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Universidade Estadual de Goiás

A casa rural da América


Arquitetura e Urbanismo – História da Arquitetura
Brasileira I

Portuguesa: os engenhos
Orientadora: Dra. Deusa Maria Rodrigues Boaventura
Discentes: Ana Gabriela Felipe Araújo e Giselly
Kethonny Martins Maciel
2021-2
Sumário
1. APRESENTAÇÃO 2.4 EXEMPLARES DOS ENGENHOS COLONIAIS

2. SUMÁRIO EXPLICATIVO 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

2.1 PERÍODO COLONIAL

2.2 ARQUITETURA RURAL

2.3 A CASA RURAL: OS ENGENHOS

2.3.1 Localização no terreno

2.3.2 A organização do espaço

2.3.2.1 Moita

2.3.2.2 Senzala

2.3.2.3 Casa Grande

2.3.2.4 Capela
Apresentação
Entende-se por Arquitetura Colonial toda aquela realizada no território que viria a ser
o Brasil desde seu descobrimento pelos europeus em 1500 até a independência das colônias ali
formadas. Durante esse período, surgiram diversas manifestações, principalmente de arquitetura
religiosa, de defesa e residencial. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo principal
estudar o panorama da arquitetura das casas rurais da América Portuguesa, com enfoque nos
engenhos, buscando entender como eram e como funcionavam esses espaços, além de
compreender a dimensão cultural e artística dessa arquitetura.

Para esse estudo, foram utilizados textos como Da arquitetura civil de MENDES,
VERÍSSIMO e BITTAR (2011), Arquitetura Brasil 500 anos: uma invenção recíproca de
MONTEZUMA (2002), Arquitetura Civil no Período Colonial de SMITH (1969), A Casa-
Grande dos Engenhos: pedra, tijolo ou pau-a-pique de GUERRA e SILVA (2019), além de
diversos outros para melhor compreensão do tema.
Período Colonial

• O início da missão de colonização se deu


efetivamente após a divisão do território em
14 capitanias hereditárias -1534;
• Economia açucareira teve seu início em
meados do século XIV;
• A produção do açúcar se concentrou,
inicialmente, nas regiões litorâneas do
nordeste na colônia portuguesa;
• Mão de obra escravagista, primeiramente
composta por nativos, posteriormente é
substituída em sua maioria por povos
escravizados vindos do continente africano;
Arquitetura Rural
“Na colônia do Brasil, de 1500 a 1808, a arquitetura foi • As primeiras construções que os portugueses
maneirista, barroca e rococó. Ainda em fins do século XVII, implantaram na colônia eram reproduções de
assiste-se, no Pará, ao surgimento de uma corrente classicizante modelos que eles já conheciam, adaptando-se ao
na arquitetura, que viria a se firmar por toda a primeira metade do
clima, necessidades e materiais disponíveis na
século seguinte.” (MONTEZUMA, 2002)
colônia;
A Casa Rural: os engenhos
• O ambiente rural foi a primeira motriz para a
definição da sociedade da época em que o
homem branco era tido como proprietário de
tudo que estivesse em suas terras sob seu
comando;
• A repressão feminina acaba sendo expressa nas
moradias através da clausura, uma vez que seu
espaço de circulação era limitado a ambientes
pequenos no interior da casa e
preferencialmente sem aberturas para
ambientes externos;
• Como essa estrutura social se manteve estática
por mais de três séculos, a sedes das fazendas,
associadas a outros ciclos econômicos,
apresentavam poucas alterações em suas
plantas;
A Casa Rural: os engenhos

• A configuração espacial dos engenhos estava


totalmente ligada ou trabalho e a produção do
açúcar, que consistia resumidamente em três
processos, a moagem da cana, o cozimento do
caldo e a purga;
• A casa grande possuía função política e
administrativa e a igreja de culto ao sagrado;
• O engenho representava uma verdadeira
povoação, obrigando a utilização não só de
muitos braços, como as necessárias terras de
canaviais, de mato, de pasto e de mantimentos.
Localização no terreno

• Na região Nordeste, os primeiros engenhos


implantados concentraram-se inicialmente em dois
pontos: em Olinda, expandindo-se para o sul, até
Penedo e para o norte, até Goiana, chegando até a
Paraíba e o Rio Grande do Norte; e em Salvador,
se espalhando para todo o Recôncavo Baiano
(ANDRADE, 2007);
• Quanto a sua implantação local, era dada a
prioridade de alocação próximo aos rios, tanto por
uma questão de aproveitamento da água como
força motriz do moinho, quanto pela facilidade de
escoamento da produção em relação aos portos
para exportação do produto final.
A organização do espaço
Moita

• O engenho (ou moita) geralmente compreendia


um grande galpão onde eram alocadas todas as
funções necessárias para produção do açúcar;
• O partido adotado era totalmente funcionalista
seguindo única e exclusivamente o processo de
produção;
• A subdivisão do espaço se dava pelo armazém,
moenda, local de armazenamento da garapa, as
fornalhas, casa de purgar e armazém do açúcar
onde o produto era pesado e dividido em caixas
para exportação.
A organização do espaço
Senzala

• Essa edificação era a mais simplória, composta


por uma unidade segmentada por várias
divisões, geralmente com acesso único,
podendo ou não contar com um corredor de
circulação lateral e em sua maioria sem janelas;
• A construção poderia ser de taipa com
cobertura vegetal, materiais abundantes e de
baixo custo, para essa edificação não se
destinava nenhum adorno, estes eram
reservados a capela e casa grande.
A organização do espaço
Casa-Grande
• Edificação que acolhia o senhor de engenho,
sua família, agregados e possíveis convidados,
tendo acesso permitido apenas para alguns
escravos de confiança para realizar as funções
necessárias;
• Em alguns casos o local também era utilizado
como; cofre, onde o dinheiro era escondido nas
paredes ou enterrado no chão de terra batida;
como fortaleza; depósito; ou harém do senhor
de engenho; escola; enfermaria; e pousada para
viajantes e comerciantes.

Capela
• A capela deste conjunto é bastante simples,
muitas vezes funcionando como um anexo da
casa-grande e atendendo principalmente as
famílias dos colonos.
Exemplares dos Engenhos Coloniais
Engenho Poço Comprido - PE
Exemplares dos Engenhos Coloniais
Fazenda Engenho D’Água - SP
Exemplares dos Engenhos Coloniais
Fazenda Colubandê - RJ
Referências Bibliográficas
MENDES, C.; VERÍSSIMO, F.; BITTAR, W. Da arquitetura civil. In: Arquitetura no Brasil: de Cabral a D. João VI. Rio
de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.
MONTEZUMA, R. Arquitetura Brasil 500 anos: uma invenção recíproca. Vol. 1, pp. 68-93, Universidade Federal de
Pernambuco. Recife, 2002.
SMITH, R. Arquitetura Civil no Período Colonial. Revista do Patrimônio. Rio de Janeiro, n. 17. Pp. 27-125, 1969.
Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/RevPat17.pdf
GUERRA, F.; SILVA, H. B. M. A Casa-Grande dos Engenhos: pedra, tijolo ou pau-a-pique. Revista Noctua 1, no. 4. pp.
37–50, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.26892/noctua.v1i4

SMITH, R. Robert Smith e o Brasil: arquitetura e urbanismo; organização: REIS FILHO, N. G. Brasília, DF : Iphan, 2012.

MENEZES, C.; MUNIZ, B.; DA SILVA, M. OS ENGENHOS DE AÇÚCAR E A CONSTRUÇÃO DO PATRIMÔNIO


CULTURAL ALAGOANO. VI_coloquia_t5_engenhos_acucar, Arquivo do IPHAN, 27 jun. 2012. Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/VI_coloquia_t5_engenhos_acucar.pdf. Acesso em: 13 jan. 2022.
Referências Bibliográficas
ABUD, M. ARQUITETURA E SOCIEDADE NA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR:: REFLEXO DO CICLO AÇUCAREIRO NOS
QUADROS ARQUITETÔNICOS E O IMPACTO ÀS CLASSES TRABALHADORAS NA AGROINDÚSTRIA
CANAVIEIRA DO SÉCULO XX.. 2020. Trabalho final realizado para a disciplina ARQUI0012 – História e Teoria da Arquitetura
Brasileira (Graduação) - Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Sergipe., [S. l.], 2020. Disponível em:
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/73744325/Engenhos.pdf?1635420870=&response-content-
disposition=inline%3B+filename%3DARQUITETURA_E_SOCIEDADE_NA_INDUSTRIA_DO.pdf&Expires=1642951474&Sign
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CORONA, E.; LEMOS, C. Dicionário da arquitetura brasileira. 1°. ed. [S. l.: s. n., 1972.

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