Mas a gramática não inclui as expressões populares, as gírias e os regionalismos que, mesmo não
fazendo parte dela, não podem ser considerados errados.
A ideia de que só existe uma forma certa de se expressar faz com que todas as outras formas sejam
consideradas erradas. Como consequência disso, as pessoas ou grupos que não seguem as regras formais podem
ser vítimas de preconceito linguístico.
4 consequências do preconceito linguístico
1. exclusão social das pessoas que se expressam com linguagem regional, informal ou por meio de dialetos;
2. medo de se expressar ou de falar em público;
3. prejuízos à autoestima porque a vítima de preconceito pode se sentir inferiorizada ou “menos
inteligente”;
4. dificuldade para conseguir um emprego, principalmente para os trabalhos que requerem uma
comunicação mais formal.
Referência bibliográfica: BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
Disponível em: https://www.significados.com.br/preconceito-linguistico/#:~:text=Preconceito%20lingu%C3%ADstico%20%C3%A9%20a%20discrimina
%C3%A7%C3%A3o,formas%20de%20falar%20e%20escrever). Acesso em 05 de março de 2022.
Em grupo
1° REFLEXÃO E REGISTRO: Cada estudante deve responder as questões em seu caderno.
2° SOCIALIZAR: Cada estudante socializa as respostas de cada questão no grupo.
3°DIALOGAR E ORGANIZAR A APRESENTAÇÃO: O grupo deverá definir uma resposta para
cada pergunta e então socializar com toda turma. (Por exemplo: na questão 1, escolher a resposta mais
completa ou juntar algumas para formar a resposta coletiva).
Perguntas:
1. O que entenderam por preconceito lingüístico (a resposta não pode ser uma simples cópia do texto)?
2. O que influencia a geração de variedades lingüísticas?
3. Comente sobre as conseqüências o preconceito lingüístico pode gerar?
4. Qual a importância da educação escolar na superação do preconceito lingüístico?
7. Os linguistas têm notado a expansão do tratamento informal. “Tenho 78 anos e devia ser tratado
por senhor, mas meus alunos mais jovens me tratam por você”, diz o professor Ataliba Castilho,
aparentemente sem se incomodar com a informalidade, inconcebível em seus tempos de estudante.
O você, porém, não reinará sozinho. O tu predomina em Porto Alegre e convive com o você no Rio de
Janeiro e em Recife, enquanto você é o tratamento predominante em São Paulo, Curitiba, Belo
Horizonte e Salvador. O tu já era mais próximo e menos formal que você nas quase 500 cartas do acervo
on-line de uma instituição universitária, quase todas de poetas, políticos e outras personalidades do final
do século XIX e início do XX. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 21 abr. 2015 (adaptado).
No texto, constata-se que os usos de pronomes variaram ao longo do tempo e que atualmente têm
empregos diversos pelas regiões do Brasil. Esse processo revela que
A a escolha de “você” ou de “tu” está condicionada à idade da pessoa que usa o pronome.
B a possibilidade de se usar tanto “tu” quanto “você” caracteriza a diversidade da língua.
C o pronome “tu” tem sido empregado em situações informais por todo o país.
D a ocorrência simultânea de “tu” e de “você” evidencia a inexistência da distinção entre níveis de formalidade.
E o empregode“você”em documentosescritosdemonstra que a língua tende a se manter inalterada.
8.
9.
Prezada senhorita,
Tenho a honra de comunicar a V. S. que resolvi, de acordo com o que foi conversado com seu ilustre
progenitor, o tabelião juramentado Francisco Guedes, estabelecido à Rua da Praia, número 632, dar por
encerrados nossos entendimentos de noivado. Como passei a ser o contabilista-chefe dos Armazéns Penalva,
conceituada firma desta praça, não me restará, em face dos novos e pesados encargos, tempo útil para os
deveres conjugais. Outrossim1, participo que vou continuar trabalhando no varejo da mancebia, como vinha
fazendo desde que me formei em contabilidade em 17 de maio de 1932, em solenidade presidida pelo Exmo.
Sr. Presidente do Estado e outras autoridades civis e militares, bem assim como representantes da Associação
dos Varejistas e da Sociedade Cultural e Recreativa José de Alencar.
Sem mais, creia-me de V. S. patrício e admirador, Sabugosa de Castro
CARVALHO, J. C. Amor de contabilista. In: Porque Lulu Bergatim não atravessou o Rubicon. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.
A exploração da variação linguística é um elemento que pode provocar situações cômicas. Nesse texto,
o tom de humor decorre da incompatibilidade entre
A o objetivo de informar e a escolha do gênero textual.
B a linguagem empregada e os papéis sociais dos interlocutores.
C o emprego de expressões antigas e a temática desenvolvida no texto.
D as formas de tratamento utilizadas e as exigências estruturais da carta.
E o rigor quanto aos aspectos formais do texto e a profissão do remetente.
1
do mesmo modo; igualmente.