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Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS

Programa de Pós-Graduação Mestrado/Doutorado em Recursos Naturais -


PGRN
Centro de Estudos dos Recursos Naturais – CERNA
Disciplina Estrutura e Funcionamento de Ecossistemas – ESFUNECO
Nível Mestrado/Doutorado
Avaliação Prof. Dr. Etenaldo Felipe Santiago

Professores: Dr. William Antonialli Junior; Dr. Gilberto José de Arruda; Dra. Cláudia
Andrea Lima Cardoso, Dr. Etenaldo Felipe Santiago e Dr. Prof. Dr. Marcelo Leandro
Bueno
Discente: Priscila Gonçalves Silva

1. Faça um breve comentário que aborde os seguintes aspectos:

a. As comunidades vegetais são sistemas dinâmicos

Dentro dos eixos espaço e tempo, as comunidades vegetais expressam suas


características fenotípicas como uma resposta adaptativa ao meio ao qual se localizam.
Portanto, as comunidades vegetais interagem dinamicamente com o ambiente de acordo
com as características bióticas e abióticas presentes no meio, gerando assim padrões de
distribuição e associação entre si. Dentro destes padrões, as comunidades formadas são
diretamente influenciadas por diversas características físico-químicas e biológicas do
meio tal como, por exemplo: flutuações da natureza ecológica, mudanças no micro e
macro climas, mudanças geomorfológicas, natureza do solo e sua diversidade
microbiológica. Desta forma, assim como são influenciadas por características do meio,
os indivíduos das comunidades vegetais influenciam uns aos outros e influenciam o
meio em uma relação de feedbacks (comportamentos como relações simbióticas,
competição, produção e consumo de recursos), podendo influenciar na formação de um
ecossistema (Rietkerk e Van de Koppel, 2008).

b. Como e quais são os fatores implicados na dinâmica do Cerrado?

A fitofisionomia do cerrado é um reflexo da presença da interação entre diversos


fatores, mostrando que a soma destes tem contribuído para significativas alterações na
sua paisagem, formando mosaicos modificados e mais atualmente passíveis de
degradação. Mesmo se tratando de um ambiente com várias fitofisionomias e um Bioma
que sofre constantes ameaças, ainda apresenta uma sazonalidade definida, na qual
apresenta duas estações sendo uma quente e úmida e outra fria e seca (Redo, Aide e
Clarck, 2013). Desta maneira, portanto, o fator umidade influencia a forma de
comportamento das espécies vegetais das comunidades, seus ciclos germinativos,
deposição de material orgânico no solo através de perda das folhas e floração. A
formação do solo é outro fator que influencia a sucessão ecológica dentro das
fitofisionomias do cerrado. O Cerrado é um solo com características como a alta acidez
e teor de alumínio, a baixa disponibilidade de nutrientes (Lima et al., 2010). Essas
características fazem com que o solo seja bem drenado superficialmente nas principais
fitofisionomias do Bioma. Todo este conjunto de fatores se torna um limitador para a
evolução da sucessão ecológica, limitando o desenvolvimento das fitofisionomias
somente até um limiar para cada espécie. Ainda, a maior parte dos recursos hídricos do
Bioma está disposta em camadas profundas, gerando uma grande rede de águas que
sustentam grandes bacias hidrográficas (Lima, 2011). Apesar disso, os recursos hídricos
dispostos na superfície influenciam no agrupamento das fitofisionomias. É sabido que,
por exemplo, aliado ao solo argiloso a presença de água influencia a manutenção e
permanência das Florestas de galeria, uma fitofisionomia do Cerrado. É plausível
afirmar ainda, desta maneira, que todos estes conjuntos de fatores influenciam por sua
vez no uso e ocupação do solo, que vão determinar de forma direta a presença ou
ausência das fitofisionomias nas diferentes regiões do cerrado e a permanência de suas
interações.

c. Faça um organograma indicando os principais fatores de risco ao


Cerrado e possíveis alternativas para contornar os problemas apontados.

A presente questão se apresenta no anexo Organograma.PGRN, enviado juntamente


com este trabalho ao professor responsável.

Referências:

1. RIETKERK, M.; VAN DE KOPPEL, J. Regular pattern formation in real


ecosystems. Trends in Ecology & Evolution, v. 23, n. 3, p. 169-175, 2008.
2. LIMA, J. E. F. W. Situação e perspectivas sobre as águas do cerrado. Ciência e
Cultura, v. 63, n. 3, p. 27-29, 2011.
3. RATTER, J. A.; RIBEIRO, J. F.; BRIDGEWATER, S. The Brazilian Cerrado
vegetation and threats to its biodiversity. Annals of Botany, London, v. 80, p.
223-230, 1997.
4. REDO, D.; AIDE, T. M.; CLARK, M. L. Vegetation change in Brazil’s dryland
ecoregions and the relationship to crop production and environmental factors:
Cerrado, Caatinga, and Mato Grosso, 2001–2009. Journal of Land Use
Science, v. 8, n. 2, p. 123-153, 2013.

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