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Regulagem de Pontes

Olá pessoal, tudo bem? Voltando a abordar o tema sobre “guitar parts”
(que o pessoal gosta tanto), gostaria de escrever brevemente sobre as
Pontes Fixas, tão comuns nas guitarras que estão ai no mercado, cuja
regulagem não difere muito das pontes com Tremulo (alavanca de
Stratocaster) quando se trata da altura das cordas e da correção das
oitavas. Lembrando que esse tipo de conhecimento deve te ajudar muito
e seus amigos que tocam, não esqueça de compartilhar (é rápido e a
galera vai curtir).

No entanto, os detalhes de regulagem das pontes com tremulo tipo Floyd


Rose, serão explicados em um próximo post exclusivo.

Eu sempre aconselho aos meus amigos para “travarem” as pontes de


guitarras modelo “Stratocaster” com tremulo para manter por mais tempo
a afinação, uma vez que os modelos de pontes que equipam estes
modelos desajustam-se com a execução. Quero deixar aqui a minha
opinião de que quando um solo precisa do movimento de tremulo, eu
prefiro usar uma guitarra com ponte tipo Floyd Rose, uma vez que
mantém com mais fidelidade a afinação após as seguidas “alavancadas”.

Na foto acima, a Stratocaster vermelha está com a ponte travada. Como


fazer isso? Apenas aperte os parafusos das molas que ficam atrás da
guitarra e os parafusos da ponte até a imobilidade completa da ponte.
Nas pontes fixas simplesmente devemos regular a altura das cordas e as
oitavas. O material a ser utilizado é extremamente fácil de encontrar e
manter: chave sextavada tipo Allen, chaves de fenda e tipo Philips, sem
esquecer também de um bom afinador, como o AMT-530 da SANTO
ANGELO.

Para acertar a altura das cordas devemos lembrar que a escala da


guitarra não é exatamente retilínea na grande maioria das guitarras, por
isso os “carrinhos” da ponte da Stratocaster não ficarão todos na mesma
altura. Existem algumas pontes sem “carrinhos” que já apresentam esta
curvatura normalmente de fábrica. Para acertar a altura das cordas, você
pode fazer de duas formas: com auxilio de uma ferramenta de aferição
específica, como a da foto abaixo, ou com o auxilio do famoso
“olhômetro”, método que particularmente é o meu preferido, para o acerto
da altura usamos a chave Allen.
Para acertarmos as oitavas usamos chave Philips. Devemos iniciar
afinando a corda solta e imediatamente apertar a mesma corda na 12º
casa, verificando novamente no afinador se nos mostra a mesma nota.
Se a nota estiver acima, você pode começar apertando o parafuso e, se
estiver abaixo, você poderá ir soltando o parafuso até alcançar a mesma
nota da corda solta. Lembrando: sempre girando o parafuso ¼ de volta
de cada vez.

As pontes tipo Tune-o-Matic são mais fácies de regular, porque temos


apenas os dois parafusos para a altura da ponte de cada lado e não
individualmente como nos modelos Stratocaster. Entretanto, para
acertamos as oitavas, devemos ajustar um parafuso por corda. Para
tanto, repetiremos o mesmo processo de conferencia das oitavas como
citado acima para as pontes dos modelos Stratocaster.

Existe uma particularidade em um tipo de ponte comum na guitarra


da Gibson e em muitas guitarras PRS (vide meu post sobre a visita que
fiz no estande da Paul Reed Smith na NAMM 2013) que tem um desenho
pré-definido das oitavas e, de modo geral, apenas deslocamos a ponte
para frente ou para trás como na figura abaixo e acertaremos as oitavas.
A regulagem de altura é da mesma forma que as pontes Tune-o-Matic.
Bem pessoal, existem muito mais outros detalhes sobre pontes de
guitarras e suas regulagens, mas eu sugeriria que vocês treinassem tudo
o que foi explicado neste “post” e deixassem que as eventuais dúvidas
surgissem, lembrando que estou sempre de “plantão” para esclarecê-las.
E caso queira se aprofundar mais nesses assuntos, baixe gratuitamente
o ebook “A Saúde da Guitarra” e aproveite os conhecimentos do blog.

Regulagem de oitavas
A gente se preocupa tanto com a Saúde dos músicos, mas somos
impotentes quando entra em cena um inseto insignificante, uma doença
mortal e sem vacina, alem do descaso da população e das autoridades
responsáveis.

Assim, como nosso amigo Alexandre Berni, “descansando” por causa da


Dengue, pedimos ao Mauro Tanaka, luthier e guitartech formado pela B
& H Luthieria (com certificação japonesa), que redigisse o post de hoje,
falando sobre os carrinhos das pontes fixas e móveis, ou saddles.
Conheçam mais sobre o trabalho nos links ao final do artigo.

Com vocês: Tanaka San (Senhor em Japonês). “Olá pessoal! Meu nome
é Mauro Tanaka Riyis e a convite da equipe de comunicação da SANTO
ANGELO escreverei sobre essas pequenas pecinhas que possuem uma
importância ímpar nos ajustes do seu instrumento com pontes móveis: os
Saddles
Eles são responsáveis em primeiro lugar, pelo principal ponto de apoio
das cordas que irão definir junto com o nut, o comprimento da escala do
instrumento (é uma longa história esta que deverá ser contada
posteriormente em um post específico).

Este comprimento de escala é responsável pela entonação (afinação) do


instrumento. Portanto, quando alguém diz que precisa ajustar as oitavas
do instrumento, está se referindo à distância entre o nut e o saddle.
Como o nut é fixo, a única opção de ajuste é realizada através dos
carrinhos da ponte. Alguns violões possuem o rastilho com “dentes”, que
são responsáveis pela compensação da entonação do instrumento.

Como ponto de apoio das cordas, é muito comum que as ocorrências de


quebras das cordas aconteçam nesse ponto e por isso é necessário
estar sempre ligado nas condições do local aonde as cordas irão se
apoiar. Verifique sempre se não está afiado (pontudo) ou com excesso
de oxidação.

Outra ocorrência comum é a instabilidade da afinação na execução de


bends ou alavancadas em pontes do tipo móvel (trêmolo) dada por conta
do atrito entre a corda e o saddle. Logo, manter a superfície do carrinho
limpa e o mais lisa possível irá prevenir a quebra prematura das cordas e
ajudará na estabilidade da afinação. No mercado existem opções de
carrinhos com rolamentos e outros feitos de grafite, que são uma
verdadeira revolução na prevenção de quebras e auxilio na estabilidade
da afinação. Muitos desses detalhes estão descritos no ebook SANTO
ANGELO “A Saúde da Guitarra” que você baixa gratuitamente clicando
aqui.
Um fator importantíssimo sobre os saddles, incluindo os carrinhos e o
rastilho dos violões, é que eles são responsáveis pela transmissão da
vibração das cordas para o corpo do instrumento. Logo, a preocupação
com o material de que são fabricados deve ser também levada em
consideração. Um rastilho de plástico irá transmitir a vibração de maneira
diferente de um fabricado em osso ou um de Teflon. Um carrinho de
guitarra modelo Telecaster fabricado em Latão (liga de Cobre e Zinco),
terá efeito diferente de outro fabricado em ferro fundido. Assim, podemos
ficar debatendo por intermináveis horas de conversa sobre o que é
melhor, o que possui o timbre ideal para cada músico.

Faço aqui o aparte sobre um erro comum que costumo corrigir em minha
oficina em relação aos violões e guitarras com pontes do tipo Tune-O-
Matic. No afã de tornar o instrumento mais confortável, o músico tem o
raciocínio lógico de abaixar as cordas lixando o rastilho, sem atentar que
sendo ele responsável pela transmissão da vibração das cordas para o
corpo do instrumento e para o captador de rastilho (quando for
eletrificado), existe um ângulo entre o rastilho e a fixação das cordas no
cavalete que precisa ser respeitado. Caso contrário, haverá uma perda
considerável de “pressão” sonora pela falta de tensão aplicada à corda
pelo ângulo já citado acima.
Além disso, eles são responsáveis também pelo ajuste da altura das
cordas (o ajuste da ação das cordas passa por um conjunto de outras
ações além do simples subir e descer dos carrinhos da ponte) e por um
ajuste muitas vezes ignorado por muitos, que é o acompanhamento da
curvatura da escala.

É comum nos instrumentos, com trastes e cordas, um certo “buzz” (ruído


das cordas de metal se chocando com os trastes também de metal).
Existem vários ajustes que solucionam 90% desses ruídos e os outros
10% são considerados aceitáveis. Uma das causas comuns desse Buzz
em excesso é justamente a falta de observação entre a curvatura da
escala (fábricas e modelos de instrumentos diferentes possuem
curvaturas ou radius diferentes) e dos saddles. Se tivermos por exemplo
uma guitarra como uma Fender Telecaster dos anos 50 cujo o raio é bem
acentuado, arredondado e a ponte estiver com os carrinhos arranjados
de forma plana, as cordas centrais irão se chocar com a escala e os
trastes com facilidade.

Acredito que as informações básicas sobre este importante componente


do seu instrumento estão contidas neste texto. Evidentemente que por
conta do espaço e do tempo, informações mais avançadas foram
deixadas para uma próxima oportunidade, bem como as minúcias sobre
os ajustes de cada possibilidade que os saddles nos proporcionam
(altura das cordas e entonação) e como reparar saddles danificados.

Espero que tenham gostado do texto e até breve.”

Sem tensão com o Tensor


Olá pessoal, tudo bem?
Já falaram que regulagem simples de guitarra é praticamente um “dever”
para todo guitarrista, assim como trocar o pneu furado de seu próprio
carro, a não ser que você tenha um “personal luthier” diariamente a sua
disposição, certo?

Desta forma, não poderia faltar em nossas conversas aqui no blog o


tema “regulagem do tensor do braço” como parte do assunto Regulagem
de Guitarras que vimos desenvolvendo (se quiser, tem ebook gratuito,
só clicar aqui e baixar).

O tensor é encarado como por muitos guitarristas como um fantasma


assustador e é nada mais é do que uma haste metálica colocada dentro
do braço da guitarra com a finalidade de equilibrar a inclinação
longitudinal do braço em relação a tração exercida pelas cordas. Quando
montamos uma guitarra pela primeira vez, ajustamos o tensor antes de
aparafusar o braço ao corpo com o auxilio de uma régua de metal para
esta conferência. Após colocarmos as cordas precisamos fazer um
reajuste porque quanto maior o calibre (ou bitola) delas, maior a tensão
exercida no braço.

A temperatura do ambiente, ou do local em que é armazenado o


instrumento, também pode alterar a estabilidade de toda a guitarra,
exigindo novos reajustes.

Sabemos que a temperatura alta ou baixa promove dilatação de acordo


com o tipo dos materiais. Madeiras, aço, plástico e outros componentes
aumentam ou diminuem de maneira desigual devido ao seu respectivo
coeficiente de dilatação.

Isto me lembra a época de cursinho pré vestibular, quando


precisava estudar Física e Química.

Com tantos materiais se dilatando, não só o tensor deve ser reajustado


como também as tarraxas, ponte e parafusos porque cada um desses
materiais, conforme explicado, sofrem alterações de acordo com a
temperatura em que estiverem.

Nós já observamos pessoas verificando o alinhamento do braço da


guitarra posicionando a guitarra como se fosse um rifle em um ato de
mira a um alvo, a fim de checar o ajuste do tensor. A meu ver, esta não é
a melhor forma de fazer esta checagem, porque acredito no uso da régua
de metal com seu tamanho atingindo todo o braço da guitarra. Assim
podemos observar se não há “gangorramento” da régua.

Outra atitude que já observamos as pessoas fazendo é apertando a


sexta corda na primeira casa e a mesma sexta corda mais ou menos na
décima segunda casa, olhando com um olho só como se tivesse olhando
em um microscópio verificando quanto a corda fica próxima dos trastes.

É melhor desmistificarmos isso, porque não dá para regularmos


tensor com o olhar nos dias atuais.

Como não devemos afinar o instrumento só de “ouvido”, também não


devemos usar este método se desejarmos obter um resultado preciso e
adequado.

A forma mais simples de regular o tensor é o uso da régua metálica,


como já citei anteriormente. Colocamos no centro da escala em cima dos
trastes e ajustando delicadamente com cerca de ¼ de volta por vez do
tensor a ficar o mais próximo da régua possível. Uma leve concavidade
também pode ser aceita.
Outro método simples de fazer esta regulagem seria colocarmos
um capotraste na primeira casa e apertarmos a sexta corda nas últimas
casas perto da junção corpo e braço. A distância da corda em relação ao
sétimo traste deverá ser de 0,25mm. Sei que vão pensar que é difícil
mensurar este valor, mas é só imaginarmos que tem que ser mais ou
menos ¼ do milímetro marcado na régua. Para quem sabe usar um
paquímetro isto é “fichinha”.

Se a corda estiver encostada no traste, o tensor deve ser afrouxado. Se


estiver longe, ele deve ser apertado. Lembrando sempre de realizar ¼ de
rotação por vez, sem rotações bruscas do tensor.

Esse post foi um breve toque, bem geral, sobre tensor e aviso ainda
existem muitos temas a ser abordados. Vou aguardar dúvidas e
comentários aqui no blog ou em nossas mídias sociais para
enriquecermos o assunto e aprendermos cada vez mais.

Um grande abraço.

Sobre Tarraxas
A busca pelo timbre, na minha opinião, nunca deve parar para o
guitarristas a credito que todos devemos sempre procurar novos
equipamentos, seja testando, comprando, trocando, barganhando…,
enfim, tudo para termos a nossa própria opinião. Tudo bem com a
opinião de endorsers respeitados, como os da SANTO ANGELO, mas
nada substitui o nosso “ouvido” e o nosso gosto pessoal. Vocês podem
me perguntar por que estou dizendo isso? Porque cada vez que
pudermos colocar acessórios de boa qualidade em nosso querido
instrumento, seja ele de qual custo for, estaremos a caminho de construir
um melhor timbre e melhor, mantendo-o por mais tempo. É neste ponto
que as tarraxas participam do timbre. Como assim?

Vamos explicar melhor esse assunto.

As tarraxas podem ser basicamente de duas formas: as chamadas em


linha (6), uma ao lado da outra, como nos modelos Stratocasters e as (3
+ 3), ou seja, três em cada lado do headstock do instrumento. Podem
ser blindadas, semi-blindadas ou abertas como categorias principais.
As blindadas, além da construção mais resistente, são totalmente
fechadas, o que impede a entrada de sujeira, que poderiam engripar o
funcionamento das engrenagens. As tarraxas semi-bilindadas são
aquelas que conseguimos desmontá-las e expor suas engrenagens. Já
as abertas, tem todas as engrenagens expostas e sem proteção
mecânica. Os demais tipos de tarraxas são variações destas.

As tarraxas de boa qualidade são facilmente identificadas pois, além do


acabamento cromado primoroso são mais pesadas em comparação
com as originais de um instrumento de baixo custo. Podemos perceber
maior estabilidade em seu eixo, ou seja, sem folgas, e se houver uma
leve resistência em girar a tarraxa, isto significa maior estabilidade.

Antes de pensar em trocar o jogo de tarraxas observe, como visto na


figura abaixo, o tipo e a angulação do headstock da sua guitarra, para
conferir a tensão entre as cordas e as tarraxas. Desta forma, com
tarraxas de baixa qualidade, e alta tensão das cordas, é comum que a
afinação se mantenha por menos tempo que com tarraxas de qualidade
superior.
As tarraxas não participam do timbre, mas estão diretamente
relacionadas a qualidade do som que você emite aos ouvidos dos outros
e, principalmente, aos seus!! É muito confortável tocar em uma guitarra
que consegue se manter afinada por mais tempo. Quando um guitarrista
iniciante que comprou uma guitarra de baixo custo perceber que as
tarraxas não estão segurando bem a afinação, já é um bom sinal de sua
evolução na sua curva de aprendizado. Assim, consideramos muito
importante a forma como você toca e a regulagem de sua guitarra, assim
como já explicado em posts anteriores. O importante é entendermos
quais são os tipos de tarraxas para ajudar em nosso aprendizado como
músicos e principalmente na hora da compra.

Então: quais tarraxas você deve escolher?

Primeiro considere quanto pode investir na troca de um jogo novo de


tarraxas. No mercado atual você encontrará preços variando entre
R$70,00 à R$350,00, ou mais baratos se já comprou nos sites
internacionais e teve paciência para esperar a entrega. Certamente
dentro destes valores encontraremos tarraxas que atenderam a sua
necessidade.

Uma situação que raramente as pessoas dão importância, ou nunca


leram nas embalagens das tarraxas é sobre o número de voltas da
“borboleta” sobre seu eixo (360º) para a tarraxa completar uma volta
completa. As informações são geralmente: 1:12, 1:14 e até 1:20. A
informação que devemos tirar é que quanto maior for o número de voltas
da “borboleta” para um giro completo da tarraxa significa melhor precisão
na afinação. Por exemplo nos modelos citados, o mais preciso tem a
especificação 1:20. No entanto, o mais comum no mercado são tarraxas
entre: 1:12 à 1:18.

Vamos agora conhecer os tipos de tarraxas mais comuns.

TARRAXA ABERTA

Este primeiro modelo com mecanismo exposto é mais comum em violões


com cordas de nylon ou aço e também em alguns modelos de
contrabaixo. Vale a pena lembrar que mesmo sendo um mecanismo de
tarraxas mais primitivo, existem modelos de boa qualidade e outros que
deixam muito a desejar no quesito estabilidade do mecanismo.

TARRAXAS SEMI-BLINDADAS

Acompanhando a “evolução das Tarraxas” logo surgiram alguns modelos


que conhecemos como semi-blindados ou blindados, onde as estruturas
não ficam visíveis. Desta forma, são menos sujeitas as oxidações e ao
acumulo de sujeira como já dito anteriormente.

Os modelos abaixo são semi-blindados, pois, como já disse antes,


conseguimos desmontar e expor as engrenagens. São encontradas em
modelos de guitarras Les Paul, Flying V e outros.
TARRAXAS BLINDADAS

O modelo abaixo faz parte das tão procuradas “Tarraxas Blindadas”, mas
CUIDADO, assim como existem tarraxas abertas de boa qualidade,
existem tarraxas blindadas de baixa qualidade. O material com o qual ela
é feita e a precisão de suas engrenagens que determinam a sua
qualidade e não apenas a nomenclatura blindada ou não. Nesta
categoria é que encontramos a maior variedade de marcas no mercado
pois são aplicadas a todos os modelos de guitarras.

Muitos guitarristas, principalmente aqueles que não usam guitarras com


ponte tipo Floyd Rose e gostam de “abusar” dos bends e da ponte tipo
tremulo, procuram o modelo de tarraxa blindada da figura abaixo, que
apresenta uma peça a mais que trava o mecanismo das engrenagens. O
mais importante neste modelo é que a quantidade de corda que fica
enrolada na tarraxa é muito pequena, com isso, quando tocamos e
mudamos a tensão das cordas nas tarraxas, existe pouca corda presa
para “afrouxar” e alterar a afinação.
Existe uma variante deste modelo, como mostrado na figura abaixo, que
além da tarraxa ser blindada e com trava, ela ainda corta o excesso de
corda. Infelizmente seu custo limita muito seu uso.

Eu não consigo imaginar qual seria a próxima evolução em tarraxas além


deste modelo mostrado a seguir que afinam sozinhas as cordas!! Basta
você ligar o afinador e tocar todas as cordas de uma vez só e aguardar o
afinador analisar e afinar. Enquanto todos os LED´s (diodos emissores
de Luz) que representam as cordas não estiverem verdes você deve
continuar tocando as cordas para que o afinador e as tarraxas façam seu
trabalho sozinhos. Existe um modelo de guitarra da Gibson que saiu de
fábrica com sistema semelhante mas muito mais sofisticado. Trata-se da
Gibson Robotic.
Espero que com esta breve ilustração sobre os tipos de tarraxas tenha
ajudado ao seu entendimento no assunto. Mande suas dúvidas e
sugestões para juntos aprendermos mais.

Um grande abraço.

Regulando sua Floyd Rose

Tem chegado ao meu “consultório” várias perguntas sobre regulagem de


pontes Floyd Rose e pelo tom das perguntas, acredito que esta deve ser
uma grande dor de cabeça para os guitarristas. Sabendo dessas dores,
compartilho com vocês meu conhecimento, e se ele servir para te ajudar
ou aos seus amigos, compartilhe também.

Lógico que aprender a usar as pontes FR também não é uma tarefa nada
fácil, mas quando você começar a saber mais sobre este assunto,
perceberá que não se trata de um “bicho de 7 cabeças”. Podemos dizer
que para quem já leu meus posts anteriores e consegue regular uma
ponte de guitarra tipo trêmulo ou uma ponte fixa, as dificuldades serão
bem menores nesta “pós graduação” em regulagem de pontes tipo
Floyd Rose.

No entanto, a regulagem deste tipo de ponte exige muita paciência e se


você não tem, terá mais dificuldades para seguir adiante. Mas como
acredito na sua boa vontade, vamos começar pela anatomia deste
incrível mecanismo:

1 – Saddles – mais conhecidos como “carrinhos”: É a parte aonde


prendemos a corda (lock block) e o local de regulagem das oitavas.

2 – Lock Block ou Saddle Block: Peça em formato cúbico que prende a


corda no saddle. O seu ajuste para a fixação da corda é feito através de
um parafuso inserido na parte posterior do saddle.

3 – Parafusos de Entonação (ajuste de oitavas): É o parafuso que fixa


o saddle na ponte e também é por ele que regulamos a entonação
(oitavas) da guitarra.

4 – Ajuste da Microafinação (Fine Tuners): Após afinarmos


normalmente a guitarra e travarmos o Lock Nut, realizamos o ajuste fino
(micro-afinação) por este parafuso.

5 – Alavanca da ponte tipo Floyd Rose: É a principal peça do


mecanismo, pois sem ela não há movimento da ponte.

6 – Lock Nut (trava do nut): Após afinar o instrumento, devemos apertar


os parafusos do lock nut e em seguida realizarmos uma nova conferência
da afinação usando os parafusos da microafinação. Neste momento as
tarraxas estarão sem ação.

7 – Abaixador de Corda: Fica localizado no headstock do instrumento e


serve para nivelar as cordas com as tarrachas. Existem modelos de
guitarras que apresentam ângulo negativo no headstock e desta forma
não há a necessidade deste abaixador de cordas.

8 – Molas: Ficam localizadas na parte posterior do instrumento,


geralmente protegidas por um escudo. Servem para regular a ação da
ponte e são fundamentais na regulagem, pois devem estar em equilíbrio
com a tensão exercida pelas cordas. Por isso, cordas e molas devem ser
de boa qualidade, pois devem voltar em sua posição original com
precisão, sob o risco de não manter o instrumento perfeitamente afinado.

9 – Spring Clow Hook (prende molas): Ele fica juntamente com as


molas na parte posterior do instrumento. É por ele que você ajusta as
molas, apertando ou soltando o parafuso que o prende no corpo da
guitarra. Também é nesta peça que muitas vezes aterramos os circuitos
eletrônicos da guitarra.

10 – Chaves tipo Allen: Elas vêm, geralmente, junto com a guitarra, e


servem para fazer todos os apertos e regulagens da ponte tipo Floyd
Rose.

O primeiro passo é iniciarmos a regulagem da ponte pelo destravamento


do Lock Nut. Devo lembrar que a ponte tipo Floyd Rose tem algumas
peças fundamentais e que você não poderá perder de maneira nenhuma,
como os parafusos do Lock Nut, sem esquecer outra peça fundamental
que é o Lock Block. Portanto faça a regulagem de seu instrumento em
um local limpo, com fácil visualização se alguma peça ou parafuso cair
no chão. Eu geralmente uso uma caixinha e coloco todas as partes que
estou desmontando alí dentro. Lembro mais uma vez que chaves de boa
qualidade são fundamentais para não danificar as fendas dos parafusos
ou mesmo não se quebrarem durante os esforços de regulagem.

O segundo passo, antes de afrouxar as cordas, é colocarmos um pedaço


de pano embaixo da ponte para que ela não fique apenas com a pressão
das molas tracionando para trás, que poderá até riscar o corpo da
guitarra.

O terceiro passo é soltar a corda do Saddle após afrouxar as


extremidades nas tarraxas. Caso você só for trocar as cordas sem
precisar regular a ponte, desde que pelo mesmo calibre (ou bitola) do
encordoamento, eu o aconselho a trocar duas cordas por vez para que
não altere a tensão das molas e necessite regular a ponte novamente.

Após realizar a limpeza geral na ponte e também no instrumento, assim


como fizemos nos outros “posts”, vamos colocar as cordas e iniciar a
regulagem propriamente dita. Lembre-se de apertar bem o parafuso atrás
dos saddles para as cordas não se soltarem.

Quando terminar de colocar as cordas e realizar a primeira afinação,


tracione a corda para que ele sofra uma de suas primeiras tensões, mas
com cuidado para não soltar do saddle da ponte. Até este momento não
é necessário travar o luck nut pois estamos, de certa forma, estabilizando
a corda.
Após inúmeras afinações e re-afinações (muita paciência, lembra-se?)
você perceberá que a ponte estará desnivelada em relação ao corpo da
guitarra. Este nivelamento, que é fundamental para o bom funcionamento
da ponte, se dá quando equilibramos a tensão das molas com a tensão
exercida na ponte pelas cordas. Faz parte deste nivelamento também a
altura da ponte sendo controlada através dos parafusos (pivôs), assim
como qualquer outro tipo de ponte com trêmulo.

A figura abaixo mostra as três situações em uma ponte tipo Floyd Rose
sendo a de numero I é a posição ideal:

Posição II:
Maior tensão das cordas em relação às molas. É necessário aumentar a
tensão das molas. Para isso, você precisará apertar os parafusos que
prendem as molas na parte posterior do instrumento.

Posição III:
Maior tensão das molas em relação às cordas. É necessário soltar
lentamente o parafuso que segura o “prende molas”.

Quando eu disse que é um exercício de paciência estava me referindo a


este momento, pois devemos fazer estes apertos ou desapertos
mediante novas afinações do instrumento. A estabilização da ponte se dá
quando conseguimos igualar as tensões entre cordas e mola deixando a
ponte nivelada.

Após estes repetidos exercícios de afinação, você deverá travar o lock


nut e em seguida afinar novamente usando o parafuso da micro-
afinação. Em seguida deve verificar se a ponte não desnivelou
novamente. Caso isso ocorra, solte o Lock Nut e aperte ou solte o
parafuso das molas.

Agora que você conseguiu este equilíbrio de tensão com nivelamento da


ponte, vamos para o próximo e último passo que é a regulagem das
oitavas ou também conhecida como entonação.
Neste momento não é nada diferente que os outros “posts” que
colocamos neste Blog, a não ser o cuidado que você deve tomar ao
soltar o parafuso da entonação, pois com a tensão da corda o carrinho
“corre” muito rápido em direção ao braço da guitarra.

A corda solta deve ter a mesma afinação da corda apertada na décima


segunda casa em todas as cordas.

Bem amigos, espero ter ajudado a iniciar um estudo sobre regulagem de


pontes tipo Floyd Rose e aguardo seus comentários e perguntas. E se
quiserem se aprofundar mais na arte da manutenção e regulagem de
guitarras, acompanhem sempre o blog e baixem nosso e-book “A Saúde
da Guitarra” gratuitamente neste link.

Até o próximo post e um grande abraço.

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