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Tema 2: Resíduos e Reciclagem
Não basta viver, é preciso que a nossa vida seja a melhor possível e se desenvolva nas melhores
condições. De entre estas condições, as de natureza ambiental são muito importantes porque contribuem
para o nosso bem-estar físico, psicológico e social. Todos nós
desejamos ter uma vida com boa qualidade. Quer dizer, é
importante ter boa água, bom ar, bons produtos para a nossa
alimentação e vestuário; que lugar onde vivemos seja agradável;
que os locais onde habitamos estejam ordenados e
conservados, de modo a que nos sintamos bem; que a fauna e a
flora possam viver juntamente connosco e que os serviços de
que necessitamos (correios, finanças, escolas, bibliotecas,
museus, hospitais, serviços de água, luz e outros) sejam eficazes
e estejam próximos de nós.
No sentido de desenvolvermos a nossa qualidade de vida,
há um aspeto que é muito importante: a preservação dos recursos naturais, apesar de termos que utilizá-
los para fazer face às nossas necessidades. Como sabemos, precisamos dos recursos naturais para viver, isto
é, precisamos da água, do ar, da terra, dos minerais (por ex.: petróleo), da fauna (os animais) e da flora (as
plantas). No entanto, devemos saber usá-los sem comprometer a continuidade da sua existência no tempo
futuro.
Um dos aspetos que mais contribuem para a degradação do planeta é a existência dos resíduos sólidos,
vulgarmente conhecidos por "Iixo", que todos produzimos
diariamente.
"Quantas coisas vamos deitar fora hoje? A caixa de uma nova
bisnaga de pasta de dentes? A caixa de cereais vazia ou o pacote
do leite? O bilhete do autocarro? Talvez um pacote de batatas
fritas e uma lata de refrigerante vazia? Elaboremos uma lista de
coisas que deitamos fora num dia e ficaremos espantados com o
seu número.
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No sentido de podermos viver melhor no presente e de permitir que as próximas gerações também o
possam fazer devemos poupar os recursos e deixar uma Terra mais limpa (desenvolvimento sustentável).
Devemos fazê-lo porque pensamos em nós e nas gerações que hão-de vir (vindouras). Que fazer, então, para
vivermos num mundo melhor, mais limpo e para deixarmos recursos para as gerações futuras?
De entre outros problemas ambientais, cuja resolução é importante tanto para o presente como para o
futuro, há o problema do chamado "Iixo". Este aparece-nos ligado a algo que não vale nada, que não presta.
Mas não é bem assim! ... Dado que, nele, podemos incluir materiais que podem voltar a ser utilizados e
aproveitados, é mais correto chamar-lhe resíduos sólidos. Papel velho não é lixo! Vidro velho não é lixo! O
mesmo se pode dizer das latas e dos restos de comida!... E tantas outras coisas que não são lixo!... São
resíduos sólidos que podem ser aproveitados.
Podemos considerar que há vários tipos de resíduos: resíduos domésticos, resíduos sólidos urbanos
(RSU), resíduos hospitalares, resíduos sólidos industriais e resíduos tóxicos ou perigosos (os pesticidas, os
diluentes, os decapantes e alguns produtos para a limpeza doméstica). Iremos centrar mais a nossa atenção
nos resíduos domésticos e resíduos sólidos urbanos porque é em relação a estes que, mais diretamente,
podemos, desde já, enquanto cidadãos, tomar uma atitude, assumir um gesto verde, como sugere o título
deste texto. Contudo os resíduos industriais não deixam de ser uma dos maiores problemas que afetam o
ambiente.
1. Muitas vezes são colocados em depósitos, as chamadas "lixeiras", nas bermas das estradas, nas margens
dos rios. Esta forma de colocação é negativa porque se corre risco de incêndio, de contaminação dos solos e
da água, de mau cheiro e de degradação da paisagem.
2. Outras vezes são depositados em aterros autorizados, que,
se forem bem geridos, serão mais seguros que as "lixeiras",
mas, mesmo assim, não estão isentos de riscos e, além
disso, atingem a sua capacidade máxima rapidamente.
3. Outras vezes são transportados para incineradoras onde se
transformam em gases tóxicos, poeiras, cinzas e escórias,
que também têm que ser postas em algum lugar. Resíduos sólidos urbanos
Disponível na Internet: http://www.ufrgs.br/vies/vies/do-lixo-
4. Nalguns casos são enviados para o fundo dos mares, o que tudo-brota/
Em conclusão: nenhuma das maneiras que temos para nos desembaraçarmos dos resíduos é totalmente
inofensiva. Eles têm que ser colocados em algum lado e causam sempre algum impacto ambiental, isto é,
causam alguma perturbação e sujam sempre o ambiente. Por isso, é indispensável que o seu depósito seja
pensado e planeado.
Mas melhor será, antes de mais, reduzir, isto é, todos fazermos um esforço no sentido de produzirmos
menos resíduos sólidos; reutilizar e reciclar os produtos que utilizamos.
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Política dos 3 R: Que atitudes tomar face aos resíduos?
A resposta a esta pergunta implica três palavras, todas elas começadas pela letra R. São elas: reduzir,
reutilizar e reciclar. Este princípio dos três R foi adotado pela União
Europeia, na sequência da Conferência do Rio de janeiro, em 1992.
Havia já muito tempo que as pessoas que se preocupam com as
questões do ambiente, os ecologistas, vinham chamando a atenção
para a importância do conteúdo destas três palavras. Mais
recentemente, outros conceitos têm sido integrados nesta
abordagem dos R como Restaurar, Recuperar, Repensar e Respeitar.
Por uma questão metodologia apenas abordaremos os conceitos
associados aos 3 Rs.
Todos os cidadãos devem preocupar-se com estas três palavras
que expressam ideias fundamentais para a proteção do ambiente.
Neste sentido, todos podemos fazer qualquer coisa, por pouco que
seja, para melhorar a qualidade de vida. Todos – os industriais, os
comerciantes, os políticos, os militares, os agricultores, os
Disponível na Internet:
engenheiros, todos os homens e todas as mulheres, http://www.atitudessustentaveis.com.br/artigos/sustentabi
lidade-reaproveitamento-de-residuos-solidos/
independentemente da sua idade ou profissão – podem fazer
qualquer coisa pelo ambiente, mesmo que pareça pouco. As
páginas que se seguem poderão ajudar a descobrir o pequeno contributo de cada um, que por mais pequeno
que seja, poderá ser muito importante! Basta que façamos um pequeno esforço para adquirir ou reforçar
alguns "gestos verdes", que são pequenas atitudes que podemos tomar no nosso dia-a-dia, tais como reduzir
o consumo, deitar' as garrafas no vidrão, recolher o papel, as pilhas, as latas...
"É falso que pequenas iniciativas e esforços não pesem na mudança de atitudes: “gesto verde”' não é
aquele que se recomenda aos outros, mas que se pratica na escolha do tira-nódoas, na utilização do
detergente, no interesse em conhecer as economias de energia,
em saber porque se rejeita uma pilha com mercúrio, entre
tantas outras atitudes.
Não se trata de comprar mais, mas de comprar diferente
nos produtos de consumo corrente. Há até 'gestos verdes' que
não exigem qualquer compra. São gestos que preservam
fisicamente o nosso meio.
As embalagens de produtos alimentares e os sacos de
plástico representam uma porção significativa de resíduos
difíceis de eliminar, o melhor é fugir deles: rejeitar produtos
excessivamente embalados, utilizar frequentemente o saco das compras em pano e aproveitar os sacos de
plástico."
Todos, a começar por cada um de nós, somos responsáveis pelo destino a dar aos resíduos que
produzimos. Vejamos, agora, mais detalhadamente em que consistem os 3 (4) R.
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1. Reduzir
Reduzir é uma ação muito importante, porque se atuarmos a este nível, haverá menos problemas depois
com os resíduos que resultam do nosso consumo.
Se fizermos um esforço para consumir em menor quantidade alguns dos produtos que, bem vistas as
coisas, até podem ser dispensáveis, então estaremos a reduzir a produção de resíduos. Por exemplo, evitar
trazer demasiados sacos do supermercado. Sacos de papel ou de plástico?
"Os sacos de plástico são, muitas vezes, mais cómodos do que os de papel - só que não são biodegradáveis
(mesmo os que são biodegradáveis nunca desaparecem completamente - apenas se desfazem em pedaços),
além de que todo o plástico é feito a partir do petróleo, um material não renovável. Os sacos de plástico vão
muitas vezes parar aos oceanos, matando animais marinhos que neles ficam presos ou os engolem.
A tinta usada para impressão em sacos de plástico contém cádmio, um metal pesado tóxico. Portanto,
quando os sacos de plástico são queimados, libertam metais pesados para a atmosfera.
Os sacos de papel são recicláveis e biodegradáveis, mas, por outro lado, não saem baratos. Os sacos dos
supermercados, por exemplo, são sempre feitos com papel virgem - nunca reciclado - porque, dizem os
fabricantes, para fazer sacos que aguentem pesos grandes são necessárias as fibras compridas de pasta de
papel."
In 50 Coisas Simples que Você Pode Fazer para Salvar a Terra - The Earth, Works Group
Pelo que acima fica dito, devemos pensar duas vezes antes de trazer o saco do supermercado, quer seja
de plástico, quer seja de papel. Quando formos às compras, sempre que possível, levemos o nosso próprio
saco que poderá ser de pano ou de outro material durável.
Há atitudes que podem contribuir para reduzir o consumo e o desperdício, tais como: escrever nas duas
faces das folhas de papel, evitar a utilização abusiva do automóvel e evitar consumir bebidas enlatadas
porque assim se reduz o "Iixo". E se consumirmos produtos concentrados, reduziremos também o número
de embalagens. Do mesmo modo, devemos evitar o uso de produtos em forma de spray, porque contribuem
para a destruição da camada de ozono e muitas outras coisas.
...Muitos fazem a mudança!
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A propósito de produtos amigos do ambiente, vamos falar um pouco dos detergentes e de alguns
cuidados a ter no que respeita à escolha destes produtos.
" A maioria dos detergentes contém fosfatos e outros componentes químicos ricos em fósforo. Os
fabricantes utilizam-nos porque amaciam a água e evitam que as partículas de sujidade voltem a aderir à
roupa.
(...) [os fosfatos] produzem muitos efeitos secundários graves no ambiente: quando são arrastados para
os rios e os lagos, os fosfatos servem de "alimento" às plantas aquáticas - isto é, fertilizam-nas de tal modo
que se dá uma proliferação de plantas, em especial de algas, dando origem às chamadas "marés vermelhas".
Quando as algas morrem, seguindo 0 seu ciclo natural, as bactérias que fazem a sua decomposição - um
processo que precisa de grandes quantidades de oxigénio – consomem o oxigénio de que outras plantas e
animais necessitavam para sobreviver. Resultado: os rios e os lagos podem morrer."
50 Coisas Simples que Você Pode Fazer para Salvar a Terra - The Earth, Works Group
Em casa tentemos esclarecer os elementos da família acerca destes problemas. Comecemos por observar
a embalagem do detergente que é
usado. Nela está registada a
quantidade de fósforo que o
detergente possui e aparece
normalmente sob a designação de
“fosfatos” Multipliquemos o
número que consta na embalagem
por 3 e obteremos assim o teor de
fosfato. Assim, se o detergente
contém 8% de fósforo
multipliquemos por 3 e obteremos Disponível na Internet:
http://intervirnoambiente.blogspot.pt/
24% de fosfato que é um valor alto,
porque, há detergentes que existem no mercado com apenas 0,5% de fosfatos.
Exemplo:
O TIDE máquina contém entre outros ingredientes:
- <5% de Policarboxilatos, tensoativos não iónicos, tensioativos catiónicos, branqueadores à base de
oxigénio, Zeolitos.
- 5% -15% Tensoativos aniónicos.
- 15% - 30% Fosfatos.
- Enzimas.
Relativamente à escolha dos detergentes, que poderemos fazer de modo a evitar a morte de rios e lagos?
Usar menos detergente; escolher um detergente com menos fosfatos (os detergentes líquidos
normalmente não contêm fosfatos) ou usar sabão em pó, se a água não for muito calcária.
Em conclusão: reduzir o consumo de produtos e bens é uma forma de ser amigo do ambiente e da
Natureza. Este é um gesto simples e que está ao teu alcance.
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2. Reutilizar
Reutilizar quer dizer voltar a utilizar, ou seja, usar de novo os mesmos produtos. Há toda uma série de
produtos que podemos voltar a utilizar. Às vezes, pensamos que "o usar e deitar fora" é o melhor, mas não é
bem assim para todos os casos. Por exemplo, talvez seja melhor preferir o vasilhame de vidro com retorno,
que é aquele que tu podes devolver para
voltar a ser utilizado. Usar uma garrafa de
vidro uma só vez é pouco aconselhável para
o ambiente. O melhor seria utilizá-la mais
que uma vez. Mas, no caso de tal não ser
possível, então o melhor será pô-la no
vidrão para a reciclagem, como haveremos
de ver!
Reutilizar também é uma atitude
importante para preservar o ambiente.
Imagem disponível na Internet:
Exemplos de reutilização: fazer um esforço http://contrarioaoesperto.blogspot.pt/
3. Reciclar
Reciclar consiste em recolher e transformar um resíduo de modo a que este possa ser novamente utili-
zado para o mesmo fim ou para outro diferente do que estava inicialmente previsto.
Como poderemos contribuir para facilitar a reciclagem?
Em primeiro lugar, escolher produtos e embalagens recicláveis e quando não precisarmos deles, colocá-
los em locais apropriados, tais como o recipiente do papel, das
pilhas, dos metais, do vidro, do plástico e outros.
Em segundo lugar, poderemos optar por produtos feitos de
materiais recicláveis.
Em terceiro lugar, no caso de termos o nosso próprio quintal ou
jardim, fazermos nós próprios a compostagem de resíduos de
jardim e dos alimentos. Quer dizer, em vez de deitarmos fora estes
resíduos (restos de comida, de aparas do jardim, de plantas e de
sebes), poderemos nós mesmos reciclá-los porque deles resulta
matéria orgânica, que é um ótimo adubo biológico a usar para
Processo de preparação de papel para
enriquecer a terra. Assim, em vez de utilizarmos adubo químico, reciclagem Imagem disponível na Internet:
http://naturlink.sapo.pt/Intervir/Artigos-
Praticos/content/Reciclagem-do-papel-como-e-feita-e-
qual-a-sua-importancia?bl=1&viewall=true
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procedamos à sua substituição por adubo biológico que é mais saudável, não polui o solo nem as águas, e
evitamos com esta medida sobrecarregar ainda mais os locais
onde se depositam os resíduos sólidos. Há, deste modo, várias
vantagens na transformação, por compostagem, dos resíduos
biológicos em matéria orgânica.
Em Portugal, aos poucos, vão-se adquirindo hábitos de
colocação dos vários resíduos nos locais apropriados e
indicados para o vidro, o papel, o plástico e as pilhas. Há
países onde cada um, logo em sua casa, separa a matéria
biológica - restos de comida e de aparas - que coloca num Latas prensadas para reciclagem. Imagem
disponível na Internet:
recipiente adequado para o efeito; noutro recipiente coloca o http://www.florestalrecicla.com/2011/05/brasil-perde-r-
8-bilhoes-anualmente-por.html
vidro, noutro as pilhas, noutro as latas e noutro os plásticos.
Em Portugal também estamos no bom caminho! E, se todos aderirmos, o resultado será ainda melhor e mais
rápido.
Reciclagem do vidro
“O vidro é feito a partir de areias siliciosas, carbonato de sódio e cal, que são submetidos a várias
transformações. Fundido em fornos a altas temperaturas, vertido para os moldes que lhe hão-de dar a forma,
rapidamente arrefecido, o vidro
transforma-se em objetos e recipientes. A
produção do vidro evoluiu ao longo dos
tempos. Hoje, a quantidade de matérias-
primas e de energia que é necessária à sua
produção diminuiu. A recolha e o
aproveitamento do vidro velho muito
contribuíram para essa redução.
Desde que esteja separado de outros
Processo de preparação de garrafas de vidro para reciclagem
produtos, o vidro é um material reciclável. Imagem disponível na Internet: http://www.setorreciclagem.com.br/reciclagem-
de-vidro/como-montar-uma-empresa-de-reciclagem-de-vidro/
Separá-lo dos outros resíduos é uma forma
de contribuir para um melhor ambiente porque a sua presença no conjunto dos resíduos, o "lixo", é muito
agressiva. Aproveitando o vidro, também estaremos a contribuir para não extrair abusivamente areia, uma
vez que ela é necessária para produção do vidro. Por cada tonelada de vidro velho que se recolhe, poupam-se
400 kg de areia. Também se poupa energia e água.”
Reciclagem do papel
“Se pensarmos bem, o papel é um produto que nos acompanha no nosso dia-a-dia. A sua presença é
constante na nossa vida diária, em casa (guardanapos, lenços, copos, pratos, toalhas, jornais, revistas, caixas,
embalagens e outros), na escola e nos locais de trabalho (para fotocópias, para o computador...) É agradável
tê-lo na carteira sob a forma de papel-moeda.
Procuremos um pouco a história do papel.
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O papel foi inventado na China, no início da era cristã. Chegou à Europa pela mão dos árabes no séc. XII.
Vulgarizou-se devido à imprensa de Gutenberg (no séc. XV), ao desenvolvimento das comunicações (nos sécs.
XIX e XX) e aos processos de fabrico. Para a sua fabricação é necessária a celulose, extraída das fibras
vegetais das árvores, grandes quantidades de água e muitos produtos químicos. A fabricação da pasta de
papel exige assim muitos recursos naturais e provoca muito impacte ambiental: a desflorestação implica a
diminuição da biodiversidade - porque a pasta de papel deriva, em geral, da monocultura do eucalipto -, a
erosão dos solos, a poluição das águas provocada pela utilização dos produtos químicos.”
Guia do Bom Cidadão Ecológico (adaptado) - Câmara Municipal de Lisboa
Pelas razões acima referidas, nos nossos dias a reciclagem do papel é muito importante. Para isso, é
necessário que as pessoas, em vez de deitarem o papel para o "lixo", o depositem nos locais apropriados.
Depois, vai ser recolhido e utilizado para fabricar novamente papel. Assim, produz-se papel, poupa-se
água, energia, madeira proveniente das árvores e o solo na sua riqueza.
Plásticos
O plástico é um produto muito utilizado por todos nós no dia-a-dia e é uma componente forte nos nossos
resíduos. Os plásticos vão-se acumulando nas "lixeiras" e
praticamente não se decompõem. Há uns anos atrás,
procedia-se à sua incineração, mas esta é uma solução com
consequências indesejáveis porque lança para a atmosfera
agentes tóxicos e cinzas que contribuem para as chuvas ácidas
a para a destruição da camada de ozono.
É difícil, pelo menos por enquanto, dispensar o plástico do
nosso quotidiano. Então, qual a solução? Reciclagem. Para Processo de preparação de garrafas de
plástico para reciclagem - Imagem disponível na
isso, coloca os plásticos no plasticão. Só assim, será possível a Internet: http://naturlink.sapo.pt/Intervir/Artigos-
Praticos/content/Reciclagem-do-papel-como-e-feita-e-qual-a-
recolha seletiva de plásticos para posteriormente reciclagem. sua-importancia?bl=1&viewall=true
Óleos
"Um único litro de óleo para automóvel pode poluir
950 mililitros de água potável.
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Pilhas
“É muito importante que as pilhas não sejam lançadas no conjunto dos resíduos, porque contaminam o
solo e as águas, devido ao facto de conterem elementos
altamente poluentes, tais como o mercúrio, o cádmio e o
níquel.
Por isso, não devemos deitar as pilhas nos conjuntos dos
resíduos sólidos, mas guardá-las e entregá-las na Autarquia ou
num recipiente próprio para evitar que sejam abandonadas e
vão contaminar o solo e a água.
A propósito do mercúrio, vale a pena ler o texto que se
segue.
"No séc. XVII, os chapeleiros, que usavam mercúrio no trata-
mento do feltro e das peles, começaram a ter um
comportamento estranho. Como ninguém sabia que se tratava,
afinal, de intoxicação pelo mercúrio, partiam do princípio de que os chapeleiros estavam todos loucos. É daí
que vem a expressão "louco como um chapeleiro" e até o Chapeleiro Maluco, personagem de “Alice no País
das Maravilhas."
50 Coisas Simples que Você Pode Fazer para Salvar o Ambiente, The Earth, Works Group
Lembremo-nos que uma única pilha contamina o solo durante 50 anos. Prefira pilhas recarregáveis
porque, ainda que também contenham mercúrio, duram mais tempo. Escolha também as pilhas que
contenham menor teor de mercúrio.
Resíduos industriais
“Os resíduos industriais gerados em processos produtivos, bem como os que resultam das atividades de
produção e distribuição de eletricidade, gás e água são uma forma de poluição que suscita uma crescente
preocupação, tanto para as empresas como para toda a
Sociedade. Além dos diversos impactes ambientais implícitos,
causadores de desequilíbrios graves nos ecossistemas e na
saúde humana, existe também o custo económico associado à
produção de resíduos industriais. "Gerar cada vez menos
resíduos industriais", através da implementação de estratégias
de prevenção, passa pela racionalização do consumo de
matérias-primas e energia, melhorando os índices de
produtividade, pela aplicação de tecnologias mais limpas ou
das melhores tecnologias disponíveis aos processos produtivos
Resíduos industriais perigosos e de suporte e, particularmente, passa pelo cumprimento dos
Imagem disponível na Internet:
http://meioambiente.culturamix.com/recursos-
naturais/opersan-residuos-industriais
planos nacionais de prevenção e gestão de resíduos industriais
publicados nos vários diplomas legais existentes nesta matéria.
A legislação é indispensável, enquanto forma de enquadrar normas, objetivos, planos e prazos, para que essa
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mudança se concretize e funciona também como um instrumento para a punição de agentes prevaricadores.
Existem razões de diferente natureza que inadequadamente, ainda são atualmente utilizadas como
argumento para justificar situações de más práticas na gestão de resíduos industriais, nomeadamente o
desconhecimento da legislação aplicável nesta matéria, o desconhecimento de outras soluções técnicas mais
eficientes e dos benefícios daí resultantes, a desvalorização que é dada ao impacte ambiental da atividade
industrial, entre outras. Torna-se por isso fundamental um esforço acrescido de informação, formação e
sensibilização sobretudo aos Industriais (incluindo as Administrações e todas as Partes Envolvidas numa
Organização), que deverão encarar a gestão adequada dos seus resíduos, não somente como uma obrigação
ambiental para com a Sociedade, mas também, como uma estratégia de negócio, em que a aplicação de
técnicas/tecnologias de prevenção, minimização, valorização e gestão apropriada dos resíduos produzidos,
significa um melhor aproveitamento dos recursos materiais e energéticos, com benefícios financeiros
quantificáveis e como um fator de "Competitividade Responsável" em mercados globais.”
In Vieira, Conceição et al. Manual de Gestão de Resíduos Industriais (2011) Associação Empresarial de Portugal
O Desenvolvimento sustentável é um desafio global que tem por base três pilares fundamentais: o
progresso sociocultural e o desempenho ambiental, ambos aliados ao sucesso económico.
In www.lipor.pt. Junho 2010
Historicamente, o respeito pelo meio ambiental tem sido encarado pelos empresários como uma
restrição ao desenvolvimento das suas atividades e à revelação da sua competitividade. A obrigatoriedade de
cumprir determinados padrões ambientais, impostos pela regulamentação ambiental, é tida como restritiva
do processo de tomada de
decisão subjacente à
prossecução das estratégias de
negócio das empresas e
impositiva de acréscimos de cus-
tos, limitadores da capacidade
concorrencial. (...) A
regulamentação introduz nas
empresas o imperativo de
respeitar o ambiente, criando
incentivos à condução de atividades inovadoras que culminam com a introdução de processos e tecnologias
de produção mais limpas, reduzindo os impactes negativos da atividade.
(...) Sob visões estáticas é inevitável que a regulamentação ambiental, sem qualquer movimento de
ajustamento ou reestruturação compensatório, conduza a aumentos de custos. Porém, na realidade, as
empresas operam num ambiente competitivo e dinâmico, sendo constantemente confrontadas com
pressões externas que enfrentam de forma positiva para se manterem competitivas, optando,
frequentemente, por desenvolver ou adotar inovações.
A hipótese teórica da existência de uma relação positiva entre o desempenho ambiental e económico das
empresas, mesmo sem recurso a hipóteses simplificadoras ou redutoras da realidade, é bastante robusta. No
entanto, em termos empíricos, se há alguns níveis da análise em que se deteta um claro reconhecimento
pelas empresas do contributo do respeito ambiental para o bom desempenho nos mercados, outros há que
revelam um grande afastamento das relações teóricas discutidas da realidade.
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A conclusão que parece poder retirar-se para Portugal é que a preocupação das empresas com as
questões ambientais ainda se encontra num estádio
muito embrionário. O enfoque continua a manter-se
no cumprimento estrito da legislação em vigor,
atuando as empresas de forma reativa na definição e
operacionalização das suas estratégias e políticas
Do "Homem-produtor" ao "Homem-consumidor"
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Os problemas da sociedade dos consumidores
As três características dominantes da sociedade de consumo são: a abundância, a massificação e a
homogeneização. Com efeito, foi o fabrico em série que
estabeleceu que, nesta nova sociedade, o mais difícil não era
produzir bens e serviços, mas criar consumidores. Alguém observou
que a sociedade de consumo começou no dia em que se descobriu
que a produção em série tornou mais fácil fabricar produtos que
vendê-los. (...)
Com o desenvolvimento de comunicações comerciais
envolvendo marketing, publicidade e merchandising, iniciou-se
uma era de sedução, mas também de desequilíbrio de mercado, Disponível na Internet:
http://www.petshopmagazine.com.br/2012-04-
uma vez que os fabricantes, prestadores de serviços e cfmv-e-o-desenvolvimento-sustentavel-16449
intermediários de diferente índole se muniram de instrumentos
capazes de subverter as referências culturais e os hábitos de consumo.
Estas indústrias da sedução fizeram-se acompanhar de um novo desenvolvimento dos média. Não é por
acaso que a sociedade de consumo se desenvolve da rádio para a televisão e, desta, para o digital. Ao tornar-
se mediático, como qualquer outro objeto, o consumo perdeu espontaneidade, passou a depender do que
dele pensam os diversos construtores de opinião, que tanto podem ser os anunciantes como a moda.
As notícias que nos chegam de todos os cantos do mundo fazem-nos lembrar que vivemos numa
confortável sociedade de consumo e que nos esquecemos de ler as letras miudinhas que vinham no
testamento social e ambiental das últimas gerações. O desrespeito pelos direitos humanos acompanha o
crescimento de alguns países do mundo; hecatombes humanitárias e políticas grassam noutros pontos do
planeta; as consequências do efeito de estufa são já visíveis, tanto no ar que se respira nas cidades como nos
glaciares que desaparecem. Cada vez mais tomamos consciência de que o nosso habitat natural, onde todos
vivemos dependentes uns dos outros e do equilíbrio com a natureza, não aguenta muitos mais anos de
utilização intensiva como a que se fomentou no século XX. A grande questão agora é saber como inverter a
situação, como satisfazer as necessidades e aspirações de hoje sem
comprometer as necessidades das gerações vindouras? Os
problemas estão já bem identificados: pobreza extrema, fomes,
epidemias, graves assimetrias norte/sul, profunda desigualdade de
género, exploração desenfreada dos recursos naturais,
biodiversidade em perigo, aumento dos resíduos e poluentes,
aumento do consumo energético.
É neste cenário que nasce a ideia de responsabilidade dos
consumidores e se apela para uma urgente mudança de
comportamentos, porque mais do que sensibilizar e informar, é
preciso aprendermos a mudar agora. É necessário intervir no âmbito
Imagem disponível na Internet: da educação, formar ativamente as novas gerações, mudar os
http://www.skyscrapercity.com/showthread.ph
p?p=99931325 comportamentos de forma radical.
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Nem a responsabilidade social das empresas pode ser um conceito vazio de ação social, fortemente
instrumentalizado pelos gabinetes de marketing que deixa de ter em conta somente o lucro e os interesses
dos acionistas, para ter em conta o Bem Comum dos trabalhadores, das comunidades, do ambiente onde se
insere.
Por isso apelamos a um Consumo Responsável, que inclui a ideia de sustentabilidade social e ambiental
alicerçada em critérios éticos. É preciso consumir diferente, ter mais e melhor informação sobre os produtos
- os seus custos sociais e os seus impactos ambientais. É preciso pensar noutro modo de consumo e pô-lo em
prática, todos os dias, em todas as áreas das nossas vidas, por todo o mundo. Optar por consumir menos e
consumir melhor.
Consumo responsável - Questões, desafios e guia prático para um futuro sustentável,
Cadernos do Comércio Justo, n.º 1 (adaptado) .
Entende-se por desenvolvimento sustentável o que “procura satisfazer as necessidades da geração atual sem
comprometer a capacidade das gerações vindouras de suprirem as suas próprias necessidades” (relatório
Bruntland, “O nosso Futuro Comum”). Um compromisso assente no equilíbrio de três eixos: social, ambiental
e económico.
O tema está na ordem do dia. Com o fim da vigência dos DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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Vivemos escravos das nossas necessidades que, a solto galope, estão cada vez mais distantes de serem
consideradas básicas. A nossa lógica de consumo desenfreado subsidia esquemas de produção que cilindram
muitas vidas e constroem uma realidade muito injusta, muito desigual.
A servidão à economia tem sido o centro de todas as questões. E se tudo fosse diferente? E se a necessidade
de possuir desse lugar à possibilidade de usufruir? E se não exigíssemos mais à natureza do que aquilo que ela
nos pode dar? E se nos preocupássemos com a proveniência dos produtos que consumimos e com as condições
de trabalho das pessoas que os confecionam? E se
a produção estivesse ajustada às necessidades de
todas as pessoas?
“Temos nas mãos o terrível poder de recusar”.
E com essa liberdade uma enorme
responsabilidade. A força que temos enquanto
cidadãos e consumidores é gigante. E entre nós e
ela somente a nossa decisão, que, apesar de ser
individual, deve ser pensada globalmente.
É urgente a opção por modelos de consumo e
gestão informados e responsáveis.
O trabalho digno e produtivo no setor público e A Cimeira das Nações Unidas realizada em setembro de 2015
privado é factos chave para a redução da pobreza e aprovou em uma agenda com 17 objetivos e 169 metas de
fomenta uma globalização mais justa. desenvolvimento sustentável até 2030.
Este texto sobre resíduos foi essencialmente retirado de com adaptações: Moura, Carminda; Teixeira, V. Isabel. Eu
e os outros (sd) Porto: Porto Editora
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A ARTE AO SERVIÇO DA SUSTENTABILIDADE
Arte e Ambiente: que conceitos, atitudes e ações estão por detrás desta dicotomia? Ao longo da história
do Homem e dos objetos têm sido atribuídos diferentes sentidos e significados ao conceito de Arte e ao
conceito de Ambiente. Desde os primeiros vestígios da pré-história, a arte passou a ser parte integrante da
cultura do homem, tornando-se, para muitos, uma necessidade e um modo de expressão perante o mundo
que os rodeia. A arte veio também enriquecer, embelezar e melhorar a qualidade de vida do homem,
completando-a.
Com o desenvolvimento das diversas culturas e sociedades, o ser humano criou diversos artefactos,
aproveitando e adequando matérias-primas encontradas na natureza, dando-lhes formas úteis, funcionais e
belas à medida e à vontade do homem, as quais proporcionaram satisfação ao fruidor, refletindo o modo de
pensar e os valores de cada cultura e de cada sociedade.
Hoje em dia, numa sociedade que integra no seu seio uma cultura materialista que cultiva o consumismo,
instalando a moda do “usar e deitar fora”, grande parte dos recursos materiais e energéticos necessários
para esta produção desenfreada ainda é considerada como
inesgotável e a natureza é entendida como tendo capacidade
infinita para suportar quaisquer agressões. Além disso, está à
nossa disposição uma enorme variedade e oferta de objetos e,
desde que lhes seja dada oportunidade, as pessoas gostam de
adquirir coisas.
No entanto, nos últimos anos apareceram diferentes
atores no campo artístico, com diferentes manifestações,
hoje designados por artistas, artesãos e designers que face
aos grandes problemas ambientais, criaram uma nova Artur Bordalo, um jovem lisboeta de 26 anos, que
estudou Pintura na Faculdade de Belas-Artes,
relação com a Sociedade e com a Natureza. dedica-se a transformar lixo em animais, em
Lisboa.
Um dos inúmeros problemas ambientais tem a ver com a
poluição, que é uma palavra muito comum nos dias de hoje. O seu significado é muito claro e visível pelos
resíduos deixados na Natureza. A gestão dos resíduos está a tornar-se um problema complexo que requer a
participação de todos. Torna-se necessário aumentar a consciência global das pessoas relativamente às
questões relacionadas com o ambiente e tentar dar um novo sentido à responsabilidade individual.
Segundo o filósofo e educador J. Krisnamurti, “Qualquer viagem começa sempre com o primeiro passo”.
Todos os esforços para salvar o planeta devem começar em casa de cada um, a um nível pessoal e em cada
escolha que fazemos. Cada um de nós pode fazer a diferença. É necessária uma nova consciência de que a
nossa relação com o ambiente é uma questão de moralidade social, e é responsabilidade de cada geração
deixar aos seus sucessores um mundo melhor.
Para salvar o planeta e os seus hóspedes é necessária a construção de sociedades do conhecimento
baseadas na educação para a sustentabilidade e na educação para o futuro, que tenham um papel
importante na transformação da sociedade, que assente na mudança de valores e atitudes.
Cada dia aparecem mais projetos e iniciativas que aproveitam os resíduos, transformando-os em
recursos: energia, compostagem, matérias-primas e também em arte. Neste campo são inúmeras as
publicações, exposições, documentários e eventos que mostram esta nova tendência a uma audiência
internacional. Mostram o poder transformador individual e coletivo de artistas, artesãos e designers que
aproveitam o lixo que todos deitamos fora todos os dias para o transformarem em matéria-prima útil para
os seus projetos sustentáveis e de baixo impacto ambiental. São experiências que têm a ver com o dia-a-
dia, divertidas, criativas, funcionais, estéticas, úteis, de “fazer algo a partir do nada” e, acima de tudo,
amigas do ambiente. (...)
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Temos que contribuir para uma Cultura Material mais sustentável. É possível reutilizar criativamente
materiais de fácil acesso e consumo, na conceção de
artefactos, integrando-os na nossa vida quotidiana. (...)
Cada um de nós poderá encontrar função e beleza nos
objetos construídos a partir de materiais onde os outros
apenas o veem como lixo.
Será possível comprar e consumir menos, e criar mais?
Este é o grande desafio com o qual todos temos de nos
confrontar. “ Desenvolver a capacidade criativa e a
consciência cultural para o século XXI é uma tarefa
simultaneamente difícil e essencial. É necessário que todas
as forças da sociedade se empenhem na tentativa de
O artista mexicano Alejandro Duran, utiliza resíduos
assegurar que as novas gerações deste século adquiram
plásticos, e não só, que dão à costa no México, para
os conhecimentos e capacidades e, o que é porventura realizar as suas coloridas criações artísticas.
ainda mais importante, os valores e atitudes, os
princípios éticos e as normas morais necessárias para serem cidadãos responsáveis do mundo e garantes
de um futuro sustentável”.
Galante, Manuela (2009) Arte e Ambiente – Que conceitos, atitudes e acções estão por detrás desta dicotomia? Roteiro para a Educação Artística,
Aspea – Associação Portuguesa de Educação Ambiental. Disponível na Internet em:
http://www.aspea.org/XVIJ_Oficina%20Arte%20Ambiente%20Manuela%20Galante.pdf, data de consulta a 22-04-2015, adaptado.
A célebre frase de Lavoisier “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” foi utilizada
como ideia basilar para a redação deste artigo.
(...)
Importa antes de mais clarificar os conceitos
de reutilização e de lixo: reutilização significa
pegar numa preexistência e dar-lhe uma nova
função; lixo é todo o material sólido sem
utilidade.
Recuperar e reutilizar lixo transformando-o
em obras de arte foi uma prática que atravessou
o século XX e que ganhou mais força nos últimos
anos. Artistas como Picasso, Tatlin e Marinetti,
Mimmo Rotella, Louise Nevelson, Marcel
Duchamp, Kurt Schwitters, Chirstian Boltanski e
Rauschenberg são alguns dos artistas que se
Nature morte à la chaise canée, 1912. Óleo e aplicações na tela
interessaram pelos materiais considerados lixo,
com corda ao redor, Pablo Picasso. Imagem retirada de VERGINE,
descartáveis e que os usaram como “matéria- Lea 2007. p.129.
prima” para as suas criações artísticas.
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Na verdade os artistas da vanguarda do início do século XX utilizaram “lixo” nas suas obras. O Futurismo, o
Cubismo e o Dadaísmo foram os
movimentos que mais se destacaram
neste contexto de arte, apenas mais tarde
considerado como tal. A intenção destes
artistas era deixar claro que utilizando,
papel de rascunho, cordas, cordéis, lixo,
bilhetes de navios e de comboio, ou seja,
material que foi considerado de baixo
valor, era possível fazerem-se criações
artísticas, idênticas àquelas que recorrem
a materiais tradicionais.
A Vitória, 1920, montagem, O dadaísta Marcel Duchamp, um dos
colagem e óleo sobre cartão, autores que mais fronteiras abriu para
104.5 x 79 cm. [Kurt Schwitters,
uma nova forma de pensar a arte, retirava Roda de bicicleta, ready-made,
Imagem retirada de Web Site:
http://mediaspin.com/blog/?p peças do seu contexto original inserindo- 1913. Marcel Duchamp,
=445, data de acesso 26 de Imagem retirada de Web Site:
as num contexto de difusão de arte,
Maio de 2010]. http://fakeline.wordpress.com/2009
questionando profundamente o valor /10/, data de acesso 26 de Maio
implícito de arte moderna. As diversas formas de interpretação de peças, já existentes 2010]. com uma
determinada função, obrigam a um processo complexo, mas claro e
objectivo – de tentar fazer entender o visitante como se pretende
que o objeto seja compreendido. (...) Duchamp atribuiu novos
significados a objetos que desempenhavam uma determinada
função quotidiana, pertencendo a uma nova definição de significado,
abrindo e expandindo o campo daquilo que poderia ser considerado
arte e sua definição.
Entre 1960 e 1970 o uso de “lixo” expandiu-se para quase todos
os trabalhos artísticos
como forma de
denúncia do
consumismo excessivo
e de crítica social
Com Barulho Secreto, 1916. Reay-made: novelo de
cordel entre duas chapas de latão ligadas por quatro destas épocas,
parafusos. Se deslocar o ready-made ouve-se um barulho. considerando as
[Marcel Duchamp, Imagem retirada de Web Site:
teorizações dos grupos
picasaweb.google.com/fotosaula/Dadaismo#, data de acesso
Carreto, Filipe Cardoso; Carreto, Albuquerque Ferreira (sd) In Convergência 12: Revista de Investigação e Ensino das Artes. Disponível
na Internet em: http://convergencias.esart.ipcb.pt/artigo.php?id=104, data de consulta a 22/05/2015, adaptado
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Lixo que dá à costa transformado em arte contra o desperdício
O lixo de uns é a arte de outros. No caso de Alejandro Duran, para além de arte, o lixo dos outros é
também o seu manifesto.
O artista mexicano utiliza resíduos plásticos, e não só, que dão à costa no México para as suas coloridas
criações artísticas que se misturam e evidenciam no espaço em que se
encontram.
É um alerta para os efeitos da sociedade de consumo que afeta
também os locais mais remotos:
“Eu trabalho o tema do modo
como os resíduos viajam pelo do
oceano até às costas de Sian
Ka’na, a maior reserva
governamental do México”, refere. Este local, “património mundial
da Unesco, é também habitat de uma vasta panóplia de fauna e flora
e a segunda maior barreira de coral do mundo. Infelizmente, (…) é
também repositório para o lixo do mundo.”
Washed Up é mais do que arte, é um alerta. Apesar dos
resultados visualmente aprazíveis, o objeto artístico fala sobretudo das nossas preocupações ambientais e na
forma como lidamos com o desperdício.
In Lixo que dá à costa transformado em arte contra o desperdício [Consultado em 2015-03-17 22:09:00] Disponível na Internet em:
http://charivari.pt/2015/04/19/lixo-que-da-a-costa-transformado-em-arte-contra-o-desperdicio/, adaptado
Vik Muniz: o homem que transformou lixo e a vida dos catadores em arte
Vik Muniz é um dos grandes nomes da arte contemporânea mundial sendo o artista brasileiro que mais
obras vende no estrangeiro. Radicado em Nova Iorque, tem obtido grande sucesso junto da crítica e do
público devido aos trabalhos e às obras de arte que tem produzido com recurso a materiais abandonados
pela sociedade.
Nascido numa família pobre, Vik resolveu fazer alguma
coisa para retribuir à sociedade tudo o que ganhou. Foi daí
que surgiu a ideia de transformar lixo em arte. No seu
documentário “Lixo Extraordinário”, de 2010, premiado nos
importantes festivais de Berlim e de Sundance, o artista
plástico revela o seu processo criativo, desde a seleção do
lixo que vai utilizar até à exposição das peças em museus e
mostras.
O documentário revela o outro lado dos resíduos
descartados pela sociedade, através da exposição do dia-a-
dia de sete catadores de material reciclável do aterro do
Jardim Gramacho, um dos maiores aterros controlados de
todo o planeta.
Auto-retrato de Vik Muniz à base de lixo lixo
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Vik passou dois anos na maior lixeira do mundo a trabalhar com os apanhadores, transformando os seus
retratos em obras gigantescas compostas por materiais abandonados. O dinheiro arrecadado com a venda
das obras foi doado à associação de catadores
local e a vida das pessoas que ajudaram Vik
mudou para sempre.
O documentário “Lixo Extraordinário”
(Waste Land no original) foi nomeado para um
Oscar, sendo uma bela reflexão sobre
felicidade, consumismo, pobreza e
solidariedade. Vik mostra os catadores como os
seres humanos que são (com sonhos, falhas e
alegrias) e devolve dignidade a esses homens e
mulheres invisíveis que prestam um grande
serviço ao país.
Obviamente que não precisamos ir tão
longe na realização de arte com o lixo. Nós
Uma das obras de Vik Muniz feita à base de lixo
mesmos podemos reutilizar muitas coisas com
Disponível na Internet: http://www.gluckproject.com.br/o-homem-que- os resíduos que temos em casa. Para além da
transformou-lixo-e-a-vida-dos-catadores-em-arte/
beleza e sustentabilidade, a reutilização de
materiais pode ser de facto bastante interessante e divertida, uma vez que envolve a criatividade na criação
das peças. Garrafas PET, jornais, caixas de papelão, revistas velhas, enfim, quase tudo que descartamos
diariamente, se usado com criatividade e com bom gosto,
pode tornar-se numa peça de decorativa ou mesmo numa
obra de arte.
Os artigos eletrónicos também são bastante úteis para a
criação de peças decorativas. Após a remoção e a correta
separação dos componentes tóxicos (como as baterias, por
exemplo). O material plástico pode ser utilizado na
composição de muitas peças. Porta-joias, porta-retratos,
vasos, entre muitas outras coisas, podem ser criados
apenas com algumas partes desses de aparelhos.
Aqueles que querem aventurar-se no mundo artístico
de forma sustentável, devem preocupar-se em selecionar
apenas materiais ecologicamente corretos para a
realização das peças, priorizando tintas e solventes à base
de água, por exemplo, livrando-se corretamente de todos
os materiais, componentes ou partes de objetos que não
forem utilizados na criação das peças, de acordo com as
boas práticas da separação de resíduos. Uma das obras de Vik Muniz realizada com recurso a
lixo
Disponível na Internet:
In Gluck Project (2014). vik muniz: o homem que transformou lixo e a vida http://www.gluckproject.com.br/o-homem-que-
dos catadores em arte transformou-lixo-e-a-vida-dos-catadores-em-arte/
[Consultado em 2015-04-20 21:25:00] Disponível na Internet em:
http://www.gluckproject.com.br/o-homem-que-transformou-lixo-e-a-
vida-dos-catadores-em-arte/, adaptado
e
In Arte com lixo: uma bela atitude sustentável (2008) [Consultado em 2015-04-20 21:20:00] Disponível na Internet em :
http://www.fragmaq.com.br/blog/arte-com-lixo-uma-bela-atitude-sustentavel/, adaptado
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Arte sustentável: 10 artistas incríveis que transformam lixo comum em arte
Muitos artistas conseguem transformar lixo de todo o tipo – colheres velas, cabides usados, pedaços
de madeira encontrados na rua – em arte maravilhosa. Conheça dez exemplos de artistas que fazem arte
sustentável.
Para do brasileiro Vik Muniz, existem muitos outros artistas pelo mundo fora que fazem excelente uso do
lixo, transformando objetos fora de uso em obras de arte expressivas. O mais interessante é que a maioria
apropria-se da condição de lixo desses materiais, seja como memória do que foram um dia, ou pelo facto de
terem sido abandonados, e, portanto, libertados da sua condição anterior.
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Wim Delvoye – O belga Wim Delvoy trabalha uma ideia pouco usual:
esculpir pneus, criando belas figuras inesperadas. Ele esculpe à mão
delicados padrões florais, tornando um objeto descartado num objeto
decorativo. Wim trabalha com outros objetos reutilizados como botijas
de gás, que acabam parecendo porcelana pintada.
David Mach – David Mach usa materiais inusitados nas suas gigantescas esculturas
(cabides velhos, fósforos ou qualquer outro material usado) que as outras pessoas
poderiam considerar lixo.
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A reutilização de resíduos como uma prática criativa
O que pode ser feito, por exemplo, com um velho regador ou com uma cadeira de madeira que se partiu?
As casas e as gavetas dos nossos avós enchiam-se de objetos que já não estavam em condições de serem
usados nas funções para que haviam sido criados, mas, na hora certa, eles sabiam que destinos lhes dar,
faziam aquilo a que nós hoje chamamos reutilização.
Faziam isso porque viviam em tempos difíceis.
Não era fácil criar coisas novas e, por isso, cada
objeto era tratado com cuidado e moderação, de
modo a durar o mais tempo possível. Quando
deixava de ser usado na sua primeira função, havia
sempre um novo destino para lhes dar.
Hoje estamos dar novos usos às coisas, a reutilizá-
las por razões exatamente opostas às dos nossos
avós: temos uma grande oferta de novos objetos, de uso
singular e de baixo custo, que se não as reutilizarmos,
acabaremos por ficar rodeados de lixo.
A situação de emergência em que nos encontramos,
coloca-nos perante a necessidade de mudança radical de
perspetiva. É aqui que entra o ecodesign, assente em
princípios de sustentabilidade, que olha para os resíduos
como recurso e não apenas como um problema. O
ecodesign procura pensar a nossa relação com as coisas,
dando nova vida aos objetos quando eles deixam a sua utilização "oficial”.
Uma nova filosofia de responsabilidade socioambiental está a mudar o conceito de design em todo o
mundo. Os profissionais e estudiosos mais atentos já estão a aderir ao ecodesign e ao design
sustentável para acelerar a mudança nos processos de
produção e consumo e ajudar a criar alternativas
sustentáveis para o desenvolvimento.
Diferente do design convencional, que procura
agregar valor a um produto apenas para alavancar o seu
potencial económico, o ecodesign e o design sustentável
procuram projetar soluções para o consumidor sem abrir
mão do respeito pelo meio ambiente e pela sociedade.
Para isso, são utilizadas técnicas específicas, tecnologias
limpas, materiais apropriados e estimuladas atitudes social e ecologicamente corretas.
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Para entendermos melhor como isso funciona, é preciso diferenciar ecodesign de design sustentável. O
primeiro termo começou a ser discutido na década de 80, com o aparecimento das primeiras discussões
sobre desenvolvimento sustentável. O seu objetivo era preservar ao máximo o meio ambiente por meio de
técnicas de design e assegurar que as gerações futuras tenham
direito a usufruir dos recursos naturais, como nós o fazemos hoje.
O design sustentável vai um pouco além. Engloba as vertentes
ambiental, social e económica ligadas ao desenvolvimento e à
utilização de um produto. Para isso, durante o processo de
planeamento e desenvolvimento do material, o profissional do
design sustentável estuda todo ciclo de vida do produto em causa,
desde a matéria-prima utilizada até ao seu abandono, e fica atento a
uma série de fatores que podem influenciar a forma como aquele
produto irá ter impacte no ambiente.
Por meio da recuperação de material. Os materiais utilizados devem estar o mais próximos possível
de seu estado natural para que sejam facilmente recuperados. Materiais compostos são de difícil
recuperação e reciclagem, pois muitas vezes não é possível a segregação dos componentes originais.
Desenvolvendo projetos “simples”. Os produtos desenvolvido de formas simples – sem descuidar do
fator estético – geralmente têm custo de produção menor, pois utilizam menos materiais e permitem
maior facilidade de montagem e desmontagem.
Reduzindo as matérias-primas na fonte. Esta atitude visa reduzir o consumo de materiais ao longo do
ciclo de vida do produto, o que reduz também a quantidade de resíduos gerados no final do ciclo de
vida.
Recuperando e reutilizando os resíduos. É um engano pensar que resíduos só são gerados na altura
de nos livramos dos objetos. Essa é apenas uma fração de tudo o que é deitado fora durante todo o
processo, o que inclui o fabrico e o uso de um produto. Por isso, é importante adotar tecnologias que
recuperem os resíduos, aproveitando ao máximo a matéria-prima e obtendo ganhos económicos e
ambientais.
Utilizando materiais eco-friendly. Os designers sustentáveis, sempre que possível, optam por utilizar
matérias-primas renováveis substituindo as não-renováveis. São materiais como o bambu, as tintas de
origem vegetal (substituindo as químicas), as madeiras de reflorestamento, os plásticos reciclados,
etc..
Optando por produtos com maior durabilidade. A extensão da vida útil de um produto contribui
significativamente para a ecoeficiência, já que um produto durável evita a necessidade de fabricação
de um substituto.
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Recuperando as embalagens. A aplicação desta prática prevê que as embalagens possam ser
reaproveitadas, seja na reutilização ou na reciclagem. Para isso, é importante que os fabricantes
assumam a responsabilidade pelas suas embalagens e desenvolvam sistemas de recolha que facilitem
a reutilização ou a reciclagem.
In EcoD. N. Ecodesign e design sustentável (2015) [Consultado em 2015-04-23 00:15:00] Disponível na Internet em:
http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/profissionais-unem-design-e-sustentabilidade-numa#ixzz3cmyiUDSi, adaptado
São inúmeras as fontes disponíveis para abordar a temática dos resíduos. Deixamos aqui
dois documentos disponíveis na Internet, que abordam globalmente o tema:
- Guia do professor para educar para o ambiente (sd) Associação de Municípios de S. Miguel
- Manual de Gestão de Resíduos Industriais (2011) Associação Empresarial de Portugal
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