PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2022.0000615270

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Revisão Criminal nº 2222766-

97.2021.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é peticionário FABRICIO
REIS FERREIRA DA SILVA.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 6º Grupo de Direito

Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Por
votação unânime, CONHECERAM e INDEFERIRAM o pedido, de
conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores AMABLE LOPEZ

SOTO (Presidente), ALEXANDRE ALMEIDA, RENATO GENZANI FILHO,
SÉRGIO MAZINA MARTINS, VICO MAÑAS, JOÃO MORENGHI, XAVIER DE
SOUZA, PAIVA COUTINHO E PAULO ROSSI.

São Paulo, 4 de agosto de 2022.

AMABLE LOPEZ SOTO

Relator(a)
Assinatura Eletrônica
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Revisão Criminal n. 2222766-97.2021.8.26.0000

Comarca: São Paulo 8ª Vara Criminal
Peticionário: Fabrício Reis Ferreira da Silva
(Corréu: Josmir Ribeiro de Almeida)

Voto n. 26612

Revisão Criminal. Tráfico ilícito de drogas. Pedido de

redução das penas ao mínimo e aplicação do privilégio.
Improcedência. Penas-base exasperadas com fundamento na
expressiva quantidade de drogas e na natureza perniciosa da
maior parte delas, o que atende ao disposto no art. 42, da
Lei nº 11.343/06. Apreensão de anotações com
contabilidade do tráfico, a evidenciar que não se tratava de
atividade ocasional. A dedicação à atividade criminosa,
comprovada nos autos, obsta o privilégio. Pedido revisional
indeferido.

FABRÍCIO REIS FERREIRA DA

SILVA foi condenado pela MMª Juíza de Direito da 8ª Vara Criminal de
São Paulo por infração aos artigos 33, caput, e 35, caput, ambos da Lei
nº 11.343/06, ao cumprimento de 11 anos, 2 meses e 12 dias de reclusão
em regime fechado e pagamento de 1680 dias-multa, no piso (fls.
378/388), e apelou.

A C. 7ª Câmara de Direito Criminal desta

E. Corte, v.u., deu provimento parcial ao apelo para acolher exceção de
litispendência e anular o feito quanto ao crime previsto no artigo 35, da
lei especial, e, quanto ao crime remanescente de tráfico ilícito de drogas,
para estabilizar as penas em 7 anos de reclusão e 700 dias-multa,
mantido o regime fechado (fls. 513/535).

O Acórdão transitou em julgado (fl. 541).

Assistido por d. advogado constituído,

ingressa o sentenciado com revisão criminal pleiteando a redução das
penas ao mínimo e a aplicação da causa de diminuição prevista no artigo
33, § 4º, da Lei nº 11.343/06 (fls. 1/11).

A Procuradoria de Justiça opinou pelo não

Revisão Criminal nº 2222766-97.2021.8.26.0000 -Voto nº 26612ar 2
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conhecimento ou indeferimento (fls. 95/96).

É o relatório do necessário.

O fim último da revisão criminal é corrigir

erro judiciário, que pode ocorrer quando da fixação das penas. Por isso,
conheço do pedido.

Razão não assiste a Defesa.

A exasperação de 2/5 na primeira fase da

dosimetria atende ao disposto no artigo 42, da Lei nº 11.343/06, porque
invocadas a expressiva quantidade de drogas e a natureza perniciosa da
maior parte delas. O Juízo de piso fundamentação corretamente
mantida em grau de recurso aludiu às 13 mil porções de drogas, sem
deixar de mencionar que a maioria era cocaína. Aludiu, ainda, aos 3
tijolos de maconha apreendidos. A exasperação, portanto, atende ao
princípio da individualização das penas e ao já mencionado comando
legal.

Concretamente fundamentada, ainda, a

recusa ao privilégio. No ponto, a sentença invocou o óbice da dedicação
à atividade criminosa. O peticionário e o corréu Josmir Ribeiro de
Almeida foram surpreendidos quando saíam de imóvel carregando caixa
contendo drogas. O peticionário admitiu que residia no local. Tanto na
casa como no carro ali estacionado foram localizadas mais drogas. No
veículo, e este é o elemento preponderante a evidenciar dedicação
invocado na sentença a fl. 384 havia anotações de contabilidade do
tráfico, a revelar que não se tratava mesmo de atividade ocasional.

Para que não fique sem registro, anoto

que, contrariamente ao alegado, o peticionário não foi absolvido do
crime de associação para o tráfico. Conforme já relatado, quando a este
delito o feito foi anulado, vez que acolhida exceção de litispendência.

Por votação unânime, CONHECERAM e

INDEFERIRAM o pedido.

Amable Lopez Soto

relator

Revisão Criminal nº 2222766-97.2021.8.26.0000 -Voto nº 26612ar 3