A macrorregião do sudoeste goiano é conhecida por abranger duas regiões de rico
contexto arqueológico. Refiro-me às cidades de Serranópolis e Palestina de Goiás - antigo território do município de Caiapônia. Estas duas regiões foram primeiramente pesquisadas pelo Programa Arqueológico de Goiás, realizado pela, até então, Universidade Católica de Goiás (UCG) com colaboração do Instituto Anchietano de Pesquisas (IAP), do Rio Grande do Sul, e a Universidade do Vale do Rio dos Sinos, também do Rio Grande do Sul, durante a década de 1970. A região de Serranópolis foi pesquisada pelo Projeto Paranaíba pela equipe de Schmitz. De acordo com Schmitz (1987), os abrigos da região apresentam ocupações antigas, cujas datas vão de 11000 anos AP até 8400 anos AP. A hipótese de Schmitz et al. (1989) para todo este período de mais de 2000 anos é a de que a ocupação foi realizada por um único grupo cultural, a partir de interpretações dos padrões de vestígios arqueológicos encontrados. O padrão que Schmitz se refere é a tipologia morfológica dos vestígios encontrados. A tradição cultural deste grupo foi denominada Tradição Itaparica.