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As Tradições Arqueológicas e o Exemplo da Onipresença Itaparica

O conceito de tradição já foi aqui discutido, porém, antes visualizar panorama pré-histórico
do centro-oeste brasileiro, mesmo que de uma forma breve, devemos atentar ao modo
como o conceito de tradição vem sendo aplicado na prática. Uma vez que a cultura
material nos mostra alguns dos aspectos tradicionais de uma cultura, poderíamos dizer que
grupos humanos de um mesmo período, mas de diferentes locais, que deixaram vestígios
matérias com aspectos tradicionais semelhantes entre si, são indicativos de origens
tradicionais semelhantes? A semelhança na tecnologia empregada em diferentes locais
indica uma mesma origem cultural? Uma vez que diferentes cadeias-operatórias podem
levar a um mesmo produto, a semelhança destes produtos é decorrente da tradição, ou de
necessidades que devem ser atendidas por um grupo humano?
A metodologia de análise feita nos trabalhos de arqueologia brasileira nas décadas de 1960
até 1980 levaram em consideração essencialmente os instrumentos líticos, dando pouca
importância aos resíduos de produção. E foi com base apenas nos instrumentos que as
tradições arqueológicas foram definidas. E estas tradições, baseadas em apenas um tipo
de produto, neste caso o artefato lítico, acaba por não raras vezes, se estendendo para
definir toda a cultura de um grupo humano pré-histórico. A primeira utilização deste
conceito foi feita por Calderón na década de 1960, onde ele assume a utilização do
conceito de Tradição para a identificação de migrações pré-históricas (CALDERÓN, 1973).

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