Aula 3
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Conversa Inicial
Estamos iniciando a terceira aula de Análise de Circuitos Elétricos.
Seja bem-vindo!
Na aula de hoje, iremos estudar um componente eletrônico muito utilizado
em circuitos elétricos que é o capacitor. Ele é constituído por duas placas
condutoras chamadas de armaduras, entre as quais existe um material isolante
denominado dielétrico. Existem capacitores esféricos, cilíndricos, planos e vários
outros tipos, no entanto, eles desempenham a mesma função, que é a de
carregar e descarregar cargas elétricas.
Bons estudos!
Contextualizando
Para entendermos bem como os capacitores são empregados,
providencie o seu material de estudo e vamos lá!
Os capacitores são empregados nos mais variados circuitos elétricos e
desempenham sempre um papel muito importante – o de armazenar cargas
elétricas para depois descarregá-las em um determinado momento específico.
Eles são utilizados, por exemplo, em circuitos retificadores, circuitos ressonantes
e em divisores de frequências.
Por exemplo:
Em um rádio, a antena capta as ondas que são emitidas pelas estações
transmissoras e cada estação possui uma frequência determinada. Na antena
há um receptor que sintoniza inúmeras estações graças ao circuito ressonante.
Esse circuito transforma corrente alternada em corrente contínua e é constituído
basicamente por um capacitor variável que fica em paralelo com uma bobina.
Para cada valor de capacitância do capacitor, o receptor ajusta o aparelho de
rádio ao comprimento de onda que é transmitido pela emissora de rádio, ou seja,
ele sintoniza a estação de rádio que corresponde a uma frequência de onda
específica.
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Pesquise
Circuitos RC Série
Que a eletricidade foi uma das descobertas que mais revolucionaram a
história da humanidade, todos sabem e ninguém duvida. Porém, logo após
descobrir e manusear a corrente elétrica, um dos maiores problemas e
preocupações foi: "Como armazenar as cargas elétricas?". Na figura 1, podemos
perceber vários tipos de capacitores para diferentes aplicações.
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No circuito da figura 2a, a tensão aplicada VG é a soma vetorial da tensão
no resistor VR, a qual está em fase com a corrente, com a tensão no capacitor
VC.
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As expressões matemáticas são:
𝑉𝐶 = 𝑉𝑚𝐶 . 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
𝐼 = 𝐼𝑚 . 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 90)
𝑉𝑅 = 𝑉𝑚𝑅 . 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 90)
𝑉𝐺 = 𝑉𝑚 . 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 90 − 𝜙)
Da figura 4a tiramos:
𝑉𝐺 2 = 𝑉𝑅 2 + 𝑉𝐶 2 Ou 𝑉𝐺 = √𝑉𝑅 2 + 𝑉𝐶 2
𝑉𝑅 𝑉𝐶
cos ϕ = tan 𝜙 =
𝑉𝐺 𝑉𝑅
Da figura 4b tiramos:
𝑉𝐺
= 𝑍 = Impedância do circuito
𝐼
𝑉𝑅
= 𝑅 = Resistência
𝐼
𝑉𝐶
= 𝑋𝐶 = Reatância capacitiva
𝐼
𝑍 2 = 𝑅 2 + 𝑋𝐶 2
Ou 𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋𝐶 2
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Do triângulo de potência obtemos:
Circuitos RC Paralelo
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Figura 1 – Capacitor cilíndrico
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E o diagrama fasorial correspondente será o da figura 2.
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Da figura 3a, tiramos:
𝐼 2 = 𝐼𝑅 2 + 𝐼𝐶 2 Ou 𝐼 = √𝐼𝑅 2 + 𝐼𝐶 2
Da figura 3b, tiramos:
1 1 𝐼𝐶 1 𝐼𝑅 1
= , = , =
𝑉𝐺 𝑍 𝑉 𝑋𝐶 𝑉𝐺 𝑅
1 1 1
= 𝑋𝐶 2 + 𝑅2 e resolvendo obtemos
𝑍2
𝑋𝐶 . 𝑅
𝑍=
√𝑋𝐶 2 + 𝑅 2
Da figura 3c, tiramos:
Para exercitar, veja como projetar seu próprio filtro passivo, lendo o texto
a seguir.
http://www.carinfo.com.br/materias/mat_s10.htm
Aproveite e examine também o seguinte artigo “Compensação de
Reativos Usando Bancos de Capacitores em Série em Sistemas de Distribuição
de Energia Elétrica”.
http://lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2090.pdf
O vídeo a seguir está bem didático e te ajudar a compreender e ver na
prática a aplicação de um capacitor. Observe:
https://www.youtube.com/watch?v=aGrHfCzW9-o
(ver material on-line)
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Circuitos RLC Série
Sabia que na natureza são inúmeros os fenômenos que envolvem
oscilações?
Pois é, um exemplo comum é o pêndulo de um relógio, que se move
periodicamente (ou seja, repetindo o seu movimento ao fim de um intervalo de
tempo bem-definido) em torno de uma posição de equilíbrio. Nos relógios
mecânicos de menores dimensões o pêndulo foi substituído por uma massa
ligada a uma mola, que tem um comportamento em tudo semelhante ao do
pêndulo. E nos relógios eletrônicos substituídos por um sistema também
oscilante, mas, nesse caso, as oscilações são de natureza elétrica.
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Na construção do diagrama fasorial, a tensão na resistência está em fase
com a corrente. A tensão na indutância está adiantada de 90° em relação à
corrente, e a tensão na capacitância está atrasada de 90° em relação à corrente.
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Da figura 3a tiramos:
𝑉𝐺
= 𝑍 = Impedância
𝐼
𝑉𝑅
= Resistência do circuito = R
𝐼
𝑉𝐿 − 𝑉𝐶 𝑉𝐿 𝑉𝐶
= − = 𝑋𝐿 − 𝑋𝐶
𝐼 𝐼 𝐼
XL = Reatância Indutiva
XC = Reatância Capacitiva
Logo, podemos escrever:
𝑍 = √𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶)2
Os Circuitos RLC Paralelo são vitais para a vida humana, além de ser
fruto de variadas pesquisas que se fundamenta em seu funcionamento.
Por meio dos tópicos abordados referentes ao circuito RLC com
alimentação senoidal, pode-se comprovar a sua magnitude intensa. Percebe-se
também que sua descoberta, desde a antiguidade, possibilitou uma tremenda
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revolução na ciência, pois suas propriedades propiciavam um melhor
funcionamento não só dos aparelhos domésticos como também dos industriais.
Na figura 1 a seguir, temos os dois componentes (indutor e capacitor)
usados como filtros passivos em alto-falantes.
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O diagrama fasorial do circuito é demonstrado na figura 3:
Figura 3
Da figura 3b obtemos:
𝐼𝐶 − 𝐼𝐿 𝐼𝐶 𝐼𝐿
= −
𝑉𝐺 𝑉𝐺 𝑉𝐺
Da figura 4 temos:
𝐼 1 𝐼𝑅 1
=𝑍 =
𝑉𝐺 𝑉𝐺 𝑅
𝐼𝐶 1 𝐼𝐿 1
= = 𝑋𝐿
𝑉𝐺 𝑋𝐶 𝑉𝐺
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Portanto, na figura 4, podemos escrever:
1 1 1 1 2
= + ( − )
𝑍2 𝑅2 𝑋𝐶 𝑋𝐿
𝑅 . 𝑋𝐿 . 𝑋𝐶
𝑍=
√𝑋𝐶 2 . 𝑋𝐿2 + 𝑅 2 . (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶)2
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Figura 1 – Capacitores de correção de fator de potência
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Neste caso, algumas alterações devem ser processadas. Se houver
transformador, no caso de FP = 0,5, o transformador deverá ser alterado se não
comportar o aumento de potência.
Como a corrente aumenta (dobra), há a necessidade de trocar a fiação
por outra mais grossa, a fim de evitar as perdas e a queda de tensão na linha.
Com tudo isso, concluímos que é importante controlar o FP de uma
instalação procurando sempre manter o mais próximo possível de 1.
A diminuição do FP de uma instalação se deve a vários fatores, entre os
quais citamos:
Motores CA operando em vazio ou com pequena carga
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Como já foi visto, em um circuito CA, um capacitor tem a propriedade de
adiantar a corrente em relação à tensão, a colocação de um capacitor pode
compensar esse atraso. O ângulo de fase pode ser reduzido a zero. Por razões
econômicas e práticas, basta manter o FP acima de 0,92.
O valor do capacitor, que corrige o FP, pode ser calculado como se segue.
Consideremos uma impedância Z indutiva, cujo ângulo de fase é ϕ1, e
queremos diminuir esse ângulo para ϕ.
A figura 3 mostra o circuito sem correção e o seu diagrama fasorial.
Figura 3
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Observe que a colocação do capacitor não deve alterar a potência real
(ativa) do circuito, só a potência aparente. Por isso mesmo que a colocação do
capacitor deve ser tal maneira, que o valor da corrente IR responsável pela
parcela da potência real não mude. O valor dessa corrente é dado pelo vetor OC:
𝑂𝐶 = 𝐼1 . cos ϕ1 = 𝑂𝐴 . cos ϕ
Da fórmula de potência real:
𝑃 = 𝑉𝐺 . 𝐼 . cos ϕ
Tiramos:
𝐴𝐶 = 𝑂𝐶 . 𝑡𝑔ϕ
𝐵𝐶 = 𝑂𝐶 . 𝑡𝑔ϕ
Ainda nos diagramas, temos que:
𝐴𝐵 = 𝑂𝐷 = 𝐴𝐶 − 𝐵𝐶 = 𝑂𝐶 . 𝑡𝑔ϕ1 − OC . tgϕ = OC . (tgϕ1 − tg ϕ)
Como:
𝑃
𝑂𝐶 =
𝑉𝐺
E 𝐴𝐵 = 𝑂𝐷 = 𝐼𝐶
𝑃
𝐼𝐶 = . (𝑡𝑔ϕ1 − tgϕ) = 𝑉𝐺 . 𝜔 . 𝐶
𝑉𝐺
𝑉𝐺 𝑉𝐺
𝐼𝐶 = = = 𝑉𝐺 . 𝜔 . 𝐶
𝑋𝐶 1
𝜔. 𝐶
Por outro lado IC = VG . ω . C, comparando as duas expressões temos:
𝑃
𝐶=
𝜔 . 𝑉𝐺 2
Por fim, temos então o valor do capacitor que devemos associar em nosso
circuito para que o FP aumente, mas, lembre-se, o banco de capacitores
trabalhando em vazio também é prejudicial para as instalações elétricas, pode-
se usar um banco de capacitores automatizado para ajustar esse problema.
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Para um estudo mais aprofundado deste tema, leia o “Manual para
Correção do Fator de Potência”, disponível a seguir.
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-correcao-do-fator-de-potencia-
958-manual-portugues-br.pdf
Na sequência, temos um vídeo com a explicação e comparação para
entendimento das vantagens de se corrigir o fator de potência baixo. Fique
atento!
https://www.youtube.com/watch?v=fmtLW-H5HRQ
(ver o material on-line)
Trocando Ideias
http://www.copel.com/hpcopel/root/sitearquivos2.nsf/arquivos/fator_de_p
otencia/$FILE/fator_potencia.pdf
(ver o material on-line)
Na Prática
Os capacitores têm uma propriedade que é a de bloquear correntes
contínuas e alternadas de baixas frequências e facilitar a passagem de correntes
alternadas de altas frequências. Essa propriedade é utilizada para separar sons
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agudos de uma música, por exemplo, encaminhando esses sons para os alto-
falantes que são adequados para fazer a reprodução desse tipo de som. Esses
alto-falantes são chamados de tweeter. Os sons graves são sons de baixas
frequências e reproduzidos pelos chamados woofers. Um capacitor, com
capacitância e tipo adequado, faz o bloqueio dessas baixas frequências deixando
passar somente os sons de frequências mais elevadas, que são os sons agudos.
Dessa forma, ocorre a separação de sons agudos e graves.
Na figura a seguir, temos um exemplo de aplicação dos capacitores e
indutores em equipamentos de som.
Síntese
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fazem isso –, pois acreditava-se que eles tinham a propriedade de “condensar”
a eletricidade.
Os indutores, ou bobinas, podem ser definidos como componentes que
armazenam energia na forma de um campo eletromagnético. Podem também
ser definidos como componentes que se opõem a qualquer mudança na corrente
que passa através dos mesmos. Essas definições esclarecem a finalidade para
a qual os indutores são usados em circuitos, isto é, para armazenar energia ou
opor-se a uma mudança na corrente. Podem também ser usados para deixar
passar frequências baixas, rejeitando, ao mesmo tempo, altas frequências.
É muito importante que o engenheiro eletrônico saiba lidar com esses dois
componentes de forma eficiente.
Referências
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