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Análise de Circuitos Elétricos

Aula 3

Prof. Juliano de Mello Pedroso

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico
Conversa Inicial
Estamos iniciando a terceira aula de Análise de Circuitos Elétricos.
Seja bem-vindo!
Na aula de hoje, iremos estudar um componente eletrônico muito utilizado
em circuitos elétricos que é o capacitor. Ele é constituído por duas placas
condutoras chamadas de armaduras, entre as quais existe um material isolante
denominado dielétrico. Existem capacitores esféricos, cilíndricos, planos e vários
outros tipos, no entanto, eles desempenham a mesma função, que é a de
carregar e descarregar cargas elétricas.
Bons estudos!

Contextualizando
Para entendermos bem como os capacitores são empregados,
providencie o seu material de estudo e vamos lá!
Os capacitores são empregados nos mais variados circuitos elétricos e
desempenham sempre um papel muito importante – o de armazenar cargas
elétricas para depois descarregá-las em um determinado momento específico.
Eles são utilizados, por exemplo, em circuitos retificadores, circuitos ressonantes
e em divisores de frequências.

Por exemplo:
Em um rádio, a antena capta as ondas que são emitidas pelas estações
transmissoras e cada estação possui uma frequência determinada. Na antena
há um receptor que sintoniza inúmeras estações graças ao circuito ressonante.
Esse circuito transforma corrente alternada em corrente contínua e é constituído
basicamente por um capacitor variável que fica em paralelo com uma bobina.
Para cada valor de capacitância do capacitor, o receptor ajusta o aparelho de
rádio ao comprimento de onda que é transmitido pela emissora de rádio, ou seja,
ele sintoniza a estação de rádio que corresponde a uma frequência de onda
específica.

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Pesquise

Circuitos RC Série
Que a eletricidade foi uma das descobertas que mais revolucionaram a
história da humanidade, todos sabem e ninguém duvida. Porém, logo após
descobrir e manusear a corrente elétrica, um dos maiores problemas e
preocupações foi: "Como armazenar as cargas elétricas?". Na figura 1, podemos
perceber vários tipos de capacitores para diferentes aplicações.

Figura 1 – Capacitores diversos

A utilidade disso é vasta: armazenar e usar a energia dessas cargas


elétricas quando quiser, além de aumentar os efeitos elétricos, decorrente de um
alto acúmulo de cargas, o armazenamento de cargas é usado para experiências,
para atender altas demandas, para gerar energia quando não há demanda etc.

E é isso que é um capacitor – um dispositivo que acumula energia elétrica,


armazenando cargas elétricas para que possam ser utilizadas, guardadas e
transferidas de uma maneira mais flexível.

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No circuito da figura 2a, a tensão aplicada VG é a soma vetorial da tensão
no resistor VR, a qual está em fase com a corrente, com a tensão no capacitor
VC.

Figura 2 - Circuito RC em série

O diagrama fasorial correspondente é:

Figura 3 – Diagrama fasorial

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As expressões matemáticas são:
𝑉𝐶 = 𝑉𝑚𝐶 . 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
𝐼 = 𝐼𝑚 . 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 90)
𝑉𝑅 = 𝑉𝑚𝑅 . 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 90)
𝑉𝐺 = 𝑉𝑚 . 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 90 − 𝜙)

Os triângulos de tensão, descritos na figura 4, impedância e potência


são:

Figura 4 – triângulos do circuito RC.

 Da figura 4a tiramos:
𝑉𝐺 2 = 𝑉𝑅 2 + 𝑉𝐶 2 Ou 𝑉𝐺 = √𝑉𝑅 2 + 𝑉𝐶 2
𝑉𝑅 𝑉𝐶
cos ϕ = tan 𝜙 =
𝑉𝐺 𝑉𝑅

 Da figura 4b tiramos:

𝑉𝐺
= 𝑍 = Impedância do circuito
𝐼

𝑉𝑅
= 𝑅 = Resistência
𝐼

𝑉𝐶
= 𝑋𝐶 = Reatância capacitiva
𝐼

𝑍 2 = 𝑅 2 + 𝑋𝐶 2

Ou 𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋𝐶 2

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 Do triângulo de potência obtemos:

𝑃𝑎𝑝 = 𝑉𝐺 . 𝐼 = Potência aparente (VA)


𝑃 = 𝑉𝑅 . 𝐼 = Potência real (Watts)
𝑃 = 𝑉𝐺 . 𝐼 . cos 𝜙
Pr = 𝑉𝐶 . 𝐼 = Potência reativa (VAR)

Saiba mais sobre as utilidades de um capacitor, lendo o artigo a seguir. E,


logo em seguida, leia também o texto “Circuito RC – série”.
http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrodinamica/capacit
ores.php
http://www.colegioweb.com.br/capacitores/circuito-rc-serie.html
(ver material on-line)

Quer saber como testar um capacitor com multímetro digital? É só assistir


ao vídeo a seguir.
https://www.youtube.com/watch?v=fCoUwnwhfVM
(ver material on-line)

Para a videoaula deste tema, ver o material on-line.

Circuitos RC Paralelo

Você sabia que um capacitor é constituído por dois condutores


denominados armaduras? Sim, essas armaduras são eletrizadas por cargas
elétricas de sinais contrários, mas com valores absolutos iguais. Elas são
separadas por um meio isolante denominado dielétrico, que pode ser o ar, vácuo,
porcelana, vidro, plástico e até mesmo o hexafluoreto de enxofre, que é um
composto químico inorgânico utilizado principalmente pela indústria elétrica como
meio isolante e extintor de arco elétrico.

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Figura 1 – Capacitor cilíndrico

Em um circuito RC paralelo, a tensão é a mesma nos dois componentes,


conforme a figura 1.

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E o diagrama fasorial correspondente será o da figura 2.

Figura 2 – diagrama fasorial

As expressões matemáticas das correntes e da tensão são:


𝑉𝐺 = 𝑉𝑚 . 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
𝐼 = 𝐼𝑚 . 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 𝜙)
𝐼𝑅 = 𝐼𝑅𝑚 . 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
𝐼𝐶 = 𝐼𝐶𝑚 . 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 90)

Os triângulos de corrente, impedância e potência são respectivamente:

Figura 3 – triângulos de corrente, impedância e potência

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 Da figura 3a, tiramos:

𝐼 2 = 𝐼𝑅 2 + 𝐼𝐶 2 Ou 𝐼 = √𝐼𝑅 2 + 𝐼𝐶 2
 Da figura 3b, tiramos:

1 1 𝐼𝐶 1 𝐼𝑅 1
= , = , =
𝑉𝐺 𝑍 𝑉 𝑋𝐶 𝑉𝐺 𝑅
1 1 1
= 𝑋𝐶 2 + 𝑅2 e resolvendo obtemos
𝑍2
𝑋𝐶 . 𝑅
𝑍=
√𝑋𝐶 2 + 𝑅 2
 Da figura 3c, tiramos:

𝑃𝑎𝑝 = 𝑉𝐺 . 𝐼 = Potência aparente (em VA)


𝑃 = 𝑉𝐺 . 𝐼𝑅 = 𝑉𝐺 . 𝐼 cos 𝜙 = Potência real (W).
Pr = 𝑉𝐺 . 𝐼𝐶 = 𝑉𝐺 . 𝐼 . 𝑠𝑒𝑛 𝜙 = Potência reativa (VAR)
O ângulo de defasagem (ϕ) pode ser calculado em qualquer caso por:
𝐼𝑅 𝑍 𝑃
cos 𝜙 = ou cos 𝜙 = ou cos 𝜙 =
𝐼 𝑅 𝑃𝑎𝑝

Para exercitar, veja como projetar seu próprio filtro passivo, lendo o texto
a seguir.
http://www.carinfo.com.br/materias/mat_s10.htm
Aproveite e examine também o seguinte artigo “Compensação de
Reativos Usando Bancos de Capacitores em Série em Sistemas de Distribuição
de Energia Elétrica”.
http://lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2090.pdf
O vídeo a seguir está bem didático e te ajudar a compreender e ver na
prática a aplicação de um capacitor. Observe:
https://www.youtube.com/watch?v=aGrHfCzW9-o
(ver material on-line)

Para a videoaula deste tema, ver o material on-line.

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Circuitos RLC Série
Sabia que na natureza são inúmeros os fenômenos que envolvem
oscilações?
Pois é, um exemplo comum é o pêndulo de um relógio, que se move
periodicamente (ou seja, repetindo o seu movimento ao fim de um intervalo de
tempo bem-definido) em torno de uma posição de equilíbrio. Nos relógios
mecânicos de menores dimensões o pêndulo foi substituído por uma massa
ligada a uma mola, que tem um comportamento em tudo semelhante ao do
pêndulo. E nos relógios eletrônicos substituídos por um sistema também
oscilante, mas, nesse caso, as oscilações são de natureza elétrica.

Figura 1 – circuito rlc

O circuito RLC (R designa uma resistência; L, uma indutância; e C, um


condensador) é o circuito eléctrico oscilante por excelência. A sua simplicidade
permite controlar facilmente os parâmetros que caracterizam o seu
funcionamento, o que o torna ainda um excelente candidato para a simulação de
outros sistemas oscilantes (por exemplo mecânicos, em que o controle de cada
parâmetro do sistema pode ser mais difícil). É extensivamente utilizado como
elemento de filtragem em diferentes circuitos eletrônicos. Vamos, então, analisar
mais em detalhe esse circuito.
A figura 2ª (na tela a seguir) mostra um circuito contendo uma resistência,
uma indutância e uma capacitância em série. A tensão total aplicada é a soma
vetorial da tensão na resistência, da tensão na indutância e da tensão na
capacitância.

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Na construção do diagrama fasorial, a tensão na resistência está em fase
com a corrente. A tensão na indutância está adiantada de 90° em relação à
corrente, e a tensão na capacitância está atrasada de 90° em relação à corrente.

Figura 2 – RLC série e fasores

Na figura 2b, podemos observar que VL e VC estão defasadas de 180°.


Para somar as três tensões, primeiramente somamos VL com VC. Como VL e
VC estão defasadas de 180°, a soma vetorial de VL com VC é simplesmente a
subtração VL – VC (se o caso for VL>VC).
A partir do diagrama da figura 2b, obtêm-se o diagrama de tensões na
figura 3a e o diagrama de impedância da figura 3b.

Figura 3 – diagrama das tensões e diagrama da impedância

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 Da figura 3a tiramos:

𝑉𝐺 = √𝑉𝑅 2 + (𝑉𝐿 − 𝑉𝐶)2


 Na figura 3b:

𝑉𝐺
= 𝑍 = Impedância
𝐼
𝑉𝑅
= Resistência do circuito = R
𝐼
𝑉𝐿 − 𝑉𝐶 𝑉𝐿 𝑉𝐶
= − = 𝑋𝐿 − 𝑋𝐶
𝐼 𝐼 𝐼
XL = Reatância Indutiva
XC = Reatância Capacitiva
Logo, podemos escrever:
𝑍 = √𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶)2

Para ilustrar bem o que acabamos de estudar, veja o vídeo


“Comportamento Elétrico de Circuito RLC Série”, disponível a seguir.
https://www.youtube.com/watch?v=EnEj8MabiiY
Não deixe de complementar este momento de estudo e leia o texto
“Eletricidade - circuitos RLC, série e paralelo”, na sequência.
http://circuitosrlc.blogspot.com.br/
(ver material on-line)

Para a videoaula deste tema, ver o material on-line.

Circuitos RLC Paralelo

Os Circuitos RLC Paralelo são vitais para a vida humana, além de ser
fruto de variadas pesquisas que se fundamenta em seu funcionamento.
Por meio dos tópicos abordados referentes ao circuito RLC com
alimentação senoidal, pode-se comprovar a sua magnitude intensa. Percebe-se
também que sua descoberta, desde a antiguidade, possibilitou uma tremenda

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revolução na ciência, pois suas propriedades propiciavam um melhor
funcionamento não só dos aparelhos domésticos como também dos industriais.
Na figura 1 a seguir, temos os dois componentes (indutor e capacitor)
usados como filtros passivos em alto-falantes.

Figura 1 – Exemplo de uso de capacitores e indutores na vida prática

A corrente elétrica que sai das usinas e penetram nas residências só é


possível graças a c.a, que é a forma mais eficaz de transmissão de energia
elétrica por longas distâncias, pois ela apresenta facilidade para ter o valor da
sua tensão alterado por aparelhos denominados transformadores, chegando
mais ou menos com uma frequência de 60 Hz nas residências. Assim, pode-se
concluir que corrente alternada é um tema da Física (mas precisamente do
Eletromagnetismo) altamente importante e digno de estudos profundos para uma
melhor contribuição da tecnologia para a Humanidade.
No circuito da figura 2, a tensão aplicada é a mesma em todos os
componentes.

Figura 2 – circuito RLC paralelo

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O diagrama fasorial do circuito é demonstrado na figura 3:

Figura 3

 Da figura 3b obtemos:

𝐼 = √𝐼𝑅 2 + (𝐼𝐶 − 𝐼𝐿)2

Se dividirmos os lados do triângulo de corrente na figura 3b por VG obteremos:

𝐼𝐶 − 𝐼𝐿 𝐼𝐶 𝐼𝐿
= −
𝑉𝐺 𝑉𝐺 𝑉𝐺

Figura 4 – triângulo da corrente

 Da figura 4 temos:

𝐼 1 𝐼𝑅 1
=𝑍 =
𝑉𝐺 𝑉𝐺 𝑅
𝐼𝐶 1 𝐼𝐿 1
= = 𝑋𝐿
𝑉𝐺 𝑋𝐶 𝑉𝐺

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 Portanto, na figura 4, podemos escrever:

1 1 1 1 2
= + ( − )
𝑍2 𝑅2 𝑋𝐶 𝑋𝐿

 Desenvolvendo a expressão anterior, chegamos:

𝑅 . 𝑋𝐿 . 𝑋𝐶
𝑍=
√𝑋𝐶 2 . 𝑋𝐿2 + 𝑅 2 . (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶)2

Veja mais a respeito do circuito RLC paralelo no texto disponível a seguir.


http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/almanaque/1368-alm18.html
Dentro desse nosso estudo, entenda melhor as definições de bobinas,
indutores e solenoides, assistindo ao vídeo a seguir.
https://www.youtube.com/watch?v=V3ts89cgIVk
(ver o material on-line)

Para a videoaula deste tema, ver o material on-line.

Correção de Fator de Potência

A forma de aproveitamento da energia consumida pelas cargas em


determinada instalação – também chamada fator de potência – é um assunto
amplamente discutido entre profissionais da eletricidade, sabia?
O sistema da concessionária provê a distribuição da energia aproveitada
para a realização de trabalho útil (potência ativa, medida em kW) e a energia que
não realiza trabalho e serve apenas para magnetizar bobinas em motores e
transformadores (potência reativa, medida em kVAr). O cliente industrial, através
de contrato estabelecido junto à companhia energética de sua cidade, recebe
energia tanto ativa como reativa, sendo a última trocada com o sistema elétrico.

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Figura 1 – Capacitores de correção de fator de potência

Antes de vermos como corrigir o fator de potência (FP) de uma instalação,


devemos analisar o porquê dessa necessidade.
Vamos considerar que uma instalação consome uma potência de 100kVA,
quando a tensão de alimentação é 500V. A corrente de alimentação será:
𝑃𝑎𝑝 100000
𝐼= = = 200𝐴
𝑉𝐺 500
No caso de carga puramente resistiva (aquecedores, lâmpadas etc.), toda
a potência consumida será potência real, e o FP será igual a 1.
A potência real será:
𝑃 = 𝑉𝐺 . 𝐼 . cos 𝜙 = 500 . 200 . 1 = 100𝑘𝑊
No caso de circuito contendo resistência e indutância e sendo o FP = 0,5,
a potência real será:
𝑃 = 𝑉𝐺 . 𝐼 . cos 𝜙 = 500 . 200 . 0,5 = 50𝑘𝑊
A potência real diminui com a diminuição do FP, enquanto a potência
reativa aumenta. Se quisermos manter a mesma potência real, com um FP
menor, a potência aparente deve aumentar para:
𝑃 100000
𝑃𝑎𝑝 = = = 200𝑘𝑉𝐴
cos 𝜙 0,5
Enquanto a corrente consumida aumentará para:
𝑃 200000
𝐼= = = 400𝐴
𝑉𝐺 500

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Neste caso, algumas alterações devem ser processadas. Se houver
transformador, no caso de FP = 0,5, o transformador deverá ser alterado se não
comportar o aumento de potência.
Como a corrente aumenta (dobra), há a necessidade de trocar a fiação
por outra mais grossa, a fim de evitar as perdas e a queda de tensão na linha.
Com tudo isso, concluímos que é importante controlar o FP de uma
instalação procurando sempre manter o mais próximo possível de 1.
A diminuição do FP de uma instalação se deve a vários fatores, entre os
quais citamos:
 Motores CA operando em vazio ou com pequena carga

 Transformadores operando em vazio

 Reatores de lâmpadas fluorescentes

A melhoria do FP pode ser feita de várias formas. Mas a principal forma


que iremos adotar é o uso de capacitores.

Figura 2 – Banco de capacitores

O uso de capacitores oferece algumas vantagens em relação aos outros


métodos, tais como: pequeno tamanho, não contêm partes móveis e, desta
forma, é mais fácil de operar, sendo mais seguro, e, por último, dissipa pouca
potência.

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Como já foi visto, em um circuito CA, um capacitor tem a propriedade de
adiantar a corrente em relação à tensão, a colocação de um capacitor pode
compensar esse atraso. O ângulo de fase pode ser reduzido a zero. Por razões
econômicas e práticas, basta manter o FP acima de 0,92.
O valor do capacitor, que corrige o FP, pode ser calculado como se segue.
Consideremos uma impedância Z indutiva, cujo ângulo de fase é ϕ1, e
queremos diminuir esse ângulo para ϕ.
A figura 3 mostra o circuito sem correção e o seu diagrama fasorial.

Figura 3

A colocação do capacitor em paralelo com a carga reduz o ângulo de fase


ϕ1 para ϕ, o que equivale a dizer que o FP aumenta.

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Observe que a colocação do capacitor não deve alterar a potência real
(ativa) do circuito, só a potência aparente. Por isso mesmo que a colocação do
capacitor deve ser tal maneira, que o valor da corrente IR responsável pela
parcela da potência real não mude. O valor dessa corrente é dado pelo vetor OC:
𝑂𝐶 = 𝐼1 . cos ϕ1 = 𝑂𝐴 . cos ϕ
 Da fórmula de potência real:

𝑃 = 𝑉𝐺 . 𝐼 . cos ϕ
 Tiramos:

𝐴𝐶 = 𝑂𝐶 . 𝑡𝑔ϕ
𝐵𝐶 = 𝑂𝐶 . 𝑡𝑔ϕ
Ainda nos diagramas, temos que:
𝐴𝐵 = 𝑂𝐷 = 𝐴𝐶 − 𝐵𝐶 = 𝑂𝐶 . 𝑡𝑔ϕ1 − OC . tgϕ = OC . (tgϕ1 − tg ϕ)
Como:
𝑃
𝑂𝐶 =
𝑉𝐺
E 𝐴𝐵 = 𝑂𝐷 = 𝐼𝐶
𝑃
𝐼𝐶 = . (𝑡𝑔ϕ1 − tgϕ) = 𝑉𝐺 . 𝜔 . 𝐶
𝑉𝐺
𝑉𝐺 𝑉𝐺
𝐼𝐶 = = = 𝑉𝐺 . 𝜔 . 𝐶
𝑋𝐶 1
𝜔. 𝐶
Por outro lado IC = VG . ω . C, comparando as duas expressões temos:
𝑃
𝐶=
𝜔 . 𝑉𝐺 2

Por fim, temos então o valor do capacitor que devemos associar em nosso
circuito para que o FP aumente, mas, lembre-se, o banco de capacitores
trabalhando em vazio também é prejudicial para as instalações elétricas, pode-
se usar um banco de capacitores automatizado para ajustar esse problema.

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Para um estudo mais aprofundado deste tema, leia o “Manual para
Correção do Fator de Potência”, disponível a seguir.
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-correcao-do-fator-de-potencia-
958-manual-portugues-br.pdf
Na sequência, temos um vídeo com a explicação e comparação para
entendimento das vantagens de se corrigir o fator de potência baixo. Fique
atento!
https://www.youtube.com/watch?v=fmtLW-H5HRQ
(ver o material on-line)

Para a videoaula deste tema, ver o material on-line.

Trocando Ideias

Participe de uma discussão no fórum e enriqueça o seu conceito do que


acabamos de estudar!
A Companhia de Energia do Estado do Paraná dispõe de um breve
explicativo de como transformar o fator de potência em um fator de economia
(veja no link disponível a seguir). De que forma essas instruções podem ajudar
o consumidor comum a aproveitar o FP a fim de reduzir as perdas de energia
elétrica, diminuir os riscos de acidentes e evitar acréscimos na conta? Se preferir,
faça a abordagem usando a cia de energia do seu estado.

http://www.copel.com/hpcopel/root/sitearquivos2.nsf/arquivos/fator_de_p
otencia/$FILE/fator_potencia.pdf
(ver o material on-line)

Na Prática
Os capacitores têm uma propriedade que é a de bloquear correntes
contínuas e alternadas de baixas frequências e facilitar a passagem de correntes
alternadas de altas frequências. Essa propriedade é utilizada para separar sons

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agudos de uma música, por exemplo, encaminhando esses sons para os alto-
falantes que são adequados para fazer a reprodução desse tipo de som. Esses
alto-falantes são chamados de tweeter. Os sons graves são sons de baixas
frequências e reproduzidos pelos chamados woofers. Um capacitor, com
capacitância e tipo adequado, faz o bloqueio dessas baixas frequências deixando
passar somente os sons de frequências mais elevadas, que são os sons agudos.
Dessa forma, ocorre a separação de sons agudos e graves.
Na figura a seguir, temos um exemplo de aplicação dos capacitores e
indutores em equipamentos de som.

Síntese

Nesta aula, aprendemos que os capacitores e indutores são encontrados


em praticamente todos os equipamentos eletrônicos, nas mais diversas formas
e tamanhos. Esses componentes também são bastante críticos, devendo ser
usados com muito cuidado. Entender suas especificações, conhecer os tipos
existentes e suas características é fundamental para todo o praticante da
eletrônica. Procuramos abordar tudo que há de importante nesses componentes.
A finalidade básica de um capacitor é apresentar uma capacitância em um
circuito, ou seja, armazenar cargas elétricas, onde, através desse
armazenamento, ter determinados efeitos sobre um circuito. Houve tempo em
que esses componentes eram chamados “condensadores” – até hoje alguns

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fazem isso –, pois acreditava-se que eles tinham a propriedade de “condensar”
a eletricidade.
Os indutores, ou bobinas, podem ser definidos como componentes que
armazenam energia na forma de um campo eletromagnético. Podem também
ser definidos como componentes que se opõem a qualquer mudança na corrente
que passa através dos mesmos. Essas definições esclarecem a finalidade para
a qual os indutores são usados em circuitos, isto é, para armazenar energia ou
opor-se a uma mudança na corrente. Podem também ser usados para deixar
passar frequências baixas, rejeitando, ao mesmo tempo, altas frequências.
É muito importante que o engenheiro eletrônico saiba lidar com esses dois
componentes de forma eficiente.

Referências

BOYLESTAD, R. Introdução à Análise de Circuitos. 12ª ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2012.

BOYLESTAD, R.; NASHELSKY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de


Circuitos. 11ª ed. São Paulo: Pearson, 2013.

BURIAN JR., Y.; LYRA, A. C. C. Circuitos Elétricos. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2006.

MARIOTTO, P. Análise de Circuitos Elétricos. São Paulo: Pearson Prentice


Hall, 2003.

NILSSON, J; RIEDEL, S. Circuitos Elétricos. 8ª ed. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2009.

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