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Meu nome é Lucas Ferreira Amaral estou aqui para a defesa do meu trabalho de conclusão de

curso na área de Medicina veterinária sobre o tema de Salmonelose em frangos de corte.

O objetivo é estudar sobre os efeitos da Salmonella em frangos de corte além de aprofundar


nos objetivos específicos tais como gênero e sua etiologia, patogenias, sinais clínicos e também
apontar o que a mesma tendi vir a causar em frangos de corte junto com seu controle e
monitoramento.
Por que o estudo da Salmonelose em frangos é tão importante?

Primeiramente por se tratar de uma bactéria de fácil contaminação em aves e que se adapta
com facilidade no ambiente junto com o nosso sistema de criação que acaba se tornando não
so um problema de sanidade mas tambem econômico pois ela afeta diretamente as aves
causando perca de peso que vai refletir na carcaça final do frango, pode tambem causar uma
baixa fecundação dos ovos afetando diretamente a produção, apresenta uma alta taxa de
mortalidade principalmente em frangos mais jovens, sem falar da fiscalização que caso seja
detectado uma forte presença de salmonella pode causar uma suspensão de atividade ou ate
uma intertizaçao do estabelecimento.

Outro fator importante tambem é a questão da sanidade pois em humanos pois se trata de
uma zoonose e que pode causar uma intoxicação alimentar e que algumas vezes pode causar a
febre tifoide que apresenta sintomas mais graves e em alguns casos pode ate causar óbitos.
Aqui está um dado que pesquisei do CDC onde falava que nos EUA apresenta mais de 1 milhao
de casos de infecções alimentares nos EUA, sendo as crianças e idosos as pessoas mais
suscetíveis a apresentar sintomas graves.

Agora falar da Bacteria em si e de sua etiologia, elas são bactérias Gram negativas, que não
apresenta esporos o que e um bom sinal pois em ambientes desfavoráveis elas não serão
resistentes, para o seu desenvolvimento é necessário uma temperatura de 5° a 45°C e o Ph de
4 a 9, ficam normalmente no intestino de aves e humanos, como podem ver na imagem elas
são bacilos ne! apresentam uma forma de bastao e possuem flagelos para sua locomoção.

Ela é da família Enterobacteriaceae , família que apresenta diversas bactérias que causa
infecção alimentar como exemplo a famosa E. Coli, interessante que lendo uma pesquisa vi
que os genomas das duas são 90% idênticas o que indica que vieram do mesmo ancestral.
Dentro do gênero salmonella ela se divide em duas espécies como podem ver nessa imagem

A Salmonella Bongori não apresenta riscos para aves e humanos já a espécie entérica
apresenta 99% dos casos de infecções e para piorar dentro dessa espécie ela apresenta mais 6
subespecies como podem ver! e que ainda apresenta milhares de sorovares cerca de 2500 se
não me engano.

No brasil os sorovares de maior importância são essas 4:

A salmonella Galilinarum e Pulorum que não apresenta risco para humanos mas causa grande
contagio em aves e altas taxas de mortalidade.

E as salmonelas Enteritidis e Typhimurium que acabam se tornando um desafio em granjas


pois raramente apresentam sinais clínicos em aves mas são as principais causadoras de
infecção alimentar como a febre tifoide em humanos.
Nas aves a presença de salmonela pode apresentar 3 diferentes doenças que são a Pulorose, a
Tifo Aviario e o Parativo Aviario.

A Pulorose é causada pela bactéria Salmonella pulorum. É uma doença com alta mortalidade.
As galinhas são as hospedeiras naturais da doença, sendo as aves mais jovens as mais
suscetíveis. Os Sintomas apresentados pelas aves jovens são apatia, anorexia, asas caídas,
diarreia esbranquiçada, perda de peso e morte. O diagnóstico da doença pode ser comprovado
por meio de exame A soroaglutinação rápida (SAR) e lenta (SAL) e tambem pode ser feito por
ELISA. Já o tratamento é feito com antibióticos, como sulfonamidas, nitrofuranos e
cloranfenicol, os quais reduzem a mortalidade, mas a ave continua sendo portadora do agente.
E importante que as aves portadoras do agente sejam eliminadas do plantel.

O Tifo Aviário é causado pela bactéria Salmonella gallinarum. É mais comum nas aves adultas,
e as galinhas são as hospedeiras naturais, os índices de mortalidade da doença vão de
moderados a altos: 40 a 80% das aves infectadas não sobrevivem. Os sintomas são
praticamente os mesmos apesar que é mais frequente a presença de esplenomegalia e
hepatomegalia. O tratamento apenas controla a doença e é o mesmo usado para a pulorose, e
que tambem não tem cura. Entretanto, para evitar a contaminação de todo o plantel, as aves
doentes devem ser sacrificadas. O Diagnostico tambem pode ser feito através de
Soroaglutinaçao mas nesses casos melhor fazer o isolamento do agente para diferenciar da
pulorose.

Já O Paratifo Aviário é causado por qualquer espécie de Salmonella, com exceção


da Salmonella gallinarum, Salmonella pullorum e Salmonella arizonae. Frequentemente é
causado pela enteridits e typhimurium onde cria um grande desafio pois raramente o paratifo
apresenta sintomas nas aves e acaba passando despercebido pelo estabelecimento. Os
sintomas do Paratifo Aviário, em aves jovens, são apatia, penas arrepiadas, asas caídas,
amontoamento e diarreia. Já nas aves adultas, os sintomas são inapetência, diarreia e queda
na produtividade de ovos. O diagnóstico pode ser comprovado por meio de sorologia, e o
tratamento consiste em aplicação de antibacterianos, como a Enrofloxacina, o Trimetropin
Assim como nas outras formas de salmoneloses aviárias, as aves doentes devem ser
sacrificadas, para evitar a contaminação de todo o plantel.
Aqui tem as fotos de caos de pulorose pode ver a chamada diarreia esbranquiçada ou
amarelada nas penas dos pintinhos na região da cloaca.

A transmissão das 3 doenças causadas pela salmonella são praticamente as mesmas e podem
acontecer de 3 formas:

Através de seu seus fômites que são fontes de contaminação em geral como roupas, agua,
alimentos e ate mesmo o ser humano normalmente com o contato direto com o agente da
salmonella.

Também tem a transmissão horizontal onde e a transmissão e feita com o contato direto com
outra ave infectada muitas vezes através pelo o que o animal ingere de maneira a fecal-oral e
ate mesmo canibalismo.
E a vertical que e quando a mãe passa passa o agente para o filhote de maneira transovariana,
assim o filhote já nasce com o agente que pode contaminar mais aves de forma direta ou
horizontal. Importante falar que em casos de infecções septicêmicas onde a salmonela infecta
todo o corpo da ave há mais chance disso acontecer e em alguns casos pode contaminar ate as
cascas dos ovos.

Agora vou falar da parte difícil! O controle e Monitoramento da salmonela

As duas regulamentações mais importantes no brasil para o controle de salmonela é o PNSA


que abrange a sanidade avícola de forma geral e a Instruçao normativa n 2 de 2016 onde é
focado em salmonelas ssp de frangos e perus de corte.
O objetivo do controle é reduzir e não erradicar a salmonela, pois como mencionei é uma
bactéria com forte presença no meio ambiente e se torna inviável a sua erradicação, é voltado
principalmente para frangos de corte e reprodução pois atualmente é comum ter todas as
etapas no mesmo estabelecimento.

Quando falamos de estabelecimentos de abate registrado no SIF requer uma atenção maior,
pois como o produto pode ser exportado para outros países e de importância nacional garantir
a qualidade visando a melhoria do mercado de aves. E além de tudo visa tambem atingir os
critérios mínimos de biosseguridade do estabelecimento.

O controle pode ser feito de varias maneiras, uma das mais conhecidas é a vacinação ela ajuda
mas não resolve o problema, pois o foco dela e prevenir e não curar a salmonela, mas estudos
mostram que a vacinação junto com a biosseguridade tem mostrado resultados satisfatórios
principalmente em aves de postura.
O uso dos antimicrobianos é indicado em ultimo caso, pois o seu uso discriminado pode trazer
mais problemas para o controle deixando as bactérias mais resistentes, e também por não ser
um tratamento de cura mas apenas de controle.

Revisao periódica e sistemática das aves e tambem e dos materiais, e principalmente dos
controles de boas praticas de fabricação BFF e PNCC

A fiscalização e muito importante tambem, no brasil depense de como o estabelecimento esta


registrado mas como regra o MAPA que tem a função de fiscalizar através do serviço
veterinário oficial.

É importante o controle de roedores e parasitas principalmente dos cascudinho que é um


parasita frequente em estabelecimentos avícolas e que acabam sendo grandes transmissores
da salmonela.

A limpeza e desinfecção tambem são importantes no caso da limpeza é mais comum ser
dividida em limpeza seca e limpeza úmida, no caso da limpeza seca e a remoção de matérias
que podem ser fontes de contaminação já a limpeza úmida e quando utiliza agua e detergente,
a desinfecção é feita através de agentes químicos que tem contato com a salmonella por isso e
de suma importância ocorrer a limpeza antes da desinfecção normalmente é usado pelo tipo
de sorovar presente mas os mais comuns são amônia quaternária, formol, cloro, iodo, cresol e
fenol.

A gestão de risco e feito pelo DIPOA do MAPA, que e responsável para passar informações e
atualizações para os estabelecimento, coletas de amostras regulares e certificação sanitária do
GTA tambem e importante para não ocorrer trasnmissoes de salmonela para oustros
estabelecimentos.
O abate é uma das etapas mais frequente de contaminação, principalmente para as carcaças,
neste caso e importante ficar atento com o jejum das aves que devem ser de 10 horas, o
estresse tambem se torna favorável nesse processo pois as aves podem transmitir mais
Salmonelose com o estresse causado pelo jejum.

A caixa de carregamento das aves que serão abatidas, onde as mesmas devem ser lavadas e
desinfetadas antes mesmo que ponha a ave nas caixas.

O uso de nebulizadores também são eficazes no banho das aves no processo de abate pois a
água contaminada pode ocasionar transmissão cruzada.

Em casos já detectado de Salmonelose em frangos medidas devem ser tomadas como:

fermentação das camas de todos os aviários do núcleo

 remoção e descarte de toda a cama e do esterco donúcleo após a fermentação.


limpeza e desinfecção das instalações e equipamentosapós a remoção de toda a cama e
esterco do aviário;

adoção de vazio sanitário de, no mínimo, de quinze diasdepois de concluídos os


procedimentos de limpeza e desinfecção dosgalpões;

investigação para identificar a fonte de infecção e as viasde transmissão para as aves, bem
como adoção de um plano de açãopara prevenção de novas infecções.

Todas essas ações sanitárias devera ser sob responsabilidade do médico veterinário que realiza
o controle sanitário do estabelecimento.

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