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capitulo um FAFINANDO CONCETOS | Nowa coneeto de norms, nos estudos lingietcos, surgia fa necossidade do exipolar uty aivel consttutiva da Magu, ostudas ciontifios a linguagom verbal tn mete o, nenhume Lingua é wma residade unitria © homoginea, 85 © 6, do fat, nas roprecensagiee imagindrias de ume eultra » na conoepedes polities de uo eoctedad No plano empiric, uma lingua & coneituida por um conjun to de variedades, Em outras palaveas, no existe lingua para 2 variedades constivutivas, Por isan & que tenders a diner hoje, nos eatnos cients ia finguogum vorba, que sea gue 6 ure ontidade extural «| pales e ndo propriamenie una entidade lingSistien. Ov sia ‘io hi wma dfinigto de lingua por rice puremente linguist fs, mas fandamentalmente por eritéros poltieoe cultura’ ‘Quand, portant, clams pears ass nome no design ws into expire una, homegecen. caramente delmativel ¢objetive ‘emia defiaval por tides apenas hngatine Oo yesinatcald (© nome singular resibre, de fata, uma roslidade paral 0 ‘ju, atm conjunto de intima variodadin recoahochas iste fo, plitieae culturalments coma maniftagses do uma mesma lingua por seus fasten. ‘A cocilogia da tingwacom dosvolow alguns eepocts da alts comple envolvida essa questo do estabelesimento do ane Sumo lingua. Mocteoa, por exemple, quo falantos do diferontse comunidades linguisticas <2 rewnhecem come falantes de ums ‘mecma lingua mesmo quande ago ha onto olce mtu ito dle. xemplo eliesien€ 0 do chinés, Folanten die variedades eunidas 208 4 docignagto de mandarin s0 considerar falantas| ‘de ehinés tanto quanto ts fants cas varied reid 0b Sksiqnasao de eantonse, embora entre elae nao hae, em gore, ind inttigibicade Por outro lado, flontes do variodades mutuamente tntelii= eis (e que podria ner consideradan, por entries paramente linguistioe, como partsies do um meame contin diaktal so clara falantes de Iingusn difsenten Case cmaico €9 do ne frlandts © dan earicdadse do chained boixo alma faladas no teroete du Alemania. amas un cidadia doe Palses Bais dint qe fala uma variedade do bai? alomaa, Por re poitises © ‘Sain alangag tts raouerte mics of mae pated cultura, ele sompee ge roconhecer ome mrabeo de uma com Didade que fala uma ngon expect” A Linguiseapropramente dita Ge, acne que rtarascomo chet lingua om sling em ait acs, om eu eatidage Cetratural deavineslada, em principio, de suas contigs externas postlow um a pri ou sja a 2uponigs tata de que, por tr Co tela» variagio comeitutiva de umm Hingua, existe uma unklade sletomiea Gupotigao nonca,porém, efotivamonte demonetvada) Milroy 2001) ¢ Romine (1990 argumentam que ess priori recultow do guadee de erengss go Interior do qual a Kingston strutural se constitu come cinca. "Tendo nan orgem 0 co toxto cultural europa, la eeabon por reprodurie em see moe las trios, 4 concep de nga avian — qual ja a ident Seago da lingua com a ncema-pacrin, asa coneepedn derivou do ato de, na Ra Modern (deede © século XV), « lingua terse toraado antunto de Batado nox pices suropeat, que, como parte do processo do centralisagho earaete ¥istico daquelaconjustura bistziea, denervalveram plea lit sUlstieas homazeneizantae om sour ternince essa identifica da Kinga com « normwpaais deere sieuldade de ingustica ¢ do Lnguistas om seomedar em eee malelostdrins a heterogencidade empires que earsterzs qua quer realidade Lingaitias esse sentido, no fa) anda superada (nem ha indishs de ‘que vera g aor no futuro pezima) uma dviso de trabalho noe sstudenlingsticos: ington ang sob pruueupont ttre de necorariaidealiragio homagencizante de lig cen & Ineterogenidade, om suns diferentes faces, eutras desptinas weit aoa eee rae en re nee nemrnonrent ee = & dintotologa, 4 wociolingiatics, § lingaticn histérin, & tilites,« nguieien antropoligiea [No paseado, a mupoxigi tsi de que, por trie de ta varia so oonstntiva do ure Iingue, existe uma. unidade eictémien a Sule wos forma tien na conecpsio de Kngua como un ote tha socal unidorae que me materiaiaria nos soe iividuai lex tes sim hoterogénce:), resumida a famora dicotomia langue! Dprole formulado por Ferdinand dg Saussure No estanto, por mais predutiva que esta conespe#o possa ter sido em algumas ézcoe dos estndos lingistins (em especial na ‘rio da fonalegi) ela se mostvu insufiiente para explicitar SSimaginads unidade sata, ben como pare dar conta da vera Pilidade Lnguistice expraindivicual (0 presaupacto forte desea soneopedo era o de umn sisteme Ginieo ¢ uniform, pensado como um nivel de grandes relagsce imvariantes que conteria, em potdncia, todas as possbilidade fnprossvas materiales now ates individuais de fla eae modelo fo conporava a varabilidade cane fenfineno Inteseiatémiso, tem diprinba do estratonintarmedideln entre Sistema indiviguo. Nao tina, portano, recurs tosriece ui fotes para sbsorver # heterogeneidade supes-indivigual (eciaD consituiea da Tingua Foi prec, ent, refiner rent tren, cence da ‘ito de aeme, formula pelo Hngita Bigenio Cor ni da ‘Fenda de 1950, prerective dome ongafparol,sstemata) ‘ba higar © uma peropeivatcokimis eitenaormafal, ‘Manto oolharextruturaita de inspira saussuriona, po dee entender norms no plane teri, cur cals un dos die entes modes scils de realian® os andes osqkomes de relays ‘dvsistema, Nees sentigo, ada norma se enganiza somo wr sort feranjo de prssbiidades adwitides pelo sistomn. Cada um des fen erranjr co deeaha a parr do uso counts, habitual de de teeminada grupo ce falantessocalmenta definido Corer, buscando dar mais precisio ao coneeta,afirmava «que ma norma no earresponde x0 que “en pod dwt” Gareta do flstomal, mas a0 quo jf "ve dias" @ tadiconalments “ve da" na ‘omunidado considcrace poasve,entao,concituartacuicamente norma come dotr- tninade eonjanea se fenimence ington fonoloeicn, morli fam, satis e Bexieais) que slo crrentes, estureis, habia fis run dade comunidade de fala. Norma nase sentido oo ant fics com sormalidace, ou cet, com 0 guo 6 eariquoie, usual, hab tual, recarente Cnormal) nema sorta comunidade de fae importante desu claro que a iia de norma, embore nae da interiw do areaboug tereo estruturalista de inspiragto favosurians, nfo perdo sit vitaldade quando Lmnsposts pars ou ‘ce qusdros tadlcoaE igo por forge do quo nce impos empiri ‘qualquer modelo taco da linguagem verbal tem, inexorevelment fle oe poncho fren &varibildade supra-individual om = frente As cfremtes vurtedades que eaostitiem wna agus Assim, so adotarmos um har gerativists, esos que a caa norma corrosponde uma gramétiea. Se adotarmos um olhar ‘variacionista Geoeioingaistien ow dheletolopicc), sora produtivo| ssaviparar norm © variedade Qulgver das tris abvedagens dena clare wo dad Fundaental para oestudo ds lings! tia qunlqver norma Go qualver| ‘ericdade constitution de uma Ung) & dota de oganizagtot Cada ‘taser sures war Soom ari de 13 eas axe ‘tana pom trate oe eo uk ao ese ‘al rae rs etn has ede ge ‘Sep npc i 3 Pana, a aboréagem teériea construed, u partie de seus prosupostos yo fc, uin modolo diferonse dasceorganizagao — num, cada norma ferd entenaida como em certo arrano das arandos relagies istémieas! nowtr, como a materiaizogao de wma determinada iramitics (de um certo conjuato de prinepias esugeas) no ter ‘vir, coma determinada carunglo de uma cera combinacio de repras varidves. No entanto, nenhuma teria dele de reach ‘ere fato histo! no hd norma som organiang A plenitude format consequénefos 5: de seu reconhecimento (© fato do que toda norma tom wma organiaagie extratural doiza sem fundamento empirico enuneiadoe de senso comm em ‘80 30 afta, por exciplo, que o& analfabetos ou os falantas de ariodadoc do chamado portugués popula falem “sem gramat tar. Be toda porma 6 estruturalmente organizada, § impostivel falar ecm grams ese fate pte igualmente sob suepoia a peSpria nogto de cro om lingus. So um enunsiado ¢ provito por waia norma, no be pode condenirlo coma erro com base na orpenimagio estruturat Ge uma outa norms. Deseo mode, « hngiista nao pods cecapar fa tarefa de desonvo\vor instrumentoe deserves edequados pare far conta dae diferengas do organizogio estrutural entre as mi tee normas de ur lingua. Os fton ase Ie asterzam eplar pla sclugho simples do cononto de ero, Sie eerie pst sine rans tmnt spss ant catgut meat De meeme modo, fato de toda norma ter organizaci sina tral (tr wma grométicn deixa infundada @aficrseio que spare cons num artigo de um jrnal de grande ctelacio (e que trazemos ‘qui porque resvme toda um discure sobre a lingua portuguesa 4 Boss de que “e portugués agui Ino Brasil] transtormou-se num verndeulo sem Union @ es regeas™ i, ebviamente, erupen de falantes eo daninans ot do ‘mina precariamente daterminaias aoemas. Um bom exempo isso € situapio dos falantes de culture intrinsocanente ub pa. Bm gor, ees sé eonseguem reprodusir as normas murs por meio de esteraitips. Outro exemplo€e ssuapie de falenies pou (ou mal escolarizades que no daminar (ou daminaim spenas pew rian) 2 morrat desert fra Por cutro lado, apesar de haver diferensas entre os falaniex quanto 90 dominio das muitasnormas seis, nfo hi fants que falem sem o dominio de slgumma norma. Dferentes prupas socal, por trem histiras © experiéneias culture diversi sam ni otmar dierenciadas fo sth dlrordantee) Mae n40 hi grupo 80 ‘eal que mao tanha sve norma, que fala sem o suporte de una daa bonganirage etrutural (eo hc, portant, “verdoulae rom isch ‘sem rograa" © que pode haver —c ha — edo vorndeuloe com ‘outra gin € com outros negra Uma comunidade, vérias normas A situago, port, ¢ ands mais complexa porque a verdad da cornunidade inglatica term vies normas fe apenas una, [Nessa sentido, amg cominieds Hingustien no ee earasterian por ‘una Unien norms, mae por wm dotrminade conju de nore asa divensiade eet dirstamente corelacionads com a pr ria nctrogoneidade éa rode do eolaiee cciee quo so ostbole ‘thranierontvacbecctoe? soja Rubee (ou02080 «am no interior do cada comunidad Kington. Das que je mite dione da heterogeneidade scilinguistios estan opto por ‘entender uma comune Linguistica como compost do vince (ac ‘i chard comand do ptien (or, po exorpl, Bart 2000), Grassy modo, pode entender por comunidade de présiea um agregado de pastas que param exporineine ealtivas mo traballo, nas gras, nae esclas, aoe sindlatoe « aasocogGon, no eae, no cot da ran do air ee. Uma mgeina pessoa das 4 eolotvidade, bem somo ead um de eee pares, portence ek tmultsneamonte a diferenton comunidades de pric, Em cada uma dessts comunidades, costuma haver mos por ceullazes de falar Gu soja, hi normas espace e o compara ‘mento normal do falante & marin sua fale de acordo cama com nidade de prética em que elfela se eneontrs. parte do epersi- ‘io lingtatieo de cada Calan wm sense de adeqigao, ot 29, lefla acormoris seu modo de Tala Ae pritienscorrenten om exis tums das comunidades de pitien a que portonce, Por iss, 0 diz ‘que ula Galante € um camaleda Lagaistica Obviamente, elie pole umper ss expectativas poe diforentas uae, entre ulras ‘usar rap, prover eonfite ot asinslar que sous lags comm ashe i connnidade esto se torsand tener Paes servant esse pancrama de diversas que qn to mais tem aval o ets da Itergenedade Lng, a ee serncra compl Asso, embra oss, sof inti fates adios con qo 4 sinuses emp trata tex ie, géero, etna, nel dered exolaridace, Terese dlispensivel analisar também as niltiplas redes de relagies ‘echintaraonais de qu prtspary os flats ew ed fatre de tamente coelaionsdne oom os irenses moos de fla eee) eras Aferntasparmas de ura determina cexvunidade” int vn tind era de beats clsoee soe teen kel ewes Raar 0 CComprocndr bor esse ample quadro empiric 6 cecencal, Sem esea comproonsio, faltaréchae firme para fazer avangar ¢ Abate dae quostée Kings, Compresndidos eases das fan ‘lamentais de como fuscona a Linguagem verbal podese dar tm asso frente tuscando eclarecer onto axpecto fomdarsental ax Yaloragées socials que reeobrem diforentemente cada norma ‘onetitutiva da Lgua o o: muitos e complex ofits desse di {intas volorepiee — diseasedo que faremos adiaate EB Atouns exemplos ‘Por ors, para deisar sedimentade @ consulta da norma, ¢ oper ‘tne considerarmos algune exomploe. Comecomos pola pronin: a de polovras come ta, inks, dio, rete Bi aleumas comun dudes brasileiras, a norma (e normal) ¢ a prontncia efncada (represntavel para nesta fins, como tobi, tcinka, din iret ‘mm outa commidades,# norma é'4 pronnca nie-sinan ‘Outre exemple. A norma, em boa parte do Bio Grande do Sal za tratament familiar do interlace, & 0 do pronome 8 em ‘oatms parts dagucle Estado e do pale, «marma 60 ute do prone ‘Outze sepa interowarte daquela norma saucha 6 0 ws do tu corm a foroia verbal da charade tercira peseos ermal. (ce turn l‘rormal? diet tu vei tude ts pode. tu eoreu ee: No tanto, nua esoteato en que hi ur lve grau de distancameoto tnt oe interacts, & conn ot falas pacar a Get @ pre ‘own feb fornia verbel da cham segunda pssen gama (ou o6 a forma venta sem 0 poncme explicit. Vas 36 dizer, nti (aad vai eu scene 6 pes (core ee Na norma curdhana, gue wn 0 propos vas ean ieee de gu de proxinidade se expres pla esol do prosome poe cao oor fou (Ved dove some toro fou hv 0 rlalo fm 9 interoeuer fr de tts fame © ser so Cn dove ‘spre lazer ose ie $66 ela fr dereativ distancia ‘Ainds wm exomplo. Em Portugal, ht ame norma om sue & cneronto 0 ur0 do pronome pouessivo voso tignifcando "de ‘uct. Nao oo usa mais © pronome ves — que dosaparseau go Drotouente ta ar varodador da ing e fi sebeseus, 20 pla, ple promine vcs. No eat, eam ema stan man cou ej, wn comrla com © promo Yess Neco eat, o cori, o abit o mal dizer’ Para 0 {ino Beas 9 nem, pease com, varieinente 9 prone dover trser os gous livres. Ow: Pars exaune, woes doves) fea tro Hirano owt smc eace 4 Noma cua Ante de mais nade, preciso diner que nia Exiles cesar damian Brass norma que a0 48 o qualifcatin de ult, ‘Pars feiitar, pode re ti tomar como ponto de paride uma bre” ve fotografia do pelo mence part do ample eect dae varied ee que conctituem « lingua portuguesa ne now Pas 85] Os tres continua @ @ fngvagem urbana comum mora nao exist ainda wr lovantamento exaustive (ox a0 Scientemente abrangeste) da diversidade consttutiva do postr tuts brasileira. dispomon jade rene acerves de dado dale bi eseioingistis além de uw signiistivw resto da ross lingua eserite do sltime mio seulo Ha, dessor doe, consoldagees pares, mas sind nos falta ‘uma consalidagio geral que apreconte on doserigde mints set rita da cara lingtistica do pais como um toda pectaie gue oo cma telnet ade Apssar dessa eusinci, esté bastante claro que nexium corte siotimicn da realidad lingtisticabestera — come portugal porugués popular porsigubs formal!porsite informa) ex dente Seages simplistas como porvugués formalingun exert o port ube nformallingus flada — 6 oufiente para reprosentéle, (0 modelo quo, no momenta, parses fornccer © melhor instru rental para rgisto da divorsidade 2 extudaca & o proposto or Stella Maris Borton Ricardo (2005), que busca disteibur a» varie aikes em trés continu que se eofrecruzsine continuum rural Urbana, © de oraikdadeleimamenta © 0 da monitorapao eet ities. Consieraswio as caracersticas da urbanisaso do pas Gus fem menos de cingents anes, ierten a labo da pope fentre 0 campo € cidade, toraanco 9 Bras utp dos paivos maie lebanindos do mundo, com mprosimadamente 80% do yaa popula (8c vivendo hoje map eidadcal aleance de ses mcioe de cman {ace socal (ovo osté em pratcamente todo on tex Bre fm @ a tlevisio, com proc @ transis rman central ‘das, chega 4 mais de 90% dale), podomos dizer que ae varies ‘ks que exer, hoje mator fora de atvag ecbre ae demas ei 25 faladae poas popolagice tradieonalmante wsbanns eituadee na evcala de renda de métia pao alae que. por eo, tim grant pura si, bistaricamenta, bors nivein de escola: (pelo meno ‘elucagio mda come) ©» nessa an tens da eultara exert Adotando o modelo dos tris continu, pademos carseterizar estas variades como aguelas ques distsnaem no enrcrszamen to do pho urbano (nn ska rurabusband) cam » po do Itcement® (ao ei erlidade-evramenta, No sino da monitoresto eetistse, cous varsdadee conkecom, como todas as denis, herent cat lee, deedo 02 manos ati co mais monitorads A maice forge do atragio seas varies Gotimamsents fe luionadas com a vide © @ cultura teadcionalmente urbana) © & observario de seus efeitos Ievaram Dine Prot um dos principals estudiosos da varieedo lingtfatiea do Bras, dosignias pela fexpeessioFngungum arta comm (ve Pret, 1999, mmevea concen © » _ Eseasvariedudes edo dominantes nos nossos ose de com icecio ecie". Seus diferentes eatlos(-e, suas diferentes mar nifestagies no contiauum da monitoragte estilistica) esto ai ‘muito bom representades, desde oe estes menos monitorades (08 novelas, programas humoristicos ¢sitooms, par exer, até cs mais monitoradoe (em nacre « programas de enteovis tas mo o emblemético Reda Vive da TV Culture de Sio Paulo). ee Hosa domininein thee 44 amply sudibiidade & ressonincia, Nenhum outro conjunto de variedades do pais tem mesma avdibildade e eessondncia®. Na 6 de eattenhar, portant, que sejum justamente elas a exerose um poder contripeto permanen tee tzusiatve ‘Trazem para itis perio de sas waved rare @ rarbanoe falodas pees populagies quo, por for do intense éxoco mara dae lkims déeadae, co tomnaram urbane &6 mais recenvernente™ 0 ‘onjunto dooras varicdadee consti o que alguns estas cst ‘mam chamar de portagués popular brasleio em contast cra poreugués dito eulto GE Mattos « Se, 20048 ¢ Luss 104) ‘Ao mest tempo, & a Haguagem arbaaa comum quo earscte ‘ea boa parte das manifestaqoce oraie mais monitradas do fe ‘saci tea. one iat a es steam ern antes que poderiam ser lassifeades de “eults”. Em outrce ter tow, « norma cute brasileira falas po we distingue dos eet Jos mais monitorades dessa lingwagem urbsina comm, segundo fiea demonatrad pele andlie dos dadow clltedos pelo prota NURC (Norma Linguistica Urtena Culta) — ef. Pett, 1999) asa constatacio empitica eassou eurpnsea om alguns estudio 08 dos dados do NURC. Imaginavam eles gue 0 felantes tulton, tus situscdes de fala mais monitored, tnhain uma variedade bem Aistinta da Lngaogem urbana comin cu sj, aeroricavam eee que a norma cla fleda, ce falantosseguia etitaments, por esem: pio, 08 preccas da tradi gramaties! normativa. A venlidade, prt, desconcerton o iamagininis: a norma eu: tu brasileira falada so destin, ra macia das woes, coma lin trongem urbana comp, ou soja. com a fala des falantes que esto fora do grupo dos chamads (teenicamente) de eats (et. Pret, 1997" 18)° 0 mio proprizmente com as prescribes da traicth peat snotieal mais eonservedors" ‘ale lembrar, neste pont, quo proto NURC rete set corpo de informantes a falanten gis tinkam escolaridads super Fior completa. 8 estes erarn contlerados pertensentes ao rope Ges “hulls, ou eee, dos usuarios da “bon linguagen Erecniremos aqui um primcito eitrio para identifiar 0 fe danenalingdlstico a que sé © neme ée orm culta ela seria ‘rue Pp ORCS? warns mst ae je dente Selo fate Bel ran conten ‘ncuicy mum rngalaeat aco da ren onpgaa pele da alm de Pies pemen ers onsen i wards Aue eat variedade de uso corente entre falnntes urbans com escolar Ae superior completa, em situsgées monitonedas. Ou soja, «nor is cultn seria, pelos criterion do NURC, a varedade que até ha Interseogio dos tes contiaus em sous pontor mais petxincs do twbano, do letramorte © doa catile mais monitors [Nasoe sentido, elo ceria, no Brasil, a manifotagi linglsica ‘de ume parcel infime da Sociedade, considerssd que aati. no Inoio do wéeulo XX, monoe do 10% da populnsao edula tem es clardade euporioe Desse modo, 2 nora culta aio estar en tends, deevenclnada de um cera mati wristcritic: sera prot priedade exclusiva da cite altamonte letrada [No entanto a forea cnteipeta ds Finguagem urbana comm quebee, em parte, este vincul! de umm lado, porque ela qu bal 2, de fat, o falar cult brasileiro (x nema culka fad once Uistingwe dela e, de outan, porque & hogeménica nos meios de comunicagao social Bm suma,€ cao inguagem urban comm ave alia de fate falar eulto le que se padern charnr txcnicnment de nana eu {a falads) e, 30 mesmo tempo tem poderow efaita homogensizante sobre as variedades do chamade porcaguis pepilar brasileiro” [As prncipais carscteriticas sinticas da lingua arbans comum do Brasil podem ser faclmente extslogadas: deve 0 26 clo KIX elas autho listadte pelos comantadares gramaticaie mais fonservadores coms “eros comuna” da fala brasileira. ato 6, a ropriedases coentes thahtuais, nrmeis) na nessa lnguasern Ata dee a ee eg nan re ‘Sentence nr nse be danas ina een Shi a nine Sp ero th Steeles suclionds sas ae eyo lense Svc ‘Decplemocncndcn es tue plo miss sein nro oat turbans comuim tim sido tradicionalmente clasicadas mo com pecubaridades do portugvés urbane brasileiro, mas como “ec or Intaressante notar, ness sonido, que es eomentedores do af- ‘alo XIX e fio do 30%, em goal, lo Ginga pecpridados dp * porte Hraleire gu peramos shemar de opal das propre dndos do portugués que estamos ehamando de lingungor urbana ‘ommum das populegiestradiionslmente rbanas €esclaizadas 5 Bm outra palavras(e aprovsitands a formulas de Boronk cardo, 209, eens comentadores no distinguiam a eaqos gra dluas (Comuns, em graus Yarveis, «todas as varindades braci- Teiras — 0 wan dele! como objet dreta, por exemple) des tapos deccontiauce (earucteritiona da variodadee aitas popularee (as pronincias bade por balde ou taia por fla, por exemple) ome veremos adiante ¢, am mais detalher, no capltule rosea elite Tetraca conzervndors, om nou sk de parscer urn (eli, recutu leitimidade tanto de varicdadee db port ‘gués brasileiro popular, quanto dquelas do porturués brasileiro io call aio o que se afastasse da norman padtéo atifcalmen te conetrulda ore tachade de “orc', memo que normal Ge, o> mun) na fala moic monitarsda das falante elto. ‘Ainda hoje, essa inating contnas rite pracenta nas rea hee as erticns dos lingtistas 4 noeme-padrio ariicialmente fonatruds no séeuly XIX. Nestas eves, 0 bee iaien de argu montagio continua sbedo’ cw a sormarpedrio (artificial) ou 0 e403 Embora alguns desses pretenss Yezos”cstiam i abomados pelos autores dn nora gramatical comtemporanen em rai de torom sido usades ma eeenta por autores consogrados), o magi io que transformou nossas paculiaridades lngisticas em “er os" @ainds forte nas discusses sobre Tinga no Brasil, como ve remos em mis detathoe 6 fren, [Nio podomos daar de dar dotaque, neste penta, 20 fato de sq on chamadan “errs” comans pecmonncem inallerades no fla cata brasilva apesar da repetid e inistente eandenacio de max {de um s6ealo dos comentadores e metals tats conserva 14 ag, seam somben de divide, ur sro Go seeula) equicce ‘ke andlise ds realidade Linguistion do sto pais: 9 que = ehama Al “erro” eomuna — por secem justamente “erro” de toes — fonattuem, na verdade, caraceristkas definidoras de portugues brasileiro urbano comum. Por isso resin nia hi subre eles aval quer oft, ocja da rccarrente condanagio eonservadera,scia da insietento ogi “higionizadora” da oaeoe. Milroy & Nbr (1000) Aowonvolvem, a propisito do inglés brtinice, rsa diseaeede so ‘bre as attudos condenarérias om lngus © set poson 08 nemhum feito sobre 0 comportamento dos falantox Bacae consdeagics no encerram o tema da norma eas. Ov ‘os aspactos preciso ser ainda apreciadce —o qu fimo: sui. Como bem subemos, « socedade industrial moderna trouxe ‘consign urns série grande de eiton, redesenbando a face do min 4p contempornes! prevacou uma intensa urbonizagio de pop ‘i: tve de expaniro sinter educacional para qualifier ox en ‘olvdoe eirota ou indretamonto nos precnace industria (0 QUE scabou por trac como resultado, nas seiedader main avanga fas, 4 nocessidade do garanti a todos wm edengao b4sca do pelo menos 1 anos) eu relative amplitude, em termes polis, fo conccito movierno de cidadania. Po fe, 0 dexenvelvimonto tecenolgico redunden na cragae, na cocedade industrial moder ta de nistemas de communica sin de mane tals cm os que cahevenoe hole. {A conjungio de todos ecae fotoro altcrow profundamente a relagies econfmicas, cin © cullurnis, Alterndas essts cond ‘ies obetvns do funcionamente da sociedade,aliorarenes tan bom ae condiqdos cbjosivas do fumsionamonto sci da Kings. A turbanizagio intense, a expanso de sistems edocacona, for lagto o fuss politica de cocci medcrno do edadania 0 0 do senvelvimenta dis sistemas de comunicasio sci de massa de ‘ram hogemania e ampla difusgo sicelw creas variededee dl ‘un, om particular variedades tradicionalmente urbanss, Que pamaram a exercer padeross forga centripeta sobre ae demaix ‘ariedsdos. Nac ao trata mse do us variedade de pose pars poucos. Nio so trots mair do oxercicic do um able beets ‘ours rarefeite “replies das letras” Ni se tata mais dem omblona dissrisinatitio do “oobeesa A aosiodade cuotempordncs, em tds sua complosdade,o0| criar as condagtes que permitem amplificarm presenga social de cortas voriedados da lingo, ae fa2funcionar,pregmaticamont, ‘me am elemento de reativa agregscio xin), Essan vaivdades | fsa se sobrepor aos inter da comanicapio aveia, da ot joao reatrte ao media. ao local, ao rosianal: repondem ace kesaos sts pola urhonizaco intensa, pela eomplerifacio das rolagée soca © pela massicapio dow mates do comunicagto mnocmenet 2 Nona CUuita, NORWA-PADREO E NORMA GRAMATCAL ‘A expresso norma eutafcomumstandand, como dscatimas a ma, dona o conjusto de fentmanoe ingleove qu oomram babl: trlmente no uso de falanoeleradce om stuns mais menitera ths de fri e exert, ise rel am os usc mentor © com 8 praise da ltrs eeeie lees os falas the etiam valle Fecal partie a recbrita com wena capa de presto sca Por sgea mooma rusio, ela se tornou hintricamnte obete pivilepiado de registro, estado ecultivo suciocultual. Base pro ‘osc produ, no imegindvio dos fatatas, a representagto des xma.como umo Yariedade euperio, como uma variedade Imalor dquo todas as denis. sa epresentscho os leva, ineusive, » qnfundie essa vor ma comalingva,o1 20a, ¢iaginor que a perma male monstorade Ea ings. E que toxins ne dem variedadns nfo deturpacies, forrupgtes, degradagces da lingua verdadsiea Por outro ldo, ¢ ssn ments ientieagi imagindria que fa as pessoas dizeem alarmodas que a Hogua esta decindo quando Se sGem diante de mudaneas que caegam a alsin est noes ‘ol represontasio imagindria, embors bastante fete entre née, mio encontra, orém, sustanto ne roaldade, Poimoir, por ‘ave ws madangan como bem demonrtra linguintics hitéries ‘hunce alteram a plenicudo estratural de nonhiuma das varied fos da lingua. Blas passam sim por continuae reeasiguragSae festruturais, mie ues perder se enriterextrutinad” Segundo, porque qualquer Kogus & sempre heveegénea, 08 sv, constitulda por am conjanto do wasiodados (por ure onjunto de norms), Ni hi come muitanveoes imagina o aes cot, 2 Ningua, dum Tada,» de ott, ax varias, Aingua 6 em si 0 ‘conjunta dos variodades, Ou soa, las nko hn dturpactes orm 20s, degradagees da nua, mae so a pri lingua’ &o conju (edo varies Ge norman) que ennai lingua, Anorma dit celta 6 apenas uma dessa varied, com fare oor scowaltusie bom eapercas Sou presigio nde dene de Rin propriededes aremetieas, mas do proceesos eécio hates Se que astemam valores a ela. Emm oatras plavras, seu presto fo derore de propeiedades intinsss lingisieas propramen te das), ous de propriedades extrinsseas éeiorhistoton) {Gone vine tes, do ponte do vita extritamette eromaticl, as varededes (ue norma) oo qsivaler, int td a gualmom to nganiznds todas aio igualmente complex, Tac no ict Ge las 8 varedades se equivalbatneovalmente. Ha wine die Feito valostva quo hierarcuiza as vnriedades, Por rss his {Ueian cm grupos seus vie ateibuindo diferunteevalrea a die fontes varias, Assim xigumas variodadesreccbeansveloets ‘Sralpunstoa enquunssoutres ado deprestigiodos avian ‘Gade O sporcants €entener ue te vlorags np thom frei afe fo porament ingens, it resulta do mor com> Secomastuom historicamonta ae relagiesentee a Erupn sta, oj em rao de seu pestsi entre ox Inradce que 4 norma ‘altatomumistandard dos linguas uropélae ecidentais moder fins fos amatizad, Isto d possou a eer cbjeto do eramitens © icone (6 Auroux, 19 1 Normo-packéo: « erlagdo do concelto. A prio dessesinstrumontae ingieticos para ssn Kn as ens ms Europa nes fa do seo XV. impulsonads pola fersaidade plea deo aleancar ert mide de Hingustca mae Batadon Centos que entio ae cna. Em outs palatan 2 ‘wifiapio © 8 centrallziedo politien tveram un eel ventefpte lumber sobrinus, ou cea, um mundo que super. tee rentagio econimicn, sci « potion prépria da coed fel passe er neeessiado de ung rofeencia em: materi de Tag fg puso aca do grande diversidade region) soc —S ls 2 sociedad feudal sinha um perf ve feroneceu © funciona smonto das foreascociis centrifuge. Sita descontralisagso, cus conomin basicamente agedria, 8 pouces vineulis de omenton ‘Ho para fora doe limites regtacinresltaraim. em metéri dln ‘eo, numa grande diverifengto, Agus das mangas quo a Baropa conbeces na Baits Was de Média, tis como a intonsiiagio as priteas mercane da irwulato de pentoas,o vevigoramenta © expansio da vida ue lan « a progrossivacentraliongio pattie alieraram subvanal mento ceso quadzo, paswndo a fvoreer us forgas contigs 5m rceposta& profunda diversifiagto do mapa ingsties de cain um dos nov Bstados, emarp urn preto padniendor Dew de Antoni de Nebeia (ator daguela que &consierada «prion ramaticn de uma Hngua modersa 1 grométicn do casein ‘poblinda em 148) co boceou etabloos, por ec de instru orratves(gramétias dconérion), um pede de Lingua para os ated Contras Medernas, d2 modo a teem eles um inane 4 pies Linguistica eapaz de conerinir pare atenvar a dhemida. e ingstica regional «sil herds da expernca feudal. Aca instrumvuto damos hoje 9 rome de manma pari Se a norma eultoecmunstanda! &« vai que os letras seam sometimes an sans prtas mis mentor fla | ‘x nama pad nto 6 popramence ura area da ing LOTR et em nr wn ert | sew de rflteia pare eatin wn poses de nies Enquanto © norma cultseomum/standard &« expresso vive de certos segments sis en detorminadas staegoes. a norm puro & uma codiicapo rlatiementeabstats un bala tx traida do use real para servir de roferdnein, em eoeiedades | marcadas por seontuada deletagto,« pecjtos pains de woe smizagee Linguistica No caso curopen, a varidade de lingua tomeda come rete ‘cia pars consirugdo da normarpacia diferia ee Ustad pats Bstado — ora reeultou de ume perepectiva mais conservadora, ‘orm de ume perspectiva mais prgmitica(cofarme dseutiremos no ‘iptale 3) Em gral orem, no einow de estar prima da nora ‘ulakeamum/stendard, ca see, da variedade pratada 8 égcca pela fretcriea ou. mais propriamonte (nnsiderando que 2 questio da rormarpadit fi, antes de tudo, um trabalho dos homens letros), (én variedad praccada poles “bares doutos" — na felt exprssas 4o eruito porto de seu XVI, Jogo de Baeoe, aut, entre frow obrag de um das priterae rarities do porte. [Nasse contr istic, as gramatioa e diclondros nao foram ‘enventigos spenss como intrmantce desertion Gato 6 do reat a norma culteleomum/standard), mas como instrumontos padronizadores, ou ei, como insramentce do fixie do um podrio f ser tomado como rfuladoe(nomatiznder) do eompocamen'o doo fblates,vsand akznjar uma “ings” para o Eetado Contras, ‘As graméticas © of diconéricesaquiinam, onto, crt ere ceoreitva. loo pasoaramn a ace ects com instrument do med fi do comportarsento. Cnou-ee uma expectatvn fore de que fala 6 8 escrta formats oe confrmassem ao que estava nels etipulada, Em docornéncia disso & que palaves norma tem, no uso con temporince, dois eantidos. No primeico, norma se correlaciona ‘com normalidade (norma o que € noraall. No segundo, norma se ‘crrelaciona com normatividade (6 norma 9 que & rormativa) Noe ertudos linguieticos, norma designs primordialmonte ‘equclo canjunto do foncmend: inguiatioe que ele corrontes, ha Totuie Cnormais”) numa determinada comunidade de fala, No funcionamonte monitoredo de lingua, posém, a palavze norma é wiada com o sentido de proceita, ito 6 designs aguile {gue tem carder nermativo, que sorve, no inteior de wm proete politico unifermizadar, para regular expictarnente os comporta rmentos dos flats ent deverminadas sitaqBes O exemple clicico de padionizarin seri semote © que eteve lado & eonetitscSe don Estadon Moras na Europa, Postar monte, hé outros eauos bastante rlevuntos pars se omproendoe fs proveiaos padronizadores, quer os dos pafsee que ssiram do feonilismy dee Grandes Deseoborta (pcioamnte sitacgéo os Deisee amorcanos — © agui voi noe interetsar em espceal o caso rasleiro). quer odes paige que cairam do evlniaism taréin, ers orte segundo co, vale pana acnnpaihir qe dure © ‘yom ccorrondo com ot pict” na Papua Nova Guin Gf Romaine Yo © 1000), cm copecial 9 ‘ato do corm praerdas, come reforso- a pestronisadoro, as variadesrurais endo proprament x8 aria dna (eens foram, & ¢po0s, conaidoradas menos “autericas” por t= {em incrporado vroe elementos inguntios externas) — 0 gue dt ‘uma dirogo ttalmonte inuritada a0 process, oe 0 considerarmios pelo vice da experiéncia dos continent curypou « omeriano 1 toto mod, as experiineios padronizadonss tends fora do cunsinente curopos tivoram sempre como paradigms o acorrilo na ‘Baropa por medieval, Suzanne Remaine (994), 20 essay posse ee de transforms, pels miasendrios europts, do ak pit numa Tingua paca eects, drmontros, nese senda, que x pigria nr ‘io de inguo-padrio 6 um consteesposiieamente ewopeu, cxjos (ritdnos dafinidorss ato baseadce em atributor das linyuarpadto ‘Curtin 0 om valors elturais europeus, A aura dia sina ma “Na verdade ow ainda ina alem e dina que 8 prépria recta do uma Aingua 6 om boa parcours artelata europa” (QW04' p. 20, “Tie afirmagdos coinidom, da certs forma, com a8 reexbos 4e James Miley (2001), que, ao diacutieo tems da padronizacio Linguistics, am sspecialo fate de quo ola nfo € um universal, moe ‘ra como, no ‘undo, 0 pensamento linghistio esteve © est contr rinado por equilo que el chema de ideoogia ds lingua-padio, ‘como contribu para a reprodugio dosss moema idalogl Grosso mea, pos a curacteriaar tal ideologi come a pene poctiva que confide uma lingua com anu padre, o que & particu larmonte o case cultural da matoria dae Linguas européiae de famplo wo. Lembrand ve bow parte dex métodos » teorins em Lnguictic foram (@ ie) elaborados tendo occas Higuas em eu farapado como referencia, Milroy (ot) cmsera que ine tnvsimente aqucla colori interfere dicctarents nn insite fa niin das lingua om eral firma (p 830 Pence mut en aepaar dogs hia eats ole ‘mals anpmaon do pensment lngtin ede que muita dewot ‘Alum do cama deone nacncian emanated que, coe ‘Sharron sm ner de nga imptenten Ge, plants Anal que pene rm rin pr fname om oma patroaade. Noa dopendencn em lero a np ado do tas macs pode portant, tedster de alunos Imunsieuso non entender, Se, on ambit do trabalho sentifico, 6 diflll eoparer aa eo ‘an nen complexa rea, ne dif fon quand we rata de debe {or cxteumures 2 gucei da norsa‘pededo quanco mis 0: one! vi no debate esto dstantes do teat cenifin da lingua — mo ‘qual, eo principio, as asscrtivas devem ser sustentadesempiica mente e ndo apenas enunciadae categericumeate: ou, em eutras Dlnvras 0 qual valida das prposigios nfo dcr da water ‘dade do quem a erurein — analo nebula fea 9 posiiidads Ae eofrencamento desapaisonado da guest, ‘Bacteria lombrar aqui @ enorme difealade doe Inetaurar no Bras wm amp debate soil — qu ona nguinns pram, professores, jorwalisas, esenitnes, autridadespablinse interes dos om goral em toro do probloma de norma'padrao Ur primeira rerio para essa difeuldadeacvém da fato de aque tea part die que a2 ensolvz com @ toms costuma ter ua ‘ate redusomssa do problema» normarpadro & nes porepe tiva, apenas um rol congelad de fcr tas “oareta’, Bo tom > debato no Brac th roais de eéeule compre o scm oem nse os beasleees por lo euldarem de sm gua « poe suis =a ln mente no saberom flare eraser “corretamente cerninaSo ‘0 no 6 dif de ser fia, porque, em gers em mst o mais Tetvadoe usar a ferme sltuaas aa vulba norma'padvas! Por outro lade, qualqvor debate hoje costuma Jogo ser abor tado por recorrentesacusicies dar na mis de que os ingots ‘So (perigosamente)relatictas 6, poreanto, contri e0 ensina down padeao de line, Mesmo admitind com Haugen que olngtistas avancerats poco no desinde da questo como tum todo, eles tite raze! slareza do sentido sovoineisticn ce wm pdr de Hogs, por isso, nfo ao, er prinipia, contrive a eeu clive ensino er por eximple, Cathe, 2002 ¢ gosa disussio mo enpial 4" © quo os lingistas brasicizos vém efetivamente cambaten: 4 ¢o cardter excavate artfiiel do nosso pads: ¢ con ‘epg do pudrdo come ume camiea-defrea © tados ex pecoel tos da ndvindos. Desto modo, aia earar as quustOee que dovem onsite © ponto de partda & naslo de qualquer debate e in ‘© equiveeada ceusasto de relative, (Como en acusagio, no entanto, darned um grotsizo mal ‘een, o deat preliniaar quo ve pie dos Unguistas¢ busce teioe do limpar a Grea, mci de excarecer publicamente got fetivo posicionamento, Dai nua afnge ay nts expitale pare fia oe conceit "2 Norma poctdo no Brasii (© caso braslezo 6 partoslarmente exemplar neste sonido, ‘em especial porque o padi fo: construido, jd ma orig, de forme feosivamente arial. ediingao que fer agi, na seus trotade do steulo XIX, nko tomou a norma euler seandard? (G linguogem urbana somo, nos termoa de Prot, 198°) brass de entio came referencia. Bem an contro elite trada conser ‘vadora se empenbo em fxar como noso padeto certa modelo Is situno de escrite, patente por alguns cscritoree potuguctes do romanticm (ef, Past, 1988: ¢ nosso discus no capitule 2 (0 madato nfo fo, portant, «lingue de Portugal, como mui tos pensam, imaginande una homogensidade que, de fata, nd0 sists, 8 geo portagués do 6, como qualquer Iingus, um ema ‘athado de varodades. “Tal modelo ni ft também ume Smposgad portuguesa, Mu tos imaginam que a *metrpele clonal nee impingit sus norma standard como norma: pedrio Itelctuais portuguese, 60 ncusa tem ot brullsinm de esereverem “era, pertiziparam dese pro ees. Ko entanto, a tantatva de hisicaniagio da nose norma eal talconsat/eanderd fo do intogal responsabilidads de nossa pr pri elite letra, or tis do attudo cxesevamonte eansarvadors dose lite Ir froda, alm do wna eranga da psnda traiqho narmativn doe pales Ae nga latinas, etava sou decade iver mam pie trance e eure tuo a Gaia meni o eater mubivrcial e meetico do nosso pale Gaspirando, de modo explicito avé a década de 1830, « um Fembranqucment da rigs, no can da gus, avi ea site rmatiomentoa tide agi que nor efiencaese do masa Kngutco sino por ola onshido para pacania? a fa © acon n9 asl [Nosee eetde reagte uma norma padetesbresleirad Ge, 1 reagdo ao que propia, por exomplo, Joa de Aloneas) se mani festava uo mesmo tom comm gue ee combatiom oe fensmones Tingnicosidenticadas cme “portrués de pei” ou “pretoule' fru “lingua de negrox bis de reas inferior” (CE discaredo| fom Christi, 201), que wr seni pela eis cansereadara como ‘nonin do sonnupgi, degeneragto, esintagragao. © tafaryo pronizador no Bri, diferente do que ecorrea na Europe nfo tw cme objetivo primardil responder uma sta so de dialatogao profands — j4 que, como mostrar os estos Aialeioigicn, us sciedades reultantes do colonisage tendem a er diaetalnenteentn unifrmes do qoe a rsedndes oii [Nio esteve também. em principio, vineuedo «um projets de construpio do um Rstado unificed: 9 Brasil se consituin come 18 ne Indopendénca,estandopoltearunte eonsidado quando ) | ‘ movimentoe de padronizagto linguletieatomuram vulto a ae fgunda metade do século XC 0 projeto da normapario no Brasil tee, enta, como objet ‘yo fundamental, como veremos mais dete no capitulo % com: buter as varieades do portuguée popular. Se no adel XVI, cx «© Dirtério dos indo, ve buzco implant umn pita que isan ‘alr as Knguasindigenas, em expecal a chamada lingua ger, no ‘culo XIX, a intent era calar as varedades rors (progres ‘vamente) rurbanas. Nesse aff, formuladores © defenoores da ‘norma padre se opuseram com igual furor 8s caracteriicas variedades populares is das variedaden cltasfaladas aqui. O cxcescivo artifiialismo do padrio que estipularam imped, po: kn, que ele se estableceae efitivamente entre ns, Podemos dizer hoje, passado mais de um abculo do exorgo pnronizador do século XIX, que ele fl tm projet que, no undo, {acassou: por Fert excasivamente o weno linguistico dos flan tes urbanoe letradoe brasileires, aunca conseguiv, de fto, ate rar a face lingtistica do nossa pais. No entanto, na mie doe pouudopurstas, continua nos assombrar, 0s embates » propisito da norma: padre sempre foram bas: ante sanguineos entre nbs. Basta lembrar aqui. entre euteas, a famigerada polémica a propénito da redagto do nceeo pritmeiro (Castigo Civil. Contado, sempre houve aqucles que rviatirum, dew ein, ao que se chamava, entio, de “ences de lustanie” Poxteriormente, a primeira geragio dos escritores moder” nistas tomar a questo da lingua como um doe pontos een de seu projeto esto eertcard intenaamente a ditincia entre 1 norma padrio © « norma cultalcomumstandard braieira TA noma gromatica! contemporéneo aca resitincia e eos erin contriburam, sem divide, para ‘una relativa abertura da literatura contemporanea para as cx smeroneneoct 2 racterstcas da nossa norma cultaeomum/standar real. Fase fato fez or nowsoe melhorer gramiticoe da segunda metade do século XX flexibilizar os juizos normativos, quebrando, pelo menos em parte, a rigider da tradigdo excessivamente conservadors™, sa feniblizag produziu um fendimeno interesante a que poderemas tentativamente chamar de norma gramatica. ou ea, © conjunto de fendmenos apresentados como cultescomuns) standard yor zea gramétics, [Nostos bons gramétics 36 no insist na dfeen ctegirice 4a normarpadrio do século XIX. No entanto, emnbora sua grams ticasacotham virioe fendmenos da norma eltaconsim/tandard ‘om especial aquelesjé correntes nos escritores modernon), elas no ado propriamente deserigdessistemdtieas densa norma. Now sa melhores graméticas ats esto, asim, aim meio termo entre “os excessoncaprichoson” da norm:padro (para usar feliz ex preaado do Bvanildo Bechara — ef notas 85 © 80) © as dowcriges ‘Sistemdtieas da norma cultalcomun/ standard, NNosios melhores diciondrioscontemporineos tambien se abri ram (mosino que timidamente em certo caus? para nos nor Tiago dea el rm pe tn ss eultakomunlstandard real que esti manifesta hoi no 85 na ‘osan literatura, mus tambim nas estos da ands inpronsa © 4a ‘prolugouniversitria (of Neves 2008 « Bors 2002) ‘Aposar de nossos melhores gramétiooe » do nocsos motores Aiciontrios™ verem se aberto para nossa norma cultecomutn ‘standard real (sompento, em boa parts, com a normapedrio do ‘ul XIX) © apessr dos amples estudos diseritivns diss nossa norma, hé ainda na nosea“repibice das letras” agucles que com munis a a orentar, ern matérfa do lingua monitored, elon ‘vamenis pelo que vamos chamer frente de norma curt 0 parsdaxo que ws acompanta & ote: a mormarpadeo ca ficada no osculo XIK nie sonsegsiy se estbeleen de foto, to 6 ri consegullsurlantar« mods como falamos of seeravems ne {Eon portuguesa no Brasil No entanto, a ideoegia da lingua frie nas wri eos que aqui agit ot nj, aerenga de que os brasiciros mio euidae do ling, flan malo partis, aber portoids, flame essrevom “um veenseulo em lgisa © Como » distineia entre « norma culinfomumieaadard © @ dea artifiialmente formilada na, indo one, Eto gran as eunne buceesake a ges ‘EEecuebage magna: tra ny rece ooo ea Fore abt cue peje eer se inp eee sees ee dsnme ue Sed paee 4, fl nawsesro deseneolver, na nose cultura, para Yentar 29° enter a normerpadrio, umd atitude excesivamente puriste ¢ ‘permativista que vé wor om bila par condona 9 de qi quer Fendeno que faa ao estipulado pelos eampéndios gram (a mais conservidoret™ Pavadowalmente, sip conden aon mes tno agueles fenimeros amplamente eorrentes na nosss norma fultskomomstandardw wm tator de nontn autores mai impor ante (oo noo:ca fama “rros" mu). E continvam a0 eo Anas meneno quando os grandes diionsrie da linge 04 0 bons gramétiens joe aolheram.

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