra coisa que mudou a pandemia, antigamente, o cliente entrava em contato comigo e a gente marcava um encontro, e me demandava muito tempo e gasto com deslocamento do escritório até a casa do cliente, hoje, fazemos os orçamento no digital, onde o cliente preenche um formulário e montamos o orçamento, que aumentou muito a entrada de orçamentos porém são muito que não fecham, devido achar o valor mais caro do que o esperado, Com a aprovação do orçamento pelo cliente, a gente inicia a parte das reuniões. Você comentou que é na sua equipe tem o seu marido e mais duas arquitetas, além desses, há mais funcionários? E no inicio, era só você? Não, só somos nós. No inicio, só era eu, só comecei a contratar estagiário depois no 1° ou 2° ano, mas relutei muito, pois eu gosto de manter o controle de todas as etapas, mas eu tinha que escolher, dividir, pois, senão, eu não daria conta de tudo. Como é a sua relação com a sua equipe? A relação é muito boa, hoje em dia as meninas já sabem o que fazer, funciona muito bem agora do que no inicio. Uma coisa muito é levar elas em obras para o melhor entendimento de certas coisas, como por quê a cota é representada dessa forma e entre outras. E no caso, em que você contrata um arquiteto com um estilo mais diferente do seu, caberia no seu escritório? Sim pois toda a parte de criação seria minha, ou seja, ainda iria ter a minha cara nos projetos. Qual o papel dos estagiários no escritório? Há algum tipo de suporte para eles? Qualquer pessoa que entra já fica na parte do detalhamento, as vezes a gente discute sobre soluções ou maneiras melhores de encaminhar certos projetos, e apesar de não entrar pela parte de criação, imagino que eles consigam aprender bastante sobre a funcionalidade das coisas. Sim, geralmente os quem entram eu pago um fixo em um período de treinamento, e quando já estão mais encaminhados eu começo a pagar por produção como forma de incentivo para eles saberem que são responsáveis pelo aquele projeto e eu notei que apenas com um valor fixo, havia uma acomodação das pessoas, então decidir dar esse “bônus” para dá aquele gás. Como funciona os gastos no escritório? Em momentos de crise, como você reduz as despesas? O escritório tem uma conta própria com os dados da empresa, tem um CNPJ, temos um contador, funcionando como uma empresa comum, claro que temos gastos como energia, Internet, e impressora que são caros, porém essenciais. A minha maior redução de gastos é o escritório ser do lado da casa da minha mãe, ficando livre de pagar aluguel da locação e sem o risco de perder o aluguel, mas mesmo assim, não tenho muita economia por que os gastos são altos para o funcionamento do escritório e manter o ambiente agradável, ou seja, comprando decorações e plantas. Como funcionou o escritório na pandemia? A pandemia veio junto com a minha maternidade, eu queria ter voltado dois meses após o nascimento do Caetano, porém não foi possível. Voltei a trabalhar em home office e só ia ao escritório, porém só pra fazer atendimento, em um cenário bem começo de escritório, meio que desacostumada pois eu fazia tudo dentro do escritório, então foi bastante complicado, então foi aí que decidi voltar para o espaço físico e deixar o home office, pois estava desgastando a minha saúde mental. Sabemos que todo escritório em algum momento sofre por períodos de crise. Você poderia dar dicas para lidar com essas crises como a ansiedade dos clientes, engarrafamento de projetos e etc.? Primeiro, é você saber sobre seu processo de criação, saber as etapas de seus projetos, quanto tempo você levar para terminar um projeto, como eu já trabalhava antes de abrir do escritório, eu já tinha uma ideia de quanto tempo eu levo para terminar um projeto e todas etapas dele, organizando tudo isso, tive ideia de como precificar os projetos e que prazo dá ao cliente sem atrasar. Enquanto a ansiedade dos clientes, eu simplesmente, vejo que manda mensagem em final de semana, que não são dias comerciais, senão respondo, para pôr na cabeça do cliente que você não vai o responder fora do horário, colocando ele no lugar dele, e também, acho que qualquer ansiedade pode ser evitada se você explicar todo o processo para o cliente, explicando os prazos de cada etapa do projeto. Manter a sinceridade, e evitar gerar mais ansiedade do cliente, então é apenas você se blindar para isso. Você citou algumas coisas sobre seu contrato. Você lembra como foi seu primeiro contrato? Não me lembro, mas eu fiz muito projeto para família no começo, até quando eu abrir o escritório eu mandei uma mensagem no grupo da família avisando que tinha acabado os projetos de graça e que agora tinha que pagar. É uma coisa que minha professora falou na minha faculdade, “Dê de graça, mas diga quanto lhe custou”. Eu já fiz projetos de presente, então eu mando o contrato, aí quando a pessoa diz vou fechar, eu falo que vai ser um presente para ela. Mas a pessoa tem que ter noção de quanto custou. E sempre fazer contrato. Você já teve alguma dificuldade com algum cliente? Já pegou algum “calote”?? Não, graças da Deus não. Mas eu acho que isso foi porque sempre fui muito clara. Às vezes tem clientes meu que fechamos o contrato, e pensa que já iniciei o processo. Mas lá no próprio contrato diz que só inicia a contagem dos dias, após a data de pagamento. Essa parte acho bem tranquila. Teria como você falar um pouco mais sobre o contrato, por ser algo tão importante. Acho que não tem muito mistério, é você pegar um modelo com todas as informações, e ler direitinho com o cliente. É essencial, que você leia com o cliente, é não fazer o cliente assinar, sem ele saber o que está assinando. Eu faço uma proposta de prestação de serviços, que é tipo uma prévia, que vem dizendo o que eu vou entregar, o prazo de cada etapa, qual a forma de pagamento, o que está incluso, o que não está. Aí quando a pessoa aprova essa proposta, que a gente vai fechar, aí que eu faço o contrato. No contrato tem todas as informações, e é você ler com o cliente e deixar tudo muito claro. Agora voltando um pouquinho para a criatividade. Nem sempre acordamos criativos, nem sempre temos a vontade de criar. Como funciona isso, para você? Eu não forço. Hoje eu tento fazer, é pegar um período continuo de criação, não pegar períodos com tempo limitado. E quando eu vejo que não está fluindo, eu paro. Tem dias que eu digo, vou ficar até tarde fazendo esse projeto, e não está fluindo, eu paro. Eu digo, amanhã eu continuo. E isso é às vezes, eu fico com algo na minha cabeça, que não está dando certo, eu durmo e quando acordo já tenho a resposta. É enxergar o seu limite, e não forçar Mas tem alguma coisa que te deixa criativa, no seu escritório? Eu sempre produzo com música, a primeira coisa que eu faço quando chego no escritório é ligar a caixa de som. Quando eu vejo que não está fluindo, eu dou uma pausa, dou uma olhada no Pinterest salvo algumas inspirações, começo a rabiscar o papel, e aí vai fluindo. Qual a mensagem que você deixa passar pelo layout do seu escritório, pelo seu Instagram? Eu acho que acolhimento. É uma coisa que me pega muito, quando eu chego em qualquer lugar, numa loja, em um restaurante, o acolhimento. Não gosto de chegar em um lugar, e não me sentir acolhida. Então é uma coisa que eu prozo muito, muito, muito. Lá no escritório, com os meus clientes é que se sintam acolhidos, e que se sintam ouvidos. Porque eu que vou participar de todas as etapas do projeto, eu entro na vida das pessoas, então o acolhimento é muito importante. As pessoas quando chegam no meu escritório sempre dizem, nossa, mas tem escritório é tão gostoso. Eu boto música, eu boto cheirinho, plantas. Então sempre tento passar esse sentimento, que é o que eu busco quando vou em outros lugares, outros escritórios. Atualmente, você tem algum objetivo ou meta? Acho que meu objetivo é ter poucos, e bons projetos. Não quero ter uma equipe gigantes, não quero fazer projetos que não me atraiam. Quero ter poucos, e bons projetos. Quero fazer as coisas com calma, e fazer projetos legais. Hoje em dia, como funciona a elaboração de um projeto? Do começo até chegar ao fim Começa com o orçamento que é aquele processo todo online, quando o cliente aprova eu faço uma visita física no espaço, para ver, conversar e eu acho que é quando o cliente se sente mais seguro por ter me escolhido. Começo a parte de criação, apresente a maquete pro cliente, não limito a modificação de maquete, e quando o projeto está aprovado, eu vou para o executivo. Aí merco uma reunião pra entregar o detalhamento do executivo, outra reunião para entregar a marcenaria, e depois as visitas na obra, e a conclusão final. Quais são as especificações para um estagiário? Hoje em dia eu falo com meus colegas que são professores, peço indicações pra eles dos melhores alunos da sala. Então geralmente o aluno que é mais esforçado, o aluno que participa, e o professor nota.