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SUBTERRÂNEAS
UNIDADE IV
OBRAS SUBTERRÂNEAS
Elaboração
Laoana Tuíra Gonçalves Mendes
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................4
UNIDADE IV
OBRAS SUBTERRÂNEAS.......................................................................................................................................................................7
CAPÍTULO 1
HISTÓRICO E MÉTODOS CONSTRUTIVOS............................................................................................................................. 7
CAPÍTULO 2
ESTADOS DE TENSÕES............................................................................................................................................................... 13
CAPÍTULO 3
SISTEMAS DE SUPORTE............................................................................................................................................................. 28
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................35
INTRODUÇÃO
» E s t u d a r o s t i p o s d e c o n t e n ç ã o d e t a l u d e s e s u a s v e r i f i c a ç õ e s d e
estabilidade;
Bons estudos!
CAPÍTULO 1
HISTÓRICO E MÉTODOS CONSTRUTIVOS
No nosso dia a dia vivenciamos diversas situações em que dependemos das obras
subterrâneas, da quais, pode-se citar:
1. Histórico
Segundo Assis (2013), o uso de escavações subterrâneas vem desde a pré-história,
em que os humanos se abrigavam contra predadores e elementos climáticos.
Segundo registros, há aproximadamente 4000 anos, na Babilônia, sob o leito do
rio Eufrates, foi construído o túnel (seção 1,5 x 1,5m) mais antigo já registrado.
Esse túnel tinha o objetivo de proporcionar uma comunicação subterrânea entre
o palácio real e o templo, afastados por volta de um quilômetro. Admira-se
essa escavação ainda mais devido ao fato de que o próximo túnel sob o leito
de rio só foi construído quatro milênios depois, em 1843, sob o Tâmisa, em
Londres.
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UNIDADE Iv | Obras Subterrâneas
Já na Idade Média, a principal finalidade dos túneis era por questões militares.
Já no final deste período, houve alguns avanços, principalmente com a escavação
dos grandes canais de navegação na Europa, como, por exemplo, o túnel Malpas,
construído em 1681, no Canal de Midi, na França, que possui 161m de extensão.
Além disso, em 1679, explosivos (pólvora) para abertura da frente de escavação
foram utilizados pela primeira vez em obras civis. Antes faziam uso de martelos
e cinzéis para este fim.
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Obras Subterrâneas | UNIDADE Iv
2. Métodos construtivos
Para Assis (2013), os Métodos Clássicos para Abertura de Túneis surgiram, com
aperfeiçoamento e acúmulo de experiência, no século XIX (Era das Ferrovias).
Dentre eles é possível citar os métodos alemão, belga, austríaco clássico e
inglês. Estes métodos tinham a preocupação de fixar uma escavação parcial ou
sequencial e a instalação do suporte, adequando-se às condições geológicas.
Eles faziam uso do suporte sem a sua otimização, já que o princípio do alívio
de tensões não era seguido.
Como pode ser notado, um dos princípios é que não se considera o maciço apenas
como um carregamento, ou seja, ele trabalha juntamente com o suporte para
estabilizar a cavidade.
De acordo com Assis (2013), este princípio rege algumas características principais:
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» O maciço não deve deformar excessivamente, pois pode gerar fraturas nele e,
assim, provocar aumento na carga de suporte;
Assis (2013) afirma que o efeito arco acontece quanto a capacidade portante do
maciço é mobilizada por meio da redistribuição das tensões na região contígua à
escavação com o aumento das tensões cisalhantes. Essa redistribuição, chamada
de princípio da estabilização pelo alívio controlado de tensões, decorre de
deformações resultantes da abertura da cavidade. Entretanto, deformações
excessivas devem ser evitadas, pois, dessa maneira, o maciço poderia perder
sua capacidade de autossuporte.
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Aqui são apresentados, conforme Assis (2013), os três princípios que regem o
sistema estrutural de suporte, cujo estudo será aprofundado no Capítulo 3 desta
Unidade:
3. Instrumentação
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CAPÍTULO 2
ESTADOS DE TENSÕES
Num local onde será executada uma escavação subterrânea já existe no maciço
um tensor de tensões naturais, imposto pela história geológica. Quando é feita
a abertura, esta vai causar uma redistribuição de tensões ao seu redor. Estas
tensões causadas pela abertura são chamadas de tensões induzidas.
Assis (2013) enfatiza que a determinação das tensões in situ ou tensões naturais é
essencial para a elaboração do projeto e, por consequência, para o comportamento
da escavação subterrânea. Num ponto qualquer, abaixo da superfície, as tensões
são: s x, s y, s z e as tensões cisalhantes.
s z = ∑ γ .z [47]
=s x k=
ox .s z ; s y koy .s z [48]
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Após as tensões in situ serem calculadas, deve-se obter as tensões que serão
causadas pela obra subterrâneas devido à redistribuição de tensões. Estas tensões
são chamadas de tensões induzidas e dependem tanto das tensões in situ quanto
da geometria, forma e dimensões, da abertura. Para tanto, assume-se que o
maciço ao redor da escavação é homogêneo. Nesse caso de meios homogêneos
e geometrias simples, é possível aplicar expressões analíticas para calcular as
tensões induzidas (ASSIS, 2013).
» Túnel profundo.
Túnel profundo pode ser entendido como aquele que possui a razão entre
profundidade e raio maior ou igual a cinco (z/a ≥ 5). Assim, o modelo de Kirsch
permite a nomenclatura mostrada na Figura 43.
pz
px=ko pz r px=ko pz
r r
pz
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Ao se variar “r” e “q”, é possível determinar as tensões que atuam em qualquer local em
volta da abertura:
1
sr
= . pz . (1 + ko ) .(1 − a 2 ) + (1 − ko ) .(1 + 3a 4 − 4a 2 ) .cos 2q [49]
2
1
sq
= . pz . (1 + ko ) .(1 + a 2 ) − (1 − ko ) .(1 + 3a 4 ) .cos 2q [50]
2
1
− . pz . (1 − ko ) .(1 − 3a 4 + 2a 2 ) .sen 2q
t rq = [51]
2
Em que:
a = a / r.
sen2q = 0 → q = 0 o ou q = 90 o;
k o = 1;
1 - 3a 4 + 2a 2 = 0 → a = 1, ou seja, a = r.
pz .(1 − a 2 ) ; s q =+
sr = pz (1 a 2 ) [52]
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= 2pz
r
a
r = 0 -5a r
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» Homogêneo e isotrópico;
σ 1 = m.σ 3 + σ c [53]
Em que:
1 + senf
m= [54]
1 − senf
2.c.senf
sc = [55]
1 − senf
c = coesão;
s c ( residual )
s= [56]
s c ( pico )
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Sendo:
m = m p e s c = s cp, para s = 1
Em que:
De forma geral, pode-se adotar m p igual a m r, pois sabe-se que o ângulo de atrito
não se altera muito após a perda de resistência. Além disso, por simplicidade,
considera-se que essa perda de resistência se dá em um instante imediatamente
posterior àquele em que o maciço alcança a resistência de pico.
s q m.s r + s c
= [57]
s q m.s r + s.s c
= [58]
∂s r (s r − s q )
+ 0
= [59]
∂.r r
∂t rq
=0 [60]
∂q
t rq = 0 [61]
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Em que:
∂s r
r. = sq − s r [62]
∂.r
∂s r 1
=( m − 1) .s r + s.s c . [63]
∂.r r
Separando as variáveis:
∂s r ∂.r
= [64]
( m − 1).s r + s.s c r
1
.ln ( m − 1) .s r + s.s= ln r ( ) + C1.( m − 1)
m −1
c
[65]
( m − 1)
r( )
m −1
1
=sr . s.s . + C 2 [66]
r( )
c
1− m
m −1
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s rR= (1 − le ) . po [68]
Em que:
p s = pressão de suporte;
l e = número que faz a relação entre a tensão radial no limite das zonas elástica
e plástica (s rR) com a pressão atuante no maciço antes da escavação (p o).
s.s c (1−m )
C2 =
(1 − l ) . p − .a [69]
1 − m
s o
(1− m ) (1− m )
s.s c a a
=sr . 1 − + (1 − ls ) . po . [70]
1 − m r r
(1− m ) (1− m )
s.s c a a
sq
= . 1 − m. + m.(1 − ls ) . po . [71]
1 − m r r
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(1− m ) (1− m )
s.s c a a
(1 − =
le ) . po . 1 − + (1 − ls ) . po . [73]
1 − m R R
1
( m − 1) .(1 − le ) . po + s.s c m−1
R = a. [74]
s.s c + A
Onde,
A =( m − 1) .(1 − ls ) . po [75]
sq + s r =
2. po [76]
No limite entre as zonas elástica e plástica, as tensões radiais são iguais. Desta
maneira, ao substituir a Equação [57] na Equação [76], a tensão radial no limite
entre as zonas (s rR), é dada por:
1
=s rR .[ 2. po − s c ] [77]
m +1
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1
(1 − le ).=
po .[ 2. po − s c ] [78]
m +1
1 s
=le . m − 1 − c [79]
1+ m po
A fim de obter as tensões na zona elástica, para r > R, considera-se para a teoria
de Kirsch (k o = 1), uma abertura fictícia de raio R e pressão de suporte s rR. Assim
as tensões s r e s q são dadas por:
2
R
s r =po − ( po − s rR ) . [80]
r
2
R
s q =po + ( po − s rR ) . [81]
r
2. Deslocamentos induzidos
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pz .r
=u . (1 + ko ) .a 2 + (1 − ko ) .( −a 4 + 4a 2 − 4νa 2 ) .cos 2q [82]
4G
pz .a
=u . (1 + ko ) + (1 − ko ) .( 3 − 4ν ) .cos 2q [83]
4G
p0 .a
u= [84]
2G
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plástica e elástica, sendo que esta última é constante e seu valor é o máximo
dentro da região (limite elástico).
» homogêneo e isotrópico;
∂u u ∂w ∂e
er = ; eq = ; e z = =cte ; ∫ eq dq =ν =0 ; r q + eq − e r =0 [85]
∂r r ∂z ∂r
Em que:
e r p + a ..eq p =
0 [86]
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a = parâmetro de dilatância.
1 < a < m para uma plastificação com dilatância sem fluxo associado.
(1+a )
ur e .le R
ur
= ep
. a − 1 + 2. [87]
1 + a r
Em que:
p0 .r
ur e = [88]
2G
(1+a )
ua e .le R
ua
= ep
. a − 1 + 2. [89]
1 + a a
Em que:
p0 .a
ua e = [90]
2G
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Perda de
Solo
Túnel
Uma das metodologias mais conhecidas para determinação dos recalques causados
pela escavação de um túnel foi proposta por Peck (1969). Nesse método, têm-se
os recalques por uma distribuição de Gauss (Figura 46):
− x2
2 i 2 [91]
S ( x ) = Smáx .e
Em que:
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x 0
-2i 2i
-√𝟑𝟑i √𝟑𝟑i
Smáx
Recalque – S (mm) -i i
Ponto de Ponto de máxima
inflexão curvatura
(0,61.Smáx) z (0,22.Smáx)
Vs = 2p .i.Smáx [92]
η
i z
= ka . [93]
a ( 2a )
i = ko . z [94]
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CAPÍTULO 3
SISTEMAS DE SUPORTE
3. Curva de convergência
Para u a = 0, P = p o;
Para u a = u, P = 0.
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Po A
Pb C 2 CCS
B
Pd
D
CRM
Ps E
F
1 Desagregação
Ps
Ps,max
u0 u
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M .y N
=s + [95]
I A
Em que:
M = momento fletor;
I = momento de inércia;
N = carga axial;
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Carga no
suporte (P)
C
A B
4. Tipos de suporte
Os sistemas de suporte podem ser classificados de acordo com sua área de
aplicação, sendo eles: pontuais, lineares e contínuos.
Suportes pontuais
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Cambotas metálicas
Treliças metálicas
Suportes contínuos são aqueles que aplicam uma pressão de suporte por todo
o maciço.
Suportes segmentados
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Concreto projetado
Es ( a − t s ) t s
ks = [96]
(1 + ν s ) (1 − 2ν s ) a 2 + ( a − ts )
2
sy (a − t )
2
ps
= max . 1−
[97]
2 a2
Cabe ressaltar que são assumidas propriedades lineares para o suporte, o que
poderia gerar problemas especialmente para o caso do concreto projetado.
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3. As .I s .s y
psmax =
1 [99]
2.sl .a.q . 3.I s + X . As . a − tb + . X .(1 − cosq )
2
1 s .s 4.l
= l t . + Q [100]
ks a p .d 2 .Es
Ty
psmax = [101]
sl .st
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REFERÊNCIAS
ASSIS, A. P. Mecânica das rochas: obras subterrâneas. Belo Horizonte, 2013. Disponível em: https://
pt.scribd.com/document/472028290/69-Apostila-de-Mecanica-das-Rochas-Andre-Assis-pdf. Acesso
em: 4 jan. 2021.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações: mecânica das rochas; fundações; obras de
terra – Vol. 2. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
CIMENTO MONTES CLAROS. Solo cimento: como fazer uma obra sustentável e mais barata? [2017].
Disponível em: https://cimentomontesclaros.com.br/solo-cimento/. Acesso em: 30 mar. 2020.
GUIA DA ENGENHARIA. Muros de arrimo: conceito de tipologias. 2019. Disponível em: https://
www.guiadaengenharia.com/muros-arrimo-tipos/. Acesso em: 30 mar. 2020.
HARR, M. E. Reliability – Based Design in Civil Engineering. New York: McGraw-Hill, 1987.
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Referências
MARANGON, M. Mecânica dos solos II. Juiz de Fora: Faculdade de Engenharia, Núcleo de Geotecnia,
Universidade Federal de Juiz de Fora, pp. 161-185, 2018. Disponível em: https://www.ufjf.br/nugeo/
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WHITMAN, R. V.; BAILEY, W. A. Use of computer for slope stability analysis. ASCE Journal of the
Soil Mechanics and Foundation Division, v. 93, pp. 475-498, 1967.
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