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Introdução

Acerca da moeda, vale registrar, a título de curiosidade, como descreve SANTOS TRIGUEIRO
(1987:19), que, "Geralmente se tira este vocábulo do latim moneta, epíteto da deusa Juno. As
moedas eram cunhadas no templo de Juno Moneta em Roma. Segundo Cícero e Ovídio, o epíteto
provém do verbo monere, "avisar", alegando que foi dado á ela por ter avisado aos romanos um
tremor de terra."

Feitas as devidas alusões, as funções e as características da moeda, cumpre, pois, enveredar para a
questão ligada ao papel do Estado na política monetária, não sem antes trazer a lume algumas
considerações acerca de temas afins e interligados, v.g., a própria noção de economia e de política.

Com VASCONCELOS, TROSTER (1998:20), tem-se que "a palavra economia vem do grego oikos (casa)
e nomos (norma, lei). Seria a "administração da casa", que pode ser generalizada como a
"administração da coisa pública"." Destarte, conforme os mesmos, a "Economia pode ser definida
como a ciência social que estuda o modo pela qual os homens decidem empregar recursos escassos,
a fim de produzir diferentes bens e serviços e atender as necessidades de consumo. Assim, é uma
ciência social, já que objetiva atender as necessidades humanas. Mas depende de restrições físicas,
devido á escassez de recursos ou fatores de produção (mão-de-obra, capital, terra, matérias-
primas)."

Resta claro, portanto, que, se os recursos são escassos e se o emprego destes é restrito devido á
própria escassez, então, mister que a escolha, entre as alternativas que se apresentam no sentido do
atendimento das necessidades de toda ordem, seja adequada, ou no mínimo, a "menos pior". Logo,
se há a necessidade de escolhas - decisões - sobre o que e quanto, como e para quem produzir, isto
numa visão geral, então, se está diante dos traços elementares da política econômica.

GREMAUD, VASCONCELOS, TONETO JR. (2002:190) Definem "política econômica como a intervenção
do governo na economia com o objetivo de manter elevados níveis de emprego e elevadas taxas de
crescimento econômico com estabilidade de preços. As principais formas de política econômica são
a política fiscal e a política monetária. Por política fiscal, entende-se a atuação do governo no que diz
respeito á arrecadação de impostos e aos gastos. Por política monetária, entende-se a atuação do
Banco Central para definir as condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de moeda,
nível de taxa de juros entre outros."

A assertiva supra delineada é ratificada por YEDA CRUSIUS (1985:157), a qual descreve que "a
política monetária, que implica o controlo da quantidade de moeda na economia, é o segundo
instrumento fundamental posto á disposição do governo para controlar a economia (a política fiscal
é o primeiro). Quando os indivíduos possuem mais moedas, eles tendem a gastar mais. Em
contrapartida, se a quantidade de moeda diminui, a demanda agregada tenderá a cair; através do
controle da quantidade de moeda, as autoridades monetárias podem influenciar a economia.
"Segundo MANUEL ENRIQUEZ GARCIA (MANUAL DE ECONOMIA, 1996:311), "O Banco Central do
Brasil é o órgão executor da política monetária, além de exercer a regulamentação e a fiscalização de
todas as atividades de intermediação financeira no País. Dentre as suas atribuições, destacam-se:

 Emissão de moeda;
 O recebimento dos depósitos obrigatórios dos bancos comerciais e dos depósitos
voluntários das instituições financeiras em geral;
 A realização de operações de redesconto de liquidez e seletivo;
 As operações de open market (mercado aberto);
 O controlo do crédito e das taxas de juros;
 A fiscalização das instituições financeiras e a concessão da autorização para o seu
funcionamento; g) a administração das reservas cambiais do País."

Como visto, o Banco Central (BC) atua na regulação da oferta da moeda e é quem exerce a política
monetária, a qual é um dos mecanismos essenciais da política econômica, a qual, por sua vez, se
confunde, sem embargo, com a própria atuação do governo em faces as suas decisões concernentes
ao adequado funcionamento dos "meandros" da economia.
Como é elaborada a política monetária

O Banco Central (BC) é responsável por controlar a quantidade de moeda que circula na economia
por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM). Sendo assim, as medidas de Política Monetária
adotadas visam o equilíbrio da economia, alterando a oferta de moeda e definindo as taxas de juros.
Definições importantes para conter e superar crises, bem como manter a inflação sob controlo.

Para elaboração da Política Monetária vigente, o Banco Central leva em consideração critérios
macroeconômicos para avaliar o desempenho da economia com objetivo de promover a
estabilidade de preços, utilizando a taxa de juros como instrumento de controlo da inflação.

Importância da política monetária

A Política Monetária é o que vai determinar se será mantida ou alterada a taxa básica de juros (a
taxa Selic). Medida que interfere diretamente no mercado de investimentos e no poder de consumo
da população, já que essa decisão impacta no valor da moeda e nos preços de produtos e serviços.

Pelo fato da Política Monetária impactar diretamente na economia, investidores devem ficar de
atentos às modificações da taxa Selic, principalmente em investimentos de renda fixa. Afinal,
qualquer medida adotada podem comprometer a rentabilidade das aplicações, promovendo ganhos
ou perdas.

Por esse motivo, acompanhar a evolução e oscilação da taxa Selic é essencial para escolher as
melhores oportunidades de investimentos, levando em consideração a variação da taxa Selic.

Política Monetária Expansionista

Na Política Monetária Expansionista, o Banco Central aumenta a oferta de moeda em circulação no


país e reduz as taxas de juros com o objetivo de melhorar o desempenho da economia por meio do
aumento do poder de compra para incentivar o consumo.
Política Monetária Contracionista

Ao contrário da Política Monetária Expansionista, a Política Monetária contracionista é promove a


desaceleração do PIB e do consumo dentro de uma economia. O Banco Central aumenta a taxa de
juros para diminuir a demanda por crédito junto aos bancos, reduzindo a circulação de moeda da
economia e, com isso, a redução da inflação devido a diminuição da demanda.

O Banco de Moçambique (abreviadamente BM)

É o banco central da República de Moçambique. De acordo com a Lei nº 1/92 de 3 de Janeiro (Lei
Orgânica do BM) desempenha as funções de:

 Banco do estado;
 Conselheiro do governo no domínio financeiro;
 Orientador e controlador das políticas monetária e cambial;
 Gestor das disponibilidades externas do País;
 Intermediário nas relações monetárias internacionais;
 Supervisor das instituições financeiras que operam no território nacional.

Foi fundado em 17 Maio de 1975, na sequência dos Acordos de Lusaka assinados entre o Governo
Português (representando a potência colonial) e a Frente de Libertação de Moçambique em 7 de
Setembro de 1974. O património do BNU (Banco Nacional Ultramarino) em Moçambique reverteu
integralmente para o BM. Inicialmente além de banco central possuía funções comerciais, as quais
cessaram em 1992 com a criação do então BCM (Banco Comercial de Moçambique). A história e a
evolução do Banco está indelevelmente ligada à evolução do país e das suas políticas económicas e
sociais, particularmente na 1ª década após a Independência.

Uma das grandes tarefas do BM foi a substituição, em 16 de Junho de 1980, da moeda colonial (o
escudo) pelo metical, uma operação que foi levada a cabo com grande sucesso e em curto espaço de
tempo.

O Banco de Moçambique tem a sua sede em Maputo, capital de Moçambique, e delegações nas
capitais provinciais. É dirigido por um Governador (Rogério Zandamela), coadjuvado por um vice-
governador (Victor Pedro Gomes), que chefia o Conselho de Administração, nomeados pelo
Presidente da República.
Instrumentos Da Política Macroeconómica

São variáveis económicas controladas pelo governo que podem afectar um ou mais objectivos
macroeconómicos, tais como:

Política Fiscal

Corresponde ao uso de impostos e despesa pública. Esta determina a dimensão relativa dos sectores
público e privado, isto é, qual a parcela do PNB que é consumida colectivamente e não de modo
privado. Em geral a despesa pública afecta o nível global da despesa da economia e dessa forma o
nível do PNB. Os impostos reduzem o rendimento dos indivíduos e consequentemente o montante
gasto pelas pessoas na aquisição de bens e serviços, e reduz a procura desses bens e serviços e
finalmente faz baixar o PNB.

Política Monetária

Com este instrumento o Governo dirige a gestão da moeda, do crédito e do sistema bancário do
país. A gestão da moeda influencia muitas variáveis financeiras e económicas tais como a taxa de
juro, níveis de preços e taxas de câmbio. Uma redução da oferta da moeda aumenta as taxas de juro
e reduz o investimento e consequentemente reduz o PIB e a inflação. O inverso também acontece.

Política Económica

Internacional Caracteriza-se pela política comercial, e consiste nas tarifas alfandegárias, quotas de
importação e exportação, e pela política de câmbio cuja taxa representa o preço da moeda nacional.
Os câmbios podem ser fixos ou determinados pela procura e oferta.

As políticas económicas

Internacionais quando aplicados com certa severidade causam perturbações e externalidades, casos
típicos os embargos e as sanções (Cuba, Iraque, Rodésia do Sul).

Política de Rendimentos

Quando a inflação ameaça ficar fora do controlo, os governos tentam estabilizar os preços através
de medidas fiscais ou monetárias que reduzem o produto e aumentam o desemprego, mas isso é
bastante oneroso com a perda de grande parte do PNB. As alternativas são o controlo dos salários e
de preços (em tempos de guerra) cujos resultados são menos drásticos. Mas este instrumento é
muito controverso segundo alguns autores pois esconde as alterações relativas dos preços.

Instrumentos de Política Macroeconômica.


        A Macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o
comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível geral de preços,
emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos taxa de
câmbio. A teoria macroeconômica propriamente dita preocupa-se mais com aspectos  de curto
prazo. Especificamente, trata de questões como o desemprego, que aparece sempre que a
economia está trabalhando  abaixo do seu máximo de produção, e a estabilização do nível geral de
preços. Em outras palavras, a análise de curto prazo avalia fundamentalmente questões
conjunturais, como desemprego e  inflação.

    Em resumo, a teoria macroeconômica tradicional trata fundamentalmente das questões do


desemprego e da inflação, consideradas como problemas de curto prazo ou conjunturais, enquanto
as teorias e desenvolvimento e crescimento incorporam questões estruturais, que envolvem
políticas cujos efeitos demandam um período maior de tempo para apresentarem resultados, pois
exigem mudanças profundas na estrutura econômica e institucional do país.

Objetivos de política macroeconômica

 Alto nível de emprego: Deve-se  salientar que, antes da crise mundial dos anos 1930, o
desemprego não preocupava a maioria dos economistas, pelo menos nos países capitalistas.
Isso porque predominava o pensamento liberal, que acreditava que os mercados, sem
interferência do Estado, conduziram e a economia ao pleno emprego de seus recursos, ou a
seu produto potencial

        Com a contribuição Keynes, contudo, ficaram-se as bases da moderna teoria macroeconômica e


da intervenção do Estado na economia de mercado.   A corrente dos economistas liberais prega que,
na economia o governo deve cuidar basicamente da política monetária, do fornecimento de bens
públicos e da regulamentação do mercado, e deixar a produção de bens e serviços para o setor
privado, enquanto outras correntes apregoam Mao grau de atuação do Estado na atividade
econômica.

 Estabilidade de preços: As tentativas  dos países em via de desenvolvimento de alcançar


estágios mais avançados de crescimento econômico dificilmente se realizam sem que
também ocorram, concomitantemente, elevações no  nível geral de preços. Daí a
necessidade de políticas econômicas que tenham por objetivo a estabilidade de
comportamento o nível geral dos preços, para um crescimento contínuo e sustentável, com
justa distribuição de renda.
 Distribuição de renda socialmente justa: A renda média por habitante (renda per capita)  de
toda s classes aumentou, mas a renda das classes mais ricas aumentou proporcionalmente
mais que a renda das classes mais pobres. A renda dos pobres aumentou, melhorou seu
padrão de vida no período, mas a participação deles na renda do país diminuiu.                

 Crescimento econômico:  Quando se fala em crescimento econômico, estamos nos referindo


ao crescimento da renda nacional per capita, ou seja, em colocar á disposição da
coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o crescimento
populacional.

Instrumentos de política macroeconômica

 Política fiscal: Refere-se a todos os instrumentos de que o governo dispõe para arrecadar


tributos e controlar suas despesas. A política tributária, além de influir sobre o nível de
tributação, é utilizada, por meio de manipulação da estrutura e alíquotas de impostos, para
estimular os gastos de consumo do setor privado.

 Política  Monetária: Refere-se a atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos


púbicos existentes   na economia;

 Emissões;

  Reservas  compulsórias;

  Open market;

 Redescontos;

 Regulamentação sobre   crédito e a taxa de juros;

 Política  cambial  e comercial.

Política  Cambial refere-se a atuação do governo sobre a taxa de câmbio.

Política Comercial  diz respeito aos instrumentos de incentivos as exportações   e importações.

 Política de rendas: Refere-se a intervenção direta do governo na formação de renda, como o


controle e congelamento de preços.

Estruturas   de análise macroeconômica.

 Mercado de bens e  serviços

 Nível de renda e produto nacional;


 Nível de preços;

 Consumo agregados;

 Poupança agregada;

 Investimentos agregados;

 Exportações totais;

 Importações totais.

Oferta agregada de bens e serviços= Demanda agregada de bens e serviços.

 Mercado  de trabalho;

 Nível de emprego;

 Taxa de salários monetários.

Oferta de mão-de-obra = Demanda de mão-de-obra

 Mercado monetário;

 Taxas de juros;

 Estoque de moeda (meios de pagamento).

Oferta de moeda = Demanda de moeda.

 Mercado de títulos.

Oferta de títulos = Demanda de títulos.

 Mercado de divisas.
Conclusão

Tanto nas economias do centro como na periferia, a política monetária e os bancos centrais
assumiram um papel eminentemente passivo durante a maior parte do século XIX e o início do
século XX. Isso é explicado, em parte, pelo fato de a maioria dos países haver adotado regimes de
câmbio fixo, como o padrão-ouro, que assumiu um papel central.

Nas economias do centro e, em particular, nos Estados Unidos, a Primeira Guerra Mundial e os seus
efeitos propiciaram o ativismo monetário, que teve um crescimento importante nos anos 1920. A
transição da periferia para o ativismo monetário começou a germinar mais tarde, após a Grande
Depressão, e passou por um momento de expansão na década de 1940. Tradicionalmente, a política
monetária na América Latina se fundamentava nas recomendações da ortodoxia econômica pré-
keynesiana das missões de Edwin Kemmerer, de Sir Otto Niemeyer, e de F. J. Powell nas décadas de
1920 e 1930. As linhas gerais para a condução da política monetária indicavam um banco central
independente e uma política monetária que apoiasse, antes de tudo, a estabilidade fiscal, o que as
tornava claramente pró-cíclicas. 
Referencias Bibliográficas

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. TROSTER, Roberto Luis. Economia Básica. 4ª ed. São
Paulo: Atlas, 1998. 418p.

GREMAUD, Amaury Patrick. VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. TONETO JR. Economia
Brasileira Contemporânea. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. 636p.

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